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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
COORDENAÇÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E
LICENCIATURA

MAYARA SOUZA MONNERAT

ESTRESSE E TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS ENTRE PROFISSIONAIS DE


ENSINO DE COLÉGIO UNIVERSITÁRIO

NITERÓI
2019
1

MAYARA SOUZA MONNERAT

ESTRESSE E TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS ENTRE PROFISSIONAIS DE


ENSINO DE COLÉGIO UNIVERSITÁRIO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Coordenação de Curso de
Graduação em Enfermagem e
Licenciatura, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem e Licenciatura.

Orientador:
Prof. Dr. Jorge Luiz Lima da Silva

Niterói, RJ
2019
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3

MAYARA SOUZA MONNERAT

ESTRESSE E TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS ENTRE PROFISSIONAIS DE


ENSINO DE COLÉGIO UNIVERSITÁRIO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Coordenação de Curso de
Graduação em Enfermagem e
Licenciatura, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem e Licenciatura.

Aprovada em _____/_____/______

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________________________
Prof. Dr. Jorge Luiz Lima da Silva
Presidente (EEAAC-UFF)

___________________________________________________________
Profa. Dra. Claudia Maria Messias
1ª examinadora (EEAAC-UFF)

___________________________________________________________
Profa. Dra. Marilda Andrade
2ª examinadora (EEAAC-UFF)

___________________________________________________________
Profa. Dra. Marcela Pimenta Muniz
Suplente (EEAAC-UFF)

Niterói, RJ
2019
4

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Luciana Almeida e Geraldo Monnerat, por terem sido minha
base, e meus melhores exemplos, por terem despertado em mim a vontade de obter
conhecimento, compreendendo que ele é o alicerce de uma jornada na realização
dos meus sonhos. Por permitirem a minha permanência em todo esse tempo,
podendo me dedicar plenamente aos meus estudos. Amo vocês!
A minha noiva, Thaiane Herdy, por sempre acreditar em mim nos momentos
em que nem eu mesma acreditava que seria capaz, pelo seu apoio incondicional ao
longo de toda graduação, pelo amor e por sua paciência nos meus momentos de
desespero.
A minha família pelo incentivo durante todos esses anos, tanto acadêmico
quanto de vida. Que foram meus espelhos na construção de quem eu quero ser. E
por sempre torcerem para que tudo desse certo! Em especial para minha querida
avó, Maria Iolanda, que está no céu vibrando por cada passo que eu dou na vida.
Sem ela não seria possível chegar até onde cheguei.
A minha amiga, Juliana Tipler, por ser a minha maior incentivadora a trilhar o
caminho da enfermagem, e por estar ao meu lado na batalha para conseguirmos
passar para uma universidade pública. Acordando às 7h da manhã, todos os dias,
para estudarmos juntas em casa, difícil, mas todo aquele esforço valeu muito a
pena! Obrigada por esse apoio!
Aos meus amigos da enfermagem que fiz ao longo da graduação, em
especial, Gabriella Nazario, Clarisse Kastrup, Dayane Limongi, Gabriel Moura e ao
meu grupo PE, sou muito grata por todos os momentos que passamos juntos e por
cada palavra de incentivo! Vocês foram meu combustível, ao logo de toda essa
jornada. Desejo que a nossa amizade ultrapasse a universidade, quero vocês para
vida!
Ao meu orientador, Jorge Luiz Lima, por toda paciência e por ser tão solicito e
sempre estar à disposição quando mais precisei, por todos os aprendizados
adquiridos. Pela oportunidade de participar de trabalhos que acrescentaram na
minha vida acadêmica e que servirão de experiência na minha vida profissional.
Obrigada por compartilhar sua sabedoria!
5

A minha banca Marilda Andrade, Claudia Messias e Marcela Muniz, obrigada


por aceitarem o convite, agradeço por se disponibilizarem a contribuir com os seus
conhecimentos. É uma honra contar com a presença de vocês!
Ao CNPq e ao PIBIC agradeço imensamente pela colaboração na minha
formação profissional, possibilitando através do incentivo a pesquisa, a produção de
artigos acadêmicos, a construção do meu TCC, e por abrir espaço para o avanço de
mais estudos na área.
A minha universidade por ser um exemplo de resistência em meio ao caos,
por não apenas formar profissionais, mas pessoas como indivíduos críticos,
pensantes e com desejo de transformação da sociedade. Por servir de lar para
aqueles que precisam, pela construção coletiva do ideal que uma universidade para
todos deve ser/ter.
Aos trabalhadores do Coluni, por me receberem de braços abertos, por se
disporem a participar da pesquisa, pois sem vocês não seria possível a realização
deste estudo.
6

O que vale na vida não é o ponto de partida


e sim a caminhada. Caminhando e
semeando, no fim terás o que colher.

Cora Coralina
7

RESUMO

Introdução: o estresse tem sido indicado como a principal causa que leva o
trabalhador a desenvolver transtornos mentais. Os transtornos mentais comuns
(TMC) podem ocasionar consequências sociais, redução na produtividade laboral e
adoecimento psíquico. Este estudo objetivou descrever o grau de estresse entre
trabalhadores de colégio universitário; descrever a prevalência de SB e TMC entre o
grupo; e analisar possível associação entre estresse e TMC. Método: estudo
epidemiológico descritivo seccional. O estudo seguiu a resolução 466/2012, e contou
com a aprovação do comitê de ética da Faculdade de Medicina da UFF, com
número do parecer 2.224.524. A população foi composta de 106 trabalhadores do
Colégio Universitário Geraldo Reis – Coluni. A coleta ocorreu no período de 2018,
com a aplicação de questionário estruturado com dados clínicos, contendo a Job
Stress Scale (JSS), Maslach Burnout Inventory (MBI), e a versão reduzida do Self
Reporting Questionnaire (SRQ-20). Resultados: entre os trabalhadores, 65
profissionais (61,3%) relataram ser um pouco estressados. Na análise do modelo
demanda-controle, 53 (50%) dos trabalhadores se alocou no quadrante trabalho
ativo, 41 (38,7%) no trabalho passivo, enquanto que o quadrante de baixa exigência
apresentou 12 (11,3%), nenhum trabalhador apresentou alta exigência. A suspeição
de TMC entre os trabalhadores foi de 22,6%. Do total, 31 (29,2%) apresentaram
síndrome de burnout (SB), segundo Ramirez e cols., 104 (98,1%) SB, segundo
Grunfeld e cols. e 29 (27,4%) SB, segundo Golembiewski e cols. Na análise
multivariada mantiveram-se associados ao desfecho o sexo feminino (RP=10,03,
IC95%=1,21-82,686), pensar em abandonar o trabalho (RP=1,49, IC95%=1,001-2,238),
SB (RP=3,776, IC95%=1,024-13,926), e a idade maior se comportou como fator de
proteção (RP=0,25, IC95%=0,078-0,794). Conclusão: não ocorreu associação entre a
exposição e o desfecho neste estudo. Os resultados auxiliam na discussão sobre
qualidade de vida, despertando o senso crítico sobre sinais e sintomas de estresse,
e a conscientização sobre saúde mental, contribuindo assim para a área de
epidemiologia, e qualidade de vida do trabalhador, e abre espaço para mais estudos
na área da enfermagem.

Palavras-chave: saúde do trabalhador; estresse ocupacional; saúde mental.


8

ABSTRACT

Introduction: stress has been indicated as the main cause for the development of
mental disorder in employees. Common mental disorders (CMD) can cause social
consequences, reduction of labor productivity and psychical illness. This paper aims
the description of stress degrees among employees from university schools; the
description of BS and CMD prevalence in the group; and the analysis of the possible
association between stress and CMD. Method: sectional descriptive epidemiologic
study. This paper followed the 466/2012 resolution and was approved by the ethics
committee from UFF’s Medicine course, according to the technical advice 2.224.524.
The population was composed by 106 employees of Colégio Universitário Geraldo
Reis – Coluni. The collection occurred on the period of 2018, with the application of a
questionnaire, which was structured based on clinic data, containing Job Stress
Scale (JSS), Maslach Burnout Inventory (MBI) and the reduced version of Self
Reporting Questionnaire (SRQ-20). Results: among the employees, 65 professionals
(61,3%) reported being a little stressed. In the demand-control model analysis, 53
(50%) from the employees were allocated in the active work quadrant, 41 (38,7%)
passive work, while the low requirement quadrant presented 12 (11,3%) and none
employee displayed high requirement. The CMD suspicion among workers
represented 22,6%. In totality, 31 (29,2%) presented burnout syndrome (BS)
according to Ramirez, 104 (98,1%) according to Grunfeld and 29 (27,4%) according
to Golembiewski. In the multivariate analysis it remained associated to the
denouement the female sex (RP=10,03, IC95%=1,21-82,686), considering quitting
work (RP=1,49, IC95%=1,001-2,238), BS (RP=3,776, IC95%=1,024-13,926) and aging
behaved as a factor of protection (RP=0,25, IC95%=0,078-0,794). Conclusion: It did
not occurred association between the exposition and the denouement in this
research. The results supported the discussion regarding quality of life, which raised
critical sense about signs and symptoms of stress and increased consciousness
about mental health, this way, contributed to the area of epidemiology and to the
quality of employees’ life, which amplifies space for more studies in the nursing field.

Keywords: occupational health; work stress; mental health.


9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fig. 1 Modelo bidimensional de Robert Karasek, f. 21

Fig. 2 Diagonais do modelo de Karasek, f. 22

Fig. 3 Esquema amostral de um estudo transversal, f. 28

Fig. 4 Fluxograma explicativo do método e critérios envolvidos, 2019, f. 38

Fig. 5 Análise dos quadrantes de exposição ao estresse, f. 40


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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Pontos de corte das dimensões da SB, f. 33

TABELA 2 – Distribuição do estresse, de acordo com variáveis sociodemográficas,


laborais e de saúde entre trabalhadores de colégio universitário, Niterói (2018), f. 41

TABELA 3 – Prevalência da suspeição de TMC de acordo com variáveis


sociodemográficas, laborais e de saúde entre trabalhadores de colégio universitário,
Niterói (2018), f. 43

TABELA 4 – Prevalência da suspeição de TMC de acordo com a distribuição do


estresse entre trabalhadores de colégio universitário, Niterói (2018), f. 45

TABELA 5 – Estimativas do modelo selecionado na análise de regressão logística


sobre TMC entre trabalhadores de colégio universitário, Niterói – RJ, (2018), f. 46
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO, p. 13
1.1 OBJETIVOS, p. 16
1.2 JUSTIFICATIVA, p. 16

2 REVISÃO DA LITERATURA, p. 18
2.1 TRABALHO DO DOCENTE,p. 18
2.2 ESTRESSE NO TRABALHO,p. 20
2.3 SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR,p. 23
2.3.1 TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS, p. 24
2.3.2 SÍNDROME DE BURNOUT,p. 25

3 MATERIAL E MÉTODO, p. 27
3.1 LOCAIS E PARTICIPANTES DA PESQUISA, p. 28
3.2 ABORDAGEM AOS PARTICIPANTES, p. 28
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS, p. 29
3.3.1 DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO, p. 29
3.3.1.1 Job Stress Scale, p. 30
3.3.1.2 Maslach Burnout Inventory, p. 32
3.3.1.3 Self Reporting Questionnaire, p. 33
3.4 TRATAMENTO DOS DADOS, p. 34
3.4.1 TRATAMENTO DAS COVARIÁVEIS E MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO, p. 34
3.4.2 ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTRESSE E TMC, p. 36
3.5 ASPECTOS ÉTICOS, p. 36

4 RESULTADOS, p.39

5 DISCUSSÃO, p. 47
5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO, p. 53

6 CONCLUSÃO, p. 54

7OBRAS CITADAS, p. 56
12

8 APÊNDICES, p. 66
8.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, p. 66
8.2 QUESTIONÁRIO: QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR DO TRABALHADOR, p. 67

9 ANEXOS, p. 75
9.1 PROCEDIMENTOS PARA MENSURAÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL, GLICEMIA
CAPILAR E IMC, p. 75
9.2 PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA, p. 77
13

1 INTRODUÇÃO

O homem é um ser social, e é na sociedade que encontra condições


pertinentes para o seu desenvolvimento como ser e para sua sobrevivência. O
trabalho se apresenta como uma construção social que tem destaque na vida dos
indivíduos, através do qual o ser humano se distingue das outras espécies e se
torna um ser social (CORREA; SOUZA, 2016). Durante a revolução industrial, o
trabalho passa a ter valor político, cultural, social e psicológico. Passando a definir
os papeis de cada indivíduo na sociedade e a constituir o caráter e a identidade do
sujeito (SEWAYBRICKER, 2010).
O mundo do trabalho está cada vez mais flexível, instável, inseguro,
competitivo e precário. Esses fatores fazem com que se torne mais difícil para os
trabalhadores uma identificação e satisfação com suas atividades (COELHO et al,
2016). O exercício do trabalho se faz presente em pelo menos um terço do dia do
trabalhador. O que faz com que exerça enorme influência sobre sua vida, pois o
trabalho interliga o trabalhador com o meio em que vive, interferindo em sua saúde e
nas dimensões da política, da sociedade, da cultura e de sua família
(VASCONCELOS, 2011, GUERREIRO et al, 2016).
Existe unanimidade entre os pesquisadores que a influência do local de
trabalho pode gerar efeitos nocivos para o trabalhador. O trabalho em ambiente de
“pressão” do supervisor ou dos seus colegas, a falta de autonomia no planejamento
das atividades, o trabalho repetitivo, ritmo acelerado de trabalho, desgastes nas
relações sociais, realização das atividades sem materiais e equipamentos
adequados e ambientes físicos desapropriados são fatores determinantes para o
desenvolvimento de estímulos estressores, que quando submetidos à certa
frequência e intensidade pode gerar impacto significativo na vida pessoal e social.
Podendo desencadear sintomas de ansiedade, insegurança, estresse, distúrbios
emocionais e síndromes (FERREIRA et al, 2015, MOREIRA; SANTINO; TOMAZ,
2017).
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a docência é
considerada uma das categorias profissionais mais estressantes. Em um estudo
realizado por Araújo e cols. (2015), quase metade (49%) dos docentes universitários
foram classificados com alto estresse. Entre os fatores determinantes para o
14

estresse, estava presente a forma como a tarefa era distribuída, trabalhar durante
muitas horas seguidas, e o tipo de controle existente no trabalho.
O estresse ocupacional é resultante de quando esse trabalhador está
submetido a trabalhos de alta exigência (alta demanda psicológica e baixo controle
sobre o trabalho). O trabalho nessas circunstâncias pode gerar as reações mais
adversas de desgaste psicológico (GRECO et al, 2011).
O modelo demanda-controle de Robert Karasek, relaciona dois aspectos
psicossociais no ambiente de trabalho ao risco de adoecimento. A demanda
psicológica, que está relacionada às exigências psicológicas que esse trabalhador
enfrenta para realizar suas atividades. O controle do trabalhador sobre seu trabalho
está associado ao uso de habilidades e da autoridade decisória. A avaliação desse
modelo bidimensional se dá, a partir da combinação de níveis altos e baixos dessas
duas dimensões (GRECO et al, 2011).
O cargo de docente e/ou profissionais de ensino, geralmente tem demanda de
trabalho elevada e a carga de estresse a que são submetidos é alta. Esse estresse
em excesso pode prejudicar o bem-estar psicossocial, afetando o nível de
integração do docente no ambiente de trabalho, com a possibilidade de evoluir para
estresse crônico, que pode levar a problemas patológicos, como a síndrome de
burnout (SB). Essa síndrome pode fazer com que o trabalhador se afaste
parcialmente ou totalmente de suas funções laborais (PRADO et al, 2017, GOMES
et al, 2017).
O burnout em professores atinge o ambiente escolar e interfere no alcance
dos objetivos pedagógicos, o que leva esses profissionais a um processo de
alienação, cinismo, apatia, problemas de saúde e o pensamento de afastar-se da
profissão. Acarretando em consequências importantes para o sistema educacional e
para a qualidade da aprendizagem (PÊGO; PÊGO, 2016).
O estresse tem sido indicado como o principal fator que leva o trabalhador a
desenvolver transtornos mentais (COELHO et al, 2018). Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), os trabalhadores são acometidos cerca de 30% por
transtornos mentais menores, e de 5 a 10% por transtornos mentais graves. Os
afastamentos do trabalho por motivo de transtornos mentais se encontram em
terceiro lugar na quantidade de auxílio-doença (BRASIL, 2015).
15

