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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

FACULDADE DE DIREITO

ALEXANDRE GOMES ARANTES TELES – TIA 4161020-2


THIAGO DE JESUS FREIRE – TIA 4164214-7
VICTOR HUGO MAGALHÃES FREIRES – TIA 4160522-5

DIREITO IMOBILIÁRIO E BLOCKCHAIN

SÃO PAULO
2019
ALEXANDRE GOMES ARANTES TELES – TIA 4161020-2
THIAGO DE JESUS FREIRE – TIA 4164214-7
VICTOR HUGO MAGALHÃES FREIRES – TIA 4160522-5

DIREITO IMOBILIÁRIO E BLOCKCHAIN

Projeto de Iniciação Científica apresentado à


Faculdade de Direito da Universidade
Presbiteriana Mackenzie como avaliação do
segundo bimestre da disciplina de inovação.
Orientador: Eduardo Altomare Ariente

SÃO PAULO
2019

2
“Todo ato de criação é, antes de tudo, um ato de
destruição.” – Pablo Picasso

3
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5

2 PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................................. 9

3 JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS .................................................................................... 10

4 MARCO TEÓRICO E HIPÓTESE DE PESQUISA .......................................................... 12

5 METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................................................... 13

6 RESULTADOS .................................................................................................................. 14

6.1 CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA DOS TOKENS E STABLECOINS E SUA REGULAÇÃO /


NORMAS BRASILEIRAS ACERCA DA INOVAÇÃO DE UTILIDADE À PROPCASH ........ 14

6.2 RESULTADOS QUANTO AO FOMENTO ENCONÔMICO-FINANCEIRO DO ESTADO


À STARTUP PROPCASH. ...................................................................................................... 18

6.2.1 BNDES ............................................................................................................................ 18

6.2.2 FINEP .............................................................................................................................. 20

6.2.3 SEBRAE .......................................................................................................................... 21

7 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 24

4
1 INTRODUÇÃO

Com o surgimento do blockchain 1 , as relações de confiança nunca mais serão as


mesmas, dado que trata-se de um sistema que funciona de forma distribuída, sem
intermediadores que centralizam o poder dos dados e suas validações, de sorte a possibilitar
que pessoas físicas e jurídicas transacionem informação e até mesmo coisas entre si de forma
segura 2.

Instrumento que é de extrema valia para tais transações é o smartcontract3, executado


via blockchain, ou, em português, contrato inteligente, pois trata-se de um contrato 4 de
qualidade distinta de todos idealizados até a chegada de tal tecnologia, pois é escrito em
linguagem de programação e é dotado de autoexecutoriedade, isto é, preenchidas as
condições, os efeitos dos contratos são realizados sem intervenções de terceiros, podendo
esses contratos serem operados em diversas plataformas, tais como Ethereum, Iota, EOS,
Cardano, dentre outras.

Surge, também, a possibilidade de transformar ativos tangíveis e intangíveis em


tokens, isto é, tokenizá-los5, processo que nada mais é do que criar uma representação digital

1 Nas palavras de Willian Mougayar, blockchain consiste em “parte de banco de dados, parte de plataforma de
desenvolvimento, parte viabilizadora de rede (...). Como uma camada acima da internet, os blockchains podem ter
muitas formas de implementação. Eles podem ser vistos como uma camada de confiança, um mediador de troca,
uma conexão segura, um conjunto de capacidades descentralizadas e muito mais ”. (Mougaray, Willian. Blockchain
para negócios: promessa, prática e aplicação da nova tecnologia da internet. Rio de Janeiro: Alta Books,
2017, p. 6).
2 Idem, pág. 34. “O blockchain oferece um grau de transparência e acesso à verdade que pode prevenir violações

na confiança. E se essa nova tecnologia pudesse redefinir a função da confiança que intermediários costumavam
ter e nos fornecer um resultado parecido, com mais benefícios? Os blockchains oferecem verdade e transparência
como uma camada básica. Mas a maioria das instituições em que confiamos não as oferece. Esse será um
encontro interessante.”
3 “A contract in the traditional sense is an agreement between two or more parties to do or not do something in

exchange for something else. Each party must trust the other party to fulfill its side of the obligation. Smart contracts
feature the same kind of agreement to act or not act, but they remove the need for one type of trust between parties.
This is because a smart contract is both defined by the code and executed (or enforced) by the code, automatically
without discretion. In fact, three elements of smart contracts that make them distinct are autonomy, self-sufficiency,
and decentralization. Autonomy means that after it is launched and running, a contract and its initiating agent need
not be in further contact. Second, smart contracts might be self-sufficient in their ability to marshal resources—that
is, raising funds by providing services or issuing equity, and spending them on needed resources, such as
processing power or storage. Third, smart contracts are decentralized in that they do not subsist on a single
centralized server; they are distributed and self-executing across network nodes”. (Swan, Melanie. Blockchain:
Blueprint for a New Economy, 2015, p. 16).
4 “O contrato constitui uma espécie de negócio jurídico, de natureza bilateral ou plurilateral, dependendo, para a

sua formação, do encontro da vontade das partes, por ser ato regulamentador de interesses privados. Deveras, a
essência do negócio jurídico é a autorregulamentação dos interesses particulares, reconhecida pela ordem jurídica,
que lhe dá força criativa”. (Diniz, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 3: teoria das
obrigações contratuais e extracontratuais. 33ed.rev. e atual. São Paulo, Saraiva, 2017, p. 33).
5 “Asset Tokenization is the process of converting an asset- items that are not very easy to deal with and trade- into

a digital token that can be manipulated over the blockchain system. This digital token with a unique signature can
permit the transferring of ownership from one entity to another. This also secures guarantee of their legitimacy
which is bolstered by the fact that transactions are immutable in nature. Blockchain offer a smart alternative to
traditional paper markets by making trade possible between two parties using smart contracts. It helps streamline
the processes that are involved in an economy and puts forth a unique way of sharing ownership of unique objects.
Ownership, in this modern world, is taking a new shape and meaning altogether as it is made possible for an
intangible or fungible or non-fungible asset to have multiple owners. This is no longer an illusion as it might be the
case for an individual trading i) via conventional brick-mortar methods and ii) reluctant to adopt blockchaining to

5
para um ativo real. A semiótica, termo que vem do grego semeion (signo) e ótica (ciência),
estuda a forma pela qual representamos coisas em nossas mentes por meio de signos, que
são a união do representamen (a coisa em si, como ela realmente é) e seus significados
(aquilo que significa em nossa mente).

Tokenizar é, destarte, representar algo sob forma digital e, frise-se, em que pese não
seja possível fracionar diversas coisas em inúmeros pedaços, como um imóvel, é possível
fazê-lo quando representado por um token.

