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Introdução

O Samba é um "software servidor" para Linux (e outros sistemas baseados em


Unix) que permite o gerenciamento e compartilhamento de recursos em redes
formadas por computadores com o Windows. Assim, é possível usar o Linux
como servidor de arquivos, servidor de impressão, entre outros, como se a
rede utilizasse servidores Windows (NT, 2000, XP, Server 2003). Este artigo
faz uma abordagem introdutória ao Samba, mostrando suas principais
características e um pouco de sua história.

Breve história do Samba

O Samba é uma criação de Andrew Tridgell. De acordo com informações


dadas no site oficial do software, Tridgell precisava montar um espaço em
disco em seu PC para um servidor Unix. Esse PC rodava o sistema operacional
DOS e, inicialmente, foi utilizado o sistema de arquivos NFS
(Network File System) para o acesso. Porém, um aplicativo precisava de
suporte ao protocolo NetBIOS (não suportado pelo NFS). A solução encontrada
por Tridgell não foi tão simples: ele escreveu um sniffer (pequeno programa
para captura de tráfego de dados em rede) que permitisse analisar o tráfego de
dados gerado pelo protocolo NetBIOS, fez engenharia reversa no protocolo
SMB (Server Message Block) e o implementou no Unix. Isso fez com que o
servidor Unix aparecesse como um servidor de arquivos Windows em seu PC
com DOS.

Esse código foi disponibilizado publicamente por Tridgell em


1992. Porém, tempos depois, o projeto foi posto de lado até
que um determinado dia Tridgell decidiu conectar o PC de
sua esposa ao seu computador com Linux. Porém, não
encontrou nenhum meio melhor que seu código para fazer isso e assim o
utilizou.

Através de contatos feitos por e-mail, Tridgell descobriu que as documentações


dos protocolos SMB e NetBIOS estavam atualizadas e assim voltou a dedicar-
se ao projeto. Porém, uma empresa entrou em contato com ele reivindicando
os direitos sobre o nome usado no software até então. Diante disso, Andrew
Tridgell teve a idéia de procurar em um dicionário uma palavra que tivesse as
letras s, m e b (de SMB) e acabou encontrando o termo "samba". A partir daí o
projeto Samba cresceu e hoje Andrew Tridgell conta com uma excelente
equipe de programadores e com milhares de usuários de sua solução
espalhados pelo mundo.

O que o servidor Samba faz

Com o servidor Samba, é possível compartilhar arquivos, compartilhar


impressoras e controlar o acesso a determinados recursos de rede com igual
ou maior eficiência que servidores baseados em sistemas operacionais da
Microsoft. Mas, neste caso, o sistema operacional utilizado é o Linux.
O Samba é compatível com praticamente qualquer versão do Windows, como
NT 4.0, 9x, Me, 2000, XP e Server 2003, além de máquinas com o Linux, é
claro.

Todo trabalho feito pelo Samba é provido de grande segurança, uma vez que
há grande rigor nos controles dos recursos oferecidos. Tanto é que existem
empresas que usam o Samba como solução para conflitos existentes entre
diferentes versões do Windows.

Como não poderia deixar de ser, o Samba também permite que sua
configuração seja feita por meio de computadores remotos. Para os casos mais
críticos, o administrador da rede pode até ser notificado de anormalidades por
e-mail (para isso é necessário usar um script específico que busca informações
nos arquivos de log e cria um arquivo que pode ser enviado via e-mail).

Instalando o Samba

O Samba é um software livre que está disponível sob a


licença GNU (GNU's not Unix). Muitas distribuições Linux já o incluem, mas
caso queira instalá-lo, é possível baixá-lo de seu site oficial - www.samba.org.
Neste, é possível notar que há pacotes específicos para as distribuições mais
famosas, como Fedora, Mandriva, SuSE, Debian, entre outros. Isso significa
que a instalação depende do tipo de pacote utilizado (tar.gz, RPM, deb, entre
outros). Assim, como exemplo, os usuários do Debian devem usar o seguinte
comando:

apt-get install samba smbclient smbfs

Se o pacote do Samba estiver no formato tar.gz basta digitar (depois de


baixado):

# tar -zxvf samba-a.b.c.tar.gz (onde a, b e c correspondem ao número da


versão)

Em seguida, basta entrar no diretório source e digitar:

./configure --prefix=/usr/local/samba

Por fim, digite:

# make
# make install

O arquivo smb.conf

Um fato que agrada muitos usuários do Samba é que sua configuração é feita
em um único arquivo: o smb.conf. Esse arquivo geralmente fica localizado no
diretório de instalação do Samba.
O arquivo smb.conf é estruturado da seguinte maneira: os parâmetros de
configuração são agrupados em seções. Cada seção é identificada por um
nome entre colchetes, por exemplo, [global]. A seguir, segue a descrição de
três exemplos de seções pré-definidas no Samba:

{global] - como o nome indica, contém configurações que afetam todo o


Samba. Por exemplo, nome do servidor;
[homes] - contém as configurações do diretório home para cada usuário;
[printers] - contém as configurações que controlam impressoras
compartilhadas.

