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lho
Curso de Introdução
à Fotografia
ficina Cópia para clebermferreira@gmail.com. É proibida a reprodução ou distribuição.
Copyright © Todos os direitos reservados.
Capa e Diagramação:
Henry Alfred Bugalho
Obra de:
Henry Alfred Bugalho
Fotos:
Henry Alfred Bugalho
Denise Nappi
www.calabocaeclica.com
Composição 97
Estudo
Fotografia é, antes de tudo, um trabalho técnico, com princípios bas-
tante claros para um bom enquadramento, uma exposição fotográfica
correta, poses para os modelos, iluminação, etc.
Se você obteve um resultado satisfatório com uma configuração da
câmera e com determinada iluminação, não há porque você não conse-
guir reproduzir este mesmo resultado com as mesmas configurações.
No entanto, a fotografia também é uma Arte, e, por isto, está em cons-
tante transformações e revoluções. As técnicas se aperfeiçoam, as regras
são quebradas, e entender este processo ajuda muito na hora de obter
fotos interessantes.
Você não precisa ir a uma escola para aprender fotografia, mas algu-
mas horas de estudos são fundamentais, mesmo como autodidata.
Prática
Agora, você pode ter frequentado as melhores escolas do mundo, ter
lido todos os livros de fotografia, ter assistido vídeos, mas, se você não
sair à rua com sua câmera, ou num estúdio, e tirar muitas, mas muitas
fotos mesmo, você jamais aprenderá realmente a fotografar.
A prática o ensinará a conhecer as potencialidades e os limites de sua
câmera, ajudará você a perceber quais são os horários ideais do dia para
se fotografar e como obter os melhores resultados.
Com a prática, você até poderá prever como ficará sua foto antes
mesmo de ter clicado.
Você pode se gabar de entender tudo de teoria da fotografia, mas se
você não calar a boca e clicar, jamais será um excelente fotógrafo!
Pense na câmera como uma ferramenta. A foto não está na câmera, mas está antes na
visão do fotógrafo.
Qualquer um que lhe disser que uma boa câmera faz toda a diferença, está equivoca-
do; assim como quem diz que uma boa câmera não faz diferença alguma também está
errado.
A boa fotografia é a junção entre uma boa ideia e a câmera apropriada.
- fotógrafos de paisagens e propaganda tem a tendência de fotografar com câmeras
imensas e caras, para capturarem o maior número de detalhes possíveis;
- fotógrafos de esporte precisam de câmeras rápidas, para capturarem o momento
preciso;
- fotógrafos de rua precisam de câmeras discretas e silenciosas, que chamem pouca
atenção;
- para levar na balada, pode ser um celular com câmera ou uma compacta que caiba
no bolso, e assim por diante.
Cada câmera apropriada para suas respectivas funções.
Como escolher então?
Não vou indicar modelos de câmera, pois, na era digital, em duas semanas boa parte
das indicações se tornaria obsoleta, por isto, vamos nos ater às categorias nas quais elas
se encaixam.
Pinhole
Este é o princípio mais rudimentar da fotografia: uma caixa, que serve
de câmara escura, um pedaço de filme fotográfico, um pequeno furo
para entrar a luz e uma fita adesiva como obturador (veremos em breve
do que se trata, mas, a grosso modo, para tapar a luz).
Comumente, estas câmeras pinhole, que em bom português quer dizer
"buraco de agulha", são câmeras caseiras, que qualquer um pode cons-
truir a sua própria com uma caixa de sapatos.
Existem tutoriais na internet para quem um dia quiser se arriscar a
montar uma, mas vale lembrar que você terá de revelar o filme por si
próprio, sem levar a um laboratório.
Já adianto que as fotos não ficam lá grande coisa, mas existem fotógra-
fos artísticos que utilizam apenas câmeas pinhole de fabricação própria.
Reflex de filme
Até hoje, marcas importantes com Canon e Nikon fabricam câmeras
de filme. Alguns modelos são tão caros quanto câmeras digitais, mas
existem opções ótimas e bastante em conta.
Utilizam filme 35mm, que podem ser relevados em qualquer laborató-
rio fotográfico.
Estudantes de fotografia apreciam particularmente a Pentax K1000,
totalmente manual e mecânica, sem baterias, e muito confiável. É o tipo
de câmera que dura a vida inteira e com qualidade consistente. Pode ser
encontrada por menos de 100 dólares.
Canons e Nikons de filme custam um pouco mais e ainda tiram fotos
inacreditáveis.
Formato Grande
Estas são câmeras imensas, usadas para fotografar paisagens, como
nas fotografias clássicas de Ansel Adams.
Não costumam ser baratas, além de não serem de fácil uso para um
fotógrafo sem treinamento e definitivamente não são câmeras portáteis.
O negativo fotográfico é imenso, só pode ser revelado em laboratórios
especializados ou pelo próprio fotógrafo.
Vai nessa!
Se você respondeu 1 ou 2, já é meio caminho andado.
Realmente, você não será um fotógrafo profissional se tiver apenas
uma câmera compacta, pois elas são bastante limitadas em comparação
a uma câmera Reflex e dificilmente você será levado a sério se aparecer
com uma camerazinha que cabe na palma da mão.
E para aprender fotografia, nada melhor do que uma câmera que lhe
permite controle total sobre suas funções, como ajustes de velocidade
do obturador, abertura de diafragma e ISO.
Várias câmeras compactas avançadas possuem controles manuais e
são uma opção se você não quiser ou não pude gastar muito, mas, com
uma Reflex, você terá opções de lentes e uma versatilidade muito maior.
Cartão vermelho
No entanto, se você respondeu 4 ou 5, pense melhor antes de gastar
sua grana numa Reflex.
Elas impressionam mesmo, e quanto maior for sua Reflex, mais aten-
ção ela chamará na rua. Isto poderá atrair ladrõezinhos, curiosos ou, se
você for do tipo que gosta de fotografar pessoas na rua, poderá fazer
com que você perca belos momentos espontâneos porque sua câmera é
muito chamativa.
Além disto, uma Reflex pode ser pesada e se você não quiser ficar car-
regando um chumbo nas costas por horas durante sua viagem, é melhor
reconsiderar.
É um investimento muito grande para quem quer apenas se exibir.
E depois?
Bem, depois você estará condenado!
Assim que você comprar a primeira Reflex, você vai querer lentes,
trocar a Reflex por uma outra melhor, comprar flashes, comprar mais
lentes, e todos os tipos de equipamentos disponíveis.
É um vício que se justificará nas fotos que você tirar.
Não lhe diga que eu não avisei.
E, para concluir, não se esqueça de ler o manual da sua câmera! Do
começo ao fim...
Filtros
Os filtros devem ser comprados no mesmo instante
em que você comprar a câmera ou uma lente nova,
um para cada lente que você possuir.
O filtro básico é o UV, que reduz a incidência de
raios ultravioletas numa fotografia. No entanto, o uso
básico do filtro UV é mais para proteger os elementos
frontais da lente de riscos, arranhões ou batidas, do
que qualquer outra coisa.
A lógica é simples: uma lente boa pode custar mais
de mil dólares, um filtro mediano não custa mais do
que 30 dólares. O que você prefere ter de comprar de
novo, uma lente de U$ 1000 ou um filtro de U$ 30?
Eu prefiro comprar um filtro novo...
Parassol (Hood)
O parassol não tem nada a ver com tomar um chopinho gelado na
praia, é aquele acessório preto que se vê na frente de algumas lentes.
A função básica é obstruir a incidência lateral da luz na lente, que cau-
sa o famigerado flare, uma ou mais bolas de reflexo numa fotografia.
O flare é bastante controverso, pois enquanto pode ser indesejado na
maioria das circunstâncias, também pode ser um estilo fotográfico bas-
tante charmoso.
