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Resumo. O presente artigo tem como objetivo o estudo e análise do Projeto de Lei N° 3825,
de 2019, como um dispositivo infraconstitucional criado como tentativa de possibilitar ao
Estado regular as operações financeiras online realizadas com criptoativos. São abordados os
conceitos de plataforma eletrônica, criptoativos e Exchange de criptoativos, trazidos pelo
próprio PL, além de exemplos fáticos. Relata-se como funcionam as exchanges, “corretoras”
que promovem compra e venda de criptoativos, e como o maior objetivo do PL é, conforme o
próprio declara, regulamentar as operações dessas empresas através do Banco Central.
Ademais, expõe-se sobre a atividade regulatória do Estado em um ambiente virtual
desmaterializado, sendo também relatado o confronto entre a ideia de anonimato e
estabilidade do sistema “blockchain”, tecnologia que origina os criptoativos, versus a
estabilidade jurídica do direito. Por fim, retrata a repercussão jurídica dos criptoativos e os
efeitos que estes ensejam, principalmente no momento da conversão e negociação desses
ativos em moeda corrente entre pessoas, em detrimento do funcionamento intrinsicamente
anônimo do sistema.
Abstract. This article aims the study and analysis of Bill 3825 of 2019, as an
infraconstitutional device that would allow the State to regulate online operations carried out
with crypto-assets. The concepts of electronic platform, crypto-assets and exchange of crypto-
assets, brought by the Bill itself, are discussed, as well as practical examples. Subsequently, it
is demonstrated how exchanges, “brokers” that promote the purchase and sale of crypto-assets
work, and how the main objective of the Bill is to specifically regulate the operations of these
companies through the Central Bank. Furthermore, the discussion about the regulatory
activity of the State in a dematerialized virtual environment is raised, and the confrontation
between the idea of anonymity and stability of the “blockchain” system versus the legal
stability of law is also addressed. Finally, the legal repercussion of crypto-assets is discussed,
if the legal effects they give rise to are given by the conversion and trading of these assets into
currency or by the intrinsically anonymous functioning of the system.
O presente artigo tem como objetivo a análise do Projeto de Lei N° 3825, de 2019,
de autoria do Senador Flávio Arns (REDE/PR), aprovado pelo Senado Federal no dia 26 de
abril de 2022, que foi criado com o objetivo expresso de regulamentar as operações realizadas
com criptoativos em plataformas eletrônicas de negociação, enquanto uma proposta eficaz
para promover a regulação destes na forma que assumem atualmente.
Com fins de atingir o objetivo de pesquisa, em um primeiro momento o artigo parte a
uma contextualização sobre os conceitos de plataformas eletrônicas, criptoativos e exchange
de criptoativos, trazidos pelo próprio PL. Aprofunda-se no funcionamento e nas espécies de
critpoativo, e em como ganharam relevância para o mundo jurídico com a popularização da
negociação em exchanges, usando-se dinheiro tradicional para isso.
A partir dessa conceituação, parte ao que foi expressamente declarado o grande
objetivo do PL: submeter as exchanges de criptoativos à regulação pelo Banco Central. Como
será visto, as exchanges são “corretoras” de criptoativos, que promovem sua compra e venda
direta ou intermediada. Isso ensejará uma nova discussão: será o Estado capaz de regular o
sistema em si, alcançando de alguma forma a criptografia que origina os criptoativos, ou
somente a parte que mais tangível, ou seja, as pessoas jurídicas (via de regra empresas) que
viabilizam a compra e venda desses ativos?
Também é relatado o quão importante se faz a regulação da economia por parte do
Estado, na forma preconizada pela Constituição Federal, principalmente no que tange à
competência da União para emitir moeda e fiscalizar as operações de natureza financeira (art.
21, VII e VIII da CF), o que parece se opor ao conceito de moedas emitidas de forma
descentralizada (as criptomoedas) e ao anonimato que a criptografia enseja.
Por fim, retrata-se a repercussão jurídica que os criptoativos trouxeram à realidade do
direito. Contrapõe-se a novidade, os avanços na criptografia e na tecnologia, com questões
antigas do direito, pois o que se mostra caro ao legislador não são os criptoativos em si, mas o
que eles podem representar quando são convertidos e transacionados em moeda corrente
como real ou dólar, pois o dinheiro tradicional já é efetivamente tutelado pelo Estado
enquanto bem-jurídico e propriedade.
Para a realização deste artigo, utilizou-se de metodologia dogmática-instrumental,
através de revisão da bibliografia disponível sobre criptoativos, processo de criação
legislativo, regulação estatal da economia e a repercussão social que estes tópicos ensejam.
