Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AS RESTINGAS
FLUMINENSES E
SEUS ÚLTIMOS
REFÚGIOS
O Núcleo Experimental de Iguaba Grande da
Universidade Federal Fluminense (NEIG-UFF)
Universidade Federal Fluminense
REITOR
Antonio Claudio Lucas da Nóbrega
VICE-REITOR
Fabio Barboza Passos
Equipe de realização
Editor responsável: Renato Franco
Coordenador de produção: Ricardo Borges
Supervisão Gráfica: Marcio André Baptista de Oliveira
Revisão: Maria das Graças C. L. L. de Carvalho
Normalização: Camilla Almeida
Projeto gráfico, capa e diagramação: Thomás Cavalcanti
Inclui bibliografia.
ISBN 978-65-5831-130-0
BISAC NAT011000 NATURE / Environmental Conservation & Protection
CDD 304.2
Ficha catalográfica elaborada por Márcia Cristina dos Santos (CRB7-4700)
Carlos Drummond de
Andrade (JORNAL GGN, 2011)
SUMÁRIO
5 AGRADECIMENTOS
8 INTRODUÇÃO
11 CAPÍTULO I
11 Caracterização introdutória da área de estudo
1 5 Breve histórico de ocupação do NEIG-UFF pela Faculdade de
Veterinária da Universidade Federal Fluminense
1 6 Simbolismos paisagísticos
2 2 Breves considerações quanto às
condições legais de proteção ao NEIG-UFF
26 Caracterizações das restingas
29 CAPÍTULO II
29 Levantamento do uso do solo e sua caracterização
31 Cobertura vegetal
35 Topografia (Relevo e Acidentes Geográficos)
36 Fauna
4 0 Flora
45 Caracterização das condições ambientais da Laguna de Araruama e
atividades humanas tradicionais
4 8 Mapeamento das praias no entorno do NEIG-UFF
50 Breve caracterização e considerações quanto aos impactos ambientais
oriundos de atividades antrópicas no NEIG-UFF após sua doação à
Faculdade de Veterinária da UFF
51 Estudo das áreas de risco de incêndios no NEIG-UFF
53 Caracterizações do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) nos municípios de Iguaba
Grande e São Pedro da Aldeia e breves considerações
5 8 Breves considerações quanto às atividades
culturais, artísticas e esportivas regionais atuais
59 Propostas e subsídios para a caracterização
de um plano gestor para o NEIG-UFF
62 CAPÍTULO III
62 Considerações finais
69 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
- 8 -
versos autores. Outros documentos de grande valia para a elaboração
desta obra consistem em artigos, orientações e trabalhos apresenta-
dos em eventos científicos de autoria pessoal ou sob minha orien-
tação no exercício da docência universitária, além de observações e
registros pessoais realizados ao longo de minha carreira na Universi-
dade Federal Fluminense, bem como registros visuais de autoria des-
conhecida, como das antigas salinas que ocupavam parte do campus,
denominado NEIG-UFF.
Esta obra inclui ainda mapas e planta topográfica, elabora-
dos com métodos de geoprocessamento que se fundamentaram na
melhoria da definição do espaço geográfico do NEIG-UFF, com ope-
rações como clip (operação de recorte); merge (operação que funde
camadas vetoriais) e vetorização (criação de vetores que dão limite
aos polígonos, linhas ou pontos). A base geográfica para o geopro-
cessamento foi obtida a partir da Base de Dados Geoespaciais (INEA/
RJ, S.d.). As imagens utilizadas para o Uso e Cobertura do Solo foram:
Word View 02 bandas do Visível (RGB) Digital Globe.
A obra está organizada em três capítulos. O primeiro capítu-
lo aborda uma caracterização introdutória da área de estudo, assim
como um breve histórico de ocupação territorial a partir da aquisição
desta área pela então Escola de Veterinária, hoje Faculdade de Veteri-
nária (UFF). Tece, por fim, considerações quanto às condições legais
atuais de proteção ao locus deste livro.
O segundo capítulo traz resultados relativos a imagens e mapas
confeccionados e apresentados nesta obra, relativos às informações
sobre o levantamento do uso do solo e sua caracterização, da cober-
tura vegetal, topografia, simbolismos paisagísticos regionais, fauna
e flora. Traz ainda uma breve caracterização das condições ambien-
tais da Laguna de Araruama, bem como um mapeamento das áreas
de entorno do NEIG-UFF, uma caracterização e considerações quan-
to aos impactos ambientais oriundos de atividades antrópicas neste
Núcleo após sua doação à Faculdade de Veterinária da UFF e uma
brevíssima análise e caracterização do IDH e ICMS Verde dos muni-
- 9 -
cípios de Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, RJ, circunvizinhos ao
NEIG-UFF. Por fim, apresenta propostas e sugestões para a caracte-
rização de um Plano Gestor para o NEIG-UFF.
O terceiro e último capítulo tece considerações finais a este li-
vro, não se omitindo, no entanto, de discutir brevemente as princi-
pais abordagens deste referido trabalho.
Esta obra justifica-se pela produção de um documento que me-
lhor caracterize geograficamente uma área pública federal, onde se
institui um segmento territorial de uma universidade pública, assim
como de uma Unidade de Conservação Estadual de Uso Sustentável.
Justifica-se, portanto, por oferecer novos subsídios à ocupação terri-
torial, ou seja, uso, conservação e/ou preservação do NEIG-UFF.
- 10 -
CAPÍTULO I
- 12 -
Atualmente, insere-se em uma APA, fazendo parte da Área de
Proteção Ambiental da Serra de Sapiatiba (APA – Serra de Sapiatiba),
conforme o Decreto-lei nº 15.136 de 20 de julho de 1990. Para melhor
entendimento da localização do NEIG-UFF na APA – Serra de Sapia-
tiba, além da Figura 3, sugere-se a análise imediata e complemen-
tar da Figura 4.
No intuito de facilitar a localização do NEIG-UFF na APA de
Sapiatiba, foi elaborado o mapa (Figura 4).
O NEIG-UFF é, portanto, parte de uma Unidade de Conserva-
ção de Uso Sustentável (BRASIL, 2000), que tem o parceiro institu-
cional (Protocolo de Intenções nº 01/2014, vigente desde novembro de
2014), o Instituto do Ambiente (INEA-RJ), como referência, tratando-
-se da organização do Conselho Gestor da APA como um todo, entre
outras inferências.
Na área do NEIG podem ser encontradas espécies vegetais au-
tóctones, características de restinga, vegetação do tipo savana esté-
pica e floresta estacional semidecidual (NAVEGANTES, 2009).
Este Núcleo abriga muitas espécies governamentalmente
ameaçadas de extinção, conforme o Ministério do Meio Ambiente
(2014), dentre as quais a ave conhecida como com-com ou formiguei-
ro-do-litoral (Formicivora littoralis) na categoria de ameaçada; o trin-
ta-réis-real (Thalasseus maximus), vulnerável; e a borboleta-da-praia
(Parides ascanius), ameaçada na categoria vulnerável (BRUNO, 2009).
De sua fauna, trabalhos introdutórios realizados no final do primeiro
decênio deste novo século não só registraram, mas seus resultados
sedimentaram a importância do NEIG para a conservação da biodi-
versidade em nosso estado (BRUNO, 2008; 2010a; 2010b; MARTINS;
BRUNO, 2009; MARTINS; BRUNO; NAVEGANTES, 2009; MARTINS;
SILVEIRA; BRUNO, 2009; FUSARO; NAVEGANTES; BRUNO, 2010;
BRUNO; MELLO, 2010; MARTINS; SILVEIRA; BRUNO, 2010; MAR-
TINS; BRUNO; VECCHI, 2010; NAVEGANTES et al., 2009; 2010a;
2010b; 2011a; 2011b) todos sob a orientação e/ou execução do autor
desta obra, frutos da atuação de um grupo de trabalho, particular-
- 13 -
Figura 3 – Mapa da Área de Proteção Ambiental da Serra de Sapiatiba, entre os
municípios de Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia
Fonte: Wikiparques (S.d.).
- 14 -
mente entre 2008 e 2009. Tais pesquisas também incluíram Traba-
lhos de Conclusão de Curso (FUSARO, 2009; NAVEGANTES, 2009;
MARTINS, 2009). Iniciações científicas (Navegantes em 2009 para
o Bacharelado e em 2001 para Licenciatura em Ciências Biológcas
da Universidade Federal Fluminense) foram instituídas. Trabalhos
anteriores em educação ambiental também foram realizados com a
participação de alunos e professores (ANGONESI et al., 2002), sob a
orientação do autor desta obra.