Dito isso, ao unir-se os conceitos e termos suprarreferidos, quais sejam blockchain,


smartcontracts e tokenização, tem-se uma quebra de paradigma da representação e
6
transação da propriedade , visto que poder-se-á representar coisas digitalmente e
transacioná-las de forma segura (sem a necessidade de confiar em terceiros), fracionada e
automática (autoexecutoriedade contratual).

Pois bem, é possível, portanto, que um token, que representa um bem imóvel, seja
fracionado em inúmeras partes, as quais podem ser comercializadas via blockchain por meio
de contratos inteligentes. Trata-se do ativo, bens imóveis, que supera todos os outros juntos,
como ações, dívidas e estoques a nível global, além de crescer, em valores, significativamente
ao ano, como visto abaixo7:

trade assets instead. Intangible assets account for the bubble representing concepts or ideas which don’t have any
physical presence, rather than actual physical goods. Use-cases like Copyrights, patents, etc. contribute to the
existence of this bubble in the first place. Fungible assets are the ones backed by a physical resource. The prime
examples being currency, oil, gold and other precious metals etc. The processes involved for trading such assets
is comparatively easier as each asset is of equal value and so can be exchangeable in nature. Non-fungible assets
are not exchangeable like their fungible counterparts which is attributable to their uniqueness. Use-cases like real
estate, artworks make use of non-fungible cryptographic tokens to transfer, sell or verify ownership”. SANGHAVI,
Vatsal; DOSHI, Ronak; DEVANSH, Shah; KANANI, Pratik. (2018). Blockchain Based Asset Tokenization.
Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/329044416_Blockchain_Based_Asset_Tokenization/citation/download
>. Download realizado em 18/05/2019.
6
“O primeiro que, tendo cercado um terreno, se lembrou de dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas bastantes
simples para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil”. (Rousseau, Jean-Jacques. Discurso sobre
a origem da desigualdade social. Segunda Parte.).
7 TOSTEVIN, P. How much is the word worth? Disponível em
https://www.savills.com/blog/article/216300/residential-property/how-much-is-the-world-worth.aspx> Acesso em
11 maio 2019.

6
Busca-se cada vez mais investimentos seguros, rentáveis e líquidos. Ora, sabe-se que
o investimento em imóveis individuais traz os dois primeiros elementos, porém não o terceiro.
É o que busca-se mudar, dado que o crescente fenômeno da economia compartilhada
alinhado às novas tecnologias faz com que barreiras solidas de mercado sejam rompidas.

Ante o cenário exposto, orquestrou-se projeto denominado Propcash, que visa


implementar no mercado imobiliário as tecnologias suprarreferidas, de sorte a resolver as
dores e necessidades do mercado imobiliário, engessado há muito tempo.

Propcash consiste em uma plataforma digital, acessada via internet por computadores
e dispositivos móveis, que permite com que se compre frações de bens imóveis selecionados
e devidamente representados por centenas ou milhares de tokens.

Cada imóvel, registrado como propriedade da pessoa jurídica Propcash, terá seus
tokens disponíveis à venda no mercado da plataforma. Aquele que adquirir seus tokens será
proprietário de certa fração que representa o imóvel, tendo direito aos seus rendimentos
mensais proporcionais à sua fração-parte, leia-se aluguéis. É certo, em vista disso, que os
imóveis deverão, primeiramente, ser adquiridos pela plataforma para que então sejam
tokenizados.

Caso deseje, poderá alienar seus tokens a outrem em mercado secundário


disponibilizado na plataforma, podendo estipular o preço que entender adequado e justo,
pagando-se taxas de corretagem à Propcash.

Aquele que for o inquilino de tal imóvel, caso deseje, poderá também comprar seus
tokens na plataforma, razão pela qual passará a pagar menos aluguel, dado que também
detém posse de parte dos tokens do imóvel, abatendo-se a proporção de sua fração adquirida
do valor do aluguel, mecanismo esse de valia para inquilinos que desejam investir em imóveis
e pagar menos aluguéis concomitantemente sem a necessidade de comprar um imóvel
unitariamente e também àqueles que não são aceitos em análise de crédito para alugar o
imóvel desejado.

7
Para a celeridade e redução de custos do sistema, baseado na blockchain, a Propcash
emitirá tokens pareados ao real, apelidados pelos internautas de stablecoins 8, denominados
como propcashs, servindo como moeda de troca para que os usuários possam transacionar
entre si os tokens dos imóveis inteiramente via contratos inteligentes na blockchain sem a
necessidade de inúmeras transferências bancárias com taxas abusivas. Em realidade, criar-
se-á duas stablecoins, uma lastreada no imóvel per si e outra na moeda fiduciária do Brasil,
o Real.

Para isso, faz-se necessário o lastro dos propcashs a uma conta bancária com a
mesma quantia de reais que há de propcashs, que são emitidos conforme a entrada de
dinheiro de usuários, realizada por transferência bancária. Para o usuário sacar seus
propcashs, basta indicar a sua conta bancária para que a plataforma transfira a quantia
desejada e elimine os propcashs da operação para que se mantenha a estabilidade da moeda
digital.

Em suma, trata-se de uma nova identidade do mercado imobiliário. Adiciona-se


liquidez a um mercado, hoje, enormemente ilíquido. Permite-se um investimento de pequena
monta a uma fração de um bem imóvel especificado, auferindo-se mensalmente seus
rendimentos, podendo-se aliená-la em mercado secundário para terceiros, algo também até
então impossível de acontecer.

Assim, um mercado altamente centralizado nas mãos de poucos passa a ser


pulverizado, distribuindo-se propriedade imobiliária e seus frutos. Entrou-se na era da
economia compartilhada9.

8
“Stablecoins are digital tokens which are price-stabilized. Often this is done by pegging to another asset or
benchmark like the US Dollar. It is not Central Bank issued and has low-volatility. This measure aims to provide
them with stability as a unit of account and measure of value, given that currencies like Bitcoin have been plagued
with price fluctuations of more than 20% in a single day. Stablecoins create connections between the legacy world
and the blockchain. Thus, the raison d’être of stablecoins is to mitigate and solve price volatility which has so
pervasively characterized cryptocurrencies while attempting to retain other characteristics of bitcoin such as the
free flow of capital and censorship resistance.” SAMMAN, G. The State of Stablecoins 2019. Hype vs. Reality in
the Race for Stable, Global, Digital Money Disponível em:
<https://static1.squarespace.com/static/564100e0e4b08c9445a5fc5d/t/5c71e43ef9619ae6c83c30af/15509679119
94/The+State+of+Stablecoins+2019_Report+2_20_19.pdf> Acesso em 17 maio 2019.
9 “A economia colaborativa foi citada pela primeira vez em 2008, pelo professor da universidade de Harvard,

Laurence Lessing. De acordo com Ferreira et al (2016) o termo “economia colaborativa’ se refere ao “consumo
colaborativo” realizado nas atividades de compartilhamento, troca ou aluguel de bens sem que haja, a
necessidade de aquisição dos mesmos. Segundo Choi et al (2014) essa tendência se popularizou nos últimos
anos, devido ao compartilhamento de bens individuais ociosos. Segundo ainda os autores, tanto os bens tangíveis
quanto os intangíveis passaram a ser compartilhado em negociações peer-to-peer (P2P) e business-to-consumer
(B2C). Neste modelo econômico a um ponto que merece destaque, na economia colaborativa, o compartilhamento
de bens é priorizado. Essa característica vai contra a essência do capitalismo, que consiste na acumulação de
bens. (CEROY, 2015).” - marcação nossa. DIAS, I. C. A Economia Compartilhada por meio de Redes Sociais:
Perfil dos Usuários da Página Loucas por Melissa Disponível em:
<https://even3.blob.core.windows.net/anais/89201.pdf> Acesso em 18 maio 2019.

