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INTRODUÇÃO

Cerca de 1% Testemunhas de Jeová é desassociada (expulsa)


todo ano, ou seja, mais de 70.000 por ano.
*** w92 1/7 p. 19 par. 18 ***
Nos últimos anos, as desassociações no mundo inteiro têm sido
aproximadamente de 1 por cento dos publicadores.
Estatísticas em A Sentinela w74 15/11 p. 680 (em português), e em A
Sentinela de 1 de Dezembro de 1960 p. 728 (em inglês) mostram que
basicamente só um terço retorna. Ou seja, dois terços nunca são
readmitidos.
Ser desassociado pode resultar em sérios problemas
emocionais, porque:
• os desassociados que continuam a acreditar na doutrina das
Testemunhas de Jeová acreditam que os desassociados estão
condenados à destruição eterna, conforme citação abaixo:
• *** A Sentinela, 15 de Dezembro de 1965, p. 751 (em inglês, tradução
minha) *** Desassociação significa lançar um membro fora da Casa de
Deus; e se alguém permanecer na condição de desassociado até sua
morte, significaria sua destruição eterna como alguém rejeitado por
Deus. Afastar-se das reuniões conduz a esse rumo.
• os desassociados que param de acreditar e não desejam voltar para a
religião percebem que, muito provavelmente, perderão o contato com
sua família e amigos pelo resto de suas vidas.
• A Sentinela de 1998 explica:
• *** w98 1/10 p. 16 par. 15 Imite a misericórdia de Jeová ***
é biblicamente correto ‘remover o homem iníquo’ por desassociá-lo
•*** w81 15/12 p. 18 par. 12 Como encarar a desassociação ***
Portanto, as Testemunhas de Jeová chamam apropriadamente de
“desassociação” a expulsão de tal transgressor impenitente e ser ele
depois evitado.
• *** Mantenha-se no Amor de Deus, lv p. 207 ***
“Um simples ‘Oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma
conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar este primeiro passo
com alguém desassociado?”
• As Testemunhas de Jeová só começaram a desassociar membros dessa
forma em 1952, e a avaliação dos textos bíblicos envolvidos que faremos
a seguir mostra que não há base bíblica para justificar esta prática
aplicada de forma tão extensa. É uma forma de manipulação anticristã.
Embora haja razão bíblica para limitar associação com irmãos praticando
pecados, a aplicação feita pelas Testemunhas de Jeová desvia-se
seriamente da orientação bíblica em inúmeros pontos.

A palavra “desassociação” não aparece na Bíblia.


• 2 João 10 nos instruí a não cumprimentar o Anticristo.
A organização das Testemunhas de Jeová usa esse único versículo para
defender que não se deve dizer um simples “oi” para uma pessoa
desassociada.
• Em textos como 1 Coríntios 5, Paulo sugeriu limitar associação com
Cristãos que praticam pecados, mas não evitar completamente.
• As Testemunhas de Jeová desassociam por motivos nunca discutidos na
Bíblia, tais como fumar, apostar e receber transfusão de sangue.
• A desassociação é exagerada de forma que membros da família
imediata não podem se associar com seus ente queridos desassociados.
• A punição dura a vida toda, ou até que a pessoa seja readmitida nas
Testemunhas de Jeová. Não basta a pessoa deixar de praticar o pecado
que motivou sua desassociação.

Regras sobre como tratar os desassociados


A organização das Testemunhas de Jeová divide a punição dos pecadores
em 2 categorias:
• tomar nota de alguns (marcar)
• desassociar ou dissociar outros.
Toma-se nota (marca-se) de pecados leves (pecados que ainda não são
tão graves que mereçam a desassociação – w82 1/6 p.30), e não se
anuncia o nome da pessoa. Aconselha-se a não participar de atividades
de lazer com os marcados, mas somente atividades teocráticas. Por outro
lado, anuncia-se o nome dos desassociados publicamente, e eles devem
ser completamente evitados por todas as Testemunhas de Jeová em
quase todas as circunstâncias. É importante saber que a Bíblia nunca usa
o termo “desassociar” e não faz diferença entre “tomar nota”. O termo
dissociação, geralmente, é usado para Testemunhas de Jeová que
voluntariamente saem da religião.
Para os objetivos deste artigo, desassociação e dissociação serão
considerados iguais, visto que as consequências para o indivíduo são
quase idênticas, em ambos os casos, levando ao corte total das relações
familiares e sociais.
O livro Organizados para Fazer a Vontade de Jeová, edição de 2015,
página 142, parágrafos 30 e 33 diz o seguinte:
*** Livro Organizados, od p. 142 par.30-33, edição de 2015 ***
30 O termo “dissociação” se aplica à ação tomada por um membro
batizado da congregação que, de livre e espontânea vontade, rejeita sua
posição como cristão. Ele faz isso por declarar que não quer mais ser
reconhecido como Testemunha de Jeová. Ou talvez ele rejeite fazer parte
da congregação cristã por meio de suas ações, por exemplo, tornando-se
membro de uma organização que é condenada por Jeová Deus por ter
objetivos contrários aos ensinamentos bíblicos. … 33 se um cristão decide
se dissociar, a congregação é informada disso por meio deste breve
anúncio: “[Nome da pessoa] não é mais Testemunha de Jeová.”

Essa pessoa é tratada da mesma maneira que um desassociado.


A organização das Testemunhas de Jeová é muito clara quanto à forma
como os desassociados devem ser tratados. Não se deve associar com
desassociados por meras razões sociais em hipótese alguma. Não se
devem nem mesmo dizer um simples “oi” para eles, nem mesmo dentro
do Salão do Reino. Esse tratamento é muito mais duro do que o
tratamento dispensado a alguém do mundo.
Mas como veremos neste artigo, a Bíblia só diz que não devemos
cumprimentar o Anticristo. Esse tipo de tratamento não devia se
estender a outros pecadores, tais como os fornicadores.
A organização junta todos os tipos de pecados num grupo só, e o
tratamento deve ser igualmente duro para todos os desassociados ,
independente do pecado que foi praticado. Portanto, uma Testemunha
de Jeová desassociada não pode receber cumprimentos,
independentemente de s eu pecado ser assassinato, mudar de religião ou
simples mente fumar cigarros.
Além de evitar os membros da congregação, deve-se evitar membros da
família imediata também. Poucas pessoas concordariam que sua religião
exigisse que eles parassem de falar com seu filho, e é difícil acreditar que
a citação a seguir foi escrita no século 21:
*** A Sentinela de 2012, w12 15/4 p. 12 pars. 16-17 ***
Que dizer se um parente ou um grande amigo nosso for desassociado?
Nesse caso, a nossa lealdade será provada, não a lealdade a essa pessoa,
mas a Deus. Jeová nos observará para ver se acatamos, ou não, seu
mandamento de não ter contato com nenhum desassociado. — Leia 1
Coríntios 5:11-13.
17 Vejamos apenas um exemplo do bem que pode resultar de a família
apoiar lealmente a ordem de Jeová de não se associar com parentes
desassociados. Certo jovem estava desassociado havia mais de dez anos
e, durante esse período, seu pai, mãe e quatro irmãos ‘cessaram de ter
convivência’ com ele. Às vezes, ele tentava se envolver nas atividades da
família, mas, para crédito dela, todos os seus membros evitaram
firmemente qualquer contato com ele. Já readmitido, ele disse que sentia
muita falta da associação com a família, em especial à noite, quando
ficava sozinho.
Mas ele admitiu que, se a família tivesse se associado com ele, mesmo só
um pouco, essa pequena dose o teria satisfeito. No entanto, ele não
recebeu nem mesmo a menor comunicação de qualquer membro da
família. Assim, seu forte desejo de estar com seus familiares contribuiu
para a restauração de sua relação com Jeová.
Se lermos o texto que foi citado para justificar os parágrafos acima,
1 Coríntios 5, perceberemos facilmente que não menciona a palavra
“desassociar”, não incentiva evitar ninguém totalmente, nem aplica-se a
membros da família. Além disso, a ideia de chantagear um filho para
voltar para a religião não passa de uma tentativa de aumentar o número
de membros, e não parece ter valor espiritual genuíno.
A mesma experiência aparece na Sentinela w13 15/6 p. 28, onde a
pessoa diz: “Se minha família tivesse tido nem que fosse um mínimo de
contato comigo, por exemplo, apenas para ver como eu estava, isso teria
me deixado satisfeito. Não teria contribuído para que meu desejo de
estar com eles me motivasse a voltar para Deus.” Isso mostra que a
família deve realmente evitar completamente outros membros da
família.
