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Visualização de Recursos, Contra-Razões e Decisõess

RECURSO:
ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ - FIOCRUZ

PREGÃO ELETRÔNICO Nº 022/2016


PROCESSO Nº 25380.000390/2016-97

CTIS TECNOLOGIA S/A, pessoa jurídica de direito privado, com sede no SCN quadra 04, Bloco B, nº 100, sala 403,
Centro Empresarial Varig, Brasília – DF, devidamente inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.644.731/0001-32, na qualidade
de legítima licitante no Pregão Eletrônico epigrafado, vem mui respeitosamente perante Vossa Senhoria, por seu
representante legal infra-assinado, com fundamento no artigo 4º, inciso XVIII da Lei nº 10.520/2002, no artigo 26 do
Decreto nº 5.450/2005 e no artigo 109, I, “a” da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, interpor o presente

RECURSO ADMINISTRATIVO

contra a decisão de aceitação e habilitação da empresa SIMPRESS COMÉRCIO, LOCAÇÃO E SERVIÇOS S/A, com fulcro
nas razões de fato e de direito que passa a aduzir.

I. DA DECISÃO

O i. Pregoeiro deliberou no decorrer da sessão pública realizada na data de 29 de julho de 2016 a convocação de todas
as licitantes para a apresentação de suas planilhas de custos e formação de preços, sob o fundamento de ter ocorrido
“... um erro material neste procedimento sanável o que determina que solicitemos a todos os licitantes o envio via
convocação do sistema, para apresentação da planilha de custo e formação de preços, com o valor final ofertado na
fase de lance”.

Ato contínuo, suspendeu o certame para avaliação das propostas de preços encaminhadas pelas licitantes: (i) Positiva
Rio Locações Ltda; (ii) CTIS Tecnologia S/A; (iii) Ultradigital Comércio e Serviço para Escritório Ltda.; (iv) Office Total
S/A; (v) Ziuleo Copy Comércio e Serviços Ltda.; (vi) Working Plus Comércio e Serviços Ltda.; e (vii) Microsens Ltda.

De acordo com a Nota Explicativa constante do chat do sistema Comprasnet, o i. Pregoeiro, em 03 de agosto de 2016,
decidiu pelo que segue, na forma da motivação ora transcrita:
“As empresas classificadas em primeiro e segundo menor preço, registraram no sistema eletrônico (Comprasnet), o
valor unitário mensal do equipamento (itens 01 ao 07), prejudicando o resultado o valor final da prestação do serviço
pelo período de 12 (doze) meses.
Constatamos o fato durante a fase de aceitação, em razão da diferença verificada entre os valores ofertados pelos
licitantes.

Assim, com fulcro no Art 43 § 3º da Lei nº 8.666/93, visando sanear e privilegiar a melhor proposta, a sessão foi
reaberta e o pregoeiro solicitou aos licitantes, suas planilhas de custos para avaliação do valor final proposto, bem
como para aferir manutenção da ordem de classificação. As empresas Positiva e Ctis atenderam enviando suas
Planilhas.

No sentido de não prejudicar a isonomia, bem como verificar todos os valores, apuramos os valores ofertado por todos
os licitantes. Ressalvando sempre que o objetivo deste Pregoeiro é adjudicar o objeto a licitante de proposta mais
vantajosa para Fiocruz, neste caso a de menor preço.

Sendo apurado os seguintes valores a seguir, por ordem de classificação


Simpress R$ 7.862.531,99 Positiva R$ 10.862.132,20 CTIS R$ 11.497.935,59 Ultradigital R$ 12.617.190,00 Office R$
12.646.353,91 Ziuleo R$ 15.069.452,32 Working R$ 15.072.300,82 Microsens R$ 190.222.200,00
Para realizarmos saneamento utilizaremos a negociação de preço, que ocorrerá com a primeira colocada e em caso de
inabilitação dessa o procedimento será o mesmo para o próximo classificado.

Sendo apurado os seguintes valores a seguir, por ordem de classificação.


Após análise das especificações pela área técnica, estarei aceitando a proposta da empesa Simpress da proposta mais
vantajosa.”

Consoante passa a demonstrar a recorrente, o julgamento levado a efeito pelo d. Pregoeiro, com a devida vênia,
encontra-se absolutamente equivocado, quer pelas premissas utilizadas, quer por não traduzir a realidade dos
resultados segundo os regramentos estabelecidos pelo próprio edital.

Soma-se a isso, ainda, que a discrepância suscitada em sede de julgamento decorre de questões subjetivas que não
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encontram respaldo no edital, nem mesmo na legislação regente acerca de licitações públicas e contratos
administrativos.