8
2 PROBLEMA DE PESQUISA

Ante o exposto nos tópicos antecedentes, observa-se que se busca a criação de uma
empresa, Propcash, startup10que “tokenizará” bem imóveis selecionados e disponibilizará tais
tokens no mercado, seja para o próprio inquilino do imóvel, seja para outrem, de sorte a mudar
fulcralmente o sistema de moradia, propriedade e distribuição de renda imobiliária.

É neste cenário que pairam incertezas quanto ao cenário brasileiro acerca da higidez
de um sistema jurídico-normativo que viabilize inovação de tal monta e, ainda, resta-se saber
se o Estado tupiniquim possui mecanismos de fomento financeiro para a concretização de tal
projeto.

Tem-se, outrossim, o seguinte problema de pesquisa: no Brasil, há supedâneo legal e


fomento financeiro do Estado para constituição e funcionamento da startup Propcash, a qual
realizará o fracionamento de bens imóveis via blockchain como novo sistema de moradia e
democratização da propriedade e renda imobiliária?

10 “Uma startup é uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema
incerteza.” (Ries, Eric. A Startup Enxuta: Como os empreendedores atuais utilizam inovação contínua para
criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Leya Editora, 2012. p. 24).

9
3 JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS

A tecnologia por trás do tão conhecido e polêmico Bitcoin vai muito além da criação de
moedas digitais, do inglês cryptocurrency. Esta tecnologia chama-se blockchain e, para
muitos, será tão inovadora quanto o protocolo Simple Mail Transfer Protocol (SMTP) fora para
a troca de e-mails; o File Transfer Protocol (FTP) fora para a troca de arquivos; o Hypertext
Transfer Protocol (HTTP) para o acesso a conteúdo; o World Wide Web (WWW) para a
conectividade mundial via web; entre outros 11.

É notório o crescimento exponencial de tal tecnologia, utilizada cada vez mais mundo
afora para os mais diversos modelos de negócio, como na área cinematográfica 12; cadeia de
produção transparente de inúmeras espécies de produtos 13 ; seguros 14 ; financeira 15 ;
imobiliária16, dentre outras.

Ora, como exposto, pretende-se constituir startup denominada Propcash, a qual utiliza
a tecnologia blockchain aliada aos mecanismos de smartcontracts, “tokenização” e stablecoin.
É, portanto, imprescindível pesquisar acerca da viabilidade jurídica de tal plataforma e, ainda,
se o Estado brasileiro possui estruturas de fomento financeiro que podem ser de bom grado
a uma criação deste nível de inovação e disrupção, Estado esse que já pecou muito no
passado no quesito fomentação à inovação 17.

11 “O blockchain não pode ser descrito apenas como uma revolução. É um fenômeno em curso, avançando
lentamente como um tsunami, gradualmente envolvendo tudo em seu caminho pela forma de sua progressão.
Basicamente, é a segunda sobreposição significativa à internet, assim como a web foi a primeira camada dos anos
1990. Esta nova camada se relaciona muito com confiança, então poderíamos chamá-la de camada de confiança.
” (Mougaray, Willian. Blockchain para negócios: promessa, prática e aplicação da nova tecnologia da
internet. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017, introdução.)
12 RISSON, DANIELA. CANNES DEBATE A ERA BLOCKCHAIN NO CINEMA. DISPONÍVEL EM:

https://webitcoin.com.br/cannes-debate-a-era-blockchain-no-cinema-mai-18/>. Acesso em: 18/05/2019


13GUSSON, Cássio. Louis Vuitton e a Christian Dior usam blockchain do Ethereum para registrar e rastrear

produtos. Disponível em: <https://www.criptofacil.com/louis-vuitton-e-a-christian-dior-usam-blockchain-do-


ethereum-para-registrar-e-rastrear-produtos/>. Acesso em 15/05/19; CUNHA, Joana. Carrefour usa blockchain
para rastrear carne. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2019/04/carrefour-usa-
blockchain-para-rastrear-carne.shtml>. Acesso em 18/05/2019. SUPPLY CHAIN MAGAZINE. Starbucks aposta
na transparência através de blockchain. Disponível em:
<https://www.supplychainmagazine.pt/2019/05/10/starbucks-aposta-na-transparencia-atraves-de-blockchain/>.
Acesso em 18/05/19.
14
SEGUROS SURA. Seguro Sura adota blockchain para Smart Contracts. Disponível em:
<http://www.segurossura.com.br/sobre-rsa/imprensa/seguros-sura-adota-blockchain-para-smart-contracts>.
Acesso em 18/05/19.
15 GUSSON, Cássio. Banco Itaú pretende ampliar serviços com blockchain para seus clientes. Disponível

em: <https://www.criptofacil.com/banco-itau-pretende-ampliar-servicos-com-blockchain-para-seus-clientes/>.
Acesso em 18/05/19.
16 https://www.swissrealcoin.io/ https://propy.com/ - Acessos em 18/05/19.
17 “O Brasil tem uma longa história de maus tratos à inovação. Primeiro, por pensar que não dependeria dela,

século após século de economia baseada em matérias-primas. Depois, pela crença mágica nos poderes de um
grande mercado interno. Não deve ser apenas um erro de estratégia. Parece, a comprovar, ter a ver com uma
generalizada cultura de que aqui o futuro sempre aconteceria sem que o preparássemos e o perseguíssemos.”
(De Negri, Fernanda. Novos caminhos para a inovação no Brasil / Autora: Fernanda de Negri, Organizadores:
Wilson Center, Interfarma – Washington, DC: Wilson Center, 2018. p. 9). Idem. p. 15. “A inovação é, principalmente,
fruto da tentativa das empresas de ampliar fatias de mercado ou de proteger seu mercado de concorrentes,
potenciais ou reais. Uma economia fechada, na qual as empresas são protegidas de seus concorrentes,
domésticos ou externos, não tem incentivos para produzir inovações.”