Procedeu-se à leitura de artigos científicos, dissertações, revistas, o próprio PL 3825/2019 e
dispositivos legais relacionados. O artigo se vale tanto da interdisciplinaridade do direito
quanto das incipientes pesquisas na área, buscando desbravar um fenômeno novo,
principalmente para o meio jurídico, mas que se mostra cada vez mais difundido na
sociedade.
Os criptoativos têm duas faces: são a junção da economia e do uso do dinheiro com a
tecnologia e a criptografia. Historicamente, o primeiro registro que se tem do uso de uma
moeda que representava valor data do século VII a.C., na Lídia, atual Turquia. Essas moedas
eram de ouro ou prata, cunhadas à martelo com figuras que lhe davam suas características.
Surgia então o primeiro conceito de ativo como algo que tem um valor intrínseco e
que pode ser convertido de alguma forma em moedas e dinheiro. Embora as moedas tenham
sido alteradas ao longo da história, elas preservaram essa característica de possuírem valor de
troca e de terem sua legitimidade garantida pela figura cunhada. (GONÇALVES, 1984, p. 27)
Os bancos surgem para guardar essas moedas em segurança. Os negociantes tinham
cofres e guardas a seu serviço, e passaram a armazenar e cuidar das moedas dos seus clientes,
e a dar recibo das quantias guardadas. Tais ficaram conhecidos como goldsmith notes, e eram
papéis que representavam algum valor equivalente em moedas, legitimados pelos negociantes.
Nesse momento têm origem tanto as cédulas bancárias quanto o papel moeda, além dos
próprios bancos.
Por outro lado, criptografia significa esconder informação de terceiros, e desde a
antiguidade se buscavam meios para enviar e receber mensagens secretas, de forma a não
permitir que terceiros estranhos compreendessem o que estava escrito. Na história da
comunicação humana sempre houve a necessidade de comunicar conteúdos somente à
determinados ouvintes.
O primeiro método para encriptografar mensagens foi a cifra, um algoritmo que
serve tanto para cifrar quando para decifrar um texto. Um exemplo é a Cifra de Júlio César,
onde cada letra do alfabeto era trocada por outra letra do mesmo alfabeto, e só quem tinha a
chave, ou seja, sabia qual letra equivalia à outra, poderia decifrar a mensagem (DE
ALVARENGA, 2011, p. 7).
A partir dessa ideia, primordial e datada da antiguidade, unida com a possibilidade de
processamento oferecida pela computação moderna, surge a criptografia computacional, que
parte da antiga necessidade de esconder mensagens de terceiros, mas utiliza para isso
ferramentas como esquematização aritmética e matricial, que teriam sido impensáveis há
séculos atrás (DE ALVARENGA, 2011, p. 101)
Relata-se que já existe há um tempo considerável o dinheiro eletrônico, ou e-money,
que é uma representação digital da moeda fiduciária, garantida por quem a emite, ou seja,
governos e bancos centrais. Mais antiga que o criptoativo é a possibilidade de trocar papel-
moeda ou cédulas bancárias por dinheiro eletrônico, o qual pode ser usado para efetuar
pagamentos pelo celular, por exemplo. Essas transações em dinheiro eletrônico são protegidas
por criptografia, para garantir a segurança do usuário e proteger suas informações (NOLTE;
GARRIDO, 2022, p. 1).
Nesse ponto é importante traçar uma diferenciação entre dinheiro eletrônico e
criptoativo. O criptoativo, como será visto adiante, é descentralizado, ou seja, está
desvinculado de um banco central ou autoridade que o legitime, enquanto o dinheiro
eletrônico, como visto, é moeda fiduciária.
O conceito de criptoativo é bastante amplo, e para elucida-lo é possível partir da
seguinte definição, dada pela Comissão de Valores Mobiliários:
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Moeda livre e descentralizada, que funciona como dinheiro eletrônico para realizar operações que não possuam
um intermediário (como um banco).
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“Tokens Não-Fungíveis”, ou seja, que representam algo único. Diferentemente do bitcoin, que é uma
criptomoeda que pode ser substituida por outra de mesma espécie, qualidade e quantidade.
outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, enquanto o NFT pretende designar algo
único.
Se o criptoativo funciona como um arquivo digital, a princípio nada impediria que
ele fosse copiado, o que seria como poder imprimir dinheiro, ou seja, ter dinheiro ilimitado,
contrariando o funcionamento de qualquer moeda, ou como replicar uma obra de arte e
considerar a réplica como uma obra original igual à primeira no caso dos tokens.
A grande inovação e característica do bitcoin é impossibilitar o gasto duplo sem
precisar de uma autoridade centralizadora como uma casa da moeda, enquanto a grande
característica do NFT é não poder ser substituído ou replicado.