II. DAS RAZÕES RECURSAIS: DA NECESSIDADE DE REFORMA DA DECISÃO QUE DECLAROU A RECORRIDA
VENCEDORA DO PREGÃO.

A necessidade de reforma da decisão que declarou a recorrida vencedora do pregão se faz necessária, pois, com a
devida vênia, a r. decisão encontra-se maculada, indo de encontro aos princípios basilares da isonomia, da legalidade e
da vinculação ao instrumento convocatório, conforme adiante se exporá.

Em suma, a decisão de aceitação e habilitação da recorrida não deve prosperar, pelas razões que abaixo se expõe:

(i) Impossibilidade de eventual alteração do critério de julgamento previsto no edital e no sistema Comprasnet;
(ii) Impossibilidade de majoração dos valores unitários e globais ofertados ao final da sessão pública de lances;
(iii) Impossibilidade de negociação de valores fora do sistema Comprasnet;
(iv) Impossibilidade de alteração unilateral, por parte do pregoeiro, do valor das propostas; e
(v) Impossibilidade de se permitir o jogo de planilhas.

III. DO DIREITO: DA INADEQUAÇÃO DA PROPOSTA DA RECORRIDA AOS EXCERTOS EDITALÍCIOS.

As razões narradas neste recurso versam sobre o fato de a recorrida, bem como a empresa classificada
provisoriamente em 2° lugar, terem registrado no sistema eletrônico, para fins de cadastro de sua proposta inicial, o
valor unitário mensal do equipamento, no qual o valor global de cada item não refletia o valor estimado respectivo,
mas sim apresentava discrepância significativamente alta. Ao ofertar proposta de preços em desconformidade com os
termos colacionados no edital convocatório, sua classificação na presente licitação caracterizou expressa ilegalidade nos
fundamentos que motivaram a decisão do i. pregoeiro dessa FIOCRUZ.

A recorrente não pode negar a sua surpresa quanto aos fundamentos colacionados em nota explicativa proferida pelo
pregoeiro, na sessão pública do Pregão Eletrônico nº 22/2016.

Essa surpresa advém do fato da absurda aceitação da proposta da recorrida, bem como ainda que houve negociação de
preços realizada fora do ambiente do comprasnet, tendo em vista que se conferiu possibilidade da recorrida promover
eventuais majorações de valores àqueles apresentados no término da fase de lances sem qualquer menção no sistema
sobre tal ponto, configurando ampla afronta aos princípios da isonomia, da legalidade e da vinculação ao instrumento
convocatório.

Ademais, a atitude do pregoeiro no sentido de sanear as propostas apresentadas, apesar de ser fundamentado na
intenção de não prejudicar a isonomia, acabou, na verdade, afrontando-a de forma direta. Ora, a conduta das
empresas que seguiram o edital e cadastraram corretamente suas propostas durante a sessão de lances, ao
observarem valores inexequíveis nos itens 1 a 7, na ordem de 90% abaixo do valor estimado não seria outra além
daquela de apresentar valores exequíveis. Desta forma, o i. sr. pregoeiro, ao informar em ata que não quer prejudicar
a isonomia, na verdade fere frontalmente tal princípio, pois beneficia as empresas que erraram no lançamento do preço
e, todavia, deixa de privilegiar as demais empresas participantes, 6 (seis) na verdade, que fundamentadas na plena
legalidade, apresentaram seus lances nos moldes dos requisitos do edital. Cabe ainda ressaltar que estas jamais
poderiam supor que o pregoeiro adotaria critério diverso do previsto no edital para fins de lances neste processo, pois
se soubessem da possibilidade desta aberração jurídica, talvez algumas destas poderiam até ingressassem na mesma
aventura de disputa por lances para obter êxito no processo a qualquer custo. Ofensa à isonomia seria sim deixar de
privilegiar a conduta das empresas que seguiram as disposições do edital em benefício daquelas que não o seguiram,
logrando êxito no processo a qualquer custo, apresentando valores inexequíveis, tendo em vista que o critério para a
formulação de lances deve ser o mesmo para todos, pois caso contrário não haveria similaridade de condições na
disputa.

Uma análise mais apurada dos termos do julgamento, com a devida vênia, permite identificar ainda que fora
oportunizado à recorrida, bem como a empresa classificada provisoriamente em segundo lugar, se valer de “jogo de
planilha” para configurar sua proposta como a, supostamente, mais vantajosa para essa administração.

Contudo, o que se verifica, segundo entende a recorrente, é que as razões de aceitação estão direcionadas à prática de
um ato unilateral que acabou por ceifar os princípios mais comezinhos afetos às licitações, visto que julgou uma
proposta com critério de julgamento oposto ao estabelecido no edital, permitiu a majoração dos valores unitários e
globais ofertados ao final da sessão pública de lances, e permitiu negociação de preços que não foi dada a devida
publicidade às demais licitantes. Conforme se depreende da ata de sessão pública, houve “apuração” de valores, ou
seja, a sessão de lances reproduziu determinados valores e a aceitação se baseou em uma apuração do pregoeiro,
sendo certo que a lei não lhe confere nenhuma margem de discricionariedade para apurar valores propostos, mas sim
classifica-los segundo um mesmo critério para todos, isso sim corresponderia à isonomia.

