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Adaptado de uma mensagem enviada por Odracir para a mailing list testemunhas em 1999-
12-02. Nas citações que aparecem nesta página, parte do texto foi colocado em letra
maiúscula para ênfase. Algumas edições de A Sentinela citadas aqui, especialmente as mais
antigas, foram publicadas inicialmente em lingua inglesa, podendo não haver a exata
correspondência com a data da edição em português. Sobre o tema piramidologia, abordado
neste artigo, recomendamos a leitura de A Sentinela de 1/1/2000, onde a Sociedade VIU-SE
OBRIGADA a fazer um reconhecimento mais explícito e pormenorizado do assunto, após o
mesmo vir a conhecimento público.
No ano de 1889, no livro "The Time Is At Hand", páginas 98 e 99, Charles Taze Russell
declara:
Tais afirmações referiam-se às previsões sobre os anos de 1874, 1878 e 1914, iniciando-se a
'parousia' de Cristo na primeira data (sua 'posse' como Rei na segunda data). É importante
frisar que tais cálculos cabalísticos começaram com o inglês John Acquila Brown, no ano de
1823 -- 29 anos antes do nascimento de Russell, 47 anos antes da formação do grupo dele e
mais de meio século (54 anos) antes da publicação do livro que ele financiou, "Os Tres
Mundos". Diversas outras obras da organização reafirmaram tais cálculos como algo além de
simples opinião, chamando-os de "datas de Deus" e, em alguns casos, questionando a fé ou a
vigilância de quem deles duvidava -- "Thy Kingdom Come" (1891), "Watchtower" de
15/1/1892, de 1/7/1894 e de 1/10/1907.
"Este foi um erro natural no qual se pode cair, mas O SENHOR O INVALIDOU para
a bênção de Seu povo. O pensamento de que a igreja seria ajuntada em glória
antes de Outubro de 1914, TEVE CERTAMENTE UM EFEITO MUITO
ESTIMULANTE E SANTIFICADOR sobre milhares, todos os quais podem
consequentemente louvar o Senhor -- ATÉ PELO ERRO." (Prefácio de "The Time
is At Hand", 1916, página iv)
Note o leitor que, após envolver até o próprio Deus em seus erros, "invalidando-os" -- na
verdade, minimizando-os -- encontrou o pastor Russell uma alternativa bastante conveniente a
ter que encarar o fato de que suas predições nada tinham de "datas de Deus". Chegou ele ao
cúmulo de elogiar o erro, sim, de promover o erro como meio válido pelo qual Jeová guia seu
povo. Isto deu margem, mais tarde, a novas predições, hábito este bastante comum entre os
líderes das TJ até os nossos dias, bastante "fiéis" às suas origens, diga-se. Parece isto
simples "explicação", como quer o nosso companheiro H., ou clara JUSTIFICAÇÃO? Precisa
Deus dos nossos erros?
"Olhando para trás, precisa-se dizer que esta maneira de encarar as coisas, que
enaltecia a supremacia de Jeová e de seu Cristo, AJUDOU o povo de Deus a
manter uma intransigente posição neutra durante este período difícil (isto é, desde
a 2ª Guerra Mundial até a 'guerra fria')". (o maiúsculo é meu)
"Quer dizer que, para todos os efeitos, ter tido o entendimento CORRETO, o
entendimento que o apóstolo Paulo tinha em mente quando escreveu seu conselho,
NÃO TERIA SIDO NEM TÃO SUFICIENTE PARA ORIENTAR, NEM TÃO EFICAZ
PARA PROTEGER contra a ação não-cristã, quanto o conceito ERRÔNEO
ensinado pela organização Torre de Vigia. Não há nada que mostre que Deus guie
seu povo por meio do erro. Ele o fortalece com a verdade, NÃO COM O ERRO, em
época de crise." 1 João 1:5 (o maiúsculo é meu) -- "Crise de Consciência", pág.
497.
Alguém da lista concordaria, como quer o nosso companheiro H., que, neste caso, o corpo
governante APENAS EXPLICOU, SEM DEFENDER?
