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Matriz do teste de avaliação escrita 1

Rimas e Farsa de Inês Pereira

Domínios – Educação Literária │ Leitura │ Gramática │ Escrita

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação

Educação Literária / Leitura


Interpretar obras literárias A – Texto de Parte A A
portuguesas. leitura literária: 2 itens de resposta 1. 16 pontos
Reconhecer valores culturais, soneto de Luís restrita 2. 16 pontos
éticos e estéticos manifestados de Camões 1 item de seleção 3. 12 pontos
nos textos.
Analisar o valor de recursos
expressivos para a construção B – Texto de
do sentido do texto. Parte B B
leitura literária:
Grupo I 2 itens de resposta 4. 16 pontos
excerto da Farsa
Leitura restrita 5. 16 pontos
de Inês Pereira,
Interpretar o texto, com 1 item de seleção 6. 12 pontos
de Gil Vicente
especificação do sentido global
e da intencionalidade
comunicativa. C – Exposição
Parte C
sobre um tema C
Escrita 1 item de resposta
da lírica 7. 16 pontos
Escrever uma exposição sobre restrita
camoniana
um tema.

Total – 104 pontos


1. 8 pontos
Leitura
Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
Ler textos de diferentes géneros
não literária múltipla 3. 8 pontos
e graus de complexidade.
4. 8 pontos
Gramática
Classificar orações.
Identificar a função sintática Grupo II
Coordenação
de constituintes da frase. 1 item de escolha
e subordinação 5. 8 pontos
Reconhecer a anáfora como múltipla
Funções 6. 8 pontos
mecanismo de coesão e de 2 itens de resposta
sintáticas 7. 8 pontos
progressão do texto. (TESTE 1) curta
Anáfora
Identificar diferentes valores
modais atendendo à situação
comunicativa. (TESTE 2)
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever sínteses, respeitando as
marcas de género. 1 item de resposta
Redigir o texto com domínio Síntese Grupo III extensa (130 a 150 Item único
seguro da organização em palavras)
parágrafos e dos mecanismos de
coerência e de coesão textual.
Total – 40 pontos
Total – 200 pontos

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Nome N.o 10.o Data / /

Avaliação E. Educação Professor

Ficha de Educação Literária 1

260 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 10.o ano


Nome N.o 10.o Data / /

Teste de avaliação
Avaliação
escrita 1
E. Educação Professor

Rimas e Farsa de Inês Pereira

Grupo I
PARTE A

Lê o poema.

Posto me tem Fortuna em tal estado

Posto me tem Fortuna em tal estado,


e tanto a seus pés me tem rendido!
Não tenho que perder já, de perdido,
Não tenho que mudar já, de mudado.

5 Todo o bem para mim é acabado;


daqui dou o viver já por vivido;
que, aonde o mal é tão conhecido,
também o viver mais será escusado.

Se me basta querer, a morte quero,


10 que bem outra esperança não convém,
e curarei um mal com outro mal.

E, pois do bem tão pouco bem espero,


já que o mal este só remédio tem,
não me culpem em querer remédio tal.
Luís de Camões, Rimas, ed. de A. J. da Costa Pimpão,
Coimbra, Almedina, 2005, p. 183.

1. Relaciona o sentido dos versos «Posto me tem Fortuna em tal estado, / e tanto a seus pés me
tem rendido!» (versos 1-2) com os restantes versos das duas quadras.

2. Explicita um dos efeitos de sentido que resultam da oposição estabelecida, nos dois tercetos,
entre «mal» e «bem».

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3. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.
Na folha de respostas, regista apenas as letras – a), b) e c) – e, para cada uma delas, o
número que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.
Nome N.o 10.o Data / /
Ao longo deste soneto, o sujeito poético reflete sobre a sua vida pessoal, marcada pela
a) __________, evidente nos dois
Avaliação primeiros versos, através do recurso
E. Educação Professor à b) __________. No final
do poema, no verso «não me culpem em querer remédio tal» (verso 14) , o «eu» lírico c) __________.
Ficha de Educação Literária 1
a) b) c)
1. pela mudança 1. aliteração 1. expressa o desejo de ser compreendido por querer
«remédio tal» para curar o seu «mal»
2. pela fatalidade 2. comparação 2. assume a sua culpa por ter contribuído para o «mal» em
que vive
3. pelo sofrimento 3. personificação 3. responsabiliza os outros por ter «este só remédio» para
amoroso o seu drama existencial

PARTE B

Lê o seguinte excerto da Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente. Se necessário, consulta as notas.
Inês Pessoa conheço eu Que seja homem mal feito
que levara outro caminho1. 20 feo, pobre, sem feição
Casai lá com um vilanzinho, como tiver descrição
mais covarde que um judeu2. nam lhe quero mais proveito.
5 Se fora outro homem agora E saiba tanger viola
e me topara a tal hora e coma eu pão e cebola3
estando assi às escuras 25 siquer ũa cantiguinha
falara-me mil doçuras discreto feito em farinha4
ainda que mais nam fora. porque isto me degola.