É de se ressaltar que não se pode abandonar, para fins de julgamento, os limites estabelecidos pelo edital. Bem assim,
não se é permitido traçar, unilateralmente, um novo caminho efetivamente necessário para a real comprovação exigida
no edital, visto que tal atitude viola os princípios da eficiência, do julgamento objetivo e da própria vinculação ao edital,
dentre tantos outros, sob o argumento de se buscar a proposta mais vantajosa para a administração.

O Edital fora efetivamente claro ao estabelecer nos subitens 6.6; 6.6.1 e 7.5.1 que:
6.6. O licitante deverá enviar sua proposta mediante o preenchimento, no sistema eletrônico, dos seguintes campos:
6.6.1. valor unitário
[...]
7.5.1. O lance deverá ser ofertado pelo valor unitário

De tal sorte, o que deveria ser observado pelas licitantes é o fato do edital prever que o lance deveria ser pelo valor
unitário, com relação à quantidade de cada um dos itens componentes do lote, notadamente quanto aos itens 1; 2; 3;
4; 5; 6 e 7.

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Sendo assim, buscar medidas aptas a classificar a recorrida, ainda que esta tenha demonstrado ter ofertado seus
lances em desacordo com a regra editalícia, com a devida vênia, não é uma medida que prestigia os princípios
licitatórios.

Apenas a título de exemplo, ao considerarmos o valor global para o item 1, o qual fora estimado previamente no edital
no montante de R$ 1.681.820,00 (um milhão, seiscentos e oitenta e um mil, oitocentos e vinte reais), e levando-se em
conta o quantitativo previsto de 293 (duzentos e noventa e três) equipamentos, a conclusão lógica é que o único valor
unitário possível para esse quantitativo que deveria ser lançado, inicialmente, seria o de R$ 5.740,00 (cinco mil
setecentos e quarenta reais).

Entrementes, as licitantes classificadas provisoriamente em 1º e 2º lugares, SIMPRESS e POSITIVA, respectivamente,


na ocasião do cadastro de suas propostas para os itens de 1 a 7, apresentaram valores manifestamente inexequíveis,
visto que os valores por elas registrados representam uma diferença no percentual de 91,66% do valor considerado
para fins de orçamento. Vide planilha abaixo com detalhamento dos valores iniciais cadastrados por estas empresas no
Comprasnet e a indicação das excessivas discrepâncias em comparação com o orçamento deste processo licitatório:

VIDE TABELA ENCAMINHADA EM ANEXO:

Nota-se, ademais, que o equívoco acima evidenciado só fora cometido pela empresa recorrida – SIMPRESS – e, pela
licitante classificada provisoriamente em 2º lugar – POSITIVA. Nenhuma outra licitante, dentre as 08 (oito)
participantes interpretaram o edital, tal como as duas primeiras colocadas. Todas as demais licitantes lançaram seus
lances, visando fornecer o preço unitário do total de quantitativos requeridos para cada um dos itens listados, em
amplo atendimento aos preceitos editalícios.

Notável, ainda, que ao término da sessão de lances, a recorrida SIMPRESS apresentou o menor valor global
correspondente a R$ 4.961.929,14 (quatro milhões, novecentos e sessenta e um mil, novecentos e vinte e nove reais e
quatorze centavos) do total dos itens licitados, o qual após negociação obscura (não há nenhuma informação no
sistema) levada à efeito pelo i. pregoeiro fora majorado para um total de R$ 7.862.531,99 (sete milhões, oitocentos e
sessenta e dois mil, quinhentos e trinta e um reais e noventa e nove centavos), ou seja, com um aumento percentual
de 58,45% (cinquenta e oito vírgula quarenta e cinco por cento), sem tecermos quaisquer comentários no tocante à
variação percentual individual de cada item.

Com relação à proposta da empresa POSITIVA verificou-se que o menor lance do total dos itens foi de R$ 6.156.332,20
(seis milhões cento e cinquenta e seis mil, trezentos e trinta e dois reais e vinte centavos), o qual após negociação
realizada fora majorado para R$ 10.862.132,20 (dez milhões, oitocentos e sessenta e dois mil, cento e trinta e dois
reais e vinte centavos), ou seja, com um aumento percentual de 56,67% (cinquenta e seis vírgula sessenta e sete por
cento). Conforme já apontado pelo TCU, além da grave alteração dos valores individuais ofertados, a aceitação da
proposta não deve se ater, única e exclusivamente, pelo valor global final ofertado, mas sim pelos valores ofertados em
todos os itens, conforme indicado no entendimento do TCU.