Abaixo segue um exemplo de um arquivo smb.conf com uma configuração


bastante simples, pois serve apenas para explicar a estrutura do arquivo. Seus
parâmetros são explicados em seguida. A numeração no início das linhas não
é usada no arquivo e foi inserida pelo Infowester apenas para facilitar a
localização dos parâmetros:

1 [global]
2 # nome do servidor de arquivos
3 netbios name = infowester
4 # nome do grupo de trabalho ou do domínio
5 workgroup = iw
6 server string = Servidor Samba
7 security = user

8 [rede]
9 # diretório compartilhado
10 path = /iw/artigos
11 public = yes
12 browseable = yes
13 writable = no

Explicando:

- As linhas 1 e 8 contêm os nomes das seções;


- As linhas 2, 4 e 9 são comentários. Você pode inserir o texto que quiser nelas
e o Samba irá ignorá-las. Os comentários são usados para documentar
funcionalidades ou fazer observações. Esse recurso também pode ser inserido
no final de qualquer outra linha, bastando inserir o símbolo # antes do
comentário;
- A linha 3 - netbios name - contém o nome NetBIOS do servidor Samba;
- A linha 5 - workgroup - recebe o nome do grupo de trabalho ou do domínio no
qual o servidor Samba faz parte;
- A linha 6 - server string - é uma identificação que o servidor Samba envia aos
demais computadores da rede;
- A linha 7 - security - contém o nível de acesso e pode receber vários "sub-
parâmetros". Neste caso, user indica que para acessar o servidor é necessário
que usuário faça uso de uma conta no Linux que, por sua vez, também deve
ser usada no Windows;
- A linha 10 - path - indica qual o diretório compartilhado, se for esse o caso;
- A linha 11 - public - permite o acesso ao diretório sem a necessidade de
senha (se preenchido com "yes");
- A linha 12 - browseable - informa se o diretório é visível ou não. Se não for,
mesmo assim é possível acessá-lo;
- A linha 13 - writable - se tiver o termo "no", indica que o usuário apenas pode
ler o conteúdo do diretório compartilhado, mas não pode alterá-lo.

Swat

O Samba pode ser configurado através de interfaces gráficas. Muitos


administradores de rede consideram esse meio mais eficiente do que editar o
arquivo smb.conf através de um editor de textos. O Swat é o meio mais usado
para isso. Trata-se de uma ferramenta que permite a configuração do Samba
através de navegadores de internet, facilitando, inclusive, o acesso remoto ao
arquivo de configuração.

Para instalá-lo, você pode verificar se seu pacote de instalação está no CD de


sua distribuição. Se tiver um sistema (baseado no) Debian, pode-se usar o
seguinte comando para procurá-lo:

apt-cache search swat

Também é possível procurá-lo em sites como o www.rpmfind.net (para


arquivos no formato RPM). Neste caso, usa-se o seguinte comando depois de
baixar o pacote:

rpm -ivh swat-3.0.10-1.i386.rpm

Obviamente, você deve informar o nome do pacote depois de -ivh. No exemplo


deste texto o nome é swat-3.0.10-1.i386.rpm.

Concluída a instalação, o acesso ao Samba pelo Swat é feito através do nome


ou do IP do servidor seguido da porta 901, como mostra o exemplo abaixo:

http://192.168.10.10:901

A imagem a seguir mostra uma tela do Swat:


Finalizando

O servidor Samba é um software poderoso e bastante eficiente. Alguns


especialistas no assunto até o consideram mais seguro e confiável que as
soluções baseadas no Windows. Sua compreensão não é difícil, mas requer
um certo tempo de aprendizado, pois sua configuração é bastante abrangente
para atender os mais diversos tipos de necessidade.

Como as possibilidades de configuração do arquivo smb.conf é muito extensa


para esse artigo de introdução, pode-se obter mais detalhes nos seguintes
endereços:

focalinux.cipsga.org.br/guia/avancado/ch-s-samba.htm *
us1.samba.org/samba/docs/man/Samba-HOWTO-Collection * (material oficial e
em inglês)

Documentação é algo que não falta ao Samba. Além dos vários materiais
disponíveis na internet, ainda é possível contar com a ajuda de outros usuários,
através de fóruns, listas de discussão e sites especializados. De qualquer
forma, o site oficial do Samba é um bom começo e uma fonte segura para
futuras consultas.

Fonte : Servidor Samba: o que é (infowester.com)

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