- 15 -
da composição vegetacional e instituídas estruturas para abrigar
bovinos, caprinos e outras espécies domésticas, incluindo projetos
zootécnicos posteriores, em tempos distintos, como a minhocultu-
ra, apicultura e, mesmo, uma expressiva estrutura para criação de
camarões (carcinicultura). Tais projetos não perduraram ou sequer
foram, efetivamente, implantados (Figura 5). Deixaram, entretanto,
sinais do empreendedorismo passado, seja pelas referidas estruturas
ou por outras alterações perceptíveis na paisagem.
Figura 5 – Ao centro da imagem as alterações no relevo e na paisagem consequentes da
confecção de tanques de carcinicultura no NEIG-UFF a partir de projeto aprovado em 2002
e subsequentemente abandonado (2 de fevereiro de 2012)
Simbolismos paisagísticos
- 16 -
histórias e transformações, desde 1503, quando Américo Vespúcio
organizou uma expedição, a primeira, pelo interior do Brasil, quan-
do teve necessariamente de atravessar o Canal de Itajuru, que liga a
lagoa ao mar (BIDEGAIN; BIZERRIL, 2002).
De acordo com Alcoforado (1950 apud BIDEGAIN; BIZER-
RIL, 2002), nos primórdios históricos a lagoa era conhecida como
Iruarama. Iriru, ariru ou araru são sinônimos de concha. Iama ou
uama trazem o significado de abundância, portanto, uma lagoa re-
pleta de mariscos.
A bacia hidrográfica desta lagoa abrange em torno de 404 km2,
sendo formada por um conjunto de 20 sub-bacias (BIDEGAIN; BI-
ZERRIL, 2002), estando o NEIG-UFF na sub-bacia 12 (SB-12). Neste
Núcleo, a Ponta da Farinha (Figura 6) e a Ponta do Bico Preto (Figuras
6 e 7) são acidentes topográficos marcantes na memória e na cultura
de certa parcela da população regional. Entretanto, tais acidentes são
frequentemente confundidos ou desconhecidos, pela escassa catego-
rização cartográfica, tornando-se de difícil identificação para mui-
tos, tanto da comunidade local quanto para visitantes.
Na segunda metade do século XX, durante o período em que
as salinas ainda predominavam na região, a paisagem trazia o en-
canto dos tabuleiros e das pilhas de sal, e dos moinhos de vento. E no
NEIG-UFF não era diferente.
A atividade salineira foi descrita por Saint-Hilaire, já em 1818,
ao contemplar a salina de Cachira que, de acordo com estudos rea-
lizados por Silva (2008), era a própria salina que veio a pertencer à
Universidade Federal Fluminense:
Quando as águas do Lago aumentam, enchem as cisternas naturais exis-
tentes às suas margens. O lago baixa em seguida, mas a água fica nas
cisternas, evaporando-se pouco a pouco e deixando um depósito salino.
Os mais antigos moradores da região sabiam tirar partido das salinas,
ali abundantes [...]
- 17 -
Figura 6 – Fotografia aérea da Ponta do Bico Preto (A) e Ponta da Farinha (B) (19 de
fevereiro de 2014)
Fonte: Acervo pessoal.
- 18 -
Ainda segundo Silva (2008), a salina de Cachira é citada por ou-
tro cronista do século XIX, monsenhor Pizarro, autor de Memórias
históricas do Rio de Janeiro.
Tais simbolismos se perderam pela decadência da atividade sa-
lineira (Figura 8A e B) na região e, no NEIG-UFF, em 2002, quando as
salinas históricas cederam lugar a pressupostos tanques abandona-
dos de carcinicultura, os quais serão abordados no subcapítulo “Bre-
ve caracterização e considerações quanto aos impactos ambientais
oriundos de atividades antrópicas no NEIG – UFF após sua doação à
Faculdade de Veterinária da UFF”.
Figuras 8A e B – As salinas do Núcleo Experimental de Iguaba Grande (NEIG-UFF) em ple-
na produção (março de 2001)
- 22 -
Esta caracterização (ZCVS) corresponde à parte mais ao sul do
NEIG-UFF, portanto, a margem direita da RJ-106, no sentido Iguaba
Grande a São Pedro da Aldeia, RJ. A margem esquerda está caracte-
rizada como Zona de Ocupação (ZOC 01), que se caracteriza mais ao
norte. Tais condições foram instituídas pela deliberação CECA/CN
Nº 4.512, de 01 de outubro de 2004, a qual “Institui o Plano Diretor,
cria o Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental – APA da Serra
de Sapiatiba, criada pelo Decreto Estadual nº 15.136, de 20/07/1990,
e dá outras providências” (INEA/RJ, 2004). A referida deliberação
apresenta o seguinte mapa em seus anexos (Figura 11).
Para efeito da deliberação supracitada e com base no Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) (BRA-
SIL, 2000) e seu decreto correspondente (em 2002), e com base na
referência APA da Serra de Sapiatiba – Projeto Conhecer para Preser-
var, ressalta-se:
Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS) é aquela que se caracteri-
za por admitir uso moderado e autossustentado da biota, não dispondo
dos atributos ecológicos que justificam seu enquadramento como ZCVS
[sic; ZPVS]. Apresenta-se, no entanto, com potencial para recuperação
ou regeneração futura (BUENO et al., 2007).
- 23 -
Figura 11 – Mapa do Zoneamento Am-
biental da Área de Proteção Ambiental
da Serra de Sapiatiba
Fonte: INEA/RJ (2004).
Figura 12 – Mapa de localização do NEIG-UFF e respectivo zo-
neamento ambiental na APA de Sapiatiba, RJ (junho de 2018)
Fonte: Elaborado por Diego Ramos Inácio e Sávio Freire Bruno.
- 24 -
Art. 4º. Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais
ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
[...]
- 25 -
Notório se faz lembrar que, embora já tenha sido expressiva-
mente ativo na primeira década de criação da referida APA Estadual
(RIO DE JANEIRO, 1990), o Conselho Consultivo da Área de Prote-
ção Ambiental da Serra de Sapiatiba, oficialmente estabelecido pela
Portaria INEA/DIBAP n° 04 de 22 de março de 2010 (INEA/RJ, 2010),
encontra-se atualmente sem atividade.
Figura 13 – Mapa das Unidades de Conservação e respectivos zoneamentos inerentes ao
NEIG-UFF (junho de 2018)
- 28 -
CAPÍTULO II
- 29 -
mento com a finalidade de vetorizar e classificar os aspectos de uso
e cobertura do solo em uma escala cartográfica de 1:5.000, o refina-
mento desses dados foi elaborado a partir de técnicas de geoproces-
samento e sensoriamento remoto; o mapeamento foi elaborado com
imagem Word View 02 bandas do Visível (RGB) Digital Globe, usando
software de Sistema de Informações Geográficas (SIG) e de conhe-
cimento pessoal da área (conhecimento empírico). O resultado do
mapa de Uso e Cobertura do Núcleo Experimental de Iguaba Grande
(NEIG-UFF) está expresso na Figura 14.
Figura 14 – Mapa de Uso e Cobertura do Núcleo Experimental de Iguaba Grande
(NEIG-UFF) (junho de 2018)
- 30 -
Cobertura vegetal
- 31 -
GAIN; BIZERRIL, 2002). A área do NEIG-UFF constitui um mosaico
de habitats com presença de espécies vegetais autóctones típicas de
restinga (Figura 15A e B) e vegetação do tipo savana estépica, embora
os limites entre essas diferentes fitofisionomias sejam de difícil dis-
cernimento (Figura 16); (BOHRER apud NAVEGANTES, 2009).
Figura 15A e B – Aspectos gerais da vegetação de restinga na porção litorânea do NEIG-UFF
(A), a saber, (B), tipo reptante e tipo arbustivo fechado pós-praia, segundo a classificação
da Sea (RIO DE JANEIRO, 2011) (11 de janeiro de 2008)
- 32 -
Figura 16 – A vegetação do tipo savana estépica que ocorre nos morros e colinas ao
redor da Laguna de Araruama apresenta limites entre essas diferentes fitofisiono-
mias de difícil discernimento (19 de fevereiro de 2014)
Fonte: Acervo pessoal.