2. Nos pregões eletrônicos cujo critério de julgamento seja o de menor preço global por item, após encerrada a fase de
disputa de preços não se admitem majorações nos lances individuais ofertados em cada item. (grifo nosso)
3. Qualquer modificação na proposta tendente a alterar o teor das ofertas equivale à negociação que deve ser realizada
por meio do sistema entre o pregoeiro e o licitante, tendo como finalidade a obtenção de preços melhores dos que os
cotados na fase competitiva e, consequentemente, a proposta mais vantajosa para a Administração, conforme dispõe o
art. 4º, inciso XVII, da Lei 10.520/2002, e o art. 24, §§ 3º, 8º e 9º, do Decreto 5.450/2005.(grifo nosso)
4. A alteração das cotações de itens individuais em pregão eletrônico visando o ajuste do valor total configura conduta
inaceitável em pregões cujo o valor global é formado pelos lances individuais de cada item, pois confere vantagem
indevida ao licitante que trabalha os lances de todos os itens sem a pressão dos concorrentes (seja por estarem muito
acima ou muito abaixo do preço de mercado) e implica em desvantagem para as outras licitantes, frustrando os
princípios norteadores das licitações públicas, além de aumentar o risco de ocorrência de jogo de planilha. Acórdão
834/2015-Plenário, TC 000.535/2015-0, relator Ministro Bruno Dantas, 17.6.2015.9 (grifo nosso)

Além disso, ainda considerando a hipótese de que as propostas fossem apresentadas com os valores globais finais
ofertados, não haveria possibilidade de aceita-las, devido a clara ocorrência de jogo de planilha. Desta forma,
encaminhamos abaixo nova planilha, no qual nesta oportunidade, apresenta-se detalhamento dos valores de lances
finais destas empresas e a indicação das excessivas discrepâncias de alguns itens em comparação com outros do
orçamento deste processo licitatório (jogo de planilha). Nesta hipótese, demonstra-se, de forma clara, a
impossibilidade desta empresa recorrente, considerando o critério previsto no edital, de cobrir qualquer lance das
empresas mencionadas:

VIDE TABELA ENCAMINHADA EM ANEXO:

Evidente, portanto, que os valores finais dos lances dessas duas licitantes, constantes do sistema Comprasnet, foram
arbitrariamente alterados para maior, em afronta aos princípios licitatórios, denotando uma conduta do pregoeiro
contrária à legislação regente.

À esse respeito, é possível se evidenciar na ata da sessão pública que o i. pregoeiro, após a fase de lances, não
solicitou qualquer contraproposta aos lances ofertados pela recorrida, via sistema, em amplo desencontro ao
regramento descrito no subitem 8.10 e s.s. do edital e no art. 24, §§ 8º e 9º do Decreto nº 5.450/2005, senão
vejamos:

8.10. O pregoeiro poderá encaminhar, por meio do sistema eletrônico, contraproposta ao licitante que apresentou o
lance mais vantajoso, com o fim de negociar a obtenção de melhor preço, vedada a negociação em condições diversas
das previstas neste Edital.
8.10.1. Também nas hipóteses em que o pregoeiro não aceitar a proposta e passar à subsequente, poderá negociar
com o licitante para que seja obtido preço melhor.
8.10.2. A negociação será realizada por meio do sistema, podendo ser acompanhada pelos demais licitantes.

Art. 24 [...]

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§ 8º Após o encerramento da etapa de lances da sessão pública, o pregoeiro poderá encaminhar, pelo sistema
eletrônico, contraproposta ao licitante que tenha apresentado lance mais vantajoso, para que seja obtida melhor
proposta, observado o critério de julgamento, não se admitindo negociar condições diferentes daquelas previstas no
edital.
§ 9º A negociação será realizada por meio do sistema, podendo ser acompanhada pelos demais licitantes.

Sempre com a devida vênia, a análise dos excertos retro transcritos, indicam que as negociações devam ser efetivadas
por meio do sistema, sendo vedada a negociação em condições diversas das estabelecidas no edital.

Esse é o exato ponto que indica que o critério de julgamento utilizado está em desconformidade com as determinações
constantes do edital, que visa, apenas, a oferta de lances unitários para o quantitativo de equipamentos consignados
em edital e, que dispõe sobre a possibilidade de se realizar negociações quanto à proposta mais vantajosa via sistema.
Isso foi claramente desrespeitado pelo pregoeiro, que de forma unilateral equalizou as propostas das licitantes
SIMPRESS e POSITIVA para os valores de R$ 7.862.531,99 e R$ 10.862.132,20, respectivamente, mesmo tendo a
empresa POSITIVA, após requerimento feito pelo pregoeiro, encaminhado proposta no valor de R$ 6.156.332,20 (seis
milhões, cento e cinquenta e seis mil, trezentos e trinta e dois reais e vinte centavos).

