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ATIVIDADE A3 – LIBRAS

DISCENTE: JESSÉ TRAJANO DA COSTA SILVA

A educação de crianças e jovens surdos é uma preocupação que permeia toda a


história dessa população. Movida por experiências, tentativas de acerto e
insucessos metodológicos, a educação especial tem, paulatinamente, alcançado
visibilidade e espaço em meio às ideologias que insistem em normalizar e
padronizar o ser humano, sobretudo na modernidade fragmentada por tantos
discursos e pouca eficácia na compreensão sobre quem, de fato, é o homem.

Dessa forma, tratar do cenário da educação especial, principalmente no que se


refere à questão da pessoa surda, faz-se necessário enquanto projeto de
oposição às narrativas que trazem, como arquétipos sociais, mentes, corpos e
culturas uniformes. Não a favor de tal interpretação, as questões que envolvem a
identidade e a cultura surda reivindicam o reconhecimento de seus artefatos - de
modo especial, a Língua Brasileira de Sinais (Libras), considerada um marco nas
políticas públicas - e evidenciam as características específicas da comunidade
surda. A língua de sinais ocupa um espaço de destaque no seio dessa
comunidade, sendo sinal de orgulho e ideário político. O processo de construção
de uma língua passa, necessariamente, pela etapa de estruturação formal,
dando-lhe forma escrita, regulando o significado de seus signos e justificando o
porquê de seu uso.

No caso da Libras, seria correto afirmar que ela se comporta estruturalmente da


mesma forma que as demais línguas? Ou seja, há algo que diferencie a Libras
das demais línguas faladas em sua transcrição? Detalhe quais são essas
diferenças.

RESPOSTA:

A Libras é uma língua natural, que possui sua própria gramática, estrutura
e vocabulário, assim como qualquer outra língua falada. No entanto, existem
diferenças importantes entre a Libras e as línguas orais-auditivas, que se
manifestam na transcrição da língua de sinais.

Uma das principais diferenças é que a Libras é uma língua visual-espacial,


ou seja, os sinais são produzidos no espaço em frente ao corpo do sinalizador e
são percebidos visualmente pelo interlocutor. Isso significa que a expressão facial,
o movimento das mãos e do corpo são elementos fundamentais na comunicação
em Libras, enquanto que nas línguas orais-auditivas a comunicação é
principalmente vocal-auditiva.

Além disso, a Libras não possui uma forma escrita padronizada, o que
dificulta sua transcrição e sua inclusão em textos escritos. Diferente das línguas
orais-auditivas, que possuem alfabetos e sistemas de escrita estabelecidos e
regulados, a escrita da Libras ainda está em processo de construção e
desenvolvimento.

Outra diferença importante entre a Libras e as línguas orais-auditivas é que


a Libras não é uma língua universal, ou seja, cada país ou região possui sua
própria língua de sinais, com suas próprias características e variações
linguísticas. Isso significa que a Libras brasileira é diferente da American Sign
Language (ASL), por exemplo, que é a língua de sinais utilizada nos Estados
Unidos.

Em resumo, embora a Libras seja estruturalmente semelhante às línguas


orais-auditivas, há diferenças importantes em sua transcrição e em sua utilização
como meio de comunicação. É importante reconhecer e valorizar essas
diferenças para garantir uma educação de qualidade e inclusiva para a
comunidade surda.

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