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FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA – FACINTER

ANTONIO CARLOS MANAIA DE SOUZA – RU: 412037 – T: 2009/01

A Literatura na Educação Infantil para Formar Leitores

Rio de Janeiro
2012
FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA – FACINTER

ANTONIO CARLOS MANAIA DE SOUZA – RU: 412037 – T: 2009/01

A Literatura na Educação Infantil para Formar Leitores

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade Internacional de
Curitiba como requisito parcial para
obtenção do Título de Pedagogo.

Rio de Janeiro
2012
DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a todos os professores e alunos, que mesmo apesar


de todas as dificuldades que a vida oferece se esmeram, se esforçam e avançam.
Investindo vigor e tempo, na busca incessante do aperfeiçoamento profissional, pois
encarnam o perfil de estudante permanente que todo o educador deve apresentar.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus meu Senhor, que me fortaleceu e me deu


condições para chegar até aqui. Sem Ele nada posso fazer! A minha amada esposa,
fiel ajudadora e mulher valorosa, ao meu filho Davi que fez com que eu me sentisse
criança de novo; também aos meus amigos de curso, minha tutora e a todos os
professores que me ajudaram na apropriação de conhecimentos tão importantes e
pertinentes para a minha formação profissional.
Muito obrigado a todos!
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EPÍGRAFE

“Quando os olhos percorrem os múltiplos horizontes, o homem se depara com


perguntas sem fim e a exigência interior de criar respostas, o que não acontece
jamais, se não houver leitura.” (COSTA, 2006, p. 13).
“Ser um leitor competente, como descrevemos, é saber valer-se desse objeto
da cultura dentro e fora do lar, da escola, da biblioteca, dos demais espaços de
leitura.” (AGUIAR, 1986, p. 159).
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 6
2. A LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA FORMAR LEITORES 11
3. METODOLOGIA 23
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 25
REFERÊNCIAS 31
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1. INTRODUÇÃO

A consolidação de um sujeito que saiba fazer valer o pleno exercício de sua


cidadania passa invariavelmente pelo poder de ler e interpretar textos. E é inspirado
neste poder, nesta ação e nesta capacidade, que apresentamos este trabalho de
conclusão de curso. Pois o mesmo apresenta reflexões e análises sobre a leitura de
livros de história na Educação Infantil, com o intuito de formas leitores.
Nos dias de hoje, não é difícil encontrarmos pessoas com dificuldades para
ler e interpretar textos. Seja em um simples enunciado na parede de uma padaria,
ou em uma notícia complexa sobre a economia do país em algum jornal de grande
circulação do país.
Também não é difícil encontrarmos o desapego e a total falta de prazer na
prática da leitura por parte de muitas pessoas. Daí a gente começa a formular
algumas questões, como: Onde estaria o problema? E qual seria a solução?
Passamos então a nos debruçar sobre estas e muitas outras questões para
delimitarmos a problemática que nortearia a pesquisa.
De acordo com o princípio mais elementar da pesquisa, que é fazer com que
tomemos uma atitude diante de um problema. Surgiu a necessidade de que
precisávamos de fundamentações sólidas para poder obter respostas consistentes
aos nossos questionamentos.
Chegamos então até duas autoras de grande importância na Teoria da
Literatura Infantil: Vera Teixeira de Aguiar e Marta Moraes da Costa. Que muito
antes de nós nos interessarmos sobre este assunto já se dedicavam a questão da
formação de leitores.
Na verdade, muitos outros autores-pesquisadores e profissionais da
educação de modo geral, se preocuparam e passaram a reflexionar e a tecer teorias
que ajudassem na solução de formar leitores competentes em nosso país.
Após todo esse processo inicial da pesquisa, chegamos à seguinte
problemática: “Quais as concepções das autoras Marta Moraes da Costa e Vera
Teixeira de Aguiar, Para o uso da Literatura na Educação Infantil para formar
leitores?”.
Mas, porque estas autoras?
Talvez o fator de inspiração para o tema desta pesquisa esteja no ano de
2009, quando nós estudantes de pedagogia tivemos a oportunidade de estudar a
7

UTA: Infância e Ludicidade. Nesta Unidade Temática de Aprendizagem, tivemos


uma disciplina muito interessante denominada: “Metodologia do Ensino da Literatura
Infantil”, ministrada pela eficientíssima professora Isis Moura Tavares.
As aulas estavam baseadas no livro de mesmo nome da disciplina. Cuja
autora é a já citada, Marta Morais da Costa, e que faz várias citações da outra
também citada autora, Vera Teixeira de Aguiar.
A partir daí e juntamente com a necessidade de projetarmos uma pesquisa
para um trabalho de conclusão de curso, resolvemos ler todos os livros que as
autoras publicaram e que tinham como objetivo o uso da literatura infantil para a
formação de leitores.
Estas renomadas autoras, relatam em suas obras as várias e incessantes
pesquisas, em várias salas de aulas de muitas regiões do Brasil e em outras partes
do mundo afora, a fim de criar fundamentações sólidas para o Ensino da Literatura
Infantil com esse objetivo nobre de formar leitores.
Estas pesquisadoras, com o apoio é claro, de vários outros teóricos, (movidos
pelo desejo profundo de ver um país mais leitor) chegaram à conclusão de que a
leitura de livros de literatura infantil para crianças pequenas no ambiente escolar é
uma tremenda ferramenta no auxílio à formação de leitores.
E assim durante décadas de trabalho duro, várias teorias foram elaboradas
nestas pesquisas, a fim de que a prática docente pudesse ser alicerçada e
aperfeiçoada em tais teorias com o objetivo maior de estimular nos pequeninos o
prazer da leitura.
Pois, empiricamente e também através de comprovações científicas,
sabemos que muitas práticas que temos na fase adulta, foram construídas enquanto
éramos crianças.
Portanto a fim de respondermos ao problema anteriormente exposto, nos
lançamos a conhecer estes pressupostos teóricos tão ricos e encorajadores que as
duas autoras supracitadas nos deixaram como lastro através das suas obras
literárias. Possibilitando-nos assim mergulhar nas suas ideias, teorias e
conhecimentos acumulados ao longo de anos de pesquisa.
Tudo isso para que a caminhada, de todo o profissional da educação
realmente comprometido com ela, rumo ao sublime objetivo de formar leitores
competentes logre bom êxito. Uma vez que a principal razão de ser da escola é o de
ensinar a ler e escrever.
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O objetivo geral do presente trabalho é analisar e refletir sobre a concepção


