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E Book Livro3 NúmerosOperações FINAL 16jan2019
E Book Livro3 NúmerosOperações FINAL 16jan2019
CONSULTORAS
FABIANA FIOREZI DE MARCO
MARIA DO CARMO DE SOUSA
FORMATAÇÃO
ANA PAULA GLADCHEFF MUNHOZ
CARINE DAIANA BINSFIELD
CAPA
HALANA GARCEZ BOROWSKY
ATIVIDADES PARA O ENSINO DE
MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
[...] capaz de possibilitar aos que dela participam ações rumo ao objetivo de
apropriação dos instrumentos simbólicos e do modo de usá-los, com o
objetivo profícuo de se fazer compreender e agir em um universo cultural
complexo, cujas relações são pautadas em processos comunicativos em que a
leitura e a escrita são imprescindíveis (p.133).
2016).
Podemos dizer que as SDA, desenvolvidas de acordo com os princípios
colocados, podem ser potencializadoras da aprendizagem dos alunos. No entanto,
não os colocam em atividade por si só. Enfatizamos que a SDA não é em si uma
atividade de ensino, ela deve ser parte da AOE. É preciso que o professor, sendo o
organizador, tenha muito claro o seu objetivo, e deve persegui-lo intensamente,
levando os estudantes a manterem o foco na situação.
De um modo geral, assim foram desenvolvidas as atividades para o ensino aqui
apresentadas. Nesse sentido, acreditamos na possibilidade de um processo educativo
capaz de impulsionar o desenvolvimento humano, e que não se restringe à ação do
professor ou à do estudante, mas ao processo como um todo, considerando o ensino e
a aprendizagem uma unidade, como essência da atividade pedagógica (MOURA, 2017).
Por isso, e mais uma vez, ressaltamos a importância de compreendermos este e-book
como algo não prescritivo, mas como um início de uma produção coletiva que
defende os objetivos da educação escolar para além de uma aprendizagem de
conhecimentos relacionados à adaptação dos sujeitos ao ambiente, mas sim, para a
formação do ser humano que ultrapasse os limites da vida cotidiana. O que significa
compreender e utilizar os conhecimentos como instrumento do pensamento para
transformar a realidade e não somente adaptar-se a ela (MUNHOZ; MOURA, 2018a).
Referências
NÚMEROS E OPERAÇÕES 2
AGRUPAMENTOS 4
UNIDADE DIDÁTICA SOBRE CORRESPONDÊNCIA UM A UM 8
ADIÇÃO 16
UNIDADE DIDÁTICA 19
SUBTRAÇÃO 29
UNIDADE DIDÁTICA 33
MULTIPLICAÇÃO 46
UNIDADE DIDÁTICA 50
DIVISÃO 63
UNIDADE DIDÁTICA 67
Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
NÚMEROS E OPERAÇÕES
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
PARTICIPANTES
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
NÚMEROS E OPERAÇÕES
Agrupamentos
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
Para saber qual a relação que existe entre árvores e cavalos não há necessidade
de realizar uma contagem, pois basta olharmos e iremos verificar que a cada cavalo
está associado a uma única árvore, desse modo se em um segundo momento
verificarmos novamente esta relação e estiver sobrando uma árvore, significa que
estará faltando um cavalo.
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
Curiosidade
Essa prática também pode ser presenciada em outras religiões que utilizam desse
artifício para o auxílio da organização de suas manifestações religiosas.
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
HISTÓRIA VIRTUAL:
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
Problema desencadeador:
Todos os dias a Vovó continuava colocando suas galinhas para o pátio, mas como
eram seus animais preferidos, ela não queria perder mais nenhuma. Mas ela
estava muito cansada, e o Lobo percebendo isso resolveu ajudá-la, porém, ele
nunca havia ido à escola e não tinha ideia de como poderia fazer para ter certeza
de que ao anoitecer todas as galinhas que tinham ido ao pátio retornavam para o
galinheiro. Então, será que podemos tentar ajudar ele a resolver esse problema?
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JOGOS
Materiais necessários:
è Papel pardo para confeccionar as pedras;
è Um recipiente para colocar as galinhas (importante que possa ser
fechado após o término da atividade)
è Desenhos de galinhas (aconselhável colar os desenhos no papel cartão
para melhor manusear).
Encaminhamentos:
O jogo é realizado da seguinte forma: a turma é dividida em dois ou mais
grupos. Para cada grupo é colocado um número de galinhas de um lado da sala e do
outro ficam os alunos, em fila, com o recipiente que será utilizado para colocar as
galinhas, além das pedras para fazer as trocas. O primeiro da fila deverá pegar uma
pedra e correr até o outro lado da sala deixando a pedra e pegando uma galinha,
quando voltar à fila deverá entregar o recipiente para o próximo colega, fazendo isso
até acabar o tempo estipulado pela professora. O próximo passo é indagar os alunos
de como descobrir qual é o número de galinhas que conseguiram pegar sem utilizar a
contagem.
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Materiais utilizados:
è Trinta e uma cartas, sendo destas, quinze com imagens de galinhas e
outras dezesseis com imagens aleatórias.