10
De nada adianta existirem cabeças pensantes, que orquestrem modelos inovadores e
disruptivos de negócios, se os seus planos não saem do papel 18 e, para isso, o Estado tem o
papel crucial de permitir ou, pelo menos, não impedir que tais inovações floresçam 19.

Neste projeto de pesquisa, visa-se aferir se o Estado brasileiro, atualmente, (enquanto


escreve-se, de abril a junho de 2019) comporta o fomento financeiro à criação da startup
Propcash e, ainda, se o seu modelo de negócios é viável ante o ambiente jurídico nacional,
sobretudo quanto ao direito material.

É preciso reconhecer os papéis dos atores individuais que ocasionam a inovação. O


Estado, em sua imensidão tributária, financeira e formal, deve fomentar a criação de novos
modelos de negócio, sobretudo os inovadores. Deve ser, assim, empreendedor. A iniciativa
privada deve não somente aceitar tal fomento, como levá-lo adiante, participando dos riscos
naturais da sociedade capitalista. Engana-se quem entende que tais agentes, Estado e
iniciativa privada, devem estar indubitavelmente isolados 20.

18 Idem. Pág 22. “O mais importante é que a inovação, como produto ou processo produtivo, precisa ser introduzida
no mercado para ser uma inovação. Uma invenção ou uma nova tecnologia não é uma inovação até que se torne
um produto (ou processo) colocado no mercado por uma empresa. ”
19
Idem. Pág 98. “Dessa forma, além do financiamento direto à ciência e à inovação, o estado pode intervir sobre
os fatores enumerados anteriormente e que afetam a capacidade de inovação do país, a saber: i) educação e
formação de cientistas; ii) infraestrutura de pesquisa; iii) um ambiente propício à inovação. ”
20
MAZZUCATO, M. O Estado Empreendedor: desmascarando o mito do setor público x setor privado. São
Paulo: Portfolio-Penguin, 2014. p. 256/257. “Ao buscar promover o crescimento puxado pela inovação, é
fundamental entender a importância dos papéis do setor público e do setor privado. Isso requer não apenas o
entendimento do valor do “ecossistema” de inovação, mas principalmente qual é a contribuição de cada ator para
esse sistema. A suposição de que o setor público pode no máximo incentivas inovações puxadas pelo setor privado
(através de subsídios, reduções fiscais, precificação do carbono, padrões técnicos etc.), principalmente, mas não
apenas diante da crise recente, não leva em consideração os muitos exemplos em que a principal força
empreendedora veio do Estado e não do setor privado. A não consideração desse papel tem causado grande
impacto sobre os tipos de parcerias público-privadas que são criadas (potencialmente parasitárias em vez de
simbióticas) e tem desperdiçado dinheiro ou incentivos ineficazes (incluindo diferentes tipos de isenções fiscais)
que poderiam ter sido usados de forma mais eficiente. Para entender o papel fundamental do Estado ao assumir
os riscos do capitalismo moderno, é importante reconhecer o caráter “coletivo” da inovação. Diferentes tipos de
empresas (grandes e pequenas), diferentes tipos de financiamento e diferentes tipos de políticas estatais,
instituições e departamentos interagem às vezes de formas imprevisíveis – mas certamente de maneira que
podemos ajustar a moldar para alcançar os fins desejados. A literatura dos sistemas de inovação, que tem entre
seus pioneiros Freeman (1995), Lundvall (1992) e Nelson (1993), é especialmente relevante. Existe uma
dependência cada vez maior desses sistemas de difusão horizontais à medida que avançamos para sistemas de
inovação abertos, em que as barreiras entre colaboração pública e privada são reduzidas.”.

11
4 MARCO TEÓRICO E HIPÓTESE DE PESQUISA

O marco teórico do presente projeto de pesquisa é a tecnologia blockchain,


viabilizadora do modelo de negócios da Propcash, a qual nada mais é que um sistema de
registro de fatos que funciona de forma distribuída, como transações de um criptoativo, tal
como Bitcoin e os tokens da Propcash, ou mesmo a assinatura de um contrato.

Cuida-se de um sistema seguro de comunicação e validação de informações, sejam


elas quais forem, que são armazenadas em um livro razão compartilhado por nós na rede,
responsáveis por validar cada operação, verificando-se as partes, identificadas por chaves
públicas, se possuem fundos, e se possuem autorização para tal por meio da sua chave
privada, espécie de senha criptografada. Para isso, deve-se chegar a um consenso, o qual
pode ser alcançado por diversos algoritmos, sendo o mais conhecido denominado prova de
trabalho, o qual consiste na resolução de um problema matemático complexo.

O nó que resolver tal problema enviará a resolução aos demais para que verifiquem
se procede a resolução. Havendo consenso de mais da metade dos nós, cria-se um bloco, o
qual é diretamente ligado ao bloco antecedente por meio do número de identificação de cada
bloco, chamado de hash, motivo pelo qual tal sistema é extremamente seguro, pois as
operações são imutáveis, de acesso público, de manipulação externa improvável, pois
precisar-se-ia ter poder computacional para se ter mais que 50% do número de nós.

Abaixo vê-se a diferença entre um sistema centralizado/descentralizado e distribuído 21,


sendo os nós representados pelos pontos, e o sistema concatenado de criação de blocos
interligados na rede blockchain22por meio do número de identificação hash.

Assim, ao lado de tecnologias adjacentes ao blockchain, como os smartcontracts,


tokenização e stablecoins, tem-se a seguinte hipótese de pesquisa: O Brasil possui
mecanismos de fomento econômico-financeiro que podem ser de utilidade à Propcash e, no
tocante à viabilidade jurídica do modelo de negócios abordado, vê-se que está nascendo um
ambiente normativo para a sua chegada, em que pese a existência de inúmeras lacunas a
serem preenchidas.

21
DASH, Priyab. Crypto Thoughts – Does it matter who came first Blockchain or Bitcoin? Disponível em:
<https://medium.com/crypt-bytes-tech/crypto-thoughts-does-it-matter-who-came-first-blockchain-or-bitcoin-
fcdc0268f8f9>. Acesso em 18/05/19.
22TECNOBLOG. As vantagens do blockchain nos serviços bancário e de comércio exterior. Disponível em:

<https://boainformacao.com.br/2018/06/as-vantagens-do-blockchain-nos-servicos-bancario-e-de-comercio-
exterior/>. Acesso em 18/05/19.

12
5 METODOLOGIA DE PESQUISA

Para efetiva e positiva conclusão desta pesquisa, utilizaremos uma frente de estudo,
ou melhor, um método de pesquisa subdividido em duas vertentes. A legal e a econômico-
financeira.

Faremos o uso da pesquisa que abarca a legislação e regulação que aborda o


problema de pesquisa sob o espectro do direito material, incluindo-se instruções normativas,
lege ferenda e pesquisas acadêmicas nacionais e internacionais sobre o tema, buscando-se
supedâneos legais para a correta concretização do Propcash.