Os transtornos mentais comuns (TMC) são um conceito que caracteriza um


conjunto de sintomas não psicóticos, como sintomas depressivos, estados de
ansiedade, irritabilidade, fadiga, insônia, dificuldade de memória e concentração e
queixas somáticas. Esses tipos de transtornos podem ocasionar diminuição da
qualidade de vida das pessoas, o que pode causar encargos econômicos na
sociedade, devido aos custos indiretos gerados pelo número de absenteísmo por
doenças e morte precoce (MURCHO; PACHECO; JESUS, 2016, PARREIRA et al,
2017).
Quando a qualidade de vida do professor é alterada, o processo educacional
torna-se prejudicado. Devido a isso, os aspectos de qualidade de vida são
significativos para a manutenção da saúde de trabalhadores que estão submetidos
ao estresse constante, ou mesmo para evitar que esses venham a desenvolver.
Pois, o adoecimento psíquico é um problema de notável relevância entre docentes,
no que diz respeito às referências de sintomas de cansaço mental, nervosismo e na
identificação de TMC (MOREIRA; SANTINO; TOMAZ, 2017).
Os transtornos mentais estão entre quatro das dez principais causas de
incapacidade funcional, cerca de 25% da população é afetada em determinado
momento de sua vida. No Brasil, os TMC apresentam grande impacto econômico e
de absenteísmo no trabalho (GUIRADO, 2017).
O número de professores afastados por transtornos mentais ou
comportamentais nas escolas de São Paulo tem aumentado. Durante o ano de
2016, ocorreram 50.046 afastamentos, quase o dobro em relação a 2015, que foi de
25.849 afastamentos (O GLOBO, 2019).
Durante o ano de 2018, foram registrados na rede municipal do Rio de
Janeiro, 29.495 atestados de seis dias por questões de saúde mental. A Secretaria
de Educação também concedeu 3.055 licenças, no mesmo ano, por doenças como
transtorno ou reação ao estresse, depressão e esquizofrenia. Segundo estatísticos,
a cada três horas um professor da rede municipal pede licença por problemas
psicológicos (O GLOBO, 2019).
Logo, a motivação desse estudo surgiu da experiência como bolsista do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) na participação da
coleta de dados do projeto Qualidade de vida e Bem-estar de Trabalhadores de
Colégio Universitário, realizado no Colégio Universitário Geraldo Reis – COLUNI
UFF, que teve como propósitos conhecer fatores relacionados à qualidade de vida e
16

à saúde de professores de colégio universitário, observando a ocorrência de


transtornos, síndromes ou distúrbios que possam reduzir o bem-estar do
profissional.
Durante a coleta de dados percebeu-se que o estresse se fazia presente
naquele ambiente e devido a este fenômeno ser algo de grande impacto na vida
desses profissionais, questiona-se sua relação e/a saúde mental.
Mediante ao exposto, o presente estudo traz como problema de pesquisa:
existe associação entre estresse e TMC entre profissionais de ensino de colégio
universitário?

1.1 OBJETIVOS

 Descrever o grau de estresse entre profissionais de ensino de colégio


universitário;
 Descrever a prevalência de suspeição SB e TMC entre esses profissionais;
 Analisar possível associação entre estresse e TMC.

1.2 JUSTIFICATIVA
A pesquisa na área de saúde do trabalhador possui relevância, pois tem sido
temática de grande preocupação por parte de profissionais, gestores, entidade
sindicais e governamentais, devido ao impacto que a o ambiente de trabalho produz
sobre a vida dos profissionais, influenciando negativamente sua saúde e bem-estar
(DIEHL; MARIN, 2016).
Quando voltado para a cargo de docente, essa temática vem sendo tema de
grande repercussão por parte das mídias, devido ao grande número de
absenteísmos por transtornos mentais.
O relatório final da III Conferência Nacional de Saúde Mental evidenciou o
aumento de doenças relacionadas ao trabalho, dentre as quais se tem como
destaque os TMC. O estresse atua como intermediário para os distúrbios
psicossomáticos dentre eles os TMC (KASPPER; SCHERMANN, 2014).
Isso leva a grande preocupação com esse público, sendo importante atuar na
prevenção, na sensibilização e no enfrentamento a situação estressante, para não
agravar esses distúrbios. Pois, as doenças de ordem mental são difíceis de obter
17

diagnóstico precoce, devido ao seu caráter ser considerado subjetivo (GUIRADO,


2017).
Para a enfermagem, é de grande importância a identificação de problemas
que afetam a saúde do trabalhador, além de ações educativas que envolvem
proteção contra esses agentes, com o intuito da busca pelo bem-estar do
trabalhador. A enfermagem no trabalho tem sido uma área de grande crescimento,
pois empresas estão tentando obter o cumprimento da Norma Regulamentadora
(NR) 4, que estabelece a implementação de medidas de proteção à segurança e à
saúde dos trabalhadores (COREN, 2019).
O desenvolvimento de pesquisas, sobre a influência do ambiente na saúde do
trabalhador e sua resposta aos estímulos presentes nos locais laborais, pode gerar
resultados capazes de aumentar a produção científica na área da saúde do
trabalhador, para que a enfermagem possa atuar, através de trabalhos de educação
e saúde, despertando o senso crítico do trabalhador e empregador para mudanças.
18

2 REVISÃO DE LITERATURA

Nesta seção, são apresentados os principais autores que discorrem sobre as


temáticas: trabalho do docente; estresse no trabalho; e saúde mental do trabalhador.

2.1 TRABALHO DO DOCENTE

O papel do professor, segundo a Lei das Diretrizes e Bases da Educação


Brasileira (LDB 9394/96), é mais do que transmitir informações. O profissional deve
participar da elaboração da proposta pedagógica, estabelecer os objetivos e metas
que se quer alcançar referente ao perfil do aluno que deseja formar, uma vez que é
o profissional que tem maior contato com o aluno e é de sua responsabilidade a
construção de educação cidadã. É importante que o professor participe das
atividades da escola em conjunto com as famílias dos alunos e a comunidade
(OLIVEIRA, 2019).
Essa ampliação para além da sala de aula exige dedicação mais ampla por
parte do docente. Embora o papel do professor tenha se expandido, a administração
escolar por muitas vezes não fornecem meios pedagógicos para realização dessas
tarefas. Isso faz com que os professores se sintam forçados a buscar por seus
próprios meios, através de seus investimentos pessoais, para poder auxiliar o aluno
(GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005).
A área da educação vem lidando nos últimos anos com uma crise sem
precedentes, com os docentes lutando por respeito e condições mais dignas de
trabalho. No entanto, exige-se desses profissionais boa qualificação, manutenção da
carreira, atualização do conhecimento e aprendizado constante, sem que lhes sejam
dados incentivos para isso. Tendo muitos que tirar do seu próprio bolso para custear
essas exigências (FREITAS; CRUZ, 2008).
Além dessas preocupações com a qualificação constante, os professores
também têm que lidar com a questão do salário. De acordo com a Unesco, o Brasil é
o terceiro país que paga os piores salários aos trabalhadores da educação. Disso,
resulta a necessidade de os professores terem mais de um vínculo empregatício, de
modo a garantir o atendimento de suas necessidades. Estando expostos a longas
jornadas de trabalhos, que podem ocupar os três turnos, com pequenas pausas, o
19

que exige alto nível de concentração e atenção por parte do docente, para dar conta
das tarefas (VIEIRA et al, 2011).
Os professores então passam a ter, além dessa carga e maior pressão, um
tempo reduzido para manutenção da sua qualidade de vida. Tendo dificuldade para
ida a médicos, hábitos de vida saudáveis, promoção da saúde mental, como
momentos de lazer, levando então ao comprometimento do seu desenvolvimento e
da realização profissional (TRINDADE; MORCERF; OLIVEIRA, 2018).
Esses profissionais têm maior potencial para se expor a condições mais
desgastantes, devido à falta de reconhecimento, pouco tempo para relaxar, salas
sem climatização, com iluminação inadequada, desconfortáveis, com quantidades
elevadas de aluno por classe, cobrança dos pais, carência de material didático, além
de casos de violência por parte dos alunos e responsáveis (WEBER et al, 2015).
Soma-se a isso o fato de ser uma das categorias profissionais mais exigidas, sendo
alvo de críticas e cobranças da sociedade (FREITAS; CRUZ, 2008).
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), o Brasil lidera o ranking de agressões contra docentes. Entre os
relatos, 12,5% dos docentes afirmaram serem vítimas de agressões verbais ou
intimidações de alunos. Em São Paulo, um levantamento feito pela GloboNews, o
número de agressões cresceu 73% em 2018 em relação ao ano anterior (NOVA
ESCOLA, 2019). Os casos de agressões a professores, vêm sendo bastante
apontados pela mídia, assim como as consequências na saúde física e emocional
desses trabalhadores.
Todos esses fatores desgastantes na qual os professores são expostos
geram impactos em sua saúde, como sintomas psicossomáticos, estresse e
questões de saúde mental (NOVA ESCOLA, 2019). O que vem sendo apontado
como uma das principais fatores para o absenteísmo dos docentes devido a
doenças como transtorno, ou reação ao estresse e depressão, podendo levar o
professor ao suicídio (O GLOBO, 2019).
O estresse pode estar presente em qualquer ocupação, mas tem
determinadas profissões que são mais suscetíveis ao desenvolvimento do estresse,
como a dos profissionais de ensino. Essa profissão é considerada pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT) como uma das mais estressantes, pois ensinar se
tornou um ofício desgastante, com possíveis sequelas para a saúde física, mental e
no desempenho profissional (DIEHL; MARIN, 2016).
20

2.2 ESTRESSE NO TRABALHO

No início da humanidade, o trabalho tinha como significado principal garantir


ao homem satisfação das necessidades básicas, como por exemplo, alimentação,
moradia, etc. Com o decorrer dos séculos, o trabalho passou a adquirir outros
significados, como fonte de status, realização pessoal, reconhecimento e
identificação, ou seja, tornando-se o centro da vida (SILVA; SALLES, 2016).
O local de trabalho é onde os cidadãos passam a maior parte do tempo.
Mesmo após o expediente laboral, o trabalho continua presente na vida das
pessoas, seja por meio de equipamentos eletrônicos ou de tarefas inacabadas. Isso
faz com que a vida das pessoas gire em torno dele, possibilitando o surgimento de
condições que podem não ser favoráveis para a saúde física e mental do
trabalhador, como o estresse (SILVA; SALLES, 2016, WEBER et al, 2015).
Segundo Petarli e cols. (2015), os aspectos do ambiente laboral associados
ao estresse ocupacional compreendem fatores da organização, administração e
sistema de trabalho e da qualidade das relações humanas. O estresse ocupacional
ocorre quando o profissional não consegue atender as demandas solicitadas no
trabalho, cujas exigências ultrapassam a capacidade de enfrentamento, resultando
em consequências negativas. Essas consequências podem causar sofrimento
psíquico, mal-estar, mudanças de comportamento, distúrbios do sono e sentimentos
negativos (SILVEIRA et al, 2014, DIAS et al, 2016).
Os principais estressores organizacionais apontados pela literatura são os de
origem física, que abrangem questões como barulho, ventilação e iluminação do
local de trabalho, ou psicossocial, relacionado às funções desempenhadas, fatores
intrínsecos ao trabalho, relacionamento interpessoal, a autonomia/controle na
execução das tarefas, e os fatores relacionados ao desenvolvimento da carreira
(PETARLI et al, 2015).
O estresse no trabalho, segundo o modelo de Karasek, envolve duas
dimensões, a demanda e o controle. A demanda é tida como as exigências do
trabalho de natureza psicológica, de tempo, produtividade, de velocidade e
cobranças. Já o controle é visto como a autonomia do trabalhador sobre o trabalho
(MOURA et al, 2018).
As demandas psicológicas e o controle configuram-se em quatro quadrantes
(figura 1) distintos de experiência no trabalho, que apresentam riscos distintos à
21

saúde: alta exigência (alta demanda e baixo controle) desperta no trabalhador


reações mais adversas de desgaste psicológico, como fadiga, estresse e depressão;
trabalho ativo (alta demanda e alto controle) gera motivação, novas aprendizagens,
e decisão sobre como e quando desenvolver suas tarefas; trabalho passivo (baixa
demanda e baixo controle) ocasiona a redução da capacidade produtiva,
proveniente da ausência de desafios, e rejeição às iniciativas de trabalho; e baixa
exigência (baixa demanda e alto controle) que é considerado um estado altamente
confortável, porém, tendem a ser trabalhos desinteressantes, que podem gerar
carga de estresse, levando ao adoecimento físico e psicológico (SHIMABUKU;
MENDONÇA; FIDELIS, 2017, GRECO et al, 2011).

Fig. 1: Modelo bidimensional de Robert Karasek


Fonte: adaptado de Karasek e Theorell (1990).

Analisando o modelo proposto por Karasek e Theorell (1990), podem ser


constatadas duas situações específicas relacionadas à demanda psicológica e ao
controle no trabalho, representadas por retas traçadas por duas diagonais: diagonal
“A” e Diagonal “B”, como é possível visualizar na figura 2.
22

Fig. 2: Diagonais do modelo de Karasek


Fonte: adaptado de Karasek e Theorell (1990).

A diagonal “A” representa o risco de TMC e doenças físicas. Nesse caso, a


demanda do trabalho é alta e o controle sobre as tarefas é baixo, como acontece no
processo de trabalho em linhas de montagem (KARASEK; THEORELL, 1990).
Na diagonal “B”, há motivação para desenvolver novos padrões de
comportamento e criatividade. Entretanto, o modelo mostra que o trabalho nas
condições do 4º quadrante é passivo, o que pode conduzir à redução da capacidade
de criar soluções para as atividades e problemas enfrentados, isso ocorre devido ao
declínio na atividade laboral (KARASEK; THEORELL, 1990).
Experimentos de laboratório mostraram que indivíduos expostos a atividades
de alta demanda e baixo controle sobre o trabalho (uma situação similar ao trabalho
em alta exigência) apresentam elevação da produção de cortisol e adrenalina. Em
situações em que o indivíduo é exposto apenas a um estressor controlável, somente
a produção de adrenalina se eleva, a produção de cortisol permanece baixa
(FRANKENHAEUSER; LUNDBERG; FORSMAN, 1980). Atualmente, sabe-se que o
excesso de produção de cortisol pode se relacionar ao aumento da gordura
abdominal, e favorecimento a doenças vasculares e cardíacas.
De acordo com Silva e Salles (2016), cerca de 70% da população sofre com o
estresse no trabalho, o que faz com que seja apontado como uma das principais
causas de adoecimento, sendo importante fator de risco ao bem-estar psicossocial
do trabalhador, afetando diretamente a saúde e a qualidade de vida, tanto afetiva,
quanto social e profissional, trazendo como consequências o baixo desempenho,
alta rotatividade, absenteísmo e violência no local de trabalho (PETARLI et al, 2015).
23

A exposição do trabalhador ao estresse de forma recorrente poderá, em longo


prazo tornar-se estresse crônico, podendo levar ao desenvolvimento da SB, e de
transtornos mentais (GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005).

