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Parábola do vale de ossos secos

(Ez 37:1-14).

O capítulo anterior tratou da restauração final de Israel e de como ela se dará.


O povo de Deus retornará de todos os países e será purificado interior e
espiritualmente, sendo capacitado a mais uma vez testemunhar às nações vizinhas
acerca do caráter e da verdade de Deus. A terra de Israel de novo experimentará a
prosperidade pelo amor do Senhor e será como o jardim de Deus. E o capítulo
continua com a mesma promessa consoladora de restauração. O antigo povo de
Deus se tornara como ossos secos, mas, ressuscitado para uma nova vida e com a
união dos dois reinos, o santuário de Deus se estabelecerá para sempre entre eles.
A primeira parábola desse capítulo ocupa-se da visão simbólica de Ezequiel
acerca da restituição da vida nacional a um povo disperso e sem esperança. No
espetáculo misterioso e surpreendente do vale de ossos secos, ouvimos o vento
mover-se sobre os ossos disjuntos, depois os vemos unir-se, revestidos de nervos,
de carne e de pele, levantando-se como um exército vivo. Tudo isso é uma parábola
da recriação de Israel como povo e nação. Que gloriosa ressurreição aguarda
aqueles sobre quem Ezequiel profetizou! Para, contudo, reconhecer o real valor
dessa gloriosa ressurreição, examinemos a então desesperança de Israel:
... um vale [...]cheio de ossos. Esses ossos secos não estavam amontoados,
mas abundantemente espalhados sobre a face do vale —figura da dispersão, da
desolação e do massacre por forças invasoras. Esses ossos dispersos já estavam
"sequís-simos", o que mostra que havia muito estavam sem vida. Esses ossos sem
medula quararam pela longa exposição ao ar —símbolo da sequidão e da
esterilidade espiritual de Israel, em razão do seu pecado e do cativeiro decorrente.
... poderão viver estes ossos? Da perspectiva humana, não. Não havia
nenhuma esperança de a nação se reconstituir, senão pela onipotência divina.
"Senhor Deus, tu o sabes." O profeta sabia, e o povo, ao receber dele a profecia, foi
levado a perceber que "o impossível para os homens é perfeitamente possível a
Deus". Assim, falando em nome de Deus, Ezequiel profetizou sobre os ossos,
mostrando que o povo disperso e ainda rebelde ouviria a mensagem de sua futura
"ressurreição", a qual se daria de fato. Quando Ezequiel profetizou, houve "um
ruído", i.e., os ossos se ajuntaram uns aos outros e foram revestidos de nervos,
carne e pele. Mas, unidos, os ossos antes secos e espalhados apenas formavam
cadáveres de má aparência. Precisavam de vida.
... assopra sobre estes mortos para que vivam. Pelo poder da palavra criadora
de Deus, a vida entrou naqueles corpos rejuntados, e eles se puseram de pé como
"um exército grande em extremo". Assim como Deus formou o homem do pó da
terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, fazendo-o alma vivente (Gn 2:7),
assim Israel devia acreditar que o mesmo Deus abriria suas sepulturas, trazendo o
povo de volta à terra de Israel (Ez 37:12). O ensino, portanto, dessa vivida parábola
é que "o Israel revigorado é aquele barro do qual Deus formará o povo do seu reino
eterno".

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