Todavia, as razões aqui aduzidas demonstram que o ato administrativo que aceita e habilita a recorrida padece de vício
de legalidade, visto que leva em consideração um nível de subjetividade incompatível com os regramentos editalícios e
a fase de lances.

É sabido, de outra banda, que eventuais erros de natureza formal ou material no preenchimento da proposta não
devem implicar na exclusão automática das licitantes do certame. Muito pelo contrário. Quando constatados erros
sanáveis na proposta, deve a administração franquear o saneamento ao licitante, possibilitando, assim, que se
promova ajustes na proposta, desde que a adoção desse procedimento não resulte na majoração do valor total da
proposta apresentada pelo licitante. Cumpre ressaltar que o licitante vincula-se por meio do valor total de sua
proposta.

No caso vertente, a opção conferida à recorrida e, supostamente apta, a sanar a proposta inicial por ela encaminhada
importou na alteração de duas grandezas: valores unitário e global, o que por sua vez impactou no valor inicialmente
proposto, majorando-o por completo. Noutras palavras, ofertou-se, ilegalmente à recorrida, a oportunidade de
apresentar nova proposta, o que é inadmissível, em decorrência dos princípios da isonomia, legalidade e vinculação ao
instrumento convocatório.

Ora, de uma simplória análise quanto aos percentuais de diferença dos valores adotados para os itens de 1 a 7, em
comparação aos demais, observa-se que mesmo que os valores finais globais ofertados individualmente pelas 1ª e 2ª
colocadas fossem exequíveis, levando-se em consideração, ainda, a premissa da impossibilidade de alterá-los, nos
termos da jurisprudência do TCU a seguir citada, restou latente a conduta de realização de jogo de planilha, a qual
visou impedir que as demais licitantes superassem os lances incorretamente ofertados pelas primeiras colocadas,
balanceando a excessiva perda em determinados itens em detrimento de outros, aspecto esse recorrentemente
repudiado pelo e. TCU. Senão vejamos:

4. Para evitar a ocorrência de jogo de planilha, a diferença percentual entre o valor global do contrato e o obtido a
partir dos custos unitários do sistema de referência utilizado não poderá ser reduzida em favor do contratado em
decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária. Auditoria realizada nas obras de construção da
Ferrovia Norte-Sul, trecho Palmas/TO-Uruaçu/GO, sob responsabilidade da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias
S/A, apontara, dentre outras ocorrências, superfaturamento decorrente de jogo de planilha em contrato para execução
das obras. O valor do superfaturamento foi obtido por meio de comparativo entre os valores e quantidades inicialmente
pactuados com aqueles consignados a partir dos aditivos firmados, o qual evidenciou “uma redução do desconto
inicialmente obtido pela Administração, ensejando um dano estimado em R$ 20,7 milhões ...”. Em preliminar, o relator
destacou que o procedimento denominado jogo de planilha, consistente “ no aditamento do contrato com a majoração
dos itens com preço acima do mercado e a consequente redução, por aditivos, dos que apresentam preços inferiores
aos parametrizados”, ainda se mostra uma prática recorrente nas obras públicas, em que pese “ser veementemente
combatido nas deliberações proferidas”. Relembrou ainda o relator deliberação do TCU que defende a tese de que o
jogo de planilha decorre da conjugação dos seguintes fatores: (i) má qualidade do projeto básico; (ii) falta de definição
de critérios de aceitabilidade de preços unitários; (iii) contratação de proposta de menor preço global compatível com a
estimativa da Administração, mas com grandes disparidades nos preços unitários; e (iv) aditamento do contrato com o
aumento dos quantitativos dos itens de preços unitários elevados e a diminuição dos quantitativos dos itens com preços
inferiores. Ao analisar as justificativas apresentadas em resposta à oitiva, o relator rebateu a alegação da empresa
executora de que “a irregularidade consubstanciada na prática de jogo de planilha careceria de amparo legal”. Sobre a
questão, ressaltou o relator que “em consonância com o que prescreve o art. 109, § 6º, da Lei 11.768/2008 (Lei de
Diretrizes Orçamentárias - LDO de 2009), a diferença percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos
custos unitários do SINAPI não poderá ser reduzida, em favor do contratado, em decorrência de aditamentos que
modifiquem a planilha orçamentária”. Acrescentou ainda que “a LDO apenas veio a positivar o entendimento já
pacificado por esta Corte de Contas e de necessária observância na gestão de obras públicas federais”. Sobre a
metodologia utilizada para a estimativa do dano, destacou o relator que “levou em consideração tanto os itens com
sobrepreço quanto aqueles com subpreço, promovendo-se a devida compatibilização”, concluindo que “o incremento
dos itens com preço acima do referencial excedeu sobremaneira aqueles com subpreço”, resultando no
superfaturamento apontado. Considerando a existência de outro processo pendente de análise conclusiva da adequação
dos preços licitados no mesmo certame, o que impactaria diretamente na quantificação do débito apurado, o Tribunal,
seguindo o voto da relatoria, decidiu, dentre outras deliberações, determinar à unidade técnica que apure, no âmbito
de processo de tomada de contas especial a ser autuado, o superfaturamento decorrente do jogo de planilha
identificado no contrato analisado. Acórdão 1514/2015-Plenário, TC 006.264/2012-3, relator Ministro Bruno Dantas,
17.6.2015.

