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FACULDADE DE DIREITO
SÃO PAULO
2019
ALEXANDRE GOMES ARANTES TELES – TIA 4161020-2
THIAGO DE JESUS FREIRE – TIA 4164214-7
VICTOR HUGO MAGALHÃES FREIRES – TIA 4160522-5
SÃO PAULO
2019
2
“Todo ato de criação é, antes de tudo, um ato de
destruição.” – Pablo Picasso
3
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 5
2 PROBLEMA DE PESQUISA...........................................................................................9
3 JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS.................................................................................10
5 METODOLOGIA DE PESQUISA...................................................................................13
6 RESULTADOS.............................................................................................................. 14
6.2.1 BNDES........................................................................................................................ 18
6.2.2 FINEP.......................................................................................................................... 20
6.2.3 SEBRAE...................................................................................................................... 21
7 CONCLUSÃO................................................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................24
4
1 INTRODUÇÃO
5
digital para um ativo real. A semiótica, termo que vem do grego semeion (signo) e ótica
(ciência), estuda a forma pela qual representamos coisas em nossas mentes por meio de
signos, que são a união do representamen (a coisa em si, como ela realmente é) e seus
significados (aquilo que significa em nossa mente).
Tokenizar é, destarte, representar algo sob forma digital e, frise-se, em que pese não
seja possível fracionar diversas coisas em inúmeros pedaços, como um imóvel, é possível
fazê-lo quando representado por um token.
Pois bem, é possível, portanto, que um token, que representa um bem imóvel, seja
fracionado em inúmeras partes, as quais podem ser comercializadas via blockchain por
meio de contratos inteligentes. Trata-se do ativo, bens imóveis, que supera todos os outros
juntos, como ações, dívidas e estoques a nível global, além de crescer, em valores,
significativamente ao ano, como visto abaixo7:
Busca-se cada vez mais investimentos seguros, rentáveis e líquidos. Ora, sabe-se
que o investimento em imóveis individuais traz os dois primeiros elementos, porém não o
blockchaining to trade assets instead. Intangible assets account for the bubble representing concepts or ideas
which don’t have any physical presence, rather than actual physical goods. Use-cases like Copyrights, patents,
etc. contribute to the existence of this bubble in the first place. Fungible assets are the ones backed by a physical
resource. The prime examples being currency, oil, gold and other precious metals etc. The processes involved for
trading such assets is comparatively easier as each asset is of equal value and so can be exchangeable in
nature. Non-fungible assets are not exchangeable like their fungible counterparts which is attributable to their
uniqueness. Use-cases like real estate, artworks make use of non-fungible cryptographic tokens to transfer, sell
or verify ownership”. SANGHAVI, Vatsal; DOSHI, Ronak; DEVANSH, Shah; KANANI, Pratik. (2018). Blockchain
Based Asset Tokenization. Disponível em: <>. Download realizado em 18/05/2019.
6
“O primeiro que, tendo cercado um terreno, se lembrou de dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas bastantes
simples para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil”. (Rousseau, Jean-Jacques. Discurso
sobre a origem da desigualdade social. Segunda Parte.).
7
TOSTEVIN, P. How much is the word worth? Disponível em > Acesso em 11 maio 2019.
6
terceiro. É o que busca-se mudar, dado que o crescente fenômeno da economia
compartilhada alinhado às novas tecnologias faz com que barreiras solidas de mercado
sejam rompidas.
Cada imóvel, registrado como propriedade da pessoa jurídica Propcash, terá seus
tokens disponíveis à venda no mercado da plataforma. Aquele que adquirir seus tokens será
proprietário de certa fração que representa o imóvel, tendo direito aos seus rendimentos
mensais proporcionais à sua fração-parte, leia-se aluguéis. É certo, em vista disso, que os
imóveis deverão, primeiramente, ser adquiridos pela plataforma para que então sejam
tokenizados.