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organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
-JOGO DO BINGO-1
1Esta atividade foi desenvolvida por bolsistas do “PIBID - Interdisciplinar - Educação Matemática do
1º ao 6º ano do Ensino Fundamental” no âmbito do projeto Clube de Matemática/UFSM.
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Para apresentação da
história virtual pode ser
realizado um teatro. E
você como apresentaria
sua história?
Problema desencadeador:
Precisamos da ajuda de vocês, pois não sabemos contar e precisamos de uma forma
rápida e eficiente, estamos preocupados e nervosos sem saber se nosso filhote que
está longe de casa está bem. Vocês podem nos ajudar?
2 2 Esta atividade foi desenvolvida pelo projeto “PIBID - Interdisciplinar - Educação Matemática do 1º
ao 6º ano do Ensino Fundamental”
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organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
Como havíamos dividido os alunos em grupos para que encontrassem uma solução
para o problema, foram levantadas diversas hipóteses; cada grupo encontrou uma
forma diferente de agrupar os ossos. Diante disso, encaminhamos estas ideias para
uma solução coletiva, discutindo e testando as possibilidades para ver qual o modo
de agrupamento seria mais eficiente para realizar a contagem. Assim, a turma entrou
coletivamente em um consenso, concordando que havia mais de uma resposta para o
mesmo problema, mas que a resposta seria mais fácil de realizar o agrupamento
seria de dez em dez.
AGRUPANDO OS OSSOS
OBJETIVOS:
O material
manipulável nesse
jogo é essencial para
a resolução do
problema.
Encaminhamentos:
Como forma de iniciar a atividade, se faz necessário a leitura da carta para os
alunos. Depois disso, a turma pode ser organizada em grupos de quatro ou cinco
alunos em cada, sendo que cada grupo deverá receber uma quantidade de ossos onde
terão que encontrar uma forma rápida de agrupar os ossos para distribuir aos
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filhotes, também pode ser entregue para cada grupo uma quantidade de copos, onde
eles poderão colocar os ossos visualizando assim o agrupamento por eles encontrado.
Durante a realização da atividade, é possível que os alunos insistam na contagem dos
ossos de um-a-um, neste momento é importante que o educador faça uma
intervenção de uma forma que os alunos percebam que a contagem de um-a-um é
demorada, estimulando que eles encontram outras possibilidades de agrupar sem
contar os ossos de um-a-um. Este jogo promove várias possibilidades de
agrupamento, então é importante ao final da atividade o professor de uma forma
coletiva, expor as soluções encontradas e junto com eles questionar qual delas é a
mais rápida para a distribuição dos ossos aos filhotes. Sugere-se que no final da
atividade se escreva uma carta resposta para mamãe Lila dizendo qual foi à solução
encontrada pelos alunos para ajudá-la a distribuir os ossos aos seus filhotes.
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Adição
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clássico que ainda utilizamos hoje é o ábaco, que por muito tempo foi considerado a
principal ferramenta para efetuar não somente esta, mas também as outras
operações.
Curiosidade
Inicialmente em operações de adição não havia símbolo para indicar soma, nem
traço separando as parcelas, como se faz atualmente, e para efetuação da operação,
babilônios e egípcios usavam tabelas, já outros povos usavam ábacos ou mesmo nós em
cordas. Na aritmética dos babilônicos, por exemplo, não existia símbolo especifico para
adicionar números. De acordo com Silva (2003) apenas colocavam os algarismos um
após o outro, isto é, por justaposição.
Figura 1: Exemplo de algoritmo por justaposição: 30+2 é o mesmo que o símbolo para o
número 32.
Fonte: Charbet
A autora refere que talvez as primeiras abreviações para operações de adição
foram usadas no século XIV: “p” como abreviação de “plus”. Leonardo de Pisa, também
utilizava do termo “et” que significava “plus”, mais.
O símbolo de positivo só foi popularizado de modo geral após o uso por Robert
Recorde, na Inglaterra, no ano de 1557. No entanto, eram usados antes mesmo do
aparecimento na escrita, pintados, por exemplo, em tambores para indicar se estavam
completos.
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Exemplo 02 – Na horta de seu João havia 35 pés de alfaces, na semana passada ele
resolver construir mais um canteiro e plantou mais 20 pés. Como podemos fazer para
saber a quantidade total de pés de alfaces que tem na horta de seu João agora?
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Unidade Didática
Há muitos anos atrás, num vale lindo banhado por um belo rio de águas claras
formou-se o Reino Encantado do Clumat. Nesse reino costumavam se reunir para cantar
e dançar.
O Rei era muito justo e se preocupava com o bem estar da população, por isso
todos tinham grande carinho e admiração por ele.
Com o verão se aproximando a preocupação do Rei ficava mais evidente, visto que
no ano anterior o período foi de poucas chuvas e grande parte da plantação morreu.
A fim de que nenhuma pessoa do reino fique sem alimento durante essa época do
ano o Rei teve uma brilhante ideia: as terras do castelo ficavam próximas ao rio, então
ele resolveu criar alguns canteiros, pois caso houvesse novamente uma seca seria fácil
molhar as plantas utilizando a água do rio.