Verifica-se, pois, que o i. pregoeiro ao permitir a referida alteração, além de estar em desconformidade legal e
jurisprudencial, restou por privilegiar dois licitantes que não procederam com a devida diligência, em detrimento de
outros 6 (seis) licitantes que, com a devida acuidade e atenção, elaboraram suas propostas nos exatos termos do
edital.

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Insta salientar, ademais, que o pregoeiro se valeu de uma incorreta interpretação quanto ao “erro material” constante
da proposta da recorrida, visto que esse se caracteriza como erro de fácil constatação, perceptível à primeira vista,
porém, o erro cometido pela recorrida trata-se de “erro substancial”, ou seja: erro que torna incompleto o conteúdo da
documentação ofertada, impedindo que a administração conclua pela suficiência dos elementos exigidos. Nesse caso, o
pregoeiro fica impedido de afirmar que a proposta atendeu ao edital ou que apresentou elementos necessários à
verificação de sua exequibilidade e, via de consequência, de sua classificação.

Consoante fora observado, o erro apresentado pela recorrida trata-se de erro substancial e não mero erro material,
como o pregoeiro quis levar à crer.

No caso sob análise, a recorrida apresentou em sua proposta a quantidade equivocada, de modo que, se fosse
considerado somente o valor total teria que ser corrigido também o valor unitário, ou seja, descumpriu as condições do
instrumento convocatório.

Verifica-se, pois que a falta de informações indispensáveis à proposta configura erro grave, substancial, que torna o
mesmo insuscetível de aproveitamento, trata-se, pois, de proposta defeituosa, incompleta, que não produz os efeitos
jurídicos desejados.

À vista disso, é inaceitável para essa recorrente, bem como aos demais concorrentes, a classificação da proposta da
recorrida em desconformidade com o modelo e as condições exigidas no instrumento convocatório, na medida em que,
conforme já exarado, compromete o julgamento objetivo e, sem dúvida alguma, ofende especificamente aos subitens
6.6; 6.6.1; 7.5.1; 8.10; 8.10.1; e 8.10.2 do edital.

Nesse viés, já se manifestou o Tribunal de Contas da União – TCU, por intermédio do Acórdão nº 834/2015 – Plenário:

4. No pregão, qualquer modificação na proposta tendente a alterar o teor das ofertas deve ocorrer na etapa de
negociação, a qual deve ser realizada entre o pregoeiro e o licitante por meio do sistema eletrônico (art. 24, §§ 8º e
9º, do Decreto 5.450/05), tendo como finalidade a obtenção de preços melhores dos que os cotados na fase
competitiva e, consequentemente, a proposta mais vantajosa para a Administração.
Representação formulada por sociedade empresária apontara possíveis irregularidades em pregão eletrônico
patrocinado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, destinado à prestação de serviço de telecomunicações
pelo período de sessenta meses, com objeto agrupado em lote único de cinco itens. A controvérsia principal, segundo o
relator, residiria no fato de que a modelagem adotada no edital permitiria dupla interpretação para o critério de
julgamento: menor preço global por item x menor preço global por grupo/lote. Como resultado, embora o certame
tenha na prática adotado o critério de julgamento mediante “o menor preço global por item”, as duas empresas
participantes formularam propostas de forma totalmente antagônicas: a representante ofertando valores proporcionais
à estimativa dos Correios para cada item e a outra concorrente lançando valores “incondizentes com a realidade do
mercado para os itens somente para fins de composição do valor global do grupo/lote”. Diante disso, e considerando a
baixa média de lances por item, aduziu o relator, após a suspensão cautelar do certame e a promoção das oitivas
regimentais, não ter “a menor dúvida de que a lacuna quanto ao critério de julgamento acarretou a absoluta
inexistência de disputa no pregão (...), em total afronta a diversos princípios licitatórios, principalmente os da
vantajosidade e competitividade”. Além da dubiedade no instrumento convocatório, fora apontada negociação,
realizada pelo pregoeiro por fora do sistema eletrônico oficial, de valores que superaram o melhor lance ofertado para o
item 1 durante a fase de disputa do pregão, com majoração de cerca de 444%. Nesse ponto, o relator refutou os
argumentos esgrimidos pelos Correios e pela licitante vencedora de que “os valores ofertados para os itens em disputa
na fase competitiva do certame possam ser livremente modificados em momento posterior da licitação”. A propósito fez
referência ao Acórdão 2.977/2012-Plenário, no qual o relator (Ministro Weder de Oliveira) esclarecera que “atenta
contra os princípios da razoabilidade, da isonomia, da transparência e da competitividade o fato de uma licitante vencer
as demais na etapa de lances e depois, numa fase posterior, negociar livremente com o pregoeiro os valores dos itens
anteriormente cotados, mesmo que o preço global da proposta seja mantido”. Ao revés, ainda naquele julgado, “a
negociação entre o pregoeiro e a Administração é para baixar os preços cotados na fase de lances,conforme dispõe o
art. 4º, XVII, da Lei nº 10.520/2002 e art. 24, §8º, do Decreto nº 5.450/2005(...)no sentido de se obter a proposta
mais vantajosa para a Administração”. Nesse sentido, resta evidenciado, retomou o relator, que “qualquer modificação
na proposta tendente a alterar o teor das ofertas equivale à negociação que deve ser realizada por meio do sistema
entre o pregoeiro e o licitante, tendo como finalidade a obtenção de preços melhores dos que os cotados na fase
competitiva e, consequentemente, a proposta mais vantajosa para a Administração, conforme dispõe o art. 4º, inciso
XVII, da Lei 10.520/2002, e o art. 24, §§ 3º, 8º e 9º, do Decreto 5.450/2005”. Em consequência, o Plenário, acolhendo
a proposta da relatoria, julgou procedente a Representação, assinando prazo para que os Correios adotem “as
providências necessárias no sentido de anular a fase de lances do pregão (...), bem como os atos subsequentes,
facultando-lhe a retomada do processo licitatório no momento imediatamente anterior à referida fase, em razão da
identificação de vício na condução do certame, em total afronta a diversos princípios licitatórios, principalmente os da
vantajosidade e competitividade”, alertando ainda a empresa que no caso de retomada do certame, “deve ser
esclarecido às licitantes que o critério de julgamento atualmente previsto no edital é o menor preço global por item, e
ainda, que após encerrada a fase de disputa, não serão aceitas majorações nos lances ofertados em cada item”.
Acórdão 834/2015-Plenário, TC 000.535/2015-0, relator Ministro Bruno Dantas, 15.4.2015.