2.3 SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR

A saúde mental dos trabalhadores é recentemente uma das demandas mais


urgentes nos serviços de saúde do trabalhador. Há diversos fatores no ambiente de
trabalho que podem contribuir para alteração da saúde mental, como a exposição a
agente tóxicos, que são fatores pontuais, ou fatores relativos às características
técnicas e sociais da gestão, e a organização do trabalho os quais são fatores mais
complexos. Esses fatores podem induzir a uma série de sofrimentos físicos,
psíquicos e sociais (LEÃO; GOMEZ, 2014, GIROTTO; DIEHL, 2019).
O trabalho em condições adversas pode afetar a saúde psíquica do indivíduo.
As implicações psíquicas das sequelas que essas doenças causam representam
impacto significativo na identidade desse ser humano, pois o trabalho hoje em dia
representa grande valor simbólico. O ambiente de trabalho é onde o empregado
passa maior parte do tempo do seu dia e que, seguramente, passará cerca de um
terço da sua vida (PENIDO, 2011).
Os efeitos de saúde e doença agem tanto no corpo, quanto no imaginário,
ambas as implicações são reais. Assim, as ações clínicas, voltadas para o
tratamento, prevenção ou planejamento precisam estar voltados para o modelo
biopsicossocial, utilizando-se de fatores biológicos, psicológicos e sociais dos
trabalhadores envolvidos. Devem ser abrangidos o subjetivo e o social como
elementos indispensáveis, pois esses não diminuem a cientificidade da saúde, e
sim, complementam-se dando maior visibilidade aos fenômenos (GIROTTO; DIEHL,
2019).
Uma das particularidades dessas doenças, principalmente na sua relação
com o trabalho, é a invisibilidade. Esse processo de invisibilidade ocorre porque os
problemas mentais não aparecem em exames e radiografias como a hipertensão
arterial, a diabetes, a úlcera gástrica, etc. A maioria das alterações psíquicas
envolve processos crônicos, acumulativos e multicausais, os quais podem ser
somatizados ou não (PENIDO, 2011).
24

De acordo com o guia publicado pelo Fórum Econômico Mundial, as


organizações devem proteger a saúde mental do trabalhador, reduzindo os riscos
presentes no ambiente laboral, promover a saúde mental, desenvolvendo os
aspectos positivos e habilidades dos empregados e enfrentar casos de saúde mental
independente da sua causa (ONU, 2019). Um ambiente laboral saudável e seguro
proporciona aos empregados a continuação da condição de uma boa saúde física e
mental com relação ao lugar de trabalho (PENIDO, 2011).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as intervenções de saúde
mental precisam ser apresentadas como parte de uma estratégia integrada de saúde
e bem-estar que englobe a prevenção, identificação precoce, apoio e reabilitação. A
OMS também aponta que as organizações têm responsabilidade em apoiar o
trabalhador com transtornos mentais, tanto para continuar no emprego, quanto para
retornar ao trabalho (ONU, 2019).
Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) tem recebido
demandas para investigar categorias profissionais e setores onde problemas com a
saúde mental têm aparecido com maior intensidade, a exemplo dos profissionais de
saúde e educação (LEÃO; GOMEZ, 2014).

2.3.1 Transtorno mental comum

O TMC também é conhecido como transtorno mental menor ou transtorno


mental não psicótico (GUIRADO, 2017). Trata-se de um quadro clínico de sintomas
psicossomáticos, que são inespecíficos e variados, tanto quanto à forma, magnitude,
tempo e espaço (SOUSA et al, 2019). Que inclui estados de ansiedade, sintomas
depressivos, alterações de sono, irritabilidade, dificuldade de concentração e de
memória, fadiga e somatizações (TRINDADE; MORCERF; OLIVEIRA, 2018).
De acordo com o Ministério da Saúde (2003), o TMC resulta do impacto
emocional, da condição social, do temperamento, da história de vida e da rede de
apoio na vida da pessoa. Os fatores que tornam as pessoas mais vulneráveis a
desenvolver TMC são: ser mulher; a pobreza; ser negro e pardo; e menor renda
salarial. Além desses fatores a desestabilização emocional também aumenta o risco
de TMC, como alguns eventos marcantes e os seus significados. Os fatores de
proteção para TMC são a autoestima elevada e a qualidade das relações sociais
(BRASIL, 2013).
25

Manifesta-se como o conjunto de sintomas somáticos, ansiosos e


depressivos. As repercussões dos agravos à saúde mental do trabalhador trazem
consequências importantes para o indivíduo, organização e coletividade (PARREIRA
et al, 2017, SOUSA et al, 2019).
Os prejuízos na qualidade de vida ocorrem devido ao comprometimento
funcional com perda do rendimento no trabalho e isolamento social, e conduzem ao
aumento da utilização de serviços de saúde. Os sintomas provocados pelo TMC faz
com que aumente o número de exames e consultas, por muitas vezes
desnecessários, devido à pouca inclusão do TMC como prioridade na atenção
básica (VIDAL et al, 2014). Produzindo custos elevados para o sistema de saúde e
para os indivíduos e suas famílias, e custos menos mensuráveis, como o sofrimento
individual e do grupo familiar (SENICATO; AZEVEDO; BARROS, 2018).
Esse transtorno é um problema de saúde pública que é pouco diagnosticado,
uma vez que os sintomas nem sempre são valorizados, pois geralmente classificam
esses pacientes como poliqueixosos (KASPPER, SCHERMANN, 2014). Devido a
isso, esse público merece muita atenção por parte dos profissionais de saúde
voltada para a identificação precoce, prevenção e intervenções (KASPPER,
SCHERMANN, 2014).
Os TMC não são considerados uma causa expressiva de mortalidade,
embora sejam causadores de mais de 12% das incapacitações decorrentes de
doenças (VIDAL et al, 2014). Segundo a OMS, os TMC acometem 30% dos
trabalhadores e serão a principal causa de incapacidade até 2020. Além do mais,
ocupa o terceiro lugar na concessão de auxílio-doença por incapacidade no Brasil
(LEÃO; GOMEZ, 2014), inclusive como as formas mais graves de estresse,
representada pelo burnout.

2.3.2 Síndrome de burnout

O burnout é definido como a síndrome do esgotamento profissional, uma


reação negativa associada ao estresse crônico vivido no trabalho, acarretando na
exaustão emocional desse trabalhador. Como mecanismo de defesa, o indivíduo
passa a tratar as pessoas com frieza, cinismo e desprezo, que por sua vez, diminui a
realização pessoal (CASTRO; ZANELLI, 2007).
26

A variável chave da SB seria a exaustão emocional, pois, é a variável


dependente para o desenvolvimento das outras dimensões, a despersonalização e a
baixa realização pessoal (CASTRO; ZANELLI, 2007).
A exaustão emocional é caracterizada por sensação de falta de energia e
esgotamento, compreendendo desde sentimentos de desesperança, tristeza,
irritabilidade até sintomas físicos como fraqueza, cefaleias, náuseas, distúrbios
musculoesqueléticos e do sono; despersonalização é caracterizada por atitudes de
distanciamento, desinteresse e alienação em relação aos grupos sociais e de
trabalho; e a diminuição da realização pessoal no trabalho, caracterizada por
sensação de baixa produtividade, tornando o indivíduo infeliz e insatisfeito com seu
desenvolvimento profissional (DIAS et al, 2016).
A SB foi incluída na 1ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças
(CID-11) como um fenômeno ocupacional. Não sendo classificada como uma
condição de saúde ou doença, mas sim como um fator que influencia o estado de
saúde ou o contato com os serviços de saúde. A definição da SB pela CID-11 é
conceituada como resultante do estresse crônico, no local de trabalho, que não foi
gerenciado com sucesso. É caracterizada por três dimensões: sentimentos de
exaustão ou esgotamento de energia; aumento do distanciamento mental do próprio
trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio
trabalho; e redução da eficácia profissional (OMS, 2019).
Dentre as categorias profissionais, os que prestam serviços diretamente ao
público, como professores e profissionais de saúde estão entre os mais suscetíveis
para o desenvolvimento de burnout. Devido a serem profissões alvo de inúmeros
estressores psicossociais presentes no seu contexto de trabalho, como a falta de
motivação, desamparo, desesperança, passividade, alienação, depressão, fadiga e
estresse (DIAS et al, 2016, RIBEIRO et al, 2017).
27

3 MATERIAL E MÉTODO

A pesquisa foi desenvolvida por meio do método quantitativo onde, segundo


Costa (2001), o pesquisador trabalha a partir de parâmetros que são características
populacionais, por meio das quais se podem examinar hipóteses de caráter
particular. A pesquisa quantitativa é metrificante e busca estabelecer relações de
causa efeito, utilizando análise estatística para o tratamento dos dados. Optou-se
por esta abordagem na tentativa de estabelecer uma relação direta entre condições
de saúde e qualidade de vida com as consequências do estresse como TMC e SB
entre os profissionais.
A pesquisa se deu por meio de estudo epidemiológico de desenho seccional.
Os estudos seccionais possuem característica descritiva, apesar de realizar
comparações entre grupos em virtude da busca da associação estatística, aplicando
de modelos de regressão logística. Entende-se que o aprofundamento conduzirá a
análise mais apurada entre e exposição e desfecho.
Estudos seccionais têm sido utilizados para investigar uma gama de
problemas em saúde pública. De modo geral, a aplicação mais comum do estudo
desse tipo está ligada à necessidade de conhecer de que maneira se distribuem
uma ou mais características individuais, ou coletivas em determinada população
(KLEIN; BLOCH, 2006).
A coleta de dados ocorreu durante o segundo semestre de 2018, no menor
tempo possível, pois a lógica da análise desses dados ignora essa faixa temporal,
dessa forma são analisados o primeiro e último depoimento como coletados em um
mesmo instante.
A tipologia do estudo permite uma visão geral do que aconteceu na população
em determinado momento, considerando-se os expostos e não expostos ao estresse
e as consequências deste (figura 3).
28

Participantes

Amostra*

Estresse (+) Estresse (-) Estresse (-) Estresse (+)


TMC (-) TMC (+) TMC (-) TMC (+)

* No caso deste estudo foi considerado censo, devido à quase totalidade dos participantes estarem inclusos.

Fig. 3: Esquema amostral de um estudo transversal.


Fonte: Elaboração própria – a autora (MONNERAT, 2019).

3.1 LOCAL E PARTICIPANTES DA PESQUISA


Os participantes são os docentes (professores e pedagogos) e pessoal de
apoio (administrativo, segurança, cozinha e demais funcionários) do Colégio
Universitário Geraldo Reis (Coluni). O Colégio Universitário nasceu de um convênio
da Universidade Federal Fluminense (UFF), assinado em 2006, com o Governo do
Estado do Rio de Janeiro. O Coluni é uma unidade acadêmica vinculada à Pró-
Reitoria de Graduação (Prograd) e destina-se ao atendimento da demanda de
educação infantil e de educação básica na UFF, com turmas do 1º ano do ensino
fundamental a 3ª série do ensino médio, onde atende 395 alunos (UFF, 2019).
O total de participantes deste estudo foi de 106 trabalhadores da educação,
sendo a população composta por 108 funcionários. Os critérios de inclusão foram:
indivíduos adultos de 18 a 65 anos, de ambos os sexos, professores do Coluni de
todos os turnos de trabalho. E como de exclusão, profissionais recém-chegados com
menos de três meses de trabalho. Com isso, considera-se um censo, pois a grande
maioria está incluída no grupo de participantes.

3.2 ABORDAGEM AOS PARTICIPANTES


No primeiro contato, foram discutidos junto à direção do Coluni os propósitos
da pesquisa. Para a abordagem dos sujeitos, foram explicados os propósitos da
pesquisa e apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice
8.1). Cada participante preencheu o documento, pois em se tratando de pesquisa
envolvendo seres humanos o Conselho Nacional de Saúde (Resolução CNS 466/12,
29

de 12 de dezembro de 2012) exige que o sujeito integrante do grupo a ser


pesquisado conheça o estudo e dê consentimento às regras do mesmo.
Em seguida, foi iniciada a entrevista com base no roteiro e posteriormente a
mensuração da pressão arterial, peso, altura, índice cintura-quadril, perímetro
abdominal, porcentagem de gordura sob certos critérios.

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS


O instrumento utilizado na coleta de dados foi o questionário elaborado pelos
pesquisadores junto ao coordenador do projeto Qualidade de vida e bem estar dos
trabalhadores de colégio universitário. O questionário é estruturado com perguntas
abertas e fechadas e dados clínicos (pressão arterial, glicemia, IMC, percentual de
gordura, peso, altura, perímetro abdominal) (Apêndice 8.2). Os pesquisadores
estiveram junto ao profissional sujeito da pesquisa para esclarecimentos de forma
imparcial, fornecendo apenas informações básicas sobre o preenchimento. Exceto
em relação aos dados clínicos que o pesquisador precisou aferir e preencher.

3.3.1 Descrição do instrumento


O instrumento de coleta de dados conteve seções organizadas por assunto,
essas seções foram separadas por características sociodemográficas, laborais e de
saúde.
Os aspectos estudados relacionados às características sociodemográficas
foram: sexo; renda per capita por salário mínimo; estratos da variável cor da pele
autorreferida, baseado na classificação proposta pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE, 2018); escolaridade; estado civil e filhos.
Em relação ao aspecto laboral, foram estudadas as variáveis: categoria
profissional; tipo de vínculo empregatício; horário de trabalho; carga horária
semanal; número de empregos; setor de trabalho e tempo de atuação no setor.
Os aspectos de saúde, estudados foram: consumo de álcool e cigarro;
exercícios físicos; alimentação; pressão arterial; glicemia; IMC; perímetro abdominal
e percentual de gordura corporal, os quais são descritos no item 3.4 (Anexo 9.1).
O instrumento também contém algumas escalas adaptadas e validadas, como
a Job Stress Scale (JSS) para avaliar o estresse ocupacional, a Maslach Burnout
Inventory (MBI) para aferição das dimensões da SB e a versão reduzida do Self
Reporting Questionnaire (SRQ-20) para mensurar o nível de suspeição de TMC.
30

3.3.1.1 Job Stress Scale


No presente estudo, foi utilizada a escala adaptada para o português,
baseada na versão resumida da Job Stress Scale (JSS), originalmente elaborada
em inglês (ALVES et. al, 2004). A versão reduzida foi criada por Töres Theorell,
pesquisador sueco, em 1988. Essa versão possui dezessete questões, cinco para
avaliar a demanda psicológica no trabalho e seis para avaliar o grau de controle no
trabalho e seis para o apoio social (THEORELL; PERSKI; AKERSTEDT, 1988)
(Apêndice 8.2). O estudo não pretendeu avaliar o grau de apoio social, por entender
essa variável como subjetiva e modificadora de efeito.
O Modelo Demanda-Controle tem sido amplamente aplicado em pesquisas
em países como Suécia, Dinamarca, Suíça e Inglaterra, Estados Unidos, Canadá,
México e no Japão (ALVES et al, 2004).
Em relação à dimensão controle, quatro questões avaliam o discernimento
intelectual e duas a autonomia para tomada de decisões no trabalho (ALVES et al,
2004).
A dimensão demanda foi obtida com base em cinco questões propostas por
Theorell, Perski e Akersted (1988) descritas a seguir:

1 Com que frequência você tem que fazer suas tarefas de trabalho com muita
rapidez?
2 Com que frequência você tem que trabalhar intensamente (isto é, produzir muito
em pouco tempo)?
3 Seu trabalho exige demais de você?
4 Você tem tempo suficiente para cumprir todas as tarefas de seu trabalho?
(questão reversa)
5 O seu trabalho costuma apresentar exigências contraditórias ou discordantes?

