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SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SUBSECRETARIA DE ABASTECIMENTO E SEGURANÇA ALIMENTAR

Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CONSEA/SP)


Câmara Intersecretarial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN/SP)

Subsecretário de Abastecimento e Segurança Alimentar


Celso Toshito Matsuda

Coordenadora de Segurança Alimentar


Vanuzia Teixeira de Souza

Equipe Técnica
Élcio Figueiredo – Diretor Técnico e Secretário-Executivo
Camila Michelin – Diretora Técnica
Adriana Reis – Assistente Técnica
Marcelo Henrique Nogueira Cunha – Diretor Técnico
Maria Fernanda Silva – Diretora Técnica

Octávio Muniz - Coordenador de Comunicação


Márcio Antonio Ebert - Capa e diagramação
RODRIGO GARCIA
GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

FRANCISCO MATTURRO
SECRETÁRIO DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

ADRIANO QUÉRCIA SOARES


SECRETÁRIO EXECUTIVO

RICARDO LORENZINI
CHEFE DE GABINETE DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

CELSO TOSHITO MATSUDA


SUBSECRETÁRIO DE ABASTECIMENTO E SEGURANÇA ALIMENTAR

VANUZIA TEIXEIRA DE SOUZA


COORDENADORA DE SEGURANÇA ALIMENTAR
CONSELHEIROS E CONSELHEIRAS
DO CONSEA/SP
Gestão 2020-2022

• Presidente: João Dornellas, Associação Brasileira da Industria Alimentícia (ABIA)


• Vice-presidente: Amanda Araújo, Sociedade Rural Brasileira (SRB)
• Sizele Rodrigues dos Santos e Katlly Evillim Sousa, Secretaria de Agricultura e Abastecimento
• Daniela Marim Pereira Rossetti e Caroline de Souza Santos, Secretaria Desenvolvimento Social
• Ana Cristina Vuitik e Maria Rosileide Guedes de Oliveira, Secretaria da Educação
• Adriana Tedesco Telerman, Secretaria de Desenvolvimento Econômico
• Adonias Raimundo de Oliveira e Jeferson Alexandre da Silva, Secretaria de Justiça e Cidadania
• Ricardo Baptista Borgianni e Débora Orgler de Moura, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente
• Rita de Cassia Dias Carreira Bacoccini e Adriana Bouças Ribeiro, Secretaria de Saúde
• Andressa Lopes Capriglione e Ernani Vieira Gouvêa, Fundo Social de São Paulo
• Betzabeth Slater Villar e Mônica Inêz Elias Jorge, Universidade de São Paulo
• Cinthia Baú Betim Cazarin e Jorge Herman Behrens, Universidade Estadual de Campinas
• Silvia Aparecida de Sousa Fernandes e Regina Aparecida Leite de Camargo, Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
• Dra. Anna Trotta Yaryd e Dr. Bruno Orsini Simonetti, Ministério Público do Estado de São Paulo
• An’ Anezia Valença Ramos Barbosa, Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável de Araçatuba
• Simone da Cruz e Flávia Valentino, Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável da Baixada Santista
• Cyro Ferreira Penna Junior e Joaõ Roberto Gasperini, Comissão Regional de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável de Barretos
• Elias David de Souza e Edwin Montenegro, Comissão Regional de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável de Bauru
• Venceslau Donizete de Souza e Silvia Helena Frediani Favaron, Comissão Regional de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Campinas
• Eliana Ferreira Costa Paixão e Luciana Cassiano Machado Curvello Gonçalves,
Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável da Capital
• Rita de Cássia Garcia Pereira e Maria Sylvia Carvalho de Barros, Comissão Regional de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável da Central
• Gabriel Okubo Awazu Palma e Irene da Conceição Silva, Comissão Regional de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Franca
• Manoel Domingues e Rita de Cássia Silva, Comissão Regional de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável da Grande São Paulo