das autoras Marta Moraes da Costa e Vera Teixeira de Aguiar, para o uso da
literatura na Educação Infantil para formar leitores.
Especificamente o trabalho tem os objetivos de entender a concepção das
autoras quanto à importância da formação de leitores, também de conhecer as
definições, as finalidades, os benefícios e a forma apropriada de utilização da
Literatura Infantil na escola e finalmente, compreender o que se pode tencionar em
longo prazo com a leitura de Literatura na Educação Infantil. Tudo isso segundo as
compreensões das autoras em questão.
O presente trabalho de modo particular se revestiu de grande importância
para a nossa formação, pois a cada passo da pesquisa, aumentava a nossa
compreensão e a conscientização da responsabilidade de um profissional da
educação nos dias de hoje, ou seja, um profissional que lance um novo olhar sobre
a prática pedagógica, que se reinvente, que se refaça, que ouse.
Sobretudo que saiba se apropriar com habilidade e criatividade dos variados
métodos, para que a educação se cumpra. Afinal, o desejo de um professor não
pode ser o de apenas, que seus alunos aprendam a ler, escrever e fazer contas.
Mas que ajudemos a formar leitores competentes. Leitores que saibam ler o mundo
nas entrelinhas de cada enunciado.
Ajudar a formar cidadãos que manejem bem a habilidade de ler e escrever,
para que vivam bem no mundo. Cidadãos que interajam, opinem, ajudem a quebrar
paradigmas e transformem a sua realidade.
Portanto este trabalho tem grande relevância para nós, pois nos fez
compreender e nos conscientizou que se faz necessário emergir um
professor/formador de leitores.
Este trabalho de modo específico pode até servir como uma exortação para
todos os profissionais educacionais e em especial aos da Educação Infantil e anos
iniciais da Educação Fundamental, para que se sintam motivados a se
aperfeiçoarem numa prática pedagógica comprometida com o ideal da consolidação
de uma sociedade democrática, onde os direitos e deveres de cada cidadão no
próprio exercício da cidadania sejam em fim respeitados, e que, para tanto e,
portanto formem cada vez mais leitores competentes.
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Nossa metodologia adotada tem delineamento de cunho bibliográfico com


autores de linha epistemológica dialética. Quanto ao tipo de pesquisa é de natureza
exploratória, com abordagem qualitativa.
O primeiro capítulo esta dividido em quatro tópicos, que nos ajudaram a
compreender todos os pressupostos envolvidos e o próprio desenvolvimento da
pesquisa nos levou a essas divisões.
No primeiro tópico apresentamos a importância de formar leitores, pois em um
mundo cercado por palavras e sinais de toda sorte, se faz necessário que as
pessoas saibam usar de forma adequada o uso da interpretação de tais signos.
Tratamos também de comunicação, linguagem e lançamos mão de um
indicador do INAF, para analisarmos a evolução da alfabetização no Brasil. O
indicador apresentado verificou a evolução da alfabetização dos brasileiros entre 15
e 64 anos de idade do ano de 2001 até 2009. Inclusive, até o fechamento deste
trabalho ainda não tinha sido publicado nenhum indicador mais recente.
No segundo tópico nossa pesquisa focou mais a Literatura Infantil
propriamente dita. Buscamos definições e conceitos sobre ela, os objetivos que
fundamentam o seu uso na sala de aula, que entre outras coisas é o de contribuir
para o desenvolvimento psicológico da criança, beneficiando assim a sua linguagem.
No terceiro tópico buscamos entender como utilizar de maneira eficiente à
Literatura Infantil a fim de formar leitores e chegamos a conhecimentos importantes
tais como, conhecer e compreender o desenvolvimento e a aprendizagem da
criança, as fases do leitor e as teorias do desenvolvimento elaboradas por Vygotsky
e Piaget. Lembrando que cada tópico buscou ser fundamentado nas concepções
das autoras citadas.
No quarto e último tópico, nossa pesquisa foi influenciada a lançar o olhar
para o futuro. E fomos levados a pensar sobre, o que um trabalho com Literatura na
Educação Infantil pode almejar? E nesse momento as autoras nos fazem navegar
em águas tranquilas e turbulentas, parece estranho não é? Mas, sabemos o quão
espinhoso e maravilhoso é o ato de educar.
As diletas autoras nos abrem os olhos para enxergarmos as possibilidades de
formarmos um cidadão pleno e consciente dos seus direitos e deveres, afetivo e
sensível para com as necessidades do outro e respeitador do seu próximo.
Portanto o simples ato de contar uma história infantil fará um trabalho por
demais complexo, pois ajudará a alguém no futuro a ser um leitor proficiente que
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bem decodificará a palavra e por isso terá condições de bem interpretar o mundo,
atingindo assim uma melhor condição para nesse mundo viver bem.
Finalmente no segundo e último capítulo descrevemos os procedimentos que
foram seguidos na realização da pesquisa. Apresentamos a linha epistemológica, o
tipo de pesquisa, sua natureza, seu delineamento e sua abordagem.
Esperamos neste trabalho que, os prezados professores tenham um
prazeroso tempo de leitura, tanto quanto tivemos para construí-lo.
11

2. A LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA FORMAR LEITORES.

Apresentamos a seguir os resultados da pesquisa que tornou possível a


realização deste trabalho de conclusão de curso. Para tanto, buscamos responder a
quatro perguntas pertinentes ao tema: qual a relevância na formação de leitores?
Quais as definições, os objetivos e os benefícios da Literatura Infantil? Como usá-la
adequadamente? E finalmente, o que um profissional da educação pode almejar
com a formação de leitores através da Literatura Infantil?
Vale ressaltar que estas perguntas nasceram da problemática principal e que
gerou todo este estudo: “Quais as concepções das autoras Marta Moraes da Costa e
Vera Teixeira de Aguiar, Para o uso da Literatura na Educação Infantil para formar
leitores?”.
Portanto buscaremos responder a estes questionamentos a partir do
entendimento das citadas autoras, reforçado por demais autores que colaboram e
ampliam a compreensão deste assunto.
2.1. A FORMAÇÃO DO LEITOR. QUAL A RELEVÂNCIA?
O gênesis do nosso assunto está no valor que devemos dar à nossa
capacidade de comunicação. É verdade! A comunicação é um dom maravilhoso
que Deus concedeu aos homens, e para sua efetivação lançamos mão das
linguagens. Aguiar (1988, p. 9) diz que “É através da linguagem que o homem se
reconhece como humano, pois pode se comunicar com os outros homens e trocar
experiências”.
Aprendemos que a linguagem, tanto a oral quanto a verbal, é um meio de
transmitir as ideias, os conhecimentos acumulados, hábitos práticos, experiência de
vida de uma geração para outra e promover a educação das novas gerações.
A forma como adquirimos a linguagem oral é maravilhosa, alguns estudiosos
da linguagem, médicos e filósofos chegam à conclusão de que é milagrosa. Pois,
nas várias teorias que formularam, não conseguem chegar definitivamente a uma
resposta para explicar a forma como se dá a sua aquisição.
No entanto a linguagem verbal se configura em uma ferramenta essencial
para que as informações e os conhecimentos se tornem registráveis, conferindo
assim confiabilidade e fidelidade. Portanto a habilidade de ler e escrever se torna
fundamental.
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Aguiar (1988, p. 9) diz que, “A linguagem verbal é, dentre as formas de


expressão e comunicação, a mais utilizada pelo homem. Pode-se afirmar, mesmo,
que todas as linguagens humanas são repassadas pela palavra”. Kupstas et tal.
(1997, p. 23), dizem que “a escrita tornou-se a espinha dorsal do desenvolvimento
das civilizações”.
Costa (2006, p. 126) nos faz refletir um pouco mais quando diz que: “o papel
do estudo aliado à linguagem é fundamental para a sobrevivência física, individual e
social”.
Sabemos que a comunicação feita através da escrita e leitura, precisa ser
aprendida, não nascemos sabendo ler e escrever. Chegamos então na educação,
que acontece na família, na sociedade e na escola.
E a esse respeito o que diz a nossa Carta Magna de 1988?