Cada questão recebeu a pontuação referente às opções: sempre (1 ponto); às


vezes (2 pontos); raramente (3 pontos) e nunca (4 pontos). Das cinco questões
relativas à demanda psicológica, somente a questão de número 4 possui direção
reversa, neste caso: sempre = 4 pontos; às vezes = 3 pontos; raramente = 2 pontos,
e nunca = 1 ponto.
31

Os escores serão obtidos por meio da soma dos pontos atribuídos a cada
uma das perguntas. De acordo com estas questões, o escore para demanda varia
de 5 a 20 pontos, segundo o modelo de avaliação de estresse no trabalho adotado
nesta investigação.
A dimensão controle sobre o trabalho foi obtida a partir de escala, com base
em seis questões propostas. As duas últimas dizem respeito à autonomia para
tomada de decisões:

1 Você tem possibilidade de aprender coisas novas em seu trabalho?


2 Seu trabalho exige muita habilidade ou conhecimentos especializados?
3 Seu trabalho exige que você tome iniciativas?
4 No seu trabalho, você tem que repetir muitas vezes as mesmas tarefas? (questão
reversa)
5 Você pode escolher COMO fazer o seu trabalho?
6 Você pode escolher O QUE fazer no seu trabalho?

Cada questão recebeu pontuação referente em escala crescente de 1 a 4,


assim como na orientação para a construção da variável demanda psicológica. Esta
dimensão, como a anterior, apresentou uma questão com direção reversa (número
4).
Os escores da dimensão controle foram obtidos, por meio da soma dos
pontos atribuídos a cada uma das seis perguntas. De acordo com estas questões,
segundo o modelo adotado, o escore para controle pode variar de 6 a 24. Foi
construído escore do grau de controle sobre o trabalho do profissional apresentado
neste estudo.
A fim de verificar a distribuição das respostas que compõem a escala de
avaliação de estresse, foi considerada como resposta positiva os itens: sempre; às
vezes e raramente; e como resposta negativa a opção nunca.
Para a definição dos quadrantes de exposição ao estresse no trabalho,
baseado nas dimensões demanda e controle, utilizou-se a mediana encontrada nos
escores das dimensões investigadas.
No caso da dimensão demanda, definiu-se como menor demanda escores até
a média encontrada e maior demanda escores acima da média. O mesmo
procedimento foi adotado para a dimensão controle.
32

Para composição dos grupos do modelo demanda-controle, as variáveis


demanda psicológica e controle sobre o trabalho, e respectivos graus dicotomizados
(alto e baixo) foram combinados, de forma a construírem os quadrantes do modelo
bidimensional, onde:

1. Alta exigência = combinação de alta demanda e baixo controle;


2. Trabalho ativo = combinação de alta demanda e alto controle;
3. Baixa exigência = combinação de baixa demanda e alto controle;
4. Trabalho passivo = combinação de baixa demanda e baixo controle

Para a distinção entre o nível da dimensão demanda e controle, foram


utilizadas as dimensões baixa, média e alta.
O alpha de Cronbach foi calculado para medir a confiabilidade (consistência
interna), para avaliar a magnitude em que os itens da JSS estão correlacionados, o
valor encontrado foi de 0,680 para dimensão demanda e de 0,659 para dimensão
controle.
3.3.1.2 Maslach Burnout Inventory
O Maslach Burnout Inventory (MBI) é utilizado especificamente para avaliação
da SB. Esse inventário avalia índices de burnout, de acordo com os escores de cada
dimensão, sendo que altos escores em exaustão emocional e despersonalização e
baixos escores em realização profissional indicam alto nível de burnout
(CARLOTTO; CÂMARA, 2004) (Apêndice 8.2).
O inventário contém 22 questões para aferição das dimensões da SB
(MASLACH; JACKSON, 1981), sendo que as questões de 1 a 9 avaliam a exaustão
emocional do trabalhador, as questões de 10 a 17 avaliam a realização profissional
e as questões de 18 a 22 avaliam a despersonalização. O MBI foi criado por
Christine Maslach, psicóloga e professora universitária na Califórnia - EUA, e
validado no Brasil, no ano de 2001 (JODAS; HADDAD, 2009).
A pontuação varia de 0 a 5, onde (0) nunca, (1) poucas vezes, (2) poucas
vezes ao mês, (3) uma vez por semana, (4) poucas vezes por semana e (5) sempre.
A pontuação foi obtida pela soma dos valores em cada subescala (EE, DP, e RP).
Foram utilizados pontos de corte, como mostra a tabela abaixo (BENEVIDES-
PEREIRA, 2002):
33

Tabela 1: Pontos de corte das dimensões da SB


DIMENSÕES Alta Média Baixa
Exaustão emocional (EE) ≥27 19-26 <19
Despersonalização (DP) ≥10 06-09 <06
Realização profissional (RP) ≤33 34-39 ≥40

Fonte: Benevides-Pereira (2002).

Na literatura, nota-se ausência de consenso científico sobre o diagnóstico da


SB. Três autores trazem formas diferenciadas de diagnósticos para a suspeição
desta síndrome.
Para Grunfeld e cols. (2000) apenas uma das dimensões da SB alterada é
suficiente para a suspeição; para Golembiewski, Munzenrider e Carter (1983) basta
o grau elevado de DP para suspeição da síndrome; e para Ramirez e cols. (1996)
são considerados suspeitos aqueles que pontuam grau elevado nas dimensões EE e
DP, e baixo em RP.
Nesse estudo, a consistência interna da MBI, medida pelo alpha de Cronbach
foi de 0,724.

3.3.1.3 Self Reporting Questionnaire


A variável dependente TMC foi avaliada de acordo com vinte questões
fechadas que correspondem à versão reduzida do SRQ, criado com a finalidade
identificar casos suspeitos de TMC em populações. O instrumento foi desenvolvido
por Harding e cols. (1980). Inicialmente, o questionário contava com vinte e quatro
questões, sendo as vinte primeiras destinadas à avaliação de transtornos não
psicóticos e, as quatro seguintes, para psicóticos. Originalmente, este instrumento
foi desenvolvido para identificar transtornos psíquicos comuns em serviços de
atendimento primário de países em desenvolvimento (Apêndice 8.2).
O instrumento, em sua versão reduzida, possui 20 questões validadas pela
Organização Mundial de Saúde, em 1983. Estudo inicial, envolvendo TMC no Brasil,
foi realizado em 1986 por Mari e Williams, em três unidades de saúde na cidade de
São Paulo (Centros de Saúde da Ladeira Rosa e Bom Retiro, em Barra Funda, e no
Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo) (MARI; WILLIAMS, 1986).
De acordo com os escores do instrumento, podem ser definidos como os
sujeitos não suspeitos aqueles que apresentam escore igual ou menor a cinco
34

respostas positivas, e suspeitos aqueles com escore igual ou acima de seis. Na


validação do instrumento, foi recomendado o ponto de corte como cinco respostas
positivas para homens e sete para mulheres. O SRQ foi validado por Mari e Williams
(1986), e Ludermir e Lewis (2003) com sensibilidade e especificidade em torno de
80%. Porto e cols. (2006) realizaram, recentemente, pesquisa com professores de
escolas municipais e particulares de Vitória da Conquista, Bahia, e utilizaram como
ponto de corte oito, ou mais respostas positivas.
No presente estudo, foi adotado o ponto de corte sete para suspeição de
TMC, baseado em pesquisas anteriores que utilizaram valores estipulados na
validação do instrumento (ARAÚJO, 1999, ARAÚJO et al, 2003, SILVA, 2007). Com
isso, foram considerados suspeitos os profissionais com escore maior ou igual a
sete. Quanto à consistência interna do SRQ-20, medida pelo alpha de Cronbach foi
de 0,804.

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS

3.4.1 Tratamento das covariáveis e medidas de associação


As covariáveis contínuas foram apresentadas, segundo suas frequências
médias (com o respectivo desvio padrão) e as variáveis categóricas, segundo seus
valores absolutos e proporções.
Inicialmente, foi realizada a análise univariada que permitiu descrever as
características sociodemográficas, laborais e de saúde da população estudada. Para
a análise bivariada, a variável idade foi analisada, segundo a média encontrada para
população e em dois estratos (acima da média e abaixo da média encontrada).
A escolaridade informada foi agrupada em três categorias para análise
univariada: ensino fundamental completo; ensino médio completo; e ensino superior
completo ou mais. Na análise bivariada, a variável foi analisada segundo a média
encontrada e reagrupadas em dois estratos: acima da média e abaixo da média.
A renda foi analisada de acordo com os valores per capita, em salários
mínimos da época em que foi realizada a coleta de dados (R$ 937,00). Essa variável
também foi avaliada, segundo a média encontrada para cada grupo.
Para análise da situação conjugal, foram consideradas duas categorias: a dos
casados e a dos solteiros; divorciados; separados ou viúvos; denominadas neste
estudo como: com companheiro (a); e sem companheiro (a), respectivamente.
35

O tempo no exercido na função foi analisado como variável contínua, sendo


observado o comportamento dos dados pelo tempo médio na função para cada
grupo.
Na análise estratificada, as variáveis: idade; escolaridade; renda per capita
familiar tempo no setor; grau de esforço físico e carga horária foram reagrupadas em
estratos definidos pela média. Outras variáveis como categoria profissional,
escolaridade, e número de empregos foram reagrupadas em dois estratos.
Os valores de referência para atribuir o risco à pressão arterial alterada foram
acima de 120/80 mmHg, pois como aponta a Sociedade Brasileira de Cardiologia,
valores maiores que este são considerados como pré-hipertensão, o que representa
risco (MALACHIAS et al, 2016).
O IMC foi analisado de acordo com a classificação definida pela OMS, para
indivíduos adultos. Foi considerado os seguintes parâmetros: < 18,5 (baixo peso); ≥
18,5 e < 25 (peso adequado); ≥ 25 e < 30 (sobrepeso); ≥ 30 (obesidade) (BRASIL,
2019).
Para a análise do perímetro abdominal, foi considerado os valores acima de
94 cm em homens e 80 cm em mulheres, pois como aponta a Federação
Internacional de Diabetes, são valores que caracterizam risco cardiovascular
aumentado (ABESO, 2016).
O percentual de gordura corporal foi analisado por meio dos pontos de corte
propostos pela secretaria de estado da saúde de São Paulo, sendo considerado
saudável para homens valores <20% e para mulheres <25% e acima desses valores
são classificados como sobrepeso e obesidade (SECRETARIA DE ESTADO DA
SAÚDE, 2019).
Em relação aos valores de análise de risco para a glicemia capilar, foi
considerado que o sujeito da pesquisa que apresentasse os valores de glicemia pós-
prandial acima de 140 mg/dL apresentava risco de desenvolver pré-diabetes e DM
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019).
O teste qui-quadrado (x2) foi utilizado para verificar diferenças entre os grupos
analisados, durante a análise bivariada. Foi considerado, na avaliação da
significância, o valor p≤ 0,05.
Com a finalidade de identificar possíveis variáveis de confundimento, foram
observados os resultados dos testes de qui-quadrado (x2), durante as análises
bivariadas e estratificadas. Foram consideradas como potenciais confundidoras as
36

covariáveis que apresentaram significância estatística com a exposição e desfecho


investigados, nesse caso, foi considerado o valor de p ≤0,25. De acordo com
Hosmer e Lemeshow (1989), o uso de níveis mais tradicionais (p≤0,05), muitas
vezes, exclui variáveis reconhecidamente importantes.
Em etapa posterior, foi analisada associação de cada variável de
confundimento com a exposição e o desfecho, por meio de modelo de regressão
logística múltipla binária.

3.4.2 Análise da associação entre estresse e TMC


Após a realização da análise descritiva das características da população de
profissionais, foram iniciadas as análises bivariadas e estratificadas com objetivo de
avaliar a associação entre as variáveis e a ocorrência de TMC.
Para cada estrato, foram apresentadas proporções e medidas de associação,
razão de prevalências (RP), com os respectivos intervalos de confiança (IC-95%).
Para avaliação da associação entre a exposição e desfecho, no caso da
dimensão demanda será utilizada como de referência o grupo que apresentar menor
escore de demanda (baixa demanda). No caso da dimensão controle, a categoria de
referência será a de maior escore (alto controle). Para o estudo das categorias de
estresse no trabalho, a dimensão baixa exigência será considerada como referência,
segundo a escala JSS (THEORELL; PERSKI; AKERSTED, 1988, KARASEK, 1979).
Cada etapa do processo de análise dos dados foi realizada, utilizando o
programa Statistical Package for the Social Sciences versão 21(SPSS®), conforme
esquema exposto na figura 4.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS


No primeiro contato, foram explicados os propósitos da pesquisa e
apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido. Cada participante
preencheu o documento, pois como se tratava de pesquisa envolvendo seres
humanos o Conselho Nacional de Saúde exige que o sujeito integrante do grupo a
ser pesquisado conheça o estudo e dê consentimento às regras do mesmo. Em
seguida, foi iniciada a entrevista com base no roteiro, e posteriormente a
mensuração da pressão arterial, glicemia capilar e medidas antropométricas.
Quanto à confidencialidade na pesquisa, ressalta-se que os dados do
formulário não tinham vínculo com o termo de consentimento, este assinado à parte
37

para que não tenha conhecimento da autoria das declarações, isso garante a
confidencialidade do participante do estudo.
Foi notado que os benefícios para o corpo acadêmico e para o grupo de
pesquisadores são bem maiores do que os possíveis riscos para os trabalhadores,
que consistiriam na possibilidade atrapalhar sua jornada, retirando-os de posto de
trabalho, por um breve período de tempo.
A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital
Universitário Antônio Pedro, sob o número 2.324.524, atendendo a resolução
422/2012, aprovado, em outubro de 2017 (Anexo 9.2).
38

ESTUDO DESCRITIVO
EPIDEMIOLÓGICO SECCIONAL

108 TRABALHADORES
-2 Trabalhadores (Licença
Maternidade)

CENSO (1,85%)
106 TRABALHADORES (98,15%)

QUESTIONÁRIO AUTOAPLICADO
COM AJUDA DE PESQUISADORES TREINADOS

VARIÁVEIS

Sociodemográficas Laborais Saúde

Sexo Categoria profissional Pressão arterial SBC <=120/80 mm Hg

Federação Internacional de
Idade – pela média Perímetro abdominal
Vínculo empregatício Diabetes <94cm H e <80cm M

Cor da pele – Tempo na instituição – IMC OMS < 25

autorreferido IBGE pela média

Glicemia SBD <99


Carga horária semanal
Estado civil c/ ou s/ comp – pela média
Gordura corporal Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo <20% H e <25% M
Filhos
Pensar no trabalho
durante as folgas Atividade física

Renda familiar p/ SM
Job stress scale
(exposição)
Escolaridade Maslach Burnout Inventory (SB) Três critérios

Formação de
Self Reporting Questionnaire (TMC) Suspeito 7
quadrantes (mediana) (desfecho)

Análise univariada

Análise bivariada
Qui-quadrado de Person

Análise multivariada

Modelos de regressão

RP com IC95% e X2

Fig. 4: Fluxograma explicativo do método e critérios envolvidos, 2019.