Isso posto, não se pode olvidar que a verificação de condições de aceitação dos documentos apresentados em licitações
públicas deve ser feita com observância dos requisitos que se prestam à sua finalidade, contudo, respeitando o
princípio da vinculação ao instrumento convocatório e as formalidades exigidas no certame.

O Mestre HELY LOPES MEIRELLES ensinava que:


“Vinculação ao edital: a vinculação ao edital é princípio básico de toda licitação. Nem se compreenderia que a
Administração fixasse no edital a forma e o modo de participação dos licitantes e no decorrer do procedimento ou na
realização do julgamento se afastasse do estabelecido, ou admitisse documentação e propostas em desacordo com o
solicitado. O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto os licitantes como a
Administração que o expediu (art. 41).” (in DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO, Hely Lopes Meirelles, 19ª edição,
Malheiros Editores, São Paulo, 1994, pág. 249-250, grifou-se).

Se esse princípio vige com rigor para os licitantes, com mais razão se mostra impositivo para a Administração que, em
última análise, observado o princípio da legalidade, foi a responsável pelo estabelecimento dos critérios e requisitos do

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Edital.

Sobre o tema, é igualmente absoluta a lição do i. doutrinador JESSÉ TORRES PEREIRA JÚNIOR, ao comentar o art. 41
da Lei nº 8.666/93, quando esclarece e pontua a situação da Administração perante as regras:

“A vinculação da Administração às normas e condições do edital (vale também para a carta-convite), que a lei qualifica
de estrita, acarreta pelo menos três consequências importantes:
(a) a discricionariedade da Administração para estabelecer o conteúdo do edital transmuda-se em vinculação uma vez
este publicado, passando a obrigar tanto o administrador quanto os competidores;
(b) O DESCUMPRIMENTO DE DISPOSIÇÃO EDITALÍCIA, PELA ADMINISTRAÇÃO, EQUIVALE À VIOLAÇÃO DO DIREITO
SUBJETIVO DOS LICITANTES DE SE SUBMETEREM AO CERTAME SEGUNDO REGRAS CLARAS, PREVIAMENTE FIXADAS,
ESTÁVEIS E IGUAIS PARA TODOS OS INTERESSADOS;
(c) para que o edital vincule legitimamente a Administração e os licitantes, necessário é que todas as suas cláusulas e
condições conformem-se aos princípios regentes da matéria e à lei, seguindo-se que o edital não é peça intangível, ao
inteiro alvedrio da Administração.” (in COMENTÁRIOS À NOVA LEI DAS LICITAÇÕES PÚBLICAS, Jessé Torres Pereira
Júnior, 2ª Tiragem, Ed. Renovar, Rio de Janeiro, 1993, pág. 212/213, grifou-se).