4
• Iara Milreu Lavratti, Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Marília
• Gislaine Oliveira dos Santos Gomes, Comissão Regional de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável de Presidente Prudente
• Elizete de França Dias e Aline Juvencio Gonçalves Marques, Comissão Regional de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Registro
• Luciano Botelho Lima e Telma Maria Braga Costa, Comissão Regional de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável de Ribeirão Preto
• Mayara Martins Evangelista e Hadilan Nascimento De Paula, Comissão Regional de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de São José do Rio Preto
• Thais Rezende Suraty Cassiano e Mario Jefferson Leite Melo, Comissão Regional de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de São José dos Campos
• Rodrigo Machado Moreira e Kelly Cristina de Moura Bombem, Comissão Regional de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Sorocaba
• Alexandre Novachi, Associação Brasileira da Industria Alimenticia (ABIA)
• Érico Antonio Pozzer e José Roberto Bottura, Associação Paulista de Avicultura(APA)
• Paulo Roberto dos Santos Pompílio e Marcelo Domingos de Souza,
Associação Paulista de Supermercados (APAS)
• Maria Lourdes da Silva e Alan Maurício Pereira, Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs)
• Nilce de Pontes Pereira dos Santos e Regina Aparecida Pereira,
Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ)
• Sinohe Guerreiro de Oliveira e Marcos Ludovico Valentini, Organização das
Cooperativas do Estado de SP (OCESP)
• Maria da Consolação Machado Furegatti e Edson Oliveira Maciel,
Sindicato dos Nutricionistas do Estado de SP (SINESP)
• Marcelo Peres Carvalho de Melo, Sociedade Rural Brasileira (SRB)
• Conselho Estadual de Assistência Social - CONSEAS-SP
• Conselho Estadual de Saúde
• Conselho Estadual dos Povos Indígenas - CEPISP
• Conselho Estadual de Alimentação Escolar de São Paulo - CEAE/SP
• Conselho Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar - CEDAF
• Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONDECA
• Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra - CPDCN
• Conselho Estadual do Idoso
• Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON-SP
• Rede de Defesa e Promoção da Alimentação Saudável, Adequada e Solidária - Redes-Sans

5
Comissão Organizadora do
Prêmio Josué de Castro - Edição 2021
• Alexandre Novachi, Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA);
• Gislaine Oliveira dos Santos Gomes, Comissão Regional de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável – CRSANS Presidente Prudente;
• Manoel Domingues, Comissão Regional de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável - CRSANS Grande São Paulo;
• Marcelo Henrique Nogueira Cunha, Secretaria Executiva do Conselho Estadual de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável;
• Silvia Aparecida de Sousa Fernandes, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP;
• Vanuzia Teixeira de Souza Batista, Secretaria Executiva do Conselho Estadual de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável;

Jurados do
Prêmio Josué de Castro - Edição 2021
• Alexandre Novachi, Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA);
• Cinthia Baú Betim Cazarin, Universidade Estadual de Campinas;
• Elias David de Souza, Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável – CRSANS Bauru;
• Maria Sylvia Carvalho de Barros, Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável - CRSANS Central;
• Mônica Inêz Elias Jorge, Universidade de São Paulo – USP;
• Neusa Paviato Botelho Lima (in memoriam), Comissão Regional de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável - CRSANS Ribeirão Preto;
• Paulo Roberto dos Santos Pompílio, Associação Paulista de Supermercados (APAS);
• Regina Aparecida Leite de Camargo, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP;
• Rita de Cássia Garcia Pereira, Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável - CRSANS Central;
• Silvia Aparecida de Sousa Fernandes, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP;

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Comissão Organizadora do
Prêmio Josué de Castro - Edição 2022
• Amanda Araújo Pinto, Sociedade Rural Brasileira e Vice-Presidente do Consea;
• Gislaine Oliveira dos Santos Gomes, Conselheira Titular da CRSANS Presidente Prudente;
• Maria da Consolação Machado Furegatti, do SINESP – Sindicato Estadual das Nutricionistas;
• Rita de Cássia Silva, Conselheira Suplente da CRSANS Grande São Paulo;
• Sizele Rodrigues dos Santos, Conselheira Titular, Secretaria de Agricultura e Abastecimento;
• Camila Michelin – Diretora Técnica – Secretaria Executiva do Conselho Estadual de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável
• Adriana Reis – Assistente Técnica – Secretaria Executiva do Conselho Estadual de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável
• Marcelo Henrique Nogueira Cunha – Diretor Técnico - Secretaria Executiva do Conselho
Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável

Jurados do
Prêmio Josué de Castro - Edição 2022
• Alexandre Novachi, Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA)
• João Roberto Gasperini, Comissão Regional de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável - CRSANS Barretos
• Maria da Consolação Machado Furegatti, Sindicato Estadual das Nutricionistas (SINESP)
• Rita de Cássia Silva, Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável - CRSANS Grande São Paulo
• Jorge Herman Behrens, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
• Silvia Aparecida de Sousa Fernandes, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”–UNESP
• Regina Aparecida Leite de Camargo, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”–UNESP
• Rita de Cássia Garcia Pereira, Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável - CRSANS Central
• Maria Sylvia Carvalho de Barros, Comissão Regional de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável - CRSANS Central

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Índice
Editorial
• Editorial 10
• Conselho Estadual de Segurança 12
Alimentar e Nutricional (CONSEA/SP)

Prêmio
• Prêmio Josué de Castro 14
• História: Josué de Castro 17

Premiados 2022
CATEGORIA PESQUISA CIENTÍFICA 19
• 1º lugar - Colheita urbana e compostagem em Feira Livre: 20
aproximações, conquistas e desafios no Contexto da Pesquisa-Ação
Participativa, Universidade Federal de São Paulo – Unifesp

• 2º lugar - Mulheres que alimentam cidades: Ecofeminismo e 22


Agroecologização de Territórios, Escola Superior de Agricultura “Luiz
de Queiroz” – ESALQ/USP

• 3º lugar - Faça um Bem Incrível, Faculdade de Tecnologia de Mogi 24


das Cruzes (FATEC-MC)

CATEGORIA PROGRAMA OU PROJETO DE POLÍTICA PÚBLICA 26


• 1º lugar - Do campo para a cidade e da cidade para o campo, 27
Prefeitura de Peruíbe

• 2º lugar - Programa Agricultura Urbana, Prefeitura do Munícipio de 29


Diadema

• 3º lugar - Programa Banco de Alimentos de Tatuí – Estratégias de 31


Combate à Fome, Prefeitura do Município de Tatuí
Premiados 2021
CATEGORIA PESQUISA CIENTIFICA 33
• 1º lugar - Projeto Plantando mais do que vegetais: horta comunitária e 34
educação alimentar e nutricional em Heliópolis, Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp)

• 2º lugar - Pesquisa “Educação Popular e Desenvolvimento 36


Sociotécnico em territórios de reforma agrária para a promoção da
segurança alimentar na região metropolitana de Campinas”, Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP

• 3º lugar - Pesquisa científica intitulada: Registro fotográfico via celular 38


como recurso para avaliar a qualidade da refeição: um estudo nas cinco
macrorregiões do Brasil”, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

CATEGORIA PROGRAMA OU PROJETO DE POLÍTICA PÚBLICA 40


• 1º lugar - Projeto “Cultivando Sustentabilidade”, Secretaria de 41
Administração Penitenciária do Estado de São Paulo

• 2º lugar - Programa Quitanda Social, Prefeitura de Mogi das Cruzes 43

• 3º lugar - Projeto “Banco de Alimentos de Osasco no Enfrentamento 45


à Pandemia da Covid-19”, Prefeitura de Osasco

Obras
• Josué de Castro - obras 47
Editorial
O
prêmio Josué de Castro surge em 2005 pela lei nº 12045, com a proposta de “premiar iniciativas
voltadas à formulação de soluções concretas para o combate à fome e a promoção da
segurança alimentar e nutricional”. Recebe esse nome homenageando o médico Josué de Castro,
pernambucano que se dedicou a questão da fome.

De lá para cá diversas conquistas na área aconteceram, buscando a promoção do Direito Humano à


Alimentação Adequada (DHAA). Que consiste em assegurar a todos os indivíduos alimentos básicos de
qualidade, em quantidades satisfatórias, permanentemente e sem afetar o acesso a outras necessidades
fundamentais, com relação às práticas alimentares, com foco no combate à fome e insegurança alimentar.