Aquele que for o inquilino de tal imóvel, caso deseje, poderá também comprar seus
tokens na plataforma, razão pela qual passará a pagar menos aluguel, dado que também
detém posse de parte dos tokens do imóvel, abatendo-se a proporção de sua fração
adquirida do valor do aluguel, mecanismo esse de valia para inquilinos que desejam investir
em imóveis e pagar menos aluguéis concomitantemente sem a necessidade de comprar um
imóvel unitariamente e também àqueles que não são aceitos em análise de crédito para
alugar o imóvel desejado.
8
“Stablecoins are digital tokens which are price-stabilized. Often this is done by pegging to another asset or
benchmark like the US Dollar. It is not Central Bank issued and has low-volatility. This measure aims to provide
them with stability as a unit of account and measure of value, given that currencies like Bitcoin have been plagued
with price fluctuations of more than 20% in a single day. Stablecoins create connections between the legacy world
and the blockchain. Thus, the raison d’être of stablecoins is to mitigate and solve price volatility which has so
pervasively characterized cryptocurrencies while attempting to retain other characteristics of bitcoin such as the
free flow of capital and censorship resistance.” SAMMAN, G. The State of Stablecoins 2019. Hype vs. Reality
in the Race for Stable, Global, Digital Money Disponível em: <> Acesso em 17 maio 2019.
7
na blockchain sem a necessidade de inúmeras transferências bancárias com taxas
abusivas. Em realidade, criar-se-á duas stablecoins, uma lastreada no imóvel per si e outra
na moeda fiduciária do Brasil, o Real.
Para isso, faz-se necessário o lastro dos propcashs a uma conta bancária com a
mesma quantia de reais que há de propcashs, que são emitidos conforme a entrada de
dinheiro de usuários, realizada por transferência bancária. Para o usuário sacar seus
propcashs, basta indicar a sua conta bancária para que a plataforma transfira a quantia
desejada e elimine os propcashs da operação para que se mantenha a estabilidade da
moeda digital.
9
“A economia colaborativa foi citada pela primeira vez em 2008, pelo professor da universidade de Harvard,
Laurence Lessing. De acordo com Ferreira et al (2016) o termo “economia colaborativa’ se refere ao “consumo
colaborativo” realizado nas atividades de compartilhamento, troca ou aluguel de bens sem que haja, a
necessidade de aquisição dos mesmos. Segundo Choi et al (2014) essa tendência se popularizou nos últimos
anos, devido ao compartilhamento de bens individuais ociosos. Segundo ainda os autores, tanto os bens
tangíveis quanto os intangíveis passaram a ser compartilhado em negociações peer-to-peer (P2P) e business-to-
consumer (B2C). Neste modelo econômico a um ponto que merece destaque, na economia colaborativa, o
compartilhamento de bens é priorizado. Essa característica vai contra a essência do capitalismo, que consiste na
acumulação de bens. (CEROY, 2015).” - marcação nossa. DIAS, I. C. A Economia Compartilhada por meio de
Redes Sociais: Perfil dos Usuários da Página Loucas por Melissa Disponível em:
<https://even3.blob.core.windows.net/anais/89201.pdf> Acesso em 18 maio 2019.
8
2 PROBLEMA DE PESQUISA
Ante o exposto nos tópicos antecedentes, observa-se que se busca a criação de uma
empresa, Propcash, startup10que “tokenizará” bem imóveis selecionados e disponibilizará
tais tokens no mercado, seja para o próprio inquilino do imóvel, seja para outrem, de sorte a
mudar fulcralmente o sistema de moradia, propriedade e distribuição de renda imobiliária.
É neste cenário que pairam incertezas quanto ao cenário brasileiro acerca da higidez
de um sistema jurídico-normativo que viabilize inovação de tal monta e, ainda, resta-se
saber se o Estado tupiniquim possui mecanismos de fomento financeiro para a
concretização de tal projeto.
10
“Uma startup é uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de
extrema incerteza.” (Ries, Eric. A Startup Enxuta: Como os empreendedores atuais utilizam inovação
contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Leya Editora, 2012. p. 24).