Os moradores do reino adoraram a ideia e um grupo de camponeses se
propuseram a organizar os canteiros. O Rei, juntamente com os moradores, escolheu os
alimentos que seriam plantados nos canteiros: alface, beterraba, cenoura, repolho e
espinafre.
Os camponeses, para registrar a quantidade que havia sido plantada, fizeram um
quadro semelhante ao apresentado a seguir, e encaminharam para o Rei.
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O Rei ficou muito feliz ao receber o registro feito pelos camponeses, pois assim
soube que o trabalho havia sido concluído, e poderia distribuir para as famílias que mais
necessitavam.
A Rainha, muito esperta, ficou com uma dúvida ao ver os registros e perguntou
para o rei:
- Meu querido Rei – disse a Rainha – nós precisamos pensar se a quantidade de
alimentos que foi plantada será suficiente para nosso reino. Você sabe a quantidade total
de plantas em nossa nova horta?
O Rei ficou extremamente preocupado e confuso já que não sabia como poderia
responder a pergunta que a Rainha havia feito. Para isso ele mandou um mensageiro
andar por vários reinos em busca dessa resposta, no entanto ninguém pode ajudá-lo.
Como o verão está próximo o Rei precisa que alguém o ajude a responder essa
questão, ele precisa saber a quantidade de plantas pois se não for suficiente ele terá que
pedir que os camponeses façam novos canteiros. De que maneira o rei pode descobrir
quantas plantas há na horta?
Com base na história virtual do conceito, que pode ser relatada com a
utilização de diferentes recursos, é entregue para os alunos o quadro com a
representação da organização da horta e apresentado dois problemas
desencadeadores.
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Assim, de acordo com a carta enviada pelo rei aos alunos, destacamos o
segundo problema desencadeador que está relacionado à ação mental de acrescentar:
No primeiro plantio, conforme vocês registraram havia 60 plantas, mas na mesma tarde
em que recebi a carta de vocês foi plantada mais 25 plantas. De que forma posso
descobrir quantas plantas há na horta?
O próximo item desse texto está destinado à apresentação dos jogos que
podem ser desenvolvidos a partir da atividade de ensino proposta para a operação de
adição.
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JOGOS
BINGO DA ADIÇÃO
Objetivo do jogo:
- Somar a quantidade de produtos presentes nas faces dos dois dados;
- Encontrar na cartela o algarismo correspondente à adição da quantidade de
produtos;
- Preencher a cartela com marcadores.
Materiais necessários:
è Dois dados;
è Cartelas;
è Fichas de registro;
è Marcadores.
Encaminhamentos:
Os alunos irão compor pequenos grupos (4 a 5 integrantes) sendo que cada
grupo receberá dois dados com representações dos produtos presentes na história
virtual (alface, beterraba, cenoura, espinafre e repolho), e cartelas compostas por
números naturais, bem como fichas de registro individuais. Após jogar os dois dados,
o aluno deve fazer o registro das quantidades e verificar se sua cartela possui o
número correspondente efetivando a devida marcação com a utilização do material
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ACONTECEU: O principal desafio que este jogo apresentou ao ser realizado foi o
fato deste ser desenvolvido em dois momentos diferentes. Em um primeiro
momento os alunos deveriam jogar os dados e a partir dos valores obtidos realizar a
operação de adição. O segundo momento eles deveriam verificar se o número obtido
era encontrado em sua cartela. Nas primeiras rodadas os alunos ficaram um pouco
confusos por isto a mediação do professor foi um elemento de extrema importância
para o jogo pode ocorrer da forma como foi planejado.
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COLETORES DE FRUTAS
Objetivo do jogo:
- Registrar corretamente as quantidades de frutas encontradas no percurso até
o castelo;
- Criar estratégias para descobrir a quantidade total de frutas coletas.
Materiais necessários:
è Cartolina;
è Dados;
è Fichas de registro;
è Marcadores.
Encaminhamentos:
Os alunos irão compor pequenos grupos (2 a 4 integrantes). Cada grupo
receberá uma trilha que convida os alunos a conhecer o Castelo do reino do CluMat.
No entanto para chegar até o castelo eles deverão passar pela floresta e irem
coletando as frutas que encontrar para levar até o castelo, pois com essas frutas será
feito deliciosas tortas para a festa que o Rei irá fazer. Os alunos devem percorrer o
caminho de acordo com o número sorteado no dado, e os registros dos produtos
coletados serão organizados em fichas individuais.
Ganha o jogo quem coletar mais frutas no percurso até o castelo.
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CAMINHO DO REINO
Objetivo:
- Registrar corretamente os valores encontrados nos dados;
- Criar estratégias para descobrir a quantidade total de frutas coletas.
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Materiais necessários:
è Trilha;
è Dois dados;
è Fichas de registro;
è Marcadores.