De outra frente, buscar-se-á as principais formas de fomentos provenientes do Estado


brasileiro no tocante ao fomento econômico-financeiro de modelos de negócios inovadores,
com especial enfoque no projeto ora abordado.

13
6 RESULTADOS

6.1 CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA DOS TOKENS E STABLECOINS E SUA REGULAÇÃO /


NORMAS BRASILEIRAS ACERCA DA INOVAÇÃO DE UTILIDADE À PROPCASH

Necessário é dissertar acerca da natureza jurídica dos tokens que representariam os


imóveis e também dos que serão utilizados como moeda, os chamados stablecoins.

Para isso, agregou enormemente o trabalho de conclusão de curso (TCC) “Definição


da Natureza Jurídica do Bitcoin e suas Repercussões Tributárias”, de Thiago Barra de
Souza23, que pincela com maestria o seu problema de pesquisa. Baseou-se na criptomoeda
Bitcoin ante a sua relevância mundial e, por certo, nada impede que seus levantamentos,
discussões e conclusões não sejam de valia para o presente projeto de pesquisa, como se
verá adiante.

Chegou-se à conclusão, por meio do estudo de direito comparado, que o processo de


definição da natureza jurídica do Bitcoin fora definido de três formas diferentes por diversos
países. São elas assim definidas pelo autor: a) a partir do uso dado pelos agentes; b) por
subsunção das características observáveis aos conceitos jurídicos pré-existentes; c) pela
construção da natureza econômica do bitcoin e posterior análise da subsunção desta natureza
às normas e conceitos jurídicos existentes.

O processo 1) ocorre por meio de um método indutivo de enquadramento legal,


partindo-se do micro para o macro. Se a criptomoeda for utilizada como um bem, assim será,
o mesmo se aplica a dinheiro, commodity e serviço de pagamento.

O processo 2), de modo diametralmente oposto ao 1), utiliza o método dedutivo para
a subsunção do fato à norma, leia-se do bitcoin ao direito. Parte-se do macro ao micro, isto é,
se o bitcoin preenche os requisitos do dinheiro, dinheiro ele será e somente isso. O mesmo
se aplica a bens, serviços de pagamento e commodity.

O processo 3), também operado pela metodologia dedutiva, visa, de início, analisar a
criptomoeda e suas particularidades para então enquadrá-la a conceitos jurídicos já
existentes, sendo o método que mais se faz lógico, na visão do autor.

Eis o elenco de países estudados no TCC que enquadraram as criptomoedas


juridicamente de acordo com os métodos acima24.

23 SOUZA, Thiago Barra de. Definição da Natureza Jurídica do Bitcoin e suas Repercussões Tributárias.
Disponível em: <https://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/cadernovirtual/article/view/3304>. Acesso em
19/05/2019.
24 Idem. pág 43 (Acesso em 19/05/2019)

14
Tabela 1 - Abordagem utilizada na análise para cada país

Uso de dado Subsunção das Definição da natureza econômica


pelos agentes características observáveis do bitcoin e posterior análise da
no caso do bitcoin aos conceitos subsunção desta natureza às
concreto jurídicos pré-existentes normas e conceitos jurídicos
existentes
Austrália
Canadá Argentina
EUA Israel União Europeia
Japão
Dinamarca
China

Por meio dos processos supracitados, tais países classificaram a natureza jurídica da
criptomoeda das seguintes maneiras: (i) Dinheiro (moeda); (ii) Commodity; (iii) Serviço de
pagamento; (iv) Bem latu sensu.

Eis o resultado25:

Tabela Tabela 2 – Natureza do bitcoin para cada país

Moeda/Dinheiro Commodity Serviço de Bem


Pagamento
Canadá Canadá EUA
Austrália China União Europeia Canadá
Canada Dinamarca Japão Argentina
EUA EUA Israel
Japão

O autor ressalta como melhor metodologia a da construção da natureza econômica do


bitcoin e posterior análise da subsunção desta natureza às normas e conceitos jurídicos
existentes, assim escolhida apenas pela União Europeia, como se vê acima, dado que
respeitam-se as particularidades das moedas digitais, dado que são um fato econômico antes
de um fato jurídico.

25 Idem. Pág 42.

15
Utilizou, para isso teorias econômicas, tais como a definição de dinheiro, para então
entender o papel da criptomoeda na economia, amoldando a criptomoeda à classificação
jurídica de serviço de pagamento.

Eis a definição do Banco Central Europeu: “Virtual currency is a digital representation


of value, not issued by a central bank, credit institution or e-money institution, which, in some
circumstances, can be used as an alternative to money.”26

Saindo do campo de pesquisa do TCC supra e adentrando-se no cenário pátrio atual,


vê-se que a Receita Federal do Brasil editou a instrução normativa 1.888 27, a qual “Institui e
disciplina a obrigatoriedade de prestação de informações relativas às operações realizadas
com criptoativos à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB).”.

Em seu capítulo II, “Das definições”, art. 5º, I, considerou-se criptoativo como “a
representação digital de valor denominada em sua própria unidade de conta, cujo preço pode
ser expresso em moeda soberana local ou estrangeira, transacionado eletronicamente com a
utilização de criptografia e de tecnologias de registros distribuídos, que pode ser utilizado
como forma de investimento, instrumento de transferência de valores ou acesso a serviços, e
que não constitui moeda de curso legal”.

Portanto, é mais detalhada a definição da RFB do que a do Banco Central Europeu.


Especifica o fato de tais criptoativos poderem ter preço em moeda soberana local ou
estrangeira, além de serem transacionado eletronicamente com a utilização de criptografia e
de tecnologias de registros distribuídos, podendo ser utilizados como forma de investimento,
instrumento de transferência de valores ou acesso a serviços, não se constituindo moeda de
curso legal.

Ora, admitiu-se a multiplicidade de natureza jurídica de um criptoativo, adotando-se o


método indutivo da classificação do criptiativo conforme o seu uso, podendo ser enquadrado
como: (i) forma de investimento; (ii) instrumento de transferência de valores; e (iii) acesso a
serviços

No caso da propcash, vê-se que os tokens que representam os bens imóveis se


enquadram na natureza, item (1), dado que são uma forma de investimento no mercado

26
EUROPEAN CENTRAL BANK. Virtual currency schemes – a further analysis. Disponível em:
<https://www.ecb.europa.eu/pub/pdf/other/virtualcurrencyschemesen.pdf>. Acesso em 20/05/2018.
27 BRASIL. RECEITA FEDERAL. Instrução Normativa RFB nº 1888, de 03 de maio de 2019. Disponível em:

<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=100592>. Acesso em
20/05/2019.

16
imobiliário, além de também poderem ser utilizados como forma de transferência de valores,
caso assim o seu detentor deseje, amoldando-se ao item (3).