9
3 JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS
A tecnologia por trás do tão conhecido e polêmico Bitcoin vai muito além da criação
de moedas digitais, do inglês cryptocurrency. Esta tecnologia chama-se blockchain e, para
muitos, será tão inovadora quanto o protocolo Simple Mail Transfer Protocol (SMTP) fora
para a troca de e-mails; o File Transfer Protocol (FTP) fora para a troca de arquivos; o
Hypertext Transfer Protocol (HTTP) para o acesso a conteúdo; o World Wide Web (WWW)
para a conectividade mundial via web; entre outros11.
É notório o crescimento exponencial de tal tecnologia, utilizada cada vez mais mundo
afora para os mais diversos modelos de negócio, como na área cinematográfica12; cadeia de
produção transparente de inúmeras espécies de produtos13; seguros14; financeira15;
imobiliária16, dentre outras.
11
“O blockchain não pode ser descrito apenas como uma revolução. É um fenômeno em curso, avançando
lentamente como um tsunami, gradualmente envolvendo tudo em seu caminho pela forma de sua progressão.
Basicamente, é a segunda sobreposição significativa à internet, assim como a web foi a primeira camada dos
anos 1990. Esta nova camada se relaciona muito com confiança, então poderíamos chamá-la de camada de
confiança. ” (Mougaray, Willian. Blockchain para negócios: promessa, prática e aplicação da nova
tecnologia da internet. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017, introdução.)
12
RISSON, DANIELA. CANNES DEBATE A ERA BLOCKCHAIN NO CINEMA. DISPONÍVEL EM: >. Acesso
em: 18/05/2019
13
GUSSON, Cássio. Louis Vuitton e a Christian Dior usam blockchain do Ethereum para registrar e
rastrear produtos. Disponível em: <>. Acesso em 15/05/19; CUNHA, Joana. Carrefour usa blockchain para
rastrear carne. Disponível em: >. Acesso em 18/05/2019. SUPPLY CHAIN MAGAZINE. Starbucks aposta na
transparência através de blockchain. Disponível em: >. Acesso em 18/05/19.
14
SEGUROS SURA. Seguro Sura adota blockchain para Smart Contracts. Disponível em:
<>. Acesso em 18/05/19.
15
GUSSON, Cássio. Banco Itaú pretende ampliar serviços com blockchain para seus clientes. Disponível
em: <>. Acesso em 18/05/19.
16
https://propy.com/ - Acessos em 18/05/19.
17
“O Brasil tem uma longa história de maus tratos à inovação. Primeiro, por pensar que não dependeria dela,
século após século de economia baseada em matérias-primas. Depois, pela crença mágica nos poderes de um
grande mercado interno. Não deve ser apenas um erro de estratégia. Parece, a comprovar, ter a ver com uma
generalizada cultura de que aqui o futuro sempre aconteceria sem que o preparássemos e o perseguíssemos.”
(De Negri, Fernanda. Novos caminhos para a inovação no Brasil / Autora: Fernanda de Negri, Organizadores:
Wilson Center, Interfarma – Washington, DC: Wilson Center, 2018. p. 9). Idem. p. 15. “A inovação é,
principalmente, fruto da tentativa das empresas de ampliar fatias de mercado ou de proteger seu mercado de
concorrentes, potenciais ou reais. Uma economia fechada, na qual as empresas são protegidas de seus
concorrentes, domésticos ou externos, não tem incentivos para produzir inovações.”
10
De nada adianta existirem cabeças pensantes, que orquestrem modelos inovadores
e disruptivos de negócios, se os seus planos não saem do papel 18 e, para isso, o Estado tem
o papel crucial de permitir ou, pelo menos, não impedir que tais inovações floresçam19.