A Sentinela w13 15/1 p. 16 chega ao ponto de proibir comunicações
familiares por e-mail, dizendo: “Não procure desculpas para se associar
com um membro da família desassociado, como, por exemplo, trocando
e-mails.”
Uma curiosidade: embora a tradução dessa frase na maioria das línguas
seja igual, em espanhol eles aumentaram para “e-mail, telefone e
mensagens de texto”.
A seguir, citações de publicações de diversos anos diferentes sobre o
tratamento que deve ser dado aos desassociados, e como eles devem ser
encarados. Por causa dessas publicações, existem ex-Testemunhas de
Jeová que são evitadas por membros familiares TJs já por décadas.
A regra atual de como tratar desassociados foi definida em
A Sentinela de 15 de Dezembro de 1981, p. 16-20. As regras nesse artigo
foram citadas no Ministério do Reino de Agosto de 2002 (km 8/02 p.3) e
no livro Mantenha-se no Amor de Deus, de 2008 a inclusão dessas
citações nesse livro de 2008 mostra que as regras continuam rígidas até
hoje.
Mostraremos, a seguir, outras citações sobre como a organização espera
que cada Testemunha de Jeová trate os desassociados.
*** A Sentinela, w14 15/11 p.14, par. 5 (ver no site jw.org) ***
Você está agindo com santidade por não se associar com um parente ou
outras pessoas que foram desassociadas?
*** A Sentinela, w13 15/1 p. 16, (ver no site jw.org) ***
Realmente, o que seu querido membro da família precisa ver em você é
sua firme determinação de colocar Jeová acima de tudo o mais —
incluindo o vínculo familiar.… Não procure desculpas para se associar com
um membro da família desassociado, como, por exemplo, trocando
e-mails.
*** A Sentinela, w11 15/11 p. 5 ***
E todos os membros da congregação devem estar decididos a evitar a
companhia de pessoas desassociadas.
*** A Sentinela, w11 15/7 p. 31 par. 12-15 ***
Suponha, por exemplo, que o filho único de um casal cristão exemplar
abandona a verdade. Preferindo “o usufruto temporário do pecado” a
uma relação pessoal com Jeová e com seus pais cristãos, o rapaz é
desassociado. … a Bíblia ordena ‘cessar de ter convivência com qualquer
que se chame irmão, que for fornicador… Eles sabem também que a
palavra “qualquer” nesse versículo inclui membros da família que não
vivem na mesma casa. … Nós nos compadecemos desses pais. O filho
podia escolher, e ele escolheu levar uma vida não cristã em vez de
preservar a sua estreita associação com os pais e outros irmãos na fé. Os
pais, por outro lado, não podiam controlar as decisões do filho. … Mas o
que esses pais queridos vão fazer?
Obedecerão às claras orientações de Jeová? Ou será que vão achar que
podem se associar regularmente com o filho desassociado e chamar isso
de “assuntos familiares necessários”? Ao tomar sua decisão, eles não
devem desconsiderar o que Jeová vai achar do que farão. Hoje, Jeová não
executa de imediato os que violam as suas leis. Amorosamente, ele lhes
dá uma chance de se arrependerem de suas obras más. Mas como Jeová
se sentiria se os pais de um transgressor não arrependido e desassociado
persistissem em se associar desnecessariamente com ele? Não seria isso
pôr Jeová à prova?
*** w11 15/2 p. 32 par. 18 Você odeia o que é contra a lei? ***
Cortar o contato com o desassociado ou dissociado indica que você odeia
as atitudes e ações que levaram a tal desfecho. Mas indica também que
você ama o transgressor a ponto de fazer o que é melhor para ele. A sua
lealdade a Jeová pode aumentar a possibilidade de a pessoa que foi
disciplinada se arrepender e voltar para Jeová.
*** Mantenha-se no Amor de Deus, lv p. 207 ***
É realmente necessário evitar todo e qualquer contato com a pessoa?
Sim, por várias razões.… Em outros casos, o parente desassociado talvez
não faça parte da família imediata ou seja um membro da família
imediata que não mora na mesma casa. Embora em raras ocasiões talvez
se precise cuidar de um assunto familiar com um parente desassociado,
tal contato deve restringir-se ao mínimo possível.
*** w07 15/1 p. 20 Como permanecer firme quando
um filho se rebela ***
Se o filho não demonstra arrependimento e é cristão batizado, talvez
receba a forma mais forte de disciplina: ser desassociado da congregação.
Até que ponto você manterá contato com ele depois disso vai depender
da idade dele e de outras circunstâncias. Se o filho é menor de idade e
não saiu de casa, naturalmente você continuará a cuidar de suas
necessidades materiais. Ele precisa também de treinamento e disciplina
moral, e você tem o dever de prover isso. (Provérbios 1:8-18; 6:20-22;
29:17) Talvez queira estudar a Bíblia com ele, ajudando-o a ter uma
participação ativa no estudo. Poderá trazer à atenção dele vários textos
bíblicos e publicações do “escravo fiel e discreto”. (Mateus 24:45)
Também é de ajuda levá-lo às reuniões cristãs, sem necessariamente
isolá-lo no local.
Tudo isso pode ser feito na esperança de que ele venha a acatar os
conselhos bíblicos.
A situação é diferente se o desassociado não é menor de idade e não
mora com os pais. O apóstolo Paulo admoestou os cristãos na antiga
Corinto: “[Cessai] de ter convivência com qualquer que se chame irmão,
que for fornicador, ou ganancioso, ou idólatra, ou injuriador, ou
beberrão, ou extorsor, nem sequer comendo com tal homem.”
(1 Coríntios 5:11) Embora cuidar de necessários assuntos familiares possa
exigir algum contato com o desassociado, os pais cristãos devem se
esforçar em evitar associação desnecessária.
Se um filho transgressor for disciplinado por pastores cristãos, não seria
sensato você tentar rejeitar ou dar pouca importância à ação deles,
baseada na Bíblia. Tomar partido do filho rebelde não proveria nenhuma
proteção real contra o Diabo.
Na verdade, você estaria pondo em risco a sua própria saúde espiritual.
Por outro lado, se apoiar os esforços dos pastores, você permanecerá
‘sólido na fé’ e proverá a melhor ajuda possível ao seu filho.
— 1 Pedro 5:9
*** km 8/02 p. 3 pars. 4-5 ***
E quanto a falar com o desassociado? Embora a Bíblia não trate de cada
situação possível, 2 João 10 nos ajuda a entender o conceito de Jeová
sobre a questão: “Se alguém se chegar a vós e não trouxer este ensino,
nunca o recebais nos vossos lares, nem o cumprimenteis.” Comentando
isso, A Sentinela de 15 de dezembro de 1981, na página 21, diz: “Um
simples ‘Oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa
ou mesmo para amizade. Queremos dar este primeiro passo com alguém
desassociado?” De fato, é como diz o mesmo número de A Sentinela, na
página 27: “O fato é que, quando um cristão se entrega ao pecado e tem
de ser desassociado, ele perde muito: sua posição aprovada perante
Deus; . . . a associação agradável com os irmãos, inclusive grande parte da
associação que teve com parentes cristãos.”
*** km 8/02 p. 4 pars. 12-13 ***
É proveitoso cooperar com o procedimento bíblico da desassociação e
evitar contato com transgressores impenitentes. Isso preserva a pureza
da congregação e nos distingue como defensores das elevadas normas de
moral da Bíblia. (1 Ped. 1:14-16) Protege-nos contra influências
corrompedoras. (Gál. 5:7-9) Também dá ao transgressor a oportunidade
de se beneficiar plenamente da disciplina recebida, que pode ajudá-lo a
produzir “fruto pacífico, a saber, a justiça”. — Heb. 12:11. Depois de ouvir
um discurso numa assembléia de circuito, um irmão e sua irmã carnal se
deram conta de que precisavam mudar o modo como tratavam a mãe,
que morava em outro lugar e havia sido desassociada seis anos antes.
Logo depois da assembléia, o irmão ligou para a mãe e, depois de
reafirmar seu amor por ela, explicou que não falaria mais com ela, a não
ser que um assunto familiar importante exigisse esse contato.
