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Introdução
Cap. 1 | Cinco Razões Porque Amamos Israel
Cap. 2 | As Duas Testemunhas e o Arrebatamento da Igreja
Cap. 3 | O Santo Monte do Senhor – Utopia ou Realidade?
Cap. 4 | Israel – Pedra de Tropeço Para Muitos Cristãos
Cap. 5 | A Misteriosa Chave de Davi
Cap. 6 | Os Judeus, Inimigos de Todos os Homens?
Cap. 7 | Desafiando a Espada Flamejantedos Querubins
Cap. 8 | A “Grande Apostasia” – O Que é e Quando Será?
Cap. 9 | A Fuga
Cap. 10 | A Igreja Sem Israel
Introdução
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que
não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento
em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios” (Rm
11.25). A salvação de pessoas através da proclamação mundial do
Evangelho está entrelaçada com a restauração espiritual de Israel.
“Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as
nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém
será pisada por eles” (Lc 21.24). Jerusalém serve de parâmetro no
fim dos tempos. Uma vez que há quase 70 anos Israel já se
encontra outra vez no rol de nações, a pressão inimiga cresce mais
e mais. Até no governo israelense ouvem-se vozes afirmando que o
Estado de Israel jamais se sentiu tão ameaçado como hoje. Todos
os levantes e revoltas populares em diversos países árabes
acabaram sendo um tiro pela culatra, pois transformaram-se em
uma grande explosão contra Israel. Não tenhamos ilusões: vivemos
em um mundo perdido. Segundo o calendário profético (que
trataremos em outro capítulo deste livro), o tempo das nações se
encaminha para seu final.
“Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que
venhais a dizer: bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mt
23.39). Em meio a todos os processos e desenvolvimentos em
andamento e em meio a todos os focos de tensão e perigo, Israel
será dirigido inexoravelmente a uma situação tão sem saída que
somente lhe restará clamar pela intervenção divina. E então, na
hora da sua maior angústia, dará as boas-vindas Àquele que virá
em Nome do Senhor!
Orientação pessoal
É muito trágico e lamentável ver cada vez menos cristãos
posicionando-se em favor de Israel. Assumir nosso apoio a Israel
significa nadar contra a correnteza. Significa também nadar contra a
avalanche de informações negativas sobre Israel transmitidas pela
mídia mundial. Como cristãos, devemos estar bem informados sobre
o que acontece no mundo, sabendo dos processos e
desenvolvimentos em curso para não sermos atropelados pelos
acontecimentos, mas não devemos permitir que homens ímpios
formatem nossa opinião. Devemos sempre pensar biblicamente. Os
tempos finais se caracterizam tanto pelo engano como pela
sonolência espiritual. Mas, “ao começarem estas coisas a suceder,
exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se
aproxima” (Lc 21.28). O próprio Senhor exorta-nos a prestar atenção
a “estas coisas” – como prestamos atenção às luzes de alerta no
painel do carro.
“O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que,
sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim
o fizestes... E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos
com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te
assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que,
sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a
mim o deixastes de fazer” (Mt 25.40,44-45). Aqui o Senhor não
passa a pregar repentinamente um Evangelho social mas refere-se
à postura das pessoas em relação aos judeus. Etnicamente, sem
dúvida os judeus são irmãos de Jesus. Então devemos nos
perguntar: Será que somos cristãos antissemitas? Paulo exortou os
cristãos de Roma da época: “não te glories contra os ramos; porém,
se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz,
a ti” (Rm 11.18). Os ramos naturais e a raiz aqui mencionados são
os judeus e as alianças de Deus com Israel. A tradução bíblica
espanhola da Biblia de las Americas diz que não devemos ser
arrogantes em relação aos judeus e Israel. Devemos ser humildes,
compreensivos e amáveis.
As cinco razões que acabamos de expor deveriam nos
incentivar a amar e defender Israel, pregando sobre seu futuro e
orando pelo povo de Deus. E já que ainda podemos viver e trabalhar
por Jesus nessa era da graça, oremos por Israel e por seus
inimigos, desejando de todo o coração que muitos ainda aceitem a
Cristo antes que seja tarde demais.
Repetindo
1. Jesus foi, é e continuará sendo judeu (o Leão da tribo de
Judá).
2. Toda a nossa Bíblia é judaica.
3. Os judeus são uma impressionante prova da existência de
Deus.
4. Israel é o ponteiro no relógio mundial de Deus.
5. Nosso futuro está intimamente ligado ao futuro de Israel.
Para pensar
Para demonstrar que entendemos como Deus pensa sobre Seu povo
Israel, o que podemos fazer de melhor é contar aos outros, inclusive
aos judeus, como o Deus de Israel, por meio do Seu Messias Jesus,
transformou e abençoou nossas vidas. A Palavra de Deus diz: “Orai
pela paz de Jerusalém! Sejam prósperos os que te amam” (Sl 122.6).
Cap. 2 | As Duas Testemunhas e o
Arrebatamento da Igreja
Tempo apocalíptico
Ao estudar as Duas Testemunhas, encontramos dados exatos
sobre seu tempo de atuação na terra. Deus diz: “Darei às minhas
Duas Testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta
dias” (Ap 11.3) O próprio Senhor está delimitando seu ministério a
um prazo de três anos e meio. Isso não é acaso. Esse número
aparece outras vezes na Bíblia, nos fornecendo subsídios para uma
imagem mais completa acerca dos tempos finais. Como trataremos
desse assunto em outros capítulos, gostaria de mencionar apenas
que esse número de dias, concedido por Deus para seus
mensageiros exercerem sua tarefa, serve de consolo e segurança
para nós, que também servimos ao Senhor. Assim como eles,
seremos preservados e protegidos enquanto Deus nos quiser
trabalhando em Sua obra aqui na terra. Nada acontece por acaso. O
Senhor é soberano e detém o poder sobre o tempo e sobre o
espaço.
O privilégio de conhecer
Faz parte do privilégio e da elevada posição da Igreja saber
com toda a certeza, pelas profecias do Antigo e do Novo
Testamento, o que nos espera e o que acontecerá com o mundo
depois do nosso Arrebatamento, mesmo que não tenhamos nada a
ver com os juízos que se abaterão sobre a terra! O livro do
Apocalipse foi dado primordialmente à Igreja (Ap 22.16). Deus
informou pessoalmente a Abraão acerca do juízo sobre Sodoma e
Gomorra mesmo Abraão não estando pessoalmente envolvido no
castigo: “Ocultarei a Abraão o que estou para fazer?” (Gn 18.17).