10
O Prêmio Josué de Castro reconhece e premia práticas para o combater a fome e as vulnerabilidades sociais,
no Estado de São Paulo. Diante dos desafios enfrentados quanto a essa questão, a exposição de projetos que
deram certos em outros locais são fundamentais, proporcionando trocas e possibilitando replicações, além é
claro de evidenciar a necessidade de gestões compartilhadas entre o poder público, sociedade civil e iniciativa
privada para que possamos atender a demanda, e isso está bastante evidenciada nos projetos apresentados.

A Coordenadoria de Segurança Alimentar, vinculada a Subsecretaria de Abastecimento e Segurança Alimentar


da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo traz nesta edição, os projetos premiados
nos anos de 2021 e 2022, relativos a 11ª e 12ª edição do Prêmio Josué de Castro.

Aqui vocês conhecerão os projetos premiados das categorias: melhor pesquisa científica realizada por
universidades ou instituições de pesquisa públicas ou privadas do Estado de São Paulo; e melhor programa ou
projeto de política pública desenvolvido por órgãos públicos do Estado de São Paulo, municipais ou estaduais,
das edições 2021 e 2022.

O conteúdo de cada projeto aqui apresentado poderá ser acessado, na íntegra, assim como os demais projetos
participantes em edições anteriores, ficando disponíveis para download, no link Banco de Projetos, no site do
CONSEA/SP: https://consea.agricultura.sp.gov.br/josue-de-castro.

Subsecretaria de Abastecimento e Segurança Alimentar


Coordenadoria de Segurança Alimentar

11
CONSEA-SP

Conselho Estadual de
Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável

12
O
Prêmio Josué de Castro é promovido pelo Conselho Estadual de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CONSEA/SP) que tem
como objetivo atuar na Promoção dos Direitos humanos a alimentação
adequada com assessoramento ao Poder Público na elaboração,
controle e fiscalização das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional,
de acordo com a lei federal 11346, de 15 de setembro de 2006, que versa sobre a
criação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

O CONSEA/SP, foi criado em 2003, e reestruturado em 2013, e atualmente conta


com 36 membros titulares e 36 suplentes dos segmentos da Sociedade Civil,
Academia e Poder Público, e as vagas são preenchidas na proporcionalidade
1/3 Poder Público e 2/3 Sociedade Civil, além de oito vagas para entidades do
segmento e atuação em segurança alimentar no Estado de São Paulo.

Entre as suas competências estão realizar e coordenar a Conferência Estadual


de Segurança Alimentar e Nutricional; acompanhar as ações do governo estadual
na área de segurança alimentar e nutricional sustentável; propor diretrizes para a
política e plano estadual de segurança alimentar e nutricional sustentável a partir
das recomendações aprovadas na Conferência Estadual de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável, bem como monitorar e avaliar seus resultados e impactos;
articular e mobilizar áreas do governo estadual e de organizações da sociedade civil
para desenvolvimento de ações de segurança alimentar e nutricional sustentável
e propor ações emergenciais para atendimento a populações em situação de
insegurança alimentar e ações de educação alimentar e nutricional.

Além disso, promover a criação e apoio técnico às Comissões Regionais de


Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável - CRSANS, bem como fomentar a
criação dos Conselhos Municipais de Segurança Alimentar e Nutricional com os
quais manterá cooperação e diálogo constante, visando a consecução da Política
Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável nos territórios paulistas,
respeitando as especificidades locais.

Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), é a garantia do direito de todos ao acesso


a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, com
base em práticas alimentares saudáveis e respeitando as características culturais
de cada povo, manifestadas no ato de se alimentar. Esta condição não pode
comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, nem sequer o sistema
alimentar futuro, devendo se realizar em bases sustentáveis. É responsabilidade
dos estados nacionais assegurarem este direito e devem fazê-lo em obrigatória
articulação com a sociedade civil, dentro das formas possíveis para exercê-lo.
(11346/2006).