*** A Sentinela, w88 15/4 p. 28 par. 13 ***
O desligamento de alguém da congregação cristã não envolve a morte
imediata, de modo que os vínculos familiares continuam a existir. Assim,
um homem que é desassociado ou que se dissociou ainda pode morar
com a sua esposa cristã e seus filhos fiéis. … A situação é diferente
quando o desassociado ou dissociado é um parente que vive fora do
círculo familiar imediato ou no mesmo lar. Poderá ser possível ter quase
nenhum contato com tal parente. Mesmo que houvesse alguns assuntos
familiares que exigissem contato, este certamente ficaria reduzido ao
mínimo, em harmonia com o princípio divino: “[Cessai] de ter convivência
com qualquer que se chame irmão, que for fornicador, ou ganancioso [ou
culpado de outro grave pecado], . . . nem sequer comendo com tal
homem.” — 1 Coríntios 5:11. Compreensivelmente, isto pode ser difícil,
por causa das emoções e dos vínculos familiares, tais como o amor de
avós pelos netos. No entanto, trata-se duma prova de lealdade a Deus,
conforme declarado pela irmã mencionada na página 26.
*** A Sentinela, w81 15/12 p. 23 par. 7 ***
Foi o desassociado que causou problemas para si mesmo e para seus
parentes.
*** A Sentinela, w71 15/1 p. 63 ***
Contudo, pode haver alguns assuntos familiares absolutamente
necessários que exigem comunicação, tal como a legalização dum
testamento ou duma propriedade. Mas deve-se fazer o parente
desassociado compreender que a sua situação mudou, que não mais é
bem-vindo no lar, nem é companheiro preferido.
*** A Sentinela, 15 de Julho de 1963, p. 444
(em inglês, tradução minha) ***
O malfeitor precisa perceber que sua situação está completamente
alterada, que seus parentes Cristãos fiéis desaprovam completamente
sua atitude iníqua e mostram sua desaprovação por limitar o contato a
apenas aquilo que for inevitável.
*** A Sentinela, 15 de Julho de 1961, p. 420
(em inglês, tradução minha) ***
Jesus encorajou seus seguidores a amar seus inimigos, mas a Palavra de
Deus também diz para “odiar o que é mau”. Quando alguém persiste num
caminho de maldade, depois de conhecer o que é certo, quando o mau
torna-se tão enraizado que é parte inseparável de sua composição, então,
a fim de odiar o que é mau, o Cristão deve odiar a pessoa com quem a
maldade está inseparavelmente ligada.
*** A Sentinela, 15 de Novembro de 1952, p. 703
(em inglês, tradução minha) ***
Limitados pelas leis da nação mundana em que vivemos, e também pelas
leis de Deus através de Jesus Cristo, podemos agir contra apóstatas
apenas até certo ponto, ou seja, consistente com ambos os conjuntos de
leis. A lei da terra e a lei de Deus por Jesus Cristo nos proíbem de matar
apóstatas, mesmo eles sendo membros do nosso próprio relacionamento
familiar de carne e osso.
No entanto, a lei de Deus exige que reconheçamos que foram
desassociados desta congregação, e isso, apesar do fato de que a lei da
terra em que vivemos nos põe sob uma obrigação natural de viver e
tratar com tais apóstatas sob o mesmo teto.
A influência de Satanás, através do membro desassociado da família, será
no sentido de fazer os outros membros da família, que estão na verdade,
juntar-se ao membro desassociado em seu proceder ou em sua posição
contra a organização de Deus. Fazer isso seria desastroso e, por isso, o
membro da família fiel deve reconhecer e obedecer a ordem de
desassociar. Como fazer isso enquanto moram sob o mesmo teto ou
mantém contato físico e pessoal com o desassociado? Desta forma: por
recusar-se a ter relação religiosa com o desassociado.
Se alguém morre enquanto está desassociado, ainda não se pode
associar com ele. Então, as Testemunhas de Jeová são
ensinadas/convencidas a não comparecer em seu funeral:
*** w77 1/12 p. 731 Luto e funerais — para quem? ***
Nas “Perguntas dos Leitores” (A Sentinela de 1965, p. 288), adotou-se a
posição de que um funeral para alguém que foi desassociado é impróprio.
O comentário era: “Jamais queremos dar a impressão aos de fora de que
uma pessoa desassociada era aceitável à congregação, quando, na
verdade e na realidade, não era aceitável, mas fora desassociada de lá.”
… A congregação cristã não quer macular seu bom nome por se associar
com alguém a quem se aplica 2 João 9, 10, nem mesmo na sua morte.
É chocante saber que, em certos casos, até um pai ou mãe pode ser
desassociado por associar-se com seus próprios filhos desassociados:
*** Antigo Livro dos Anciãos – Prestai Atenção a Vós Mesmos e a Todo
o Rebanho, p.103 ***
Normalmente, um parente íntimo não seria desassociado por associar-se
com o desassociado, a menos que haja associação espiritual ou esforços
para justificar ou desculpar o proceder errado.
O Livro dos Anciãos mais atual, Pastoreiem o Rebanho de Deus (2017),
reafirma isso, explicando que a associação com um parente desassociado
pode resultar na perda de privilégios congregacionais e até mesmo na sua
própria desassociação: *** Livro dos Anciãos – Pastoreiem o Rebanho
de Deus, ks10 p.114-116 ***
Ajudem os que se associam indevidamente com parentes desassociados
ou dissociados … 6. Se os anciãos souberem que membros da
congregação estão tendo associação indevida com parentes
desassociados ou dissociados que não moram com eles, devem dar
conselhos e raciocinar com esses membros da congregação à base das
Escrituras. … Se ficar claro que um cristão está violando o espírito por trás
da desassociação nesse respeito e ele não reagir aos conselhos, ele talvez
não se qualifique para privilégios congregacionais por não ser exemplar.
Esses casos só são cuidados judicativamente quando há associação
espiritual contínua ou quando a pessoa critica abertamente a decisão de
desassociação.
Deve-se notar que nem todas as Testemunhas de Jeová seguem
estritamente as ordens da organização, mas quem continua a ter contato
geralmente o faz escondido, por medo de ser desassociado também.
O que a Bíblia diz sobre Desassociação?
Ao examinarmos os textos usados para apoiar a desassociação, fica claro
que os escritores da Bíblia recomendaram “tomar nota” de um cristão
pecador, mas não defendiam nada parecido com a prática das
Testemunhas de Jeová de desassociar e evitar contato total.
O que Jesus disse?
Jesus disse que não devemos julgar, mas amar a todos, principalmente
aqueles que consideramos nossos inimigos:
(Lucas 6:27-37) “Mas eu digo a vocês que estão escutando: Continuem a
amar os seus inimigos, a fazer o bem aos que odeiam vocês, a abençoar
os que os amaldiçoam, a orar pelos que os insultam. Àquele que lhe bater
numa face, ofereça também a outra; e a quem lhe tirar a capa, não
impeça de levar também a túnica. Dê a todo aquele que lhe pedir e, se
alguém lhe tirar o que é seu, não peça isso de volta. “Também, assim
como querem que os homens façam a vocês, façam do mesmo modo a
eles. “Se amarem aos que os amam, que mérito há nisso para vocês? Pois
até mesmo os pecadores amam aos que os amam. E, se fizerem o bem
aos que lhes fazem o bem, que mérito há nisso para vocês? Até os
pecadores fazem o mesmo. Também, se emprestarem àqueles de quem
esperam restituição, que mérito há nisso para vocês? Até mesmo
pecadores emprestam a pecadores, para receberem de volta o mesmo.
Ao contrário, continuem a amar os seus inimigos, a fazer o bem e a
emprestar sem esperar nada de volta; e a sua recompensa será grande, e
vocês serão filhos do Altíssimo, pois ele é bondoso com os ingratos e
maus. Sejam sempre misericordiosos, assim como o seu Pai é
misericordioso. “Além disso, parem de julgar, e de modo algum serão
julgados; e parem de condenar, e de modo algum serão condenados.
Continuem a perdoar, e serão perdoados.
Jesus estabeleceu a maneira como os cristãos pecadores devem ser
tratados, em Mateus 18:15-17:
(Mateus 18:15-17) “Além disso, se o seu irmão cometer um pecado, vá
mostrar-lhe o seu erro, somente você e ele. Se ele o escutar, você ganhou
o seu irmão. Mas, se não o escutar, leve com você mais um ou dois, para
que, com base no depoimento de duas ou três testemunhas, toda
questão seja estabelecida. Se ele não os escutar, fale à congregação. Se
não escutar nem mesmo a congregação, seja ele para você apenas como
homem das nações e como cobrador de impostos.