Mesmo assim, o parassol, ou hood, deve ser utilizado para evitar o flare
indesejado, além de dar uma visual superfodástico para sua lente (e
também serve para dar na cabeça dos intrometidos que se enfiarem na
frente da sua foto)!
Kit de Limpeza
Assim que você comprar sua câmera, é bom também comprar um kit
de limpeza básico, que venha com uma flanelinha, um líquido não-cor-
rosivo e uma bombinha para soprar ar.
Com a flanelinha e com o líquido, você poderá limpar a lente, os fil-
tros e o visor digital da câmera, deixando-os brilhando. Já a bombinha
de ar serve para limpar o espelho interno da câmera e soprar qualquer
partícula que esteja presa no sensor da câmera (isto se a câmera não for
autolimpante).
Jamais molhe ou toque com a flanela ou com a bombinha as partes
elétricas ou o sensor da câmera!
Display digital
Através do visor digital você
poderá visualizar suas fotos
e conferir se a exposição
está correta. Não recomen-
do compôr suas fotos por
Botão de apagar
aqui, o melhor é sempre
Tome muito cuidado com esta função para
usar o visor ótico.
não apagar a foto errada. Eu deixo para
apagar as fotos da câmera apenas depois de
tê-las passado para o computador
Dial de Modos
Hotshoe para flash externo Este é o controle dos diversos modos:
O flash embutido da câmera pode dei- automático, modos criativos, manual,
xar a desejar em várias circunstâncias. prioridade do obturador, prioridade
Se você utilizar um flash externo, pode- da abertura ou A-Dep. Aprenda a
rá conectá-lo neste hotshoe, ou usá-lo utilizar sua câmera em modo manual.
fora da câmera com um controlador Fará toda a diferença.
remoto ou com cabo.
Complicou demais?
Um filme de ISO 200 é duas vezes mais sensível A influência do ISO numa fotografia p oderá
que um de ISO 100, e um de ISO 800 é 8 vezes mais ser observada acima, com o uso de difentes
sensível que o mesmo de ISO 100, e exige bem menos configurações de ISO.
luminosidade. Em muitas câmeras, o ruído digital (os pontinhos
Em condições de boa luminosidade, como num na fotografia) começa a ficar bastante discernível
dia ensolarado, você provavelmente optará pelo ISO depois de ISO 800. Muitas vezes, o ruído pode ser
mais baixo possível, pois a foto ficará mais nítida e arrumado parcialmente na pós-edição, mas é algo
com menos ruído digital. que se deve pensar na hora de tirar uma foto.
Já em ambientes com pouca luminosidade, como à Particularmente, eu prefiro uma foto com ruído
noite ou em ambientes internos, você terá de aumen- digital do que não tirá-la.
tar o ISO, o que fará com que sua câmera seja mais As câmeras compactas são, porém, muito mais
sensível à luz e torne a foto mais clara. afetadas pelo ruído de um ISO alto do que as
profissionais.
Ao contrário de outros controle manuais, em Program (P, nas câmeras Reflex), tire uma foto de
eralmente só existentes em câmeras mais sofistica-
g um mesmo objeto ou paisagem para cada setting de
das, várias câmeras compactas permitem a seleção ISO: em 100, 200, 400, 800 e 1600.
de diferentes configurações de ISO, o que é ótimo na Depois, ao passar as fotos para o computador, veja
hora de obter o melhor desempenho de sua câmera. se você percebe alguma diferença entre as fotos.
Para saber como alterar o ISO de sua câmera, 2 - faça este mesmo experimento com ISO 100, 200,
recomendo a leitura do manual do fabricante, que o 400, 800 e 1600, em diferentes condições de luminosi-
ensinará todas as funções para o modelo e marca da dade: num dia ensolarado, dentro de casa, à noite.
câmera.
Confira o resulta e veja se percebe alguma dife-
Exercícios práticos rença. Não se importe muito, neste momento, com a
1 - descubra onde fica a função ISO em sua câmera qualidade da foto, ou se ela está borrada ou não.
e, no modo automático (nas câmeras compactas), ou
Você pode notar que tanto os prédios quanto o céu estão escuros de-
mais, a isto chamamos de subexposição (underexposure).
Nestes três exemplos acima, temos a seguinte ordem:
- 125 ou 1/125 (sobrexposta, a foto ficou clara demais porque o obtu-
rador ficou aberto por mais tempo necessário);
- 250 ou 1/250 (exposição correta, tanto as cores quanto os contornos
da foto estão bem expostas);
- 500 ou 1/500 (subexposta, a foto ficou escura demais porque a
velocidade do obturador estava muito rápida).
f/1.4 - f/2 - f/2.8 - f/4 - f/5.6 - f/8 - f/11 - f/16 - f/22 - f/32
Ou seja, f/1.4 é uma abertura grande, que permite que bastante luz
entre na câmera, enquanto f/32 é uma abertura estreita, deixando bem
pouca luz entrar na câmera.
A seleção de uma abertura grande ou pequena também dependerá,
assim como os outros princípios da fotografia, da luz disponível e da
sua proposta fotográfica.
Quanto menos luz houver, maior terá de ser a abertura de diafragma,
quando mais luz houver, menor terá de ser a abertura.
Por exemplo, num dia ensolarado, você poderá fotografar em f/11 ou
f/16, mas dificilmente conseguirá fotografar à noite com uma abertura
semelhante, quando será necessária uma abertura maior, como f/4 ou
até maiores.
f/1.4
f/2
f/1.4 f/2.8
Você pode reparar que a primeira foto, em f/1.4, está um tanto clara,
enquanto a última, em f/2.8, está um pouco escura.
Além disto, como mencionamos anteriormente, outra característica
das aberturas grandes é a redução de elementos em foco na fotogra-
fia. Podemos ver que a câmera no fundo está bem menos em foco com
abertura f/1.4 do que em f/2.8. Com uma abertura de f/16, por exem-
plo, a câmera no fundo estaria bem mais nítida, mas, com estas mesmas
configurações de ISO e obturador, a foto estaria totalmente escura.
f/2
Exercícios Práticos
Assim como com os outros princípios, você só entenderá o funciona-
mento da abertura de diafragma ao pô-lo em prática.
Se você não souber como configurar a abertura (aperture) de sua
câmera, o conselho de ler o manual do fabricante ainda está em vigor!
Confira os resultados.
Exercícios práticos
1 - Descubra onde está o medidor de luz de sua câmera (fotômetro/
light meter), geralmente só presente nas câmeras com Modo Manual (M).
Leia o manual do fabricante se tiver dificuldades.
2 - Apontando sua câmera para o que você desejar fotografar, ajuste
a configuração em Modo Manual (M) de ISO, abertura e obturador até
conseguir pôr a barra vertical no centro do medidor de luz. Tire a foto.
Como ficou? Boa, escura ou clara?
3 - Ajuste as configurações da câmera até ficar no centro do medidor
de luz. Tire três fotos.
a - uma com a barra no centro;
b - uma com a barra em -2;
c - uma com a barra em +2.
Confira os resultados. O medidor de luz indicou a melhor exposição,
ou não?
As lentes com distância focal fixa, como 50mm, 80mm, 24mm, etc.,
geralmente tem um custo mais baixo e tiram fotos melhores, além de
também permitirem aberturas de diafragma maiores.
No entanto, existem no mercado lentes de zoom, que possuem várias
distâncias focais, muitas vezes partindo de grande-angular até telefoto.
Estas lentes de zoom indicam em seu corpo da distância focal menor até
a maior, por exemplo, 24-105mm, quer dizer, esta lente pode fotografar
em várias distâncias focais, começando em grande-angular (de 24mm
até 49mm), passando por normal (50mm), até telefoto (de 51mm até
105mm).