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (CF. BRASIL, 1988) Grifo
nosso.

De acordo com a constituição a educação é um direito e um dever que tem


por objetivo desenvolver plenamente o indivíduo para exercer a sua cidadania e se
qualificar para o trabalho. A fim de viabilizar o que diz a lei temos a educação básica,
e não somente isso, mas também leis e diretrizes que regem a própria educação
nacional, ou seja, a LDBEN 9.394/96.
A LDB no capítulo II, que trata da educação básica, no artigo 22, nos diz o
seguinte:

Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o


educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho
e em estudos posteriores. (LDBEN, BRASIL, 1996) grifo nosso.

Igualmente necessário apresentar o que o art. 32 no capud I desta mesma lei


trata: “I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo”. (grifo nosso).
Pois bem, analisando as leis percebemos que a CF cuida em traçar linhas
gerais da educação e por sua vez a LDB trata das linhas específicas, apresentando
a educação básica como o caminho para fazer valer a CF. E no cerne de tudo isso
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esta os anos iniciais da educação, com a responsabilidade de ajudar na formação de


cidadãos do bem e que saibam fazer com que a lei se torne viva na vida de todos os
brasileiros.
Chegamos então na alfabetização, que é o meio pelo qual as pessoas se
capacitam para ler e escrever, uma vez que vivemos em um mundo de palavras, há
que instrumentalizar as pessoas para decifrar tais palavras.
Pois, diferente da linguagem oral em que a criança aprende no convívio
social, a capacitação da leitura e escrita depende de alguém que ensine à criança a
se apropriar dessas habilidades. Esse alguém normalmente é o professor e
geralmente em uma escola, cujo objetivo principal é ensinar a ler e escrever. Parece
simples, mas é muito complexo. Tanto que ambos (escola e professores) têm
encontrado dificuldades para cumprir este objetivo e por consequência não se
consegue garantir o que está exposto na Constituição Federal e na LDB.
Para ampliar nossa reflexão sobre essa dificuldade, recorremos ao Instituto
Paulo Montenegro que há dez anos nos fornece através do INAF (indicador de
alfabetismo funcional) informações sobre as habilidades e práticas de leitura, escrita
e matemática dos brasileiros entre 15 e 64 anos de idade, de modo a provocar o
debate público, instigar iniciativas da sociedade civil e ajudar na formulação de
políticas nas áreas de educação e cultura.
O quadro abaixo apresenta os indicadores de 2001 até 2009, tornando
possível observarmos as evoluções, involuções e estagnações da população, no
que se refere à alfabetização:
Inaf / BRASIL - Evolução do Indicador de Alfabetismo
População de 15 a 64 anos (%)
2001- 2002- 2003- 2004-
2007 2009
2002 2003 2004 2005
Analfabeto 12 13 12 11 9 7
Rudimentar 27 26 26 26 25 21
Básico 34 36 37 38 38 47
Pleno 26 25 25 26 28 25
Bem, o panorama exposto, nos faz perceber que em 2001 tínhamos um total
de 12% da população entre 15 e 64 anos, analfabeta, ou seja, pessoas que não
conseguem realizar tarefas simples que envolvam decodificação de palavras e
frases (INAF, 2009). Positivamente evoluímos, caindo para apenas 7% de
analfabetos em 2009, porém se considerássemos a quantidade de pessoas nesta
faixa etária no país inteiro, ficaríamos estarrecidos com a proporção.
14

O exposto no nível rudimentar apresenta pessoas da faixa etária indicada que


conseguem ler títulos ou frases, localizando uma informação explícita (INAF, 2009).
No quadro em pauta, percebemos uma estagnação de 2002 até 2007 diminuindo
para 21% em 2009. No entanto, vale o mesmo raciocínio anterior e ficaremos
impressionados com os milhões de rudimentares.
O nível básico nos revela que após uma longa estagnação conseguimos em
2009 evoluir para 47% de alfabetizados que conseguem ler e compreender textos de
média extensão e fazer inferências mesmo que pequenas (INAF, 2009). Contudo,
sofrem limitações quando as operações requeridas envolvem maior número de
elementos, etapas ou relações.
No nível pleno temos as pessoas que já não sofrem nenhuma limitação para
ler e compreender textos (INAF, 2009). O fato interessante é que houve uma
teimosa estagnação entre 2001 a 2005, evoluímos um pouquinho em 2007, mas em
2009 retornamos ao ponto de estagnação.
Após a constatação desses indicadores concluímos que 28% da referida
população não consegue chegar ao nível básico da alfabetização, está como que
aprisionada no conceito de analfabeto funcional. Segundo Valle (2011, p. 65) isso é
reflexo de metodologias fragmentadas de alfabetização: “é reflexo, em grande parte,
dos métodos utilizados para alfabetizar e suas fragmentações, bem como das
concepções sobre alfabetização que vigoraram por décadas”.
Costa (2007, p. 9) nos informa que “Os resultados de testes de leitura têm
detectado um estado alarmante de compreensão de textos, de leitura continuada e
de apego aos livros”. Souza (2011) nos traz ainda outra alarmante informação sobre
o assunto:

Na educação superior, encontramos entre os alunos que estão iniciando a


graduação alguns que são professores da educação infantil, porém mal
sabem organizar uma frase concisa e clara, cometem erros ortográficos
inadmissíveis e demonstram unicamente o interesse pela busca imediata de
um diploma de graduação. (SOUZA, 2011, p. 133)

Percebemos que a falta de apego à leitura traz problemas de várias ordens e


que consequentemente refletem na sociedade. Demo (2007, p. 20) inclusive credita
à escola o baixo rendimento alfabetizador, mesmo sabendo que existem problemas
alheios a ela (políticas, pobreza e corrupção): “Mesmo assim, parece-nos claro que
15

a precariedade da alfabetização inicial localiza-se nessa própria instituição, que,


visivelmente, não sabe alfabetizar”. Entretanto o compromisso e a competência do
professor são fatores que ajudam a melhorar o quadro. Moysés (1994, p. 14) ao se
referir ao professor diz que: “Sua competência como profissional da educação, é,
sem dúvida, um dos fatores de maior peso quando se pensa na melhoria da
qualidade do ensino”.
Podemos então por estes motivos compreender a importância da formação do
leitor, pois na falta desta habilidade o indivíduo fica privado de se desenvolver tanto
como pessoa, quanto como profissional.
Portanto o trabalho com a Literatura Infantil na escola poderá ajudar nesta
tarefa. A escola não é o único lugar, mas é nela que encontramos ou que
deveríamos encontrar o espaço privilegiado para o estudo literário. Coelho assenta
esse princípio da seguinte maneira:

Nossa linha de trabalho assenta no princípio de que a escola é, hoje, o


espaço privilegiado, onde deverão ser lançadas as bases para a formação
do indivíduo. E nesse espaço, privilegiamos os estudos literários, pois de
maneira mais abrangente do que quaisquer outros, eles estimulam o
exercício da mente; a percepção do Real em suas múltiplas significações; a
consciência do Eu em relação ao Outro; a literatura-do-mundo em seus
vários níveis e, principalmente, dinamizam o estudo e conhecimento da
língua, da expressão verbal significativa e consciente, - condição sine qua
non para a plena realidade do ser. (COELHO, 1993, p. 15)

Também concordamos com Cardoso, ao sublinhar a tarefa da escola e do


professor no que diz respeito à Literatura Infantil:

É tarefa da escola, principalmente, o estudo aprimorado da Literatura


Infantil, sua divulgação, e o professor – orientador do aprendiz – precisa
estar munido de todos os elementos (conhecimento, domínio das técnicas
literárias). Assim, a criança, em contato com a realidade mágica, poderá
crescer como ser consciente, segura de si e, mais tarde, se afirmar como
ser total, quando lhe caberá o papel de interpretar o mundo do adulto.
(CARDOSO, 1991, p. 14)

De acordo com o exposto percebemos a importância da formação do leitor e


por consequência da escola e do professor dos anos iniciais. Veremos a seguir
dentre outras coisas os benefícios do uso da Literatura Infantil na escola, conforme
as concepções de Aguiar e Costa.
16

2.2. LITERATURA INFANTIL: DEFINIÇÕES, OBJETIVOS E BENEFÍCIOS.


Acreditamos ser importante conhecer as concepções, as definições, as
opiniões, pois estas nos ajudam a olhar as coisas com outros olhos. No caso da
literatura infantil que é o nosso objeto de pesquisa, Aguiar, nos ensina que:

A obra infantil tem sua dimensão artística assegurada quando rompe com o
normativo, com o pedagógico, enfim, com o ponto de vista adulto e, através
de um exercício de qualidade com a linguagem, leva o leitor a uma
abrangente compreensão da existência. (AGUIAR, 2001, p. 17)

Ainda debruçados na autora (2001, p. 18) que desta vez citando Bruno
Bettelheim nos diz que: “Obra infantil é aquela que, enquanto diverte a criança,
oferece esclarecimentos sobre ela mesma, favorecendo o desenvolvimento da sua
personalidade”.
Coelho (1993, P. 14) por sua vez nos faz refletir na tarefa fundamental da
Literatura, principalmente a infantil, na sociedade: “a de servir como agente de
formação, seja, no espontâneo convívio leitor/livro; seja no ‘diálogo’ leitor/texto,
estimulado pela escola”. Aqui mais uma vez a autora reforça a importância da escola
na formação do leitor.
Entendemos então que a Literatura Infantil é um objeto cultural onde seus
textos envolvem (sejam nas crianças ou nos adultos) ao mesmo tempo a emoção e
a razão. O simples ato de ler as histórias (tradicionais ou modernas) vai alimentar o
imaginário da criança produzindo estímulos que desenvolverão sua linguagem.
Costa (2007), fala melhor quando nos ensina que:

A palavra é ação, não surge dela nem é uma representação à parte. Em


consequência, ao tomar contato com a literatura infantil, a criança
aprenderá não apenas a familiarizar-se com a linguagem escrita. Muito mais
do que isso, a criança estará formando o modo de pensar, os valores
ideológicos, os padrões de comportamento de sua sociedade e, em
especial, estará alimentando seu imaginário. (COSTA, 2007, p. 27)

Temos então neste texto alguns objetivos que fundamentam o uso da


Literatura Infantil na sala de aula: a familiarização com a linguagem escrita, a
formação do modo de pensar, os valores ideológicos, padrões de comportamento, e
alimento para a imaginação. Aguiar (2001, p. 37) inclusive diz que “a leitura também
pode contribuir para o desenvolvimento psicológico da criança porque o pequeno
17

leitor está em situação de diálogo com alguém, principalmente com o adulto que faz
às vezes do narrador ou do poeta”. E nesse diálogo a criança vai adquirindo
competência para arrumar a sequência de palavras e assim “organiza o mundo para
si e toma consciência do que sabe, pensa e sente” (AGUIAR, 2001, p. 37).
Em outra obra importante de Aguiar (1988, p. 13) ela nos ensina que “Uma
das necessidades fundamentais do homem é dar sentido ao mundo e a si mesmo e
o livro, seja informativo ficcional, permanece como veículo primordial para esse
diálogo”. Ainda mais, segundo a própria autora (1988, p. 13) “a literatura da conta da
totalidade do real, pois, representando o particular, logra atingir uma significação
mais ampla”.
Por tanto entendemos que ler e contar histórias da literatura infantil para as
crianças dos anos iniciais da educação básica é uma poderosa ferramenta na
formação do leitor. Costa (2007, p. 33) ainda ensina que a Literatura Infantil coopera
“para a formação integral da criança” e a insere na alteridade, muito importante para
perceber e conviver com a diversidade cultural que está em toda parte e
principalmente na escola. Aguiar (2001, p. 77) reforça essa idéia quando ensina que
a literatura infantil “pode conceder ao pequeno leitor a possibilidade de
desdobramento de suas capacidades afetivas e intelectuais, desde que bem-
adaptada às condições da criança”.
A autora Aguiar quando diz ‘desde que bem-adaptadas’, nos dá um gancho
para o nosso próximo assunto que foi imprescindível na nossa pesquisa: Como
podemos usar a literatura infantil de maneira eficiente? Vejamos então às
concepções das autoras.