Jesus não falou para evitar contato total com o pecador, mas para
tratá-lo como cobrador de impostos, com quem o próprio Jesus
conversava e tinha refeições. (Mateus 9:11)
Jesus não evitava aqueles que eram considerados apóstatas, e falava
constantemente com os escrivas e fariseus, que ele condenava
duramente em Mateus capítulo 23. Certa vez, ele permitiu que o fariseu
Nicodemos visitasse para uma discussão bíblica, conforme registrado em
João 3:1-21.
Jesus até conversou diretamente com o apóstata original, Satanás.
O que 1 Coríntios 5:11 diz ?
A grande maioria das informações sobre como tratar pecadores dentro
da congregação vem do apóstolo Paulo, e o principal texto que as
Testemunhas de Jeová usam para convencer seus fiéis a evitar contato
total com os desassociados é 1 Coríntios capítulo 5.
Paulo sugeriu uma abordagem equilibrada para lidar com pecadores,
recomendando não se associar com eles, mas continuar os aconselhando
como irmãos. Em 2 Tessalonicenses, fica muito claro que os cristãos
deveriam “tomar nota” dos pecadores, não desassociá-los:
(2 Tessalonicenses 3:6, 14-15) Nós lhes damos instruções, irmãos, em
nome do nosso Senhor Jesus Cristo: afastem-se de todo irmão que ande
de modo indisciplinado e não segundo a tradição que vocês receberam de
nós. Tessalonicenses : … 14 Mas, se alguém não for obediente ao que
dizemos nesta carta, tomem nota dele e parem de se associar com ele,
para que fique envergonhado. Contudo, não o considerem como inimigo,
mas continuem a aconselhá-lo como irmão.
Paulo não disse que “tomar nota” era só para pecados leves, visto que a
mensagem de 2 Tessalonicenses era destinada também aos que não
glorificavam o nome do Senhor Jesus, aos que recusavam-se a trabalhar
para seu sustento, e aos que haviam sido seduzidos por apostasia. Paulo
não falou para desassociá-los e evitar contato total com eles, mas sugeriu
que a congregação tomasse nota deles e continuasse os aconselhando
como irmão. De maneira similar, os textos a seguir não sugerem cortar
laços com a pessoa, mas para tomar nota para não se deixar influenciar
por seus modos errados: (Romanos 16:17) Eu os exorto agora, irmãos, a
ficar atentos (a palavra “marcar” é usada em muitas traduções) àqueles
que causam divisões e dão motivos para tropeço contrariando os
ensinamentos que vocês aprenderam; afastem-se deles.
(Tito 3:10) Quanto ao homem que promove uma seita, rejeite-o depois
de aconselhá-lo com firmeza uma primeira e uma segunda vez Em1
Coríntios 5, Paulo listou, especificamente, os pecados que justificariam
parar de se misturar com um irmão, mas esse conselho também parece
muito com o conselho de “tomar nota” de um irmão:
(1 Coríntios 5:11-13) Mas eu lhes escrevo agora que parem de ter
convivência com qualquer um que se chame irmão, mas que pratique
imoralidade sexual, ou que seja ganancioso, idólatra, injuriador, beberrão
ou extorsor; nem sequer comam com tal homem. Pois o que eu tenho a
ver com o julgamento dos de fora? Não são vocês que julgam os de
dentro, ao passo que Deus julga os de fora?
“Removam do meio de vocês a pessoa má.”
1 Coríntios não diz para evitar contato total com um pecador, mas diz
para parar de ter convivência com tal pessoa e não comer com ela, e isso
indica que ele estava falando de socializar-se. Conforme a própria
organização das Testemunhas de Jeová já explicou, isso tem a ver com
socializar como amigos:
*** Nosso Ministério do Reino, km 8/02 p. 3 par. 3 ***
A Palavra de Deus declara que não devemos ‘sequer comer com tal homem’. (1
Cor. 5:11) Assim, evitamos também o convívio social com quem foi expulso.
Isso significa que não vamos com ele a piqueniques, festas, jogos, compras, ao
cinema, nem tomamos refeições com ele, quer em casa quer num restaurante.
O texto acima não diz que não devemos jamais falar com tal pessoa. Como
Paulo explicou em 2 Tessalonicenses 3:14-15 (citado anteriormente), se ele
estivesse numa reunião, seria razoável encorajá-lo. Cumprimentá-lo
educadamente é definitivamente aceitável!

Dissociados
O livro de 1 Coríntios também especifica os pecados a que essas palavras
se aplicam. O conselho tem a ver com alguém que “se chama irmão” que
“pratique” os pecados listados lá. Não diz que eles deveriam continuar a
ser evitados depois de eles deixarem de se identificar como um irmão
Testemunha de Jeová. Ou seja, quando alguém se dissocia, formalmente
dizendo que não se identifica como Testemunha de Jeová, ela deixa de se
encaixar na situação descrita pelo texto, e não deveria ser evitada.
Somente enquanto pratica o pecado
Também não diz que deveriam evitar contato total com alguém que
parou de praticar seu pecado. Acontece muito de um adolescente
Testemunha de Jeová ser desassociado por fumar ou por praticar
fornicação. Anos depois, eles já não praticam mais o pecado que resultou
em sua desassociação, e nem são reconhecidos como Testemunhas de
Jeová, e mesmo assim são evitados pela família e amigos, sem base
bíblica.
Maioria, não todos
Pode-se perceber, também, que Paulo não insistiu que todos
participassem dessa disciplina. Posteriormente, ele recomendou que a
“maioria” participasse dessa repreensão, o que mostrava que alguns, na
congregação, poderiam escolher não evitar alguém:
(2 Coríntios 2:5-6) Ora, se alguém causou tristeza, ele entristeceu não a
mim, mas a todos vocês, até certo ponto — para não ser severo demais
no que digo. Essa censura da parte da maioria é suficiente para esse
homem;
A Tradução do Novo Mundo (assim como a maioria dos eruditos), por
meio de uma referência cruzada nesse versículo, mostra que Paulo estava
fazendo uma referência à situação ocorrida em 1 Coríntios 5:1. Paulo, em
diversas ocasiões, deu conselho similar de ‘tomar nota’ e ‘evitar’
pecadores. Isso não significa que devemos ignorar totalmente, nunca
cumprimentar, evitar contato visual, atravessar a rua para se esquivar de
pecadores, e isso é o que as Testemunhas de Jeová fazem comumente
com os desassociados.
O que diz 2 João 10
O tratamento extremo que a organização impõe, de não falar nem um
simples “oi” para um desassociado, não se baseia nos textos acima, mas
num único texto: 2 João 7-11: Pois muitos enganadores saíram pelo
mundo afora, aqueles que não reconhecem que Jesus Cristo veio na
carne. Eles são o enganador e o anticristo.
Tenham cuidado para que vocês não percam as coisas que trabalhamos
para produzir; em vez disso, que possam obter uma plena recompensa.
Todo aquele que vai além dos ensinamentos do Cristo e não permanece
neles não tem Deus. Quem permanece nesses ensinamentos é quem tem
tanto o Pai como o Filho. Se alguém vier a vocês e não trouxer esses
ensinamentos, não o recebam na sua casa, nem o cumprimentem.
Pois quem o cumprimenta participa das suas obras más.
2 João está falando do anticristo e não deveria ser aplicado a todas as
formas de pecado, como a organização das Testemunhas de Jeová faz.
Para justificar sua posição, a organização das Testemunhas de Jeová
descreve os que param de ser Testemunhas de Jeová como apóstatas e
como do Anticristo, dizendo o seguinte:
*** w85 15/7 p. 32 ***
Ajuda ao Entendimento da Bíblia indica que a palavra “apostasia” provém
da palavra grega que significa literalmente “‘afastar-se de’, mas tem o
sentido de ‘deserção, abandono ou rebelião’” … abandono dos padrões
morais corretos … Tais pessoas que voluntariamente abandonam a
congregação cristã tornam-se, desta forma, parte do ‘anticristo’. Na
verdade, muitos que deixam de ser Testemunhas de Jeová continuam a
seguir Jesus e os padrões moral da Bíblia, mas descobriram que a
organização Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, das Testemunhas de
Jeová, não é guiada por Jesus.
Interessantemente, o conselho de João aqui não se limitava a ex-cristãos.
Incluía todos os que negavam a Cristo. Isso incluía Judeus que rejeitaram
Jesus, assim como pessoas das nações que adoravam outros deuses e
nunca foram cristãos. Ainda assim, a posição das Testemunhas de Jeová
aplica-se apenas a ex-Testemunhas de Jeová.
