Você está na página 1de 51

LIBRAS

INTRODUÇÃO

http://4.bp.blogspot.com/-xRHHK3rb07E/UfWsyF-
DJUI/AAAAAAAAAOo/jEmtC3_kEws/s1600/1304359750_195123431_2-INTeRPRETE-DE-
LIBRAS-Recife.jpg

A comunicação é um fator fundamental para o ser humano e LIBRAS éuma

ferramenta que possibilita a interação dos surdos.

Os intérpretes de língua de sinais surgiram devido à necessidade da

comunidade surda de possuir um profissional que auxiliasse no processo de

comunicação com as pessoas ouvintes.

Inicialmente, a atuação era informal, ou seja, pais ou membros da família

das pessoas surdas faziam essa função. Entretanto, para que isso ocorresse de

modo formal foi necessário que a Língua Brasileira de Sinais fosse

oficializada.

Atualmente há leis em vigor que regulamentam a profissão e determinam

a formação desse profissional. Uma dessas leis é a LEI Nº 12.319


DE 01.09.2010

que regulamenta a profissão de Tradutor e Interprete de Língua Brasileira de

Sinais – LIBRAS.
Nessa apostila, iremos retratar sobre a importância

desse profissional, sua formação e atuação no mercado de trabalho.

O TRADUTOR/INTERPRETE DE LIBRAS

http://revista.rbspenseempregos.com.br/imagesrc/16173628.jpg?w=732

O tradutor/intérprete de Libras 1 é um profissional que atua em diferentes

contextos. O seu campo de trabalho é bastante amplo, pois corresponde a

necessidade comunicativa dos surdos. Apesar dessa diversidade no exercício

da profissão, as instituições de ensino destacam-se como áreas de maiores

atuações do tradutor/intérprete, em menores proporções estão à presença em

conferências, seminários, na realização de traduções escritas e

acompanhamento aos surdos.

1 Texto completo em editora-arara-azul.com.br/novoeaa/revista/?p=656.


3
De acordo com Quadros (2007, p.7) o tradutor/intérprete de Libras é

conceituado como “a pessoa que interpreta de uma dada língua de sinais para

outra língua, ou desta outra língua para uma determinada língua de sinais”.

Dentro desse processo interpretativo, língua de sinais para língua oral e vice-
versa destacam-se modalidades, competências e habilidades que o profissional

deve envolver na sua prática.

A atividade de traduzir/interpretar não deve ser entendida somente como

um processo linguístico, é imprescindível que o profissional domine as línguas

envolvidas e compreenda as ideias presentes nos discursos para além das

palavras, lembrando que em uma atividade de tradução/interpretação, além da

gramática das línguas está a cultura, os aspectos sociais e emocionaispresentes

no contexto a ser interpretado.

(…) o trabalho de interpretação não pode ser visto, apenas, como um trabalho

linguístico. É necessário que se considere a esfera cultural e social na qual o

discurso está sendo enunciado, sendo, portanto, fundamental, mais do que

conhecer a gramática da língua, conhecer o funcionamento da mesma, dos

diferentes usos da linguagem nas diferentes esferas de atividade humana.

Interpretar envolve conhecimento de mundo, que mobilizado pela cadeia

enunciativa, contribui para a compreensão do que foi dito e em como dizer na

língua alvo; saber perceber os sentidos (múltiplos) expressos nos discursos.

(LACERDA, 2009, p. 21).

Outros atributos colocados ao profissional são a competência

comunicativa e tradutória. Ambas são relevantes para o intérprete, porém a

segunda define e diferencia este profissional de outros falantes bilíngues, uma

vez que envolve técnicas, procedimentos e conhecimentos específicos.


Sistematizado por Canale e Swain e modificado posteriormente por Canale, o

de competência comunicativa é composto por competências

subjacentes, como afirma Neves (1998, p.73):

- A competência gramatical ou linguística se atém ao código linguístico das

estruturas e regras de pronúncia onde o objetivo é o da acuidade na expressão

e compreensão. A competência sociolinguística considera o papel dos falantes

no contexto da situação e a sua escolha de registro e estilo. A competência

discursiva considera a questão da coesão e da coerência relevantes no

determinado contexto. E a competência estratégica considera que não há

falantes e ouvintes ideais, sendo necessário, portanto que se faça uso de

estratégias de comunicações verbais ou não verbais para se compensar as

quebras de comunicação.

http://2.bp.blogspot.com/-

kzLI6DCAgbY/UARe_mKtT3I/AAAAAAAAAFE/BbeFyGtGdrE/s1600/int%C3%A9rprete+de+libra

s.png
Já a tradutória é conceituada e diferenciada da comunicativa, como

afirma Albir (2005, p.19): Embora qualquer falante bilíngue possua competência

comunicativa nas línguas que domina, nem todo bilíngue possui competência

tradutória. A competência tradutória é um conhecimentoespecializado, integrado

pó rum conjunto de conhecimentos e habilidades, que singulariza o tradutor e o

diferencia de outros falantes bilíngues não tradutores.

Atrelados ao trabalho do intérprete estão presentes também as

modalidades de interpretação, classificadas em simultânea e consecutiva. Leite

(2005, p.53) apresenta essa distinção através das ideias organizadas por

Metzger (1999) como mostra a tabela abaixo:

7
Nas características elencadas sobre cada modalidade, a interpretação

simultânea é citada como clássica nas interpretações das línguas de sinais.

Quadros (2007, p.78) acrescenta que o processo que o intérprete submete-se é

complexo e que o mesmo está diante de processamento de informação

simultânea. Assim, a autora sugere e apresenta propostas de modelos de

processamento no ato da tradução e interpretação, sendo eles: cognitivo,

interativo, interpretativo, comunicativo, sociolinguístico, o processo de

interpretação e o bilíngue/bicultural, condensados da seguinte maneira:

(1) Ênfase no significado e não nas palavras.

(2) Cultura e contexto apresentam um papel importante em qualquermensagem.

(3) Tempo é considerado o problema crítico (a atividade é exercida em tempo

real envolvendo processos mentais de curto e longo prazos).

(4) Interpretação adequada é definida em termos de como a mensagem original

é retida e passada para a língua alvo considerando-se também a reação da

audiência.

Nota-se que muitas são as atribuições colocadas ao profissional

tradutor/intérprete e que através da sua presença em sala de aula será

assegurado ao surdo o direito de acesso aos conteúdos curriculares em língua


de sinais, uma vez que este profissional é o mediador dos discursos produzidos

pelo professor acerca dos conteúdos das disciplinas, entre outras discussões.

Apesar da literatura e a prática apresentarem a relevância das habilidades

e competências que o tradutor/intérprete deve possuir e a ausência das mesmas

ser considerada um fator de interferência para um bom andamento da

atividade interpretativa, sabe-se que este não é o único entrave.

Os textos traduzidos/interpretados em sala de aula versam sobre temas

diversos e variam em grau de complexidade de acordo com o vocabulário.

Conteúdos de algumas disciplinas, por exemplo, as que pertencem as Ciências

da Natureza-Biologia, Física e Química, por possuírem termos específicos, são

comuns à inexistência de termos equivalentes em Libras.

