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6 COISAS QUE TE
IMPEDEMDE FAZER
BOAS FOTOS
por
Lucas Lermen
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 3
Falta de paciência 4
Falta de timing 5
Zona de conforto 6
Falta de técnica 9
Referências 12
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Fotógrafo
LUCAS
LERMEN
Esse é o primeiro de uma série de conteúdos gratuitos sobre fotografia que vamos disponibilizar este ano. Estive
lendo, pesquisando e notei que existe muito conteúdo na internet ensinando como fazer uma boa foto, mas, pouco
conteúdo que ajude a entender o que distancia a grande maioria dos fotógrafos de fotos realmente memoráveis.
Tive a oportunidade de ser jurado algumas vezes de grandes concursos de fotografia como o “Concurso Wedding
Brasil de Fotografia Impressa” e há alguns anos venho sendo auditor dos concursos da Bride Association, o que me
fez identificar alguns problemas comuns na grande maioria dos fotógrafos. E é exatamente sobre isso que quero
falar aqui. Vamos juntos?
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1 Falta de Paciência
Nós precisamos acreditar na nossa intuição e ter persistência. É assim que os grandes
momentos acontecem. É claro que ao nosso redor existem outras tantas coisas
acontecendo e esse é justamente o desafio. Nós deixamos de investir algum tempo em
uma cena interessante pois achamos que estamos perdendo algum momento. Lembre-
se: Nunca vamos fotografar TUDO que acontece em um evento, isso é ilusão. Fotos
incríveis de momentos incríveis valem muito mais que uma quantidade excessiva das
fotos de momentos ruins e na hora errada. Como disse, um fotógrafo jamais terá tudo
registrado, mas, a escolha do que fotografar e de quanto tempo investir em cada cena é
o que vai diferenciar o trabalho de um grande fotógrafo e um mediano.
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2 Falta de timing
Hoje é comum ver uma legião de fotógrafos se vangloriarem de fazer 20.000 fotos em
um evento ou centenas de GB. Até publicar fotos de cartões cheios. E aí eu pergunto:
Do que vale isso se eles estiverem cheios de lixo? A velocidade das câmeras modernas
(incrível, por sinal) que permite fazer dezenas de fotos por segundo também criou uma
geração de fotógrafos sem um mínimo de sensibilidade pra “sentir” o momento de clicar.
Não estou dizendo que devemos ser saudosistas ao ponto de fazer apenas um clique,
mas sim permanecer com a câmera no olho (ou bem próximo) e quando entender que
algo vai acontecer, aí sim fazer 7, 8 ou 10 fotos. De nada adianta fazer isso em uma cena
onde nada se passa.
Claro que nunca vamos ter exata certeza de quando vai acontecer o “momento decisivo”,
mas é muito mais fácil percebê-lo quando aprendemos a ser mais observadores do
que meros “clicadores”. Isso desenvolve a nossa intuição que nesse momento é algo
crucial. Pense nisso antes de sair “filmando” um casamento. Se acreditar que algo está
acontecendo ou vai acontecer então clique e depois continue andando pelo casamento
com a câmera próxima ao rosto, como uma espécie de caçador até a próxima sequência
de momentos.
E quando encontrar algo que chame atenção, aí sim clique várias vezes, não desista
na primeira, mude a composição, continue investindo. Muitas vezes uma grande foto
precisa ser construída, como falamos anteriormente. Construída ao ponto de ir clicando
e corrigindo o que precisa: A luz, a composição, etc. Lembrando sempre que a prática
nos permite “afinar” o nosso timing cada vez mais.
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3 Zona de conforto
Outra coisa que canso de ver nos concursos são: quase grandes fotos. Muitas vezes a
diferença entre uma foto incrível e uma foto ruim é mínima, são alguns cm, um passo
pro lado, outro passo pra frente e por aí vai. Outra vezes a composição está maravilhosa,
mas faltou um ponto de luz nos protagonistas da imagem. Ou seja, pequenos detalhes
de fotógrafos que não saem da zona de conforto, que fazem as coisas sempre pela
lei do menor esforço e assim terão como resultado a menor foto. É muito importante
que a cada foto seja tomada uma decisão: A decisão de persegui-la, de buscar o clique
“perfeito”, que embora seja uma utopia, permite que possamos encontrar boas fotos
nessa caminhada. E quando eu falo em zona de conforto é buscar uma nova luz, um
novo ângulo, é pensar totalmente ao contrário, é colocar o cérebro pra trabalhar.