13
PRÊ
MIO
josué de castro

O
Governo do Estado de São Paulo, por meio do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável – CONSEA/SP premia todo ano iniciativas voltadas às ações concretas ao combate à
fome e a promoção de segurança alimentar e nutricional.

Esta iniciativa busca reconhecer programas e projetos, sejam eles de governo ou da iniciativa privada, que
promovam a segurança alimentar e o bem-estar da população paulista.

O Prêmio criado pela lei estadual 12045, de 21 de setembro de 2005, que institui o Prêmio Josué de Castro
e a Semana Josué de Castro do Combate à Fome, tem como objetivo identificar, certificar, premiar e difundir
iniciativas voltadas à formulação de soluções concretas para o combate à fome e a promoção da segurança
alimentar e nutricional.

Atualmente são premiadas duas categorias de iniciativas:


• melhor pesquisa científica realizada por universidades ou instituições de pesquisa públicas ou privadas do
Estado de São Paulo;

• melhor programa ou projeto de política pública desenvolvido por órgãos públicos do Estado de São Paulo,
municipais ou estaduais.

14
A votação é feita por grupo de
jurados formados por conselheiros
estaduais do CONSEA/SP, que
avalia os projetos recebidos e
elegem o que mais responde a
pauta do Prêmio para que seja
multiplicado e difundido entre os
municípios por meio do Banco
de Projetos (https://consea.
agricultura.sp.gov.br/josue-de-
castro/projetos-inscritos).

Para que o Prêmio ocorra todos


os anos, anualmente o CONSEA/
SP nomeia uma Comissão
Organizadora que tem como
objetivo receber, avaliar e deferir
ou indeferir a documentação
encaminhada dos participantes.
Em 2021, foram 61 inscrições
batendo recorde em relação aos
outros anos. Já em 2022, foram
32 inscrições.

Para avaliar os projetos, a


Comissão do Júri, avalia desde a
introdução até as estratégias de
atuação avaliando público alvo,
meta, objetivos e indicadores. No
site do CONSEA/SP é possível
encontrar todos os projetos
inscritos desde 2016.

Premiação
A premiação acontece sempre no mês
de outubro, exceto em anos eleitorais,
e premia até o terceiro colocado
de cada categoria. Sendo assim, o
primeiro colocado de cada categoria
receberá uma “Salva de Prata”; os
segundos e terceiros colocados, de
cada categoria, receberão “Menção
Honrosa”.

15
16
Imagem: Ag O Globo
História:
Josué de Castro
A
história de Josué de Castro está ligada com a luta por uma condição de dignidade à pessoa
humana. Médico, nascido em Recife, dedicou sua vida a buscar soluções e conscientizar sobre
a necessidade de erradicar a fome, isso ainda em meados da década 50. Essa luta, rendeu a ele
indicação ao Prêmio Nobel da Paz.

Nome de batismo: Josué Apolônio de Castro, nasceu em 5 de setembro de 1908. Filho de Manoel Apolônio
de Castro, proprietário de terras, e de Josefa Carneiro de Castro, professora, de família de classe média vinda
do sertão do Estado.

Seus livros, que somam mais de 40 títulos, além de artigos, o médico, Josué de Castro dedicou sua vida ao
estudo do fenômeno da fome.

Entre suas obras, listamos o livro “Condições de Vida das Classes Operárias do Recife”, editado em 1932. Após
a Revolta Comunista de 1935, Josué transferiu-se para o Rio de janeiro, lecionou Antropologia na Universidade
do Distrito Federal e realizou trabalhos em missões do governo federal.

Em 1936, publicou o livro “Alimentação e Raça”. Em 1939 foi convidado oficial do governo italiano para realizar
conferências nas universidades de Roma e de Nápoles, sobre “Os Problemas de Alimentação Humana nos
Trópicos”.

De acordo com informações do site: https://www.ebiografia.com/josue_de_castro, a partir de 1940, Josué de


Castro passou a trabalhar no Serviço de Alimentação e de Previdência Social (SAPS) e fundou a Sociedade
Brasileira de Alimentação. Sendo convidado oficial de vários países para estudar os problemas de alimentação
e nutrição, esteve na Argentina em 1942, Estados Unidos, em 1943, República Dominicana e México, em 1945
e França em 1947.