Com o intuito de preencher essa lacuna terminológica de maneira

imediata, o tradutor/intérprete de Libras convenciona alguns sinais com os

surdos em sala de aula, podendo cada grupo criar sinais diferentes para o

mesmo referente. Outro recurso utilizado pelo profissional é a datilologia, que é

um empréstimo da língua portuguesa, além de uso de imagens para

representar os termos sem sinais.


http://faag.com.br/home/files/imagens/0c8d2d4029bed740f0263c88de8e6c68.jpg

Um recurso relevante que pode contribuir para um melhor desempenho do

profissional tradutor/intérprete e para a autonomia do surdo nos momentos de

pesquisa e estudos é o glossário bilíngue Libras-Português. Os profissionais

elegem o glossário como uma ferramenta necessária, mas é importante lembrar

que para a produção e uso do mesmo deve ser levado emconsideração o aspecto

linguístico regionalismo, ou seja, um glossário produzido em um determinado

estado pode não ser utilizável em outro.

Outra consideração acerca do uso de sinais dentro de uma perspectiva

terminológica é considerar que termo difere de palavra e que o uso de um sinal

envolve contexto e definição. Finatto & Krieger (2004) exemplificam essa

distinção termo-palavra através do item lexical folha. O mesmo pode ser a folha

de uma árvore ou página de um caderno, entre outras possibilidades, porém no

contexto das especializações, na área da Botânica, apresenta a seguinte

definição: “órgão, geralmente, laminar e verde, das plantas floríferas ou

fanerógamas e principal estrutura assimiladora do vegetal”. (Houaiss & Villar,

2001, p.1363 apud Finatto & Krieger).

Devido ainda a inexistência de glossários específicos, os recursos

utilizados pelos tradutores/intérpretes para suprir essa ausência de sinais

equivalentes em Libras são aceitáveis, mas deve-se ressaltar que emboraexista

essa carência de sinais, a proficiência nas línguas de trabalho e a competência

tradutória são parâmetros necessários para uma atuação coerente e eficiente,


o que possibilita ao próprio profissional o uso da melhor forma para compensar

essas lacunas linguísticas.

Quanto à criação de novos sinais é importante que em consonância

estejam os surdos, tradutores/intérpretes de Libras e profissionais das áreas

específicas, para que desenvolvam os mecanismos para a ampliação do léxico

na língua e decidam de forma coletiva a validação dessas criações lexicais.

O QUE FAZ UM TRADUTOR/INTERPRETE

DE LIBRAS

http://www.ame-sp.org.br/site/templates/ame/images/interprete_libras.png
O intérprete de LIBRAS é o profissional que tem competência e

proficiência para interpretar da LIBRAS para a Língua Portuguesa, ou vice-versa

(de forma simultânea ou consecutiva).

A Lei nº 12.319, de 1º/09/2010, regulamentou a profissão do Tradutor e

Intérprete da LIBRAS. Na prática, o intérprete serve de ponte entre os surdos

usuários da LIBRAS e os ouvintes, com objetivo de estabelecer a comunicação

entre ambos. Assim, se o Decreto nº 5.626/2005 fosse cumprido, veríamos em

todos os órgãos públicos, hospitais e escolas a atuação desse profissional.

Interpretar exige esforço físico e mental, envolve ética profissional,

desempenho e competência. Por tudo isso, é uma profissão que exige um

revezamento, de preferência previamente estabelecido, no momento em que

está sendo executada. No entanto, atualmente, é comum encontrar muitos

intérpretes sacrificados, sobrecarregados no exercício de sua profissão. Como

exemplo, cito a incidência da LER (Lesões por Esforço Repetitivo), que podeser

motivo de interrupção da carreira.

QUALIFICAÇÃO NECESSÁRIA PARA SER

UM TRADUTOR/INTERPRETE DE LIBRAS
http://blog.cancaonova.com/maosqueevangelizam/files/2010/09/libras.jpg

Os intérpretes que lutaram para a oficialização dessa profissãodesejaram

que esta fosse mais qualificada, no entanto, o art. 4º da Lei nº 12.319/2010 diz

que o tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa deve ter nível médio

e sua formação deve ser realizada por meio de:

I - cursos de educação profissional reconhecidos pelo Sistema que os

credenciou;

II - cursos de extensão universitária; e

III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensinosuperior

e instituições credenciadas por Secretarias de Educação.


Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode serrealizada

por organizações da sociedade civil representativas da comunidadesurda, desde

que o certificado seja convalidado por uma das instituições

referidas no inciso III.

Finalmente, há também o exame nacional de proficiência em Tradução e

Interpretação de Libras - Língua Portuguesa, que contará com “banca

examinadora de amplo conhecimento dessa função, constituída por docentes

surdos, linguistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições deeducação

superior”. (art. 5º, parágrafo único, da Lei nº 12.319/2010).

A ATUAÇÃO DO INTÉRPRETE DE LIBRAS

NA INCLUSÃO DO SURDO
http://3.bp.blogspot.com/_ZKi1Vzhxjr4/SwJdIfQhI1I/AAAAAAAAA-

k/mxMfNhMXb2k/s1600/libras.jpg

De acordo com o artigo 6º da Lei nº 12.319/2010, estas são asatribuições

do tradutor e do intérprete de LIBRAS, no exercício de suas competências:

I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e

surdo-cegos, surdo-cegos e ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e

vice-versa;
II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, asatividades

didático-pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos

níveis fundamental, médio e superior, de forma a viabilizar o acesso aos

conteúdos curriculares;

III - atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino e nos

concursos públicos;

IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim das

instituições de ensino e repartições públicas; e

V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos

ou policiais.

Como se pode observar, a contribuição do intérprete na inclusão dos

surdos na sociedade se dá pelo fato dele ser mediador na comunicação destes

com outras pessoas, inclusive entre os próprios surdos, pois nem todo surdo é

usuário da língua de sinais brasileira.

Pode ser que o surdo não seja brasileiro, consequentemente, ele terá

outra língua de sinais. Há também o caso de alguns surdos oralizados, que

preferem usar a voz, em parceria com a leitura labial, para se comunicar.

A INCLUSÃO DA PESSOA SURDA


https://encrypted-

tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTFbCA9JMjjClsc4vuEXRvT2GxvnXV4jU2VKVoWU8aw

OWRY-yARPDX6oHBC

A inclusão educacional da pessoa surda tem sido tratada nos últimosanos

a partir de diversos ângulos, e em meio a opiniões nem sempre aceitas


por

grande parte da comunidade surda. Referimo-nos neste texto, exclusivamente,

aos surdos usuários da língua de sinais, visto que o nosso objetivo é discutir as

especificidades na inclusão educacional da pessoa surda, que não tem

possibilidade de adquirir naturalmente a língua da comunidade linguística

majoritária – a língua oral –.

Antes, porém, faremos algumas considerações sobre o contexto sócio

histórico que marcou o processo educacional das pessoas com deficiência e,em

especial, dos surdos. A sociedade tem registrado ao longo da história da

educação uma prática de exclusão que atinge todo e qualquer ser desviante do

padrão social estabelecido. Essa exclusão social avançou posteriormente parao

atendimento dentro das instituições de forma segregado, passando pela


prática da integração social e, atualmente, pela filosofia da inclusão social

(SASSAKI, 2003).