Encaminhamentos:
Cada grupo, composto por 2 a 4 integrantes, irá receber uma trilha que visa
com que os alunos cheguem até o reino do Clumat. Os quatro caminhos são
compostos por seis linhas verticais que possuem diferentes números naturais (de 2 a
12). O aluno deve lançar os dados, efetivar o registro das quantidades na respectiva
ficha disponibilizada, realizar a soma e caso possua o número na linha seguinte deve
movimentar seu marcador, buscando assim chegar até o reino.
1ª rodada
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Subtração
O que significa subtrair? Por que subtraímos?
Não faz muito tempo, em certas aldeias africanas o método era ainda usado
para recensear as moças em idade de se casar (ou enumerar os jovens aptos a
portar armas). Quando atingiam a idade requerida, cada uma confiava um
pequeno anel metálico à “casamenteira” da aldeia, que o enfiava numa
correia com outros objetos semelhantes. Depois, pouco antes da cerimônia,
cada esposa recuperava seu anel, e o que restava permitia avaliar facilmente
o número de ‘moças para casar’ no momento. Eis, portanto, uma maneira
bem prática de efetuar uma subtração quando não se sabe calcular por meios
como os nossos (IFRAH, 1997b, p. 192).
CURIOSIDADE: Esta ação de retirar uma parte de certa quantidade também era
usada na guerra, pois quando o exército partia para a expedição, cada homem largava
uma pedra em um monte e, quando retornava, retirava uma pedra. Com as que
sobravam no monte era possível saber quantos homens não haviam voltado, o que
certamente representava quantos haviam morrido na batalha (IFRAH, 1997a, p. 192).
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também a forma de operação de subtração foi sendo modificada até dar origem ao
algoritmo matemático utilizado hoje.
O sinal menos foi usado entre os gregos por Diofante, por volta de 250 a.C.
(PEREIRA, 1987, p. 62).
Na aritmética de Treviso, a subtração era explicada da seguinte forma: “de dois
números pode-se achar a diferença, isto é, do menor para o maior, resta a diferença.
Por exemplo, tome 3 de 9 e resta 6. É necessário que se tenha dois números na
subtração, um que será extraído do outro” (SILVA, 2003, p. 31). Embora não seja
usado um símbolo para subtração, aparece um traço horizontal separando o
minuendo e o subtraendo.
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● Retirar: Nas situações que envolvem a ação de retirar, observamos que existe
um todo do qual é retirada uma parte, e a outra parte, que permance, fica menor.
Desta forma, percebemos três tempos: um estado inicial, a ação que transformou a
quantidade inicial e um estado final. A ação de retirar é o inverso da ação de
acrescentar.
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Unidade didática
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estas formem os pares para a dança. Isso só seria possível de saber devido à entrega
das fitas na entrada do castelo. Para sabermos se podemos começar o baile,
precisamos verificar quantas moças e quantos rapazes já chegaram.
Veja só Cinderela, temos aqui 24 fitas azuis e 18 fitas cor de rosa. Isso
significa que existem mais rapazes que moças em nosso jantar, e alguns
deles ficarão sem dançar. Como podemos descobrir quantos rapazes tem
a mais que moças? – disse o príncipe.
Materiais necessários:
- Material para manipulação e registro das soluções das crianças
Encaminhamentos:
- Cada um dos problemas apresentados visa atender uma ação mental diferente da
subtração, assim cada um deles pode ser discutido separadamente durante a
apresentação da história.
- Da mesma forma, cada problema pode ter um material e um encaminhamento
diferenciado para o registro da sua resolução.
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A solução de problemas que partem desta ideia pode ser considerada a mais
difícil para as crianças resolverem sem a presença de materiais palpáveis, ou o auxílio
de colegas ou do professor. Assim, um fator preponderante para a apropriação do
conceito em questão é o papel da coletividade durante a atividade.
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JOGOS
BOLICHE EM EQUIPES
Materiais necessários:
- 14 garrafas pequenas para representarem os pinos
- 1 bola
- Material para registro
Encaminhamentos:
- Dividir a turma em grupos, de modo que cada grupo utilizará um jogo completo de
boliche.
- Identificar cada aluno com um número e uma ordem para jogar.
- Em cada rodada são acrescentadas duas garrafas no jogo. Assim, na primeira
rodada há 8 garrafas e o primeiro aluno joga a bola. Em seguida ele registra os seus
resultados no seu material de registro:
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Equipe:
______________________________________
Jogad Tinha quantas Caíram: Ficaram:
or garrafas?
1
2
3
4
5
- O segundo aluno irá jogar agora com 10 garrafas. E novamente registrar os seus
resultados no quadro. O terceiro aluno jogará com 12 garrafas, o quarto com 14
garrafas, e se houver mais o professor acrescentará sempre duas garrafas até o
suficiente.
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- Os pontos são obtidos quando as garrafas caem, cada garrafa derrubada vale um
ponto. Assim ganhará o jogo a equipe que derrubar mais pinos.
- A partir da construção do painel coletivo o professor poderá explorar as seguintes
questões com a turma:
▪ Qual equipe foi a vencedora?
▪ Qual a diferença de pontos entre a primeira e a última colocada? ... Entre a 2ª e a
4ª?