No Anuário de 1983, pág. 120, quase 70 anos depois do fracasso de 1914, a Watchtower
insiste em minimizar seus erros ou, pelo menos, dar-lhes uma conotação piedosa. Após o
relato sobre a inocultável frustração que envolveu a expectativa criada por Russell sobre o
arrebatamento da igreja e o fim do mundo em 1914 -- com o tropeço na fé de muitos -- ela
dirige a atenção do leitor para o fato de que aquele período era um tempo de "provas e
purificação" -- por meio do ERRO, naturalmente -- e, a seguir, desvia-a para um comentário de
um dos desapontados seguidores de Russell, o qual teria dito: "Em vez da esperada coroa da
glória, recebemos um resistente par de botas para realizar a obra de pregação". O assunto é
concluído por aí mesmo, sem qualquer assumimento direto da responsabilidade por falsas
previsões e suas consequências ou por um cândido pedido de desculpas, como seria de se
esperar de humildes cristãos tementes a Deus.
Isto até que soaria comovente, caso não fosse hilariante! Parece isto mais com "explicação",
como quer o nosso companheiro H., ou com "justificação"?
1.4 Exemplo 4: A falsa profecia de 1925
No livro "Testemunhas de Jeová -- Proclamadores do Reino de Deus" (1993), pág. 78, faz-se
uma tentativa de justificação da falsa profecia de 1925, advogada pelo sucessor de Russell, J.
F. Rutherford, por afirmar o seguinte:
"O ano de 1925 chegou e passou. Alguns abandonaram sua esperança. Mas a
vasta maioria dos Estudantes da Bíblia permaneceu fiel. 'Nossa família', explicou
Herald Toutjian, cujos avós se tornaram Estudantes da Bíblia no início do século,
"chegou a reconhecer que esperanças não realizadas não são exclusividade dos
nossos dias. Os próprios apóstolos tiveram semelhantes expectativas indevidas...
Jeová é digno de serviço leal e de louvor COM OU SEM a recompensa final."
O que, na verdade, isto quer dizer é COM OU SEM FALSAS PREVISÕES. Aquele argumento
não procede, visto que não é a existência de uma recompensa que está em jogo -- pois a
Bíblia assegura a recompensa final aos servos leais de Deus -- mas são as FALSAS
EXPECTATIVAS criadas por uma organização, em função de uma data específica. A
Watchtower, aqui, mais uma vez, passa ao lado da questão central, a saber, seus fracassos
doutrinários. Queira notar o leitor que, tanto neste como no caso anterior, ela deixa que
terceiros -- membros dela, naturalmente -- falem por ela. Dos que tropeçaram em razão das
falsas profecias dela -- nem uma palavra. Mesmo sabendo que muitos largaram seus
empregos, venderam seus bens, abandonaram carreiras e até fazendeiros deixaram de colher
suas safras, a Watchtower não lamenta aquele triste episódio. Mesmo sabendo que ele minou
a fé de muitos, não só na organização, mas NA PRÓPRIA BÍBLIA. Mais uma vez ela não faz
qualquer reconhecimento direto de que profetizou em vão. E, além disso, deixa de esclarecer
ao leitor que, quando os apóstolos tinham expectativas quanto ao cumprimento de profecias
em seus dias, eles estavam INDAGANDO a Cristo e NÃO ENSINANDO a milhões de "outras
ovelhas", no papel de ÚNICO CANAL ENTRE DEUS E OS SERES HUMANOS. A propósito,
quanto a isto, Jesus respondeu aos discípulos: "NÃO VOS CABE OBTER CONHECIMENTO
DOS TEMPOS OU DAS ÉPOCAS QUE O PAI TEM COLOCADO SOB SUA PRÓPRIA
JURISDIÇÃO." (Atos 1:7) Quão a sério tem o "escravo fiel e discreto" levado estas palavras
nos últimos cem anos? Tem sido a estrita adesão a estas palavras de Cristo que tem
motivado o conselho supremo da Torre de Vigia a especular sobre datas específicas para "o
fim" ou terá sido o interesse em intensificar o ritmo de atividades de proselitismo dos adeptos,
"alavancando" assim os chamados "AUGES" organizacionais tão propalados em sua
literatura? Devemos louvar a Deus ou louvar números?