O significado da frase “não o recebam na sua casa” deve ser entendido
no contexto de como era a hospitalidade na Jerusalém do primeiro
século. Visto que os cristãos faziam suas reuniões em suas casas, João
provavelmente sentiu que convidar alguém que negava a Cristo para
dentro de sua casa poderia ser interpretado como compartilhar a
adoração com não-cristãos.
Da mesma forma, o termo “não o cumprimentem” precisa ser entendido
sob a luz dos costumes do primeiro século. No artigo a seguir, a
organização das Testemunhas de Jeová afirma, incorretamente, que João
usou o termo ‘cumprimentar’ para referir-se a um simples “oi”:
*** w88 15/4 A disciplina que pode dar fruto pacífico ***
[Nota(s) de rodapé] João usou aqui khaí·ro, que era um cumprimento tal
como “bom dia” ou “olá”. (Atos 15:23; Mateus 28:9) Ele não usou
a·spá·zo·mai (como no versículo 13 ), que significa “envolver nos braços,
por conseguinte, saudar, dar boas-vindas”, e pode ter subentendido um
cumprimento muito cordial, mesmo com um abraço. (Lucas 10:4; 11:43;
Atos 20:1, 37; 1 Tessalonicenses 5:26) Portanto, a diretriz de 2 João 11
pode muito bem significar nem mesmo dizer “olá” a tais.
Este artigo afirma que a palavra khaíro é usada para proibir um simples
cumprimento, em vez de aspázomai, que significa um abraço mais
afetuoso, envolver nos braços, beijar, saudar ou dar boas vindas. Esse
raciocínio está errado, porque o correto é exatamente o oposto disso. A
obra Strong’s Concordance diz (em inglês, tradução minha): •5463 chairo
{khah’-ee-ro} 1) alegrar-se, estar feliz 2) regozijar-se 3) estar bem,
prosperar 4) saudação: salve! 5) no início de cartas: para cumprimentar
ou saudar alguém • 783 aspasmos {as-pas-mos} 1) uma saudação, seja
ela oral ou escrita
O livro de 2 João não indica que um cumprimento educado seja errado.
João está mostrando que um cristão pode estar compartilhando das
obras do anticristo se mostrar aceitação ou acordo com a causa ou com
os ensinos dos malfeitores, ou se desejar-lhes favor ou sucesso.
A organização das Testemunhas de Jeová usa esse único texto de 2 João
para impor que todo desassociado ou dissociado não seja sequer
cumprimentado por educação. Essa regra aplica-se para qualquer pecado
que as Testemunhas de Jeová consideram digno de desassociação, e isso
inclui uma longa lista de regras criadas pela organização, tais como
jogatina, fumar ou aceitar transfusão de sangue.
Todos os amigos do desassociado que são Testemunhas de Jeová são
instruídos a nunca mais cumprimentá-lo, a menos que ele se arrependa e
seja formalmente readmitido pelas Testemunhas de Jeová. Como autor
deste site, posso dizer, por experiência própria, que minha própria mãe e
irmãos não falam comigo há anos.
Na Bíblia, essa punição de cortar relações é mencionada apenas uma vez,
e deveria aplicar-se somente ao Anticristo, e, por isso, está sendo mal
utilizada com extremismo.
Processo Judicativo sem base Bíblica
O processo que as Testemunhas de Jeová seguem para desassociar
distancia-se muito dos princípios bíblicos em inúmeras áreas.
Razões não mencionadas na Bíblia
Deveria sempre haver base bíblica clara para justificar uma
desassociação, e o escritor bíblico João repreendeu Diótrefes por tentar
expulsar pessoas da congregação desnecessariamente em 3 João 9-10:
(3 João 9, 10) Escrevi algo à congregação, mas Diótrefes, que gosta de
ocupar o primeiro lugar entre eles, não aceita nada de nós com respeito.
10 É por isso que, se eu for aí, trarei à atenção as coisas que ele tem feito,
as calúnias que tem espalhado sobre nós. Não satisfeito com isso, ele se
recusa a receber os irmãos com respeito e tenta impedir e expulsar da
congregação aqueles que querem recebê-los.
Os textos bíblicos sobre evitar contato (afastamento), escritos por Paulo e
João, limitam-se a apenas as seguintes áreas:
Fornicação, ganância, idolatria, injuriadores, bebedeiras, extorsão, e a
quem não permanecem nos ensinamentos de Cristo.
Apocalipse 21:8 não fala exatamente desse mesmo afastamento, mas se
fizéssemos uma concessão, poderíamos considerar que sim, e daí
adicionaríamos as seguintes áreas: adultério, homens mantidos para
propósitos desnaturais, homens que se deitam com homens, ladrões,
covardes, os sem fé, os nojentos em sua impureza, assassinos, espíritas e
mentirosos. Essa lista deveria, por força de lei, incluir todos os pecados
que justificam uma desassociação.
A lista enorme de violações criadas pelas Testemunhas de Jeová incluem
inúmeras práticas não mencionadas na lista acima, a exemplo das
transfusões de sangue. No entanto, a organização vai além!
Práticas comuns, nunca mencionadas na bíblia como sendo pecado,
tornaram-se base para desassociação. Tais práticas comuns incluem:
• Sexo anal e oral
• Jogatina – comum ao longo da história (lançaram sortes sobre as roupas
de Jesus – Mat 27:35)
• Uso de drogas como a maconha (era comum no primeiro século)
• Celebrações – Romanos 14:1-18 diz, especificamente, para não julgar
ninguém que observa certos dias
Se Jeová quisesse que seus seguidores evitassem contato com quem
praticava essas coisas, a Bíblia diria claramente.
Será que as Testemunhas de Jeová deveriam criar regras de
desassociação além das listadas na Bíblia? Claro que não!
Jesus condenou os fariseus por criarem milhares de leis para cada
situação, em vez de promover os princípios divinos e entender o
significado de piedade. Certa vez, quando um fariseu ficou surpreso ao
ver que Jesus não havia feito o ritual de se lavar antes do jantar, Jesus o
repreendeu de forma bastante dura:
(Lucas 11:42) Mas ai de vocês, fariseus, porque dão o décimo da hortelã,
da arruda e de todas as outras ervas, mas desconsideram a justiça e o
amor a Deus!
(Mateus 12:7) No entanto, se vocês tivessem entendido o que significa:
‘Quero misericórdia, e não sacrifício’, não teriam condenado os
inocentes.
Se Deus falasse diretamente com o Corpo Governante (como ele falava
com os Apóstolos) e seus escritos fossem infalíveis (como eram os dos
Apóstolos), então talvez eles tivessem autoridade para acrescentar algo
às escrituras. Mas como eles mesmos admitem, não é o caso. O Corpo
Governante não é infalível e não é inspirado por Deus para escrever
regras adicionais que não aparecem na Bíblia. Por esta razão, a lista de
pecados que merecem desassociação deveria se limitar à lista da bíblia.
Regras adicionais continuam a ser acrescentadas a essa lista, a exemplo
do artigo de A Sentinela de 2006 – w06 15/7 p.30 – que explicou que
“crassa impureza” e “impureza com ganância” são base para desassociar
alguém por praticar “pesadas carícias”, “telefonemas de cunho
explicitamente sexual”, e “ver pornografia”.
Tribunal Judicativo Confidencial a Portas Fechadas
Para determinar se alguém deve ser desassociado, os anciãos formam
uma “comissão judicativa” para se reunir com o pecador. Essa reunião é
privada, e o pecador não tem permissão para trazer um observador, um
advogado ou mesmo um dispositivo de gravação de áudio e/ou vídeo.
*** Livro dos Anciãos – ks10 – Pastoreiem o Rebanho de Deus, p. 90 ***
Escutem apenas as testemunhas com informações relevantes sobre a
suposta transgressão. Não se devem permitir depoimentos de quem
pretende falar apenas sobre o caráter do acusado. As testemunhas não
devem ouvir detalhes nem depoimentos de outras testemunhas. Não é
permitida a presença de observadores para dar apoio moral. Não é
permitido o uso de aparelhos de gravação. Esse cenário permite que
ocorram abusos nos procedimentos.
Muitas pessoas relatam quão humilhante é, para uma mulher, sentar-se
na frente de 3 homens e descrever, em profundos detalhes, atos sexuais
que são considerados pecaminosos.