Abraão foi chamado de amigo de Deus (2Cr 20.7; Is 41.8), e Jesus
também nos chama de amigos: “Já nãos vos chamo servos, porque
o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado
amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a
conhecer” (Jo 15.15).
Para pensar
Que o Senhor abra nossos olhos para que possamos fugir das
tentações destes tempos finais e da cegueira espiritual, dando-nos
força para nadar contra a correnteza. Que Ele nos faça luzes no meio
de uma geração cada vez mais perversa, usando-nos como
testemunhas Suas, contribuindo para a salvação dos perdidos até que
Ele venha! Maranata!
Cap. 3 | O Santo Monte do Senhor
– Utopia ou Realidade?
Repensando conceitos
A intervenção divina inclui a humilhação da soberba humana.
Um exemplo muito forte é Naamã, o general leproso do exército
sírio mencionado em 2Reis 5. É interessante ver que esse homem
de posição tão elevada tenha dado ouvidos às palavras de uma
escrava sua, uma menina israelita que havia sido raptada por
ocasião de uma incursão militar no estrangeiro. Certamente
circulavam muitas histórias acerca do povo judeu e de tudo o que o
Deus de Israel já havia realizado com essa nação ou por meio dela.
Mesmo assim Naamã ficou irritado quando o profeta Eliseu nem
sequer se dignou a recebê-lo, num primeiro momento, e ainda
ordenou que ele se banhasse sete vezes no rio Jordão. Mais uma
vez Naamã ouviu o conselho dos outros, dessa vez dos seus
servos, superou seu orgulho e obedeceu. E foi abençoado pelo
Deus de Israel. Finalmente curado, teve toda a sua vida
transformada. Depois que ele reconheceu o Deus de Israel diante
dos que estavam presentes (v.15), sentiu repentinas e justificadas
dúvidas acerca de frequentar o templo do ídolo Rimom, e foi buscar
aconselhamento espiritual junto ao profeta de Deus, que dessa vez
o recebeu e aconselhou pessoalmente (2Rs 5.15-19). Naamã
repensou seus conceitos, inclusive acerca do povo de Israel. Essa
é uma atitude digna de ser imitada.
Um acontecimento correlato também é encontrado no Novo
Testamento: a cura de um cego de nascença por meio de simples
saliva e terra (Jo 9.1-2). Costumamos ler superficialmente, sempre
dentro de nossa ótica piedosa, mas essa era uma atitude repulsiva e
uma forma um pouco desagradável de curar alguém. Muitos de nós
teriam se negado a fazer o que Jesus mandava. Teríamos
implorado: “Senhor, Tu não podes apenas impor as mãos e dizer
uma palavra para me curar?” O agir e a intervenção divina não
seguem um roteiro pré-estabelecido nem acontecem
automaticamente: o que Deus faz é único, singular e bem pessoal.
Nosso orgulho humano pode impedir que aceitemos a Bíblia
como Palavra de Deus, a Bíblia que surgiu em Israel e por meio dos
judeus. Mas Jesus é e continua sendo o Messias – inclusive de
Israel! Se O separarmos de Seu povo e O extirparmos de sua
História, estaremos criando um personagem que talvez seja um
homem bom, um libertário, um revolucionário ou pacifista, mas no
final restará apenas uma falsificação sem cruz e sem vida, uma
imitação sem real valor. Mas todo homem precisa de um Salvador!
Como é importante não apenas repensar nossos conceitos, mas
também adequá-los à Palavra de Deus!
Repetindo: “Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas
coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi,
que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá” (Ap
3.7).
Só por Jesus!
Jesus tem autoridade sobre nossa vida, sobre nossa casa,
sobre a Igreja, sobre Seu povo terreno Israel, sobre o mundo e
sobre os acontecimentos do passado, do presente e do futuro. Ele
nos abre o reino da luz e da salvação. Ele abre a porta celestial para
o Arrebatamento. Também é Ele quem detém as chaves da morte e
do inferno (Ap 1.17-18). Tudo aponta para Jesus, tudo converge em
Jesus. E quando a graça de Deus abre nossos olhos,
reconhecemos que a Bíblia toda é cristocêntrica: “Examinais as
Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas
mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39; comp. Lc 24.25,27,44).
Semelhante à chave de Apocalipse 3.7 é a menção a Jesus em
Apocalipse 5.5: “eis o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi...” e em
Apocalipse 22.16: “Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante
Estrela da Manhã”. Segundo Colossenses 1.16-17, “nele, foram
criadas todas as coisas” e “nele tudo subsiste”. Além disso, Ele
“sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3). Ele é
a origem e a raiz de tudo, que tudo supre, alimenta e mantém.
A Chave de Davi
“Não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe
que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti” (Rm 11.18). Já
que até muitos judeus messiânicos têm dificuldades em reconhecer
a divindade de Jesus, a profecia bíblica de Zacarias 12.10 fornece a
essa questão uma resposta clara e acima de qualquer suspeita:
“olharão para aquele a quem traspassaram”. A conexão com o
versículo anterior (v.9) e com o primeiro versículo do mesmo
capítulo não deixa dúvidas de que aqui é o Deus de Israel quem
está falando, o Criador dos céus e da terra e o Juiz das nações que
virão contra Jerusalém. Ele promete que derramará o Espírito Santo
sobre Israel, dando lugar a um grande choro e intensa lamentação,
e Ele chama a Si mesmo de “traspassado”, “aquele a quem
traspassaram”.
Para pensar
Infelizmente, muitos cristãos não se dão conta de toda a abrangência
desta realidade: todo e qualquer ato salvador divino acontece sempre
em Jesus e por meio de Jesus. A profecia bíblica nos revela ainda que
Israel, no final, será conduzido ao seu Messias. Esse Messias, Jesus,
detém a chave de Davi e é Ele próprio a Raiz de Davi. E por que lemos
acerca disso no último livro da Bíblia, no seu último capítulo (Ap
22.16)? Para que não esqueçamos jamais que “Eu, Jesus, enviei o
meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas”.
Cap. 6 | Os Judeus, Inimigos de
Todos os Homens?
Antissemitismo cristão?
O mundo odeia Israel. Mas o que causa espanto são as
declarações e ações contra Israel vindas de personalidades cristãs.
Não são poucas as manifestações de homens destacados no meio
evangélico que afirmam encontrar no Novo Testamento a base
para sua antipatia pelo povo que nos deu a Bíblia, o povo do nosso
Salvador Jesus, o povo dos judeus.