Frise-se que não se tokenizará o imóvel em si, como direito real, e sim uma
representação do imóvel, fato esse que é óbice às possíveis ações judiciais dos detentores
dos tokens para ingressaram no imóvel e, certamente, não ensejará o registro de cada token
no cartório de registro de imóveis, embora a blockchain posse ser utilizada para tal no futuro,
sobretudo ante a Medida Provisória da liberdade, que dá margem interpretativa para isso 28.

Interessante é a lide julgada pelo Superior Tribunal de Justiça29 em dezembro de 2018,


o qual afirmou que ainda não havia definição da natureza jurídica de criptoativos no Brasil,
seja pelo Banco Central (BACEN), seja pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, de
fato, não há, como bem explanado no acórdão. Assim, os criptoativos não estão sob regulação
do BACEN e da CVM.

Ora, quem regula o mercado de criptoativos? Sobretudo no caso dos tokens emitidos
e colocados no mercado pela Propcash, sejam os que representam os imóveis, sejam os
stablecoins? Haverá necessidade de registro da plataforma na CVM?

Ainda não há resposta certeira, porém, projetos de lei não faltam para, de fato, regular
o tema 30 , além de parecer constar uma leve guinada no atual governo ao mercado de
criptoativos, como exemplo disso, tem-se a fala do presidente do BACEN Roberto Campos
Neto31: “Tenho estudado e me dedicado intensamente ao desenho de como será o sistema
financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma das
contribuições que espero trazer para o Banco Central é preparar a instituição para o mercado

28 Alteração da Lei nº 6.015/1973 em seu art. 1º, §3º pela Medida Provisória nº 881: “Os registros poderão ser
escriturados, publicitados e conservados em meio eletrônico, obedecidos os padrões tecnológicos estabelecidos
em regulamento.” – Grifo nosso.
29 Conflito de Competência 161.123/SP (2018/0248430-4), j. 28/11/2018, DJe 5/12/2018. “O Banco Central do

Brasil, em seu portal eletrônico, informa que não regula, autoriza ou supervisiona a troca ou negociação de moedas
virtuais: [...] 3) O Banco Central do Brasil autoriza o funcionamento das empresas que negociam “moedas virtuais”
e/ou guardam chaves, senhas ou outras informações cadastrais dos usuários, empresas conhecidas como
“exchanges”? Não. Essas empresas não são reguladas, autorizadas ou supervisionadas pelo Banco Central. Não
há legislação ou regulamentação específica sobre o tema no Brasil. O cidadão que decidir utilizar os serviços
prestados por essas empresas deve estar ciente dos riscos de eventuais fraudes ou outras condutas de negócio
inadequadas, que podem resultar em perdas patrimoniais. [...]
(https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/moedasvirtuais.asp?idpai=FA QCIDADAO. Acesso em: 19/11/2018)
(…). Ainda sobre a ausência de regulação, convém ressaltar que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem
interpretado, até então, que a negociação de moedas virtuais, como o Bitcoin, está fora do perímetro regulatório
daquela instituição, já que tal moeda não é considerada valor mobiliário por aquele órgão, circunstância essa que
exclui eventual negociação de criptomoeda das obrigações previstas na Lei n. 6.385/1976” – Acesso em
16/05/2019.
30
https://www.camara.leg.br/busca-
portal?contextoBusca=BuscaProposicoes&pagina=1&order=relevancia&abaEspecifica=false&q=criptomoeda
31 RIGGS, Wagner. “Estudei blockchain e criptomoedas”, diz indicado de Bolsonaro para o Banco Central.

Disponível em: <https://portaldobitcoin.com/blockchain-criptomoedas-bolsonaro-banco-central/>. Acesso em


19/05/19.

17
futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando transformações mais
acelerada”.

6.2 RESULTADOS QUANTO AO FOMENTO ENCONÔMICO-FINANCEIRO DO ESTADO À


STARTUP PROPCASH.

6.2.1 BNDES

De pronto, vê-se que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), empresa


pública federal, possui como meio de fomento a empresas inovadoras a “linha BNDES de
inovação” 32, a qual consiste em empréstimos diretos, provenientes somente do próprio banco,
e indiretos, solicitados por instituição financeira credenciada, ambos a taxas menores que
usuais, concedidos a empresas de classificação micro, pequena, médio e grande porte33.

A taxa do empréstimo direto é composta por três elementos, sendo eles o custo
financeiro, remuneração do BNDES e taxa de risco de crédito, sendo este último variável
conforme o risco do cliente e prazos de financiamento.

A totalidade da taxa é calculada multiplicando-se os três elementos suprarreferidos,


sendo que o primeiro elemento, calculado com base na Taxa de Longo Prazo (TLP), está
fixado em 6,49% ao ano à data de 16/05/2019. A remuneração do BNDES, à mesma data,
consta de 0,9% ao ano e, quanto ao último item, a taxa de risco de crédito varia conforme
análise do banco quanto ao risco do cliente e prazos de financiamento.

Quanto ao empréstimo indireto, vê-se que a taxa total é composta, igualmente, de três
elementos, quais sejam o custo financeiro, taxa do BNDES e taxa do agente financeiro. O
valor do primeiro elemento é calculado igualmente com base na TLP, já o do segundo altera-
se de 0,9% para 1,05% ao ano e a taxa do agente financeiro varia conforme negociado com
a instituição financeira.

Há incidência também das taxas de juros específicas do banco cobradas de acordo


com as operações taxadas em tabela disponível em seu website34, tais como de comissão por
elaboração financeira, de 0,2%, e comissão por comprometimento de crédito, de 03%.

O valor mínimo de financiamento concedido pelo banco a esta linha de fomento à


inovação é de R$ 10.000.000 (dez milhões de reais) e, ainda, exige-se garantias previamente

32 https://wwwbr/w.bndes.gov.ps/portal/site/home/financiamento/produto/bndes-inovacao (Acesso em
19/05/2019).
33
Divisão conforme faturamento em R$. Microempresa: 360 mil. Pequena empresa: Maior que 360 mil e menor ou
igual a 4,8 milhões. Média empresa/; Maior que 4,8 milhões e menor ou igual a 300 milhões. Grande empresa:
Maior que 300 milhões.
34 https://www.bndes.gov.br/wps/wcm/connect/site/5a23281e-7f24-4318-9b51-
997d26100289/Tabela%2Bde%2BTarifas%2Bdo%2BSistema%2BBNDES.pdf?MOD=AJPERES&CVID=mE7VW
OZ (Acesso em 19/05/2019).

18
elencadas pelo empréstimo direto 35, sendo as garantias do empréstimo indireto definidas pela
instituição financeira escolhida pelo empreendedor. O prazo de pagamento do empréstimo
varia conforme a capacidade do empreendimento, limitado a 20 anos e a participação do
BNDES. A participação do banco está limitada a 80% do valor total do projeto, limitada a 100%
dos itens financiáveis.