Mais uma vez, pergunto: parece isto com simples "explicação", como quer o nosso
companheiro H., ou clara "justificação"?
Isto é mais do que "explicação", como quer o nosso colega H.. Tampouco é apenas
"justificação". Trata-se, na verdade, de pura desonestidade!
Tampouco é este um caso isolado. Vejamos como a Torre de Vigia justifica a mudança
doutrinária sobre a geração de 1914, a qual ela sustentou por décadas e, quando se tornou
insustentável, alterou, com consequências até sobre a contracapa das revistas "Despertai!" (a
partir de 8/11/1995):
"O POVO DE JEOVÁ, ansioso de ver o fim deste sistema iníquo, ÀS VEZES TEM
ESPECULADO sobre quando irromperia a "grande tribulação", até mesmo
relacionando isso com cálculos sobre a duração da vida duma geração desde
1914." -- "A Sentinela" de 1995 (o maiúsculo é meu)
Queira o leitor notar aqui a tática habitual de falar NA TERCEIRA PESSOA, removendo a
responsabilidade pelos erros doutrinários dos ombros do corpo governante e transferindo-a
para as Testemunhas, como se elas tivessem chegado SOZINHAS àquelas conclusões, como
se fossem elas a FONTE de alterações doutrinárias, como se não tivesse sido a própria
sociedade que alimentou tais expectativas já a partir de 1969 ("Despertai!" de 22/4/69, "A
Sentinela" de 15/2/69 e 15/9/75, bem como o "Ministério do Reino" de 7/74). Na verdade, as
Testemunhas são as VÍTIMAS DE TAIS MUDANÇAS!
No afã de dar coerência à sua história e de se "purificar" de suas impurezas, a Watchtower vai
bem além de "justificar". Ela, às vezes, insulta a inteligência do leitor ou apóia-se em sua
ignorância dos fatos, especialmente quando tais fatos já se dissiparam na corrente do tempo,
envoltos na neblina do passado. Referindo-se às práticas e crenças advogadas pela
organização no período de sua seleção por Jesus Cisto, ou seja, de 1914-1918, ela diz, em "A
Sentinela" de 15/11/1980, o seguinte:
Note o leitor que, mais uma vez, a Watchtower fala na TERCEIRA PESSOA, e não na
primeira. Pois bem, que práticas e crenças eram estas a que a sociedade se referia? O livro
"As Testemunhas de Jeová no Propósito Divino", na pág. 91, lista algumas destas
"impurezas": .
Comentário: Conforme já falei antes, tal pensamento perdurou até 1929, DEZ ANOS
após a libertação dos assim chamados "israelitas espirituais" do seu cativeiro
babilônico. Como se não bastasse, após 33 anos deste "avanço", a sociedade retorna
ao pensamento de antes de 1929, O MESMO QUE RESULTOU EM SEU
APRISIONAMENTO POR "BABILÔNIA, A GRANDE". Que sentido fez sua libertação, se
uns dos motivos do encarceramento prolongou-se por mais uma década e retornou 43
anos depois?
1.7.5 "Não usar o nome Jeová tão frequentemente quanto seria feito em tempos
posteriores".
"A Bíblia mostra que O NOME de Quem exerce poder supremo na criação e
em todas as coisas, É DEUS. ELE TEM TAMBÉM OUTROS NOMES que se
encontram na Bíblia, TODOS OS QUAIS têm um significado profundo acerca
de seu propósito para com suas criaturas." (o maiúsculo é meu)
Parece haver aqui -- 8 ANOS APÓS a pretensa purificação" -- alguma ênfase especial
ao nome "Jeová"?