Sabe aquela igreja ou aquele clube que você trabalhar sempre? Que tal fazer tudo ao
contrário em um destes trabalhos? O desafio maior é sairmos da nossa própria zona de
conforto e do modo automático. Lembre-se: A foto que funcionou na semana passada
não vai funcionar na semana que vem. Para grandes fotos não existem repetições, elas
são únicas. São fragmentos de segundos e atributos que jamais serão os mesmos. As
pessoas mudam, a luz muda, os locais mudam e principalmente: NÓS MUDAMOS. O
tempo todo. E aí que está o desafio! Costumo dizer que a cada casamento procuro fazer
ao menos uma foto que eu nunca tentei antes.
Precisamos de metas, de objetivos. E depois disso, que tal tentar uma foto destas em
cada etapa do casamento? Uma no making of, na cerimônia, outra no ensaio dos noivos
e uma última na festa. Acredite: Essa busca constante faz com que o trabalho como
um todo tenha consistência. Canso de escutar desculpas do tipo: “a luz estava ruim”,
o “cinegrafista passou na frente”, “a cerimonialista isso ou aquilo”. Meu amigo, vou te
dizer algo muito importante: A culpa é SEMPRE nossa, assim como o mérito. Se a foto
deu errado nós fizemos algo de errado. Chegue cedo, antecipe-se, fale para as outras
pessoas envolvidas sobre fotos que você quer fazer. Teste! Erre! Pratique! Acerte! E então
recomece o ciclo, de outro jeito.
Use a criatividade!
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Veja os exemplos: Na primeira foto o fundo era extremamente caótico. Tudo que fiz foi
me abaixar para ter o céu superexposto e assim uma composição limpa. Já na segunda
imagem, foi em uma igreja onde já fotografei mais de 30 casamentos, mas até então
nunca tinha percebido que as luzes dela formavam linhas que conduzem o nosso olhar
até a porta. Para a foto funcionar, a noiva precisaria estar do lado de fora, com a luz do
dia. Como sei que nesse momento os cinegrafistas sempre estão posicionados, combinei
previamente com ele que só se aproximasse depois de eu dar o ok, pois tinha intenção
de fazer essa foto.
E conversando chegamos no resultado. Para isso é muito importante que a ajuda sempre
seja recíproca e você também faça a sua parte para ajudar e facilitar o trabalho dos
outros profissionais envolvidos. A última imagem foi feita durante a sessão rápida dos
noivos após a cerimônia. Estávamos em um hotel belíssimo e vi que havia uma caixa
d’agua do outro lado, com mais ou menos 50m de altura. Eu que tenho medo de altura,
levei aproximadamente 20 minutos para ir até lá, fazer a foto e voltar. Foi quase o tempo
total da sessão de fotos, mas como disse anteriormente: Vale muito mais uma grande
foto do que 10 fotos medianas.
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4 MEDO ( de arricar e errar):
“O mesmo medo que nos protege, nos limita”.
Quanto mais o tempo passa, mais criamos fórmulas próprias de fotos que funcionam
e tendemos a permanecer nelas. Normalmente são fotos que a grande maioria dos
clientes gostam. E é aí que mora o perigo, pois assim a tendência é que os anos passem
e a nossa fotografia não evolua. Pra sair do lugar comum e de uma fotografia comum
precisamos arriscar. E existem maneiras de arriscar com consciência. Como trabalhamos
sempre em dois fotógrafos, a todo momento que quero fazer alguma imagem que sei
que posso errar, peço para Vivi “garantir” e vice-versa. Mas não deixo de tentar, NUNCA!
Muito pior do que fazer e errar, é não ter tentado fazer. E isso é uma filosofia que vale
para a vida. Devemos sempre pensar, o que de ruim pode acontecer se eu não tiver essa
foto? E por outro lado, quantas coisas boas podem acontecer se eu tiver uma grande foto
nesse momento? Não chegamos a lugar algum sem coragem. Permita-se errar para ir
além. Algo que alguém lhe disse que é “errado” pode ser o que faltava na sua fotografia.
Medo de vez em quando, salva. Medo o tempo todo, mata! Pior que o medo de errar é o
medo do julgamento. O famoso “o que os outros vão pensar”. E aí eu lhe digo: As únicas
pessoas que vão dedicar seu tempo e energia para lhe julgar são as mesmas que não
mudam nada na sua vida, não acrescentam na sua fotografia e por fim, não pagam as
suas contas. Você realmente vai se preocupar com a opinião delas?
Juntamente com isso existe um medo de não vender, não é verdade? Eu posso garantir
que a única forma de valorizar e fazer com que os clientes valorizem o seu trabalho é
fazendo uma fotografia cada vez mais única e autêntica. E isso só se consegue arriscando!
Por que ouro vale mais do que prata? Porque é mais raro. Com coragem e arriscando a
nossa fotografia também se torna mais rara e por consequência terá mais valor agregado.