2.3. LITERATURA INFANTIL. COMO USÁ-LA DE FORMA ADEQUADA E


EFICIENTE PARA FORMAR LEITORES?
Já discorremos anteriormente sobre a dificuldade da escola em ensinar a ler e
a escrever, e que o trabalho com a literatura infantil nas séries iniciais pode
colaborar na formação de leitores, porém precisa ser um trabalho fundamentado em
princípios que vários pesquisadores nos deixaram em suas obras, para que assim
haja a possibilidade de se trabalhar adequadamente e com eficiência.
Tudo tem um princípio e segundo as autoras, o da formação do leitor é
ouvindo histórias. Aguiar (2001, p. 135) diz que, “Primeiro a criança tem que ouvir
18

histórias e poemas para depois ler sozinha”. E arremata informando que esse
princípio vale para acordar o desejo pela leitura.
Aguiar (2001, p. 36) ainda diz que precisamos nos esforçar “para
compreender o desenvolvimento e a aprendizagem da criança”. Costa (2007, p. 101)
a esse respeito, nos informa sobre as fases da leitura: ‘Pré-leitura’, ‘Leitura
compreensiva’ e ‘Leitura interpretativa’. Vamos nos ater no momento, apenas nas
duas primeiras, pois é onde as crianças iniciam sua vida escolar.
A 1ª fase, da pré-leitura, conta com crianças entre 2 a 6 anos. Bamberger
(1986, p. 33) diz que é a “Idade dos livros de gravuras e dos versos infantis”. Aguiar
(2001, p. 53) diz ainda que “a poesia é uma das linguagens mais indicadas para
ativar, no pequeno leitor, a função simbólica”. E justamente os livros com muitas
gravuras, rimas e histórias curtas auxiliarão na aprendizagem da leitura, da
construção dos símbolos e o desenvolvimento da linguagem oral e da percepção,
permitindo “o estabelecimento de relações entre as imagens e as palavras” (COSTA,
2007, p. 102).
Na 2ª fase, o da leitura compreensiva. As crianças estão no momento da
alfabetização, Costa (2007, p. 103) diz que “a motivação pra ler é muito grande e a
escolha recai sobre livros semelhantes aos da etapa anterior, agora decodificados
pelo novo leitor”. Bamberger (1986, p. 34) ensina que é a idade de leitura de
realismo mágico, sendo os contos de fadas os principais, pois representam um
ambiente familiar a elas.
Conhecer essas fases se reveste de tamanha importância, inclusive somos
exortados pelas distintas autoras a estudar as teorias do desenvolvimento
elaboradas por Vygotsky e Piaget.
Por exemplo, em Piaget vamos entender que o desenvolvimento dos
indivíduos se dá em estágios que conforme Valle (2011, p. 25) explica, “serão
sempre sucessivos”. Assim compreenderemos que a criança quando inicia sua vida
escolar, se encontra geralmente na fase pré-conceitual ou pré-operatório. AGUIAR
(2001, p. 54) salienta a importância de sabermos compreender tais estágios, pois,
segundo ela “muitos casos de repetência estão relacionados às dificuldades que a
criança enfrenta para passar do pensamento pré-operatório ao operatório concreto”,
a autora se refere às aprendizagens formais, matemática, a leitura e a escrita. Já em
Vygotsky aprendemos a trabalhar a Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja,
sempre trabalhar a partir do que a criança já sabe.
19

Vale também mencionar as teorias de Emilia Ferreiro, pois nos ajudam a


entender como as crianças aprendem de acordo com os seus níveis de
desenvolvimento, deixando de focar em “como ensinar” para “como aprender”.
Concordamos então com as autoras quando afirmam que o trabalho com a
Literatura Infantil na escola precisa estar adequado ao aluno, “significa escolher
temas, histórias, fatos que estejam de acordo com os interesses e sua capacidade
de compreensão” (AGUIAR, 2001, p. 63).
Costa (2007, p. 88), nos faz entender que o importante não é ensinar
literatura e sim trabalhar com ela, por isso “convém multiplicar a leitura, e não as
atividades”. Também a mediação do professor é imprescindível, “na condução dos
trabalhos em sala de aula e no exemplo que ele dá a seus alunos, lendo e
demonstrando, sempre que possível, a utilidade do livro e o prazer que a leitura traz
para o intelecto e a sensibilidade” (COSTA, 2007, p. 20). Por isso é inadmissível um
professor que não goste de ler. Como o tal poderá formar leitores?
Costa (2006, p. 156) revela que essa mediação é uma tarefa por demais
distinta: “o papel mediador entre o livro e o leitor mirim é um dos mais gratificantes
do desempenho docente”.
Portanto a correta escolha dos livros e sua indicação para a fase apropriada,
a metodologia a ser empregada e o exemplo de professor-leitor que faz a mediação
entre o livro e a criança, definirão a eficiência do trabalho com a Literatura Infantil,
criando assim na sala de aula um ambiente privilegiador da leitura e da escrita. Cabe
aqui citar o que diz Hartmann e Santarosa:

Aprendemos a ler e a escrever nas atividades práticas de leitura e de escrita


que desenvolvemos, da mesma forma que aprendemos a falar falando, a
andar andando, a nadar nadando. Quem não tem oportunidade de ler e
escrever não pode aprender a ler e escrever. (HARTMANN e SANTAROSA,
2011, p. 68)

Finalmente as autoras orientam que o fio condutor para este trabalho deve ser
a ludicidade. Aguiar (1988, p. 26) nos ensina que “a dinâmica do processo literário
concretiza-se na medida do prazer que o trabalho provoca. As atividades lúdicas vão
ao encontro dos interesses da criança”.
A autora ainda compara a leitura com o jogo. E o que pode haver de melhor
para a criança do que o jogo? O jogo aponta para brincadeira, qual criança não ama
20

brincar? A autora (1988, p. 27) enfatiza que o jogo capacita na formação de hábitos
e que “por essas vias, chega-se, por certo, ao hábito da leitura literária, que permite
a multiplicação do prazer, através da experiência sempre recomeçada de viver os
sentidos do mundo em cada texto percorrido”.
Temos ainda em Corsino (2009, p. 60) que “as brincadeiras com as palavras,
como parlendas, cantigas de roda, trava-línguas brincam exatamente com os
campos fonético e semântico da língua”. E a autora (p. 61) conclui que brincadeiras
como essas ajudam no processo de alfabetização formando a consciência
fonológica, tão “necessária para compreensão da natureza alfabética da língua e
apropriação do sistema de escrita”.
Como vimos formar leitores é uma tarefa por demais complexa, e todos da
comunidade escolar, em especial professores e bibliotecários, devem sentir-se
desafiados a se engajarem nessa tão sublime tarefa. Braga (2002) nos faz refletir
sobre isso ao dizer que:

Para formar um leitor e um produtor de textos competente e autônomo,


capaz de compreender e interpretar aquilo que lê, construir significados e
transformá-los em palavras, exige-se do professor uma intervenção
adequada, contínua, e explícita durante toda a vida escolar do aluno. E essa
intervenção deve ocorrer de forma consciente e sistemática antes, durante e
depois das atividades de leitura. (BRAGA, 2002, p. 20)

2.2 LITERATURA INFANTIL PARA FORMAR LEITORES. O QUE SE PODE


ALMEJAR?
Costa sobre esta questão trouxe uma contribuição importante ao dizer que:

O cidadão, a que almejamos em qualquer projeto de educação, começa na


consciência de si próprio, de suas potencialidades e afetividades, na
sensibilização para o outro e para a beleza, que todo texto literário
significativo estimula, provoca, desencadeia. (COSTA, 2006, p. 29)