- 33 -
(FES) e a Restinga (RES). Esta última apresenta duas comunidades
vegetais: a Comunidade Arbustiva (CA) e a Floresta de Restinga (FR).
Com certa frequência, a Comunidade Arbustiva beira as mar-
gens da Laguna de Araruama, apresentando ali solo arenoso profun-
do, de coloração clara. De acordo com Quintanilha (2014) esta Comu-
nidade é predominante, densa e fechada, de dossel contínuo, sem
formar moitas, com lianas, epífitas e poucas herbáceas terrestres.
Certos indivíduos apresentam troncos espinhosos e perfilhados.
Após estudos revisionais contemplados na classificação esta-
dual e nacional de fitofisionomias, apresentamos a seguir a configu-
ração fitofisionômica do NEIG-UFF (Figura 18):
Figura 18 – Fitofisionomia do Núcleo Experimental de Iguaba Grande, RJ (NEIG-UFF)
(junho de 2018)
- 34 -
vegetais em proporção à sua área geográfica e, excetuando-se a área
da UFF, pouco resta neste município da vegetação de outrora.
Torna-se evidente, portanto, a importância deste Núcleo na
conservação da biodiversidade local.
- 35 -
Fauna
- 36 -
Herpetofauna
Ornitofauna
- 37 -
GANTES et al., 2009; 2010a; 2011a; 2011b; FUSARO; NAVEGANTES;
BRUNO, 2010; NAVEGANTES; FUSARO; BRUNO, 2010), seminários
(NAVEGANTES et al., 2010b), revistas (BRUNO; BRANDES, 2009;
NAVEGANTES; MARTINS; BRUNO, 2011) e parte de conteúdo de li-
vros (BRUNO, 2008).
A continuidade das pesquisas, basicamente a partir da obser-
vação direta, já abrange 165 espécies registradas no NEIG. Destas,
destacam-se aquelas oficialmente ameaçadas de extinção (ICMBIO,
2014), a saber: o formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis) e o trin-
ta-réis-real (Thalasseus maximus), ambos na categoria “em perigo de
extinção” (EN).
O trinta-réis-real (Figura 21) migra para o Hemisfério Norte
para se reproduzir em colônias, embora alguns casais permaneçam
em território brasileiro e se reproduzam em costões rochosos do lito-
ral sudeste. A migração ocorre após a primavera e o verão. Já o formi-
gueiro-do-litoral (Figuras 22 A e B) é uma espécie territorialista, que
se estabelece na Região dos Lagos, Costa Fluminense, sem adentrar
mais que 500m nas áreas de restinga (BRUNO, 2008; NAVEGANTES,
2009). Habita desde a praia de Jaconé em Maricá, nas proximidades
do limite com Saquarema, sendo considerado o limite oeste da dis-
tribuição da espécie (GONZAGA; PACHECO, 1990; MATTOS, 2009),
abrangendo Iguaba Grande como limite interiorano, até a praia de
Tucuns, em Armação dos Búzios (VECCHI; ALVES, 2008), em um to-
tal de somente 233,5 km2 (MATTOS, 2009).
Mastofauna
- 39 -
Invertebrados
Flora
- 41 -
arenicola (ribeira); Siphoneugena guilfoyleiana (vamirim-de-ferro); a es-
pécie exótica Eupatorium laevigatum (maracanã); Eugenia neoglomerata
(coração-de-negro); Machaerium hirtum (espinho-de-santana), Mayte-
nus obtusifolium e Syderoxylon obtusifolium (sapotiaba). Outras espécies
frequentes nas áreas de ocorrência de F. littoralis foram: Thunbergia
alata (maria-sem-vergonha); Cereus fernambucensis, Pilosocereus arrabi-
dae (cardeiros); Bromelia antiacantha (gravatá); Guapira pernambucensis
(guapira); a espécie introduzida Agave sisalana (agávea) e Euphorbia
tirucalli (aveloz).
Quintanilha (2014) realizou cinco coletas (2012 e 2013), quatro
vezes na restinga e uma no morro (Floresta Estacional Semideci-
dual), utilizando-se de método não sistematizado de caminhamen-
to, de acordo com Filgueiras et al. (1994), além de fotografias e outras
metodologias adotadas, seguindo Mori et al. (1989). Em seus resul-
tados destacam-se entre as espécies arbustivas Cordia curassavica
(Jacq.) Roem. & Schult. e Cratylia hypargyrea Mart. ex Benth. Dentre
as arbóreas, Schinus terebentifolius Raddi, bastante frequente na área,
Conocarpus erectus L., Ceiba erianthos (Cav.) K. Schum e Trichilia casaret-
ti C. DC. Entre as herbáceas, Anthurium harrisii (Graham) G. Don, Til-
landsia stricta Sol. ex Sims, entre outras. A autora enfatiza que “uma
grande parte desta comunidade, próxima à lagoa, está degradada e
foi invadida pela gramínea Panicum maximum Jacq” (Figura 24), que
domina boa parte da fisionomia desta região.
Nas áreas de maior altitude do que foi denominado Morro do
Governo se encontra uma vegetação com aspecto seco e cor acinzen-
tada típica de Floresta Estacional Semidecidual. Ainda de acordo
com Quintanilha (2014):
O dossel é contínuo e possui cerca de 12m de altura. Na vertente voltada
para a lagoa, a mata é mais úmida, com a presença de Anthurium harri-
sii (Graham) G. Don e Asplenium douglasii Hook. & Grev. no sub-bosque.
Também no sub-bosque destaca-se a presença de Tillandsia stricta Sol. ex
Sims. A floresta possui alguns indivíduos com troncos finos dando apa-
rência de floresta de paliteiros, alguns apresentando liquens. Podem ser
- 42 -
Figura 25 - Exemplos de espécies nativas que têm o NEIG-UFF como refúgio. Legenda: A: aroeira (Schinus terebin-
thifolius); B: gravatá (Bromelia antiacantha); C: guapira (Guapira pernambucensis); D: barbasco, pimenteira ou tingui
(Jachinia brasiliensis), espécie ameaçada de extinção no grau “vulnerável”; E: ribeira (Scutia arenicola); F: sapotiaba
- 43 -
ou quixabeira (Sideroxylon obtusifolium); G: mangue-botão (Conocarpus erectus); H: cardeiro (Cereus fernambucencis).
Fonte: Patro (2013).
encontradas entre as arbóreas Alseis involuta K. Schum., Maytenus commu-
nis Reissek, Rudgea minor (Cham.) Standl., Pterogyne nitens Tul., Parapip-
tadenia pterosperma (Bojer) Brenan, entre outras. Há um estrato herbáceo
representado por muitas bromélias, com destaque para Aechmea floribun-
da Mart. ex Schult. & Schult. f. e outras ervas como Baccharis bifrons Ba-
ker, Sida carpinifolia Mill., Talinum patens (L.) Willd., Croton triqueter Lam.
- 44 -
Caracterização das condições
ambientais da Laguna de Araruama e
atividades humanas tradicionais
- 46 -
Com relação à diversidade biológica e de acordo com Bidegain e
Bizerril (2002), as espécies são típicas de estuários de áreas costeiras,
que somam diferentes habitats naturais em suas margens, como ro-
chas, praias e mangues. No leito, a diversidade biológica se distribui
por diferentes tipos de sedimento.
A composição dos zooplânctons é heterogênea, considerando
neste grupo animais que têm pouca ou nenhuma capacidade de lo-
comoção na massa d’água, sendo dependentes da ação das corren-
tes (como os plânctons em geral, incluindo os fitoplânctons). Cons-
tituem-se de micro-organismos, mas também de larvas e ovos de
invertebrados e peixes, embora em baixíssima densidade, sendo o
peixe-rei a espécie predominante. A riqueza de zooplânctons é consi-
derada baixa, possivelmente pela baixa quantidade de microalgas (fi-
toplâncton) e a alta salinidade da laguna. Destacam-se os crustáceos
copépodes, em especial, Oithona oswaldocruzi, assim como as larvas
de mariscos (Anomalocardia brasiliana), particularmente nos meses de
março e outubro (BIDEGAIN; BIZERRIL, 2002).
Já a comunidade bentônica, aquela que vive no substrato (fun-
do) ou associada a este é a base da cadeia alimentar da lagoa e parti-
cipa da decomposição da matéria orgânica, assim como colabora na
liberação de nutrientes do sedimento para a coluna d’água. A flora
bentônica inclui micro-organismos como bactérias e algas cianofí-
ceas e diatomáceas, que formam “tapetes” no fundo de areias rasas.