▪ Na 1ª rodada, o jogador de qual equipe marcou mais pontos? Quantos a mais do
que aquele que fez menos pontos? Na 2ª ... na 3ª ...?
- Após essa exploração, outras variações do boliche podem ser jogadas com as
crianças, como, por exemplo, uma disputa entre as equipes com todas as garrafas.
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FECHE A DIFERENÇA3
Materiais necessários:
- 1 tabuleiro conforme figura 00
- 2 dados comuns
- 24 cartões coloridos (6 vermelhos, 6 azuis, 6 verdes e 6 amarelos)
Número de jogadores:
4 participantes.
3(Proposta adaptada:
http://pacto.mec.gov.br/images/pdf/cadernosmat/PNAIC_MAT_Caderno%20jogos_pg001-072.pdf)
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Encaminhamentos:
- Cada participante escolhe uma cor: amarela, verde, vermelha ou azul. Pega assim as
fichas correspondentes e se posiciona de frente ao tabuleiro da cor escolhida.
- O primeiro jogador lança os dois dados simultaneamente, identifica os números e
calcula a diferença entre as quantidades obtidas entre os dados.
- O número correspondente a diferença obtida deve então ser coberto no tabuleiro
por um cartão do jogador.
- Os demais jogadores realizam os mesmos procedimentos.
- Se o número correspondente a diferença já estiver coberto, o jogador deverá passar
a vez ao colega.
- O vencedor será aquele que fechar todos os números da sua cor primeiro.
Neste jogo, as crianças fazem uso da ideia comparativa da subtração por meio
do cálculo da diferença entre duas pequenas quantidades, de modo a estimular,
também, o cálculo mental. As crianças podem ser estimuladas a verbalizarem as
quantidades obtidas nos dados, em cada jogada, assim como a diferença entre essas
duas quantidades, marcando-a no tabuleiro.
Materiais:
- 1 dado azul;
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Encaminhamentos:
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Multiplicação
Introdução
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Curiosidade
No Egito, civilização posterior a Mesopotâmia, o documento que retrata o
surgimento dos cálculos é o Rhind, obra de Ahmes do ano de 1650 a.C. O método para
realizar multiplicações entre este povo era a duplicação. Em duas colunas colocavam, a
direita o multiplicando que se duplicava sucessivamente o número de vezes indicado na
coluna a esquerda (Gómes ??). Logo, para multiplicar, por exemplo, 56 X 25 obtemos as
seguintes colunas.
1 56
2 112
4 224
8 448
16 896
Para obter o resultado da multiplicação 56 x 25 devemos escolher na coluna da
esquerda os números que a soma resulta em 25, ou seja, 1 – 8 – 16. Finalizando,
somamos os resultados correspondentes da coluna da direita:
56
+ 448
896
1400
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Observemos que
também podemos
inverter a posição da
grade e considerar 5
linhas e 6 colunas.
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c) Combinação de elementos
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CURIOSIDADE
François Viéte (1540-1603), em 1951, usava a palavra latina “in” para indicar a
operação da multiplicação. Somente no século XVII, encontra-se o primeiro registro
da cruz para indicar essa operação. Deve-se a William Oughterd (1574-1660), em
1637, o uso da cruz para indicar a multiplicação. Já o uso do ponto é atribuído a
Leibniz (1646-1716), que evitava a cruz “x” para não confundir com a incógnita, mas,
em seus escritos de juventude ele utilizava o símbolo ∩, um arco. (Extraído do texto
“Explorando as Operações Aritméticas com Recursos da História da Matemática”,
2003, p.)
Unidade didática
Esta unidade didática tem como principal objetivo levar o estudante a fazer
uso das ações mentais relativas à multiplicação. Para isto propomos uma história
virtual com um problema desencadeador que envolve a ação mental de organização
em grupos com igual quantidade em cada grupo. Posteriormente são apresentadas
outras duas situações envolvendo: organização em linhas e colunas e combinação de
elementos
a) Situação 1
História Virtual
O padeiro Rodolfo e o problema da contagem dos pães
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b) Situação 2
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1º sanduíche
2º sanduíche
3º sanduíche
4º sanduíche
5º sanduíche
6º sanduíche
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organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
c) Situação 3
(Padeiro Rodolfo) - “Na padaria das delícias, também existem formas maiores onde
vendemos deliciosos bolinhos, mas tenho dificuldades para saber quantos bolinhos têm
em cada forma. São formas que estão dispostas em 3 linhas e 5 colunas. Assim, como
podemos fazer para saber quantos bolinhos há nesta forma sem contar de um em um?
Vocês podem me ajudar?”
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organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
Como material podem ser fornecidos quadros com linhas e colunas com
bolinhos desenhados em folhas de ofício ou outro material que o professor tenha
disponível.
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organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
JOGOS
PEGA VARETAS
CURIOSIDADE
O livro “Diálogos de Buda” foi descrito a mais de cinco mil anos, e retrata uma das
possibilidades para a origem do jogo de varetas, conhecido como “jonchet” na cultura
indiana. Outro país onde se joga varetas é a China, conhecido por outros termos como
“Mikato”; “Spillikins” ou “Spelicans”.