Durante grande parte do século XX fomos espectadores de uma prática

educacional sedimentada nos paradigmas da categoria clínica. Nesse modelo

clínico-terapêutico, que conduzia o processo educacional, a preocupaçãoestava

centrada na falha, na limitação, na deficiência, na falta e não naquilo


que o sujeito

era capaz de fazer, ou melhor, de aprender e de como aprenderde modo

significativo. Quase sempre o fracasso na educação de surdos era atribuído às

limitações deles, desconsiderando-se a falta de conhecimento dos profissionais

sobre quem é esse sujeito, e de que forma ele percebe e compreende o mundo.

Não se concebia o indivíduo como pessoa integral, comsua diferença específica,

nem se investia em discussões voltadas para as questões pedagógicas.

Segundo Skliar (1998, p.11), “a surdez constitui uma diferença a ser

politicamente reconhecida; a surdez é uma experiência visual; a surdez é uma

identidade múltipla ou multifacetada e, finalmente, a surdez está localizada

dentro do discurso sobre a deficiência”. Corroborando essa ideia, conforme

Wilcox e Wilcox (2005), o professor surdo norte-americano Ben Bahan propôs


que os surdos fossem chamados de “pessoas visuais”, em razão de a percepção

que eles têm do mundo ocorrer prioritariamente pelo canal visual. Éinteressante

lembrar que “experiência visual” significa usar a visão em substituição da audição

como meio de comunicação. Essa característica, no entanto, tem sido

comumente ignorada por quem pensa a educação pelo viés


do ouvinte, cujo

canal primário de informação é a audição.

Nesse sentido, a escola priorizava os exames audiológicos para saber

qual a possibilidade de aquisição e desenvolvimento de linguagem oral, visto

que, estranhamente, a educação de surdos era pensada em termos de língua e

não em termos educacionais. A preocupação do professor era a de estimular a

fala do surdo, deixando em segundo plano os conteúdos curriculares paraalunos

ouvintes da mesma série. Entretanto, a maior parte dos surdos profundos,

educados na perspectiva Oralista, não desenvolveu uma fala socialmente

satisfatória, resultando em um atraso de desenvolvimento global

significativo.

http://2.bp.blogspot.com/-0B8rwzjPYR0/T5Isy9LkTJI/AAAAAAAABb8/_kj969uh-

pU/s1600/logomarca+OFICIAL+libras+%C3%A9+10.jpg
Diante dessa realidade, o fracasso do Oralismo e os avanços das

pesquisas sobre línguas de sinais deram origem a novas propostas pedagógico-

educacionais em relação à educação da pessoa surda, surgindo, nos anos 70, a

filosofia da Comunicação Total. Essa filosofia também não favoreceu o

desenvolvimento linguístico do surdo, mas possibilitou, de maneiraefetiva, o

contato da comunidade surda com os sinais e a sua aprendizagem, servindo de

transição do Oralismo para o Bilinguismo.

De acordo com Dorziat (2002), com o Bilinguismo, a urgência em prover

o surdo da expressão oral e/ou gestos artificiais, como critério básico para seu

desenvolvimento cognitivo, não tinha mais razão de ser. A linguagem não mais

foi vista como mera articulação oral ou como gestos comunicativos usados em

uma estrutura de língua oral. O respeito à língua de sinais e o seu

reconhecimento possibilitaram que o surdo tivesse acesso à linguagem em

tempo real, mediante a apreensão e expressão de uma língua que se lhe

apresenta de forma natural, devido a sua estrutura visoespacial.

Historicamente, a exclusão escolar foi legitimada nas políticas e práticas

educacionais. Essa realidade começou a mudar a partir da visão dos direitos

humanos e do conceito de cidadania fundamentados no reconhecimento das

diferenças e na participação dos sujeitos, independente de suas diferenças, com

base em uma visão norteada pelo viés da inclusão.

Segundo Mazzotta (2003), a defesa da cidadania e do direito à educação

das pessoas com deficiência é atitude recente em nossa sociedade,


manifestando-se através de medidas isoladas de indivíduos ou grupos. A

conquista e o reconhecimento de alguns direitos dessas pessoas, e nessa

etiqueta estão os surdos, são registrados como elementos integrantes de

políticas sociais, a partir de meados do século passado. No Brasil, acomunidade

surda registrou em sua trajetória lutas, realizações, frustrações, sucessos e

fracassos. Algumas dessas batalhas aconteceram na tentativa de que fossem

cumpridas as determinações postas na legislação vigente.

A nossa Constituição Federal de 1988 define, no artigo 205, a educação

como um direito de todos e, no artigo 206, inciso I, estabelece a igualdade de

condições de acesso e permanência na escola como um dos princípios para o

ensino. Encontramos aqui um direito instituído, mas como viabilizá-lo para o

surdo? Como garantir a esse sujeito acesso ao ensino, permanência no âmbito

educacional e educação de qualidade, se a língua majoritária de circulação no

espaço escolar é a língua oral?

Além da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a partir dos

anos noventa novas formas de interpretação da questão da desigualdade e do

acesso das camadas populares a bens e serviços começaram a ficar mais

definidas. Outros documentos internacionais como a Declaração Mundial sobre

Educação para Todos (1990), a Declaração de Salamanca (1994) e a


Convenção

de Guatemala (1999), passaram, então, a influenciar no Brasil a elaboração de

leis e ações relacionadas às políticas públicas de educação

inclusiva.
A Declaração de Salamanca constitui-se em importante documento

elaborado durante a Conferência Mundial de Educação Especial, realizada na

Espanha de 07 a 10 de junho de 1994. Esse documento defende que o princípio

norteador da escola deve ser o de propiciar a mesma educação a todas as

crianças, adaptando-as às demandas delas. Reconhece, também, a importância

da língua de sinais e a necessidade de garantir que todas as


pessoas surdas

tenham acesso ao ensino na língua de sinais de seu país. Chamamos a atenção

para o fato de que, ao considerar a língua de sinais como uma peculiaridade na

educação de surdos, a Declaração de Salamanca aponta princípios norteadores

para um ensino de qualidade para o surdo, tendo como eixo principal uma língua

acessível, condição sine qua non para uma aprendizagem significativa.

Elaborada com base nesses documentos internacionais, a atual Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDBEN, Lei nº 9394/96, estabelece no

capítulo V, art. 58, que a educação dos “alunos com necessidades especiais” deve

acontecer preferencialmente na rede regular de ensino. Destacamos o termo

“preferencialmente”, ou seja, prioritariamente e não obrigatoriamente,

exclusivamente. Esse mesmo artigo diz também que, nos casos em que as

necessidades específicas do aluno impeçam que ele se desenvolva

satisfatoriamente nas classes existentes, este teria o direito de ser educado em

classe ou serviço especializado. Para Souza e Góes (1999), surdo


o faz parte

desses casos.
Compreendemos que a inclusão da forma como está posta tem

possibilitado a um número significativo de surdos o acesso à escola, no que

corresponde ao espaço físico, mas eles continuam sem acesso à educação. Os

surdos permanecem amargando o constrangimento de estarem em uma sala de

aula – palco por excelência da aprendizagem –, alheios ao saber que circula

nesse espaço. Por isso, constantemente, deparamo-nos com relatos de surdos

que militam em prol da inclusão social, mas rejeitam a inclusão educacional no

modelo desenhado. Ou seja, marcado por configurações ideológicas que

desconsideram as peculiaridades inscritas no “jeito surdo de ser”, no dizer de

Strobel (2008), presente na forma como batem palmas, no uso da língua de

sinais ou como são nomeados, através de sinais.