Inclui também macroalgas, que somam 90 espécies: 25 clorofíceas,
15 feofíceas e 50 rodofíceas, verdes, pardas e vermelhas, respectiva-
mente. Os zoobentos somam mais de 180 espécies, representantes
de grupos como esponjas, celenterados (anêmonas), platelmintos,
nematódeos, briozoários, moluscos, crustáceos e outros. Na faixa da
praia, o sernambi (Anomalocardia brasiliana) tem maior distribuição
(BIDEGAIN; BIZERRIL, 2002).
Dentre os recursos pesqueiros da lagoa destacam-se, de acordo
com Thebald (1997), o camarão-rosa (Penaeus brasiliensis e P. paulensis)
e, conforme Saad (2003), 39 espécies de peixes, desde os acidentais,
- 47 -
visitantes ocasionais ou frequentes e residentes, com destaque para
a carapeba (Eugerres brasilianus), a perumbeba (Pogonias cromus) e a
tainha (Mugil liza).
- 50 -
apicultura foram, igualmente, mínimos, associados a limpezas de
áreas para a implantação de caixas. Os impactos relacionados à com-
petição das abelhas introduzidas com outros insetos polinizadores
não foram passíveis de mensuração.
A carcinicultura, instituída logo nos primeiros anos deste novo
século (2001/2002), embora não efetivamente implantada, resultou
em expressivo impacto, não só pela alternância / substituição de uso
territorial da área que antes era utilizada por uma histórica salina ex-
perimental, extirpando por completo esta atividade, mas pela grande
movimentação de sedimentos sólidos. Um dos morros do NEIG-UFF
perdeu parte de sua vegetação para ceder o solo necessário à cons-
trução dos viveiros (represas; tanques), que, de acordo com a FAPERJ
(2002), seriam em número de três, cada qual com 12 mil metros qua-
drados. As marcas dessas movimentações de terra perduram até os
dias atuais. Ainda de acordo com a fonte supracitada, o projeto ob-
jetivava a produção de camarões da espécie Litopenaeus vannamei, na-
tiva do Oceano Pacífico. A produção não se iniciou, o que nos isenta
de uma discussão quanto a potenciais impactos relacionados às es-
pécies bioinvasoras.
- 51 -
Figura 30 – Mapa de diagnóstico de áreas de risco de incêndio no NEIG-UFF (junho de 2018)
- 52 -
Caracterizações do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
nos municípios de Iguaba Grande e São
Pedro da Aldeia e breves considerações
- 54 -
– Sede;
– Centro de visitantes;
– Regularização fundiária;
– Infraestruturas de fiscalização e controle.
A APA da Serra de Sapiatiba, onde está localizado o NEIG-UFF,
possui grande importância quanto ao repasse de ICMS ecológico dos
municípios em que está inserida (Iguaba Grande e São Pedro da Al-
deia). Em 2017, Iguaba Grande, RJ, pontuou em quatro itens obtendo
um total de R$ 4.195.736,82 (ano), sendo por suas Unidades de Con-
servação: R$ 561.591,68; UC municipal: R$ 104.961,10; tratamento de
esgoto: R$ 3.147.785,42 e resíduos sólidos: R$ 381.398,62 (ICMS ECO-
LÓGICO, 2018). Segundo ICMS ECO 2017, o município de Iguaba
possui em seus limites, aproximadamente, 1.600 hectares de áreas
protegidas, sendo cerca de 1.400 hectares relativos à APA de Sapia-
tiba. O grau de conservação e de implementação para a APA no mu-
nicípio de Iguaba recebeu pontuação 02 para um total de 04, sendo
considerada parcialmente conservada e implementada. O município
ocupou a vigésima posição no ranking estadual no ano de 2017. O mu-
nicípio de São Pedro da Aldeia, décimo oitavo colocado no ranking
estadual, possui aproximados 4.500 hectares de áreas protegidas,
dos quais aproximadamente 4.000 hectares referem-se aos limites
da APA de Sapiatiba, dentro do referido município. A pontuação para
os graus de implementação e conservação foi igual a 02. No ano de
2017, o município de São Pedro da Aldeia recebeu o repasse de R$
5.579.551,00 dos quais R$ 322.028,00 referem-se à pontuação rela-
cionada às Unidades de Conservação.
É possível que um município aumente sua pontuação relativa
ao ICMS ecológico no que diz respeito a uma UC já criada, investin-
do seus recursos do ICMS Ecológico para implementar e estruturar
a UC como forma de enriquecimento ambiental: com a elaboração
do Plano de Manejo, construção de sede, postos de fiscalização ou
sinalização, Conselho Consultivo atuante, controle de incêndios flo-
restais, ações de melhoria para fauna, flora. Ou mesmo a cidade que
- 55 -
teve baixa pontuação no índice de qualidade da água e quer melhorar
em curto prazo seus indicadores, investindo no controle de sedimen-
tos e tratamentos de efluentes por meio de sistemas alternativos e de
baixo custo. Tudo isso contará mais pontos e fará com que o municí-
pio receba mais recursos no ano seguinte.
- 56 -
índice de 0,704. A renda per capita média de Iguaba Grande cresceu
160,89% nos últimos 20 anos, passando de R$ 313,55, em 1991, para
R$ 818,01, em 2010. A proporção de pessoas pobres passou de 41,95%,
em 1991, para 9,25%, em 2010. O percentual da população economica-
mente ativa passou de 61,19% em 2000 para 58,77% em 2010 e o per-
centual da população economicamente ativa que estava desocupada
passou de 14,86% em 2000 para 13,48% em 2010. Em 2010, das pes-
soas ocupadas, 2,82% trabalhavam no setor agropecuário, 0,77% na
indústria extrativa, 4,88% na indústria de transformação, 13,07% no
setor de construção, 1,11% nos setores de utilidade pública, 15,72% no
comércio e 54,67% no setor de serviços.
De acordo com o PNUD (2013b), o IDHM de São Pedro da Al-
deia é considerado alto, ocupando a 1.546ª posição no país, com ín-
dice 0,712 em 2010. Longevidade foi a dimensão que mais contribuiu
para o IDHM do município, com índice de 0,801, seguida de Renda,
com índice de 0,721, e de Educação, com índice de 0,626.
A renda per capita média de São Pedro da Aldeia cresceu 132,98%
desde 1991, passando de R$ 304,7 para R$ 710,04, em 2010. A propor-
ção de pessoas pobres passou de 38,43% para 9,11%, no mesmo perío-
do. Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população que era eco-
nomicamente ativa passou de 65,29% para 66,04, enquanto o percen-
tual da população que estava desocupada passou de 14,94% em 2000
para 10,31% em 2010. Em 2010, 3,73% das pessoas trabalhavam no se-
tor agropecuário, 1,50% na indústria extrativa, 4,47% na indústria de
transformação, 12,63% no setor de construção, 1,24% nos setores de
utilidade pública, 19,65% no comércio e 53,16% no setor de serviços.
Após a consulta dos dados do IBGE, foi possível um refinamen-
to por meio de técnicas de geoprocessamento das informações do
IDH e cruzamento de dados de área (INEA/RJ, S.d.) em hectares, em
relação à população existente em cada município localizado no sis-
tema lagunar da Laguna de Araruama (Figura 31). Os dados de base
geográfica para geoprocessamento foram realizados a partir da base
GEOInea (INEA/RJ, S.d.).
- 57 -
Figura 31 – Caracterização do IDH dos municípios no entorno da Lagoa de Araruama
(junho de 2018)
Fonte: Elaborado por Diego Ramos Inácio e Sávio Freire Bruno de acordo com os dados do IBGE (2010).
- 59 -
– Estruturar um centro de atividades que incorpore even-
tos artísticos e culturais nas dependências do NEIG-UFF;
– Estabelecer uma biblioteca com ambiente acolhedor, in-
cluindo computadores e locais de leitura ao ar livre nas
proximidades;
– Estabelecer parcerias municipais e condições estruturais
e logísticas para recepcionar escolas dos municípios cir-
cunvizinhos ao NEIG-UFF, com ênfase na Educação Am-
biental, incluindo a utilização de trilhas e vivências nas
áreas abertas do NEIG-UFF;
– Estruturar áreas e fluxos de visitação do NEIG-UFF com
vistas ao lazer contemplativo e visitas dirigidas com enfo-
que no conhecimento;
– Estabelecer um viveiro para produção de mudas para
revitalização interna e para projetos de revitalização re-
gionais;
– Elaborar projetos de revitalização de áreas degradadas;
– Promover cursos de extensão, projetos de pesquisa e
ensino;
– Criar ciclovia com fluxo interno de bicicletas públicas;
– Adequar o prédio abandonado na área de carcinicultura
para o projeto Laboratório / Observatório de Aves Ponta
da Farinha - Universidade Federal Fluminense;
– Estimular a reativação e oferecer base para as reuniões
do Conselho Consultivo da APA Estadual de Sapiatiba nas
dependências do NEIG-UFF;
– Fomentar parcerias com municípios circunvizinhos e
instituições públicas que possam colaborar de forma mú-
tua no NEIG-UFF.