18
Idem. Pág 22. “O mais importante é que a inovação, como produto ou processo produtivo, precisa ser
introduzida no mercado para ser uma inovação. Uma invenção ou uma nova tecnologia não é uma inovação até
que se torne um produto (ou processo) colocado no mercado por uma empresa. ”
19
Idem. Pág 98. “Dessa forma, além do financiamento direto à ciência e à inovação, o estado pode intervir sobre
os fatores enumerados anteriormente e que afetam a capacidade de inovação do país, a saber: i) educação e
formação de cientistas; ii) infraestrutura de pesquisa; iii) um ambiente propício à inovação. ”
20
MAZZUCATO, M. O Estado Empreendedor: desmascarando o mito do setor público x setor privado. São
Paulo: Portfolio-Penguin, 2014. p. 256/257. “Ao buscar promover o crescimento puxado pela inovação, é
fundamental entender a importância dos papéis do setor público e do setor privado. Isso requer não apenas o
entendimento do valor do “ecossistema” de inovação, mas principalmente qual é a contribuição de cada ator para
esse sistema. A suposição de que o setor público pode no máximo incentivas inovações puxadas pelo setor
privado (através de subsídios, reduções fiscais, precificação do carbono, padrões técnicos etc.), principalmente,
mas não apenas diante da crise recente, não leva em consideração os muitos exemplos em que a principal força
empreendedora veio do Estado e não do setor privado. A não consideração desse papel tem causado grande
impacto sobre os tipos de parcerias público-privadas que são criadas (potencialmente parasitárias em vez de
simbióticas) e tem desperdiçado dinheiro ou incentivos ineficazes (incluindo diferentes tipos de isenções fiscais)
que poderiam ter sido usados de forma mais eficiente. Para entender o papel fundamental do Estado ao assumir
os riscos do capitalismo moderno, é importante reconhecer o caráter “coletivo” da inovação. Diferentes tipos de
empresas (grandes e pequenas), diferentes tipos de financiamento e diferentes tipos de políticas estatais,
instituições e departamentos interagem às vezes de formas imprevisíveis – mas certamente de maneira que
podemos ajustar a moldar para alcançar os fins desejados. A literatura dos sistemas de inovação, que tem entre
seus pioneiros Freeman (1995), Lundvall (1992) e Nelson (1993), é especialmente relevante. Existe uma
dependência cada vez maior desses sistemas de difusão horizontais à medida que avançamos para sistemas de
inovação abertos, em que as barreiras entre colaboração pública e privada são reduzidas.”.
11
4 MARCO TEÓRICO E HIPÓTESE DE PESQUISA
O nó que resolver tal problema enviará a resolução aos demais para que verifiquem
se procede a resolução. Havendo consenso de mais da metade dos nós, cria-se um bloco, o
qual é diretamente ligado ao bloco antecedente por meio do número de identificação de
cada bloco, chamado de hash, motivo pelo qual tal sistema é extremamente seguro, pois as
operações são imutáveis, de acesso público, de manipulação externa improvável, pois
precisar-se-ia ter poder computacional para se ter mais que 50% do número de nós.
21
DASH, Priyab. Crypto Thoughts – Does it matter who came first Blockchain or Bitcoin? Disponível em:
<https://medium.com/crypt-bytes-tech/crypto-thoughts-does-it-matter-who-came-first-blockchain-or-bitcoin-
fcdc0268f8f9>. Acesso em 18/05/19.
22
TECNOBLOG. As vantagens do blockchain nos serviços bancário e de comércio exterior. Disponível em:
<https://boainformacao.com.br/2018/06/as-vantagens-do-blockchain-nos-servicos-bancario-e-de-comercio-
exterior/>. Acesso em 18/05/19.
12
5 METODOLOGIA DE PESQUISA
Para efetiva e positiva conclusão desta pesquisa, utilizaremos uma frente de estudo,
ou melhor, um método de pesquisa subdividido em duas vertentes. A legal e a econômico-
financeira.
13
6 RESULTADOS
O processo 2), de modo diametralmente oposto ao 1), utiliza o método dedutivo para
a subsunção do fato à norma, leia-se do bitcoin ao direito. Parte-se do macro ao micro, isto
é, se o bitcoin preenche os requisitos do dinheiro, dinheiro ele será e somente isso. O
mesmo se aplica a bens, serviços de pagamento e commodity.
O processo 3), também operado pela metodologia dedutiva, visa, de início, analisar a
criptomoeda e suas particularidades para então enquadrá-la a conceitos jurídicos já
existentes, sendo o método que mais se faz lógico, na visão do autor.
23
SOUZA, Thiago Barra de. Definição da Natureza Jurídica do Bitcoin e suas Repercussões Tributárias.
Disponível em: <>. Acesso em 19/05/2019.