Há incidência também das taxas de juros específicas do banco cobradas de acordo


com as operações taxadas em tabela disponível em seu website36, tais como de comissão por
elaboração financeira, de 0,2%, e comissão por comprometimento de crédito, de 03%.

O fluxo do empréstimo direto ocorre da seguinte maneira:

Inicia-se com a habilitação, em que são analisados os aspectos cadastrais, de crédito


e jurídicos e também a diretoria do BNDES aprecia a proposta de habilitação, comunicando o
cliente se fora aceito ou não.

Após isso, há solicitação de apoio financeiro encaminhada pelo roteiro de pedido de


financiamento, com informações sobre o projeto, ocasião em que se avaliará preliminarmente
a adequação do projeto às políticas operacionais e de Crédito do BNDES e comunicará o
cliente da decisão para que prossiga à etapa de análise.

Na etapa de análise, o Comitê de Elegibilidade de Operações e Crédito (CEC) do


BNDES analisa pormenorizadamente o projeto, sobretudo a sua viabilidade econômico-
financeira, aspectos jurídicos e regularidade fiscal, podendo ser solicitadas novas informações
aos clientes. Por fim, a Diretoria do BNDES decidirá sobre a aprovação ou não do
financiamento, comunicando o requerente.

Por derradeiro, a empresa requerente e o BNDES assinam contrato de mútuo, com


cláusulas pré-estipuladas pelo banco, e então há a etapa de acompanhamento, em que
verifica-se o cumprimento do acordado entre as partes, bem como a evolução econômico-
financeira do projeto.

Já o fluxo de empréstimo na modalidade indireta, solicitado a instituição financeira


credenciada, varia conforme as políticas e normas de concessão de crédito conforme cada
instituição, respeitados os limites de participação do financiamento dados pelo BNDES, assim

35
1)Hipoteca; 2)Penhor; 3)Propriedade Fiduciária; 4)Fiança; 5)Aval; e 6)Vinculação em garantia ou cessão sob a
forma de Reserva de Meios de Pagamento, de receitas oriundas de: transferências federais, produto de cobrança
de impostos, taxas e sobretaxas, incentivos fiscais, ou rendas ou contribuições de qualquer espécie.
36 https://www.bndes.gov.br/wps/wcm/connect/site/5a23281e-7f24-4318-9b51-
997d26100289/Tabela%2Bde%2BTarifas%2Bdo%2BSistema%2BBNDES.pdf?MOD=AJPERES&CVID=mE7VW
OZ (Acesso em 19/05/2019)

19
como suas normas e regulamentos. Como dito, são as instituições financeiras que definem as
garantiam desta operação.

Após a prevenção do crédito pela instituição, encaminha-se o pedido ao BNDES para


que o homologue, e após isso a instituição financeira chamará o seu cliente para a devida
assinatura do contrato de mútuo. Após o registro da documentação de toda a operação, a
instituição financeira pedirá ao BNDES a liberação da primeira parcela do crédito, o qual deve
ser repassado ao cliente prazo limite de 1 (um) dia útil.

6.2.2 FINEP37

Continuando com a linha de fomento a startups no Brasil, seria interessante uma


análise do programa de desenvolvido pela Finep – Programa de Investimento em Startups
Inovadoras. De início, já é notório que este programa foi desenvolvido para startups com um
maior grau de desenvolvimento, por este motivo far-se-á um breve resumo do edital do
referido programa de fomento.

De pronto, será realizada a celebração de um contrato Particular de Outorga de Opção


de Subscrição de Participação Social (posteriormente podendo ser exercida a “Opção de
Compra” pela Finep, nos moldes do edital), sem restrições ao direito de voto entre Finep e a
empresa, registrada na Junta Comercial, e constituída obrigatoriamente sob forma de
Sociedade Limitada ou Sociedade por Ações, com período mínimo de 6 (seis) meses a contar
do período de inscrições da rodada de investimentos do edital, com anuência dos sócios.

Além do requisito supracitado, vê-se que a utilização da tecnologia blockchain38 consta


como tecnologia passível de habilitação ao processo de seleção, dentre outras, de modo que
os modelos de negócio propostos pela Propcash abarcam a criação de soluções relacionadas
às áreas de processos, serviços e produtos que ensejam a redução da possibilidade de
fraude, além de possibilitarem a manutenção da integridade criptográfica das transações
registradas e verificações digitais.

Em acréscimo, as empresas participantes deverão, obrigatoriamente, ser brasileiras;


os sócios administradores serem detentores de posição majoritária na Estrutura Social da

37 FINEP. Programa de Investimento em Startups Inovadoras - Edital de Seleção Pública. Disponível em:
<http://www.finep.gov.br/images/chamadas-publicas/2017/21_11_2017_Finep_Startup_Rodada_II.pdf>. Acesso
em 18/05/19.
38 “Para efeitos desse Edital, Blockchain é entendido como tecnologia que mantém um arquivo digital distribuído

(“digital ledger”), gerando e mantendo um registro de transações validado num modelo de consenso entre os nós
de uma rede, sem a necessidade de uma autoridade central para certificar quais transações são válidas e quais
não são. A tecnologia pode ser usada para controlar transações sobre qualquer coisa que represente valor, sejam
modelos ou registros de propriedades, patentes, direitos autorais, certidões de nascimento, casamento e óbitos,
registros médicos, dentre outros. ” – Edital de Seleção Pública (Finep – 2018), pg. 7.
http://www.finep.gov.br/images/chamadas-publicas/2017/21_11_2017_Finep_Startup_Rodada_II.pdf. Acesso em
18/05/19.

20
empresa, e de preferência nenhum obtenha mais que 90% de participação; ao menos 1 (um)
dos empreendedores seja totalmente disponível ao negócio para realização das atividades
necessárias; a sociedade tenha apresentado entre 01 de janeiro de 2018 e 31 de dezembro
de 2018, Receita Operacional Bruta inferior ou igual à R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e
oitocentos mil reais) e não tenha o seu controle acionário detido por grupo de sociedades de
fato ou de direito, que apresente ativo total ou superior a R$ 80.000.000,00 (oitenta milhões
de reais) ou receita bruta anual superior a R$100.000.000,00 (cem milhões de reais) no
encerramento do exercício social anterior; e, ter ao menos, sua tecnologia desenvolvida na
etapa de um protótipo final e com a viabilidade comercial comprovada.

O processo de seleção é composto por duas Rodadas de Investimento, uma em 2018


e a outra em 2019, sendo cada Rodada de Investimento composta por 3 (três) etapas de
seleção (1ª – avaliação do plano de negócios; 2ª – Banca Avaliadora Presencial; 3ª – Visita
Técnica e Avaliação de Documentação Jurídica), e posteriormente serão selecionadas até 30
(trinta) empresas para o investimento Finep, investimento esse no valor de apoio financeiro
máximo de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), ou até mesmo a possibilidade de realizar
uma Carta de Compromisso de Investimento com um Investidor-Anjo, nos moldes do presente
edital.

