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Rio de Janeiro
2012
FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA – FACINTER
Rio de Janeiro
2012
DEDICATÓRIA
EPÍGRAFE
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 6
2. A LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA FORMAR LEITORES 11
3. METODOLOGIA 23
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 25
REFERÊNCIAS 31
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1. INTRODUÇÃO
bem decodificará a palavra e por isso terá condições de bem interpretar o mundo,
atingindo assim uma melhor condição para nesse mundo viver bem.
Finalmente no segundo e último capítulo descrevemos os procedimentos que
foram seguidos na realização da pesquisa. Apresentamos a linha epistemológica, o
tipo de pesquisa, sua natureza, seu delineamento e sua abordagem.
Esperamos neste trabalho que, os prezados professores tenham um
prazeroso tempo de leitura, tanto quanto tivemos para construí-lo.
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A obra infantil tem sua dimensão artística assegurada quando rompe com o
normativo, com o pedagógico, enfim, com o ponto de vista adulto e, através
de um exercício de qualidade com a linguagem, leva o leitor a uma
abrangente compreensão da existência. (AGUIAR, 2001, p. 17)
Ainda debruçados na autora (2001, p. 18) que desta vez citando Bruno
Bettelheim nos diz que: “Obra infantil é aquela que, enquanto diverte a criança,
oferece esclarecimentos sobre ela mesma, favorecendo o desenvolvimento da sua
personalidade”.
Coelho (1993, P. 14) por sua vez nos faz refletir na tarefa fundamental da
Literatura, principalmente a infantil, na sociedade: “a de servir como agente de
formação, seja, no espontâneo convívio leitor/livro; seja no ‘diálogo’ leitor/texto,
estimulado pela escola”. Aqui mais uma vez a autora reforça a importância da escola
na formação do leitor.
Entendemos então que a Literatura Infantil é um objeto cultural onde seus
textos envolvem (sejam nas crianças ou nos adultos) ao mesmo tempo a emoção e
a razão. O simples ato de ler as histórias (tradicionais ou modernas) vai alimentar o
imaginário da criança produzindo estímulos que desenvolverão sua linguagem.
Costa (2007), fala melhor quando nos ensina que:
leitor está em situação de diálogo com alguém, principalmente com o adulto que faz
às vezes do narrador ou do poeta”. E nesse diálogo a criança vai adquirindo
competência para arrumar a sequência de palavras e assim “organiza o mundo para
si e toma consciência do que sabe, pensa e sente” (AGUIAR, 2001, p. 37).
Em outra obra importante de Aguiar (1988, p. 13) ela nos ensina que “Uma
das necessidades fundamentais do homem é dar sentido ao mundo e a si mesmo e
o livro, seja informativo ficcional, permanece como veículo primordial para esse
diálogo”. Ainda mais, segundo a própria autora (1988, p. 13) “a literatura da conta da
totalidade do real, pois, representando o particular, logra atingir uma significação
mais ampla”.
Por tanto entendemos que ler e contar histórias da literatura infantil para as
crianças dos anos iniciais da educação básica é uma poderosa ferramenta na
formação do leitor. Costa (2007, p. 33) ainda ensina que a Literatura Infantil coopera
“para a formação integral da criança” e a insere na alteridade, muito importante para
perceber e conviver com a diversidade cultural que está em toda parte e
principalmente na escola. Aguiar (2001, p. 77) reforça essa idéia quando ensina que
a literatura infantil “pode conceder ao pequeno leitor a possibilidade de
desdobramento de suas capacidades afetivas e intelectuais, desde que bem-
adaptada às condições da criança”.
A autora Aguiar quando diz ‘desde que bem-adaptadas’, nos dá um gancho
para o nosso próximo assunto que foi imprescindível na nossa pesquisa: Como
podemos usar a literatura infantil de maneira eficiente? Vejamos então às
concepções das autoras.
histórias e poemas para depois ler sozinha”. E arremata informando que esse
princípio vale para acordar o desejo pela leitura.
Aguiar (2001, p. 36) ainda diz que precisamos nos esforçar “para
compreender o desenvolvimento e a aprendizagem da criança”. Costa (2007, p. 101)
a esse respeito, nos informa sobre as fases da leitura: ‘Pré-leitura’, ‘Leitura
compreensiva’ e ‘Leitura interpretativa’. Vamos nos ater no momento, apenas nas
duas primeiras, pois é onde as crianças iniciam sua vida escolar.