A autora (2006, p. 85) ainda afirma que “a leitura pode melhorar as relações
entre o sujeito e o mundo, conferindo ao indivíduo condições de tornar-se sujeito,
agente, autor de sua história”.
Freire (2001, p. 11) diz que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”.
Demo (2007, p. 19) citando Freire nos fala do “saber ‘ler’ a realidade”, não ler por ler.
O autor (2007, p. 19) ainda ressalta a consciência do ‘grande desafio’: “O que se
21

aprende na escola precisa ser significativo para a vida. Ler o mundo para dar conta
do mundo, eis o grande desafio”. Completamente de acordo com os ensinos de
Freire (2001, p. 20): “a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do
mundo, mas por uma certa forma de ‘escrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer
transformá-lo através de nossa prática consciente.”
Senna et al. (2009, ps. 87 e 88) dizem que: “torna-se necessário ver a leitura
como um processo ativo de construção mental e, ao mesmo tempo, de inserção no
todo social no qual vivemos e tecemos relações e significados”.
Portanto a formação do leitor se verifica quando o mesmo constrói “a
capacidade de lidar com os diferentes textos escritos e os da realidade cultural”,
(COSTA, 2007, p. 32), ou seja, a construção de um leitor proficiente, crítico. Quanto
a isso Aguiar (2001, p. 146) diz que esse é o modelo de aluno desejado, “leitor
crítico, que assume posições com independência”.
Gomes (2011) nos dá sua contribuição explicando que a formação do leitor é
para que tenhamos uma sociedade de pessoas críticas, que sabe interpretar as
coisas à sua volta para o fim de viver bem. Nas palavras da autora:

A formação de um bom leitor, de um bom leitor da palavra e de um bom


leitor de mundo deve ser o principal objetivo do ensino fundamental, pois
aquele que bem interpreta a palavra, bem interpretará as coisas e os fatos
do mundo, e, assim, melhor condição terá para no mundo viver bem.
(GOMES, 2011, p. 15)

Portanto o que se espera de um leitor competente são habilidades para


decifrar os significados, mas também e ao mesmo tempo atribuir significados. Esta é
a habilidade da contraleitura, intrínseca no tão desejado letramento. Demo (2007)
nos ensina sobre isso dizendo que:

O desafio social da leitura detém, como nódulo central, a habilidade de


contraleitura, porque é com ela que podemos, com base na habilidade de
brandir a autoridade do argumento, não só ir além do argumento de
autoridade, mas principalmente cultivar o saber pensar para melhor intervir.
Ler significa tanto compreender significados quanto atribuir significados
alternativos ao mundo, emergindo o leitor/autor. (Demo, 2007, p. 23)
22

Por isso concordamos com Cereja et al. (2009, p. 11): “Ler bem, ou ser um
leitor competente, não é apenas compreender o que está dito, mas compreender
também o não dito, as entrelinhas, o implícito do texto”.
Por fim as autoras Aguiar e Costa, crêem que ao abrir um livro de Literatura
Infantil, ler as histórias, o famoso: ‘era uma vez... ’ promoverá a construção de um
leitor crítico, apto para discernir as entre linhas e que sabe valer-se do exercício da
sua cidadania. Portanto, um leitor competente. Sendo assim, urge que nós,
professores, não meçamos esforços para promover o nosso crescimento pessoal e
intelectual, pois disso depende o futuro da escola em nosso país.
23

3. METODOLOGIA

Para a elaboração do trabalho de pesquisa ora apresentado, utilizamos um


conjunto de procedimentos metodológicos a fim de garantir a construção dos
conhecimentos. Barros e Lehfeld (2007, p. 2) dizem que:

A metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a ser utilizado


na obtenção do conhecimento. É a aplicação do método, por meio de
processos e técnicas, que garante a legitimidade científica do saber obtido.
(BARROS e LEHFELD, 2007, p. 2)

Portanto a metodologia definirá os caminhos que devem ser percorridos para


alcançar o fim desejado.
Podemos perceber no trabalho apresentado que as autoras indicadas no
problema da pesquisa, bem como os demais autores citados, seguem a linha
epistemológica dialética, pois tem presente em sua estrutura de pensamento e visão
de mundo uma concepção objetiva e subjetiva da realidade natural e social e do
pensamento, a materialidade dos fenômenos e que estes são possíveis de
conhecer. De acordo com Barros e Lehfeld:

A concepção dialética de ciência reproduz um sistema de conhecimento em


desenvolvimento, que permite a elaboração de conceitos concernentes às
atividades do indivíduo e, portanto, estabelece previsões a respeito da
transformação da realidade e da sociedade. (BARROS e LEHFELD, 2007,
p. 51)

Passemos agora a apresentar outros aspectos importantes e que se referem


ao tipo de pesquisa desenvolvida.
Quanto à sua natureza: conforme exposto no problema de pesquisa, nos
lançamos a conhecer as concepções das autoras Vera Teixeira de Aguiar e Marta
Moraes da Costa, com respeito ao uso da Literatura na Educação Infantil para
formar leitores. Portanto a pesquisa é de natureza exploratória, uma vez que se
pretende explorar o objeto de estudo com maior familiaridade com o problema.
Quanto a isso Macedo (1994, p. 11) nos informa que: “Baseia-se no estudo de um
problema ou aspecto de um assunto; fatos novos serão levantados para solução ou
24

compreensão de tal problema. Tem a finalidade instrumental de provocar inquirição


mental no estudante”.
Quanto ao seu delineamento à pesquisa é de cunho bibliográfico. Por isso se
fez necessário pesquisar em muitas obras, não apenas das citadas autoras, mas de
outros autores também, pois todos igualmente se fizeram necessários e altamente
benéficos na construção dos conhecimentos.
Portanto muitos livros de leitura corrente foram adquiridos em livrarias e
sebos, passando a fazer parte do acervo particular do autor da pesquisa. Também
muitas obras pesquisadas fazem parte dos livros ofertados pela Facinter em cada
UTA cursada, outras obras foram pesquisadas na Biblioteca Virtual Universitária com
acesso pela AVA e outras na biblioteca do pólo presencial.
Ou seja, se buscou em várias fontes os textos teóricos que foram
responsáveis pelo acúmulo de leituras para haver a possibilidade de articulação
entre as ideias dos autores e assim construir a fundamentação teórica.
De acordo com Macedo (1994, p. 13) “a pesquisa bibliográfica é entendida
como o planejamento global-inicial de qualquer trabalho de pesquisa, o qual envolve
uma série de procedimentos metodológicos, configurados em etapas de trabalho”.
Finalmente a pesquisa apresentada tem abordagem qualitativa, com alguns
elementos quantitativos, podendo-se constatar quando se utilizou os indicadores do
INAF, sobre o alfabetismo no Brasil no período de 2001 a 2009. Porém a referida
pesquisa precipuamente tem cunho qualitativo, uma vez que a informação permeia
todo o trabalho.
Concluindo, a pesquisa se configurou durante todo o processo em responder
as várias perguntas concernentes ao problema, é claro que não teve a menor
pretensão de responder a tudo ou de entender tudo o que se precisa para formar
leitores.
No entanto, buscou-se tomar alguns cuidados metodológicos durante a
condução da pesquisa como a conservação do espírito crítico, análises e reflexões
assíduas durante as leituras dos livros selecionados, a fim de que pudesse trazer
algum tipo de contribuição à comunidade científica, sendo que o maior beneficiário
durante todo o processo foi o próprio autor da pesquisa.
25