A Reforma e o antissemitismo
Na vida do grande reformador alemão Martim Lutero percebe-
se claramente para onde conduz o antissemitismo, mesmo
teologicamente camuflado. Sua Teologia não teve um final feliz.
Quando Hitler, em seu famigerado livro “Mein Kampf” (“Minha Luta”)
justificava sua luta contra os judeus, citou com todas as letras o
reformador alemão como sua fonte de referência: “Lutero foi um
grande homem, um gigante. Com um solavanco ele rompeu a
penumbra, viu os judeus como nós apenas hoje começamos a ver.
Somente pratico aquilo que a Igreja já faz há séculos, apenas o
faço de forma mais meticulosa”. E Julius Streicher, editor do
periódico difamatório antissemita “Der Stürmer”, declarou diante do
Tribunal de Nüremberg, responsável pelo julgamento dos crimes de
guerra da cúpula nazista: “Hoje o doutor Martim Lutero deveria estar
no meu lugar no banco dos réus caso seus escritos estivessem em
julgamento. Em seu livro “Dos judeus e suas mentiras”, o Dr. Lutero
escreve que os judeus são uma criação de serpentes, que suas
sinagogas devem ser queimadas, que eles devem ser aniquilados.
Foi justamente o que fizemos!”. Por ocasião de sua execução em 16
de Outubro de 1946, despediu-se com as palavras: “Heil Hitler! Esta
é a minha Festa de Purim de 1946. Eu vou para Deus. Um dia os
bolcheviques também enforcarão vocês!”. É macabro e sarcástico
ouvir o que Lutero declarou em suas famosas conversas à mesa:
“Quando eu batizo um judeu, quero levá-lo à ponte do Elba,
pendurar uma pedra em seu pescoço e empurrá-lo para baixo,
dizendo: Eu te batizo em nome de Abraão”. Hoje, pesquisando a
expressão “porca judaica”, ficamos chocados ao descobrir que ainda
existem muitas igrejas alemãs com esse desenho entalhado em
pedra em seus muros e paredes. Declaração do próprio Lutero:
“Aqui em Wittenberg, na nossa diocese, existe uma porca esculpida
em pedra; leitões e judeus deitados debaixo dela, mamando; atrás
da porca está um rabino, que levanta a perna direita da porca, e
com sua mão esquerda ergue o rabinho da porca, se agacha e, por
baixo do rabo, olha atentamente para o traseiro da porca e vê o
Talmude, como se quisesse ler algo bem picante e curioso...” (do
escrito “Dos judeus e suas mentiras”, Jena 1543, citado em
“Erlanger Ausgabe der Lutherschriften XXXII”, p. 298). Também
trazemos à lembrança as ilustrações representando a Igreja como
mulher guerreira montada em um cavalo, com uma lança na mão,
atacando e furando o pescoço da sinagoga, representada de olhos
fechados, sentada em uma porca e se agarrando a um galho.
Resumindo, o empenho dos pais da Igreja em aniquilar Israel da
Teologia e dos planos divinos foi seguido posteriormente pela
perseguição física aos judeus, pelos pogroms reais, chegando ao
terrível Holocausto. Tem razão quem declarou: “No final, o
antissemitismo só pode ser explicado teologicamente”.
Adolf Hitler já dizia que não pode haver dois povos escolhidos.
A aniquilação do povo judeu, segundo ele “esse tumor cancerígeno
da humanidade”, foi seu alvo prioritário até o mais amargo fim. Dizia
que os judeus inventaram a consciência, uma consciência que a
raça superior não precisava. Himmler já falara que dois mil anos de
história judaico-cristã haviam produzido apenas falsos sentimentos
de culpa. “Para o nosso povo é vital optar entre seguir a fé cristã-
judaica e sua frouxa moral da compaixão ou cultivar uma fé robusta,
heroica, centrada no deus que está na natureza, no deus na própria
nação, no deus em seu próprio destino, em seu próprio sangue”.
Exatamente essa é a razão que levou, por exemplo, o ator
hollywoodiano Richard Gere, criado em lar cristão, a se converter ao
budismo: “No budismo não existe culpa!”.
Salta aos olhos a semelhança entre o vocabulário antijudeu dos
pais da igreja usado já em seus primórdios e o vocabulário
marcadamente racista dos nacional socialistas alemães. Eberhard
Bethge, biógrafo de Bohnhöfer (teólogo alemão que participou da
resistência a Hitler e foi morto pelos nazistas), se expressou de
forma semelhante: disse que “os nacional socialistas não
inventaram nenhuma palavra nova em seu linguajar. Os pais da
igreja nos primeiros séculos seguiram, quase todos, os conselhos
de João Crisóstomo, que disse ser obrigação do cristão odiar os
judeus. Quanto mais amamos a Cristo, mais temos de combater os
judeus que O odeiam”.
“O Holocausto é a terrível colheita de uma semeadura
persistente e prolongada... Sem o antijudaísmo cristão, o
antissemitismo racista e, com ele, o Holocausto, não teria sido
possível”. “Teologia pós-Auschwitz precisa ter ouvidos atentos para
qualquer antijudaísmo, inclusive antijudaísmo escondido em
comentários de textos bíblicos e doutrinários” (Rudolf Krause em
“Der Holocaust – eine Theologiewende?” – Jüdische und christliche
Entwürfe einer Theologie nach Auschwitz; “O Holocausto – uma
virada na Teologia?” – Esboços judeus e cristãos para uma Teologia
pós-Auschwitz).
Existe até um antissionismo praticado por cristãos que se
pretendem fiéis à Bíblia, cristãos não liberais, que aceitam a Bíblia
toda como Palavra de Deus. Mas em relação a Israel e aos judeus
eles parecem tomados de cegueira. Por exemplo Harry Bethel, de
Bethel Ministries.com, proclama em alto e bom som: “Os judeus não
são mais o povo escolhido de Deus”. Muitos não pregam
abertamente, mas em seus corações não creem que Israel tem um
futuro prometido por Deus. É uma tarefa difícil conciliar esse
pensamento com a Bíblia, mas podemos dizer que as variações
sobre esse tema são quase infinitas.
E o Antigo Testamento?
Com medo de encarar passagens controversas, amigos de
Israel evitam mexer com textos bíblicos negativos ou difíceis e se
furtam a comentar passagens pesadas como essa sobre os judeus
serem antagônicos a todos os homens. Mas o fato é que as
Sagradas Escrituras de Israel, o Antigo Testamento, o Tanach,
contém bem mais passagens negativas do que o Novo Testamento.