Mas e o medo? Faça com medo mesmo!
“ A foto a seguir foi feita durante a primeira dança. Quando vi o efeito de luzes
ao fundo e a simetria das velas, logo pensei em sub expor o ambiente e colocar
“
uma luz pontual apenas no casal. Não tenho uma quantidade enorme de
fotos neste momento, mas essa conta a história de uma forma poética e
peculiar, em um momento todo deles.
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5 Falta de técnica
A arrogância e o imediatismo fazem muitos fotógrafos não estudarem ou praticarem
tanto quanto deveriam até que se digam “fotógrafos profissionais”. Desta forma, fotógrafos
que teriam um potencial enorme de criação e que são sensíveis pecam na hora de
fazer uma grande foto pois não conseguem reproduzir o que gostariam e transmitir o
que buscavam. Quando falamos em equilíbrio, é tão importante sentir, perceber e ser
criativo, quanto saber expor tudo isso em uma imagem. Se você é fotógrafo, está lendo
esse conteúdo e sente qualquer dificuldade sobre ISO, abertura ou velocidade, permita-
se deixar o ego de lado e fazer um curso básico em uma boa escola de fotografia. Não é
feio fazer um curso básico! Feio é não saber o básico. E uma geração que acredita que
é artista, adora falar: “foda-se a técnica”. Acredite, você pode e deve falar isso algum dia!
Mas somente no dia em que você dominá-la a ponto de transcendê-la. Para quebrar as
regras você precisa primeiro saber as regras. Entender a técnica vai fazer você chegar
muito mais rápido ao resultado que almeja na fotografia.
A conta é simples: Estudo + prática = resultado.
“ Na foto a seguir, me posicionei do lado de fora da casa e para criar esse mistério,
posicionei uma luz de LED na parte de dentro focada para o fundo dos noivos
“
destacando a silhueta perfeita deles. Para isso, é preciso que a intensidade da
luz ao fundo seja igual ou maior do que a luz externa que iluminava a casa.
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“ Para a imagem acima, bastou encaixar o casal na parte limpa da imagem,
usar um LED bem focado com bastante intensidade para isolar o resto do
“
ambiente e deixar apenas as luzes criando linhas que conduzem nosso olhar
até o casal. Quanto maior a velocidade, menos luz ambiente é captada e era
exatamente o que eu estava buscando.
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“ Muita gente questiona sobre os reflexos. Na verdade, não existe mistério: é
preciso que tenha mais luz na imagem que será refletida do que na superfície
que estamos usando para refletir. Neste caso, um iluminador de LED ajudou
a realçar a imagem da noiva sendo maquiada minutos antes do casamento.
Outro detalhe importante é que quanto mais escura for a área da imagem
“
onde encaixaremos o reflexo mais ele aparecerá. Por exemplo: Um reflexo
encaixado em um céu ensolarado aparecerá menos do que em um céu no
crepúsculo.
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6 Referências
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FOTÓGRAFOS DE CASAMENTO:
Victor Lax - https://www.victorlax.net
Franck Boutonnet - http://www.franckboutonnet.com
Davina + Daniel - https://davinaplusdaniel.com
GabeMcClintock - http://www.gabemcclintock.com
Fer Juaristi - http://ferjuaristi.com
Two Mann Studios - https://twomann.com
Facundo Santana - http://www.facundosantana.com
Jose Villa - http://josevilla.com
Chrisman Studios - https://www.chrismanstudios.com
FOTÓGRAFOS DIVERSOS:
SteveMcCurry - http://stevemccurry.com
Magnum Photos - https://www.magnumphotos.com
David Alan Harvey - https://www.davidalanharvey.com
Platon - http://www.platonphoto.com
Luis Garrido
Luis Garvan - http://www.luisgarvan.com
Pete Souza - http://www.petesouza.com
Sebastião Salgado
Cartier Bresson
Mario Testino - http://www.mariotestino.com
Cristopher Sanderson
Benjamin Lowy - http://www.benlowy.com
Terry Richardson
James Nachtwey - http://www.jamesnachtwey.com
Bruce Gilden - http://www.brucegilden.com
Alain Laboile - http://www.laboile.com
Robert Capa
Circa - https://www.circa1983.ca
LIVROS:
Gênesis – Sebastião Salgado
Diante da Dor dos Outros – Susan Sontag
Cartas a um jovem fotógrafo – Bob Wolfenson
Sobre Fotografia – Susan Sontag
Ligeiramente Fora de Foco – Robert Capa
Retratos para Yayá – Panoptes
A Estética do Frio – Vitor Ramil
Magnum Contact Sheets
O Inferno – James Nachtwey
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