Diante de tudo isto, fazem-se algumas perguntas: que sentido houve em haver um
encarceramento "purificador" de práticas e crenças errôneas, se, após a libertação, tais
coisas PERSISTIRAM por até mais de uma década, sendo que se RETORNOU a algumas
delas, como fruto de "novas luzes", as quais são bem conhecidas na atualidade? Não é o
mesmo que um delinquente ser preso por diversos crimes e, após sua libertação,
CONTINUAR A PRATICAR, por anos, todos eles ou até RETORNANDO a eles após um
período de recuperação, SEM SER NOVAMENTE PUNIDO, ou até, ao contrário,
considerando-se que o aprisionamento, de fato, resultou numa "purificação" que justificaria
sua soltura? Não faz parecer que Deus e Cristo equivocaram-se ao permitir a libertação
daquele grupo numa época em que continuavam a ter vínculos com as práticas de
"Babilônia"? Acredita você nisto, H.? O Corpo Governante quer que você acredite...
Muitos outros exemplos eu poderia mencionar. Posso acrescentar vários outros, com a
necessária documentação, caso você ache que estes não são suficientes, H.. Todavia, creio
que isto só agravaria mais a situação. Em breve, lançarei artigo, provando que, quando
necessário, a Watchtower, em sua defesa, lança mão até de injúria, difamação e revisionismo
histórico. É mister lembrar que alguns dos erros doutrinários sequer mereceram uma
justificativa. A mudança foi feita sem se mencionar a posição anterior (como, por exemplo, a
mudança doutrinária quanto aos transplantes nos anos 1962,1968 e 1980). Contudo, creio que
estes já são suficientes para demonstrar meu ponto: defender a organização "no geral" DE
MODO ALGUM SIGNIFICA EXPLICAR ERROS PASSADOS SEM JUSTIFICÁ-LOS (ou
defendê-los). Se esta é a sua atitude, H., certamente NÃO É A ATITUDE "FREQUENTE" DO
CORPO GOVERNANTE. Os exemplos acima demonstram isto.
Assim sendo, em nome da lógica, mantenho meu entendimento anterior do assunto, no sentido
de que a sua postura quanto ao primeiro ponto difere, sim, daquela manifesta pelo corpo
governante. Se você quiser estar em fina sintonia com o "escravo fiel e discreto", terá de
aprender a omitir, "justificar", "branquear" ou até louvar os erros passados, mentindo, se
necessário....
Note o leitor que a própria sociedade admite que diversas publicações suas "não se
reimprimem por DIVERSAS RAZÕES". Naturalmente, ela prefere, aqui, não entrar no mérito
de QUE RAZÕES SÃO ESTAS. Seria, deveras, muito embaraçoso analisar tais razões
pormenorizadamente. Se fosse solicitada a falar destas "diversas razões", não seria surpresa
que a resposta fôsse: "O povo de Deus (3ª pessoa) teve de fazer "ajustes" quanto ao que esta
literatura ensinava..." -- resposta bem típica da Watchtower. Antes que alguém diga que se
trata de mera proteção de direitos autorais, releia o texto e note que NÃO é este o motivo
alegado pela sociedade neste anúncio. Ela não deixa aqui espaço para a aquisição de
publicações expiradas sob qualquer que seja o pretexto, não abrindo exceção mesmo que a
publicação de tais obras não tenha fins lucrativos, coisa que a lei de direitos autorais não
proíbe. Mais adiante, a própria organização mostra O MOTIVO: os seus adeptos "reconhecem
que têm tudo o que necessitam", deixando implícito que AQUELES QUE ADQUIREM TAIS
PUBLICAÇÕES VÃO ALÉM DAQUILO DE QUE PRECISAM. Diante disto, pergunta-se: O
que há de tão inconveniente em tais publicações, de modo que a Torre de Vigia prefira mantê-
las fora do alcance de seus membros? Por que ela desestimula seus adeptos a consultá-las,
ao passo que os estimula a CONTENTAREM-SE com o que é provido como "verdade atual"
pelo "escravo fiel e discreto"? Por que não abre espaço a que um cristão, ainda que sob o
pretexto de pesquisa pessoal e melhor familiarização com os primórdios da organização,
passe a examinar o conteúdo de obras expiradas há décadas atrás? Não lhe daria isto uma
visão mais abrangente do desenvolvimento da "Organização de Deus"? Ou, ao contrário,
PORIA EM RISCO sua fé? Há algo a se esconder? O que veremos a seguir mostra que há.