Cada vareta tem um valor determinado por sua cor, e para iniciar o jogo as
varetas são lançadas em uma superfície plana e o jogador deve tentar retirar a maior
quantidade possível sem mover as demais, caso contrário passa a vez ao jogador
seguinte. Para saber o resultado final, ou seja, aquele que fez a maior pontuação, o
professor pode disponibilizar a cartela de registro dos pontos (a seguir) onde os
alunos deverão verificar quanto vale cada vareta e descobrir quem ganhou..
O vencedor não será aquele com maior número de varetas, mas aquele que
tiver o maior de número de pontos atribuído pela cor das mesmas.
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AZUL 4
VERDE 3
VERMELHO 2
AMARELO 1
Total:
57
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CHUTE AO GOL
Encaminhamento:
CURIOSIDADE
Mesmo que não exista certeza em relação aos primórdios do futebol, estudiosos da
história do esporte descobriram vestígios dos jogos em diversas culturas, dentre elas na
China Antiga, no Japão Antigo, na Grécia, na Roma e, mais tarde na Inglaterra e no
Brasil. No entanto, podemos perceber que o esporte foi sendo organizado de fato com o
passar do tempo, quando passaram a ser estabelecidas regras, conforme iam surgindo as
necessidades dos jogadores.
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organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
anotar os pontos que fez. Cada uma das bolas irá representar uma quantidade
distinta de pontos.
Para descobrir o resultado das jogadas faz-se um registro. Assim, como no jogo
de varetas, é possível utilizar o quadro a seguir para realizar o registro dos pontos e
descobrir o vencedor de cada rodada.
AMARELA 3
VERDE 2
VERMELHO 1
Total:
59
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JOGO DO BOLICHE
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entanto não pode esquecer que todas as garrafas devem conter em seu interior
o mesmo número de bolinhas.
ROLETA DA MULTIPLICAÇÃO
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1ª Rodada
2ª Rodada
3ª Rodada
4ª Rodada
Total de Pontos:
CURIOSIDADE
Este jogo encontra-se disponível no seguinte endereço eletrônico:
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo4/matematica/videos/numeros/
multiplicacao.html
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Divisão
Introdução
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CURIOSIDADE
Um dos registros de divisão mais antigo da humanidade pode ser encontrado em
uma tabuleta que provêm do sítio iraquiano de Fara e segundo Ifrah (1997) remonta de
2650 a. C. Segundo este autor, o documento nos fornece indicações preciosas com
respeito à matemática suméria da época pré-sargônica (primeira metade do III milênio
a.C.) e testemunha o alto grau intelectual atingido, provavelmente desde as épocas mais
arcaicas, pelos aritméticos do país de Sumer.
A tabuleta é dividida em duas colunas, por sua vez subdivididas em várias casas.
Partindo de cima para baixo, a primeira casa da coluna da esquerda compreende um
entalhe fino, seguido de um grupo cuneiforme, que significa “silo de cevada”. Na casa de
baixo, percebe-se a representação do número 7, precedida de um sinal, lendo-se “silo”.
Na terceira casa, o algarismo 1 é seguido do sinal do homem e, abaixo, algo que pode se
traduzir por “em mão recebe”.
Enfim, na parte mais baixa percebe-se novamente o sinal para homem e, embaixo
dele o caracter bi, que nada mais é do que o demonstrativo “esses”. Tradução literal do
conteúdo dessa coluna: “1 silo de sevada; 7 sila; cada homem, em mão recebe; esses
homens”.
Na primeira casa da coluna da direita reconhece-se a representação algarítimica
(mediante sinais arcaicos) do número 164.571 e na casa abaixo uma sucessão de sinais
traduzindo a frase “sila de cevada, resta 3”
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estipulou que venderia 10 pacotes por barraca. Assim, considerando que neste dia ele
havia carregado 50 pacotes de feijão para a feira, como ele poderia descobrir quantos
feirantes poderiam comprar seu carregamento de feijão? Para isso ele precisa
descobrir quantas vezes o número 10 cabe dentro do 50. Para esse processo o
agricultor faz a divisão em partes iguais usando a ação mental de medir.
UNIDADE DIDÁTICA
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-ACONTECEU-
Introduzindo a Temática: Como forma de inserir
os alunos no contexto da cultura indígena do sul
do país e proporcionar um ambiente lúdico , ao
desenvolvermos esta atividade no CluMat, em
uma turma do 2º ano, criamos uma personagem,
que se apresentou e contou um pouco dos
costumes do seu povo. A seguir, apresentamos o
enredo elaborado:
Sou a Kysã, apesar de ser uma índia, eu não gosto
de ser chamada assim, pois sou uma kaigang.
Quando os invasores chegaram aqui na
minha terra, eles pensavam estar chegando na
Índia, por isso fomos chamados de índios, como se fossemos todos iguais,
como uma única tribo. Por isso gosto de ser identificada como uma kaingang,
ser lembrada pela minha origem, minha tribo, meu povo.