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao chegarmos ao final deste trabalho de conclusão de curso, fica em nós


estudantes de pedagogia um sentimento honroso, bem como uma grande gratidão.
Pois nos debruçarmos diante de obras tão elucidativas e edificantes, como o caso
das diletas autoras, Marta Moraes da Costa e Vera Teixeira de Aguiar, além de
muitos outros, que dignificam a profissão do professor.
Por isso, é não pouca honra a que fomos submetidos, uma vez que nas
poucas páginas tecidas neste trabalho, há muita riqueza de fundamentações
teóricas que nos fizeram refletir profundamente e a ter uma visão bem holística
sobre a formação do leitor através da Literatura Infantil.
A gratidão que sentimos é dirigida a Deus que capacita esses autores para
formularem conceitos tão preciosos e significativos, e assim ajudam a nortear
práticas pedagógicas, mais democráticas para a educação brasileira.
Também agradecidos a todos da Facinter que se empenham em nos ajudar
na elaboração de um trabalho como este. Eles bem sabem que infelizmente,
vivemos em um sistema educacional, que “faz por menos” mesmo e muitos de nós
chegam a um curso de nível superior sem ter tido muitas experiências com a
produção de textos. Dessa forma a ajuda prestada por eles a nós, foi de suma
importância.
Apresentamos neste trabalho as concepções das supracitadas autoras, sobre
a utilização da Literatura na Educação Infantil para formar leitores. E para
chegarmos nestas considerações finais, percorremos um longo caminho.
Na introdução discorremos sobre o que deve ter sido o fator de inspiração do
tema, mas também devemos citar que em um estágio de magistério que fizemos no
ano de 2010 em uma escola de Formação de Professores, por ocasião da UTA –
Didática, também nos trouxe curiosidades inspiradoras.
O fato ocorreu em uma entrevista com um dos professores durante o referido
estágio. Uma de nossas tarefas na entrevista era identificar a maior dificuldade
apresentada pelos alunos, e a resposta da maior parte dos professores do curso era
a de que os alunos tinham dificuldades de interpretação e produção textual.
Ficamos um tanto atônito, pois, como pessoas que tem dificuldades para ler e
escrever poderá ensinar outras pessoas a fazê-lo? Mas no decorrer desta pesquisa,
26

fomos descobrindo que essa não é só uma dificuldade de um bairro do Rio de


Janeiro, mas se trata da grande dificuldade do Brasil!
E quando chegamos ao momento de elaborar um projeto de TCC, fomos
orientados a retomar uma disciplina de UTAs já concluídas, com que mais
tivéssemos nos identificados e trabalhar sobre um tema que mais tivesse despertado
a nossa curiosidade, a fim de que pudéssemos ampliar os nossos conhecimentos
em tal assunto.
Unimos as curiosidades inspiradoras adquiridas tanto na disciplina de
“Metodologia do Ensino da Literatura Infantil”, como nas realidades encontradas no
Estágio – Magistério, e partimos então para o trabalho de pesquisa que foi
apresentado.
A fim de garantir os resultados a que chegamos neste trabalho, nossa
metodologia adotada teve delineamento de cunho bibliográfico, por isso se fez
necessários buscar autores de linha epistemológica dialética que possibilitassem a
construção de conhecimentos mais significativos, pois tais autores nos estimularam
ao debate e à reflexão, em oposição direta a um ensino enlatado com regras e
procedimentos invioláveis.
Por isso o tipo de pesquisa foi de natureza exploratória, pois o nosso desejo
era ampliar conhecimentos, extrair concepções e a partir daí reconstruir
conhecimentos e concepções.
Como nosso alvo era explorar, analisar e conhecer, a abordagem qualitativa
foi de suma importância, pois houve a possibilidade de, através de todas as
informações que o trabalho apresenta construirmos conhecimentos.
Bem, daí por diante tivemos que buscar nas bibliografias os assuntos
pertinentes ao tema, como já explicamos na introdução, para que pudéssemos
responder ao problema.
O problema inclusive não nos deixou dúvidas sobre o que deveríamos
pesquisar: “Quais as concepções das autoras Marta Moraes da Costa e Vera
Teixeira de Aguiar, Para o uso da Literatura na Educação Infantil para formar
leitores?”.
Para se responder a uma pergunta com esta, foi preciso responder no mínimo
a outras quatro que derivaram dela. Tivemos então que responder primeiro qual era
a importância de formar leitores, por que um professor deveria se preocupar tanto
com isso? E compreendemos apoiados nas autoras que a comunicação é
27

fundamental para sobrevivermos e que vivemos em um mundo de palavras sendo


necessário assim sabermos decifrar bem estes sinais, pois eles se configuram em
um importante processo civilizador dos povos.
Freire (2001, p. 11) ainda diz que seja qual for o ato de ler, sugere ler o
mundo. E a escola é o local que principalmente tem esta missão.
Missão esta garantida na nossa Carta Magna (1988) artigo 205, que entre
outras coisas diz que a pessoa deve ser plenamente desenvolvida, porém sem
saber ler esse desenvolvimento ficará comprometido. Mas esta missão da escola
também é sancionada na sua própria lei: LDBEN (9.394/96), que no seu artigo 22 diz
que a Educação Básica deve garantir o desenvolvimento do educando, isso em
consonância com a Constituição Nacional, e mais, esse desenvolvimento servirá
para o exercício da sua cidadania e para prosperar no seu trabalho e nos seus
estudos posteriores.
Sabemos perfeitamente, que sem saber ler bem e com eficiência, um
indivíduo não consegue exercer sua cidadania, muito menos prosperar no seu
trabalho e na sua carreira educacional.
As leis estão todas aí, mas isso não tem sido suficiente, pois após analisar o
indicador do INAF, percebemos que a escola tem falhado na sua missão.
Sendo assim apoiados sobre referenciais teóricos sólidos pesquisados nas
obras das autoras citadas, fomos estimulados a compreender a utilização da
Literatura Infantil, pois seu objetivo mais simples é divertir e enquanto isso ocorre,
vários benefícios complexos acontecem, pois atuam na formação integral da criança,
exatamente como vimos no 2º tópico.
Entre tantos benefícios, vimos que a Literatura Infantil alimenta o imaginário
estimulando o desenvolvimento da linguagem, ajuda na familiarização da linguagem
escrita, na formação do pensamento, na criação de valores ideológicos e padrões de
comportamento e o desenvolvimento psicológico.
Vimos também que, para acontecerem tais benefícios é importante que sejam
adequados e bem adaptados às condições da criança, ou seja, não adiantar contar
ou ler qualquer história, tudo precisa ser feito com intencionalidade e apropriação de
acordo com a fase da criança.
Aprendemos com as diletas autoras que os professores precisam respeitar as
fases da leitura da criança e que, quando ela está na fase da pré-leitura, os
professores deverão utilizar as literaturas com muitas gravuras e versos infantis. Já
28