São lentes versáteis e usadas bastante por fotógrafos que necessitam
de várias distâncias focais sem o inconveniente de trocar de lentes. As
lentes de zoom de qualidade superior costumam ser muito mais caras
do que as lentes fixas de qualidade superior.
No entanto, na maioria das vezes, não possuem aberturas tão grandes
quanto as lentes fixas e, usualmente, tem aberturas máximas diferen-
tes para certas distâncias focais. Uma lente de 18-55mm, como lente do
kit da Canon, tem abertura de diafragma máxima em 18mm de f/3.5,
enquanto que em 55mm a abertura máxima é de f/5.6 (indicada na lente
como 1:3.5-5.6).
Isto pode ser uma grande desvantagem se você precisar de lentes
rápidas.
2 - Com sua lente de zoom e sem mudar de posição, tire três fotos de
um mesmo objeto distante (prédio, pessoa, carro estacionado):
a - com a menor distância focal possível;
b - com uma distância focal intermediária 35mm ou 50mm;
c - com a maior distância focal possível.
Quais são as diferenças que você percebe entre estas três fotos?
3 - Com a maior distância focal possível da sua lente, tire duas fotos
em Modo Manual (M), ajustando sua exposição como o fotômetro da
câmera indica:
a - uma com a velocidade do obturador mínima (se a lente for de
100mm, a velocidade deverá ser 1/100, por exemplo);
b - uma com a velocidade do obturador bem abaixo do mínimo (se a
lente for de 100mm, tire a foto em 1/15, por exemplo).
Conseguiu manter a foto nítida ou ela ficou borrada?
Controlando o foco
Antes de tudo, você precisa determinar o foco de sua lente, isto é feito
automaticamente (autofocus) em várias câmeras compactas e em R eflex,
mas também pode ser controlado manualmente (manual focus) em com-
pactas avançadas e nas câmeras profissionais (geralmente puxando um
botão no corpo da lente).
O foco automático costuma ser bastante confiável, na maioria dos
casos. Ele funciona avaliando o contraste da foto e seleciona automatica-
mente o elemento que mais chama atenção, ou que esteja mais próximo
da câmera (primeira foto à direita), outra opção é você selecionar na sua
câmera quais pontos do quadro deverão estar em foco.
Para mim, funciona melhor quando eu programo a câmera para
focalizar sempre no centro do quadro (segunda foto à direita).
Por exemplo, se eu estou fotografando uma pessoa e quero mostrar
a paisagem no fundo, eu foco primeiro no rosto da pessoa pressionan-
do parcialmente o botão do obturador, e sem soltá-lo, recomponho o
quadro e termino de pressionar o botão para tirar a foto.
Manualmente, é só girar o anel do foco na lente até que o elemento
desejado esteja nítido no visor. É particularmente útil em situações com
pouco contraste, em imagens muito escuras ou muito claras, quando o
autofoco tem dificuldades para funcionar.
Já foco em infinito (∞) é quando você quer que todos os planos do
quadro estejam igualmente nítidos.
Por fim, a distância mínima para que um objeto esteja em foco depen-
derá da lente e de sua distância focal: com grande-angulares, é possível
aproximar-se mais do objeto, com telefotos, se o fotógrafo se aproximar
muito do objeto, a lente não conseguirá obter um foco adequado.
Exercícios práticos
1 - descubra onde fica a configuração de e quilíbrio
de branco (white balance) em sua câmera. Ler o
manual do fabricante ajuda bastante se você estiver
tendo dificuldades.
2 - tire uma foto para cada configuração de balanço
de branco (daylight, cloudy, shade, tungsten, fluorescent,
flash, auto) de um mesmo objeto e/ou paisagem e
compare-as.
Em qual destas configurações as corem ficaram
mais fiéis ao objeto fotografado?
3 - tire várias fotos em diferentes situações de lumi-
nosidade, num dia ensolarado, nublado, na sombra, Luz incandescente/Tungsten
em ambiente iluminado por luz incandescente e fluo-
rescente, e tente ajustar manualmente o equilíbrio de
branco (white balance).
Conseguiu obter as tonalidades corretas?
4 - Por fim, se sua câmera possuir o formato .RAW,
fotografe um objeto ou paisagem em formato .RAW
e, no programa para conversão de .RAW de sua
câmera, teste as diferentes configurações de equilí-
brio de branco (white balance).
Luz fluorescente/Fluorescent
Tarde
Com uma qualidade de luz semelhante à de ma-
nhã, mas com tons um pouco mais quentes. Em
grandes cidades, o ar pode começar a ficar um pouco
mais poluído e a visibilidade para fotos panorâmicas
pode já não ser das melhores.
Nublado
Aposto que, quando amanhece nublado, você já
pensa: “que péssimo dia para se fotografar!”.
Enquanto que isto é parcialmente verdade para
fotos de paisagens, para retratos as nuvens podem
ser grandes aliadas, pois elas difundem a luz do sol,
tornando-a menos dura, suavizando as sombras e
privilegiando os traços faciais.
Também são boas circunstâncias para fotografar
em preto e branco, pois o céu fica totalmente branco e
permite uma interessante gradação de tons de cinza.
Exercícios práticos
Vice-e-versa
Não isto não significa que você terá de fotografar retratos sempre
em orientação de retrato, e paisagem em orientação de paisagem. In- 1/125 f/9 ISO 100
clusive, às vezes, é até mais interessante quando você opta pela outra
orientação.
Para retratos, fotografar em orientação de paisagem dá uma sensação
de mobilidade, além de incluir maior espaço ao lado, que pode ser apre-
sentar algum tipo de fundo interessante ou simplesmente ser um espaço
neutro.
Já para paisagens, fotografar em orientação de retrato delimita o tema
e cria mais tensão, além de ser particularmente interessante para cená-
rios urbanos, com altos edifícios.
Geralmente, eu acabo tirando duas fotos, uma para cada orientação e
depois seleciono a que ficou melhor.
Exercícios práticos
Modo A-Dep
Neste modo, a câmera ajusta automaticamente qual é a melhor confi-
guração de velocidade de obturador e abertura de diafragma para que
todos os elementos do quadro fiquem em foco.
Acho que nunca utilizei o modo A-Dep na vida...
Obs.: estes modos referem-se a uma câmera Reflex da Canon, em outras marcas
1/125 f/1.4 ISO 200 podem ser indicados por nomes ou ícones diferentes.
Fotografia colorida
Neste tipo de fotografia, você preserva as cores do
mundo como nós as vemos, com toda sua vasta gama
de tonalidades e matizes.
Desde a sua popularização, a fotografia à cor
também arrebanhou seus adeptos, como William
Eggleton, Annie Leibovitz, Steve McCurry, Ira Block,
Allison Wright, principalmente nas áreas de moda
e natureza, como na das publicações da National
Geographic.
Se você pretende se tornar fotógrafo de casamento
ou de eventos, é provável que acabe selecionando
uma ou duas fotos para converter para preto e bran-
co, e manter todas as outras coloridas, para preservar
as cores originais.
De certo modo, o próprio tema acaba decidindo se
permanecerá colorido ou monocromático, por exem-
plo, não faz muito sentido converter uma plantação
de tulipas ou girassóis numa fotografia em preto e
branco, pois boa parte da beleza está nas cores vivas.
Já um retrato de refugiados de guerra pode exigir a
Exercícios práticos
Exercícios práticos
1 - Em modo manual, tire fotos de objetos em movimento - carro,
avião, esporte, animais, chafariz, etc - com a velocidade do obturador
necessária para congelar o movimento.
2 - Em modo manual, tire fotos à noite em longa exposição (com velo-
cidades do obturador superiores a 1 segundo) e confira o resultado. Se
você não possuir um tripé, pode utilizar qualquer superfície plana como
suporte, como bancos, muretas ou o próprio chão.