Por exemplo, o capítulo 28 de Deuteronômio, que fala da bênção e
da maldição. Os castigos que Deus promete caso Israel seja
desobediente e rebelde são terríveis! O inimigo terá permissão
divina para sitiar e deixar as cidades morrendo de fome
(cumprimento em 2Rs 18.27 e Is 36.12), levando seus habitantes ao
mais terrível canibalismo (Dt 28.53ss.), quase à aniquilação (Dt
28.62).
Assim como o juízo se cumpriu sobre Israel no tempo do Antigo
Testamento, da mesma forma os castigos anunciados pelo Senhor
Jesus se abateram sobre Israel depois que Ele subiu ao céu, mais
precisamente a partir do ano 70 d.C., quando Israel foi literalmente
arrasado, Jerusalém foi aniquilada e do lindo Templo judeu não ficou
pedra sobre pedra, bem como Jesus predissera.
Todas as passagens negativas sobre Israel, todas as ameaças
de castigo e juízo sobre os judeus, porém, não justificam qualquer
forma de antissemitismo ou discriminação de judeus. O reverso da
medalha é representado pelas outras passagens bíblicas,
complementares aos anúncios de juízo e castigo, que falam da
futura restauração dessa nação, tanto espiritual como politicamente,
e de seu restabelecimento em sua própria terra sob o reinado de
seu Messias.
Jesus disse: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta” (Mt
23.38). O Antigo Testamento já dizia: “Porque os filhos de Israel
ficarão muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem
coluna, sem estola sacerdotal ou ídolos do lar. Depois, tornarão os
filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei;
e, nos últimos dias, tremendo, se aproximarão do Senhor e da
sua bondade” (Os 3.4-5). Assim como Deus prometeu castigo e
maldição a Israel por seu pecado, também prometeu restauração e
bênção ao Seu povo escolhido nos últimos dias.
Existem versículos bíblicos para tudo, desde que eles sejam
arrancados de seu contexto e isolados do restante da Bíblia.
Vejamos um exemplo bem evidente:
Jesus, “vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se
dela; e, não tendo achado senão folhas, disse-lhes: Nunca mais
nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente” (Mt 21.19). Mas
aí lemos Mateus 24.32-33, e o quadro adquire mais cores e
nuances: “Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus
ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o
verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei
que está próximo, às portas”. Um texto explica e completa outro
texto.
Os cristãos esquecem
Muitos cristãos esquecem que a obra de Jesus é bem mais
abrangente do que apenas proporcionar-nos a salvação eterna.
Vejamos Isaías 49.6: “Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo,
para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os
remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios,
para seres a minha salvação até a extremidade da terra”. Essa
abordagem não é um grande problema para a maioria dos cristãos.
Mas aqui a restauração de Israel e o ajuntamento dos judeus
dispersos vêm ainda antes da menção à salvação dos gentios, que
somos nós. Todos são unânimes quando se fala no Messias
Redentor da humanidade. O “servo do Senhor” (Obed YAHWE), o
mesmo que morreu como Cordeiro de Deus na Sua primeira vinda,
é o objeto das Boas Novas do Evangelho. Mas a reunião e a
restauração de Israel também são parte integrante do ministério de
Cristo! Será que nos contentamos com uma versão light da Escritura
ou cremos na Bíblia toda, do Gênesis ao Apocalipse, inclusive no
que ela diz acerca do futuro, e do futuro de Israel especificamente?
Para pensar
Quanta falta faz uma objetividade bíblica, uma visão abrangente das
grandes verdades divinas e um coração aberto, sem ideias pré-
concebidas! Pelo menos a partir de 1948, quando foi fundado o Estado
de Israel, os cristãos podem ter a mais absoluta certeza de que Deus
está cumprindo profecias milenares. Se até o mundo secular reconhece
que o deserto florescente é profecia em cumprimento, quanto mais nós,
que experimentamos o agir de Deus em nossas próprias vidas,
podemos ter a profunda convicção de que os judeus não são “inimigos
de todos os homens”, mas que a “salvação vem dos judeus” (Jo 4.22).
É por essa salvação que Israel ainda espera!
Cap. 7 | Desafiando a Espada
Flamejantedos Querubins
Antissemitismo teológico?
Para que o Holocausto viesse a se concretizar havia um fator
preponderante, talvez o mais importante de todos: o antissemitismo
teológico das igrejas da Alemanha. O filósofo Karl Jaspers declarou
em 1962 que Hitler havia colocado em prática com muita exatidão
os “Conselhos Contra os Judeus”, livro escrito por Martim Lutero. O
próprio Hitler, em uma conversa com o bispo de Osnabrück, Wilhelm
Berning, em 1933, justificou a perseguição aos judeus, dizendo:
“não estou fazendo nada contra os judeus que não seja aquilo que
as igrejas já fazem contra eles por 1.500 anos”. No ano de 1923,
Hitler já anunciava: “Lutero foi um grande homem. Com um safanão
ele rompeu a penumbra e viu os judeus como apenas hoje
começamos a enxergá-los”. Por isso, não foi por acaso que a Noite
dos Cristais coincidiu com o aniversário de Hitler. Nessa noite foi
dada a largada para a destruição física e literal das propriedades
judaicas e dos próprios judeus. As palavras deram lugar à ação. E
mais do que embaraçosa tornou-se a situação dos judeus batizados
na Alemanha, que começaram a vir aos cultos marcados com a
estrela de Davi amarela. Diversos representantes da Igreja Luterana
Alemã basearam-se em Lutero quando decidiram que, por sua
ascendência, os cristãos judeus não tinham mais lugar em uma
Igreja Evangélica Alemã.
Cito mais uma vez uma fonte histórica com credibilidade para
retratar o que acontecia na Alemanha daquela época: Julius
Streicher, editor do odioso jornal antissemita Der Stürmer, também
se referiu ao grande reformador alemão Martim Lutero para justificar
sua linha editorial discriminatória:
O Dr. Martim estaria hoje sentado em meu lugar no banco dos
acusados se esse livro fosse levado em consideração pelos
representantes da acusação. No livro “Dos Judeus e Suas Mentiras”
o Dr. Martim Lutero escreveu que os judeus são uma raça de
serpentes, que devemos queimar suas sinagogas, que eles
precisam ser exterminados. Foi o que fizemos.