Há aproximadamente quinhentos anos, os portugueses chegaram na
terra de muitas tribos, como a minha, e chamaram nossa terra de Brasil. A
minha etnia, a kaingang atualmente vive nos estados do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Devido ao grande crescimento das
cidades, começamos a viver em situações precárias, à beira de rodovias e
algumas pessoas do meu povo inclusive moram aqui perto da escola. Vocês já
ouviram falar deles?
O fato de vivermos em pequenas terras dificulta a sobrevivência por
meio da caça, pesca e coleta, como antigamente que vivíamos apenas disso.
Como a pesca e a caça não pode ser realizada na cidade, nós também fazemos
artesanatos para vender e nossa especialidade são os trançados, como cestas.
Vocês sabiam que me preparei para vir aqui? Estão vendo essas
pinturas no meu rosto? São feitas para ocasiões especiais, como conhecer
vocês. Esses traços retos representam o Sol e esse círculo representa a Lua.
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HISTÓRIA VIRTUAL
O MISTÉRIO DA CANOA
Em uma tribo Kaingang havia dois indiozinhos que eram muito amigos –
Kairú e Mi-nindó – e que sempre saiam para pescar. Quase todos os dias os resultados
da pesca eram muito bons, voltavam para a aldeia carregados de peixes.
Para os indiozinhos essa era uma diversão, mas para os integrantes da tribo era
uma forma de enriquecer suas refeições, pois a maioria dos homens estava
comprometida com a agricultura, já que era um período adequado para a plantação, a
semeadura de novas culturas, e não podiam sair para a caça e a pesca. Visto que essa
diversão estava trazendo muitos benefícios e o transporte dos peixes da margem do
rio até a aldeia estava ultrapassando os limites da força desses indiozinhos, o cacique
da tribo chamou-os e ofereceu-lhes uma canoa, para que viessem com os peixes do
ponto onde pescaram até a margem próxima a aldeia.
No dia seguinte foram até a margem do rio e escolheram a canoa que iriam
usar, sentindo-se quase adultos pela responsabilidade que lhes fora confiada. Ao se
prepararem para sair, com seus instrumentos de pesca, o pajé – homem sábio – deu-
lhes um conselho:
- Na hora de voltar com sua pesca, cuidem como irão organizar os peixes nas
suas cestas, para evitar uma surpresa indesejada.
Disse isso e se retirou. Os indiozinhos não entenderam bem a preocupação do
pajé naquele momento e foram para sua habitual pescaria, agora com seu precioso
meio de transporte.
No final da pescaria recolheram seus instrumentos e jogaram os peixes nas
suas cestas, que mal conseguiam carregar de tão pesadas que estavam. Levaram até a
canoa e ao colocarem a primeira cesta tiveram um susto! A canoa quase, quase virou!
Tiraram rapidamente e resolveram colocar as duas ao mesmo tempo, achando que
isso solucionaria o problema. E assim fizeram: - um... dois.. três... e já! Ufa! Parece
que deu certo, mas por que a canoa está torta? Os indiozinhos nem puderam subir,
pois um dos lados da canoa estava muito baixo, pendendo para um dos lados.
Retiraram as cestas e ficaram se perguntando:
- O que aconteceu? Como resolver este problema? Será que era sobre isso que
o pajé queria alertar?
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
Sabendo que o pajé já havia alertado sobre a importância da organização dos peixes nas
cestas dentro do barco, como os indiozinhos poderiam dispor os peixes para que o
problema fosse solucionado e eles pudessem voltar para a aldeia no barco com todos os
peixes que pescaram?
Pense nisso...
É importante atentarmos para o fato de que a divisão de peixes pode ser discreta
(quando considerarmos a quantidade em que cada peixe representa uma unidade) ou
contínua (quando considerarmos a massa do peixe em gramas, que pode levar a
termos peixes divididos, por exemplo, ao meio). No Mistério da Canoa, o que está
sendo utilizada é a quantidade de peixes, ou seja, é uma divisão de uma grandeza
discreta.
A partir da síntese que deverá ser coletiva, o professor poderá propor outras
situações que irão levar o estudante a melhor compreensão do conceito da divisão.
Dessa forma, apresentaremos a seguir alguns encaminhamentos possíveis para
o desenvolvimento de uma unidade didática sobre o conteúdo matemático da divisão,
envolvendo as ações mentais de repartir por subtrações sucessivas e de medir.
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JOGOS
PEIXES NO BARCO
Materiais necessários:
è 24 peixinhos
è 01 barquinho de papel
- ACONTECEU –
Na turma do CluMat realizamos a
busca pela solução do problema em
duplas, os alunos sentaram-se no
chão e utilizaram o material
manipulável disponibilizado.
Como nesse momento a intenção
era que eles chegassem a conclusão
de que seria necessário repartir os
peixes em partes iguais, deixamos
eles buscarem a solução
livremente, sem induzir a resposta.