Cabe dizer que o referido algoritmo criptográfico diz respeito à tecnologia de
blockchain, que na prática funciona como um livro-razão online compartilhado.
Por isso se propaga a ideia de que o Bitcoin é seguro. É impossível uma invasão
(hack) do banco de dados, uma vez que esse banco de dados é todo distribuído entre
os usuários. Não há um computador ou sistema localizado em determinado território
que contenha as informações e mantenha o sistema em funcionamento, ao conectar-
se todo usuário passa a, involuntariamente, armazenar informação das transações
ocorridas no software. Para alteração fraudulenta dos dados, seria necessário invadir
todos os computadores ao mesmo tempo, o que é impossível. (TEIXEIRA; DA
SILVA, 2017, p.109)
a competição levaria a uma moeda mais sólida – leia-se mais favorável à política de
austeridade – e colocaria um freio nos governos e seu controle inflacionário da
moeda. Isso iria significar a ausência de estímulo fiscal ou monetário no contexto de
crise econômica, ou seja, deixar as coisas seguirem seu próprio expurgo
(HENWOOD, 2017, p.5, tradução nossa4).
Essas tecnologias demandam uma certa estrutura que funciona sob coeteris paribus,
ou seja, desde que todo o resto se mantenha constate, pois além de demandar hardware, ou
seja, peças físicas e energia, demanda também moralidade e objetivos em comum entre seus
usuários. Este é o quadro onde o Estado não tem conseguido impor jurisdição, notadamente
por não dispor dos meios que a regulação requer e por não ter passado pelo processo de
criação legislativa necessário.
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Texto original: “competition would lead to the use of the soundest — meaning most austerity-friendly —
currency and put a check on governments’ attempts to inflate their way out of trouble. That would mean no fiscal
or monetary stimulus in an economic crisis — just let things run their purgative course”
No entanto, como será retratato, a saída do legislador no PL em questão é focar na
regulação de algo muito mais próximo do convencional para o ordenamento jurídico: a
exchange de criptoativos, que será tratada em breve.
Partindo das definições dadas pelo PL, e para melhor entendimento do tema, fez-se
necessário um aprofundamento nos conceitos de criptoativo e plataforma eletrônica, tratados
anteriormente. No entanto, da leitura do projeto percebe-se que a intenção do legislador é
submeter as exchanges de criptoativos ao controle do BACEN, o que será reiterado nos
artigos e na justificação do PL. É momento de elucidar no que consiste e como funciona uma
exchange de criptoativos.
Na ação que originou este agravo, de rescisão contratual cumulada com restituição de
valores, relata-se que investidores em bitcoins foram impedidos de sacar dinheiro e fazer
transferência nas contas que mantinham na exchange, a asseveraram possível fraude no
serviço prestado, pois o site da empresa estava sempre offline.
Neste outro caso, originalmente a autora pleiteava a inclusão de duas empresas, que
podem ser consideradas exchanges ou corretoras de criptoativos, no polo passivo da demanda,
após ter depositado uma quantia para a aquisição de um plano de investimento, que seria
investida pela exchange em bitcoins com a posterior devolução do investimento, o que não
ocorreu.
Apesar de não serem ilegais, as exchanges de criptoativos não têm supervisão do
Banco Central, e essa falta de regulação acabou por facilitar crimes como fraudes, lavagem de
dinheiro e evasão de divisas. É nesse sentido que o PL pretende legislar, vide o seguinte
trecho da justificação:
aqueles que objetivam o uso da moeda virtual com finalidades ilícitas, ilegais ou
imorais, devem ser responsabilizados, razão pela qual é de suma importância a
fiscalização dos Estados, utilizando de seu poder regulatório, para impedir abusos
contra o sistema financeiro (TEIXEIRA; DA SILVA, 2017, p.113).
Porém, surge a seguinte questão: como tributar algo que existe e se transaciona de
forma descentralizada e criptografada em um território virtual? O bitcoin não é um meio de
pagamento justamente porque possui valor intrínseco, diferente de um cartão de crédito ou
uma conta bancária, e a sua categorização vai depender da finalidade de seu uso (TOMÉ,
2019, p. 328).
A resposta reside na possibilidade de cobrar sobre as transações e negociações
realizadas em um contexto de exchanges de criptoativos, o que será visto em detalhes em
breve.