A 1ª fase, da pré-leitura, conta com crianças entre 2 a 6 anos. Bamberger
(1986, p. 33) diz que é a “Idade dos livros de gravuras e dos versos infantis”. Aguiar
(2001, p. 53) diz ainda que “a poesia é uma das linguagens mais indicadas para
ativar, no pequeno leitor, a função simbólica”. E justamente os livros com muitas
gravuras, rimas e histórias curtas auxiliarão na aprendizagem da leitura, da
construção dos símbolos e o desenvolvimento da linguagem oral e da percepção,
permitindo “o estabelecimento de relações entre as imagens e as palavras” (COSTA,
2007, p. 102).
Na 2ª fase, o da leitura compreensiva. As crianças estão no momento da
alfabetização, Costa (2007, p. 103) diz que “a motivação pra ler é muito grande e a
escolha recai sobre livros semelhantes aos da etapa anterior, agora decodificados
pelo novo leitor”. Bamberger (1986, p. 34) ensina que é a idade de leitura de
realismo mágico, sendo os contos de fadas os principais, pois representam um
ambiente familiar a elas.
Conhecer essas fases se reveste de tamanha importância, inclusive somos
exortados pelas distintas autoras a estudar as teorias do desenvolvimento
elaboradas por Vygotsky e Piaget.
Por exemplo, em Piaget vamos entender que o desenvolvimento dos
indivíduos se dá em estágios que conforme Valle (2011, p. 25) explica, “serão
sempre sucessivos”. Assim compreenderemos que a criança quando inicia sua vida
escolar, se encontra geralmente na fase pré-conceitual ou pré-operatório. AGUIAR
(2001, p. 54) salienta a importância de sabermos compreender tais estágios, pois,
segundo ela “muitos casos de repetência estão relacionados às dificuldades que a
criança enfrenta para passar do pensamento pré-operatório ao operatório concreto”,
a autora se refere às aprendizagens formais, matemática, a leitura e a escrita. Já em
Vygotsky aprendemos a trabalhar a Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja,
sempre trabalhar a partir do que a criança já sabe.
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Finalmente as autoras orientam que o fio condutor para este trabalho deve ser
a ludicidade. Aguiar (1988, p. 26) nos ensina que “a dinâmica do processo literário
concretiza-se na medida do prazer que o trabalho provoca. As atividades lúdicas vão
ao encontro dos interesses da criança”.
A autora ainda compara a leitura com o jogo. E o que pode haver de melhor
para a criança do que o jogo? O jogo aponta para brincadeira, qual criança não ama
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brincar? A autora (1988, p. 27) enfatiza que o jogo capacita na formação de hábitos
e que “por essas vias, chega-se, por certo, ao hábito da leitura literária, que permite
a multiplicação do prazer, através da experiência sempre recomeçada de viver os
sentidos do mundo em cada texto percorrido”.
Temos ainda em Corsino (2009, p. 60) que “as brincadeiras com as palavras,
como parlendas, cantigas de roda, trava-línguas brincam exatamente com os
campos fonético e semântico da língua”. E a autora (p. 61) conclui que brincadeiras
como essas ajudam no processo de alfabetização formando a consciência
fonológica, tão “necessária para compreensão da natureza alfabética da língua e
apropriação do sistema de escrita”.
Como vimos formar leitores é uma tarefa por demais complexa, e todos da
comunidade escolar, em especial professores e bibliotecários, devem sentir-se
desafiados a se engajarem nessa tão sublime tarefa. Braga (2002) nos faz refletir
sobre isso ao dizer que:
A autora (2006, p. 85) ainda afirma que “a leitura pode melhorar as relações
entre o sujeito e o mundo, conferindo ao indivíduo condições de tornar-se sujeito,
agente, autor de sua história”.
Freire (2001, p. 11) diz que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”.
Demo (2007, p. 19) citando Freire nos fala do “saber ‘ler’ a realidade”, não ler por ler.
O autor (2007, p. 19) ainda ressalta a consciência do ‘grande desafio’: “O que se
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aprende na escola precisa ser significativo para a vida. Ler o mundo para dar conta
do mundo, eis o grande desafio”. Completamente de acordo com os ensinos de
Freire (2001, p. 20): “a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do
mundo, mas por uma certa forma de ‘escrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer
transformá-lo através de nossa prática consciente.”
Senna et al. (2009, ps. 87 e 88) dizem que: “torna-se necessário ver a leitura
como um processo ativo de construção mental e, ao mesmo tempo, de inserção no
todo social no qual vivemos e tecemos relações e significados”.
Portanto a formação do leitor se verifica quando o mesmo constrói “a
capacidade de lidar com os diferentes textos escritos e os da realidade cultural”,
(COSTA, 2007, p. 32), ou seja, a construção de um leitor proficiente, crítico. Quanto
a isso Aguiar (2001, p. 146) diz que esse é o modelo de aluno desejado, “leitor
crítico, que assume posições com independência”.