Passo agora a apresentar algumas "amostras" daquilo que a Watchtower quer que continue
bem longe das mentes de suas vítimas e que outrora foi "verdade estabelecida" em
publicações hoje "caducas". Vamos a algumas delas:
No capítulo 10 do Volume III de "Studies in the Scriptures" ("Estudos das Escrituras"), lemos:
"Naquele dia haverá um altar a Jeová em meio à terra do Egito, e uma coluna a
Jeová ao lado de seu limite, e tem que resultar ser para sinal e para testemunho a
Jeová dos Exércitos na terra do Egito." Isaías 19:19, 20 (Página 313)
Alguém sabe quem primeiro recebeu o título "Testemunha de Jeová", desde a criação da
Watchtower? O livro responde:
"E, ainda, vemos que este repositório de conhecimento, TAL COMO A MAIOR
PARTE DO CONHECIMENTO DA BÍBLIA, foi propositadamente mantido selado
até que o seu testemunho fosse necessário e apreciado." (Página 320)
"Será que isto significa que o seu grande Arquiteto sabia que viria um tempo em
que o seu testemunho seria necessário? [...] Parece que sim." (Páginas 320-321)
A simples leitura deste capítulo nos dias atuais permite-nos formar um esboço das idéias
místicas, esotéricas e cabalísticas do senhor Charles T. Russell, ao lançar os alicerces
daquela que seria a entidade que um dia controlaria a vida de 6 milhões de seres humanos.
Seria, de fato, muito embaraçoso expor tal conteúdo a uma TJ em nossos dias. Seria uma
ameaça real e imediata à fé dela na Torre de Vigia. Naquela época, para aqueles que
ousassem questionar tais ensinos -- pesadas críticas e o questionamento da fé da pessoa.
Hoje em dia, Russell seria DESASSOCIADO por tais idéias "apóstatas"...
E pensar que era a obras como esta que a Watchtower referia-se ao publicar os seguintes
comentários:
"Se os seis volumes de "Studies in the Scriptures" são de modo prático a Bíblia
topicamente arranjada, COM PROVAS TEXTUAIS BÍBLICAS, podemos de modo
próprio denominar os volumes -- A BÍBLIA NUMA FORMA ARRANJADA."
"Além do mais, não só achamos que as pessoas não podem visualizar o plano
divino ao estudar a Bíblia em si mesma, mas entendemos outrossim que se
alguém PÕE DE LADO o "Studies in the Scriptures", mesmo depois de os ter
usado, depois de ter se familiarizado com eles, depois de os ter lido por dez anos -
- se então os põe de lado e ignora E VAI PARA A BÍBLIA SOZINHO, embora já
entenda a Bíblia há dez anos, nossa experiência demonstra que ELE VAI PARA
AS TREVAS DENTRO DE DOIS ANOS. Por outro lado, se ele tivesse
simplesmente lido o "Studies in the Scriptures"com suas referências, E NÃO
TIVESSE LIDO UMA PÁGINA DA BÍBLIA, semelhantemente, ESTARIA NA LUZ ao
término de dois anos, porque teria a luz das escrituras." "Watchtower"de 1/9/1910,
pág. 298 (o maiúsculo é meu)
Um simples exame nos trechos que trancrevi há pouco mostra quão presunçosas, vazias,
antibíblicas e ridículas são tais conclusões!
O que não pensaria hoje o "Pastor" Russell ao ver que NENHUM de seus livros -- os quais
supostamente protegeriam os cristãos contra as "trevas" espirituais -- é hoje publicado pela
Sociedade Torre de Vigia, tendo a sua última edição se esgotado há mais de 70 anos?!