6.2.3 SEBRAE-SP 39

Cumpre salientar que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas


(SEBRAE) é entidade paraestatal, de qualidade dos Serviços Sociais Autônomos (SSA),
mantidos por dotação orçamentária ou dotações parafiscais do Estado sendo pessoa jurídica
de direito privado criada por lei sem fins lucrativos. No caso, tal entidade era vinculada à
Administração Pública (CEBRAE), porém fora desvinculada por meio do Decreto nº
99.570/1990 e transformada no SEBRAE. Tais fatos não desqualificam a entidade como forma
de fomento do Estado à inovação, ainda que indiretamente.

O Programa de Desenvolvimento de Startup “Startup SP”, produzido pelo Serviço


Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-SP) engloba e visa selecionar
startups digitais 40 que possuam ou não CNPJ, e encontram-se no processo de validação de

39 SEBRAE. Programa Startup SP – 2º Semestre 2019 – Chamada Pública para processo de seleção de
startups. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Programas%20e%20Solu%C3%A7%C3%B5es/Sta

rtupSP/StartupSP%20-%20Edital%202019.2.pdf>. Acesso em 18/05/19.


40
Informação retirada do edital fornecido para o segundo semestre de 2019. - 5.1.1. Ser uma startup
digital*: a. Entrega valor para seus clientes através de canais digitais; b. Utiliza software ou serviços de tecnologia
de informação e comunicação como ponto central do seu modelo de negócio, o qual objetiva que seja replicável,
escalável e inserido no mercado; c. Aplicações de startups que trabalhem com hardware são bem-vindas, desde
que seus modelos de negócio também envolvam aspectos digitais na entrega de valor para o cliente; -
http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Programas%20e%20Solu%C3%A7%C3%B5es/Star
tupSP/StartupSP%20-%20Edital%202019.2.pdf

21
seus modelos de negócios, com ênfase naquelas que estejam relacionadas ao problema de
mercado, solução e modelos de receita, bem como certos segmentos de clientes.

Vale ressaltar a credibilidade do programa, que recentemente abriu inscrições para a


sua 6ª edição, na qual serão selecionadas 10 (dez) startups digitais, salvo exceções, que até
o presente momento já tenham iniciado a construção de um Produto Mínimo Viável/Protótipo,
com base em validações realizadas com potenciais clientes ou enfrentem dificuldades para
escalar suas vendas e/ou ainda não adentraram no estágio de crescimento acelerado.

Em acréscimo, será necessário ao menos 2 (dois) integrantes na composição da


equipe, e pelo menos 1 (um) com disponibilidade de 100% de dedicação ao desenvolvimento
da startup para que seja possível a participação em todas as atividades previstas no
programa, com risco de terem suas atividades descontinuadas, caso o desempenho desejado
não seja atingido ao longo do programa.

No decorrer do programa, as startups selecionadas participarão de atividades que


possibilitem o melhor desenvolvimento de capacitações de seus integrantes por meio de
workshops, oficinas, entre outras. Ainda, farão reunião de acompanhamento de negócios com
consultores do SEBRAE-SP, bem como plano individual de mentoria, além de mentoria com
parceiros locais para que seja possível o compartilhamento de ideias, intensificando a
conexão com investidores e aceleradoras, sendo possível ainda, a utilização ao coworking
para a realização de trabalhos relacionados ao programa.

Por fim, é preciso ter em mente que o programa é totalmente gratuito e não tem
previsão de nenhum tipo de investimento financeiro nas startups selecionadas, desta forma,
o escopo do programa tem como premissa que as startups atinjam a validação de hipóteses
do modelo de negócio, e/ou realização de testes do seu MVP com clientes reais, e/ou passem
a apresentar ou aumentem seu faturamento, sem prejuízo da possibilidade de receber-se
investimentos de investidores interessados.

22
7 CONCLUSÃO

Ante as pesquisas supra e, diante do problema de pesquisa focalizado na possível


startup Propcash, conclui-se que o cenário de fomento econômico-financeiro do Estado
brasileiro a startups está favorável, possuindo-se fomento praticamente em todas as etapas
de constituição de uma startup, desde mais maduras, como no caso do BNDES e SEBRAE,
até as um pouco mais desenvolvidas, como no caso da FINEP. Vê-se, também, que há
fomento financeiro direto do Estado, vide BNDES e indireto, vide SEBRAE e FINEP.

No tocante ao ambiente jurídico normativo pátrio para a saudável consecução das


atividades da Propcash, vê-se cenário mais complexo. De fato, observa-se um nascimento
normativo quanto à classificação e regulação de criptoativos, seja na forma de propostas
legislativas, como fora mencionado, seja quanto a instruções normativas, tais como a nº 1.888
da Receita Federal do Brasil e, por fim, não se descuida das manifestações no sentido da
isenção de regulação do BACEN e da CVM no tocante às criptomoedas, como fora
mencionado no acórdão do STJ.

Ex positis, constata-se um desbalanceamento entre o fomento econômico-financeiro


do Estado e o arcabouço jurídico normativo para a consecução de startup tal qual a Propcash.
É, certamente, importante o resultado obtido quanto ao fomento Estatal no plano monetário
ou até mesmo operacional, como no caso do SEBRAE, alinhando-se tal conduta estatal ao
chamado Estado empreendedor, nos termos da egrégia economista italiana Mariana
Mazzucato.

Contudo, não há segurança jurídica para a constituição de uma empresa de tal nível
tecnológico e ideológico, dado que fracionar-se-á bens imóveis por intermédio da tecnologia
blockchain, operando-se as transações de tokens via smartcontracts, os quais validarão as
transações com base na stablecoin denominada propcash. Em que pese existam lacunas e
insegurança jurídica sobre o tema, entende-se exequível a constituição de tal modelo de
negócios.

Assim, o Brasil fomentará a inovação 41 e estará na linha de frente de um mercado em


ascensão, o qual já começou a dar frutos no exterior por meio de startups semelhantes, que
também atuam no mercado imobiliário 42 . Dito isso, constata-se verdadeira a hipótese de
pesquisa. É a era da economia compartilhada.

41 Lei da Inovação (Lei nº 10.973/2004): Art. 1º “Esta Lei estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa
científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, ao alcance da autonomia
tecnológica e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional do País, nos termos dos arts. 23, 24,
167,200, 213, 218, 219 e 219-A da Constituição Federal.”
42 <https://www.swissrealcoin.io/> ACESSO em 21/05/2019.<https://www.realblocks.com/> Acesso em 21/05/2019.

23
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