Uma das maiores barreiras constatadas na inserção de alunos surdos em

sala de aula regular diz respeito ao tipo de comunicação predominantemente

usada nesses ambientes – a comunicação oral –, no nosso caso através da

língua portuguesa. Entendemos que o surdo tem uma especificidade linguística,

e que esta faz de sua inserção no âmbito educacional uma situação peculiar,

diferente daquela geralmente vivenciada por alunos com outras necessidades

educacionais específicas, a exemplo da pessoa com deficiência intelectual,

visual, motora, dentre outras. Nestes casos, a língua oral lhes é devidamente
acessível, logo, o processo de ensino aprendizagem não sofre interferência

devido à modalidade da língua em uso, não é atravessado por uma

comunicação truncada e fragmentada como geralmente ocorre com a pessoa

surda.

Conforme já mencionamos, essa discussão sobre as especificidades em

relação ao aluno surdo não tem sido entendida pacificamente, ao contrário, tem

gerado polêmicas e opiniões divergentes entre os estudiosos na área de

educação. Encontramos por um lado um grupo que defende a inclusão do surdo

no ensino regular, respaldando-se no direito de igualdade e nos prováveis

benefícios surgidos no contato com os demais alunos. Por outro lado, existe um

grupo que discorda dessa ideia, baseando-se no

reconhecimento político da surdez como característica cultural específica de um

grupo social, linguisticamente diferente.

Na opinião de pesquisadores como Lopes (2005) e Strobel (2008), a

escola regular acaba privando o surdo do importante contato com seus pares.

Esses autores defendem que é nesse contato que o surdo aprende a ser surdo,

ou seja, a se identificar com seus iguais, a se apropriar de sua língua e a

ingressar na sua cultura, construindo a sua identidade e se organizando

enquanto grupo social.

A esse respeito, é interessante refletir no que Sá (2005, p. 188) defende

ao afirmar que “escola inclusiva não é sinônimo de escola regular”. Na opinião

dessa autora, e nós comungamos desse pensamento, a escola passa a ser

inclusiva quando ela se constitui significativa, possibilitando que aaprendizagem

efetivamente aconteça. Vale ressaltar que as políticas públicasde educação


inclusiva garantem o direito a todo cidadão brasileiro a uma educação plena e

significativa. Entretanto, inquieta-nos saber se a escola

regular, no atual contexto em que vivem os surdos no Brasil, está sendo

significativa?

https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQN-OalEth-DsdHMBerg1kt-

Ry__NPW2s1wA4-pfaKApW5O5b9t

A LDBEN/96, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem

assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos

25
para atender às suas necessidades. Contudo, a realidade do aluno surdo éoutra,

a escola continua oferecendo programas educacionais voltados para ouvintes e

elaborados, na maioria, por ouvintes. São exíguos os programasque têm a

participação de surdos e, portanto, consideram o seu modo de viver:sua cultura,

sua língua, suas necessidades e seus interesses. Enfim, compreendem e

respeitam as suas especificidades no processo de inclusão escolar, dando-lhes

o direito de serem pessoas diferentes e não deficientes.

Quadros (1997) chama a atenção para o currículo escolar, que deverá

incluir os conteúdos desenvolvidos nas escolas regulares, alterando apenas a

forma de serem trabalhados, que deve ser na Libras. A adequação no currículo

que venha a favorecer uma aprendizagem verdadeira para o surdo é por vezes

confundida com a retirada de conteúdos, ou mesmo com a mutilação no ensino

da Língua Portuguesa, como forma de “facilitá-lo”. A escola age como se os

surdos precisassem de um ensino mais fácil, entendendo que eles não têm

competência para aprender igual aos ouvintes, como se a capacidade cognitiva

desses sujeitos fosse deficitária.

Nas últimas décadas, relevantes avanços nas políticas públicas brasileira

vêm difundindo a ideia da pessoa surda como alguém diferente linguisticamente.

A partir das mobilizações dos movimentos surdos e da promulgação de leis de

acessibilidade, muitas posturas foram modificadas. Após a LDBEN/96, houve um

marco significativo nas ações relacionadas à educação de surdos. Destacamos a

grande conquista que foi o reconhecimento da Libras como meio legal de


comunicação e expressão de pessoas surdasbrasileiras, através da assinatura da

Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Posteriormente, essa lei foi regulamentada

pelo Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, definindo as formas

institucionais para o uso e a difusão daLibras e da Língua Portuguesa, objetivando

o acesso das pessoas surdas à educação.

Sem dúvida, temos vivido um momento ímpar na história de educação de

surdos no Brasil depois da promulgação desse decreto, pois ele aponta para a

necessidade de a Libras estar presente no cotidiano escolar das pessoas surdas.

Para que isso se concretize, necessário se faz que as instituições deensino

superior formem profissionais capacitados, adotando uma política linguístico-

educacional de formação do futuro professor, através de mudanças no currículo

nos cursos de Pedagogia e de licenciaturas em geral. Essas medidas viabilizam

um contexto bilíngue para os surdos, à medida queconsidera a Libras como

primeira língua (L1) e a Língua Portuguesa como segunda língua (L2), conforme

determina o Decreto nº 5.626. Essa política linguística para comunidades surdas

no âmbito educacional necessita implantar a educação bilíngue como direito,

incluindo adultos fluentes em Libras e intérpretes de Libras no quadro de

profissionais surdos, além de outras medidas que garantam não apenas a

implantação dessa política, mas,

sobretudo, a sua efetivação. Esse decreto garante o direito de o aluno surdo ter

acesso à educação mediante o ensino bilíngue desde a educação infantil, seja

em escolas públicas ou privadas.

Vale salientar que a inserção do profissional intérprete em sala de aula

pode minimizar as dificuldades comunicativas do surdo, devido aos problemas


27
linguísticos geralmente enfrentados pela comunidade surda no espaço escolar.

Contudo, a inclusão almejada e descrita na legislação não é atingida


plenamente,

ainda que com a presença do intérprete. Lacerda (2000) mostra isso através de

um estudo realizado com o objetivo de investigar a dinâmica e as peculiaridades

das relações pedagógicas em uma sala de aula inclusiva.


http://1.bp.blogspot.com/-xZDwzuhnI80/UbVK-

tk6GAI/AAAAAAAABkc/yHaKYx09Byk/s1600/tradutor_e_interprete_de_libras.jpg

Dentre as muitas questões que têm surgido como barreiras na educação

do surdo, para que se efetive uma aprendizagem significativa, destacamos afalta

de qualificação profissional do intérprete. A presença desse profissional,como já

colocado, tem viabilizado o acesso do surdo no cotidiano escolar, mas não tem

garantido a permanência e a qualidade do ensino. A falta de domíniodo assunto

a ser interpretado, resulta em acréscimo, supressão ou, ainda pior,em equívocos

de informações que comprometem a compreensão dos conteúdos ensinados

pelo professor ouvinte. Outra barreira importante dizrespeito ao fato de a maioria

dos surdos serem filhos de pais ouvintes, motivo pelo qual costumam chegar à

escola sem o conhecimento da língua de sinais.Como resultado disso, eles

levam um tempo longo para usufruírem do trabalho do intérprete.