3 - Em modo manual, configure a velocidade do obturador em 1/15
de segundo e tente a técnica de panning, com um sujeito passando por
você em ângulo de 90 graus. Tente várias vezes, pois não é muito fácil
obter um bom resultado da primeira vez.
Cala a Boca e Clica! 100 Cópia para clebermferreira@gmail.com. É proibida a reprodução ou distribuição.
Exercícios práticos
1 - Tire duas fotos de um mesmo objeto ou paisagem:
a - centralizando o tema ou o horizonte;
b - posicionando o sujeito que você deseja destacar numa das intersec-
ções da Regra dos Terços.
Qual das duas fotos ficou mais interessante?
Equilíbrio e Harmonia
Ao contrário da Regra dos Terços, que é uma técnica bastante específi-
ca sobre o posicionamento do foco de interesse numa foto, o conceito de
Equilíbrio e Harmonia é bastante subjetivo.
Basicamente, a ideia que sustenta o Equilíbrio é que algumas partes
da foto possuam igual importância, seja porque possuem simetria (são
iguais), seja porque são assimétricos (desiguais).
Na página seguinte, há dois exemplos de fotografias adotando este
método de composição.
Cala a Boca e Clica! 102 Cópia para clebermferreira@gmail.com. É proibida a reprodução ou distribuição.
Simetria
A foto da direita poderia ser dividida em quatro partes, duas acima
da linha do horizonte, e duas abaixo. Nas partes acima, temos algumas
pessoas, o céu e a marquise; estas partes são parcialmente simétricas,
pois há o mesmo número de colunas, no entanto, o movimento das pes-
soas e as cores de suas roupas são diferentes, mas que não é tão percep-
tível no conjunto. Nas partes inferiores, temos o reflexo da marquise e
do céu na água, um espelho da simetria das partes superiores.
Assimetria
Já a foto abaixo, o equilíbrio está no contraste entre as duas partes da
foto: do lado esquerdo, temos um homem caminhando, do lado direito,
um cão parado, mas somente aguardando-o para segui-lo. Uma linha 1/1250 f/5.6 ISO 100
ligeiramente diagonal, o meio-fio, separa-os, não apenas visualmente,
mas simbolicamente enquanto ser humano e cachorro, enquanto dono e
companheiro.
Eles estão juntos, mas apartados. 1/200 f/8 ISO 100
Exercícios práticos
Cala a Boca e Clica! 104 Cópia para clebermferreira@gmail.com. É proibida a reprodução ou distribuição.
1/250 f/11 ISO 100
Cala a Boca e Clica! 106 Cópia para clebermferreira@gmail.com. É proibida a reprodução ou distribuição.
1/250 f/1.8 ISO 100
Linhas curvas
As linhas curvam atuam como as linhas diagonais, adicionando dina-
mismo e movimento a um foto, porém com um pouco mais de sutileza.
São mais harmônicas e suaves e rompem delicadamente a rididez das
linhas horizontais ou verticais.
Formas
Circunferências, retângulos, losangos, triângulos e outras formas
geométricas são facilmente reconhecidas pelas pessoas e podem ser
elementos de atração, causar curiosidade, estímulo, ou identificação
numa foto.
A utilização de formas é mais simples do que pode parecer à princí-
pio, às vezes, uma mesa com pratos, como na foto ao lado, já é o sufi-
ciente para intrigar espectador.
1/8000 f/4 ISO 250
Rodas de bicicletas, balões de festa infantil, caminhões ou janelas,
todo o universo é composto por formas geométricas ou linhas, basta
observá-lo e apresentá-lo de uma maneira interessante através de sua
fotografia.
Cala a Boca e Clica! 108 Cópia para clebermferreira@gmail.com. É proibida a reprodução ou distribuição.
Cores
As cores podem ser as maiores aliadas ou as piores
inimigas de um fotógrafo. Podem fazer com uma que
imagem salte da tela, reforçando sua mensagem, ou pode
distrair totalmente o espectador do que é o tema principal da
fotografia.
Não é à toa que se recomenda aos fotógrafos iniciantes que
saiam às ruas e só fotografem em preto e branco, pois assim
não terão de se preocupar com cores fortes, nem com confi-
gurações de White Balance (Equilíbrio de Branco) da câmera.
Assim como a presença de linhas e de formas, as cores
devem contribuir para a melhor transmissão de sua mensa-
gem, e não deve ofuscar o conteúdo.
Você deve ter percebido que em todas estas fotos, estes
diferentes princípios de composição - linhas horizontais, ver- 1/1000 f/9 ISO 400
ticais, diagonais, curvas, formas geométricas e cores - intera-
gem e se complementam.
A combinação destes princípios é o que torna uma foto
interessante.
Exercícios práticos
1 - tire várias fotos ressaltando diferente tipos de linhas:
a - horizontais
b - verticais
c - diagonais
d - curvas
2 - tire várias fotos com formas geométricas, como circunfe-
rências, retângulos, quadrados, losangos, etc.
3 - tire várias fotos de objetos ou paisagens coloridas. Qual
foi o resultado final? Na sua opinião, as cores distraem ou
reforçam o tema de sua foto?
Ponto de Vista
Se você der uma câmera para cem pessoas dife-
rentes para que fotografem uma cena, você terá cem
fotos diferentes. Isto ocorre por várias razões: cada
um destes fotógrafos destacará algo que o atrai nesta
cena, uns fotografarão antes e outros depois, uns che-
garão mais perto e outros ficarão mais distantes, uns
ficarão de pé e outos se agacharão.
O ponto de vista é extremamente importante numa
imagem. Geralmente fotografias tiradas por volta da
altura de nossos olhos (de pé) são as menos interes-
1/125 f/4.5 ISO 400
santes, pois é como vemos o mundo todos os dias.
Às vezes, se nos ajoelharmos, ou se subirmos numa
Cala a Boca e Clica! 110 Cópia para clebermferreira@gmail.com. É proibida a reprodução ou distribuição.
1/50 f/8 ISO 100
escada ou num banco, com um ponto de vista total-
mente não usual, obteremos uma foto incomum e
atraente.
Por exemplo, a foto à esquerda da página 110 foi
tirada na altura da cachorrinha, que tem menos de 30
cm de altura. Ao fazermos isto, nós a privilegiamos
mais, ao apresentarmos um ponto de vista inespera-
do.
Na foto no topo da p. 111, tirada de cima, passa
uma sensação completamente distinta, ao ressaltar
a nossa altura em relação à cachorrinha. Enquanto
que na primeira nós nos pusemos da altura dela e
a engrandecemos, na segunda nós a fotografamos
de cima e a mostramos como nós, seres humanos,
habitualmente a vemos.
Uma foto não é necessariamente melhor do que a
outra, são apenas dois pontos de vista distintos e que 1/50 f/8 ISO 50
geram imagens e transmitem mensagens distintas.
Na foto acima à direita, vemos um esquilo entre as
folhas secas do outono, ele nos observa com curio-
sidade, mas o conjunto da foto estabelece a mesma
hierarquia de importância ao animal e ao resto do
quadro. Talvez se alguém olhar rapidamente a foto,
nem perceba o esquilo ali. O ponto de vista é quase
o mesmo habitual do nosso dia a dia, de pé, com a
câmera na altura de nossos olhos.
Na segunda foto abaixo, também temos um es-
quilo que nos observa, no entanto, não temos como
ignorar sua presença. O ponto de vista é na altura
dele e, todo os restante da foto, como o parque, as
pessoas ao fundo, são apenas um complemento ao
animalzinho que nos olha. Não estamos de pé, mas
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que revelarão aspectos diferentes da realidade e nos
contarão histórias diferentes.