24
Idem. pág 43 (Acesso em 19/05/2019)
14
Tabela 1 - Abordagem utilizada na análise para cada país
Por meio dos processos supracitados, tais países classificaram a natureza jurídica
da criptomoeda das seguintes maneiras: (i) Dinheiro (moeda); (ii) Commodity; (iii) Serviço de
pagamento; (iv) Bem latu sensu.
Eis o resultado25:
25
Idem. Pág 42.
15
Utilizou, para isso teorias econômicas, tais como a definição de dinheiro, para então
entender o papel da criptomoeda na economia, amoldando a criptomoeda à classificação
jurídica de serviço de pagamento.
Em seu capítulo II, “Das definições”, art. 5º, I, considerou-se criptoativo como “a
representação digital de valor denominada em sua própria unidade de conta, cujo preço
pode ser expresso em moeda soberana local ou estrangeira, transacionado eletronicamente
com a utilização de criptografia e de tecnologias de registros distribuídos, que pode ser
utilizado como forma de investimento, instrumento de transferência de valores ou acesso a
serviços, e que não constitui moeda de curso legal”.
26
EUROPEAN CENTRAL BANK. Virtual currency schemes – a further analysis. Disponível em:
https://www.ecb.europa.eu/pub/pdf/other/virtualcurrencyschemesen.pdf>. Acesso em 20/05/2018.
27
BRASIL. RECEITA FEDERAL. Instrução Normativa RFB nº 1888, de 03 de maio de 2019. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=100592>. Acesso em
20/05/2019.
16
Frise-se que não se tokenizará o imóvel em si, como direito real, e sim uma
representação do imóvel, fato esse que é óbice às possíveis ações judiciais dos detentores
dos tokens para ingressaram no imóvel e, certamente, não ensejará o registro de cada token
no cartório de registro de imóveis, embora a blockchain posse ser utilizada para tal no
futuro, sobretudo ante a Medida Provisória da liberdade, que dá margem interpretativa para
isso28.
Ainda não há resposta certeira, porém, projetos de lei não faltam para, de fato,
regular o tema30, além de parecer constar uma leve guinada no atual governo ao mercado
de criptoativos, como exemplo disso, tem-se a fala do presidente do BACEN Roberto
Campos Neto31: “Tenho estudado e me dedicado intensamente ao desenho de como será o
sistema financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma
das contribuições que espero trazer para o Banco Central é preparar a instituição para o
mercado futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando
transformações mais acelerada”.
28
Alteração da Lei nº 6.015/1973 em seu art. 1º, §3º pela Medida Provisória nº 881: “Os registros poderão ser
escriturados, publicitados e conservados em meio eletrônico, obedecidos os padrões tecnológicos
estabelecidos em regulamento.” – Grifo nosso.
29
Conflito de Competência 161.123/SP (2018/0248430-4), j. 28/11/2018, DJe 5/12/2018. “O Banco Central do
Brasil, em seu portal eletrônico, informa que não regula, autoriza ou supervisiona a troca ou negociação de
moedas virtuais: [...] 3) O Banco Central do Brasil autoriza o funcionamento das empresas que negociam
“moedas virtuais” e/ou guardam chaves, senhas ou outras informações cadastrais dos usuários, empresas
conhecidas como “exchanges”? Não. Essas empresas não são reguladas, autorizadas ou supervisionadas pelo
Banco Central. Não há legislação ou regulamentação específica sobre o tema no Brasil. O cidadão que decidir
utilizar os serviços prestados por essas empresas deve estar ciente dos riscos de eventuais fraudes ou outras
condutas de negócio inadequadas, que podem resultar em perdas patrimoniais. [...]
(https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/moedasvirtuais.asp?idpai=FA QCIDADAO. Acesso em: 19/11/2018)
(…). Ainda sobre a ausência de regulação, convém ressaltar que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem
interpretado, até então, que a negociação de moedas virtuais, como o Bitcoin, está fora do perímetro regulatório
daquela instituição, já que tal moeda não é considerada valor mobiliário por aquele órgão, circunstância essa que
exclui eventual negociação de criptomoeda das obrigações previstas na Lei n. 6.385/1976” – Acesso em
16/05/2019.