Em 1946, Josué publicou o livro “Geografia da Fome”, que estuda o problema da fome no Brasil, onde demonstra
que as causas da fome são sociais e não naturais. O livro retratava a fome nas cinco regiões brasileiras, e
prova a questão da fome não se tratava do quantitativo de alimentos ou do número de habitantes, mas sim da
má distribuição das riquezas, concentradas cada vez mais nas mãos de menos pessoas.

Em 1951, Josué foi eleito presidente do Conselho da Food and Agricultural Organization (FAO), passando a
viajar por vários países e visualizar os problemas da fome, sobretudo nos países subdesenvolvidos, e nesta
condição lançou a campanha mundial contra a fome e propôs a criação de uma reserva mundial para combatê-
la, contrariando os interesses dos grupos econômicos nacionais e internacionais.

17
“Os ingredientes
da paz são o
pão e o amor”
Josué de Castro

18
Premiados 2022

Categoria
Pesquisa
Científica

Melhor pesquisa científica realizada por


universidades ou instituições de pesquisa
públicas ou privadas do Estado de São Paulo

19
Colheita urbana e compostagem


lugar
em Feira Livre: aproximações,
conquistas e desafios no Contexto
da Pesquisa-Ação Participativa
Universidade Federal de São Paulo – Unifesp

O projeto traz em sua introdução que a “insegurança alimentar e nutricional (InSAN)


deve ser enfrentada com políticas públicas relativas à geração de emprego, de renda e de
soberania e segurança alimentar e nutricional (SAN)”. Com esse conceito, apresentam o
projeto com o objetivo de relatar o estudo formativo para o desenvolvimento de um modelo
social pautado em uma logística de colheita urbana de alimentos e de compostagem de
resíduos em uma feira livre do município de Santos, São Paulo.

Os autores Gabriela Milhassi Vedovato, Paulo Marco de Campos Gonçalves, André Leandro
da Silva Nascimento, Renata Manchini Cardoso, Heloise Helena Pereira Nunes, Ariane
Feltrin Pasuld, Luciana de Melo Costa e Maria Angélica Tavares de Medeiros mostram
que ações para maior aproveitamento de alimentos e direcionamento do excedente para
colheita urbana constituem fases subsequentes à prevenção das perdas e desperdícios
de alimentos (PDA) na hierarquia de recuperação de alimento.

A proposta traz o poder das feiras livres como espaços relevantes de abastecimento e
comercialização de alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras (FLV), em centros
urbanos, respondendo por grande produção de resíduos compostáveis. O desperdício de
FLV em feiras livres associa-se a aspectos estéticos (considerados feios ou imperfeitos)
ou à não utilização do alimento na sua integralidade (cascas, talos e folhagens).

E mostra os desafios para que iniciativas que adotem abordagens participativas baseadas
na comunidade para articular setores, atores e ações em prol do desenvolvimento
sustentável e do DHAA, com vistas à construção de estratégias que promovam reflexão
e conscientização de feirantes e de consumidores sobre seu papel no desperdício são
fundamentais.

O projeto piloto é fruto de uma integração Universidade-Serviços-Comunidade, incluindo:


projetos de extensão da Unifesp (Counut: Comer, Unir, Nutrir; Cultivando “a Jardim”: uma
horta comunitária na Universidade); Programa Composta Santos, da Secretaria do Meio
Ambiente (SEMAM); e feirantes na referida região.

Na fase experimental de colheita urbana, realizada em agosto de 2022, fluxos, processos


e estruturas sofreram aprimoramento. Realizaram-se pilotos de colheita nas barracas
de verduras com os feirantes já engajados na doação de alimentos excedentes (sem
valor comercial) para que o Composta Santos os direcionasse à alimentação animal e à
compostagem.

20
As ações engendradas para a colheita urbana e a compostagem de resíduos sólidos orgânicos envolvendo
os atores de segurança alimentar, edificaram um processo consistente de engajamento social e político para
o enfrentamento da Insegurança Alimentar, do desperdício de FLV e da gestão de resíduos no município de
Santos/SP.