Quando você estiver com uma câmera em mãos,
explore os pontos de vista, saia de sua zona de con-
forto e arrisque-se, abaixe-se, agache-se, deite no
chão, suba no banco ou pendure-se num poste (mas,
por favor, não caia nem se machuque!), afaste-se ou
se aproxime, tente ver o mundo como ninguém mais
viu e clique.
Nem sempre um ponto de vista inusitado resultará
numa boa foto, mas há grandes chances de você con-
seguir ser original e criativo.
Não tenha medo de explorar!
Exercícios práticos
1 - selecione um objeto, uma pessoa ou animal e
tire três fotos em diferentes pontos de vista:
a - na altura do objeto ou sujeito;
b - de cima;
c - de baixo.
Qual delas ficou mais interessante?
Contraste
Os nossos olhos são extremamente eficientes na hora de controlar
o contraste, conseguimos nos adaptar facilmente a situações com alto
contraste, isto é, quando há uma diferença muito grande de iluminação
num mesmo cenário.
No entanto, nossas câmeras não enxergam o mundo exatamente
como os nossos olhos, em situações de alto contraste, você será obriga-
do a decidir pela câmera o que você quer que ela enxergue melhor, a
claridade ou as sombras.
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Veja as três fotos acima:
Na primeira, estamos expondo a foto para mostrar-nos o céu e a
área iluminada pelo sol, que inclui o Empire State Building e alguns
edifícios.
Por ser uma situação de alto contraste, temos nenhum ou pouco
detalhe na região da sombra, que ficou completamente escura.
Nesta segunda foto, estamos expondo para mostrar-nos o que há na
região das sombras, mostrar as pessoas nas ruas.
Por outro lado, isto faz com que o céu e os edifícios fiquem completa-
mente sobrexpostos, sem nenhum ou pouco detalhe nas áreas ilumina-
das.
Por fim, nesta última, expomos para obtermos um pouco de detalhes
tanto na região iluminada quanto na região das sombras, o que ocorre
é que o céu fica um pouco sobrexposto, enquanto a região das sombras
fica um pouco subexposta.
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Aproveitando situações com baixo
contraste
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Perspectiva de um ponto de fuga
Ponto de fuga é o ponto de convergência das linhas de uma figura. Na foto abaixo, por
exemplo, o ponto de fuga é o final da rua, que concentra toda as linhas da imagem, como
podemos ver com as linhas vermelhas.
Esta é uma situação bastante comum, especialmente em fotografias urbanas e
conhecida como “perspectiva de um ponto de fuga”.
Estas linhas convergentes conduzem o nosso olhar por toda a extensão da fotografia até
o horizonte.
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Perspectiva de 3 pontos de fuga
Por fim, esta é uma situação um pouco mais incomum, pois o objeto
precisa ser fotografado de cima. Nesta imagem, temos três pontos de
fuga, um para cada convergência das linhas deste edifício, como veremos
abaixo.
Neste caso, é um pouco mais difícil visualizarmos quais são os três
pontos de fuga, mas na segunda figura é possível ter uma noção mais precisa.
Exercícios práticos
1 - procure por situações de perspectiva de um ponto de fuga e tire
várias fotos com diferentes distâncias focais, normal, grande angular e
telefoto, e também com diferentes pontos de vista.
Por fim, confira a fotos que você obteve e as analise. Quais delas
ficaram mais interessantes?
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1/125 f/8 ISO 100
Repetição e Ritmo
Na música, define-se ritmo como o movimento marcado pela sucessão regular de
e lementos fortes e fracos. Pense numa canção ou numa dança, o ritmo é que o nos leva a
bater o pé, a tamborilar os dedos, a mover os quadris ou a bater palmas. O ritmo é o que
nos põe em movimento.
Ritmo e repetição estão conectados, repetição cria pode criar um ritmo, enquanto o ritmo
funda-se numa repetição.
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1/160 f/4 ISO 320
Esta é a mesma lógica utilizada na foto destes carros cobertos de neve,
a repetição cria uma linha diagonal que cruza toda a extensão da ima-
gem, conduzindo o nosso olhar até o segundo plano, onde podemos ver
o pub e a mulher de guarda-chuvas roxo.
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1/400 f/3.5 ISO 400
Exercícios práticos
1 - procure situações de repetição, padrões ou texturas que
possam criar fotografias com ritmo.
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1/320 f/4 ISO 50
Veja outros dois exemplos: Apesar de na segundo foto ainda termos vários
A primeira foto, tirada durante a parada do orgu- elementos, como sujeitos no primeiro e no segundo
lho gay em Nova York, mostra-nos duas pessoas em plano, o recorte nos permite visualizarmos detalhes
primeiro plano com um poodlezinho, eles desfilam que haviam passado despercebidos na primeira foto,
na parada, já no segundo plano, há os espectadores como a rosa na mão e a pomba sobre a cabeça do ho-
do desfile. São vários elementos, mas que transmitem mem com barba e a riqueza de suas expressões, além
a ideia de uma parada colorida e cheia de pessoas. disto, o desfocado no segundo-plano ressalta ainda
mais os personagens adiante.
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Como realizar um bom recorte A desvantagem de se usar uma lente para realizar
o recorte é que você não terá a opção de desfazê-lo
(cropping)? posteriormente: a imagem criada é definitiva, você
Um bom recorte dependerá muito do seu bom não poderá ampliar os limites dela, poderá apenas
senso e do que você deseja ressaltar numa imagem. recortá-la ainda mais.
Quanto mais elementos houver numa fotografia, A segunda opção é recortar uma imagem num
mais disperso será o seu tema. software de edição de imagens, como o Photoshop
Devemos insistir que uma foto não é melhor do ou o Lightroom, nos quais você poderá, após ter tira-
que a outra, são apenas duas maneiras diferentes do a foto, alterá-la e recortá-la como desejar.
de abordar um tema e apresentá-lo visualmente aos A desvantagem neste caso é a perda de resolução
espectadores. para recortes de seções muito pequenas de uma foto-
A primeira opção para realizar um recorte é utili- grafia, e isto dependerá principalmente da resolução
zando uma lente com distância focal longa (telefoto) da câmera (megapixels) e também da qualidade da
ou uma lente de zoom. Só lembrando que as diferen- imagens. Câmeras melhores costumam ter imagens
tes distâncias focais proporcionam diferentes sen- mais nítidas e com resolução melhor, que permitem
sações espaciais numa fotografia e criam diferentes recortes mais aproximados. Fotos de câmeras com-
tipos de imagens. pactas nem sempre permitem grandes recortes.
Exercícios práticos
1 - Utilizando uma lente de zoom, ou duas lentes com distâncias focais diferentes (preferencialmente uma
grande-angular e outra telefoto), tire duas fotos:
a - uma incluindo vários elementos em uma imagem;
b- outra recortando apenas um dos elementos.
Qual das duas ficou mais interessante na sua opinião?
2 - utilizando um programa de edição de imagens de sua preferência, escolha uma foto que você já tenha
tirado que contenha vários elementos, como pessoas, animais ou objetos, e faça o recorte de apenas um destes
elementos e salve num outro arquivo.
Como ficou o resultado final? O recorte é mais interessante do que a imagem original? A resolução da
imagem final é boa ou houve perda perceptível de qualidade?
Esta técnica fotográfica pode soar muito estranha para a maioria das pessoas, pois defende
que o nosso cérebro se interessa mais por imagens com um número ímpar de elementos do que
por com número par.
Isto é, se você for tirar uma foto onde haja mais de 1 elemento, o melhor seria que houvesse 3,
5, 7 ou assim por diante, pois criaria uma imagem mais atraente.
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A lógica por detrás desta técnica é que nossa mente agrupa facilmente
objetos pares, criando uma simetria, enquanto que números ímpares
causam tensão. 3 elementos numa imagem podem facilmente criar uma
linha ou um triâgulo, tornando uma foto atraente.