24:25, 26 -- 'E quanto a ti, ó filho do homem, não será no dia em que eu tirar deles
seu baluarte, o belo objeto de sua exultação, a coisa desejável a seus olhos e o
anseio da sual alma, seus filhos e suas filhas, que nesse dia virá a ti o fugitivo para
fazer os ouvidos ouvir?' -- TAMBÉM, NO ANO DE 1918, QUANDO DEUS
DESTRUIR AS IGREJAS POR COMPLETO E OS MEMBROS DAS IGREJAS
AOS MILHÕES, TERÁ DE SER QUE, QUALQUER UM QUE ESCAPE, SE
CHEGARÁ À OBRA DO PASTOR RUSSELL PARA APRENDER O
SIGNIFICADO DA QUEDA DO 'CRISTIANISMO'." [Página 485]
Revelação 14:20 -- 'E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar, até
à altura dos freios dos cavalos, a uma distância de 1600 estádios.'
Utilizando a versão de Rotherham, a qual diz '1200 estádios', ao invés de '1600 estádios', o
livro revela sua "interpretação" do texto bíblico. Vejamos [página 230]:
"Isto não pode ser interpretado como referindo-se à linha de batalha de 2100
milhas da guerra mundial. Um oitavo de milha ou estádio não é uma milha e é fora
da cidade, enquanto a linha de combate é dentro da cidade. Veja a tradução de
Rotherham.
Um estádio é 603,75 pés ingleses; 1200 estádios são 137,9 milhas.
O trabalho neste volume foi realizado em Scranton, Pennsylvania. Tão logo foi
concluído, foi enviado a Betel. Metade do trabalho foi feito a uma distância comum
de 5 quadras da estação de Lackawanna, e a outra metade a uma distância de 25
quadras. Quadras em Scranton são 10 por milha. Logo, a distância comum à
estação é de 15 quadras, ou 1,5 milhas
A menor distância desde o lugar onde o lagar foi pisado pelos pés dos membros
do Senhor, Cuja orientação, apenas, tornou possível a produção deste volume
(João 6:60, 61; Mateus 20:11) é 137,9 milhas"
O "leviatã" descrito por Jó no capítulo 41 de seu livro (entendido atualmente como referindo-se
ao crocodilo) é igualmente representado em "The Finished Mistery" [páginas 84-86], peça por
peça, como correspondendo à descrição -- pasme o leitor -- de UMA LOCOMOTIVA A
VAPOR, como se Jó estivesse a descrever componentes, tais como cabine (a "cabana" de
um pescador), cilindros (as "narinas" do animal), engate (a "língua" do animal), caldeira (as
"placas" do animal), parafusos ("espinhos" na pele do animal), farol (os "olhos" do animal),
porta da caldeira (a "boca" do animal), rebites (os "dentes" do animal) e até a referir-se ao seu
uso, como transportar pessoas a um piquenique ou convenção....
De acordo com "The Finished Mistery" [páginas 188 e 189], "Miguel e seus anjos", descritos
em Revelação 12:7, correspondem AO PAPA EM ROMA E SEUS BISPOS... (hoje a
Watchtower diz que são Jesus Cristo e seus anjos)
De acordo com "The Finished Mistery" (página 93), o profeta Naum, em seu livro, cap. 2,
versículos 3 a 6, descreve UM TREM EM MOVIMENTO (e não um automóvel, como alguns
pensavam), com seus componentes detalhados -- o farol (o "escudo"), o pessoal da caldeira
(os "homens de valor"), vagões (as "carruagens"), estação (a "barricada") e até os
carregadores de bagagem, ônibus do hotel, passageiros e amigos aguardando a chegada da
locomotiva no terminal....
O exame de tais passagens, por si só, deixa-me perplexo com aquilo que um dia, foi servido à
mesa de Jeová, como ÚNICO "ALIMENTO ESPIRITUAL NO TEMPO APROPRIADO"
disponível para seu povo àquele período. Tais alegorias, fruto de uma mente (ou mentes)
fantasiosa, oscilam -- em minha opinião -- entre o ridículo e o patético, levando-me a
questionar até a sanidade mental dos autores de tais disparates. Alimentar-se-ia você àquela
época desta mesa, H.? Infelizmente, creio que sim....