Com o objetivo de contribuir na ordenação de propostas de zo-
neamento de uso territorial e aproveitamento de trilhas e estradas
para fins educacionais e contato com a natureza no NEIG, foi elabo-
rado o mapa abaixo (Figura 32):
- 60 -
Figura 32 – Propostas de zoneamento de uso territorial e aproveitamento de trilhas e es-
tradas para fins educacionais e contato com a natureza no NEIG-UFF (junho de 2018)
- 61 -
CAPÍTULO III
Considerações finais
- 62 -
dade rural que atendesse melhor os interesses pecuários, no municí-
pio de Cachoeiras de Macacu/RJ, no final dos anos 1980.
Fazia-se imprescindível, no entanto, enfatizar as reais voca-
ções do Núcleo Experimental de Iguaba Grande, deixando-se de lado
as perguntas que, com frequência, foram ouvidas no passado e ainda
se fazem ecoar: “O que se produz lá? Para que serve?” O “conhecer
para conservar” é um lema nesta obra. Para reforçar o imensurável
valor intrínseco que os ambientes naturais e toda a vida que abriga
detêm, lembremos que eles prestam inúmeros serviços ecológicos e
ambientais, por exemplo, associados aos ciclos biogeoquímicos. Sua
beleza e recursos, no entanto, se bem direcionados, contribuem con-
sideravelmente no desenvolvimento socioeconômico regional.
Rompido o desconhecimento da sua importância ecológica, so-
cial e econômica, devem-se reconhecer os aspectos legais relativos
ao recorte espacial estudado, para assim serem vislumbradas novas
vocações para o Núcleo Experimental de Iguaba Grande. Introduto-
riamente, é possível que, ao término da leitura deste livro, tais consi-
derações tenham sido alcançadas.
Sob a ótica da gestão territorial, uma das mais ímpares carac-
terísticas do Núcleo Experimental de Iguaba Grande é sua sobreposi-
ção a duas importantes condições: a de ser um campus universitário,
ou seja, uma área sob a posse de uma Unidade de uma Universidade
Pública Federal, e a de ser parte de uma Unidade de Conservação de
Uso Sustentável, em nível estadual. Nesta condição, o Núcleo Expe-
rimental em questão tem não só a vocação, mas também a oportuni-
dade, e por que não dizer, a obrigação de integrar-se e desenvolver-se
em ambas as óticas e suas respectivas missões.
Sob tal vocação, foi proposta, no âmbito do Colegiado de Uni-
dade da Faculdade de Veterinária da UFF, a alteração do nome deste
campus para Reserva Ecológica Ponta da Farinha / Faculdade de Ve-
terinária / Universidade Federal Fluminense, a qual foi aprovada por
unanimidade em 2020, estando a proposta em trâmite pelas demais
instâncias universitárias.
- 63 -
A missão da UFF é produzir, difundir e aplicar conhecimento e
cultura de forma crítica e socialmente referenciada (UFF, 2018). Nes-
te contexto, enumera-se uma gama infinita de ações extensionistas,
assim como de ensino e pesquisa.
Considerando que, de acordo com a UFF (2018):
Hoje, a UFF é constituída por 41 Unidades de Ensino sendo 24 Institutos,
10 Faculdades, 6 Escolas e 1 Colégio de Aplicação. São ao todo 124 Depar-
tamentos de Ensino, 129 Cursos de Graduação presenciais e 6 Cursos de
Graduação a distância oferecidos em 28 Polos da Universidade Aberta do
Brasil, em convênio com o CEDERJ-RJ. Na Pós-Graduação Stricto Sensu
são 81 programas de Pós-Graduação e 120 cursos, sendo 42 de Doutora-
do, 62 de Mestrado Acadêmico e 16 Mestrados Profissionais. A Pós-Gra-
duação Lato Sensu apresenta 131 cursos de especialização e 45 programas
de Residência Médica.
- 64 -
áreas degradadas, elegendo-se prioridades, como também das áreas
de solo exposto, à exceção das vias de acesso (estradas).
Tratando-se da cobertura vegetal, percebe-se que o conceito
de savana estépica não é adotado de forma absoluta pelos autores e
há certa dificuldade em estabelecer limites, a exemplo, com a Flores-
ta Estacional Semidecidual Submontana. Recomenda-se uma mais
precisa categorização fitofisionômica do NEIG-UFF.
Já as características do relevo do NEIG-UFF apresentam varia-
ções topográficas de 0 a 60 m, conferindo à área maior diversidade
de ambientes e rara beleza cênica.
Os simbolismos regionais somam magníficas paisagens, como
os acidentes geográficos da Ponta-do-Bico-Preto, da Ponta-da-Fari-
nha, da Praia-do-Curral-do-Índio e seus respectivos currais de pe-
dra. Alguns simbolismos foram destruídos, como a antiga salina do
NEIG-UFF, historicamente revisada, com menções que remontam ao
século XIX. Tais simbolismos, à exceção do que, claro, já foi destruí-
do, devem ser valorizados, divulgados, visitados e, mais que tudo,
considerados no plano gestor deste Núcleo, como potenciais atrati-
vos educacionais, a saber, histórico-culturais, de esporte e de lazer.
Estudos antropológicos são necessários para elucidar as ativi-
dades indígenas que ocorreram no NEIG-UFF. Como os Tupinam-
bás, em especial, os Tamoios relacionavam-se com a natureza local,
incluindo datações e demais informações.
Com relação à diversidade biológica, alguns grupos, como as
aves, têm sido estudados nos últimos anos. Estudos introdutórios re-
lacionados à herpetologia também foram realizados. Já grupos como
dos mamíferos ou mesmo da grande maioria dos invertebrados lo-
cais carecem de interesse e projetos efetivos. Na vertente botânica,
embora tenham-se iniciado estudos, esses podem ser considerados
igualmente introdutórios, carecendo a área do NEIG-UFF de apro-
fundamentos científicos.
Dentre os estudos botânicos que devem ser desenvolvidos com
prioridade destaca-se o aprofundamento do conhecimento sobre as
- 65 -
espécies exóticas ao NEIG-UFF, incluindo o levantamento de espé-
cies, sua localização e abundância.
Conforme relata Silva (2008), Iguaba Grande é um dos municí-
pios da Região dos Lagos que apresenta uma das menores coberturas
vegetais em proporção à sua área e, excetuando-se a área da UFF, pou-
co resta neste município da vegetação de outrora. Torna-se evidente,
assim, a importância deste Núcleo na conservação da biodiversidade
local. Isto inclui o imenso banco genético, que propicia, em parte, a
criação de um horto viveiro com potencial de produção de mudas a
partir de sementes e projetos de revitalização florística regional.
Quanto às condições ambientais da Laguna de Araruama, nas
últimas décadas houve um expressivo declínio de peixes e crustáceos
e, consequentemente, um declínio na atividade pesqueira, entre ou-
tras atividades que também declinaram e que dependiam de condi-
ções ambientais equilibradas, como a produção salina.
Ainda que Bertucci et al. (2016) considere que a degradação am-
biental levou a uma decadência econômica, que demandou a preser-
vação ambiental como forma de recuperação ligada ao turismo e à
indústria imobiliária, é impensável deixar de conceber um projeto de
cunho conservacionista e inclusivo para uma área com característi-
cas como as do NEIG-UFF e que possa contribuir no desenvolvimen-
to sustentável regional.