É óbvio que, no caso desta técnica específica, não precisamos ser radi-
cais e fotografarmos apenas imagens com um número ímpar de elemen-
tos. Ou como faríamos para fotografar um casal, por exemplo?
Ela também não vale muito para fotos com muitos objetos ou pessoas,
pois, depois de uma certa quantidade de elementos, nosso cérebro dei- 1/60 f/4 ISO 500
xar de contar e só entende que existe um montão de coisas na foto, não
se importando se é par ou ímpar.
Para utilizarmos a Regra dos Ímpares, o que eu sugiro é que você
fotografe sem pensar muito nela, apenas retratando as cenas, paisagens
ou retratos que lhe interessam e, posteriormente, verificar quais são as
imagens mais interessantes e perceber se elas possuem um número par
ou ímpar de elementos.
Talvez você constate que a regra realmente funciona para vários
casos, ou, se você quiser adequar uma foto à Regra dos Ímpares, você
pode recortá-la no pós-processamento.
No entanto, se você tiver a possibilidade de preparar a composição
da foto, como um jarro de flores, por exemplo, você poderá organizá-la
para se adequar a esta técnica.
Exercícios práticos
1 - tire fotos com elementos pares e ímpares e depois analise quais
delas lhe parecem ser mais interessantes;
2 - dê uma olhada em fotos que você já tenha tirado anteriormente e
das quais goste muito. Você consegue identificar a Regra dos Ímpares
nelas?
Regra do Espaço
A melhor maneira para se passar a sensação de movimento é, na hora
de enquadrar uma imagem, deixar um espaço no sentido para onde a
pessoa, animal ou objeto se desloca.
Ao detectar um movimento, imediatamente os nossos olhos procu-
ram por um espaço vazio para seguir a trajetória, e isto é conhecido em
fotografia como “Regra do Espaço”.
Como você pode ver nos exemplos acima, tanto dos quadriciclos
quanto da mulher peruana, há um espaço adiante na direção para
1/300 f/7.1 ISO 100 onde eles se deslocam, ressaltando a noção de movimento, este espaço
também é chamado de “espaço ativo”.
No entanto, a “Regra do Espaço” não serve apenas para movimento,
mas também para guiar o espectador na direção do olhar das pessoas
retratadas.
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Na foto à direita, o espaço em frente ao cozinhei-
ro serve para nos mostrar que ele estava vendo e o
ambiente onde ele se encontra.
Apesar de funcionar bem na maioria das s ituações,
a “Regra do Espaço” não é inviolável. Às vezes,
brincar com a noção de espaço também pode criar
fotos bastante interessantes.
Exercícios práticos
1 - tire duas fotos de um objeto, animal ou pessoa
em movimento:
a - uma deixando um espaço na frente do elemento;
b - uma deixando um espaço atrás do elemento.
Qual das duas é melhor em sua opinião?
Iluminação
Sem a luz, a fotografia sequer existiria. A iluminação é o que torna
esta Arte possível, é a essência da fotografia e todos seus princípios
básicos, como velocidade do obturador, ISO e abertura de diafragma,
são para aprender como controlar a luz que entra na câmera.
Entretanto, saber utilizar a iluminação, tanto a luz ambiente quanto
iluminação artificial, também é uma técnica de composição. A dispo-
sição e a qualidade da luz pode criar efeitos completamente diversos
numa imagem, como veremos à seguir.
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Luz natural
A luz do Sol é a primeira fonte
de iluminação do ser humano, e é
o tipo de iluminação ao qual todos
os fotógrafos terão de se habituar.
É uma luz potente e que cria
fortes sombras, é por isto que se
torna necessário aprender quais
são os melhores horários do dia
ou condições climáticas para se
fotografar, ou utilizar refletores ou
difusores para atenuar as sombras.
Via de regra, toda a iluminação
artificial, como flashes ou luzes
de estúdio, visa recriar o tipo de
iluminação do sol, com ângulos de
incidência semelhantes aos criados
pelo sol na natureza.
A foto acima foi tirada duran-
te o sol de fim de tarde, com um
agradável tom avermelhado e com
a típica iluminação de inverno no
hemisfério norte, com sombras
fortes e marcadas.
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Iluminação Artificial
Geralmente, o termo iluminação artificial refere-se
a algum tipo de foco de luz que não pertence à cena,
um flash ou strobe de estúdio, ou até mesmo uma
lanterna ou lâmpada que você traz ao cenário para
aumentar a iluminação.
A utilização de iluminação artificial é uma arte
por si própria, tão complexa e minuciosa que muitos
fotógrafos jamais a dominarão.
Na maioria da vezes que você ouvir um fotógrafo
dizendo: “eu não gosto de flash, só uso luz ambien-
te”, isto quer dizer “eu não sei como utilizar bem os
flashes, por isto, tenho de me virar apenas com a luz
ambiente”.
Pois, como eu disse, a intenção da iluminação artifi-
cial é, na maior parte dos casos, reproduzir a natura-
lidade da luz do sol, portanto, não deve parecer que
o fotógrafo está utilizando uma luz artificial, o que
não é nada fácil.
Muitas vezes, você será obrigado a utilizar uma
luz artificial quando a cena estiver escura demais de
modo que não seja possível fotografar uma pessoa ou
cena segurando a câmera sem tripé, ou porque a ilu-
minação do fundo é mais clara que o primeiro plano,
ou até durante o dia para amenizar as sombras, o que
é conhecido como luz de preenchimento (fill light).
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Exercícios práticos
1 - arranje uma vítima para ser fotografada, pode
ser sua mãe, pai, irmão, um amigo e faça uma série
de fotografias em diferentes tipos de iluminação:
a - com luz natural (do sol), se possível em diferen-
tes horários do dia, manhã, meio dia e à tarde;
b - com luz ambiente, como em locais fechados,
com lâmpadas, postes, na sombra e à noite.
c - com o flash embutido da sua câmera;
d - se você possuir um flash externo, tire uma foto
com ele também.
Depois, compare as fotos e analise-as. Consegue
perceber a diferença entre estes tipos de iluminação,
as sombras, as regiões iluminadas, as tonalidades?
Qual ficou mais bonita, em sua opinião?
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Em retratos, particularmente quando se utiliza um
fundo de cor sólida em estúdio, o espaço negativo
serve para emoldurar e ressaltar o sujeito retratado.
No caso da foto à direita, o contraste entre o fundo
negro e o pelo branco do cão cria uma gradação de
tonalidades e gera tensão.
Exercícios práticos
1 - tente fotografar situações nas quais você percebe
a presença do espaço negativo, criando formas e ou
linas ao redor ou no interior do sujeito. Conseguiu
obter fotos interessantes?
Profundidade de Campo e
Bokeh
Como já dissemos, a variação na profundidade de campo, isto é, na
quantidade de elementos de uma imagem que estão em foco, depende
de quatro fatores: abertura de diafragma, distância focal da lente, a pro-
ximidade entre a câmera e o objeto, e entre o objeto e o segundo plano.
Além de ser um aspecto técnico da fotografia, é também uma técnica
de composição, pois a utilização de um foco raso (com poucos elemen-
tos nítidos) ou de um foco profundo (com muitos elementos nítidos)
pode alterar muito a percepção de uma imagem.
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1/80 f/1.4 ISO 200
Foco raso
A possibilidade de se utilizar lentes com grandes
No entanto, se você quiser isolar um elemento, ou
aberturas talvez seja um dos maiores diferenciais
parte de um elemento, deixando nítido, mas todo o
para se comprar uma câmera Reflex, pois geralmente
resto desfocado, você optará por um foco raso. Para
as lentes de câmeras compactas não possuem aber-
tanto, você terá de cumprir as seguintes exigências:
turas grandes e não permitem a criação de imagens
1 - uma abertura de diafragma grande (f/1.8, por
com pouca profundidade de campo.
exemplo),
Este tipo de foco raso é particularmente eficaz, pois
2 - uma lente telefoto,
permite ao fotógrafo isolar apenas o que ele deseja
3 - uma distância pequena entre a câmera e o
mostrar com nitidez, como na foto acima (à direita)
primeiro plano,
do baixo-relevo egípcio, onde apenas parte da ima-
e/ou
gem está em foco.