Fonte: Elaboração própria – a autora (MONNERAT, 2019).
39

4 RESULTADOS

Participaram da pesquisa 106 trabalhadores do Colégio Universitário Geraldo


Reis. Entre os trabalhadores 64 se declararam brancos (60,4%); em relação ao
sexo, 79 eram mulheres (74,5%); a média de idade encontrada foi de 38 anos
(DP±12,4), com 47 acima (44,3%); no quesito escolaridade, 57 cursaram até o
ensino superior completo (53,8%); quanto ao estado civil, 54 viviam sem
companheiro (a) (50,9%); 54 não possuíam filhos (as) (50,9%); a renda média per
capita foi entre 4 e 5 salários mínimos.
Quanto à categoria profissional, 54 (50,9%) professores e 52 (49,1%) apoio; a
maioria possuía um vínculo empregatício (80,2%), faziam parte do quadro
permanente da instituição (58,5%), trabalhavam em turno integral (84,9%), a média
de tempo no setor aferida foi de quatro anos (DP±5,7), com 74 (69,8%) profissionais
abaixo dessa média; quanto ao tempo na instituição, a média foi de cinco anos
(DP±7,8), com 80 (75,5%) funcionários com tempo inferior a essa faixa; a carga
horária semanal média encontrada foi de 33h (DP±0,5%), com 63 (59,4%) sujeitos
acima desse valor. A maioria dos trabalhadores 78 (73,6%) referiu pensar no
trabalho durante as folgas.
Sobre os hábitos de vida, 98 (92,5%) dos funcionários relataram não fumar;
quanto ao consumo de bebida alcoólica 44 (41,5%) declararam consumir; 54
(50,9%) dos trabalhadores não praticam exercício físico. Quanto à alimentação 56
(52,8%) consomem uma a três vezes na semana frituras, 38 (35,8%) uma a três
vezes na semana produtos industrializados, 54 (50,9%) diariamente frutas, e 60
(56,6%) consomem verduras diariamente.
Entre os funcionários 20 (18,9%) apresentaram pressão arterial alterada, 14
(13,2%) a glicemia alterada, 84 (79,2%) o percentual de gordura corporal elevado, e
de acordo com o perímetro abdominal, 42 (39,6%) apresentaram risco substancial,
27 (25,5%) risco, enquanto que somente 37 (34,9%) apresentaram perímetro ideal.
De acordo com a classificação de índice de massa corporal (IMC) 66 (62,3%)
trabalhadores apresentam sobrepeso/obesidade.
Sobre o estresse autorreferido, 65 profissionais (61,3%) relataram ser um
pouco estressado. Quanto a dimensão demanda e controle no trabalho, 53 (50%)
dos trabalhadores apresentaram demanda alta e 63 (59,4%) controle alto. Ao
realizar a análise desses fatores (Figura 5), foi observado que 53 (50%) dos
40

profissionais apresentaram alta demanda psicológica associada a alto controle, que


segundo a JSS equivale a trabalho ativo. O quadrante trabalho passivo alocou 41
(38,7%), enquanto que o quadrante de baixa exigência no trabalho apresentou 12
(11,3%) dos trabalhadores. Na análise dos quadrantes de exposição ao estresse no
trabalho, nenhum trabalhador apresentou alta exigência, que é a combinação de alta
demanda e baixo controle.

Demanda
Baixa Alta

Alto 11,3% 50%


Controle

Baixa Trabalho
Exigência ativo

Baixo 38,7% 0%
Trabalho Alta
passivo exigência

Fig. 5: Análise dos quadrantes de exposição ao estresse.


Fonte: Elaboração própria – a autora (MONNERAT, 2019).

Quanto às dimensões da SB, a maioria dos trabalhadores apresentaram baixa


despersonalização 77 (72,6%), 83 (78,3%) apresentaram baixa exaustão emocional
e 61 (57,5%) apresentaram alta realização profissional. Considerando-se os pontos
de cortes estabelecidos como suspeitos para cada dimensão: 23 (21,7%)
apresentaram exaustão emocional alterada; 29 (27,4%) despersonalização alterada;
e 45 (42,5%) realização profissional alterada. Na análise de suspeição da SB, 31
(29,2%) dos profissionais apresentaram SB segundo Ramirez, 104 (98,1%) SB,
segundo Grunfeld, e 29 (27,4%) SB, segundo Golembiewski.
A tabela a seguir demonstra a análise bivariada realizada para calcular o nível
de significância estatística entre a variável de estresse com as variáveis de aspecto
sociodemográficos, laborais e de saúde. A variável de estresse foi dividida em
quadrantes de exposição ao estresse no trabalho, baseado nas dimensões demanda
e controle. Observou-se associação entre a variável situação conjugal (p=0,040),
possuir mais de um vínculo empregatício (p=0,047), uma dimensão da síndrome de
burnout, a exaustão emocional (p=0,002), e SB segundo Ramirez (p=0,006).
41

Tabela 2: distribuição do estresse, de acordo com variáveis sociodemográficas,


laborais e de saúde entre trabalhadores de colégio universitário, Niterói (2018).
TRABALHO TRABALHO BAIXA
VARIÁVEIS
PASSIVO ATIVO EXIGÊNCIA
N % N % N %
SOCIODEMOGRÁFICAS
Idade p=0,391
Até 38 anos 20 33,8 33 55,9 06 10,2
Acima de 38 anos 21 44,7 20 42,5 06 12,8
Sexo p=0,802
Feminino 31 39,2 40 50,6 08 10,1
Masculino 10 37,0 13 48,1 04 14,8
Filhos p=0,721
Não 19 35,2 29 53,7 06 11,1
Sim 22 42,3 24 46,1 06 11,5
Cor da pele p=0,430
Preta 08 42,1 08 42,1 03 15,8
Mestiça 12 52,2 10 43,5 01 04,3
Branca 21 32,8 35 54,7 08 12,5
Situação conjugal p=0,040
Com companheiro 19 36,5 23 44,2 10 19,2
Sem companheiro 22 40,7 30 55,5 02 03,7
Renda familiar p=0,823
Até 5 SM 22 41,5 25 47,2 06 11,3
Acima de 5 SM 19 35,8 28 52,8 06 11,3
Escolaridade p=0,603
Até o ensino sup. incompleto 06 30,0 12 60,0 02 10,0
Acima do ensino sup. incompleto 35 40,7 41 47,7 10 11,6
VARIÁVEIS LABORAIS

Categoria profissional p=0,487


Professor 19 35,2 30 55,5 05 09,2
Apoio 22 42,3 23 44,2 07 13,5
Tipo de vínculo p=0,656
Temporário 15 34,1 23 52,3 06 13,6
Permanente 26 41,9 30 48,4 06 09,7
Possui outro emprego p=0,047
Não 28 32,9 46 54,1 11 12,9
Sim 13 61,9 07 33,3 01 04,7
Tempo na instituição p=0,292
Até 5 anos 33 41,2 40 50,0 07 08,7
Acima de 5 anos 8 30,7 13 50,0 05 19,2
Tempo no setor p=0,092
Até 4 anos 24 32,4 42 56,7 08 10,8
Acima de 4 anos 17 53,1 11 34,4 04 12,5
Carga horária semanal p=0,395
Até 33 horas 15 34,8 21 48,8 07 16,3
Acima de 33 horas 26 41,3 32 50,8 05 07,9
Pensar em abandonar o trabalho p=0,224
Não 23 32,8 38 54,3 09 12,8
Sim, mas não pensa 18 50,0 15 41,6 03 08,3
Pensa no trabalho nas folgas p=0,208
Não 08 28,6 18 64,3 02 07,1
Sim 33 42,3 35 44,9 10 12,8
VARIÁVEIS SAÚDE
Glicemia p=0,184
Normal 34 36,2 50 53,2 10 10,6
Alterada 07 58,3 03 25,0 02 16,6
Pressão arterial p=0,299
Normal 19 32,2 33 55,9 07 11,9
Alterada 22 46,8 20 42,5 05 10,6
42

TRABALHO TRABALHO BAIXA


Continuação... VARIÁVEIS
PASSIVO ATIVO EXIGÊNCIA
N % N % N %
VARIÁVEIS SAÚDE

Consumo de produtos industrializados p=0,551


Não 01 25,0 03 75,0 00 00,0
Sim 40 39,2 50 49,0 12 11,7

Consumo de frutas p=0,199


Não 02 100,0 00 00,0 00 00,0
Sim 39 37,5 53 51,0 12 11,5
Consumo de verduras p=0,199
Não 02 100,0 00 00,0 00 00,0
Sim 39 37,5 53 51,0 12 11,5
Atividade física p=0,254
Não 25 46,3 24 44,4 05 09,2
Sim 16 30,7 29 55,7 07 13,4
Fuma p=0,269
Não 40 40,8 47 47,9 11 11,2
Sim 01 12,5 06 75,0 01 12,5
Consumo de bebida alcoólica p=0,454
Não 25 40,3 32 51,6 05 08,1
Sim 16 36,3 21 47,7 07 15,9
Perímetro abdominal p=0,220
Ideal 14 37,8 18 48,6 05 13,5
Risco 06 22,2 17 62,9 04 14,8
Risco substancial 21 50,0 18 42,8 03 07,1
IMC p=0,258
Ideal 09 28,1 20 62,5 03 09,4
Sobrepeso/Obesidade 21 37,5 28 50,0 07 12,5
Gordura corporal p=0,285
Normal 05 27,7 12 66,6 01 05,5
Alterada 36 40,9 41 46,6 11 12,5
Despersonalização p=0,238
Alta 03 27,3 05 45,4 03 27,3
Média 10 55,5 07 38,8 01 05,5
Baixa 28 36,4 41 53,2 08 10,4
Realização profissional p=0,062
Alta 23 37,7 32 52,4 06 09,8
Média 08 26,6 16 53,3 06 20,0
Baixa 10 66,7 05 33,3 00 0,00
Exaustão emocional p=0,002
Alta 10 83,3 01 08,3 01 08,3
Média 07 63,6 03 27,3 01 09,1
Baixa 24 28,9 49 59,0 10 12,0

Sb segundo Grunfield e cols. p=0,861


Não 01 50,0 01 50,0 00 00,0
Suspeito 40 38,5 52 50,0 12 11,5

Sb segundo Golembiewski e cols. p=0,549


Não 13 44,8 12 41,4 04 13,8
Suspeito 28 36,4 41 53,2 08 10,4

Sb segundo Ramirez e cols. p=0,006


Não 35 46,6 30 40,0 10 13,3
Suspeito 06 19,3 23 74,2 02 06,4

Legenda: N (total de elementos no estrato), % (frequência relativa), SM (salário mínimo), Sb (síndrome de burnout)

Fonte: Elaboração própria – a autora (MONNERAT, 2019).


43

A prevalência de suspeição de TMC entre os trabalhadores foi de 22,6%. A


tabela a seguir demonstra a analise bivariada realizada para calcular o nível de
significância estatística (p<=0,05) entre a variável de TMC com as variáveis de
aspecto sociodemográficos, laborais e de saúde. Observou-se associação entre o
sexo feminino, idade até a média de 38 anos, pensar no trabalho, durante as folgas,
pensar em abandonar o trabalho, sedentarismo, duas dimensões de burnout, a
despersonalização e o esgotamento emocional e SB, segundo Golembiewski.

Tabela 3: Prevalência da suspeição de TMC de acordo com variáveis


sociodemográficas, laborais e de saúde entre trabalhadores de colégio universitário,
Niterói (2018).
VARIÁVEIS N n % Valor de p

SOCIODEMOGRÁFICAS

Idade 0,007*
Até 38 anos 59 19 32,20
Acima de 38 anos 47 05 10,64
Sexo 0,004*
Feminino 79 23 29,11
Masculino 27 01 03,70
Filhos 0,064*
Não 54 16 29,62
Sim 52 08 15,38
Cor da pele 0,377
Preta 19 02 10,53
Mestiça 23 06 26,08
Branca 64 16 25,00
Situação conjugal 0,719
Com Companheiro 52 11 21,15
Sem Companheiro 54 13 24,07
Renda familiar 0,643
Até 5 SM 53 13 24,53
Acima de 5 SM 53 11 20,75
Escolaridade 0,123*
Até o Ensino sup. incompleto 20 07 35,00
Acima do Ensino sup. incompleto 86 17 19,77

VARIÁVEIS LABORAIS

Categoria profissional 0,278*


Professor 54 14 25,93
Apoio 52 10 19,23
Tipo de vínculo 0,057
Temporário 44 14 31,81
Permanente 62 10 16,12
Possui outro emprego 0,454*
Não 85 20 23,53
Sim 21 04 19,05
44

VARIÁVEIS N n % Valor de p
Continuação...
VARIÁVEIS LABORAIS
Tempo na instituição 0,231*
Até 5 anos 80 20 25,00
Acima de 5 anos 26 04 15,38
Tempo no setor 0,360*
Até 4 anos 74 18 24,32
Acima de 4 anos 32 06 18,75
Carga horária semanal 0,123
Até 33 horas 43 13 30,23
Acima de 33 horas 63 11 17,46
Pensar em abandonar o trabalho 0,017
Não 70 11 15,71
Sim mas não pensa mais 36 13 36,11
Pensa no trabalho nas folgas 0,016*
Não 28 02 07,14
Sim 78 22 28,20
VARIÁVEIS SAÚDE

SAÚDE
Glicemia 0,190*
Normal 94 23 24,47
Alterada 12 01 08,33
Pressão arterial 0,159*
Normal 59 16 27,12
Alterada 47 08 17,02
Consumo de produtos industrializados 0,648*
Não 04 01 25,00
Sim 102 23 22,55
Consumo de frutas 0,597*
Não 02 00 00,00
Sim 104 24 23,07
Consumo de verduras 0,597*
Não 02 00 00,00
Sim 104 24 23,07
Atividade física 0,023*
Não 54 17 31,48
Sim 52 07 13,46
Fuma 0,421*
Não 98 23 23,47
Sim 08 01 12,50
Consumo de bebida alcoólica 0,417*
Não 62 15 24,19
Sim 44 09 20,45
Perímetro abdominal 0,252
Ideal 37 10 27,03
Risco 27 03 11,11
Risco Substancial 42 11 26,19
IMC 0,588*
Ideal 40 09 22,50
Sobrepeso/Obesidade 66 15 22,70
Gordura corporal 0,375*
Normal 18 03 16,66
Alterada 88 21 23,86
Controle 0,282*
Dentro da média 63 16 25,40
Acima da média 43 08 18,60
45

VARIÁVEIS N n % Valor de p
Continuação...
VARIÁVEIS SAÚDE
Demanda 0,123*
SAÚDE
Dentro da média 53 15 28,30
Acima da média 53 09 16,98
Despersonalização 0,016
Alta 11 04 36,36
Média 18 08 44,44
Baixa 77 12 15,58
Realização profissional 0,196
Alta 61 17 27,87
Média 30 06 20,00
Baixa 15 01 06,66
Exaustão emocional 0,044
Alta 12 06 50,00
Média 11 03 27,27
Baixa 83 15 18,07
Sb segundo Grunfield e cols. 0,403*
Não 002 01 50,00
Suspeito 104 23 22,11
Sb segundo Golembiewski e cols. 0,005
Não 77 12 15,58
Suspeito 29 12 41,37
Sb segundo Ramirez e cols. 0,097*
Não 75 20 26,66
Suspeito 31 04 12,90

Legenda: N (população total), n (suspeitos), % (prevalência), *(teste de Fisher), Sb (síndrome de burnout)

Fonte: Elaboração própria – a autora (MONNERAT, 2019)

Na análise bivariada (Tabela 4) entre a exposição (estresse) e o desfecho


(TMC), nota-se o destaque do trabalho passivo entre os participantes, embora não
tenha ocorrido associação estatística.

Tabela 4: Prevalência da suspeição de TMC de acordo com a distribuição do


estresse entre trabalhadores de colégio universitário, Niterói (2018).
VARIÁVEIS N n % Valor de p

Quadrantes de exposição ao estresse 0,361*


Trabalho passivo 41 12 29,27
Trabalho ativo 53 09 16,98
Baixa exigência 12 03 25,00

Legenda: N (população total), n (suspeitos), % (prevalência), *(teste de Fisher), SB (síndrome de burnout)

Fonte: Elaboração própria – a autora (MONNERAT, 2019).

Após realização de modelagem de regressão e ajustamento pelas potenciais


variáveis de confundimento, mantiveram-se associadas ao desfecho as seguintes
variáveis descritas na tabela a seguir:
46

Tabela 5: Estimativas do modelo selecionado na análise de regressão logística


sobre TMC entre trabalhadores de colégio universitário, Niterói – RJ, (2018).
VARIÁVEIS RP Valor de p IC95%
SB segundo Ramirez e cols. 3,77 0,046 1,024-13,926
Pensa em abandonar o trabalho 1,49 0,049 1,001-2,238
Sexo feminino 10,03 0,032 1,217-82,686
Idade maior que 38 anos 0,25 0,019 0,078-0,794
Legenda: P (Teste do qui-quadrado de Pearson), RP (Razão de prevalência), IC95% (Intervalo de confiança de 95%)

Fonte: Elaboração própria – a autora (MONNERAT, 2019).