10 Vem a Mãe e diz: Pero Marques foi-se já? Mãe Sempre tu hás de bailar
Inês Pera que era ele aqui? e sempre ele há de tanger?
Mãe Nam te agrada ele a ti? 30 Se nam tiveres que comer
Inês Vá-se muit’ieramá o tanger te há de fartar.
que sempre disse e direi: Inês Cada louco com sua teima
15 mãe eu me nam casarei com ũa borda de boleima
senam com homem discreto. e ũa vez d’água fria
E assi vo-lo prometo 35 nam quero mais cada dia.
ou antes o leixarei. Mãe Como às vezes isso queima5.
Gil Vicente, As obras de Gil Vicente, José Camões (coord.),
vol. II, Lisboa, IN-CM, 2001, pp. 571-572.

1
que levara outro caminho: que agiria de outra forma; 3
coma eu pão e cebola: ainda que coma mal;
2
mais covarde que um judeu: comparação de Pero com 4
feito em farinha: carinhoso, tolerante;
um judeu, que seria igualmente sério e comedido; 5
queima: custa.

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4. Identifica, no monólogo, os motivos que levam Inês a rejeitar o pretendente Pero Marques.

5. Refere o conceito de marido ideal para Inês e para a Mãe, a partir das qualidades que cada
uma privilegia.

6. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Na folha de respostas, regista apenas as letras – a), b) e c) – e, para cada uma delas, o
número que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.

No diálogo com Inês, a repetição do advérbio «sempre», nos versos 29 e 30, e a utilização da
interrogação constituem uma estratégia da Mãe para apelar à sensatez da filha, lembrando-lhe
que o tempo a) __________. A progenitora recorre ainda à b) __________, em «Se nam tiveres
que comer / o tanger te há de fartar» (versos 30-31) para censurar a conceção de vida idealizada
por Inês. Assim, na sua última réplica, através de uma afirmação sentenciosa, a Mãe assume-se
como c) __________.

a) b) c)

1. esmorece a paixão 1. ironia 1. voz de comando

2. harmoniza o casal 2. hipérbole 2. voz da consciência

3. alimenta o encantamento 3. antítese 3. voz da experiência

PARTE C

7. Na Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente apresenta-nos a visão de um mundo ao contrário.


Também Luís Camões, na sua obra, explora o tema do desconcerto do mundo. Escreve uma
breve exposição sobre a forma como o tema do desconcerto surge representado na poesia
lírica camoniana.
A tua exposição deve respeitar as orientações seguintes:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos que evidenciem a ideia de desconcerto
na poesia lírica camoniana, fundamentando cada uma delas com referência a poemas lidos ;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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Grupo II
Lê o texto.