30
https://www.camara.leg.br/busca-portal?
contextoBusca=BuscaProposicoes&pagina=1&order=relevancia&abaEspecifica=false&q=criptomoeda
31
RIGGS, Wagner. “Estudei blockchain e criptomoedas”, diz indicado de Bolsonaro para o Banco Central.
Disponível em: https://portaldobitcoin.com/blockchain-criptomoedas-bolsonaro-banco-central/>. Acesso em
19/05/19.
17
6.2 RESULTADOS QUANTO AO FOMENTO ENCONÔMICO-FINANCEIRO DO ESTADO
À STARTUP PROPCASH.
6.2.1 BNDES
A taxa do empréstimo direto é composta por três elementos, sendo eles o custo
financeiro, remuneração do BNDES e taxa de risco de crédito, sendo este último variável
conforme o risco do cliente e prazos de financiamento.
32
(Acesso em 19/05/2019).
33
Divisão conforme faturamento em R$. Microempresa: 360 mil. Pequena empresa: Maior que 360 mil e menor
ou igual a 4,8 milhões. Média empresa/; Maior que 4,8 milhões e menor ou igual a 300 milhões. Grande
empresa: Maior que 300 milhões.
34
(Acesso em 19/05/2019).
35
1)Hipoteca; 2)Penhor; 3)Propriedade Fiduciária; 4)Fiança; 5)Aval; e 6)Vinculação em garantia ou cessão sob a
forma de Reserva de Meios de Pagamento, de receitas oriundas de: transferências federais, produto de
cobrança de impostos, taxas e sobretaxas, incentivos fiscais, ou rendas ou contribuições de qualquer espécie.
18
definidas pela instituição financeira escolhida pelo empreendedor. O prazo de pagamento do
empréstimo varia conforme a capacidade do empreendimento, limitado a 20 anos e a
participação do BNDES. A participação do banco está limitada a 80% do valor total do
projeto, limitada a 100% dos itens financiáveis.
36
(Acesso em 19/05/2019)
19
instituição financeira pedirá ao BNDES a liberação da primeira parcela do crédito, o qual
deve ser repassado ao cliente prazo limite de 1 (um) dia útil.
6.2.2 FINEP37
37
FINEP. Programa de Investimento em Startups Inovadoras - Edital de Seleção Pública. Disponível em:
<http://www.finep.gov.br/images/chamadas-publicas/2017/21_11_2017_Finep_Startup_Rodada_II.pdf>. Acesso
em 18/05/19.
38
“Para efeitos desse Edital, Blockchain é entendido como tecnologia que mantém um arquivo digital distribuído
(“digital ledger”), gerando e mantendo um registro de transações validado num modelo de consenso entre os nós
de uma rede, sem a necessidade de uma autoridade central para certificar quais transações são válidas e quais
não são. A tecnologia pode ser usada para controlar transações sobre qualquer coisa que represente valor,
sejam modelos ou registros de propriedades, patentes, direitos autorais, certidões de nascimento, casamento e
óbitos, registros médicos, dentre outros. ” – Edital de Seleção Pública (Finep – 2018), pg. 7.
http://www.finep.gov.br/images/chamadas-publicas/2017/21_11_2017_Finep_Startup_Rodada_II.pdf. Acesso em
18/05/19.
20
sociedades de fato ou de direito, que apresente ativo total ou superior a R$ 80.000.000,00
(oitenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$100.000.000,00 (cem milhões
de reais) no encerramento do exercício social anterior; e, ter ao menos, sua tecnologia
desenvolvida na etapa de um protótipo final e com a viabilidade comercial comprovada.
6.2.3 SEBRAE-SP 39
39
SEBRAE. Programa Startup SP – 2º Semestre 2019 – Chamada Pública para processo de seleção de
startups. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Programas%20e%20Solu
%C3%A7%C3%B5es/StartupSP/StartupSP%20-%20Edital%202019.2.pdf>. Acesso em 18/05/19.