A Educação Ambiental tem campo fértil no NEIG-UFF e ações
que incluam oficinas, trilhas interpretativas e atividades associadas
à percepção e sensibilização ambiental, com ênfase direcionada aos
estudantes regionais, com a participação do corpo discente e docen-
te da UFF, são fundamentais quando vislumbramos as vocações do
NEIG-UFF. Importante pensar que, embora com as parcas estruturas
existentes no Núcleo seja possível iniciar tais ações, faz-se necessária
a construção de um Polo de Ciência e Educação (Iruarama), de cará-
ter transdisciplinar, com plantas e detalhamentos propostos por este
autor, já elaborados pelo Setor de Arquitetura da UFF e arquivados na
Direção da Faculdade de Veterinária desta Universidade.
- 66 -
Dentro desta ótica, e sob novos olhares, tramita na Universida-
de, desde 2020, um projeto/proposta para o estabelecimento de um
Laboratório de Ornitologia denominado Laboratório e Observatório
de Aves Ponta da Farinha, uma proposta transdisciplinar envolven-
do a saúde ecossistêmica e, como um todo, a Saúde Única. O atual
convênio estabelecido entre a UFF e a Prefeitura de Iguaba Grande
(2020) favorece ações de interesse mútuo, cujas propostas acima in-
tencionam alinhar.
Sob o ponto de vista cartográfico da região litorânea do
NEIG-UFF, e como já comentado, nos documentos oficiais consulta-
dos tudo se resume a Ponta-da-Farinha. Entretanto, das diversas en-
seadas que o litoral deste Núcleo apresenta, ao menos uma tem reco-
nhecimento local, embora nunca antes cartograficamente determi-
nada, a Praia Curral do Índio. Propõem-se aqui, além do mapeamen-
to da Praia Curral do Índio, a definição cartográfica e a denominação
de duas novas praias: a Praia da Índia Potira, entre a Praia da Farinha
e a Praia Curral do Índio, e a Praia do Sal, entre a Praia Curral do Ín-
dio e o condomínio particular que se confronta com o NEIG-UFF, to-
das essas no município de São Pedro da Aldeia, à exceção da Praia da
Ponta-da-Farinha e conforme a Figura 28. Tais proposições devem,
no entanto, estar sujeitas ao encaminhamento e possível aprovação
na municipalidade de São Pedro da Aldeia. Considera-se, à parte de
tais conjunturas, que os mapas aqui apresentados estabelecem um
detalhamento cartográfico até então não disponibilizado.
Em relação aos incêndios florestais e seus métodos de preven-
ção e combate, além do já exposto, podemos enumerar outras ações
prioritárias, a saber: o combate e monitoramento de gramíneas exó-
ticas e a substituição de áreas invadidas por tais gramíneas por ve-
getação nativa; estruturação de contingente de guardas ambientais
em parcerias (prefeituras) que contribuam no combate e prevenção
de incêndios; cursos de aperfeiçoamento e trocas de experiências
com relação à prevenção e combate de incêndios para tais equipes
especializadas e para a equipe do NEIG-UFF; ações educativas e pre-
- 67 -
ventivas com as comunidades locais e aparelhamento do NEIG-UFF e
parcerias, para o efetivo combate aos incêndios florestais.
Tratando-se do ICMS verde e das possíveis parcerias com as
prefeituras regionais, principalmente de Iguaba Grande e São Pedro
da Aldeia, com a colaboração de parceiros como o INEA/RJ, fica evi-
dente que ações conjuntas visando à melhoria das estruturas e de-
mais melhorias, a exemplo, instituição de sede oficializada para a
APA Estadual, centro de visitantes e infraestrutura de fiscalização e
controle, dentre outras, especialmente a reativação do Conselho Con-
sultivo da APA de Sapiatiba, controle de incêndios florestais, ações de
melhoria para fauna e flora, são ações que favorecem todos, poder
público e sociedade em geral. Para tanto, o NEIG-UFF, em parcerias
bem estabelecidas e documentadas, tem enorme potencial para con-
tribuir com a maior arrecadação dos municípios e, paralelamente,
ser duplamente um polo universitário e fragmento de Unidade de
Conservação Estadual, com ações regionais expressivas.
Ainda com relação à expressividade regional e às ações univer-
sitárias de Ensino, Pesquisa e Extensão, promover, apoiar e incenti-
var ações esportivas, culturais e artísticas, as quais sejam vocacio-
nalmente adequadas ao NEIG-UFF e bem estruturadas em um plano
gestor, beneficiará todos os segmentos institucionais e a sociedade,
incluindo os índices de desenvolvimento humano regional (IDH).
Faz-se importante enfatizar nestas palavras finais, que a pre-
sente obra traz à discussão questões de forma majoritariamente
introdutória, e se as questões aqui apontadas forem consideradas e
aprofundadas, em parte ou em seu conjunto, o trabalho terá alcan-
çado uma dimensão não absoluta ou necessariamente explícita na
sua estrutura acadêmica. Talvez, esta dimensão seja o prazer de ver
alunos contentes em atividades além-muros. Não poderia a mesma
estar dissociada do intento de motivar, sensibilizar e agregar estu-
dantes, pesquisadores, técnicos e sociedade em geral, na construção
do conhecimento e de uma sociedade com mais oportunidades, me-
lhores condições de vida e melhoras nas relações de todos nós com o
ambiente que nos cerca e os seres que o habitam.
- 68 -
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
- 69 -
______. Parides ascanius: nossa borboleta-da-praia que se vai... Informativo Louco por Ani-
mais, Rio de Janeiro, v.55, p. 4, 2010b.
BRUNO, S.F.; BARD, V.T. Exóticos invasores: bioinvasores selvagens introduzidos no estado do
Rio de Janeiro e suas implicações. 2. ed. Niterói: Eduff, 2016.
BRUNO, S.F.; BRANDES, F. Restinga: Bedrohter Lebensraum des Restinga-Ameinsen-
fängers. Mitteilungen der Zoologischen Gesellschaft für Arten- und Populationsschutz e. V., v.
2, p. 4-5, 2009.
BRUNO, S.F.; MELLO, A.L.G.D. Galeria Bichos Ameaçados: Borboleta-da-praia (Parides as-
canius). Revista Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, p. 13-16, 2010.
BUENO, C. et al. APA da Serra de Sapiatiba: Projeto Conhecer para Preservar. 2. ed. Iguaba
Grande: IPEDS, 2007.
CAVALCANTI, A.C.S. Florística de uma área de restinga associada à ocorrência de Formicivora lit-
toralis (Aves, Thamnophilidae) na APA Massambaba/RJ. 2010. Trabalho de Conclusão de Cur-
so (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Santa Úrsula, Rio de Janeiro, 2010.
Disponível em: http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/apa_
massambaba/cavalcanti_2010.pdf. Acesso em: 03 jan. 2018.
CERQUEIRA, R. Mamíferos e restingas. In: PESSÔA, L.M.; TAVARES, W.C; SICILIANO, S.
Mamíferos de restingas e manguezais do Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Masto-
zoologia; Museu Nacional, 2010.
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1980.
CORRÊA, A. Presidente do INEA anuncia mudanças no ICMS Ecológico. Deputado Esta-
dual André Corrêa - Notícias, 8 mar. 2017. Disponível em: https://www.andrecorrea.com.br/
realizacoes/secretario/presidente-do-inea-anuncia-mudancas-no-icms-ecologico. Acesso
em: 19 maio 2018.
FERNANDES, R.M. O esporte a vela e suas políticas públicas na Costa do Sol: a visão de um
velejador. In: MOTTA, A.; TERRA, R. (orgs.). Esporte, lazer e políticas públicas na Região dos La-
gos. Rio de Janeiro: iVentura, 2011.
FILGUEIRAS, T.S. et al. Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos
qualitativos. Cadernos de Geociências IBGE, v. 12, n. 4, p. 39-43, 1994.
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – FAPERJ, Pro-
jeto produz camarão em áreas desativadas. Faperj, 15 ago. 2002. Disponível em: http://www.
faperj.br/?id=2848.3.8. Acesso em: 02 jan. 2018.
FUSARO, S. Aspetti di biologia riproduttiva di alcune specie di uccelli di due aree protette brasiliane
di Cerrado e di Mata Atlantica. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Laurea Specialistica in
Scienze della Natura) - Università degli Studi di Padova, Padova, 2009.
FUSARO, S.; NAVEGANTES, A.Q.; BRUNO, S.F. Notas sobre a reprodução de Hydropsalis
torquata (Aves: Caprimulgidae) no Núcleo Experimental de Iguaba Grande - UFF, RJ In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 27., 2010, Belém, PA. Anais... Belém, 2010.