Entre os participantes que apresentavam suspeição para burnout, houve o


risco de cerca de quatro vezes de apresentar TMC (RP=3,776, IC 95%=1,024-13,926),
pensar em abandonar o trabalho apresentou risco de cerca de uma vez e meia de
apresentar TMC (RP=1,49, IC95%=1,001-2,238). O sexo feminino teve maior
destaque com risco de dez vezes mais de apresentar o desfecho (RP=10,03,
IC95%=1,21-82,686). Quanto à idade, os mais velhos, por sua vez, apresentaram
proteção (RP=0,25, IC95%=0,078-0,794).
47

5 DISCUSSÃO

O público predominante do estudo foi do sexo feminino. O grande predomínio


desse gênero é justificado pelo processo histórico, no qual grandes partes das
mulheres deram entrada no mercado de trabalho, por meio do campo da educação.
Inicialmente, a docência era rotulada como continuidade dos trabalhos domésticos
(SILVA; LIMA; SANTANA, 2016).
Com referência ao consumo de bebidas alcoólicas, 44 (41,5%) dos
trabalhadores declararam fazer uso. Outro estudo realizado com docentes foi
constatado que o consumo de álcool por docentes foi de 79,1% (Franco e Monteiro
2016). Número bastante expressivo em relação ao resultado encontrado nesse
estudo. O consumo de álcool eleva a pressão arterial (PA), tanto a curto, quanto em
longo prazo, sendo considerado forte fator para o desenvolvimento da hipertensão
(CORREIA et al, 2017).
Em relação aos hábitos alimentares a maioria afirmou consumir frituras uma a
três vezes por semana, e consumir diariamente frutas e verduras. Considera-se
adequado o consumo de alimentos menos saudáveis o consumo esporádico ou
ausente, e como consumo inadequado o consumo regular (duas ou mais vezes na
semana) (SILVA et al, 2017).
Grande parte dos funcionários apresentou o perímetro abdominal elevado, a
circunferência abdominal é fator de risco cardiovascular, uma vez que a obesidade,
principalmente a abdominal, está associada a alterações metabólicas, como
intolerância à glicose ou diabetes, dislipidemias e hipertensão arterial (REZENDE et
al, 2006).
No presente estudo, foi verificado que a maioria dos entrevistados não
praticava atividade física e possuíam o IMC elevado, sendo a maioria desses
profissionais classificados com sobrepeso/obesidade. Foram encontrados resultados
similares no estudo de Moreira, Santino e Tomaz (2017), onde 60,9% não praticam
atividade física e 65,2% dos docentes apresentaram sobrepeso/obesidade.
A ausência de atividade física é responsável por aproximadamente dois
milhões de mortes no mundo, e anualmente é responsável por 10% a 16% dos
casos de câncer de mama, de cólon e de diabetes e 22% das doenças isquêmicas
do coração. A prática de atividade física proporciona o aumento da qualidade de
vida, atuando na prevenção da hipertensão e redução da pressão arterial e do peso,
48

promovendo o bem-estar e prevenindo o estresse, a ansiedade e a depressão


(CAMPOS; NETO, 2009).
Quando analisado os valores do percentual de gordura corporal, pode-se
constatar que mais da metade (79,2%) dos trabalhadores apresentaram percentual
elevado. O alto nível de gordura corporal está associado a alterações metabólicas
prejudiciais à saúde (FRANÇA et al, 2018).
A atividade física insuficiente, o alto percentual de gordura corporal e o
sobrepeso estão entre os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças
crônicas não transmissíveis (DCNTs). O predomínio desses fatores de risco acaba
afetando a qualidade de vida das pessoas, que por consequência irá interferir na
capacidade de trabalho (SILVA et al, 2017).
Quanto ao grau de estresse autorreferido, a maioria dos profissionais
disseram ser um pouco estressados. O estresse pode afetar o nível de integração do
docente no ambiente de trabalho, podendo evoluir para estresse crônico, que pode
levar a problemas patológicos, como a SB. Essa síndrome pode fazer com que o
trabalhador se afaste parcialmente, ou totalmente de suas funções laborais (GOMES
et al, 2017).
Estudo aponta que a SB entre professores de ensino fundamental e médio é
elevada, variando entre 5% e 45,8%, na dimensão exaustão emocional, 3,0% a
32,0% para despersonalização e 12,4% a 45% para baixa realização pessoal
(SANTOS; SOBRINHO, 2011). Quanto às dimensões da SB, neste estudo, foi
constatado que a dimensão exaustão emocional afeta 21,7% dos trabalhadores, a
despersonalização 27,4% e a realização profissional 42,5%, encontrando-se dentro
da faixa esperada para população, conforme aponta a literatura.
Nesta pesquisa, considerando os critérios idealizados por Ramirez e cols.
(1996), para diagnóstico da SB, a suspeição foi de 29,2%. Estudo realizado em
Diamantina, entre professores de escola estadual, encontrou 33% dos entrevistados
com suspeição para SB, segundo Ramirez (RIBEIRO; BARBOSA; SOARES, 2015).
Andolhe e cols. (2015), constatou 12,54% dos entrevistados com suspeição,
seguindo critérios de Ramirez e cols. (1996). O critério de Ramirez, é muito
específico, pouco sensível e pode deixar de diagnosticar casos suspeitos
(BARBOSA et al, 2017).
O critério de Grunfeld e cols. (2000), é mais sensível, pois o trabalhador só
precisa de uma alteração em alguma das dimensões da SB para se tornar suspeito
49

(BARBOSA et al, 2017). No presente estudo, a prevalência foi de 98,1%. Em estudo


realizado com professores de uma escola estadual em Niterói, a prevalência de SB
segundo o critério de Grunfeld foi de 63,5% (SILVA et al, 2018). Pesquisa de
Gonçalves e cols. (2011), realizada com professores encontrou prevalência de 50%
de SB.
A exposição ao estresse no ambiente de trabalho, também pode levar ao
desenvolvimento de TMC, que oferecem potenciais danos à saúde, principalmente
sofrimento mental. A presença de sintomas de TMC pode causar incapacidades
funcionais, absenteísmo e prejuízo na qualidade de vida (MURCHO; PACHECO;
JESUS, 2016, PARREIRA et al, 2017).
Pode-se observar que a maioria dos trabalhadores neste estudo possuía alta
demanda psicológica, enquanto que o controle também era alto (trabalho ativo). O
cargo de docente geralmente está relacionado à demanda de trabalho elevada, essa
demanda é tida como as exigências do trabalho que ocorrem em âmbito da natureza
psicológica, de tempo, de velocidade, de produtividade e conflitos por cobranças
(PRADO et al, 2017, MOURA et al, 2018). Portanto, possuem trabalho que exige
muito do seu psicológico, mas ao mesmo tempo os trabalhadores têm controle sobre
o seu processo de trabalho.
A alta demanda psicológica acaba sendo um fator de grande peso nos
transtornos mentais. Em estudo realizado com trabalhadores da zona urbana da
Bahia, o trabalho de alta demanda psicológica teve associação com TMC (FARIAS;
ARAUJO, 2011).
Na análise dos quadrantes de exposição ao estresse no trabalho, nenhum
trabalhador apresentou alta exigência (AE) (alta demanda psicológica e baixo
controle sobre o processo de trabalho). Como aponta a literatura, a AE, é
considerado o mais nocivo à saúde, uma vez que representa alto desgaste. A AE
vem sendo identificada, como fator de risco para TMC, e outros desfechos de ordem
mental. Quando comparado a outros estudos, realizados com professores, os
números são superiores, aos encontrados neste estudo. Em um deles, realizados
com docentes, a prevalência de AE entre docentes da rede pública foi de 11,25% e
da rede pública e privada 15,7% (FEIJÓ et al, 2017). No estudo de Pereira e cols.
(2014) com professores da educação básica, a prevalência de AE foi de 29%.
No presente estudo, constatou-se associação do trabalho ativo com a
situação conjugal sem companheiro. Esse resultado difere de outros estudos, onde
50

essa variável esteve mais associada com o fato do trabalhador ter companheiro
(MATTOS; ARAÚJO; ALMEIDA, 2017, PETARLI et al, 2015, ARAÚJO et al, 2003). O
trabalho ativo é quando o trabalhador possui alto controle e decisão no trabalho, e
alta demanda psicológica, no ambiente laboral.
A SB segundo Ramirez, é quando todas as dimensões da SB estão alteradas.
(RAMIREZ et al, 1996). Essa variável obteve associação com o trabalho ativo. O
resultado sugere que por mais que o trabalhador tenha alto controle sobre o seu
trabalho, a alta demanda psicológica, pode ser um fator relevante e prejudicial para
a saúde mental desse indivíduo. Na literatura a SB esteve mais associada com o
trabalho de alta exigência (SANTOS; PASSOS, 2010, TIRONI et al, 2009).
Estudos mostram que a sobrecarga gerada pelo duplo vínculo empregatício,
se associa com fatores que podem ser prejudiciais à saúde, exemplo são as
doenças profissionais, como a SB, que podem ser potencializadas em trabalhadores
que possuem empregos simultâneos (FERNANDES et al, 2013). Além disso, pode
afetar o comprometimento das atividades laborais, devido à exaustão física e mental
que trabalhar em mais de um local pode acarretar (TRINDADE; LAUTERT, 2010).
Esses funcionários tendem a se sentirem saturados e exaustos, e
consequentemente contribui para o desenvolvimento do trabalho passivo, que
compromete o rendimento do trabalhador, podendo resultar na desmotivação e
baixa autoestima, que favorece o absenteísmo no ambiente de trabalho
(PETERSEN; MARZIALE, 2017).
Verificou-se no presente estudo associação entre a alta exaustão emocional
(dimensão da SB) e trabalho passivo. A alta exaustão emocional está relacionada ao
sentimento de esgotamento tanto físico, quanto mental, que ocasiona no trabalhador
o sentimento de não possuir energia, para qualquer tipo de atividade. O trabalho
passivo possui baixa demanda e baixo controle fatores relacionados à monotonia e
baixa produtividade. Porém, esse resultado vai de encontro com a literatura, que
aponta a associação da alta exaustão emocional com o trabalho de alta exigência e
trabalho ativo, devido a ambos apresentarem demanda psicológica elevada. Muitos
autores apoiam a ideia de que a alta demanda predispõe reações de estresse, como
a exaustão emocional (REIS et al, 2006, COELHO et al, 2018).
A prevalência de TMC neste estudo foi de 22,6%. O percentual foi razoável,
quando comparado a resultados de outros estudos. Em estudo realizado com
professores da rede pública em Pernambuco, a prevalência de TMC foi de 37,1%
51

(LIMA; COÊLHO; CEBALLOS, 2017). Em outro estudo, realizado com professores


da rede básica municipal de São Paulo a prevalência de TMC foi de 36%
(CARRARO, 2015). Jacinto e Tolfo (2017) identificaram média de prevalência de
36,9% de TMC entre professores, com variação de 19,1% a 55,9%.
A menor prevalência de TMC entre os docentes deste estudo pode ser devido
ao Coluni ser um colégio universitário, onde os trabalhadores são assistidos por
acadêmicos e professores da universidade. Além disso, a dinâmica de trabalho é
diferenciada, quando comparada a demais colégios públicos da rede estadual e
municipal. O Coluni conta com enfermaria e vários grupos de diversas áreas que
realizam projetos na área da saúde e qualidade de vida com os funcionários e
alunos.
A prevalência de TMC entre as mulheres esteve dentro da faixa descrita na
população adulta brasileira para transtornos mentais de 19% a 34% (SANTOS;
SIQUEIRA, 2010). Estudos semelhantes obtiveram resultados parecidos, tendo
como destaque a mulher com maior prevalência de TMC, quando comparado a
homens (LOPES et al, 2016, LUCCHESE et al, 2014). Em estudo realizado com
trabalhadores da Bahia, a variável sexo feminino teve associação com TMC, com a
prevalência de 36,6% (FARIAS; ARAÚJO, 2011). O fato de a maioria dos
participantes da pesquisa serem do gênero feminino pode ter influenciado para o
aumento da prevalência nesse grupo.
Observou-se que no sexo feminino a suspeição de TMC é maior, estudos
associam a maior prevalência da ocorrência de TMC na população feminina a
fatores hormonais e psicológicos. Além disso, possivelmente as mulheres teriam
maior facilidade de identificar, admiti-los e buscar ajuda ou apoio social, enquanto os
homens tendem a buscar nas substâncias psicoativas, como o álcool, o alívio para
seu sofrimento ou angústia, (ANDRADE; VIANA; SILVEIRA, 2006, SANTOS;
SIQUEIRA, 2010, GRANER; CERQUEIRA, 2019).
A predominância do TMC nessa população, também pode ser devido à
mudança no papel da mulher perante a sociedade, com maior participação no
mercado de trabalho. O que gera desgaste por causa da desvalorização e da
sobrecarga de trabalho; pois, muitas vezes, a mulher tem dupla jornada de trabalho,
tanto no lar, quanto no emprego. Essa sobrecarga pode estar contribuindo para
problemas de saúde mental nesse grupo, pois atualmente grande parte do trabalho
52

invade a vida pessoal, seja por meio de tarefas, sejam por mídias eletrônicas
(LUCCHESE et al, 2014).
Em estudo realizado por Silva, Nóbrega e Brito (2011), os trabalhadores que
apresentaram pensamento constante no trabalho durante as folgas, tiveram a
suspeição de TMC relevante, cuja prevalência foi de 57,1%. O pensamento no
trabalho durante as folgas pode estar relacionado com o fato do trabalhador,
principalmente os docentes, de ter a necessidade de levar trabalho para casa. O
acúmulo de responsabilidades, e o fato do trabalhador não se desligar do trabalho
após a jornada, leva a diminuição da qualidade de vida, menos tempo para hobbies,
família e atividades físicas. Além de sobrecarregar o profissional, pode levá-lo a
desenvolver os TMC, que podem ser duradouros ou transitórios, e pode acarretar no
pensamento de abandono de suas atividades e trabalho (SOUZA et al, 2011,
SERVILHA; ARBACH, 2011). Como aponta o estudo realizado com trabalhadores
marítimos do Rio de Janeiro, o pensamento em abandonar o trabalho também
obteve associação com TMC, com prevalência de 37,57% (SILVA et al, 2017).
No presente estudo, duas dimensões da SB tiveram associação com TMC: a
despersonalização; e a exaustão emocional. Em estudo correlacionando SB e TMC,
pode-se observar correlação entre depressão e exaustão emocional, como também
com tensão emocional, o que aponta ligação entre o esgotamento emocional e
sintomas depressivos, principalmente entre os mais jovens (COSTA; MACIEL;
GURGEL, 2018).
No que diz respeito à faixa etária, estudo realizado por Costa e cols. (2017), a
população mais jovem, na faixa de 18 a 39 anos foi a que possuiu mais expressiva
prevalência de TMC, estando esse resultado próximo ao deste estudo. Em outro
estudo epidemiológico, de corte transversal, realizado com trabalhadores de
universidade pública, a faixa etária de 33 a 40 anos foi a que obteve a maior
prevalência. Pode-se notar, por meio desse estudo, que quanto maior a faixa etária
menor a prevalência de TMC, evidenciando a possibilidade de que quanto mais
idade tiver o trabalhador, maior proteção para sua saúde mental (ALARCON;
GUIMARÃES, 2016).
Quanto ao sedentarismo, estudos apontam associação positiva entre a
inatividade física e TMC. Os achados nesse estudo corroboram com outros achados
da literatura. Em estudo transversal sobre TMC em mulheres adultas, a prevalência
e TMC foi maior entre as mulheres que declararam ser sedentárias (SENICATO;
53

AZEVEDO; BARROS, 2018). Além disso, em estudo realizado entre jovens, indicou
expressiva prevalência de TMC (39,9%) entre os que afirmaram ser inativos, ou
insuficientemente ativos, nas atividades físicas e de lazer (RIOS et al, 2011).
Apesar de não haver associação estatística significativa nesta pesquisa entre
a exposição e o desfecho, é valido ressaltar o destaque do trabalho passivo entre os
participantes que possuíram suspeição de TMC. Esse achado possui importância,
pois o trabalho passivo é considerado o segundo quadrante mais relacionado a
danos à saúde física e mental (MOTA; DOSEA; NUNES, 2014). Pelo trabalhador
não ser estimulado, se favorece o aparecimento de sintomas depressivos, devido a
ausências de desafios, e rejeição à iniciativa de trabalho (SHIMABUKU;
MENDONÇA; FIDELIS, 2017).