A expressão “comissão judicativa” não aparece na Bíblia, e viola
princípios bíblicos. Tanto os Israelitas quanto as congregações cristãs
primitivas discutiam os problemas abertamente entre as pessoas. E m vez
de serem resolvidos privativamente, diante apenas de anciãos, os
assuntos eram tratados pelos Israelitas nos portões da cidade para que
uma discussão justa, com observadores, pudesse ser feita, ou na frente
da congregação cristã. Isso evitava injustiças que podem ocorrer diante
de um pequeno grupo de anciãos.
*** w77 1/3 p. 152 par. 9 Repreensão
“perante todos os espectadores” ***
Os regulamentos e relatos bíblicos indicam que os casos de transgressões
eram levados perante os anciãos da cidade, nos portões, principalmente
quando havia controvérsias envolvidas, como no caso em que um ofensor
não admitia ter prejudicado outro, e também quando a comunidade,
como um todo ficava seriamente afetada ou em perigo por causa da
transgressão.
(1 Timóteo 5:20) . . .Repreende perante todos os espectadores aqueles
que praticam o pecado, para que os demais também tenham temor.
*** g81 22/12 p. 17 Em busca de raízes jurídicas ***
Visto que o tribunal local estava situado nos portões da cidade, não havia
dúvida de o julgamento ser público! (Deut. 16:18-20) Sem dúvida, os
julgamentos públicos ajudavam os juízes no sentido de exercerem
cuidado e justiça, qualidades estas que às vezes faltam nas audiências em
tribunais secretos e arbitrários.
Em Mateus 18:17, Jesus ensinou que as transgressões não resolvidas
deveriam ser levadas “à congregação”, não a uma comissão selecionada
de líderes da congregação. Era assim que as contravenções eram julgadas
originalmente. O arranjo da comissão judicativa só foi inaugurado por
Knorr em 1944, conforme artigo sobre o desenvolvimento histórico da
desassociação.
Motivo da Desassociação não é Revelado
Nos tempos bíblicos, quando uma pessoa era desassociada ou
repreendida publicamente, a congregação deveria saber o motivo. Paulo
abertamente falou à congregação da conduta errada de Pedro,
Alexandre, Diótrefes e Himeneu. Para evitar problemas legais, a
organização não segue esse conselho bíblico. O anúncio da
desassociação/dissociação limita-se a:
“[Nome da pessoa] não é mais Testemunha de Jeová”. – Organizados
para Fazer a Vontade de Jeová (edição de 2005 de capa verde), página
154, ou edição de 2015 de capa cinza/colorida, página 141.

Rapidez do Processo Judicativo


A Bíblia não menciona um limite de tempo em que o processo deve
ocorrer. Ela indica que um tempo considerável pode ser necessário:
(Gálatas 6:1) Irmãos, mesmo que um homem, sem perceber, dê um passo
em falso, vocês que têm qualificações espirituais tentem reajustar esse
homem num espírito de brandura. Mas olhe cada um para si mesmo,
para que não seja tentado também.
Reajustar um irmão pode levar um tempo considerável. Se alguém for
viciado em algumas práticas ou se estiver com dúvidas sobre a doutrina,
poderia levar meses de esforço para superar isso. Mesmo assim, muitas
vezes, quando uma Testemunha de Jeová confessa (ou alguém denuncia),
a desassociação ocorre dentro de poucas semanas. Além disso, se o
processo serve para reajustar alguém, isso indica que a pessoa não
continuaria desassociada depois de se reajustar e de abandonar aquele
pecado, tal como receber sangue ou terminar um caso amoroso de
adultério. Mesmo assim, o que geralmente ocorre nesses casos é a
dissociação automática ou a muito provável desassociação.
Caráter Punitivo
O contato com o desassociado deveria ser cortado com o objetivo de
reajustá-lo ou de proteger a congregação. No entanto, é usado,
regularmente, em caráter punitivo. Quando alguém confessa que
cometeu um pecado no passado mas já parou há muitos anos, essa
pessoa geralmente é desassociada e isso é obviamente feito em caráter
punitivo.
Exageradamente
Verificando o Estudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2, página 86, sob
Expulsão, vemos que muitos dos textos bíblicos usados que se relacionam
com desassociação, falam de ajudar ou repreender a pessoa:
(2 Coríntios 2:5-8) Ora, se alguém causou tristeza, ele entristeceu não a
mim, mas a todos vocês, até certo ponto — para não ser severo demais
no que digo. 6 Essa censura da parte da maioria é suficiente para esse
homem; 7 agora, ao contrário, vocês devem perdoá-lo bondosamente e
consolá-lo, para que ele não seja vencido pela excessiva tristeza. 8 Eu os
exorto, portanto, a reafirmar o seu amor por ele.

Algumas pessoas ficam tão traumatizadas ao ser desassociadas que


muitos até pensam em suicidar-se. É comum sofrer Distúrbio do Choque
Pós Traumático. A posição dura da organização das Testemunhas de
Jeová tem um efeito contraproducente: a desassociação tem feito muitos
duvidarem que as Testemunhas de Jeová são a religião verdadeira. O
trauma e o esforço gigante necessários para serem readmitidos tem feito
com que comecem a pesquisar em outras fontes além das publicações da
própria religião, e isso tem levado muitos a concluir que as Testemunhas
de Jeová não são a religião escolhida por Deus.
Em muitas religiões, quando alguém perde sua fé ou começa a praticar
algum pecado, tal pessoa acaba se afastando da igreja e começa a se
associar com indivíduos que pensam igual, fora da congregação. É o que
ocorre com muitos jovens testemunhas não batizados: com o tempo eles
abandonam a religião, geralmente na adolescência. A maioria dos que
não obedecem as orientações da organização e/ou que não acreditam
que ela é A Verdade, param de ir às reuniões.
No entanto, a desassociação é uma forma de armadilha que força as
Testemunhas de Jeová batizadas a desperdiçar anos de suas vidas indo a
reuniões sem acreditar ou aceitar as normas da organização. Fazemos
isso para evitar ser desassociados, e para poder manter contato com a
família. A desassociação acaba encorajando pecadores a permanecer na
religião, mas vivendo uma vida dupla, e essas pessoas acabam sendo má
influência para outros seguidores. Talvez menos seguidores seriam “mal
influenciados” se os pecadores fossem encorajados a sair de uma vez por
todas da religião.
Fariseus
Visto que a palavra “desassociado” não aparece na Bíblia, o índice de
palavras da Tradução do Novo Mundo com Referências orienta o leitor a
verificar o termo “expulso”: *** Rbi8 p. 1446, veja no jw.org ***
DESASSOCIADO. Veja EXPULSAR, EXPULSO. Sob E XPULSO, os textos
listados são: EXPULSO, João 9:22 , João 12:42 da Sinagoga.
Ambas as referências referem-se à prática dos Fariseus de expulsar da
Sinagoga. (João 9:22) Seus pais disseram isso porque estavam com medo
dos judeus, pois os judeus já tinham chegado a um acordo para expulsar
da sinagoga qualquer pessoa que o reconhecesse como Cristo. O texto
que a organização conseguiu encontrar que se aproxima mais do termo
desassociação é esse dos Fariseus.
Ódio
A orientação dada na revista A Sentinela, que exige que seus membros
odeiem os apóstatas, contraria fortemente os exemplos cristãos:
*** w92 15/7 p. 12 par. 19 Cristo odiava o que é contra a lei — odeia-o
você também? ***
A obrigação de odiar o que é contra a lei aplica-se também a todas as
atividades dos apóstatas. Nossa atitude para com os apóstatas deve ser a
de Davi, que declarou: “Acaso não odeio os que te odeiam intensamente,
ó Jeová, e não tenho aversão aos que se revoltam contra ti?
*** w93 1/10 p. 19 par. 15 “Esquadrinha-me, ó Deus” ***
Alguns apóstatas professam conhecer e servir a Deus, mas rejeitam
ensinos ou requisitos delineados na Sua Palavra. Outros afirmam crer na
Bíblia, mas rejeitam a organização de Jeová e tentam ativamente
obstaculizar a sua obra. Quando eles deliberadamente escolhem tal
maldade depois de conhecerem o que é correto, quando o mal se torna
tão entranhado que se torna parte inseparável de sua constituição, o
cristão precisa odiar (no sentido bíblico da palavra) os que se agarraram
inseparavelmente à maldade. Os cristãos verdadeiros compartilham dos
sentimentos de Jeová para com tais apóstatas; não são curiosos a
respeito das idéias dos apóstatas.
Ao contrário, ‘sentem aversão’ para com os que se fazem inimigos de
Deus, mas deixam que Jeová execute a vingança.