na fase seguinte, o da leitura compreensiva, no exato momento da alfabetização, as


literaturas mais indicadas são as de contos de fadas.
Também aprendemos que ajudará a tornar o uso da Literatura Infantil mais
eficiente na formação do leitor, conhecer as teorias de Piaget, Vygotsky e Emilia
Ferreiro, pois através das suas pesquisas aprendemos como uma criança aprende e
se desenvolve.
Importante também salientar, conforme as autoras sublinham que para formar
leitores é preciso ser um leitor, do contrário a mais eficiente metodologia tenderá ao
fracasso.
O professor nessa tarefa de formação é o principal mediador entre o livro e a
criança, e deverá fazer essa mediação de forma lúdica, tornando a sala de aula um
ambiente gostoso e prazeroso. Entendendo que as atividades lúdicas vão de
encontro aos interesses das crianças.
E toda essa complexidade no trabalho educativo tem um bem maior do que
até a própria formação do leitor, é a formação de um cidadão consciente de si
mesmo, respeitador do outro, sensível ás necessidades alheias.
Um indivíduo crítico e reflexivo, que sabe ler além das letras gravadas, além
dos signos alfabéticos, alguém que saberá “ler o mundo para dar conta do mundo”
(DEMO, 2007, p. 19). É isso que queremos para as nossas crianças!
Diante de tanta riqueza, podemos apresentar os resultados que chegamos ao
término deste trabalho de pesquisa.
Primeiro o próprio ato da pesquisa desenvolveu em nós, uma atitude frente a
um problema que desconhecíamos em nós mesmos, o de descortinar pensamentos
e teorias e transformá-los em conhecimentos significativos para a nossa prática
pedagógica.
Também desenvolvemos em nós o espírito crítico, que se opõe a
acomodação, questionando sempre os resultados e buscando sempre supera-los.
Outro elemento importante é a profundidade da análise, pois o tema nos levou
a romper com o superficial e buscar as raízes do problema. E também conseguimos
concatenar as ideias de forma clara, formando assim em nós um perfil organizador
durante a exposição.
Ao nos debruçarmos em vários textos a fim de podermos responder a
problematização, os resultados a que chegamos nos deram firmeza teórica,
aplicabilidade prática e abertura para novos horizontes a serem perseguidos.
29

Um dos resultados mais significativos foram as fundamentações teóricas, pois


não podemos fazer nada por achismos, aprendemos que conhecimentos profundos
devem superar o senso comum.
Também fomos levados a compreender que não se faz nada sozinho, o
trabalho pedagógico deve envolver vários atores, não um ator e demais
coadjuvantes, mas entendemos que professor, alunos, direção, demais professores,
familiares e as comunidades que circundam a escola, são atores fundamentais no
processo de ensino-aprendizagem.
Outro resultado não menos importante é o planejamento, pois a ação
pedagógica não pode ser feita de improviso, correndo o risco de não haver
aprendizado. Aprendemos que devemos ter uma postura comprometida com a
educação e fazer os planejamentos com atenção, dedicação e postura
interdisciplinar, traçando objetivos claros que desejamos alcançar.
O comprometimento é outro resultado interessante, pois, só através de uma
entrega total ao ofício de educador é que pode haver real possibilidade do processo
de ensino-aprendizagem acontecer.
Portanto cremos que o objetivo geral do presente trabalho foi alcançado, pois
através das obras literárias das autoras citadas na problematização, pudemos
analisar e refletir sobre suas concepções quanto ao uso da Literatura Infantil para
formar leitores.
Entendemos sobre tudo que o princípio da formação do leitor está em o
mesmo ouvir histórias, tanto as tradicionais e que formam um vasto repertório que
tem emocionado muitos através dos tempos, como as histórias modernas.
Tudo isso estará ajudando a criar nas crianças o desejo de elas mesmas
lerem as suas histórias preferidas, criando um novo repertório, reconstruindo
histórias, imergindo daí um leitor competente, que sabe ler as entrelinhas, alguém
que faz uso frequente e adequado da leitura e escrita, a isso denominamos
letramento.
Para atingir o objetivo geral foi preciso atingir os objetivos específicos, pois
entendemos através das autoras a importância do ato de ler, isso como condição
essencial para se viver bem no mundo.
Pudemos também definir a Literatura Infantil como sendo um objeto cultural
cujo seus textos envolvem emoção e razão e que tem a finalidade de desenvolver
30

integralmente a criança, pois promove benefícios para esse fim, desde que utilizados
de forma coerente com a fase da criança.
Finalmente pudemos lançar nosso olhar para o futuro e ver o tipo de cidadão
que queremos ajudar a formar. Pois, para desenvolver o educando, a fim de que ele
se desenvolva pessoal e socialmente, prepará-lo para o exercício da cidadania e do
trabalho significa que devemos ajudar na construção de um sujeito que domine
conhecimentos, que tenha autonomia para tomar atitudes necessárias para fazer
parte da política da sua cidade, estado e nação, também para participar dos
processos de produção da sobrevivência e do desenvolvimento sustentável.
É claro que este trabalho não teve a mínima pretensão de esgotar um assunto
em poucas páginas. Temos certeza até que, mesmo sendo possível fazermos mil
páginas, não seriam suficientes para esgotar o assunto, pois nos parece inesgotável.
Inclusive um estudo como este necessita de um aprofundamento bem maior
do que o que nos propomos a fazer. Se fazendo necessário pesquisar com maior
amplitude a aquisição da linguagem materna, compreendermos melhor as quatro
habilidades em língua materna, principalmente a compreensão e a produção de ler e
escrever, pesquisarmos melhor as teorias do desenvolvimento cognitivo,
principalmente as que foram elaboradas por Piaget e Vygotsky.
Em fim, percebemos que o assunto é muito vasto e que se o nosso desejo
sincero é o de cada vez melhor, formarmos leitores competentes, temos diante de
nós vários temas e várias problemáticas para procurarmos respondê-las através da
pesquisa a fim de que aperfeiçoemos mais e mais a nossa prática pedagógica.
E por falar em responder à problemática, retomaremos a pergunta principal:
Quais as concepções das autoras Marta Moraes da Costa e Vera Teixeira de Aguiar,
Para o uso da Literatura na Educação Infantil para formar leitores?
Em suma, elas entendem que através do manejo adequado, eficiente e lúdico
da literatura infantil, que através de seus textos repletos de emoção e razão,
alimentam o imaginário das crianças, desenvolvendo sua linguagem e o apreço pela
leitura, conferindo a elas maiores habilidades para interpretar, interagir e criar textos,
formando assim o leitor competente que acima de tudo é um cidadão crítico,
consciente e ativo no exercício da sua cidadania.
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