4 - uma distância grande entre o primeiro e o
segundo plano.
Bokeh
Exercícios práticos
Bokeh é um termo utilizado para designar o
1 - tire fotos com diferentes profundidades de
desfocado fora da área da profundidade de campo,
campo de paisagens, pessoas e objetos:
como o segundo plano do retrato acima.
a - com aberturas de diafragma grande (f/3.5 ou
Este tipo de desfocado é muito utilizado em
maiores)
retratos, pois destaca o sujeito e cria uma sensação de
b - com aberturas de diafragma pequenas (f/8 ou
tridimensionalidade.
menores)
A qualidade do bokeh dependerá muito também
É possível perceber a variação de áreas nítidas e
da qualidade da lente e da distância focal. Telefotos
desfocadas nestas fotos?
costumam criar desfocados muito mais agradáveis
de que lentes mais curtas, mesmo com aberturas de
2 - tire fotos de um único objeto ou pessoa:
diafragma pequenas.
a - tentando desfocar o segundo plano;
Você até pode fazer o desfocado posteriormente,
b - tentando deixar o segundo plano nítido.
no Photoshop ou em algum outro editor de imagens,
Conseguiu ou está tendo dificuldades?
mas é muito mais simples e mais bonito conseguir
um bokeh na hora em que se tira a foto.
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Enquadramento
(Framing)
Esta é uma das técnicas de composição mais básicas
e uma das mais simples de ser aplicada. Basicamente,
o enquadramento (framing) é criar um quadro dentro
de outro quadro.
Para tanto, você utilizará elementos da própria
imagem, como pilares, árvores, muros, portas, jane-
las, pessoas, para delimitar o campo de visão de uma
foto e conduzir o olhar ao tema.
1/60 f/4 ISO 100
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1/2500 f/4 ISO 160
Este é um dos casos nos quais centralizar o tema não é tão problemá-
tico, pois o enquadramento já serve para destacá-lo, ao restringir a área
da imagem.
Nas fotos nas páginas anteriores e ao lado, vemos diferentes tipos de
enquadramento.
Na primeira (p. 149), a porta de entrada da estação de trem e o jogo
de luz e sombras reforça a presença das pessoas que entram e saem pela
porta.
Na segunda (p. 150), temos um reflexo numa poça. Os limites da poça
realizam o enquadramento, criando um ar misterioso e até absurdo,
como se houvesse uma fenda no chão por onde passa a mulher.
Na terceira (p. 150), vemos a praça principal de Cusco através das
janelas de um prédio e, neste caso, é o jogo de cores que torna a imagem
mais interessante.
E na quarta foto (topo à direita), há novamente o contraste entre
o primeiro e o segundo plano. As sombras atuam como um quadro,
salientando as silhuetas e os edifícios iluminados atrás.
Já na foto do cão correndo pelo parque (à direita), são as pernas das
pessoas que compõem o enquadramento e destacam o cachorro, ao
mesmo tempo em que o olhar do animal nos conduz a uma cena que
não podemos ver, ou seja, a parte superior dos corpos das pessoas.
Exercícios práticos
1 - tente criar situações de enquadramento (framing), utilizando:
a - janelas e portas;
b - árvores;
c - pessoas;
d - objetos quaisquer.
Quebrando as regras
Nestas várias lições do fotografia, falamos de várias regrinhas e técnicas de composição
para se obter uma foto melhor. Algumas são muito conhecidas e repetidas por todos os
cursos de fotografia por aí, como a Regra dos Terços, Contraste, Ponto de Vista ou Recorte
(Cropping), outras já não são tão conhecidas ou até controversas, como a Regra dos Ímpares
ou Ritmo.
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Tantas técnicas ou regras podem confundir o fotógrafo iniciante.
— Terei de pensar em todas estas coisas antes de tirar uma foto? —
você deve ter se perguntado ao longo deste curso.
A resposta é “sim” e “não”.
A princípio, você terá pensar e utilizar conscientemente estas regras.
Terá de testá-las, terá de dizer para si mesmo: “hoje vou utilizar a Regra
dos Terços”, ou “hoje vou tentar tirar uma foto com Espaço N egativo”,
e assim por diante, pois será apenas através da repetição que você
aprenderá a utilizar tais técnicas.
No entanto, com o tempo e com a prática, todas estas técnicas e
princípios se tornarão intuitivos e você saberá criar uma bela composi-
ção sem precisar pensar muito. Bastará você ver uma cena e, no ato, já
saberá se será uma foto bonita ou não.
E, depois de um tempo, você também começará a perceber que todas
estas regras e técnicas tem um limite, que não bastam para expressar 1/60 f/1.8 ISO 50
certas ideias, para capturar certos momentos ou sentimentos.
É neste momento em que você sentirá a necessidade de quebrar as
regras e criar algo diferente.
No entanto, para quebrar as regras, você precisa conhecê-las antes.
Fazer como todo mundo faz é a fórmula certa para uma fotografia
sem personalidade, plana e monótona.
Alguns pontos de vista, alguns estilos de composição, algumas poses,
são usadas por muitos fotógrafos de tal modo que, ao compará-las, você
não saberia distinguir quem tirou aquela foto.
O diferencial está em somar todas as técnicas ensinadas, praticá-las e,
no meio delas, encontrar sua própria voz e seu próprio estilo, transgre-
dir e experimentar. A fotografia pode ser o maior mais belo e incrível
para você mostrar que você é e o que você sente ou pensa.
Ao experimentar e brincar com as regras, você revela sua criatividade
e que consegue ir muito além do óbvio, mas, para isto, você também
tem de começar a prestar atenção aos detalhes, ao que ninguém mais vê
Exercícios práticos
1 - após ter posto em prática todas as técnicas e
regras de composição apresentadas neste curso, tente
ser inovador, criativo e tirar uma foto diferente de
qualquer uma que você já tenha tirado ou visto por
aí.
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1/250 f/8 ISO 100
Edição
Isto se chama “edição”, que é a hora em que você vai se sentar dian-
te do computador e analisar, uma por uma, todas as fotos que tirou
durante o dia.
Antes de tudo, é fundamental que você tire o maior número possível
de fotos de uma pessoa, objeto ou paisagem. Explore todos os ângulos,
posições e tipos de iluminação, pois nunca é o bastante.
Quanto mais fotos você tirar, maiores são as chances de haver obtido
uma foto excelente ou muito boa.
Depois, você analisará o resultado de seu trabalho e escolherá apenas
as melhores fotos para o pós-processamento (no Photoshop, Lightroom
ou qualquer outro software de tratamento de imagens).
Por fim, fará uma nova seleção, deixando apenas as melhores das
melhores.
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São estas fotos, e apenas estas, que
você deverá mostrar ao mundo!
Por exemplo, em cada saída com mi-
nha câmera, tiro entre 100 e 300 fotos,
escolho numa primeira triagem umas
50, só arrumo umas 20, e mostro para
as outras pessoas 1 ou 2.
Dentre as vários milhares de fotos
que já tirei nestes anos, meu portifólio
tem apenas umas 30 fotos, as melhores
de todas, as minhas favoritas.
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estranhas. Tudo isto o ajudará a ambientar melhor o que você fez e viu,
revelando melhor a sua experiência.
Na fotografia, quantidade pode ser qualidade, desde que seja acom-
panhada de uma boa edição, na qual você fará uma seleção criteriosa do
que merece atenção daquilo que deve ser posto de lado.