Streicher foi condenado à forca no Tribunal de Nüremberg,
juntamente com mais dez nazistas importantes.
Quando um adido consular do Vaticano foi procurado por
judeus pedindo que a Santa Sé se opusesse à deportação de
judeus inocentes da antiga Tchecoslováquia, especialmente das
crianças, ele retrucou: “Não existe sangue inocente de crianças
judias no mundo. Todo o sangue judeu é culpado. Vocês devem
morrer. Esse é o castigo esperado por causa desse pecado [da
crucificação]”.
A falta de conhecimento bíblico, a cegueira em relação à
profecia bíblica, as tentativas de apagar o povo de Israel da História
da Salvação, a Teoria da Evolução (que advoga a sobrevivência do
mais forte e mais apto) além de um pensamento ocultista, tudo isso
mesclado a uma doutrina salvacionista pseudorreligiosa deu origem
à terrível calamidade chamada Holocausto. Mas até hoje não nos
damos conta que a perseguição aos judeus foi um sinal de alerta, o
começo de uma expansão abruptamente interrompida pela vitória
dos Aliados em maio de 1945. O que muitos não sabem é que o
nazismo também planejava a destruição dos cristãos!
Himmler abominava a virtude cristã do amor ao próximo,
escreve Peter Longerich, muito próximo de Hitler e autor de uma
biografia de Himmler, expoente e influente nazista que apoiava seu
líder nos propósitos antissemitas:
Princípios cristãos como compaixão e misericórdia
atrapalhavam seu caminho na hora de tratar com intransigência as
“raças inferiores”. Himmler almejava substituir valores cristãos por
virtudes germânicas como a tenacidade (capacidade de enfrentar
reveses) para os alemães serem vitoriosos na luta contra os
homens inferiores. Declarou: “Vivemos no tempo de medir forças
com o cristianismo de forma definitiva”.
Carl Goerdener, que fez parte da resistência alemã contra Hitler
e foi executado em fevereiro de 1945, quase no final da guerra,
registrou em seu testamento ainda em 1937 que Hitler estaria
firmemente decidido a acabar primeiro com os judeus e depois com
os cristãos. Goebbels escreveu em seu diário em 29 de dezembro
de 1939:
O Führer é profundamente religioso e pensa de forma
completamente anticristã. Ele vê o cristianismo como um ramo que
brotou do judaísmo e, por isso, como absolutamente decadente...
que no final será destruído.
No ambiente em que Hitler se movia circulavam propostas de
acabar com todas as confissões religiosas após o “Endsieg” (vitória
final), proclamando Hitler como o novo “Messias”, que, como
“enviado por Deus”, receberia honrarias divinas por ser o “Salvador
e Libertador”. Um documento estratégico interno previa que “os
locais tradicionais de culto” como as igrejas e catedrais, seriam
renomeados e passariam a se chamar “santuários de Hitler”. O
próprio Hitler avaliou e assinou essa proposta anotando no
documento: “O primeiro esboço aproveitável! Enviar ao Dr.
Goebbels para análise. Adolf Hitler”.
No nazismo, antes de qualquer outra coisa, a cruz suástica
deveria substituir a onipresente cruz dos cristãos. À derrocada da
República de Weimar deveria seguir-se o reino da glória. O “novo
reino vindouro”, a “ressurreição” e “salvação” da Alemanha seriam o
alvo final da “história da salvação” de Hitler. “Heil Hitler!” (Salve
Hitler!) não era só uma saudação, era um plano de governo.
Será que estamos conscientes de que os judeus pagaram um
preço assustadoramente alto por nós cristãos? Hitler queria
acabar com os cristãos depois de ter acabado com os judeus.
Regimes totalitários sempre perseguem tanto judeus como cristãos!
Basta olhar para os países regidos pelo islamismo ou para os
lugares onde o comunismo se impôs. Na lista de Hitler os judeus
apenas estavam no topo da lista de prioridades, os cristãos vinham
logo em seguida. Somente por isso a maioria dos cristãos escapou
da morte. Foi só uma questão de tempo. Somos devedores para
com os judeus, e por isso deveríamos fazer tudo o que estiver ao
nosso alcance para apoiar, defender e amar os judeus e o Estado
de Israel. Se de um ponto de vista meramente humanista já
deveríamos cuidar dos fracos e oprimidos, das minorias e dos
desamparados da sociedade, como cristãos nossa responsabilidade
apenas aumenta. Diante de Deus somos todos iguais e temos o
mesmo valor. Uma vida humana é uma vida humana, independente
de sua raça, cor ou origem. Os judeus, por sua história de
perseguição e opressão, mereceriam nosso apoio irrestrito quanto
ao seu direito à existência. E, além disso tudo, existe a Bíblia, que é
muito clara acerca de um futuro de Israel como nação.
Hitler foi só uma amostra e uma sombra do futuro Anticristo. O
modo como Hitler chegou ao poder será aperfeiçoado de tal maneira
que o mundo todo será seduzido e enganado por um único homem.
Os criminosos de guerra nazistas, quando acusados por seus
crimes, se defenderam dizendo que só tinham cumprido com sua
obrigação e apenas obedecido ordens. Como gostavam de repetir,
jamais teriam feito mal a alguém. Aqui nos defrontamos com a
capacidade de uma ideologia satânica: consegue destruir
completamente a personalidade das pessoas, tornando-as
incapazes de reconhecer seus erros e de se arrepender. Para
impedir que isso se repita, só há um meio: vigiar! Quando pequenos
começos nos inquietam, é hora de abrir os olhos e prestar muita
atenção aos fatos! Hoje esses começos nem tão pequenos já estão
diante dos nossos olhos!
Olhando para nosso mundo poderíamos ficar muito assustados.
Uma pesquisa da BBC em 22 países demonstrou que o Estado
Nacional Judeu de Israel é tão odiado quanto a ditadura comunista
da Coreia do Norte. Apenas o Irã e o Paquistão têm índices piores
que Israel. Segundo a opinião do jornal israelense Jerusalem Post, a
causa seria a política externa de Israel. Mas isso é verdade só em
parte. Na realidade, é o velho e antigo antissemitismo que está se
alastrando mais uma vez. Defender a criação de um Estado
Palestino é mero pretexto para as injeções venenosas da esquerda
e as publicações tendenciosas de jornalistas antissemitas, que
assim buscam dar livre vazão a toda a sua maldade e ao ódio aos
judeus entranhados em seus corações. A mídia tendenciosa
coopera fortemente para que os judeus sejam novamente atacados
na Europa. – Europa, tua maneira de lidar com o conflito no
Oriente Médio custa a vida de judeus em teus países! E no
restante do mundo os incidentes antissemitas, antijudeus e anti-
Israel têm aumentado exponencialmente.