40
Informação retirada do edital fornecido para o segundo semestre de 2019. - 5.1.1. Ser uma startup
digital*: a. Entrega valor para seus clientes através de canais digitais; b. Utiliza software ou serviços de
tecnologia de informação e comunicação como ponto central do seu modelo de negócio, o qual objetiva que seja
replicável, escalável e inserido no mercado; c. Aplicações de startups que trabalhem com hardware são bem-
vindas, desde que seus modelos de negócio também envolvam aspectos digitais na entrega de valor para o
cliente; - http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Programas%20e%20Solu
%C3%A7%C3%B5es/StartupSP/StartupSP%20-%20Edital%202019.2.pdf
21
Viável/Protótipo, com base em validações realizadas com potenciais clientes ou enfrentem
dificuldades para escalar suas vendas e/ou ainda não adentraram no estágio de crescimento
acelerado.
Por fim, é preciso ter em mente que o programa é totalmente gratuito e não tem
previsão de nenhum tipo de investimento financeiro nas startups selecionadas, desta forma,
o escopo do programa tem como premissa que as startups atinjam a validação de hipóteses
do modelo de negócio, e/ou realização de testes do seu MVP com clientes reais, e/ou
passem a apresentar ou aumentem seu faturamento, sem prejuízo da possibilidade de
receber-se investimentos de investidores interessados.
22
7 CONCLUSÃO
Contudo, não há segurança jurídica para a constituição de uma empresa de tal nível
tecnológico e ideológico, dado que fracionar-se-á bens imóveis por intermédio da tecnologia
blockchain, operando-se as transações de tokens via smartcontracts, os quais validarão as
transações com base na stablecoin denominada propcash. Em que pese existam lacunas e
insegurança jurídica sobre o tema, entende-se exequível a constituição de tal modelo de
negócios.
41
Lei da Inovação (Lei nº 10.973/2004): Art. 1º “Esta Lei estabelece medidas de incentivo à inovação e à
pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, ao alcance da
autonomia tecnológica e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional do País, nos termos dos
arts. 23, 24, 167,200, 213, 218, 219 e 219-A da Constituição Federal.”
42 <
https://www.swissrealcoin.io/> ACESSO em 21/05/2019.> Acesso em 21/05/2019.
23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, Karolina Matias; MÉXAS, Mirian Picinini; ABREU, Weniston; MELLO, Priscylla
Leventis. Economia Compartilhada e Consumo Colaborativo: Uma Revisão da
Literatura. Inovarse, XII Congresso Nacional de Excelência em Gestão e III Inovarse –
Responsabilidade Social Aplicada. 2016. Disponível em:
http://www.inovarse.org/sites/default/files/t16_369.pdf. Acesso em 18/05/19.
CHOI, H. R.; CHO, M. J.; LEE, K.; HONG, S.G.; WOO, C.R. The business model for the
sharing economy between SMEs. WSEAS Transactions on Business and Economics.
2014. Disponível em: http://www.wseas.org/multimedia/journal/economics/2014/a125707-
287.pdf. Acesso em 18/05/19.
CEROY, Frederico Meiberg. Uber e Netflix são a ponta do iceberg da economia
compartilhada. IDGNow, 2015. Disponível em: http://idgnow.com.br. Acesso em 18/05/19.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 3: teoria das obrigações
contratuais e extracontratuais. 33 ed.rev. e atual. São Paulo, Saraiva, 2017.
TOSTEVIN, P. How much is the word worth? Disponível em: <> Acesso em 11 maio 2019.
SAMMAN, G. The State of Stablecoins 2019. Hype vs. Reality in the Race for Stable,
Global, Digital Money Disponível em: <> Acesso em 17 maio 2019.
DIAS, I. C. A Economia Compartilhada por meio de Redes Sociais: Perfil dos Usuários
da Página Loucas por Melissa Disponível em:
<https://even3.blob.core.windows.net/anais/89201.pdf>. Acesso em 18 maio 2019.
24
DE NEGRI, Fernanda. Novos caminhos para a inovação no Brasil / Autora: Fernanda de
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GUSSON, Cássio. Louis Vuitton e a Christian Dior usam blockchain do Ethereum para
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