Algumas duplas primeiramente
contaram os peixes, outras já
resolveram que era só “colocar um
pra cá, e outro pra lá” até os peixes
acabarem. Não foi difícil todos
chegaram à mesma solução: de que
seria necessário dividir os peixes
igualmente em cada lado da canoa.
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Posteriormente cada aluno fará um registro sobre a divisão dos peixes nas
cestas e dos peixes para o número de famílias. A ideia é que além do desenho, eles
também sintetizem seu pensamento de forma escrita e/ou pictórica.
DISTRIBUINDO OS PEIXES
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Objetivo: Utilizar a ação mental de medida para encontrar a solução para uma
situação problema de divisão
Materiais necessários:
è Papel pardo;
è Caneta hidrocor;
è 24 peixinhos.
Encaminhamentos:
A criação do painel coletivo se dará a partir de outro problema desencadeador,
que evidencia a ação mental de medir, na operação da divisão.
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- ACONTECEU –
Para essa situação a
turma foi dividida em
grupos para encontrar
a solução do problema
proposto. Optamos
que o problema fosse
com a quantidade de
24 peixes. Assim, os
alunos escolheram
por agrupar os peixes
de seis em seis. Desse
modo, perceberam
que foi possível fazer
quatro grupos, ou
seja, o seis “cabe”
quatro vezes dentro
do número vinte
quatro.
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como, por exemplo, uma carta, vídeo ou história coletiva. O importante neste
momento é sistematizar as soluções para os problemas propostos e desse modo,
também as aprendizagens acerca do conteúdo trabalhado.
JOGO DA PESCARIA -
Materiais necessários:
-1 vara de pescar com imã no lugar do anzol para cada grupo;
- Peixes com clips na ponta (sugere-se em torno de 250).
Após esse tempo inicial de pescaria, o grupo deverá repartir em partes iguais
os peixes pescados entre seus integrantes, ou seja, nesse momento o ajuntamento
aleatório, no qual cada sujeito foi colocando o que conseguiu coletar na cesta do
grupo, deve ser desfeito em partes. Cada integrante irá receber uma quantidade igual,
independentemente do número de peixes que havia pescado anteriormente.
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ORGANIZANDO A ALDEIA
Objetivo: Realizar uma situação de divisão que envolve a ação mental de medida.
Encaminhamento:
A tribo de Kairu e Mi-nindó precisa mudar o local de suas habitações para um terreno
próximo e o cacique pediu ajuda para organizar a tribo no terreno.
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Registro
QUANTAS VEZES
LUGARES VAZIOS
QUANTIDADE DE OCAS CABE(M) DENTRO
QUE SOBRARAM
DO TERRENO
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- ACONTECEU –
Esta tarefa foi a que necessitou um maior envolvimento da professora para
seu encaminhamento. Nesta atividade está expressa a ação mental de medir,
ou seja, as crianças estarão em um movimento de dividir a partir da ação
mental de medir.
Após os alunos compreenderem o objetivo da tarefa, a mesma transcorreu
facilmente e eles sentiram-se motivados para encontrar a solução para a
situação proposta.
Materiais necessários:
è 01 dado com números para serem
divididos(dividendos), por exemplo: 6, 12,
15,24,36,40, que representarão o número de
peixes;
è 01 dado com números de 1 a 6 para
serem os divisores, que representarão os cestos;
è Material de apoio para as crianças realizarem a divisão (canudos, palitos ou até
pequenos peixes);
è 6 copos ou pequenas caixas representando os cestos.
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Encaminhamento: A turma será dividida em duplas, sendo que cada uma receberá
um dado de cada tipo descrito anteriormente.
O primeiro aluno da dupla jogará os dois dados e com os números que caíram para
cima verificará quantos peixes irão em cada cesto, de modo a que todos os cestos
tenham a mesma quantidade. A solução do problema pode ser feita com o uso do
material manipulável disponível ou mentalmente e o resultado registrado no seu
quadro.
Depois ele passa a vez para o colega. O jogo continuará até uma determinada
quantidade de rodadas, combinada anteriormente. Ganha o jogador cuja soma dos
restos seja a menor.
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
Referências
IFRAH, George. Os números – a história de uma grande invenção. Globo, 2ª. ed,
1989.
IFRAH, George. História Universal dos Algarismos. Tomo I. Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 1997 (a).
IFRAH, George. História Universal dos Algarismos. Tomo II. Rio de Janeiro:
Editora Nova Fronteira, 1997 (b).
JAGMIN, Ângela Susana; DREWS, Sônia Beatriz Teles. Operações com números
naturais. In PEREIRA, Tânia Michel (Org.). Matemática nas séries iniciais. Ijuí:
Livraria UNIJUÍ Editora, 1987.
RAMOS, Luzia Faraco. Conversas sobre números, ações e operações: Uma proposta
criativa para o ensino da matemática nos primeiros anos. São Paulo: Editora ática,
2009.
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Projeto “Educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: princípios e práticas da
organização do ensino”. Programa Observatório da Educação.
SILVA, Circe Mary Silva da. Explorando as operações aritméticas com recursos da
história da matemática. Brasília, Editora Plano: 2003.
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