Jeffrey Hersch, em seu livro Nazi Propaganda for the Arab
World, (Propaganda Nazista Para o Mundo Árabe) comprovou que
existe uma “transferência de tradição” da ideologia nazista alemã
para o fundamentalismo islâmico. Saudações de Hitler viraram
moda entre os inimigos muçulmanos de Israel, como provam
imagens do Hezb’Allah (Partido de Alá) e do Hamas que circulam na
mídia com regularidade. Enquanto Israel “estende suas mãos a
todos os Estados vizinhos e seus povos numa oferta de paz e boa
vizinhança”, como diz sua Declaração de Independência, o artigo VII
da Carta do Hamas prega abertamente a destruição de todos os
judeus do mundo.
Muitas pessoas pensam que Israel simplesmente odeia tanto os
árabes como os judeus são odiados nos países árabes. Essa
suposição é tão infundada como a mentira dos nacional socialistas
da Alemanha daquela época, que diziam que os judeus odiavam os
alemães como os nazistas odiavam os judeus. Os inimigos de Israel
querem destruir o Estado judeu. Os israelenses só querem viver em
paz. Será que é realmente tão difícil escolher o lado certo nesse
conflito?
Hoje, quando muitos no Ocidente tentam inverter o Holocausto,
querendo comparar a Faixa de Gaza com Auschwitz e os
israelenses com os nazistas, e quando falam do “Holocausto dos
filhos de Ismael”, está ocorrendo uma terrível inversão dos fatos.
Será que ninguém acorda e percebe que os palestinos são
financiados e abastecidos com armas pelo estrangeiro,
principalmente pelo Irã, para servir de ponta de lança no
aniquilamento de Israel? Israel é acusado de “ocupar” a Faixa de
Gaza. Mas o que acontece quando Israel afrouxa as condições e,
por exemplo, permite a entrada de material de construção (cimento,
entre outros)? Os palestinos constroem os túneis de contrabando
para o Egito e os túneis do terror em direção a Israel, destruídos por
Israel no último conflito. Esses túneis trouxeram a verdade à luz e
expuseram o gigantesco abuso praticado com o material que
deveria servir para melhorar as condições de vida dos palestinos!
Quando as pessoas protestam diante de museus do Holocausto
portando cartazes onde está escrito No Holocaust in Palestine!,
trata-se do mais puro antissemitismo. E não é segredo que muitos
países da Liga Árabe e muitos dos árabes (e palestinos) que vivem
em Israel estariam imediatamente prontos a dar continuidade ao
Holocausto que terminou há 70 anos – e se pudessem, matariam
até o último judeu! A simpatia ocidental pelas manobras da Fatah e
do Hamas inverte aqueles que já foram valores ocidentais como
“justiça” e “liberdade”, revelando uma perigosa tendência à
autodestruição. Quanto tempo a distorção da verdade continuará
dando certo? O presidente do Congresso Judaico Europeu não
exagerava quando disse: “Um novo Holocausto está palpavelmente
próximo. Isso não é apenas um sonho ruim!”.
O regime nazista prometeu “Heil Hitler”! Salvação em Hitler,
salvação sem cruz, sem uma fé verdadeiramente bíblica, sem
arrependimento e sem novo nascimento. Era um regime que tentava
criar um reino de paz na terra por meio de suas próprias forças, um
projeto tentando trazer de volta o paraíso perdido. E a tentativa
falhou miseravelmente, com as consequências danosas que vemos
até hoje na vida de tantas pessoas. Será que agora as coisas são
diferentes do que há 70 anos? Quem tenta conseguir de volta o
paraíso perdido sem contar com Deus, simbolicamente falando terá
um encontro inevitável com os querubins e suas espadas
flamejantes que guardavam o Paraíso original (Gn 3.24). É uma
volta impossível. Seus portões estão fechados à humanidade. Mas
um dia tudo mudará!
A Palavra de Deus nos exorta insistentemente a termos cuidado
com o Anticristo dos tempos finais, que sem dúvida prometerá o
paraíso aos homens (2Ts 2; Ap 13). A Bíblia anuncia uma grande
apostasia, em que muita gente dará ouvidos às falsas promessas de
instalar um paraíso na terra, porém o preço será a adoração ao
Anticristo. Mas a Bíblia também mostra que aqueles que aceitaram
o amor pela verdade de todo o coração não serão enganados.
Serão enganados e seduzidos todos aqueles que não acolheram o
amor da verdade, a mesma verdade que os teria poupado da
grande apostasia – veja Apocalipse 13.8 e 2Tessalonicenses 2.10.
Para pensar
A esperança dos que hoje creem no Senhor Jesus é que Ele os
arrebatará antes que o Anticristo seduza e engane o mundo todo! E
então o próprio Deus salvará Israel e estabelecerá Seu paraíso sobre a
terra com a chegada de Jesus Cristo. Esse será o verdadeiro Milênio, o
legítimo paraíso na terra. Os querubins não mais barrarão nossa
entrada nesse lugar maravilhoso! Ali nossos anseios mais profundos
serão atendidos e nossos desejos mais acalentados serão satisfeitos!
Maranata! Sim, vem Senhor Jesus!
Cap. 8 | A “Grande Apostasia” – O
Que é e Quando Será?
Que apostasia?
Quando a Igreja é situada dentro do tempo da Tribulação e o
Arrebatamento deixa de ser iminente e é postergado para mais
tarde, somos obrigados a aplicar a “apostasia” à própria Igreja. Mas
quando juntamos as peças do quebra-cabeças com cuidado, nos
deparamos com um cenário nítido e lógico. A Bíblia menciona “a”
apostasia, falando de um evento bem específico. A “apostasia” não
é algum movimento no mundo gentio nem a decadência do
cristianismo, mas resume-se a um homem sendo adorado
mundialmente no lugar de Deus – o cumprimento pleno e definitivo
de Romanos 1.18-24, que já vivenciamos em suas manifestações
antecipadas e de forma ainda atenuada: “Inculcando-se por sábios,
tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves,
quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à
imundícia, pela concupiscência de seu próprio coração, para
desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de
Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do
Criador...” (Rm 1.22-25). Isso já pode ser observado em nossos
dias. Mas ainda não é a apostasia.