O amor é bondoso
Costuma dizer-se que é um fogo que arde sem se ver. E que, quando é verdadeiro, não
definha. E tem um jeito manso que só a alguém pertence. E que o corpo é testemunha de tudo o
que faz. É dado de graça e semeado no vento. Um bicho instruído que nos faz escrever cartas
ridículas e ser, igualmente, ridículos. É um verbo que dá vontade de conjugar perdidamente. Mas
5 também é uma dor que desatina sem doer. Passamos por uma fase em que não se tem a certeza se
é alegria ou tristeza. E, às vezes, no calendário, noutro mês é dor. Porque é cego e surdo e mudo,
o amor. Luís de Camões, Carlos Drummond de Andrade, Caetano Veloso, Fernando Pessoa,
Florbela Espanca, Ary dos Santos e Sérgio Godinho escreveram assim sobre e para ele. Tal como
milhares de poetas que o tentaram (e tentam) descrever, dedicando-lhe versos e quadras à procura
10 da definição perfeita.
Movidos e comovidos pelos versos dos poetas e pelas histórias de encantar, os sete mil
milhões de humanos que habitam o planeta procuram-no. O momento de procura, de partida para
o amor é feito de incertezas. Apenas sabendo de que se terá a certeza quando for a altura do passo
definitivo. E com a expectativa de que será para sempre. Foi isso que a sociedade e as histórias
15 de encantar nos ensinaram. Porém, nem todos os relacionamentos são eternos. O amor assume
muitas formas ao longo da vida. Não tem uma fórmula secreta e matematicamente certeira, mas
há um caminho para o fazer durar.
Há um coração que bate, sim, mas também moléculas que se espalham pelo corpo e
sentimentos que podem ser exercitados como um músculo para o fazer – ao amor – durar. «Sem
20 querer discutir a magia do amor do ponto de vista científico, há uma química que lhe está
associada: os compostos químicos que atuam sobre o nosso corpo – o cérebro em particular – e
nos transmitem sensações e comportamentos que associamos ao amor», diz Paulo Ribeiro Claro,
professor de Química na Universidade de Aveiro.
Mais importante do que descobrir a chave para o encontrar, é mantê-lo ao longo do tempo.
25 Como impedir que o amor se torne passado, pule o muro, suba a árvore e se transforme em ferida
que às vezes não sara nunca, às vezes sara amanhã, como canta a poesia de Carlos Drummond de
Andrade. Qualquer um de nós pode amar, mas para o fazer em pleno é bom que a infância tenha
sido passada sem medos e com um desenvolvimento espontâneo. A raiz do presente está no
passado. O que somos hoje e, por consequência, quanto conseguimos amar, depende da maneira
30 como fomos criados. O amor que hoje temos para dar, a nossa disponibilidade para o fazer,
depende da qualidade do amor que recebemos na infância, a altura em que estruturamos o nosso
estilo relacional até aos cinco/seis anos.
Muda o mundo, a norma, misturam-se os géneros. Mas há sempre uma ferida que dói e não se
sente. E a maior solidão é a do ser que não ama. Mas quando houver tormenta, resta sempre a
35 poesia. «Este céu passará e então teu riso descerá dos montes pelos rios até desaguar no nosso
coração», escreveu Ruy Belo.
Carolina Reis, «O Amor é Bondoso», in Expresso, 05.02.2017
(texto com supressões).
545 palavras

264 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 10.o ano


1. No início do primeiro parágrafo (linhas 1-5), a autora apresenta
A. referências que constituem a definição perfeita de amor.
B. sugestões de definições para quem quer explicar o amor.
C. citações que justificam a necessidade de escrever sobre o amor.
D. alusões a versos de quem procurou escrever sobre o amor.

2. Segundo a autora, relativamente ao amor, as histórias de encantar associam-se, cumulativa-


mente, às ideias de
A. frustração e de fantasia.
B. desencanto e de incerteza.
C. encantamento e ilusão.
D. sedução e de satisfação.

3. No segundo período do quatro parágrafo (linhas 25-27), para mostrar que, por vezes, o amor
acaba, recorre-se
A. à enumeração, à hipérbole e à comparação.
B. à personificação, à comparação e à hipérbole.
C. à metáfora, à enumeração e à personificação.
D. à comparação, à enumeração e à personificação.

4. Entre a «qualidade do amor que recebemos na infância» (linha 31) e a capacidade de amar «em
pleno» (linha 27) estabelece-se uma relação de
A. oposição.
B. causa-efeito.
C. semelhança.
D. parte-todo.

5. As orações subordinadas iniciadas por «que» nas linhas 1 e 34 classificam-se como


A. substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa explicativa, no segundo
caso.
B. adjetiva relativa explicativa, no primeiro caso, e substantiva completiva, no segundo
caso.
substantiva completiva, no primeiro caso, e adjetiva relativa restritiva, no segundo
C.
caso.
adjetiva relativa restritiva, no primeiro caso, e substantiva completiva, no segundo
D.
caso.

6. Indica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:


a) «professor de Química na Universidade de Aveiro» (linhas 22-23);

b) «do amor» (linha 31).

7. Identifica o antecedente do pronome presente em «mas para o fazer em pleno» (linha 27).

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266 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 10.o ano
Grupo III
Considera o texto apresentado no Grupo II.
Num texto estruturado, de 170 a 190 palavras, elabora a sua síntese, respeitando as
características deste género textual.

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta
integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do
número de algarismos que o constituam (ex.: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

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