Entrega de alimentos para o


Triagem dos alimentos na Tenda.
Programa Mesa Brasil.

Manutenção da composteira,
Cesta montada para ser entregue.
gerando adubo plantio.

21

Mulheres que alimentam
cidades: Ecofeminismo
e Agroecologização de
lugar Territórios
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP

A pesquisa de Anna Fridha Santos Ott, traz os desafios para a construção de uma nova cultura da
terra (como espaço de vida e de fortalecimento de laços comunitários), da Terra (como Gaia, mãe,
vida que acolhe outras vidas, o habitat e bem comum), e dos territórios (relacionado às relações de
poder, governabilidade governança).

Os movimentos e organizações femininas têm chamado atenção para a necessidade do debate


feito por mulheres sobre as transformações nos modelos produtivos que impactam diretamente a
segurança e soberania alimentar, como os grandes monopólios e conglomerados transnacionais
alimentícios (SILIPRANDI, 2012). Em relatos trazidos pelo projeto, as mulheres vêm construindo,
em muitos países, experiências alternativas de produção, distribuição e consumo ecológicos de
alimentos em centros urbanos. A predominância do trabalho das mulheres em hortas e produções
agrícolas urbanas e periurbanas podem ser constatadas como forma de complementação de renda
e fortalecimento da identidade feminina.

Neste contexto, essa pesquisa pretende analisar a relação da agricultora urbana com a transição
agroecológica territorial. Trata-se de um estudo de caso na Horta Comunitária Cheiro Verde - HCCV,
na região periurbana de Itatinga - SP.

Nela, é restrito a participação de mulheres na produção de hortaliças orgânicas e em 2018 foi


formalizada como lei municipal. A justificativa da pesquisa é entender, à luz do ideário que fundamenta
os movimentos agroecológico e ecofeminista, como a política pública da HCCV é compreendida
pelas agricultoras e por formuladores e gestores de Itatinga, de forma a subsidiar o aprimoramento
e a formulação de novas políticas públicas de gênero e agricultura urbana e periurbana (AUP).

Com o objetivo de contribuir para a produção de conhecimentos sobre uma nova cultura da Terra,
terra e território relacionada à formulação, implantação e execução de políticas públicas voltadas à
agricultura urbana e periurbana e sua relação com ecofeminismo e agroecologização de territórios, a
pesquisa entre os seus objetivos específicos busca compreender se políticas públicas que alinham
a participação de mulheres e a agricultura urbana podem contribuir para o avanço da agroecologia
nos municípios e para a melhoria de vida das mulheres.

Segundo os resultados da pesquisa, ficam demonstradas que as pessoas envolvidas na dinâmica da


horta interpretam-na como positiva tanto para o município quanto para suas vidas particulares em
diferentes aspectos. Para as agricultoras, a HCCV possibilita inúmeras melhorias na vida, primeiro
pela obtenção de trabalho e renda extra, que fornece alguma autonomia financeira e emancipação
feminina doméstica, segundo pela interação e diálogo com outras mulheres que, em situações
relatadas, foi capaz de promover a auto reflexão e libertar as mulheres de situações de violência
doméstica e abuso, terceiro pelo aprimoramento da alimentação familiar.

22
Oficina do Futuro com agricultoras da
Horta Comunitária Cheiro Verde na Estação Pesquisadora e agricultoras.
Experimental de Ciências Florestais de Itatinga.

Atividades de campo na horta


Finalização da Oficina do Futuro.
comunitária cheiro verde.

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lugar
Faça um Bem Incrível
Faculdade de Tecnologia de Mogi das Cruzes – FATEC

O projeto que envolve a comunidade de Mogi das Cruzes traz muitas formas de atuar no
combate à fome de modo a promover a segurança alimentar e nutricional, e entre uma
das vias mais importante é a educação. Como uma instituição pública, ligada à autarquia
Centro Paula Souza, e mantida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, a Faculdade de Tecnologia de Mogi das
Cruzes (FATEC-MC) oferece diversos cursos, um deles o Curso Superior de Tecnologia em
Agronegócio´.