Gomes (2011) nos dá sua contribuição explicando que a formação do leitor é
para que tenhamos uma sociedade de pessoas críticas, que sabe interpretar as
coisas à sua volta para o fim de viver bem. Nas palavras da autora:
Por isso concordamos com Cereja et al. (2009, p. 11): “Ler bem, ou ser um
leitor competente, não é apenas compreender o que está dito, mas compreender
também o não dito, as entrelinhas, o implícito do texto”.
Por fim as autoras Aguiar e Costa, crêem que ao abrir um livro de Literatura
Infantil, ler as histórias, o famoso: ‘era uma vez... ’ promoverá a construção de um
leitor crítico, apto para discernir as entre linhas e que sabe valer-se do exercício da
sua cidadania. Portanto, um leitor competente. Sendo assim, urge que nós,
professores, não meçamos esforços para promover o nosso crescimento pessoal e
intelectual, pois disso depende o futuro da escola em nosso país.
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3. METODOLOGIA
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
integralmente a criança, pois promove benefícios para esse fim, desde que utilizados
de forma coerente com a fase da criança.
Finalmente pudemos lançar nosso olhar para o futuro e ver o tipo de cidadão
que queremos ajudar a formar. Pois, para desenvolver o educando, a fim de que ele
se desenvolva pessoal e socialmente, prepará-lo para o exercício da cidadania e do
trabalho significa que devemos ajudar na construção de um sujeito que domine
conhecimentos, que tenha autonomia para tomar atitudes necessárias para fazer
parte da política da sua cidade, estado e nação, também para participar dos
processos de produção da sobrevivência e do desenvolvimento sustentável.
É claro que este trabalho não teve a mínima pretensão de esgotar um assunto
em poucas páginas. Temos certeza até que, mesmo sendo possível fazermos mil
páginas, não seriam suficientes para esgotar o assunto, pois nos parece inesgotável.
Inclusive um estudo como este necessita de um aprofundamento bem maior
do que o que nos propomos a fazer. Se fazendo necessário pesquisar com maior
amplitude a aquisição da linguagem materna, compreendermos melhor as quatro
habilidades em língua materna, principalmente a compreensão e a produção de ler e
escrever, pesquisarmos melhor as teorias do desenvolvimento cognitivo,
principalmente as que foram elaboradas por Piaget e Vygotsky.
Em fim, percebemos que o assunto é muito vasto e que se o nosso desejo
sincero é o de cada vez melhor, formarmos leitores competentes, temos diante de
nós vários temas e várias problemáticas para procurarmos respondê-las através da
pesquisa a fim de que aperfeiçoemos mais e mais a nossa prática pedagógica.
E por falar em responder à problemática, retomaremos a pergunta principal:
Quais as concepções das autoras Marta Moraes da Costa e Vera Teixeira de Aguiar,
Para o uso da Literatura na Educação Infantil para formar leitores?
Em suma, elas entendem que através do manejo adequado, eficiente e lúdico
da literatura infantil, que através de seus textos repletos de emoção e razão,
alimentam o imaginário das crianças, desenvolvendo sua linguagem e o apreço pela
leitura, conferindo a elas maiores habilidades para interpretar, interagir e criar textos,
formando assim o leitor competente que acima de tudo é um cidadão crítico,
consciente e ativo no exercício da sua cidadania.
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REFERÊNCIAS
DEMO, Pedro. O Porvir: desafio das linguagens do século XXI. Curitiba: Ibpex,
2007.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
São Paulo: Cortez, 2001.
GOMES, Maria Lúcia de Castro. Metodologia do ensino de língua portuguesa.
Curitiba: Ibpex, 2011.
HARTMANN, Schirley Horácio de Gois; SANTAROSA, Sebastião Donizete. Práticas
de escrita para o letramento no ensino superior. Curitiba: Ibpex, 2011.
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2001/2009. Disponível em: <http://www.ipm.org.br> Acesso em: Jul. 2011
KUPSTAS (org.), Marcia. Comunicação em debate. São Paulo: Moderna, 1997.
MACEDO, Neusa Dias de. Iniciação à pesquisa bibliográfica: guia do estudante
para a fundamentação do trabalho de pesquisa. São Paulo: Edições Loyola,
1994.
MOYSÉS, Lúcia Maria. O desafio de saber ensinar. Campinas: Papirus, 1994.
SENNA (org.), Luiz Antonio Gomes. Letramento: princípios e processos. Curitiba:
Ibpex, 2009.
SOUZA, Maria Antonia. Educação de jovens e adultos. Curitiba: Ibpex, 2011.