Até então, o sistema blockchain em si jamais foi fraudado, dadas as impossibilidades
já tratadas anteriormente. A premissa do sistema é ser íntegro e seguro de forma garantida
mutuamente pelos próprios usuários. Logo, a garantia de uma existência estável não é
proposta por nenhum Estado e nenhuma jurisdição, mas pela própria cadeia de usuários. No
entanto, essa realidade não se estende às exchanges:
Faz-se necessária uma crítica ao conteúdo do PL, pois sua redação permite uma
interpretação no sentido de que a regulação econômica, no tocante aos criptoativos, só se dria
na medida em que essas moedas e tokens podem ser transacionadas e possuir valor
equivalente em moeda "comum", seja dólar, real, ou qualquer outra moeda estrangeira padrão,
emitida pelos seus respectivos Estados.
Para grande parcela das pessoas que negociam e contratam em exchanges, um
criptoativo tem apenas finalidade especulativa, tal como uma ação na bolsa de valores ou um
título do tesouro público que se espera que se valorize com o passar do tempo. Existem muitas
promessas de valorização desses ativos, logo, para muitos clientes a grande questão é comprar
criptoativos e esperar sua valorização.
Uma vez valorizado, esse mesmo usuário vende o ativo por moeda corrente
fiduciária. Por isso a importância do art. 9 do PL em seu inciso II, onde buscou obrigar às
exchanges “a manter em ativos de liquidez imediata o equivalente aos valores em Reais
aportados pelos clientes em contas de movimentação sob sua responsabilidade, ainda não
investidos em criptoativos, ou resgatados e ainda não retirados pelos clientes” (BRASIL,
2019, p.5), justamente para evitar casos como a da Mt. Gox.
Mesmo que o bitcoin tenha falhado como dinheiro, vive enquanto ativo
especulativo. No entanto, ao contrário dos ativos especulativos tradicionais, seu
valor é completamente imaterial. As ações são reinvindicações nos lucros das
empresas e os títulos públicos são reinvindicações nos pagamentos de juros.
Diferentemente do bitcoin, cujo único valor é o que alguém pagará por ele hoje ou
amanhã (HENWOOD, 2017, p.4, tradução nossa5).
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Texto original: “So even though Bitcoin fails as money, it’s acquired a vivid life as a speculative asset. But
unlike more conventional speculative assets, its value is completely immaterial. Stocks are ultimately claims on
corporate profits, and bonds are a claim on a future stream of interest payments. You can say no such thing for
Bitcoin. Its only value is what someone else will pay for it later today or maybe tomorrow.”
No entanto, a ideia original da existência de ativos criptografados era criar um
universo de possibilidades de transação e de novos usos, através da inovação, blockchain,
criptografia com algoritmos matemáticos complexos. Com bitcoin, por exemplo, é possível
comprar até imóveis, além de realizar qualquer tipo de pagamento e doação, desde que a
empresa ou entidade em questão aceite a criptomoeda como meio de pagamento.
O legislador perdeu uma grande oportunidade ao deixar de tratar sobre essa questão
de como o Estado poderia regular as transações feitas em bitcoin para se obter bens e serviços
no mundo real. Há como exemplo a questão tributária, pois se sobre toda compra e venda
incide imposto, logo se pergunta: como o Estado vai tributar essas operações?
Essa questão está além do escopo do presente trabalho, mas cabe dizer que quando se
trata das exchanges, logo vêm à tona questões financeiras antigas, de direito comercial e
empresarial, como se a questão só fosse considerada juridicamente em função do sistema
monetário convencional e do sistema empresarial, como uma espécie de acessório e nunca
independentemente, em sua total manifestação.
O que se quer dizer é que poderia ter sido proposta a criação de um dispositivo legal
mais amplo num ordenamento ainda sem regulamentações nessa área. Para o PL, não importa
o uso que os indivíduos darão às criptomoedas em um ambiente virtual depois de adquiri-las
legalmente, ou seja, em uma empresa autorizada pelo Estado e pelo Banco Central.
No dia 26 de abril de 2022, o PL 3825 de 2019 restou prejudicado, ou seja, não foi
aprovado. O motivo foi a aprovação do subsistutivo Projeto de Lei nº 4.401, de 2021, que
subsumiu o PL que foi tratado neste. O PL 4401 traz um recorte mais específico para o que
chama de “prestadoras de serviços de ativos virtuais”, mas não enseja uma discussão mais
ampla sobre a nova realidade que os criptoativos já trouxeram e ainda trarão ao direito.
Sobre o PL substitutivo, este traz o seguinte:
Isto posto, é possível considerar o PL 3825 de 2019, tratado neste artigo, como um
marco no processo de criação legislativa, pois o fato de ter sido prejudicado em favor de outro
PL não significa que seu conteúdo foi anulado, mas sim que as discussões resultaram e
continuarão ensejando novos projetos, por ora nenhum em definitivo, até que se chegue em
uma solução eficaz e socialmente benéfica para a problemática apresentada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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