Parece haver uma contradição entre os princípios inspiradores dainclusão

e a sua prática, pois sob a égide da inclusão os surdos sentem-se excluídos do

processo de ensino-aprendizagem. Por tudo isso, urge um olharacerca das

especificidades na inclusão escolar da pessoa surda, para que ela usufrua de


uma educação de qualidade na atual política pública

educacional que proclama o direito igualitário à educação. Na nossa

compreensão, trata-se de um direito ao acesso à educação, não devendo ser

confundido com o direitoa uma educação igualitária, no sentido de a escola

oferecer um ensino pautado em metodologias padronizadas, desconsiderando,

muitas vezes, as

singularidades existentes na educação do indivíduo surdo.

http://sphotos-e.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc6/9950_251589814987670_1178670595_n.jpg

É necessário que a escola crie espaços para que a pessoa surda possa

manifestar-se culturalmente, nas suas formas particulares de expressão. Escola

para surdos, regular ou inclusiva? Não importa, a luta consiste, tão somente, em

uma escola que reflita a situação sociolinguística e histórica desses sujeitos,

propiciando-lhes uma aprendizagem significativa, com reais condições para tal.

ARTIGO PARA REFLEXÃO:


31
MEDIADOR X INTERPRETE: A “Diferença” na Função e na Aprendizagem
dos Alunos Surdos

Elaine Cristina Gonçalves

elainecrisg@bol.com.

br

Universidade Tuiuti do Paraná

Resumo
Este trabalho apresenta uma análise das possíveis diferenças entre a função de
mediador e de intérprete na aprendizagem de alunos, dos anos iniciais e finais
do Ensino Fundamental. Através da legislação e documentos normativosdo
Estado Paraná, busca-se identificar a definição e a diferenciação entre a função
estabelecida para o mediador (anos iniciais do Ensino Fundamental) e para o
interprete (anos finais do Ensino Fundamental), para posteriormenteanalisar
como ocorre a aprendizagem dos alunos surdos em ambos os níveis do ensino
fundamental acompanhados por ambos. Além, da investigaçãonormativa e legal
em sites do Estado do Paraná, realizou-se entrevista comduas professoras, que
exercem ou já exerceram ambas as funções (mediador e interprete) para assim,
buscar analisar as possíveis diferenças de aprendizagem. Para tanto,
primeiramente se apresentará um esboço da construção histórica da formação
de professores no Brasil, para entender comose deu o processo de consolidação
e aprimoramento desses profissionais em nosso país. Também discute-se,
brevemente, a formação do educador para a Educação Especial,
fundamentando-se nas ideias de Saviani (2009). Em seguida, apresenta-se uma
discussão sobre a formação de mediador e de interprete, e sobre suas
diferenças, fundamentando-se nas ideias de Goes(2000) e Lacerda (2000).
Posteriormente, realiza-se uma análise dos dados coletados nas entrevistas e
nos documentos normativos e legais, paracompreender se há ou não diferenças
na aprendizagem dos alunos surdos nos diferentes níveis do Ensino
Fundamental por conta das distinções entre o papelde mediador e de interprete.
As considerações apontadas como conclusivas, relatam o descaso ao
atendimento do aluno surdo, por parte dos educadores dos diferentes níveis de
ensino aqui analisados. Nos anos iniciais de Ensino Fundamental, assim
chamado mediador, atua como um “professor
ajudante”, que apoia não só na tradução da Língua de Sinais para o aluno surdo,
como também, desempenha as funções de mediar à aprendizagem desse e dos
outros alunos da turma, além de colaborar com ideias para o planejamentodiário
da professora regente. Já os intérpretes que atuam nos anos finais de Ensino
Fundamental, somente atuam como tradutores da Língua de Sinais e reclamam
da falta de compreensão por parte dos professores regentes dasdiferentes
disciplinas por não demonstrarem interesse em sanar determinadas dúvidas de
seus alunos surdos.
Palavras–chave: Educação, Formação de Professores, Educação de Surdos;
Aprendizagem.

Introdução

A busca para entender a diferença entre a função de mediador e de

intérprete, pode remeter à compreensão sobre se há ou não uma discrepância

na aprendizagem de alunos, nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental.

Acredita-se que a aprendizagem do aluno se constitui da intervenção do

educador. Essa intervenção, ou também, mediação, pode ajudar na elevação

intelectual do mesmo, promovendo assim, uma elevação no nível de

conhecimento e compreensão desse aluno, fazendo com que, algumas

dificuldades sejam supridas.

Em se tratar de educação a aprendizagem plena dos alunos, é uma das

maiores metas do educador, isso não é diferente com o aluno surdo, qual pode

necessitar de maiores aparatos pedagógicos para que a aprendizagem ocorra,

como a preparação e formação de seus educadores e até mesmo com a

formação e função desempenhada pela pessoa que o acompanha na tradução

da língua, entre outros pontos relevantes.

Para se fazer entender a função do professor, primeiramente se faz

necessário uma retomada geral da formação do mesmo no Brasil, para em

seguida discutir a sua necessidade de conhecimento para atuar com aEducação

Especial, apontada como uma modalidade educacional, na Lei de Diretrizes e


33
Bases da Educação Nacional, nº 93949/96. Em

seguida, entender a formação continuada e a função exercida pelo professor

mediador e interprete e sua interferência na aprendizagem dos alunos.

Logo se faz uma análise perante os dados coletados nas entrevistas

realizadas com as duas professoras do Município de Campo Largo, Paraná,para

se entender como se dá o processo de aprendizagem dos alunos surdos dos

anos finais e iniciais do ensino fundamental, além de denotar apreocupação das

mesmas com a aprendizagem desses alunos.

Como metodologia de pesquisa, se utilizou como técnica de pesquisa a

análise documental, retiradas do portal do Estado do Paraná, e entrevista com

duas professoras que trabalham como mediadora e já trabalharam como

interprete de alunos dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental.

Dessa forma, o que se pode constatar é que há uma diferença entre a

função do mediador e do intérprete de Libras nos anos iniciais e finais do ensino

fundamental no Município, assim como, nos anos iniciais de Ensino

Fundamental, assim chamado mediador, atua como um “professor ajudante”,

que apoia não só na tradução da Língua de Sinais para o aluno surdo, como

também, desempenha as funções de mediar à aprendizagem desse e dosoutros

alunos da turma, além de colaborar com ideias para o planejamento diário da

professora regente. Já os intérpretes que atuam nos anos finais deEnsino

Fundamental, somente atuam como tradutores da Língua de Sinais e reclamam

da falta de compreensão por parte dos professores regentes dasdiferentes

disciplinas por não demonstrarem interesse em sanar determinadas dúvidas de

seus alunos surdos.

Aspectos Fundamentais na História da Formação Docente no Brasil


A preocupação com a formação docente só vem

a repercutir no Brasil, nas duas ultimas décadas, mesmo que sua discussão

história anteceda-se com as ideias defendidas por Comenius (1630).

Segundo Saviani (2009) a preocupação mundial com a formação do

professor, principalmente voltada para a instrução população, acontece com a

Revolução Francesa, no século XIX, assim, a mobilização dos países, influência

a corte Portuguesa a prover ensaios educacionais no Brasil.