5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO


Embora os estudos seccionais sejam relevantes em diversas áreas, se
restringe a explorar o estado de saúde da população estudada, num determinado
momento, de forma pontual a exposição (estresse) e o desfecho (TMC). Logo, torna-
se difícil delimitar a causa e efeito, porque medidas de exposição e desfecho são
calculadas ao mesmo tempo, logo não há como estabelecer com segurança a
sequência temporal dos eventos (FÁVERO, 2015, KLEIN; BLOCH, 2006).
Quanto a possível viés de aferição, esse estudo utilizou três escalas validadas
em estudos nacionais e internacionais com teste e reteste em campo, antes de cada
etapa o que reduz a limitação (HUSSAIN; CREED; TOMENSON, 2000, MARI;
WILLIAMS, 1986, LUDERMIR; LEWIS, 2003, BENEVIDES-PEREIRA, 2002,
MASLACH; JACKSON, 1981, ALVES et al, 2004, KARASEK; THEORELL, 1990).
Além disso, os valores do alpha de Cronbach apresentados nesta pesquisa
permitem assegurar a consistência interna, e a aferição adequada das dimensões
existentes nos questionários.
A percepção de estresse no ambiente de trabalho pode ter sido
superestimada pelo trabalhador estar inserido no ambiente no momento de coleta.
Outro fator limitante deste estudo diz respeito ao viés de confundimento. É
marcante destacar que a literatura mostrou poucas informações sobre TMC, por
isso, se constituiu desafio identificar variáveis de confundimento anteriores que
pudessem ser aplicadas a este estudo, e possíveis comparações na discussão.
54

6 CONCLUSÃO

Pode-se observar que, no que diz respeito ao perfil sociodemográfico o grupo


foi composto, em sua maioria, por mulheres, jovens adultas, brancas, sem
companheiros, sem filhos, com renda de quatro a cinco salários mínimos, e grau de
escolaridade até o ensino superior completo.
Quanto à categoria profissional dos participantes analisados, obteve
predomínio de professores, que possuíam apenas um vínculo empregatício, faziam
parte do quadro permanente da instituição, atuavam em turno integral, e no mesmo
setor por menos de quatro anos, o tempo de trabalho na instituição foi inferior a
cinco anos, a carga horária semanal foi superior a 33h, e referiram pensar no
trabalho, durante as folgas.
Com relação aos hábitos de vida e de saúde dos entrevistados maioria era
sedentária com percentual de gordura corporal elevado, e alto risco para
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, devido ao perímetro abdominal
elevado e IMC na faixa do sobrepeso/obesidade.
Ao analisar a dimensão do estresse no trabalho, a maioria autorreferiu ser um
pouco estressado. Apresentaram alta demanda psicológica e alto controle, que
segundo a JSS equivale a trabalho ativo. Nenhum trabalhador apresentou alta
exigência, que é tido como o mais nocivo à saúde. Observou-se associação dos
quadrantes de estresse com ser solteiro, ter mais de um trabalho, e alta exaustão
emocional, e SB. Esta, por sua vez apresentou índices de suspeição elevada
segundo Grunfeld e medianos, segundo Ramirez e Golembiewski.
A prevalência de TMC na amostra estudada foi relativamente baixa, quando
comparado com os demais estudos encontrados a respeito do tema. Observou-se
associação entre ser mulher, mais jovens, pensar no trabalho durante as folgas,
pensar em abandonar o trabalho, sedentarismo, média despersonalização, alta
exaustão emocional e SB.
Na análise da regressão logística, se mantiveram associados ao desfecho,
até o término da análise multivariada, o risco para o sexo feminino, pensar em
abandonar o trabalho, SB, e a idade maior se comportou como fator de proteção.
Neste estudo, para esta população, naquele determinado tempo de coleta de
dados, não ocorreu associação entre a exposição e o desfecho, o que evidencia
55

uma possível independência entre estresse e transtorno mental comum naquele


grupo.
Os participantes contaram com trabalhos de educação em saúde, que é área
de atuação da enfermagem, através de: palestras, fôlderes, cartilhas, orientações
sobre saúde de forma geral e individual, além de encaminhamentos para o setor de
saúde da universidade, quando necessário. De certa forma, foi passado aos
gestores que o trabalho pode ser fonte de prazer ou de estresse, para que o grupo
desenvolvesse estratégias de melhoria da organização da dinâmica do trabalho, de
acordo com suas experiências, com o intuito de diminuir o estresse e promover a
saúde mental.
Esta pesquisa contribui para reflexão sobre qualidade de vida, despertando o
senso crítico sobre sinais e sintomas de estresse, e a conscientização sobre saúde
mental, contribuindo assim para a área de epidemiologia e qualidade de vida do
trabalhador, e abre espaço para mais estudos na área da enfermagem.
56

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8 APÊNDICES

8.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Qualidade de vida e bem-estar de trabalhadores de colégio universitário

Pesquisador Responsável: Jorge Luiz Lima da Silva

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense

Telefones para contato do Pesquisador: (21)99848-7314; (21)2629-9457

Nome do voluntário: __________________________________________________________

Idade: ___________ anos R.G. ___________________________________

O(A) Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Qualidade de vida e
bem-estar de trabalhadores de colégio universitário”, de responsabilidade do pesquisador Jorge Luiz
Lima da Silva.

O(A) participante deve consentir que: esta pesquisa tem como objetivo conhecer os fatores
relacionados à qualidade de vida e à saúde de professores e profissionais de apoio do colégio
universitário, observando a ocorrência de transtornos mentais, estresse, síndrome de burnout ou
distúrbios que possam reduzir a qualidade de vida; a coleta de informações utilizará questionário com
perguntas abertas e fechadas; a pesquisa causará mínimos riscos ou desconfortos, referentes à
medida da pressão arterial e açúcar no sangue; trará contribuições importantes para melhoria do
rendimento profissional, e poderá indicar se possui agravos à saúde; recebeu esclarecimentos a
quaisquer dúvidas sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados à
pesquisa; tem liberdade de retirar o consentimento, a qualquer momento, e deixar de participar do
estudo, sem que isso traga algum prejuízo; será mantido o caráter confidencial das informações
fornecidas; e receberá informações atualizadas no decorrer do estudo.

Os participantes de pesquisa, e comunidade em geral, poderão entrar em contato com o


Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina/Hospital Universitário Antônio Pedro,
para obter informações específicas sobre a aprovação deste projeto ou demais informações:

E-mail: etica@vm.uff.br Tel/fax: (21) 26299189

Eu, ______________________________________________________________________,

RG nº ____________________________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como


voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
67

8.2 QUESTIONÁRIO: QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR DO TRABALHADOR

Projeto: qualidade de vida e bem-estar de trabalhadores de colégio universitário

Código do questionário: ______________

Entrevistador/Pesquisador: ___________________

Data: _____/_____/_____

INSTRUÇÕES:

Para completar o questionário, pedimos a você para responder às perguntas que se seguem.

Responda após ler devagar cada pergunta, até o final, e todas as opções de resposta. Escreva as
respostas nas lacunas ou marque com “X” a resposta desejada.

Todas as respostas contidas aqui são anônimas e não há como identificar o autor, por isso sinta-se à
vontade para preencher o questionário e expor sugestões.

Qualquer dúvida, consulte o entrevistador.

Obrigado pela colaboração!

BLOCO A - Trabalho

PERGUNTAS SOBRE SEU TRABALHO

A1 Qual a sua categoria profissional na instituição onde trabalha (no seu crachá / contra-cheque):
Qual?_____________________________________________________

A2 Seu contrato de trabalho é: 1 [ ] temporário 2[ ] experiência 3 [ ] permanente

A3 Quanto tempo você trabalha nesta instituição? ___________anos e _________meses

A4 Sua carga horária semanal, nesta instituição, totaliza quantas horas? ___________________

A5 Você possui outros empregos?


1 [ ] sim (responda seguinte)
0 [ ] não (vá para A8)

A6 Quantos outros empregos você possui? ___________________


68

A7 Este (s) emprego(s) são da mesma natureza? (mesmo tipo de trabalho?)


1 [ ] sim
0 [ ] Não. Qual tipo de trabalho? ____________________________________________

A8 Somadas todas as horas trabalhadas de segunda a sexta, em todas as suas atividades, quantas horas
você trabalha por semana? ______________________

A9 Qual seu horário de trabalho?


1 [ ] manhã
2 [ ] tarde
3 [ ] integral (M/T/N incluindo outros empregos)

A10 Qual é o nome do seu setor de trabalho? ___________________________________secretaria? Sala de


aula?

A11 Quanto tempo você trabalha nesse setor? ______ anos _______meses

A12. Já pensou em abandonar o seu emprego?


0 [ ] Não, nunca
2 [ ] Sim, mas não penso mais Por quê? ________________________________________________
3 [ ] Sim, ainda penso Por quê? ________________________________________________

A13. Há satisfação em relação à escolha profissional? 1[ ] Sim 0[ ] Não


A14. Você se relaciona bem com seus colegas de trabalho? 1[ ] Sim 0[ ] Não
A15. Você se relaciona bem com seus superiores? 1[ ] Sim 0[ ] Não
A16. Você se relaciona bem com seus subordinados? 1[ ] Sim 0[ ] Não

FAREMOS, A SEGUIR, ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DE SEU TRABALHO NA INSTITUIÇÃO

A seguir, por favor, responda até que ponto você concorda ou discorda das afirmativas sobre o seu
ambiente de trabalho

A17. Aspectos relacionados ao trabalho:

Sempre Às vezes Raro Nunca


a) Com que frequência você tem que fazer suas tarefas de trabalho com muita rapidez? 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
b) Com que frequência você tem que trabalhar intensamente (produzir muitoc/ pouco tempo)? 1 [ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
c) Seu trabalho exige demais de você? 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
d) Você tem tempo suficiente para cumprir todas as tarefas de seu trabalho? (reversa) 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
e) O seu trabalho costuma apresentar exigências contraditórias ou discordantes? 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
f) Você tem possibilidade de aprender coisas novas em seu trabalho? 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
g) Seu trabalho exige muita habilidade ou conhecimentos especializados? 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
h) Seu trabalho exige que você tome iniciativas? 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
i) No seu trabalho, você tem que repetir muitas vezes as mesmas tarefas? (reversa) 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
j) Você pode escolher COMO fazer o seu trabalho? 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]
l) Você pode escolher O QUE fazer no seu trabalho? 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ]

A18. A seguir, por favor, responda até que ponto você concorda ou discorda das afirmativas sobre o seu
ambiente de trabalho

Concordo Discordo
Concordo mais mais Discordo
Sobre o apoio que você recebe no trabalho Totalmente que que Totalmente
+ discordo concordo -
+ ou- (+) + ou- (-)

a) Existe um ambiente calmo e agradável onde trabalho 1 2 3 4

b) No trabalho, nos relacionamos bem uns com os outros


69

1 2 3 4

c) Eu posso contar com o apoio dos meus colegas de trabalho 1 2 3 4

d) Se eu não estiver em um bom dia, meus colegas me compreendem 1 2 3 4

e) No trabalho eu me relaciono bem com meus chefes 1 2 3 4

f) Eu gosto de trabalhar com meus colegas 1 2 3 4

A19. Dimensões referentes aos aspectos de seu trabalho


Nunca Poucas Poucas 1 x por Poucas Sempre
vezes vezes ao semana vezes
mês por
semana
a) Sinto que meu trabalho está me desgastando. (EE) 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
b) Quando termino minha jornada de trabalho sinto-me esgotado 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
(a).(EE)
c) Quando me levanto pela manhã e me deparo com outra jornada de 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
trabalho, já me sinto esgotado (a).(EE)
d) Sinto que estou trabalhando demais. (EE) 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]

e) Sinto-me frustrado(a) com meu trabalho.(EE) 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]

f) Sinto-me como se estivesse no limite de minhas possibilidades. (EE) 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]

g) Sinto-me emocionalmente decepcionado(a) com meu trabalho.(EE) 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]


h) Sinto que trabalhar todo o dia com pessoas me cansa.(EE) 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
i) Sinto que trabalhar em contato direto com pessoas,todo o dia, me 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
estressa.(EE)
j) Sinto que estou exercendo influência positiva na vida de pessoas 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
através do meu trabalho. (RP)
k) Creio que consigo muitas coisas valiosas nesse trabalho.(RP) 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
l) Sinto que posso criar, com facilidade, um clima agradável em meu 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
trabalho.(RP)
m) Sinto que, no meu trabalho, os problemas emocionais são tratados 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
de forma adequada. (RP)
n) Sinto-me estimulado depois de haver trabalhado diretamente com 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
quem tenho que atender.(RP)
o) Sinto-me com muita energia no meu trabalho. (RP) 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
p) Sinto que trato com muita eficiência os problemas das pessoas as 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
quais tenho que atender. (RP)
q) Sinto que posso entender facilmente as pessoas que tenho que 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
atender. (RP)
r) Sinto que me tornei mais duro(a) com as pessoas, desde que 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
comecei este trabalho. (DP)
s) Fico preocupado(a) que este trabalho esteja me enrijecendo 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
emocionalmente.(DP)
t) Sinto que realmente não me importa o que ocorra com as pessoas as 0 [ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
quais tenho que atender profissionalmente.(DP)
u) Sinto que estou tratando algumas pessoas com as quais me 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
relaciono no meu trabalho como se fossem objetos impessoais.(DP)
v) Parece-me que os beneficiados com meu trabalho culpam-me por 0[ ] 1[ ] 2[ ] 3[ ] 4[ ] 5[ ]
alguns de seus problemas. (DP)

A20. Geralmente, não consigo parar de pensar no trabalho durante a folga.


1 [ ] Concordo 2 [ ] Discordo 3 [ ] às vezes penso

A21. Em relaçãoao estresse no trabalho você se considera:


1 [ ] Nem um pouco estressado (a) 2 [ ] Um pouco estressado (a)
3 [ ] Estressado 4 [ ] Muito estressado
70

A22. Se você pudesse mudar alguma característica de seu trabalho o que mudaria?
__________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________.

A23. O fator citado acima seria determinante em seu estresse no trabalho?


1 [ ] sim 0 [ ] não
BLOCO B – Perfil Sócio-Demográfico

Para melhor entendermos seu perfil sócio-demográfico, precisamos de alguns dados pessoais para esta
pesquisa. Qualquer informação daqui não terá ligação com sua identidade.

B1.Quantos anos você tem? _____________________anos

B2. Sexo: 1 [ ] feminino 2[ ] masculino

B3. O censo Brasileiro (IBGE) usa os termos preta, parda, branca, amarela e indígena para classificar a
cor ou raça das pessoas. Se você tivesse que responder ao Censo do IBGE hoje, como se classificaria a
respeito de sua cor ou raça?

1 [ ] Preta/negra 2[ ] Parda 3[ ] Branca 4[ ] Amarela 5[ ] Indígena REC


[1B] [2N] [3M]

B4. Qual a sua situação conjugal atual?

1[ ] Casado(a), ou vive em união. 2[ ] Separado(a) ou vive divorciado.


3[ ] Viúvo(a). 4[ ] Solteiro(a) (nunca se casou ou vive em união)

B5. Você tem filhos? 1[ ] Sim 0[ ] Não (Vá para B10 )

B6. Quantos filhos você possui?