Mas olhemos mais uma vez para a passagem inicial acerca da
apostasia: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto
não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja
revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe
e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de
culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se
como se fosse o próprio Deus” (2Ts 2.3-4).
Aproximadamente 40 a 45 anos depois de as cartas aos
tessalonicenses terem sido escritas, o Espírito Santo revelou o
Apocalipse ao idoso apóstolo João na ilha de Patmos. Todo o trecho
de 2Tessalonicenses 2.1-7 deve ser visto em conexão com as
profecias detalhadas do Apocalipse, especialmente com o capítulo
13: “Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres,
parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a
autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra
e seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora
curada. Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do
céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam
sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante
da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma
imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu; e lhe foi
dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a
imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não
adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os
grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes
seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para
que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a
marca, o nome da besta ou o número do seu nome” (Ap 13.11-17).
Eis aí um retrato bem realista de como será a grande apostasia!
Clero evangélico?
Todo o desenvolvimento observado na igreja católica e em
muitas ramificações das igrejas reformadas não ficou sem deixar
sua influência nas demais denominações e igrejas evangélicas. Por
isso, é importante e imprescindível diferenciar entre o sacerdócio do
Antigo Testamento e o que o Novo Testamento ensina sobre
liderança da Igreja de Jesus.
A estrutura de Igreja neotestamentária tem anciãos
(gr.,presbíteros) como liderança e autoridade. Anciãos e bispos (gr.,
episkopos) assim como pastores (gr., poimen) são designações do
mesmo cargo (1 Pe 5.1-2). Isso significa que os anciãos têm dons
diferentes e se completam mutuamente. Essa pluralidade é o
modelo divino para a Igreja. Portanto, pela Palavra de Deus, não
deve existir um sistema de liderança com um homem só detendo
toda a autoridade sobre o rebanho. O outro extremo seria uma
democracia espiritual, igualmente não ensinada pela Bíblia. Homens
maduros, considerados e destacados por seu comportamento
exemplar, que preencham os critérios bíblicos (2Tm 3.17; Tt 1.6-8) e
queiram servir ao Senhor e à sua igreja local, esses serão seus
líderes. Quando essa norma é observada e colocada em prática
vemos um crescimento espiritual saudável e frutífero além de uma
abençoada comunhão entre os crentes em Cristo.
A Bíblia diz sobre os diferentes dons que o Senhor concede
para a Igreja: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros
para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e
mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”
(Ef 4.11-12). Mas sobre o dom de cura, tão popular em nossos dias,
a Palavra de Deus diz: “Está alguém dentre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o
com óleo, em nome do Senhor” (Tg 5.14). Aqui as ordens são bem
claras: já naquela época o doente é quem chamaria os presbíteros
para virem à sua casa. Presbíteros sempre são mencionados no
plural. Não encontramos respaldo bíblico algum para o costume de
viajar procurando um pastor ou pregador poderoso que tenha o
“dom de cura”. O mesmo modelo pode ser reconhecido quando
Paulo chamou os presbíteros da igreja de Éfeso para se despedir
antes de viajar a Mileto (At 20.17). Juntos, esses homens eram a
liderança da igreja. Sua maturidade e qualificação, além de sua
prontidão para servir haviam se cristalizado, e eles eram
reconhecidos por seu caráter e seu testemunho. Dentre eles havia
pastores, evangelistas e mestres completando-se
maravilhosamente, alcançando o propósito de Deus com a Igreja:
“para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne
conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares
celestiais” (Ef 3.10). Timóteo também recebeu conselhos
importantes e efetivos para ficar ciente “de como se deve proceder
na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da
verdade” (1Tm 3.15). A casa de Deus do Novo Testamento não é
um prédio. O templo do Novo Testamento é o conjunto de crentes
salvos por Jesus. Nesse aspecto a Teologia da Substituição também
causou estrago. Pedro diz: “Chegando-vos para ele, a pedra que
vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e
preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois
edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de
oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio
de Jesus Cristo” (1 Pe 2.4-5). A Igreja como reunião de pessoas
salvas é representada por um santuário, uma casa espiritual. E a
reunião de seus membros pode acontecer em qualquer lugar, um
prédio próprio ou em um escritório, em uma fábrica vazia ou em
uma escola, na firma de algum irmão, num celeiro ou em qualquer
outro lugar. Igreja acontece quando os cristãos se reúnem. “Não
sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita
em vós?” (1Co 3.16). Catedrais impressionantes, altas e ricamente
adornadas, com seus vitrais coloridos, suas esculturas e obras de
arte, infelizmente tentando impressionar ao mundo, certamente não
representam a Igreja que Deus planejou, uma Igreja peregrina aqui
na terra, sem cidadania e sem território próprio. Mas essa
concepção de “casa de Deus” como templo físico se fixou de tal
forma que, em muitos países, os prédios das igrejas são chamados
de templos. O megaprojeto do bispo Edir Macedo em São Paulo,
inaugurado recentemente, é apenas o expoente mais visível dessa
aberração, que chegou a incluir uma réplica da arca da aliança.
Falsos apóstolos
Muitos cristãos ficam impressionados com os títulos de apóstolo
ou patriarca que alguns pregadores atribuem a si mesmos. Mas os
patriarcas estão no passado, os apóstolos de Jesus já morreram há
muito tempo e o que temos hoje são seguidores de Jesus,
discípulos do Mestre e pregadores do Evangelho.
Querer ressuscitar o ministério dos apóstolos é heresia e nada
mais do que tentar copiar os apóstolos judeus e a Igreja primitiva!
Paulo declara com muita ênfase: “Porque os tais são falsos
apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de
Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma
em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se
transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as
suas obras” (2Co 11.13-15). No versículo 12 Paulo acusa esses
homens de quererem ser “considerados iguais a nós”. Essas
declarações de Paulo chocam! Será que além dos apóstolos
escolhidos e eleitos haveria mais alguns? Paulo chama de falsos
apóstolos todos aqueles que reivindicam para si a autoridade
apostólica e os que tentam reproduzir as manifestações miraculosas
da época em que era colocado o fundamento da Igreja. Ele não
apenas os rejeita, ele os condena abertamente!
