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Reforma psiquiátrica

O Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira iniciou na década de 70, durante o


período militar, esse movimento questionou o modelo biomédico, que se configura no
modelo hospitalocêntrico, centrado na prática curativa e individual. Os militantes
consideravam esse modelo ineficiente, pois privava o indivíduo do convívio social.
Além das críticas voltadas para o modelo até então vigente, solicitavam melhores
condições de assistência às pessoas com transtorno mental. O Movimento da Reforma
Psiquiátrica contribuiu com relevantes avanços para o cuidado em saúde mental. As
conferências nacionais de Saúde Mental também contribuíram no que diz respeito ao
cuidado e tratamento da população infanto-juvenil, apontando a necessidade de definir
ações político-assistenciais para esse público (SINIBALDI, 2013).[5]

VIII Conferência Nacional de Saúde


Na década de 80 com a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde ficou
perceptível que as mudanças necessárias ao setor da saúde não se limitavam ao
financiamento e reforma administrativa, transcendem esses aspectos, exigindo reformas
mais profunda, ampliando o conceito de saúde e ampliação das intervenções
relacionadas a ela: promoção, proteção e recuperação da saúde (BRASIL, 1986).[6]

Nesse contexto, surgiram condições favoráveis para transformações na saúde, fazendo-


se necessário a criação de novas formas de cuidado. Sinibaldi (2013)[5] sinaliza que
somente após a 8ª Conferência começou-se a desenvolver ações intersetoriais de
assistência e promoção à saúde mental nos três níveis de atenção (primária, unidade de
saúde da família; secundária, atendimento especializado; terciária, atendimento
hospitalar). Fazendo-se necessário a construção de redes, que não se restringissem aos
grandes municípios, abarcando todos os outros. Dessa forma, foi proposto o modelo
substitutivo de saúde mental que até os dias atuais é vigente, direcionada pelos
pressupostos de inclusão social e autonomia das pessoas com transtornos mentais.
Fazendo-se imprescindível que esse atendimento seja pautado em uma rede
intersetorial, não se limitando a um tipo de atendimento e/ou serviço, pois o Sistema
Único de Saúde (SUS) é composto por uma rede interligada com todos os níveis de
atenção (SINIBALDI, 2013).[5]

Posto isso, a atenção básica é responsável por verificar todas as queixas relativas à
saúde mental infantil. Sendo assim, se faz necessário que esses profissionais tenham
conhecimentos direcionados para a saúde mental e escuta cuidadosa, o que possibilita
intervenções eficazes, fazendo com que não haja demandas excessivas e sem
necessidade para os Centros de Atenção Psicossocial (BRASIL, 2005a).[7]

A elaboração e execução de ações no campo da Saúde Mental infanto-juvenil devem


estar alinhadas, obrigatoriamente, as políticas de saúde mental, respeitando as diretrizes
da Reforma Psiquiátrica Brasileira e os princípios do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). Estas políticas devem ser inclusivas, de acordo com a realidade
social e cultural de cada Município. Sendo assim, é importante a criação de redes
voltadas para a criança e o adolescente, assim como, o fortalecimento da rede e
frequentemente haver a reavaliação dos serviços existentes (BRASIL, 2004b).[8]

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