Exerícios práticos
1 - escolha um sujeito para ser fotografado, não importa se é uma
pessoa, objeto ou paisagem:
a - tire o maior número possível de fotos deste mesmo sujeito, no
mínimo umas 36 fotos, utilizando vários pontos de vista, poses, tipos de
iluminação, etc.;
b - depois, no computador, analise todas as fotos que tirou e escolha
apenas duas, as que você considera as melhores.
2 - Procure por fotos de grandes fotógrafos e reflita sobre o quão
difícil deve ter sido para eles conseguir aquela imagem, e quantas fotos
devem ter sido necessárias para obtê-las.
Conclusão e c
onselhos Neste curso, apresentamos os princípios básicos da
fotografia, técnicas e regras para se obter uma foto
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Aqui está o básico, o alicerce para qualquer pessoa interessada em
fotografia. Sem este conhecimento básico, você terá muitas dificuldades
para avançar neste campo, pois até se pode acertar algumas vezes atra-
vés da intuição, mas a arte da fotografia está aí há mais de um século e
muitas destas técnicas se consagraram desde então.
Isto não quer dizer que você terá de fazer sempre igual a todo o mun-
do. Recomendamos que você explore as possibilidades, ouse, cometa
erros e tente descobrir sua própria linguagem, pois o mais fascinante da
fotografia é que, se você entregar a câmera na mãos de 50 pessoas dife-
rentes, você terá 50 fotos diferentes. Cada um vê e interpreta o mundo a
seu modo, e também é atraído por diferentes aspectos da realidade, que
podem vir a ser retratados através de sua câmera.
Por isto, seja sempre fiel ao seu instinto, ao que você gosta, ao que o
atrai. Se você pretende tornar-se um fotógrafo de casamento, estude as
técnicas, vá a workshops, aprenda com os melhores e crie um portifólio,
e o mesmo vale para qualquer área. No entanto, não se corrompa, não
aceite qualquer trabalho apenas por causa do dinheiro. Se você deseja
seguir determinado rumo, determinada área da fotografia, invista seu
tempo em criar um círculo de relações e aprender sobre o meio. A foto-
grafia deve transparecer sua paixão por aquilo!
Este curso de Introdução à Fotografia deve ser lido do começo ao fim
e posto em prática.
O que se segue é uma coleção de pequenos conselhos para o fotógrafo
amador ou para quem deseja se tornar um fotógrafo profissional um
dia.
1 - leia o manual da sua câmera!
Assim que você comprar a sua câmera, leia o manual do começo ao
fim e teste todas as funções da câmera. Você tem de conhecer bem seu
equipamento antes de sair tirando fotos por aí, especialmente se você
estiver sendo pago por isto.
Isto também vale para os manuais de flashes externos ou de
acessórios complicados.
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8 - tire muitas fotos
Nunca é o bastante. Quanto mais fotos você tirar, maior será o núme-
ro de fotos boas para você fazer uma triagem depois. Não confie demais
no seu talento, pois, às vezes, aquela foto que parece maravilhosa no
visor da câmera pode estar um pouco fora de foco ou tremida. Afinal de
contas, estamos na era digital e você não precisa ter pena de fotografar.
9 - não entre na paranóia tecnológica do último
modelo
As marcas de câmeras lançam vários modelos todos os anos, assim,
você nunca estará totalmente atualizado. Uma câmera dura tranqui-
lamente quatro anos ou mais, ou seja, não existe necessidade de ficar
trocando de câmera todos os anos. Compre lentes boas e troque o corpo
da câmera só quando for necessário.
10 - tamanho nem sempre é documento
Comumente, as câmeras maiores são mais caras e se pode tirar fotos
melhores com elas, mas é preciso saber usá-las. Não adianta você ter um
trambolho se não estiver disposto a dedicar um tempo para aprender
fotografia.
Além disto, existem câmeras para diferentes tipos de fotografia e para
diferentes situações, nem sempre uma câmera servirá para todas as
circunstâncias.
11 - se for fotografar à noite, um tripé é essencial
Como você necessitará de uma velocidade de obturador lenta, é fun-
damental ter um tripé para apoiar a câmera, se não quiser que sua foto
fique borrada.
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Workflow digital:
E depois de tirar a foto, o que
faço?
Você apertou o botão da câmera e tirou a foto.
Então quer dizer que o seu trabalho terminou?
2 - dentro destas pastas, eu crio uma subpasta para cada câmera dife-
rente que eu tenho:
C:/fotos/2012/1D/
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ou
C:/fotos/2012/XSI/
3 - no interior das pastas das câmeras, eu crio ainda mais uma subpas-
ta, uma para cada mês do ano:
C:/fotos/2012/1D/fevereiro/
4 - por fim, no interior das pastas dos meses, eu crio subpastas para
cada dia de saída fotográfica, utilizando a nomenclatura de [ano]_
[mês]_[dia], por exemplo:
C:/fotos/2012/1D/fevereiro/2012_02_22/
Se você utilizar o Adobe Lightroom, esta subpasta com o dia será cria-
da pelo próprio programa.
Os nomes dos arquivos padrão das fotos que saem de sua câmera não
são muito fáceis de serem reconhecidos, geralmente é uma sigla com
número, como IMG_001.jpg, isto é, se você tirar milhares de fotos, terá
uma porção de arquivos com o nome IMG_ e algum número. Por esta
razão, é importante você nomear suas fotos com alguma informação
que facilite a sua busca quando você precisar delas.
Cala a Boca e Clica! 168 Cópia para clebermferreira@gmail.com. É proibida a reprodução ou distribuição.
Assim, você sempre terá a foto inicial intocada, caso você faça alguma
alteração indesejada e queira reiniciar o processo.
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Sobre o autor
Henry Alfred Bugalho é formado em Filosofia
pela UFPR, com ênfase em Estética. Especialista em
Literatura e História.
Autor dos romances “O Canto do Peregrino”
(Editora Com-Arte/USP), “O Covil dos Inocentes”,
“O Rei dos Judeus”, da novela “O H omem Pós-
Histórico”, e de três duas coletâneas de contos.
Editor da Revista SAMIZDAT e fundador da
Oficina Editora. Autor do livro best-selling “Guia
Nova York para Mãos-de-Vaca”, cidade na qual
morou por 4 anos.
Estudou fotografia em Nova York e participou
de workshops com alguns dos mais reconhecidos
fotógrafos da atualidade. Suas fotos apareceram em
publicações no Brasil e no exterior e, recentemente,
foram publicadas no site da National Geographic.
Está baseado, atualmente, na Itália, com sua esposa
Denise e Bia, sua cachorrinha.
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Fotografar requer talento.
Não é qualquer um que pega uma
câmera, olha no visor e tira belas
fotos. É necessário ver beleza no
mundo, indignar-se com as injusti-
ças, acreditar no poder da expressão,
pois criar é um ato de fé.
Alguns fotografam para recordar,
outros para mostrar ao resto das pes-
soas o que ocorre todos os dias dian-
te dos nossos olhos sem nos darmos
conta, outros apenas pelo prazer de
registrar a passagem do tempo.
Os motivos que nos atraem à
fotografia podem ser vários, mas os
instrumentos são os mesmos.
Fotografia requer talento, mas
também exige estudo. Não importa
se você é profissional, amador ou
curioso, qualquer um pode aprender
a fotografar melhor e, às vezes, um
estudante com disciplina vai mui-
to mais longe do que alguém com
talento mas sem dedicação.
Pare de se preocupar tanto com
câmeras, lentes e acessórios. Primei-
ro, antes de tudo, treine o seu olhar:
aprenda a enxergar um novo mun-
do, onde a cada segundo milhões de
coisas ocorrem. Pois isto é a fotogra-
fia: congelar para sempre o fugidio
instante de nossas existências.