Entre os anos de 1827 a 1890, surgem as Escolas de Primeiras letras,

tendo um método único que o professor deveria dominar. Mas, como nãohaviam

professores formados, em 1834, por meio da Promulgação do Ato


Adicional,

segundo Saviani “que coloca a instrução primária sob a responsabilidade das

províncias (...) com a criação de Escolas Normais”. Ou seja, primeira aparição

de uma instituição pública voltada para a formação do professor e que se

estabeleceu sem modificações até o ano de 1890.

Somente no ano 1890, algumas reformas educacionais na formação do

educador foram instigadas no Estado de São Paulo, quais provocaram algumas

melhorias no ensino, provocando uma adaptação em outros Estados

Brasileiros.

Essas reformas, segundo Saviani

foi marcada por dois vetores: enriquecimento dos


conteúdos curriculares anteriores e ênfase nos exercícios
práticos de ensino, cuja marca característica foram à
criação da escola-modelo anexa à escola Normal – na
verdade a principal inovação da reforma. (2009, p. 145)
Muitos Estados enviaram professores para estagiar ou
realizar “missões”

em São Paulo para atuar nos cursos de formação.

35
A organização de institutos de educação,

surgem em nosso pais por volta dos anos de 1932 a 1939, com a finalidade de

se abrir

uma nova fase com o advento dos institutos de educação,


concebidos como espaços de cultivo da educação,
encarada como objeto do ensino e também da pesquisa.
(SAVIANI, 2009, p. 145).

Com inspiração nas ideias pedagógicas da Escola Nova, aderindo-se no

currículo a fundamentação teórica da mesma.

Entre os anos de 1939 a 1971, alguns institutos de educação, passa a se

consolidar como Universidades, enriquecendo assim, os cursos de formação de

professores para o ensino secundário da época, mas, mantêm-se ainda alguns

institutos de educação para a formação primária.

Com o golpe Militar e com a Lei nº 5692/71, a escola de normalista paraa

se chamar, formação para o Magistério, que Saviani explica com

Pelo Parecer nº 349/72 (Brasil – MEC-CFE, 1972),


aprovado em 6 de abril de 1972, a habilitação especial do
magistério foi organizada em duas modalidades básicas:
uma com a duração de três anos (2.200 horas), que
habilitariam a lecionar até 4ª Série; e outra com a duração
de quatro anos (2.900 horas), habilitando ao magistérioaté
a 6ª Série do 1º Grau. (2009, p. 147)

Além dessa modificação, se ampliou os problemas com a formação por

causa da mudança do currículo, para então suprir essas falhas, ofereceu-se em

1892, o Projeto de Formação e aperfeiçoamento do Magistério (CEFAMs),

alcançando pontos positivos, mas, destituído por falta de quórum.


Somente em 1980, foram novamente levantadas

algumas possíveis modificações nos cursos de licenciatura em Pedagogia, que

para Saviani (2009, p. 148):

À luz desse princípio, a maioria das instituições tendeu a


situar como atribuição dos cursos de Pedagogia a
formação de professores para a Educação Infantil e para
as séries iniciais do ensino de 1º Grau (Ensino
Fundamental).

As alterações e preocupações expostas em relação à formação para a

Educação infantil e anos iniciais do fundamental, são novamente ressaltadas na

Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, nº 9394/96, exigindo formação

superior ate a próxima década, promovendo assim, a formaçãoaligeirada de

alguns professores, com algumas instituições de cursos superiores à distância.

Para Saviani a formação dos docentes no Brasil, por mais modificações

propostas nos decorres dos séculos, “não se encontrou até hoje, um

encaminhamento satisfatório” (2009, p. 148).

Principalmente em se tratando de Educação Especial, a formaçãodocente

ainda continua em aberto, como afirma Saviani “não se pode dizer que a

educação especial não tenha sido contemplada na legislação em vigor” (2009,

p. 152), mas a questão aqui apontada é a formação desse educador.

Pois para Saviani(2009) a resolução CNE/CP 1, de 2006, que definiu as

diretrizes do curso de pedagogia, no artigo 5º, inciso X e artigo 8º, inciso III,trata

rapidamente em dois momento de Educação Especial.

Vê-se que, nos dois dispositivos, a referência a Educação


Especial é claramente secundária. No primeiro caso, a
menção não chega a ser modalidade de ensino, mas
apenas a situa no rol das várias situações demonstrativas
da consciência da diversidade; no segundo caso, limita-se
a uma atividade complementar, de caráter opcional, para
efeito de integração dos estudos. (SAVIANI, 2009, p. 153).
37
Observando as ponderações de Saviani (2009) acredita-se que, a

formação dos professores de ensino fundamental ainda é falha e que aeducação

especial é uma modalidade de ensino que precisa de um espaçoespecífico para

a preparação desses educadores.

Como integrantes do corpo docente de uma escola regular ou especial, o

tradutor da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, também, segundo a Lei

12095/98, de 11 de março de 1998, estabelece que, o interprete deve possuir

[...] domínio da Língua de Sinais; ¨ conhecimento das


implicações da surdez no desenvolvimento do indivíduo
surdo; ¨ conhecimento da comunidade surda e convivência
com ela; ¨ formação acadêmica, em curso deinterpretação,
reconhecido por órgão competente; ¨ filiação a órgão de
fiscalização do exercício dessa profissão; ¨ noções de
linguística, de técnica de interpretação, e bom nível de
cultura; ¨profissional bilíngue;¨ reconhecido pelas
associações e /ou órgãos responsáveis-, ¨ interprete e não
explicador; ¨ habilitado na interpretação da Língua oral, da
Língua de Sinais, da Língua escrita para Língua de Sinais
e da Língua de Sinais para a Língua oral. Formação:
preferencialmente 3º grau Requisitos para o exercício da
função. (PARANÁ, 1998, p. 1).

Assim, não só há uma preocupação com a formação do professorregente,

mas, também com a do tradutor da língua.

A Função de Mediador e de Intérprete e suas Contribuições para a

Aprendizagem dos Alunos

Para atuar em uma escola regular do Estado do Paraná, o interprete de

Libras, tal como estabelece a Lei 12095/98, precisa ter formação e estar

devidamente habilitado. Mas, ao se referir à função exercida, essa legislação


vigente no Estado do Paraná, apresenta uma divisão

entre a função de interprete de Libras, para os anos iniciais e finais do Ensino

Fundamental, assim como, para o Ensino Médio.

Segundo os dados de apoio, cedidos pela Secretaria de Educação

Especial do Estado no Paraná (2009), ao intérprete de Libras (Língua

Portuguesa/TILS – Área da Surdez), caberia à função de:

[...] oferecer suporte pedagógico à escolarização dealunos


surdos matriculados na Educação Básica, da rede regular
de ensino, por meio da mediação linguística entre alunos
(s) surdo (s) e demais membros da comunidadeescolar, de
modo a assegurar o desenvolvimento da proposta de
educação bilíngue (Libras/Língua Portuguesa). (PARANÁ,
2009, p. 13).

A proposta denota, mediar à tradução da Libras/Língua Portuguesa,

cabendo ainda ao interprete exercer maiores funções explicativas da fala do

professor, mas não interagir no processo de aprendizagem do aluno, apenas

exercer sua função de mediador da língua e não da aprendizagem.