GONZAGA, L.P.; PACHECO, J.F. Two new subspecies of Formicivora serrana (Hellmayr)
from southeastern Brazil, and notes of type locality of Formicivora deluzae Ménétries. Bul-
letin of the British Ornithologists’Club, v. 110, n. 4, p. 187-193, 1990.
IBRAIMO, M.M. et al. Gênese e Micromorfologia de solos sob vegetação xeromórfica (Caa-
tinga) na Região dos Lagos (RJ). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 28, p. 695-712, 2004.
ICMS ECOLÓGICO, 2018. Disponível em: http://www.icmsecologico.org.br/site/index.
php?option=com_content&view=article&id=77&Itemid=77. Acesso em: 11 jun. 2018.
- 70 -
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBIO.
Leontopithecus caissara – Mico-leão-de-cara-preta. ICMBio, 2018. Disponível em: http://
www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7205-mamiferos-leon-
topithecus-caissara-mico-leao-da-cara-preta. Acesso em: 19 maio 2018.
INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – INEA/RJ.
Comissão Estadual de Controle Ambiental. Deliberação CECA/CN nº 4.512, de 01 de outubro de
2004. Institui o Plano Diretor e cria o Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental – APA
da Serra de Sapiatiba. Disponível em: http://www.inea.rj.gov.br/cs/groups/public/docu-
ments/document/zwew/mde4/~edisp/inea0018773.pdf. Acesso em: 12 jun. 2018.
______. Portaria INEA/DIBAP nº 04 de 22 março de 2010. Estabelece o Conselho Consultivo da
Área de Proteção Ambiental da Serra de Sapiatiba. Disponível em: http://www.inea.rj.gov.
br/cs/groups/public/@inter_dibap/documents/document/zwew/mti1/~edisp/inea0125609.
pdf. Acesso em: 11 jun. 2018.
______. GEOInea: base de dados espaciais. S.d. Disponível em: https://inea.maps.arcgis.
com/apps/MapSeries/index.html?appid=00cc256c620a4393b3d04d2c34acd9ed. Acesso
em: 17 jun. 2018.
JORNAL GGN. Carlos Drummond de Andrade defende o Código Florestal. Jornal GGN, 09
maio 2011. Disponível em: https://jornalggn.com.br/blog/gustavo-belic-cherubine/carlos-
-drummond-de-andrade-defende-o-codigo-florestal. Acesso em: 20 jun. 2018.
LACERDA, L.D.; ESTEVES, F.A. Restingas brasileiras: quinze anos de estudo. In: ESTEVES,
F.A.; LACERDA, L.D. (eds.). Ecologia de restingas e lagoas costeiras. Macaé: Núcleo de Pesquisas
Ecológicas de Macaé, 2000.
LAMEGO, A.R. O homem e a restinga. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do I.B.G.E., 1946.
LIMA-GREEN, A.P. Análise político-institucional da gestão das águas na Bacia Lagos São João, RJ.
2008. Dissertação (Mestrado Profissional em Engenharia Ambiental) –Universidade do Es-
tado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
LOPES, R.S.; ABRAHÃO, J. (orgs.). Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlân-
tica de Iguaba Grande. Rio de Janeiro: Secretaria de Estado do Ambiente, 2017.
LORINI, M.L.; PERSSON, V.G. Nova espécie de Leontopithecus Lesson, 1840, do sul do Brasil
(Primates, Callitrichidae). Boletim do Museu Nacional, n. 338, p. 1-14, 1990.
LUCENA, F.P. et al. A pesca de currais para peixes no litoral de Pernambuco. Bol. Téc. Cient.
CEPENE, v. 19, n. 1, p. 93-102, 2013.
MACIEL, N.C. A fauna da restinga do Estado do Rio de Janeiro: passado, presente e futuro.
Proposta de preservação. In: LACERDA, L. D. et al. (eds.). Restingas: origem, estrutura, pro-
cessos. Niterói: CEUFF, 1984, p. 285-304.
MARTINS, A.R. Herpetofauna do Núcleo Experimental de Iguaba Grande (NEIG-UFF), RJ. 2009.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Federal
Fluminense, Niterói, 2009.
MARTINS, A.R.; BRUNO, S.F.; NAVEGANTES, A.Q. Herpetofauna do Núcleo Experimental
de Iguaba Grande (UFF), Rio de Janeiro: estudo preliminar. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE HERPETOLOGIA, 4., 2009, Pirenópolis. Anais... Pirenópolis, 2009.
MARTINS, A.R.; BRUNO, S.F.; VECCHI, M.B. Oxyrhopus petola digitalis (NCN), PREDA-
TION. Herpetological Review, v. 41, p. 370-371, 2010.
MARTINS, A.R.; SILVEIRA, A.L.; BRUNO, S.F. Uma nova espécie de Tantilla (Serpentes, Co-
lubridae) do Rio de Janeiro, Brasil e seu estado de conservação. In: CONGRESSO BRASILEI-
RO DE HERPETOLOGIA, 4., 2009, Pirenópolis. Anais... Pirenópolis, 2009.
- 71 -
MARTINS, A.R.M.; BRUNO, S.F.; NAVEGANTES, A.Q. Herpetofauna do Núcleo Experimen-
tal de Iguaba Grande (UFF), Iguaba Grande, Rio de Janeiro In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE ZOOLOGIA, 27., 2010, Belém, PA. Anais... Belém, 2010.
MARTINS, A.R.M.; SILVEIRA, A.L.; BRUNO, S.F. Novos registros geográficos de Typhlops
Brongermianus Vanzolini, 1976 (Squamata, Serpentes, Typhlopidae) no Sudeste do Brasil.
In: SIMPÓSIO NACIONAL DE TAXONOMIA E BIODIVERSIDADE, 2009, Rio de Janeiro, RJ.
Anais... Rio de Janeiro, 2009.
______. New records of Typhlops brongersmianus (Serpentes, Typhlopidae) in southeastern
Brazil. Herpetology Notes, v.3, p. 247-248, 2010.
MATTOS, J.C.F. Distribuição, abundância populacional e caracterização do habitat de Formicivora
littoralis (Aves: Thamnophilidae). Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) – Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
MOREIRA-TURCQ, P.F. Impact of a low salinity year on the metabolism of a hypersaline
coastal lagoon (Brazil). Hydrobiologia, v. 429, p. 133-140, 2000.
MORI, S.A. et al. Manual de manejo de herbário fanerogâmico. 2. ed. Ilhéus: Centro de Pesquisas
do Cacau, 1989.
MUEHE, D. Lagoa de Araruama: geomorfologia e sedimentação. Cadernos de Geociência
IBGE, v. 10, p. 53-62, 1994.
NAVEGANTES, A.Q. Distribuição espacial e uso de habitat do Formigueiro-do-litoral (Aves: Tamno-
philidae) no Núcleo experimental de Iguaba Grande - NEIG-UFF, RJ. 2009. Trabalho de Conclusão
de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal Fluminense, Niterói,
2009. Disponível em: http://www.uff.br/biodiversidade/images/stories/arquivos/formi-
gueiro/Monografia_Amanda_Navegantes-Graduao-Bacharel_em_Biologia_Marinha_2009.
pdf. Acesso em: 03 jan. 2018.
NAVEGANTES, A.Q. et al. Distribuição Espacial de Formicivora littoralis (Thamnophilidae)
no Núcleo Experimental de Iguaba Grande (NEIG)-UFF. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ORNITOLOGIA, 17., 2009, Aracruz, ES. Anais... Aracruz, 2009.
______. Habitat selection of the Restinga antwren Formicivora littoralis (Thamnophilidae)
in a coastal fragment of Rio de Janeiro State Southeastern Brazil. In: INTERNATIONAL
ORNITHOLOGICAL CONGRESS, 25., 2010, Campos do Jordão, SP. Proceedings… Campos
do Jordão, 2010a.
______. Distribuição espacial do Formigueiro-do-litoral (AVES: Thamnophilidae) no Núcleo
Experimental de Iguaba Grande - UFF, RJ. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA &
PRÊMIO UFF VASCONCELLOS TORRES DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 20., 2010, Niterói,
RJ. Anais... Niterói, 2010b.
______. Biologia reprodutiva de Hemitriccus nidipendilus (Aves: Rhinchocyclidae) no Nú-
cleo Experimental de Iguaba Grande - UFF, RJ. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ORNITO-
LOGIA, 2011, Cuiabá, MT. Anais... Cuiabá, 2011a.