1 [ ] Um 2[ ] Dois
3 [ ] Três 4[ ] Quatro
5 [ ] Cinco

B7. Seus filhos vivem com você? 1[ ] Sim 0[ ] Não

B8. Incluindo você, quantas pessoas moram na sua casa? ______.


[ ] Mora só.

B9. O salário mínimo atual é de R$ 937,00, quantos salários mínimos somam, no total, levando em
consideração todos os ganhos financeiros de sua família?
1 [ ] Até 1 salário (R$ 937,00) 2 [ ] Entre 1 e 2 SM (de R$ 937,00 a R$
1.874,00)
3 [ ] Entre 2 e 3 SM (de R$1.874,00 a R$2.811,00) 4 [ ] Entre 3 e 4 SM (de R$2.811,00 a R$
3.748,00)
5 [ ] Entre 4 e 5 SM (de R$ 3.748,00 a R$ 4.685,00) 6 [ ] Entre 5 e 6 SM (de R$ 4.685,00 a R$
5.622,00)
7 [ ] Entre 6 e 7 SM (de R$ 5.622,00 a R$ 6.559,00) 8 [ ] Acima de 7 SM (acima de R$6.559,00)

B10. Qual é a sua escolaridade? (marque o maior grau de instrução que possuir) rec
1 [ ] Ensino fundamental incompleto. 2 [ ] Ensino fundamental completo.
3 [ ] Ensino médio incompleto. 4 [ ] Ensino Médio completo.
5 [ ] Ensino superior incompleto. 6 [ ] Ensino Superior completo. Qual? ________________

BLOCO C – Saúde Física e Emocional

NÓS GOSTARÍAMOS DE SABER MAIS ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DE SUA SAÚDE FÍSICA E


EMOCIONAL:

GRUPO DE SINTOMAS Sim Não


Grupo 1
C1 Sente-se nervoso (a), tenso (a) ou preocupado(a) 1[ ] 0[ ]
71

C2 Assusta-se com facilidade 1[ ] 0[ ]


C3 Tem se sentido triste ultimamente 1[ ] 0[ ]
C4 Tem chorado mais do que de costume 1[ ] 0[ ]
Grupo 2
C5 Tem dores de cabeça frequentes 1[ ] 0[ ]
C6 Dorme mal 1[ ] 0[ ]
C7 Tem sensações desagradáveis no estômago 1[ ] 0[ ]
C8 Tem má-digestão 1[ ] 0[ ]
C9 Tem falta de apetite 1[ ] 0[ ]
C10Tem tremores nas mãos 1[ ] 0[ ]
Grupo 3
C11 Cansa-se com facilidade 1[ ] 0[ ]
C12 Tem dificuldade em tomar decisões 1[ ] 0[ ]
C13 Tem dificuldades para realizar com satisfação suas atividades diárias 1[ ] 0[ ]
C14 Tem dificuldades no serviço (o trabalho é penoso e causa sofrimento) 1[ ] 0[ ]
C15 Sente-se cansado o tempo todo 1[ ] 0[ ]
C16 Tem dificuldade de pensar com clareza 1[ ] 0[ ]
Grupo 4
C17 É incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida 1[ ] 0[ ]
C18 Tem perdido o interesse pelas coisas 1[ ] 0[ ]
C19 Tem tido a idéia de acabar com a vida 1[ ] 0[ ]
C20 Sente-se uma pessoa inútil, sem préstimo 1[ ] 0[ ]

BLOCO D – Antecedentes e Hábitos de vida


NÓS GOSTARÍAMOS DE SABER MAIS ALGUMAS CARACTERÍSTICAS A RESPEITO DE SEUS HÁBITOS DE VIDA

D1. Você fuma cigarros atualmente?


1 [ ] Sim. 0[ ] Não.
D2. Você é, ou já foi fumante de cigarros; ou seja, já fumou ao longo da vida pelo menos 100 cigarros
(cinco maços)?
1 [ ] Sim. 0 [ ] Não. (SE MARCOU ESSA OPÇÃO PULE PARA D4)
D3. Com que idade você começou a fumar?_____ anos.

D4. Você convive com pessoas fumando na mesma sala de trabalho ou em casa?
1 [ ] Sim, tanto em casa como no trabalho. 2 [ ] Sim, apenas em casa.
3 [ ] Sim, apenas no trabalho. 0 [ ] Não.
D5. Nas últimas duas semanas, você consumiu algum tipo de bebida alcoólica? 1[ ] Sim. 0[ ]
Não. (VÁ D8)
D6. Nas últimas duas semanas, quantos dias, ao todo, você consumiu algum tipo de bebida alcoólica?
1 [ ] Todos os dias 2 [ ] 10 a 13 dias
3 [ ] 6 a 9 dias 4 [ ] 2 a 5 dias
5 [ ] 1 único dia
D7. Esse padrão de consumo, respondido na pergunta anterior, corresponde ao seu consumo habitual de
álcool?
1[ ] Sim.
2[ ] Não, costumo beber mais do que esta quantidade
3[ ] Não, costumo beber menos do que esta quantidade

D8. Em média, quantas horas você pratica atividade física para melhorar sua saúde, condição física ou
com objetivo estético ou de lazer em uma semana habitual de trabalho?
0 [ ] Não pratica 2 [ ] Menos de 1 hora D9a. Vezes por semana
3 [ ] 1 a 3 horas 4 [ ] 4 a 6 horas
5 [ ] Mais que 6 horas 1 [ ]2 [ ]3 [ ]4 [ ] 5 [ ] 6 [ ]7 [ ]Ñ [ ]
72

D9. Com que frequência você costuma ingerir alimentos enlatados, embutidos, (salsicha, linguiça,
mortadela, frios, azeitonas, salgados)fast-foode outros alimentos que contenham muito sal?
1 [ ] Diariamente 2 [ ] 1 a 3 vezes por semana
3 [ ] 4 a 6 vezes por semana 4 [ ] 1 a 3 vezes por mês
5 [ ] Menos frequentemente que uma vez por mês
0 [ ] Nunca

D10. Com que frequência você come frutas frescas?


1 [ ] Diariamente 2 [ ] 1 a 3 vezes por semana
3 [ ] 4 a 6 vezes por semana 4 [ ] 1 a 3 vezes por mês
5 [ ] Menos frequentemente que uma vez por mês
0 [ ] Nunca

D11. Com que frequência você consome alimentos fritos (frituras)?


1 [ ] Diariamente 2 [ ] 1 a 3 vezes por semana
3 [ ] 4 a 6 vezes por semana 4 [ ] 1 a 3 vezes por mês
5 [ ] Menos frequentemente que uma vez por mês
0 [ ] Nunca

D12. Com que frequência você consome verduras?


1 [ ] Diariamente 2[ ] 1 a 3 vezes por semana
3 [ ] 4 a 6 vezes por semana 4[ ] 1 a 3 vezes por mês
5 [ ] Menos frequentemente que uma vez por mês
0 [ ] Nunca

BLOCO E – Saúde e Bem-Estar _____________

E1. Quando foi a última vez que foi ao médico?


0 [ ] Nunca fiz 1 [ ] Há menos de 1 ano 2[ ] Entre 1 e 2 ano
3 [ ] Entre 2 e 3 anos 4 [ ] Entre 3 e 5 anos 5[ ] Há mais de 5 anos
7 [ ] Não sei/ não lembro

E2. Alguma vez, algum médico ou outro profissional da saúde lhe disse que você tem ou teve pressão
alta?
1 [ ] Sim, apenas uma vez. 2 [ ] Sim, mais de uma vez em dias diferentes
3 [ ] Sim, apenas durante a gravidez 0 [ ] Não. (Pule E6)

E3. Tratou ou trata sua pressão alta? (só para quem tem pressão
alta)
0 [ ] Nunca tratou 1[ ] Trata continuamente
2 [ ] Tratou mas não trata mais 3[ ] Trata, apenas se a pressão se eleva
7 [ ] Não sabe/ não lembra

E4. Por que nunca tratou ou parou de tratar sua pressão alta? [pode haver mais de 1 opção] (para quem
tem PA alta)
1 [ ] Não achou necessário 2 [ ] Remédios muito caros
3 [ ] Não sente nada 4 [ ] Remédios deram reação
5 [ ] Nunca mais mediu a pressão 6 [ ] Basta ficar tranquilo (a)
7 [ ] Orientação médica 8 [ ] Outro motivo. Qual?______________________________

E5. Que tipo de tratamento para pressão alta está fazendo? (para quem tem pressão alta)
1 [ ] Só cuidados com a dieta 2 [ ] Só cuidados com a dieta e exercícios
3 [ ] Medicamentos e cuidados com a dieta 4 [ ] Medicamentos, cuidados com a dieta e exercícios
5 [ ] Outros. Qual? _______________________________________________________________

E6. Quando você verificou sua pressão pela última vez?


1 [ ] Há _____________ anos .
2 [ ] Há menos de um ano. ______ dias;______ meses
7 [ ] Não sabe / não lembra
0 [ ] Nunca mediu

E7. Alguma vez, algum médico ou outro profissional da saúde lhe disse que você está ou esteve com o
açúcar do sangue elevado?
1 [ ] Sim, apenas uma vez. 2 [ ] Sim, apenas durante a gravidez.
3 [ ] Sim, mais de uma vez em dias diferentes. 0 [ ] Não.

E7A.Quando você verificou seu açúcar no sangue pela última vez?


73

1[ ] Há _____________ anos .
2[ ] Há menos de um ano. ______ dias;______ meses
7[ ] Não sabe / não lembra
0[ ] Nunca mediu

E8. Em caso de ser diabético: Faz algum tipo de tratamento?

0[ ] Não 2[ ] Só medicamentos 3[ ] Medicamentos + dieta

E9. Quando foi a última vez que você fez exame para medir o colesterol ou gordura no sangue?
0 [ ] Nunca fez 2 [ ] Há mais de 3 anos
1 [ ] Entre 1e 3 anos 3 [ ] Há menos de 1 ano
7 [ ] Não sabe/ não lembra

BLOCO H – Dados Clínicos do Trabalhador

FATORES INVESTIGADOS VALORES PARÂMETROS SEGUNDO MINISTÉRIO DA SAÚDE


H1 Pressão arterial  120/ 80 mm Hg
H2 Glicemia capilar Depois de ter se alimentado: 180 mg/dL-
Em jejum: 100 mg/Dl

H3 Peso Não se aplica


H4 Altura Não se aplica
H5 IMC ≥ 18,5 e < 25
H6 % de gordura corporal H: em torno de 17% M: em torno de 20%

H7 Índice cintura /quadril (ICQ) H: ≤ 95,0 cm M: ≤ 80,0 cm

H8 Perímetro abdominal H: ≤ 90 M: ≤ 80

H9 Grau de estresse Baixo

I 2. Você mudaria alguma coisa no seu trabalho? 1 [ ] sim (responder I 3) 0[ ] não

I 3. Se pudesse mudar alguma coisa no seu trabalho o que seria?


__________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Por quê?____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
74

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VIA DO(A) ENTREVISTADO(A)

PROJETO: “Qualidade de vida e bem-estar dos trabalhadoresde colégio universitário”.

FATORES INVESTIGADOS VALORES PARÂMETROS SEGUNDO MINISTÉRIO DA SAÚDE


Minha pressão arterial  120/ 80 mm Hg

Minha glicose do sangue Depois de ter se alimentado: 180 mg/dL


Em jejum: 100 mg/dL
Meu peso Não se aplica

Minha altura Não se aplica

Meu índice de massa corpórea ≥ 18,5 e < 25

Minha porcentagem de gordura H: em torno de 17% M: em torno de 20%


corporal
Índice cintura /quadril H: ≤ 0,95 M: ≤ 0,80

Perímetro abdominal H: ≤ 90 M: ≤ 80

Meu grau de estresse Baixo

PRETENDEMOS COM ESSE ESTUDO INFORMAR A VOCÊ SEU GRAU DE ESTRESSE E UM POUCO
SOBRE SUAS CONDIÇÕES DE SAÚDE. NÃO SE PREOCUPE, POIS AS INFORMAÇÕES PRESTADAS SÃO
ANÔNIMAS.

Equipe de pesquisa: Luiz Carlos dos Santos Bento, Raquel Ravoni, Emanuele Menezes, e Mayara Monnerat (acadêmicos da
UFF). Coordenador: Prof. Jorge Luiz Lima da Silva.
75

9 ANEXOS

9.1 PROCEDIMENTOS PARA MENSURAÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL,


GLICEMIA CAPILAR E IMC.
Durante o preparo do paciente, deve-se: explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em
repouso de 3 a 5 minutos em ambiente calmo. Deve ser instruído a não conversar durante a medição.
Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou depois do procedimento. Além disso, o
profissional deve certificar-se que o paciente não está com a bexiga cheia; não praticou exercícios
físicos há pelo menos 60 minutos; não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; não fumou nos
30 minutos anteriores.
Em relação ao posicionamento, o paciente deve estar sentado, com pernas descruzadas, pés
apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; e o braço deve estar na altura do coração,
apoiado, com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro.
Para realizar a medição, o profissional deve:
1- Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre acrômio e olécrano;
2- Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço;
3- Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a3 cm acima da fossa cubital;
4- Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
5- Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial;
6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio
sem compressão excessiva;
7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação;
8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo);
9. Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após, aumentar
ligeiramente a velocidade de deflação;
10. Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff);
11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e
depois proceder à deflação rápida e completa;
12. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento dos sons (fase IV
de Korotkoff) e anotar valores da PAS/PAD/zero;
13. Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições adicionais
deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito diferentes. Caso julgue adequado, considere
a média das medidas;
14. Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço onde foi obtida
a maior pressão como referência;
15. Informar o valor de PA obtido para o paciente; e
16. Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a PA foi medida.
Para a mensuração do IMC, foram realizados a orientação e preparo do paciente; a medição
da altura com fita colocada na parede; medição do peso em balança portátil; o cálculo do IMC e a
anotação dos resultados.
76

Para a mensuração da glicemia capilar, foram seguidas as orientações e realizado o


procedimento descrito a seguir:
- Realizar a higienização das mãos;
- Realizar a desinfecção da bandeja ou cuba-rim com álcool a 70%;
- Separar o material necessário;
- Certificar-se se a fita reagente está na validade;
- Orientar o paciente sobre o procedimento;
- Realizar a higienização das mãos;
- Calçar as luvas de procedimento;
- Ligar o aparelho e posicionar a fita e o glicosímetro de modo a facilitar a deposição da gota de
sangue no local adequado;
- Segurar a lanceta sem tampa e fazer uma leve pressão na ponta do dedo escolhido de modo a
favorecer o seu enchimento capilar;
- Com a outra mão limpar a área com gaze umedecia com álcool 70% e esperar secar. De outra
forma, o álcool pode se misturar com sangue e alterar o resultado do teste. Se o paciente tiver
condições, solicitar que lave as mãos, secando-as bem;
- Com a lanceta ou agulha estéril fazer uma punção na ponta do dedo escolhido, preferencialmente
na lateral do dedo, onde a dor é minimizada;
- Lancetar o dedo e obter uma gota suficiente para preencher o campo reagente;
- Pressionar o local da punção com álcool embebido em álcool 70% enquanto aguarda o tempo
necessário para o resultado do exame;
- Atentar para pacientes em uso de anticoagulantes;
- Informar-lhe o resultado obtido ao paciente;
- Guardar o glicosímetro, desprezar a fita reagente e a lanceta na caixa específica para material
pérfuro-cortante;
- Retirar as luvas;
- Orientar ao atendente para lavar a bandeja com água e sabão, secar com papel toalha e fazer a
desinfecção com álcool a 70%;
- Fazer a desinfecção do glicosímetro com álcool a 70%;
- Realizar a higienização das mãos.
- Registrar o valor obtido (em ambulatório, na solicitação médica do paciente e em unidades de
internações, na anotação e na evolução de enfermagem).
77

9.2 PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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