Como descreve na atualidade a Torre de Vigia tal obra? Reconhece ela tais absurdos ou tenta
"justificá-los"? Em 1988, a publicação "Revelação -- Seu Grande Clímax Está Próximo!", na
página 165, descreve "The Finished Mistery" -- pasme o leitor -- como "UM PODEROSO
COMENTÁRIO SOBRE APOCALIPSE E EZEQUIEL"! (de fato, "poderoso" o suficiente para
destruir a fé de Peter Gregerson)
Tal versão dos fatos, parece-me, só poderia se basear em duas coisas: ou a ignorância do
autor desta publicação de 1988 sobre o conteúdo do livro "The Finished Mistery" ou a
CERTEZA DE QUE TAL LIVRO NÃO ESTARIA DISPONÍVEL ÀS TESTEMUNHAS ATUAIS
para um exame minuncioso sobre quão "poderoso" era tal "comentário". A segunda hipótese
me parece mais provável. Mesmo que uma TJ hoje em dia consiga o acesso a tal livro,
publicado há mais de 80 anos, o que certamente não é fácil, conseguirá ela expor tais coisas
aos outros 6 milhões delas espalhadas pelo mundo? Não, pois seria desassociada antes de
tentar qualquer coisa entre os seus próprios. O que aconteceria se tal conteúdo "nonsense"
fosse mostrado às pessoas com quem se dirigem estudos bíblicos domiciliares na
atualidade? Mostraria você tais coisas aos seus estudantes, H.? Se assim o fizesse, poria em
risco o "progresso" deles e certamente cairia na desaprovação da Torre de Vigia. Não acha
você que TODA Testemunha de Jeová no mundo TINHA O DIREITO de conhecer tais fatos
ANTES DE SE BATIZAR? Acha você que isto NÃO INFLUIRIA na decisão delas ? No meu
caso, certamente influiria e, creio, no caso de cada um aqui. Se influiria, então era meu direito
saber. Todavia, após mais de 14 anos como membro da organização, só agora vim a
conhecer tais coisas, pois nem meu instrutor sabia delas. E certamente nem o instrutor dele...
Isto me faz lembrar as palavras da própria Watchtower, no livro "É esta vida tudo o que há?",
pág. 46, onde ela pergunta: DESEJARIA ASSOCIAR-SE A UMA RELIGIÃO QUE NÃO O
TRATOU COM HONESTIDADE? Minha resposta: NÃO. Foi exatamente porisso que deixei a
Torre de Vigia...
2.3 Outras "verdades" que caducaram
O folheto "Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão" -- 1920 (a falsa profecia de 1925
e a "campanha dos milhões"),
"A Harpa de Deus" -- 1921 (confirmando 1799, e não, 1914 como o início do "tempo do
fim" [páginas 236, 229 e 230]),
"Filhos" -- 1941 (onde os casais eram incentivados a adiar seu casamento e a não terem
filhos [páginas 312, 313 e 366]),
"Watchtower" de 15/9/41, página 288 (onde se dizia que o Armagedon estava "poucos
meses" à frente),
os livros sobre as profecias do "Rei do Norte" e "Rei do Sul", que simplesmente sumiram
depois da queda da URSS e muitas, muitas outras publicações.
Creio que estes exemplos já bastam. Não é à toa que muitos entre os que deixam a Torre de
Vigia, perdem toda sua fé em Deus. Dizer que Deus dirigia tais assuntos só pode resultar em
uma coisa -- vitupério ao Seu Nome! Há mais de um século que a Watchtower lança desonra
sobre Deus e Jesus Cristo!
O fato é que, por um lado, desestimulando seus adeptos a pesquisar literaturas expiradas e,
por outro, não reimprimindo um trecho sequer de tais obras, a Watchtower está, de fato, a
obstruir o acesso das Testemunhas de Jeová da atualidade a tais publicações. Isto chama-se
CONTROLE DE INFORMAÇÃO. É uma prática comum aos sistemas totalitários...