Infelizmente, hoje vemos uma grande parte da Igreja
enveredando pelo caminho do misticismo, da religiosidade que
pouco difere do catolicismo, e até pela senda do espiritismo, pois a
passividade abre portas para manifestações sobrenaturais que não
são do Espírito Santo. Campanhas, votos e compromissos são
feitos como se o homem pudesse manipular a Deus. Muitos nem
percebem que estão no rumo errado, mas precisamos nos perguntar
por que Jesus foi tão duro quando declarou: “Nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz
a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão
de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos
demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então,
lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os
que praticais a iniquidade” (Mt 7.21-23). Jesus já previu e profetizou
o que estamos vivendo hoje. Atos 20.30 diz que “dentre vós
mesmos se levantarão homens falando coisas pervertidas para
arrastar os discípulos atrás deles”. Talvez essa seja a face mais
evidente da realidade que estamos vivendo como Igreja: homens se
levantando e arrastando multidões atrás de si! Tudo começa com
uma compreensão errada de quem é a Igreja, quem é Israel e quem
é o mundo. E os homens pervertidos de Atos 20 sentem-se donos
do rebanho, como já previa Jeremias 25.34.
Judaização da Igreja
Como hoje vemos uma fome muito grande pelo sobrenatural,
pelo espetacular e extrarodinário, outra tendência tem se alastrado
visivelmente: a judaização de muitas igrejas. Percebe-se isso no uso
místico de utensílios tipicamente judeus como o Shofar (berrante), a
Menorá (candelabro), bandeiras, a quipá (solidéu), o Talit (xale de
oração), a Arca da Aliança e uma decoração festiva aludindo ao
Templo judeu. Trazer souvenirs e lembranças de viagem de Israel é
um gesto neutro, destituído de conotação mágica. Porém, muitos
são atraídos por essas coisas visíveis porque um retorno às raízes
judaicas supostamente representaria uma bênção toda especial.
Com isso fica cada vez menor a distância que separa o puro
legalismo do cristianismo ensinado no Novo Testamento. Logo em
seguida vem a observância das festas judaicas, do sábado e de
certas regras de alimentação, mas essas foram ordenanças
explicitamente para Israel.
Obviamente somos plenamente a favor de orar por Israel,
estudar sua história e honrar tudo o que recebemos dessa nação.
Afinal, Jesus foi judeu, os apóstolos foram judeus e o início da Igreja
foi formado por judeus. Prestar nossas homenagens a Israel, orar
pela paz de Jerusalém, visitar a terra onde Jesus viveu é diferente
de judaizar a Igreja. Amar Israel apoiando e financiando projetos
sociais em Israel, combater o antissemitismo, fazer amizade com
judeus são reações normais de gratidão a esse povo que tantas
bênçãos legou à humanidade. E se até sua rejeição (endurecimento
temporário) já resultou em nossa salvação, quanto mais sua
verdadeira restauração espiritual será bênção para o mundo?!
Somos ramos enxertados em Israel. “Se, porém, alguns dos ramos
foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em
meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira,
não te glories contra os ramos, porém, se te gloriares, sabe que não
és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti” (Rm 11.17-18).
Percebemos o que está escrito nessa passagem? Fomos
enxertados “em meio deles” (dos judeus), e não em lugar deles.
Conclusão
Acabamos de fazer um breve apanhado das consequências
mais evidentes, dentro do cristianismo, quando se tenta excluir
Israel dos planos divinos, quando se tenta substituí-lo pela Igreja ou
quando se nega que esse povo ainda tem um futuro concreto,
profetizado pelo próprio Senhor.
Por isso, consideramos de extrema importância parar, analisar
e ver com clareza que ponto de vista estamos assumindo, seja de
forma consciente e com o uso de certas passagens bíblicas para
embasar nossas posições, ou sem pensar, simplesmente sendo
arrastados pela correnteza da opinião geral. Parar e pensar!
Questionar! Comparar passagem bíblica com passagem bíblica, ver
o que o Novo e o Antigo Testamento têm a dizer sobre o assunto,
ver o que Jesus falou sobre Israel, analisar as declarações de Paulo
e dos outros apóstolos, orando e nos sujeitando à Palavra de Deus
e não ao nosso próprio raciocínio ou às nossas ideias pré-
concebidas, tudo isso fará com que tenhamos uma visão mais
abrangente e mais coerente acerca de qualquer assunto, e neste
caso, acerca de uma Igreja com ou sem Israel.
Para terminar, gostaria de deixar alguns conselhos para os que
leram este livro até aqui:
1. Veja bem como edifica. Esteja atento ao modo de edificar o
edifício de sua fé e de suas convicções: “Segundo a graça de Deus
que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e
outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque
ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o
qual é Jesus Cristo” (1Co 3.10-11).
2. Permita que a Espada da Palavra e do Espírito ilumine
sua mente: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao
ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12).
3. Limpe sua mente, faça uma faxina em seu raciocínio:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem
de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
Assim, se alguém a si mesmo se purificar deste erros, será
utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando
preparado para toda boa obra” (2Tm 2.15 e 21).
4. Não se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo:
“Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua
astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte
da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co 11.3).
Com a Palavra de Deus em mãos e com a ajuda do Espírito
Santo nos iluminando e dirigindo, estaremos aptos a reconhecer
erros em nossa maneira de pensar, poderemos chegar a toda
verdade e a viver segundo a sã doutrina. Que o Senhor nos
abençoe nessa caminhada e nos conceda a graça de
permanecermos no caminho estreito nestes tempos nada fáceis!
Livros recomendados:
“A Teologia da Substituição – o Futuro de Israel é Coisa do
Passado?” - Norbert Lieth e Johannes Pflaum
“A Verdade Sobre Jerusalém na Profecia Bíblica”, Thomas Ice e
Timothy Demy
“A Verdade Sobre o Arrebatamento”, Thomas Ice e Timothy Demy
“A Verdade Sobre o Milênio”, Thomas Ice e Timothy Demy
“A Verdade Sobre o Templo dos Últimos Dias”, Thomas Ice e Timothy
Demy
“Hitler, o Quase-Anticristo”, Dave Hunt
“Jerusalém – Obstáculo Para a Paz Mundial?”, Dr. Roger Liebi
“Jerusalém – Um Cálice de Tontear”, Dave Hunt
“Jesus e o Fim dos Tempos”, Thomas Ice
“O Dia do Juízo”, Dave Hunt
“O Sermão Profético de Jesus”, Norbert Lieth
“Por Que Justamente Israel?”, Norbert Lieth
“Sionismo Cristão”, Thomas Ice
Dvds do autor:
“O Código Profético”
“Escatologia”