Tanto Jesus quanto Paulo disseram que não deveríamos odiar, mas amar
nossos inimigos. Isso deveria se aplicar mesmo quando alguém está
atacando nossa fé.
(Mateus 5:44, 45) No entanto, eu lhes digo: Continuem a amar os seus
inimigos e a orar pelos que perseguem vocês, 45 para que vocês mostrem
ser filhos de seu Pai, que está nos céus, visto que ele faz o seu sol se
levantar sobre os maus e sobre os bons, e faz chover sobre os justos e
sobre os injustos.
(Romanos 12:17-21) Não retribuam a ninguém mal com mal.
Preocupem-se com o que é bom aos olhos de todas as pessoas. 18 Se
possível, no que depender de vocês, sejam pacíficos com todos. 19 Não
se vinguem, amados, mas deem lugar à ira; pois está escrito: “‘A vingança
é minha; eu retribuirei’, diz Jeová.” 20 Mas, “se o seu inimigo estiver com
fome, dê-lhe algo para comer; se ele estiver com sede, dê-lhe algo para
beber; pois, fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça
dele”. 21 Não se deixe vencer pelo mal, mas continue vencendo o mal
com o bem.
Quando Paulo falou de uma pessoa seduzida pela apostasia, Paulo disse,
em 2 Tessalonicenses 3:15:
(2 Tessalonicenses 3:15) Contudo, não o considerem como inimigo, mas
continuem a aconselhá-lo como irmão.
Quando Jesus disse que precisávamos amar ao próximo como a nós
mesmos se quiséssemos obter a vida eterna, ele usou a ilustração do bom
Samaritano para explicar quem é nosso próximo. (Lucas 10:25-37) Os
Judeus consideravam os Samaritanos como apóstatas da religião Judaica,
mas Jesus disse que nosso amor deveria envolver essas pessoas também.
Batizados sem Entender
Desde 1985, o segundo voto de batismo das Testemunhas de Jeová
tornou-se este:
*** w85 1/6 p. 31 ***
Compreende que a sua dedicação e o seu batismo o identificam como
uma das Testemunhas de Jeová, em associação com a organização de
Deus, dirigida pelo espírito dele?
No batismo, a pessoa se dedica à Organização Torre de Vigia, apesar da
palavra “organização” nunca aparecer na Bíblia. Poucos percebem que
dedicaram à organização suas vidas, suas escolhas de trabalho, seus
relacionamentos familiares, e seus amigos. Expressões tais como
“governo eclesiástico das Testemunhas de Jeová” não são usados nas
publicações da Torre de Vigia para o público, mas aparecem nas cartas
confidenciais enviadas às filiais e aos anciãos.
Será que todas essas pessoas que se batizaram ficariam satisfeitas se
soubessem que dedicaram-se não só a Jeová, a Jesus e ao Espírito Santo,
mas também a um governo eclesiástico que tem o direito de introduzir
novas regras a qualquer momento?
Poucos dos que são batizados realmente conhecem a história da religião
a fundo. Ao ser batizado, ninguém sabe da lista completa de práticas que
são consideradas pecados e poderiam levá-lo à desassociação. Essa lista
não está disponível para se obter, e muitos dos “pecados” não estão
claramente especificados na Bíblia. A maioria dos itens dessa lista estão
espalhados em várias publicações da organização, e os novatos
raramente vêem todos eles. Além disso, as publicações não contém essa
lista completa de razões que levam à desassociação. Mesmo quem já está
na organização há décadas geralmente desconhece todas as razões.
Sobre a desassociação, o Livro dos Anciãos – KS – Prestai Atenção a Vós
Mesmos e a Todo o Rebanho, na página 101, diz que os anciãos devem
certificar-se que estão agindo “em harmonia com as mais recentes
orientações da Sociedade”.
Somente os anciãos têm acesso ao livro Prestai Atenção a Vós Mesmos e
a Todo o Rebanho e às cartas da organização. Em 2010, um novo Livro
dos Anciãos foi lançado: Pastoreiem o Rebanho de Deus. Dos seus 12
capítulos, 7 deles tratam da desassociação. Uma Carta para os Anciãos,
de 7 de Outubro de 2010 (nos Estados Unidos), mostra quão secreto é
esse livro, ao dizer que mulheres não podem encadernar o livro, mesmo
se estiverem sendo supervisionadas:
*** Carta aos Anciãos, 07/Out/2010 (em inglês, tradução minha) ***
Não há qualquer objeção caso um ancião encaderne seu próprio livro ou
faça-o para outros anciãos. Se ele pedir a outro irmão batizado que não é
ancião para fazer esse trabalho para ele, o ancião deve vigiar enquanto o
trabalho estiver sendo realizado. Empresas, descrentes ou irmãs não
estão autorizadas a fazer esse trabalho. O material do livro é confidencial
e a confidencialidade tem que ser preservada. Similarmente, a Carta aos
Anciãos de 23/Ago/2010 diz:
*** Carta aos Anciãos, 23/Ago/2010 (em inglês, tradução minha) ***
A informação foi projetada para uso de anciãos apenas, e outros
indivíduos não deveriam ter nenhuma oportunidade de ler a informação.
Nem os anciãos conhecem as orientações para todas as situações, visto
que cenários mais difíceis são discutidos em cartas específicas para as
filiais de Betel. A maioria das pessoas são batizadas sem saber nem que
esses livros e cartas sequer existem, quanto mais conhecer seu conteúdo!
Quanta informação Jesus proveu para os Apóstolos e proibiu que eles
compartilhassem com outros? Uma religião que desassocia e corta toda
a comunicação com a pessoa deveria ser, no mínimo, transparente e
fornecer acesso total às informações sobre as regras da expulsão antes de
alguém infringir tais regras, em vez de escondê-las até dos membros mais
antigos.
Menores de Idade
É preocupante o fato da organização das Testemunhas de Jeová encorajar
crianças criadas na religião a se batizarem antes da maioridade. Até
mesmo crianças na pré-adolescência podem ser batizadas e ficar sujeitas
às regras da desassociação pelo resto de suas vidas.
*** w92 1/3 p. 27 ***
No verão de 1946, fui batizada no congresso internacional de Cleveland,
Ohio. Embora eu tivesse apenas seis anos, estava decidida a cumprir
minha dedicação a Jeová. Naquele verão servi como pioneira pela
primeira vez.
O batismo das Testemunhas de Jeová é um contrato vinculante verbal
com a Organização Torre de Vigia e, assim sendo, o batismo de menores é
errado tanto em sentido legal quanto bíblico. A bíblia não menciona
nenhum batismo de menores. Jesus só foi batizado aos 30 anos, e os
Judeus consideravam que um jovem tornava-se adulto aos 30 anos.
Quando Cornélio e sua família foram batizados, não se diz que menores
foram batizados, e não há evidência bíblica de que crianças ou
adolescentes tenham sido batizados.
As ideias e o conhecimento das crianças mudam dramaticamente entre a
adolescência e seus 20 e tantos anos. Por esta razão, a lei protege os
direitos dos menores. Um menor de idade geralmente não pode firmar
contratos, beber, votar, entrar para o exército nem casar-se.
Quando um menor de idade batizado escolhe deixar de ser Testemunha
de Jeová, ele é geralmente desassociado. Então, a família e os amigos
daquele adolescente ficam proibidos pela religião de se associar
livremente com ele, pelo resto da vida. . Até mesmo crianças podem ser
desassociadas!
*** Livro dos Anciãos – KS – Prestai Atenção a Vós Mesmos e a Todo o
Rebanho, p. 98 ***
Quando um menor batizado fica envolvido num ato errado que ameaça a
pureza da congregação, uma comissão designada deve reunir-se com ele
assim como faria com qualquer outro membro da congregação .
Família
Um pai que era Testemunha de Jeová deu o seguinte relato sobre sua
filha desassociada: “Eu fui informado de que não poderia falar com
minha própria filha devido aos pecados que a levaram a ser desassociada.
É uma presunção idiota de que eu não era maduro o suficiente para
resistir à gravidade potencial da vida pecaminosa dela, e de que eu
precisava ser protegido. Pelo amor de Deus! Ela teve relação sexual sem
ser casada; nem mais, nem menos. Ela não representava perigo para
minha integridade. E eu era o pai dela, a quem ela deveria recorrer
quando precisasse. Aquela era a época em que ela mais precisava de
apoio para superar a ‘confusão normal de adolescente e o excesso de
hormônios’. Eu eu deveria tratá-la como se estivesse morta.”