Acha mesmo válida tal analogia entre os primitivos cristãos e a Torre de Vigia, H.? Por que
absolver a Watchtower por seus "conceitos esdrúxulos" altamente danosos e, ao mesmo
tempo, condenar outras denominações religiosas pelos seus próprios "conceitos esdrúxulos"
(em alguns casos, menos prejudiciais do que os de Brooklyn), os quais elas poderão rever e
modificar no futuro, assim como você alega que a Torre de Vigia tem feito? Acaso Deus é
parcial? Se você absolve a Torre de Vigia e condena as outras religiões (o que suas palavras
parecem indicar), certamente está sendo parcial. Se, por outro lado, não desaprova outras
religiões, está sendo ecumênico, coisa que o "escravo fiel e discreto" condena. De que lado
ficará você? Do lado de Deus? Pode-se estar ao lado de Deus, ao passo que se discorda, em
parte, dos ensinos do "único canal" entre Ele e a humanidade?
Há alguma dúvida sobre o "redil jurídico" a que se refere este texto -- mencionado por nome e
endereço -- ao qual toda pessoa necessariamente tem que estar ligada para obter a
aprovação de Deus?
"Alguns que se chamam cristãos e anunciam Deus como seu Pai gabam-se de
andar com Deus apenas, que Ele lhes dirige os passos pessoalmente. Tais
pessoas não só abandonam o ensino ou lei da MÃE, mas eles literalmente
LANÇAM A "ESPOSA" DE DEUS [a organização] NAS RUAS." ("Watchtower" de
1/5/57, pág. 274. O maiúsculo é meu.)
O livro "Qualificados para ser ministros" -- 1967, pág. 156, chega ao cúmulo de dizer:
"Se temos amor por Jeová e pela organização de Seu povo não seremos
suspeitosos, mas, como a Bíblia diz, 'acreditaremos em todas as coisas', TODAS
AS COISAS QUE A 'WATCHTOWER' PUBLICAR..."
"Foi apenas aquela única arca que sobreviveu ao dilúvio e não um sem-número de
embarcações. E HAVERÁ APENAS UMA ORGANIZAÇÃO -- a organização visível
de Deus -- que sobreviverá à 'grande tribulação' que rapidamente se aproxima.
Simplesmente NÃO É VERDADE QUE TODAS AS RELIGIÕES CONDUZEM A
UM MESMO FIM. VOCÊ PRECISA PERTENCER À ORGANIZAÇÃO DE JEOVÁ,
a fim de receber Sua bênção de vida eterna."
A "organização visível de Deus" a que o livro se refere aqui não é outra senão a Sociedade
Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.
Assim, não posso deixar de notar, novamente, uma discrepância entre o seu pensamento, H.,
e o pensamento do corpo governante, ao qual deveria estar completamente submisso.
Concorda que tem de estar submisso? Em "A Sentinela" de 1/10/1967, páginas 587-592,
lemos:
Pode-se ser parcialmente submisso e ainda assim, obter a aprovação divina? Não é isto o
que o corpo governante ensina.
Uma maneira de questionar é por não cumprir à risca um de tais conselhos, não acha? Vamos
a um exemplo? "A Sentinela" de 15/12/1981", sob o tópico "Deve-se falar com o
desassociado ou o dissociado?", diz:
"....O apóstolo Paulo que deu este aviso sábio era íntimo de Jesus e sabia muito
bem o que Cristo dissera sobre cumprimentar outros. Ele sabia também que a
saudação costumeira daquele tempo era: "Paz". Diferente de algum inimigo
pessoal ou dum homem de autoridade do mundo, que se opõe aos cristãos, o
desassociado ou dissociado que procura promover ou justificar seu pensamento
apóstata, ou que continua no seu proceder ímpio, certamente não é alguém a quem
se deseja "Paz". E todos sabemos de experiência no decorrer dos anos que UM
SIMPLES "Oi" dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou
mesmo para uma amizade. QUEREMOS DAR ESTE PRIMEIRO PASSO COM
ALGUÉM DESASSOCIADO?"
O conselho da Watchtower aqui parece claro, não? Felizmente você adotou uma atitude
"independente" neste respeito, H.. Principalmente pelo fato de a sociedade, em artigos mais
recentes, ter aconselhado seus membros a "odiar no sentido bíblico" os classificados por ela
como apóstatas -- "A Sentinela" de 1/10/1993. É elogiável que você também não tenha
seguido mais este conselho. Sinceramente espero que você continue assim -- independente!
5. Bibliografia
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