______. Descrição do ninho, ovo e ninhego de Aramides mangle (Aves: Rallidae) no Núcleo
Experimental de Iguaba Grande - UFF, RJ. CONGRESSO BRASILEIRO DE ORNITOLOGIA,
2011, Cuiabá, MT. Anais... Cuiabá, 2011b.
NAVEGANTES, A.Q.; FUSARO, S.; BRUNO, S.F. Biologia reprodutiva de Thamnophilus
ambiguus (Aves: Thamnophilidae) no Núcleo Experimental de Iguaba Grande - UFF, RJ In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 27., Belém, PA. Anais... Belém, 2010.
NAVEGANTES, A.Q.; MARTINS, A.R.; BRUNO, S.F. Fortführung der Untersuchungen zu Bio-
logie und Schutz des Restinga-Ameisenfängers sowie zur lokalen Herpetofauna. Mitteilun-
gen der Zoologischen Gesellschaft für Arten- und Populationsschutz e. V., v. 27, n. 1, p. 16-17, 2011.
- 72 -
PATRO, R. Iuca-gigante – Yucca gigantea. Jardineiro.net, 12 ago. 2013. Disponível em: https://
www.jardineiro.net/plantas/iuca-gigante-yucca-gigantea.html. Acesso em: 12 jun. 2018.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO – PNUD. Atlas do De-
senvolvimento Humano no Brasil 2013. Brasília: PNUD; Ipea; FJP, 2013a. Disponível em: http://
atlasbrasil.org.br/2013/pt/o_atlas/idhm/. Acesso em: 29 maio 2018.
______. O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. PNUD Brasil, 2013b. Disponível em:
http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/iguaba-grande_rj. Acessado em: 28 maio 2018.
QUINTANILHA, L.G. Inventário florístico no Núcleo Experimental Iguaba Grande da Universidade
Federal Fluminense, Iguaba Grande, Rio de Janeiro, Brasil. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Biologia) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014.
RIO DE JANEIRO (Estado). Decreto estadual nº 15.136, de 20 de julho de 1990. Cria Área de Prote-
ção Ambiental da Serra de Sapiatiba (APA-Sapiatiba), no município de São Pedro da Aldeia.
Disponível em: http://www.inea.rj.gov.br/cs/groups/public/documents/document/zwew/
mde4/~edisp/inea0018636.pdf. Acesso em: 11 jun. 2018.
______. Lei nº 5100 de 04 de outubro de 2007. Altera a lei nº 2644, de 27 de dezembro de 1996, que
trata da repartição aos municípios da parcela de 25% do produto de arrecadação do ICMS,
incluindo o critério de conservação ambiental. Disponível em: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/
contlei.nsf/f25571cac4a61011032564fe0052 c89c/edd5f699377a00078325736b006d4012?Open-
Document. Acesso em: 19 maio 2018.
______. Secretaria de Estado do Ambiente. Decreto estadual nº 41.612, de 23 de dezembro de 2008.
Dispõe sobre a definição de restingas no Estado do Rio de Janeiro e estabelece a tipologia e
a caracterização ambiental da vegetação de restinga. Disponível em: http://www.mma.gov.
br/port/conama/processos/CC585749/O fRJ.pdf. Acesso em: 03 jan. 2018.
______. Decreto nº 41.730, de 05 de março de 2009. Aprova o Plano de Manejo da Área de Pro-
teção Ambienta da Serra da Sapiatiba - APA da Serra da Sapiatiba. Disponível em: http://
arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/legislacao/Decreto_Estadual_41730_09.pdf. Aces-
so em: 01 out. 2017.
______. Secretaria de Estado do Ambiente. Site institucional. 2011.
______. Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, ano XL, nº 220, 26 nov. 2014.
______. Secretaria de Estado de Cultura. Mapa de cultura de Iguaba Grande. Mapa de Cul-
tura, 2018. Disponível em: http://mapadecultura.rj.gov.br/cidade/iguaba-grande. Acesso
em: 19 jun. 2018.
______. Secretaria de Estado do Ambiente. Ambiente: ICMS Ecológico. Secretaria de Esta-
do do Ambiente, S.d. Disponível em: http://www.rj.gov.br/web/sea/exibeconteudo?article-
-id=164974. Acesso em: 19 maio 2018.
RIZZINI, C.T. Tratado de fitogeografia do Brasil, v. 2: aspectos ecológicos. São Paulo: Huci-
tec; Edusp, 1979.
SÁ, C.F.C. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo
Frio, RJ. 2006. Tese (Doutorado em Ecologia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2006.
SAAD. A.A. Composição, distribuição espacial, dinâmica de populações e estatística pesqueira na la-
goa hipersalina de Araruama, RJ. 2003. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) – Universida-
de Federal de São Carlos, São Carlos, 2003.
SAMPAIO, D. Restinga. In: SAMPAIO, D. et al. (orgs.). Árvores de Restinga: guia de identifica-
ção. Rio de Janeiro: Neotrópica, 2005, p. 25-30.
- 73 -
SILVA, C.S.G. As restingas como áreas de preservação permanente (APP): aspectos técnicos
e legais. Revista Jus Navigandi, Teresina, v. 21, n. 4.833, 24 set. 2016. Disponível em: https://
jus.com.br/artigos/50685. Acesso em: 3 jan. 2018.
SILVA, R.J. Iguaba Grande: dos Tupinambás à emancipação. Rio de Janeiro: Livre
Expressão, 2008.
SOUZA, G.S. Tratado descritivo do Brasil em 1587. Belo Horizonte: Itatiaia, 2001.
TEIXEIRA, V.M.L. A cidade e a lagoa: memória e identidade urbana em Araruama. 2006. Dis-
sertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2006.
THEBALD, M. Dinâmica da população de camarões da Lagoa de Araruama. 1997. Dissertação
(Mestrado em Ecologia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1997.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TCE. Secretaria Geral de Pla-
nejamento. Estudos socioeconômicos 2003: Iguaba Grande. Rio de Janeiro, out. 2003.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR. Laboratório de Proteção Florestal. Pre-
venção de Incêndios Florestais. Universidade Federal do Paraná, 2018. Disponível em: http://
www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/prevencao.html. Acesso em: 12 jun. 2018.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF. NPL 04.02.1976. Escritura de Compra e
Venda. Imóvel situado em São Pedro da Aldeia, RJ, no lugar denominado “Ponta da Farinha”,
ocupado pelo Núcleo Experimental de Iguaba. Niterói, 1976.
______. Fazenda Escola, Hospital Veterinário e Núcleo Experimental de Iguaba. UFF, 05
mar. 2017. Disponível em: http://www.uff.br/?q=fazenda-escola-hospital-veterinario-e-nu-
cleo-experimental-de-iguaba. Acesso em: 30 set. 2017.
______. Apresentação. UFF, 2018. Disponível em: http://www.uff.br/?q=apresentacao. Aces-
so em: 13 jun. 2018.
UFF IMAGEM. NEIG - Outubro/2012. S.d. 1 vídeo (9min32). Disponível em: https://www.you-
tube.com/watch?v=T4jkRxTbf0o. Acesso em: 30 set. 2017.
VECCHI, M.B; ALVES, M.A.S. New records of the Restinga antwren Formicivora littoralis
(Aves, Thamnophilidae) in the state of Rio de Janeiro, Brazil: inland extended range and
threats. Brazilian Journal of Biology, v. 68, n. 2, p. 391-395, 2008.
- 74 -
A obra de Sávio Freire Bruno perpassa por tantos cam-
pos de ação que seria difícil enquadrá-la em um só
tema. Não poderia ser diferente, pela característica
multiprofissional e multidisciplinar do autor, demon-
strada através da imensa vastidão de seu conhecimento
teórico e prático. Dados técnicos nas áreas da Biologia,
Medicina Veterinária, Geografia entre outros saberes se
entrelaçam em uma deliciosa narrativa histórica, que in-
stiga o leitor da primeira à última página. Além disso, o
autor nos presenteia com belíssimas ilustrações da flora
e fauna locais e com uma importante revisão bibliográfi-
ca. Não há dúvida de que a obra revela um local precio-
so, sede de tantas oportunidades na prática das ciências
acadêmicas. Entretanto, mais do que isso, é um convite
à responsabilidade social de preservação de um espaço
absolutamente relevante para a história da Faculdade
de Veterinária, da Universidade Federal Fluminense, dos
municípios de Araruama, Iguaba Grande e São Pedro da
Aldeia e do próprio estado do Rio de Janeiro.