O Novo Testamento nunca incluiu a família imediata na punição de cortar
relações. E m vez disso, Paulo disse o seguinte em 1 Timóteo 5:8:
(1 Timóteo 5:8) Certamente, se alguém não provê o necessário para os
seus, e especialmente para os membros de sua família, renega a fé e é
pior do que alguém sem fé.
Procedimento para ser Readmitido
Na parábola do filho pródigo, Jesus exemplificou o tipo de amor que o Pai
tem por nós, e que nós deveríamos mostrar uns para com os outros
(Lucas 15:11-32) O filho mais novo de uma rica família passou anos
desperdiçando sua herança e vivendo uma vida de inúmeros pecados.
Jesus mostrou que, apesar disso, ao ver seu filho voltar para casa, o idoso
pai correu em direção ao seu filho de braços abertos.
Ele não esperou para questionar sobre a atitude atual do filho, não
tentou descobrir se seu filho estava com motivação correta nem se
estava arrependido, nem tratou seu filho durante algum tempo com
menos privilégios na família ou com punição nenhuma.
A Bíblia não diz, em lugar nenhum, que existe algum procedimento para
ser readmitido, nem especifica um período de tempo que deve passar
antes de alguém ser readmitido. Paulo simplesmente diz que a pessoa
transgressora deveria ser evitada. Quando essa pessoa para de praticar o
pecado, não existe motivo para continuá-la evitando. A organização das
Testemunhas de Jeová requer um processo formal de readmissão feito
pelos anciãos.
*** w92 15/9 p. 12 par. 19 ***
Para ser perdoado e readmitido, porém, ele terá de humildemente
obedecer às leis de Deus, produzir frutos próprios do arrependimento e
pedir aos anciãos a readmissão.
A organização das Testemunhas de Jeová especifica que um período de
tempo tem que passar, mesmo reconhecendo que o exemplo cristão
permite tempos mais curtos:
*** A Sentinela, 1 de Agosto de 1963, p. 473
(em inglês, tradução minha) ***
Se essas evidências necessárias de tristeza e mudanças estiverem
presentes, então sua readmissão poderia ser considerada pela comissão
da congregação, depois que um tempo suficiente tiver passado, o que, na
maioria dos casos, dura pelo menos um ano.
*** w98 1/10 p. 18 ***
[Nota(s) de rodapé] Embora pareça que o transgressor em Corinto foi
readmitido depois de relativamente pouco tempo, isso não deve ser
usado como norma para todas as desassociações.
Embora a Bíblia não mencione nenhuma abordagem legalística para
determinar quando um pecador pode voltar a se associar com os cristãos,
a organização das Testemunhas de Jeová desenvolveu procedimentos
formais para determinar se alguém é digno de ter seu status de
desassociado removido.
Tal pessoa deve assistir às reuniões regularmente durante vários meses
mesmo sendo evitado completamente por todos, e só depois de um
tempo seu pedido de readmissão será considerado. Depois, essa pessoa
deve ser examinada pelos anciãos para determinar se parou de praticar o
“pecado” e se tem uma atitude de arrependimento.
Quando isso ficar determinado, um anúncio público é feito. Somente
depois desse procedimento e do anúncio é que os membros familiares e
outros da congregação poderão falar livremente com tal pessoa.
Considere um exemplo comum de um casal de noivos que comete
fornicação poucas semanas antes do casamento. Se isso for descoberto,
eles podem ser desassociados. Depois de casados, eles não são
readmitidos imediatamente, porque certo tempo tem de passar antes de
seu pedido de readmissão ser considerado. Daí, eles precisam passar pelo
procedimento formal para serem considerados arrependidos.
No entanto, no dia em que eles se casam, não são mais fornicadores.
Não há base bíblica para evitar contato com eles. O fato de não serem
imediatamente (e automaticamente) readmitidos mostra que essa prática
de desassociar tem carácter punitivo. Essa punição se estende por alguns
meses depois da readmissão, tempo este em que eles não podem
participar das reuniões com seus comentários. Somente depois é que os
anciãos os consideram novamente dignos de comentar e fazer partes.
Similarmente, muitos adolescentes são desassociados por bebedeira,
fumar ou imoralidade. Com o passar dos anos, eles abandonam esse
comportamento, talvez até se casam e têm filhos. Os princípios bíblicos
mostram que, por não estarem mais pecando e não serem mais
conhecidos na comunidade como irmãos, seria aceitável voltar a ter
contato normal com eles.
Mas as leis da organização das Testemunhas de Jeová proíbem falar com
eles até que eles voltem a assistir as reuniões, façam o pedido para serem
readmitidos, sejam aprovados e tenham seu anúncio de readmissão feito
publicamente. Uma grande parte dos que nasceram nessa religião e
foram desassociados não querem voltar para a religião e, portanto, esse
procedimento nunca é feito. Por isso, suas relações familiares são
destruídas pelo resto de suas vidas.
Criaram mais regras que se aplicam depois da readmissão, que
exemplificam de quais atividades o readmitido pode participar. Depois de
um tempo, poderão participar na pregação de casa em casa como
pioneiros auxiliares, comentar nas reuniões, fazer discursos. Somente
depois de vários anos é que estarão aptos para privilégios como pioneiros
ou servos ministeriais. Os escritores bíblicos não fizeram essas restrições.
*** Livro dos Anciãos – KS – Prestai Atenção a Vós Mesmos e a Todo o
Rebanho, p. 131 ***
Devem-se impor restrições para ajudar a pessoa a ver a necessidade de
continuar a `endireitar as veredas para seus pés’ e também por
consideração à consciência da congregação.
Quando a pessoa é readmitida, já pode participar no serviço de pregação
de casa-em-casa. Outros privilégios, tais como comentar nas reuniões,
fazer partes e orar nas reuniões podem ser restabelecidos
progressivamente, quando:
• Determinar-se que o indivíduo progrediu espiritualmente ao ponto em
que fica totalmente qualificado
• E quando os anciãos julgarem que algum privilégio específico não será
ofensivo para a congregação.
*** km 8/86 p. 6 par. 23 ***
Deve ter passado um ano inteiro desde o tempo duma repreensão
judicativa ou desde a readmissão em caso de desassociação, antes de
alguém poder ser considerado para o serviço de pioneiro auxiliar ou
regular.
*** km 2/71 p. 4 ***
Quando alguém foi no passado desassociado e depois readmitido, pode
ele dar discursos públicos? Poderá dá-los apenas depois de terem
decorrido PELO MENOS dez anos após a sua readmissão. (Veja os
pormenores sobre isso na “Sentinela” de 15/2/66, p. 113; “Lâmpada”,
págs. 118, 119.)
Dados Pessoais Retidos
Os desassociados são “rastreados” até o fim de suas vidas. Seus registros
são mantidos pelas congregações e pelo Escritório da Filial, conforme
orientação da carta aos Anciãos de 2015 (em inglês, tradução minha):
• Notificou-se ao Escritório da Filial sobre todas as remoções de pioneiros
regulares, alterações de nomes e mudanças nas designações
congregacionais?
• Notificou-se ao Escritório da Filial sobre quaisquer desassociações ou
dissociações que ocorreram desde a última visita?
• Notificou-se ao Escritório da Filial sobre todos os desassociados ou
dissociados que foram readmitidos ou faleceram?
• Há algum publicador sob restrições judicativas, e, se sim, está o seu
progresso sendo monitorado de perto?
• Enviaram-se cartas de introdução para todos os publicadores que se
mudaram da congregação?
2015 – Informação Exigida para a Visita do Superintendente de Circuito –
Carta aos Anciãos
Conclusão
Centenas de milhares de Testemunhas de Jeová encontram-se,
atualmente, desassociados e sem contato com suas famílias e amigos.
Isso tem efeitos dramáticos nessas pessoas, geralmente na época em que
eles mais precisam de apoio.
A organização das Testemunhas de Jeová afirma que o amor é o principal
fator que os diferencia das outras religiões, e que as Testemunhas de
Jeová são uma irmandade amorosa. Mas seus membros morrem de medo
de serem expulsos, pois seriam totalmente evitados pela irmandade e
seriam jogados no mundo.
Isso pode até parecer justificável na bíblia. Mas a forma como as
Testemunhas de Jeová aplicam os textos bíblicos distancia-se muito dos
princípios bíblicos. Usam isso para controlar seus membros. Um dos
maiores mandamentos de Jesus foi o de amar seus irmãos e seu próximo
(Lucas 10:27).
A doutrina da desassociação põe muita dúvida sobre qualquer
tentativa das Testemunhas de Jeová de afirmar que eles têm amor!

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