No que se refere à outra função, cabe, segundo a Secretaria de

Educação Especial do Paraná, ao Professor de Apoio Permanente em Sala de

Aula, “atuar em sala de aula como mediador e interlocutor no apoio à

comunicação entre o aluno, o grupo social e o processo de ensino e

aprendizagem. Esse serviço de apoio especializado é nos estabelecimentos do

Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos” (2009, p.

13).
Observado as duas funções, pode-se perceber

que quanto ao apoio permanente, há a preocupação com a aprendizagem do

aluno e não somente com a interação social, como ocorre na função do

tradutor/interprete.

Segundo Góes, “tendo em vista que o ensinar-aprender somente se dána

dialogia, a qualidade da experiência escolar dos surdos depende das formas

pelas quais a escola aborda a questão da linguagem e concebe a importânciaou

o lugar das duas línguas” (2000, p. 29).

Pode-se perceber que a presença de um interprete é extrema relevância,

não só para a inserção e comunicação social do surdo, mas, também, para a

aprendizagem e desenvolvimento cognitivo do mesmo. Essa forma de educação

chama-se, Educação Bilíngue.

Pois, acordo com Lacerda,

o objetivo da Educação Bilíngue é que a criança surda


possa ter um desenvolvimento cognitivo-
linguístico equivalente ao verificado na criança ouvinte, e
que possa desenvolver uma relação harmoniosa também
com ouvintes, tendo acesso às duas línguas: a língua de
sinais e a língua do grupo majoritário. (2000, p. 54)

A inserção da criança surda no ensino regular exige das autoridades

responsáveis à presença de um tradutor da língua para que o aprendizado

significativo ocorra, proporcionando a esse aluno o direito a igualdade perante a

sociedade.

Para Lacerda,
Quando se opta pela inserção do aluno surdo na escola
regular, esta precisa ser feita com muitos cuidados que
visem garantir sua possibilidade de acesso aos
conhecimentos que estão sendo trabalhados, além do
respeito por sua condição linguística e por seu modo
peculiar de funcionamento. (2000, p. 55).

Ao exposto acima, fica clara a necessidade de um apoio de um interprete

da língua, pois sem ela, o aluno surdo se torna incomunicável e não consegue

se apropriar dos conhecimentos necessários. Assim, pode-se dizer que, o

tradutor da Língua é um dos aparatos principais para a inclusão do surdo no

ensino regular.

Análise da Pesquisa.

A análise a seguir, busca investigar as possíveis diferenças existentes

entre a função do mediador e do interprete na aprendizagem de alunos, dosanos

iniciais e finais do Ensino Fundamental Município de Campo Largo, PR,por meio

dos pontos discutidos pelo Documento de Apoio da SecretariaMunicipal de

Educação Especial do Estado do Paraná (2009), vigente também em Campo

Largo e por Lacerda (2000).

A função do tradutor de Libras no Município de Campo Largo segue

fielmente, como pode ser observado nas entrevistas realizadas com duas

professoras que atuam e já atuaram no Município (aos iniciais do Fundamental)

e pelo Estado (anos finais do Fundamental), ao proposto pela secretária do

Estado, quanto aos serviços especializados.

Constatou-se também, que há a presença de alunos inclusos no ensino

regular do Município, tanto nos anos inicias e finais do ensino Fundamental,

possibilitando a pesquisa.

As duas professoras entrevistadas relataram que já atuaram tanto na

função de Interprete nos anos finais do fundamental, como também, nos anos

41
iniciais como professoras de apoio permanente.

Correspondendo assim, a real possibilidade de existência das diferentes funções

do tradutor da língua.

Pode-se extrair durante a entrevista com as professoras, que ambas

demonstram maior interesse de trabalho com os alunos dos anos iniciais do

ensino fundamental, pois de acordo com uma das entrevistadas

Acredito que, quando se trabalha como mediadora emsala


de aula, o aproveitamento da aprendizagem do aluno se
torna muito mais significativo, pois, acompanho
diariamente o desenvolvimento do mesmo, além de
participar ativamente na elaboração do plano de aula da
professora, tirando dúvidas da mesma e combinando
atividades que envolvam mais o aluno surdo, quanto aos
outros alunos da turma. (Relato da professoraentrevistada,
2010).

Verifica-se que com o professor de apoio permanente e a relação direta

do mesmo com o professor regente da turma, o aproveitamento da

aprendizagem do aluno surdo se torna muito mais significativo.

Já em relação à aprendizagem do aluno surdo, dos anos finais do

fundamental, as professoras relatam que, por mais que a tradução da línguaseja

feita diariamente em todas as aulas, o interprete (assim denominado pólas

entrevistadas) não consegue conversar e participar da elaboração do

planejamento de todos os professores que trabalham na turma, além de,muitas

vezes não terem a possibilidade nem mesmo de uma conversa informal com o

professor sobre o aluno surdo e seu desenvolvimento. Uma das

professoras entrevista relata ainda que


muitos dos professores fingem que o aluno não está
presente, pois acreditam que a responsabilidade sobre o
aluno, deve ser exercida, por nos interpretes. Não se
preocupam em tirar suas dúvidas, quando o alunopergunta
alguma coisa, o professor nos olha e pede paraque nos
responda a duvida do mesmo, sem ao menos perguntar se
nós, interpretes, temos algumas dúvidas, pois nossa
formação não está relacionada à disciplina ministrada por
ele. (Relato da professora entrevistada, 2010).

Assim, por mais que o interprete esteja presente diariamente na turma à

função que lhe recai não está vinculada a sua formação inicial e continuada,

mesmo que se tenha como exigência do Município e do Estado uma formação

em nível superior, mas, vale lembrar que são diferentes disciplinas ministradas.

Pois de acordo com Lacerda, “a interprete figura efetivamente como

educador, atuando frente às dificuldades, dúvidas, questionamentos, ou

distanciamento do aprendiz” (2000, p. 71), ou seja, o interprete atua como uma

ancora para os alunos surdos, mas, se é produtivo ainda não se sabe.

Considerações Finais

O que se verificou foi uma possível distinção na função do interprete e do

professor de apoio permanente (mediação) , pois como interprete nos anosfinais

do ensino fundamental o professor só faz a mediação da língua, sendoseu apoio

pedagógico fazer a tradução e mediar à aprendizagem por meio da mesma. Já

nos anos inicias do ensino fundamental, o professor mediador oude apoio

permanente em sala, como o próprio nome já diz, permanece diariamente

apoiando o professor da turma com a inclusão do surdo, realiza a tradução da

língua, além de interagir na aprendizagem do mesmo.

Sucintamente, pode-se verificar com a elaboração deste artigo uma

preocupação com o aluno surdo incluso nos anos iniciais e finais do Ensino
43
Fundamental, mas, precisa um aprimoramento dos

professores regentes para otratamento com a inclusão de alunos surdos no

ensino regular.

Dessa forma, acredita-se que a formação do professor, mesmo emoutros

cursos de licenciatura, precisa conter em seu currículo a preocupaçãoem formar

o mesmo para conviver e atuar com alunos com necessidades


educacionais

especiais, inclusos na rede regular de ensino.


BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Constituição; República Federativa do Brasil. Brasília: Senado


Federal, Centro Gráfico,1988.
. Declaração de Salamanca e de ação sobre necessidades educativas
especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
. Declaração universal dos direitos humanos (1948). Disponível
em:
http//portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm.
Acesso em: 04 de fevereiro de 2011.
. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm.
Acesso: 04 de fevereiro de 2011.
. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da educação nacional.
Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Brasília: MEC, 1996.