Não resta dúvida que o edital estabeleceu em seus itens 6.6, 6.6.1 e 7.5.1 que os lances fossem ofertados pelo preço
unitário, bem como restou consolidado no Anexo IV do edital, a forma como a planilha de custos e formação de preços
deveria ser apresentada, contendo o total de impressoras, a média mensal, o valor mensal e o valor anual, o que nos
leva a conclusão óbvia e lógica que o preço unitário a ser ofertado deveria se referir a quantidade total de impressoras
para cada um dos itens de 1 a 7.

Logo, a aceitação da proposta da recorrida, na forma como apresentada e posteriormente manipulada, a qual,
inclusive, inovou ao constar de coluna relativa ao valor unitário da impressora, no lugar do preço médio, com violação
de ordem legal macula o ato administrativo, tornando-o evidentemente nulo, uma vez que ausente o requisito
intrínseco de legalidade.

De outra banda, deve-se consignar que tão-somente o ato de aceitação da proposta da recorrida é que reveste-se de
nulidade, visto que todo o certame decorreu de forma regular, mostrando-se claro o suficiente, visto que dele vieram a
participar 8 (oito) licitantes interessadas, não sendo conveniente, muito menos oportuno, a invalidação dos demais
atos praticados, visto que todas as demais licitantes ofertaram propostas abaixo do valor estimado e em ampla
consonância aos excertos editalícios.

Sob esse viés, ressalte-se, aqui, ser inviável a anulação do certame como um todo, haja vista que esta postura visaria
tão-somente à beneficiar as duas primeiras colocadas, as quais utilizaram-se do artifício do jogo de planilhas para obter
êxito no procedimento licitatório, em espeque, sob o manto de que supostamente estariam ofertando a proposta mais
vantajosa à essa administração.

Ademais, a nulidade do certame permitiria a participação dessas empresas, que utilizaram-se de artifício vil, em um
novo certame, e que por sua vez estariam por se beneficiar da própria torpeza para obter vantagens na nova disputa
licitatória. A origem do princípio da vedação ao benefício da própria torpeza, vem da teoria civilista, que revela os
deveres anexos de uma relação contratual, decorrentes da boa-fé. A analogia invocada ao caso vertente, objetiva
afastar a possibilidade da recorrida, a qual violou a regra jurídica disposta em edital, invocar a mesma regra a seu
favor, violando assim a boa-fé objetiva que deve permear os atos praticados pelos administrados.

Por fim, não há que se falar em ofensa à busca da proposta mais vantajosa, ao reformar a decisão impugnada que
culminará com a desclassificação das primeiras colocadas, uma vez que os princípios norteadores da licitação devem
ser entendidos em sua completude, e não interpretados isoladamente, ou privilegiando um em detrimento do outro.

Não se pode olvidar que a administração deve sim buscar seleção da proposta mais vantajosa, porém sem
comprometer os demais princípios atinentes ao julgamento e processamento da licitação, tais como os da legalidade,
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação aos instrumento convocatório
e julgamento objetivo das propostas.

IV. CONCLUSÃO

Diante de todo o exposto, requer se digne Vossa Senhoria conhecer o presente recurso para, no mérito, dar-lhe
integral provimento, a fim de determinar a nulidade do ato administrativo que julgou aceita e habilitada a recorrida
SIMPRESS Comércio, Locação e Serviços S/A.

Requer, assim, seja determinada a desclassificação das licitantes SIMPRESS Comércio, Locação e Serviços S/A e
POSITIVA Rio Locações Ltda., visto terem se valido de ajustes em suas propostas que configuraram o vedado “jogo de
planilhas”, a fim de que o certame seja continuado, promovendo-se a análise da proposta da licitante classificada em
ordem subsequente.

Requer ainda a declaração de impossibilidade de cancelamento do presente processo, tendo em vista a inexistência de
quaisquer nulidades e ainda, que tal fato beneficiará apenas as empresas que agiram com o intuito de lograr êxito no
presente processo, utilizando do artifício de jogo de planilhas.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, as quais serão remetidas via e-mail à esse i.
Pregoeiro, requerendo, ainda, seja dado o necessário efeito suspensivo ao presente recurso.

Requer, por fim, caso não seja reconsiderada a decisão sob impugnação, que sejam as presentes razões recursais
remetidas à autoridade hierarquicamente superior, para que delas conheça e, no mérito, dê integral provimento, a fim
de que essa decisão seja reformada in totum, nos termos da fundamentação supra.

Nestes termos,
Pede deferimento.

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Rio de Janeiro/RJ, 10 de agosto de 2016.

CTIS TECNOLOGIA S/A

Obs: devido à impossibilidade de encaminhamento de anexos via sistema, estes foram encaminhados,
tempestivamente, para o seguinte endereço: secompdirad@fiocruz.br.
Fechar

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