.Lei de Libras. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Disponível em:


http://www.mec.gov.br/legis/pdf/lei10436.pdf. Acesso em: 04 de fevereiro de
2011. Acesso em: Junho de 2011.
DORZIAR, A. Concepções de ensino de professores de surdos. Educação
Online. Nº 15. 2002. Disponível em: http://www.educacaoonline.pro.br. Acesso
em: 20 de abril de 2010.

GÓES, M. C. R; LACERDA, C. B. F. (Orgs.). Surdez: processos educativos e


subjetividade. São Paulo: Lovise, 2000.

HURTADO ALBIR, Amparo. A Aquisição da Competência Tradutória:


aspectos teóricos e didáticos. In: PAGANO, Adriana; MAGALHÃES, Célia;
ALVES, Fábio (orgs.). Competência em Tradução: cognição e discurso. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2005.

KRIEGER, Maria da Graça. FINATTO, Maria José Bocorny. Introdução à


terminologia: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2004.
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de. Intérprete de Libras: em atuação na
educação infantil e no ensino fundamental. Porto Alegre:

45
Mediação/FAPESP, 2009.

LEITE, Emeli Marques Costa. Os papéis do intérprete de libras na sala de


aula inclusiva. Petrópolis: Arara azul, 2005.

LOPES, M. C. A natureza educável do surdo: a normalização surda no espaço


da escola de surdos. IN: THOMA, A. S.; LOPES, M.C. (Org.) A invenção da
surdez: cultura, alteridade, identidade e diferença no campo da educação.
Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2005.
MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticaspúblicas.
4. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
Necessidades Básicas de Aprendizagem. Jomtiem, 1990.
QUADROS, R. M. .Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1997.

QUADROS, Ronice Müller de. O tradutor e intérprete de língua brasileira de


sinais e língua portuguesa. Secretaria de Educação Especial; Brasília: MEC;
SEESP, 2007.

SÁ, N. L. Cultura, poder e educação de surdos. São Paulo: Paulinas, 2006.


SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. 5. ed. Rio
de Janeiro: WVA, 2003.

SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do


Problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, São
Paulo, v. 14, nº40, jan/abr 2009. Disponível em:
www.scielo.br/pdf/rbedu/v14n40/v14n40a12.pdf Acesso em: 20/05/2010.
SKLIAR, C. A Surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora
Mediação, 1998.
SOUZA, R. M; GÓES, M. C. R. O ensino de surdos na escola inclusiva:
considerações sobre o excludente contexto da inclusão: IN: C SKLIAR (Org.)
Atualidades da educação bilíngue para surdos. V. 1. Porto Alegre:
Mediação, 1999, p. 163-188.
STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis:
Editora da UFSC, 2008.

AVALIAÇÃO
1- O tradutor/intérprete de Libras é um profissional que atua em diferentes

contextos. O seu campo de trabalho é bastante amplo, pois corresponde a

necessidade comunicativa dos surdos. Apesar dessa diversidade no exercício

da profissão, as instituições de ensino destacam-se como áreas de maiores

atuações do tradutor/intérprete, em menores proporções estão à presença em

conferências, seminários, na realização de traduções escritas e

acompanhamento aos surdos. Essa frase é:

a) Verdadeira.

b) Falsa.

2- A atividade de traduzir/interpretar não deve ser entendida somente como um

processo linguístico, é imprescindível que o profissional domine as línguas

envolvidas e compreenda as ideias presentes nos discursos para além das

palavras, lembrando que em uma atividade de tradução/interpretação, alémda

gramática das línguas está ligada a:

a) Cultura.

b) Os aspectos sociais.

c) Os aspectos emocionais presentes no contexto a ser interpretado.

d) Todas as respostas estão corretas.

3- O trabalho de interpretação não pode ser visto, apenas, como um trabalho

47
. É necessário que se considere

a esfera cultural e social na qual o discurso está sendo enunciado, sendo,

portanto, fundamental, mais do que conhecer a gramática da língua, conhecer o

funcionamento da mesma, dos diferentes usos da linguagem nas diferentes

esferas de atividade humana. Complete a frase:

a) Linguístico.

b) Oral.

c) Manual.

d) Nenhuma das respostas.

4- Para o profissional interprete de Libras são necessários alguns atributos. Entre


esses atributos podemos destacar a:

a) Competência comunicativa.

b) Competência tradutória.

c) Competência gramatical.

d) Todas as respostas estão corretas.

5- Nota-se que muitas são as atribuições colocadas ao profissional

tradutor/intérprete e que através da sua presença em sala de aula será

assegurado ao surdo o direito de acesso aos conteúdos curriculares em língua

de sinais, uma vez que este profissional é o dos

discursos produzidos pelo professor acerca dos conteúdos das disciplinas, entre

outras discussões. Complete a frase:


a) Responsável.

b) Professor.

c) Mediador.

d) Nenhuma das respostas.

6- Com o intuito de preencher a lacuna terminológica de maneira imediata, o

tradutor/intérprete de Libras não convenciona sinais com os surdos em salade

aula, sendo todos os sinais iguais para todos os grupos. Outro recursoutilizado

pelo profissional é a datilologia, que é um empréstimo da língua portuguesa,

além de uso de imagens para representar os termos sem sinais.

Essa frase é:

a) Verdadeira.

b) Falsa.

7- O intérprete de LIBRAS é o profissional que tem competência e proficiência

para interpretar da LIBRAS para a Língua Portuguesa, ou vice-versa (deforma

simultânea ou consecutiva). Essa frase é:

a) Verdadeira.
b) Falsa.

8- A Lei nº 12.319, de 1º/09/2010, regulamentou a profissão do Tradutor e

Intérprete da LIBRAS. Na prática, o intérprete serve de ponte entre os surdos

usuários da LIBRAS e os ouvintes, com objetivo de estabelecer a

49
comunicação entre ambos. Assim, se o Decreto nº
fosse

cumprido, veríamos em todos os órgãos públicos, hospitais e escolas a


atuação

desse profissional. Qual o número desse decreto? a)

5.626/2002. b)

5.262/2005 c) 5.626/2005.

d)

5.636/2004.

9- Interpretar exige esforço físico e mental, envolve ética profissional,

desempenho e competência. Por tudo isso, é uma profissão que exige um

revezamento, de preferência previamente estabelecido, no momento em que

está sendo executada. No entanto, atualmente, é comum encontrar muitos

intérpretes sacrificados, sobrecarregados no exercício de sua profissão.

Como exemplo, cito a incidência da:

a) Depressão.

b) Ansiedade.

c) Dores no corpo.
d) LER (Lesões por Esforço Repetitivo), que pode ser motivo de interrupção da

carreira.

10- Os intérpretes que lutaram para a oficialização dessa profissão desejaram

que esta fosse mais qualificada, no entanto, o art. 4º da Lei nº 12.319/2010 diz
que o tradutor e intérprete de Libras - Língua

Portuguesa deve ter nível médio e sua formação deve ser realizada por meio

de:

a) Cursos de educação profissional reconhecidos pelo Sistema que os

credenciou.

b) Cursos de extensão universitária.

c) Cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino

superior e instituições credenciadas por Secretarias de Educação.

d) Todas as respostas estão corretas.

Você também pode gostar