Desenvolvido por Simone Silotti, com engajamento incondicional do corpo docente –


contempla o estímulo à organização e à participação da comunidade e de segmentos
sociais, com efeito multiplicador, configurando-se como uma solução inovadora e criativa,
com resultados para a melhoria da qualidade de vida no campo e entre as famílias
vulneráveis beneficiadas com o projeto.

O projeto #FaçaumBemINCRÍVEL foi criado em março de 2020, por Simone Silotti e se


consagrou com uma resposta assertiva, concreta e responsiva, com foco no ODS 2 –
Fome e Agricultura Sustentável e o ODS 10 – Redução das Desigualdades.

Com o objetivo de superar os desafios relativos à ESG – Environmental (Ambiental, E),


Social (Social, S) e Governance (Governança, G), em especial o ODS 2 – Fome e Agricultura
Sustentável e o ODS 10 – Redução das Desigualdades, o projeto vai além do combate à
fome e à desnutrição.

Além disso, objetiva apoiar a agricultura familiar e de pequeno porte, focando sua
atuação no combate ao desperdício de alimentos no campo - mitigando seus efeitos
nas mudanças climáticas, e, por conseguinte, contribuindo para o desenvolvimento rural
sustentável, o combate ao êxodo rural, apoio a mulher rural e combate às desigualdades
sociais fortemente presentes no campo.

Diante da grandiosidade dos desafios, por recomendação do Prof. Dr. Elias de Castro e
também Coordenador do Curso Agronegócio, o #FaçaumBemINCRÍVEL, optou como
estratégia de fortalecimento à organização e à participação da comunidade.

Mediante a orientação do professor, “Juntos somos mais fortes”, a acadêmica Simone


Silotti buscou parcerias públicas e privadas. Foram envolvidos, além a FATEC de Mogi das
Cruzes, a Secretaria de Agricultura do Município, o Governo do Estado de SP, por meio da
CATI, com forte apoio do seu atual Diretor, Davi Rodrigues, e ainda empresas privadas na
captação dos recursos e cooperativas locais, com foco no trabalho em rede.

24
Visando o desenvolvimento rural sustentável, o #FaçaumBemINCRÍVEL investiu como estratégia na
formalização da Cooperativa. Em relação ao impacto do desperdício nas mudanças climáticas e sobre a
melhor maneira de medir, monitorar e reportar o quanto o combate ao desperdício de alimentos no campo, e
sua contribuição para a descarbonização/diminuição de gases de efeito estufa (GEEs), o projeto conta com
apoio do projeto Horta nas Escolas, desenvolvido pela Profa. Me. Fernanda da Silveira Bueno.

Moradores de Mogi das Cruzes são beneficiados com doações.

Mulheres atuante no Agro Paulista estão envolvidas cada vez mais no sistema de produção.

25
Premiados 2022

Categoria
Programa ou
Projeto de
Política Pública

Melhor programa ou projeto de política pública


desenvolvido por órgãos públicos do Estado de
São Paulo, municipais ou estaduais

26

Do campo para a cidade e
da cidade para o campo
Prefeitura de Peruíbe

lugar

O Projeto apresentado pela Prefeitura de Peruíbe tem como objetivo criar novos mercados
consumidores da agricultura familiar articulando em rede com a Associação Comercial e
Empresarial de Peruíbe e os coletivos de economia solidária da agricultura familiar.

Restruturado com as políticas de segurança alimentar, o Município investiu na revitalização


de ferramentas importantes promovendo a participação social, com foco no atendimento
não apenas da população mais vulnerável, mas também melhorar a economia local de
produtores.

O projeto conecta projetos de segurança alimentar e economia solidária, como ponto


central do desenvolvimento social e econômico no município com a valorização dos
produtores e organização coletiva havendo a necessidade de formação para o desempenho
da autogestão dos coletivos solidários.

A valorização da Agricultura Familiar também são focos para esse desenvolvimento social
e a ampliação da Assistência Técnica e Extensão Rural por parte da Prefeitura e pela
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e instituições de apoio (Conexão
Mata Atlântica, Fórum de Economia Solidária da Baixada Santista (FESBS), Instituto de
Pesca e outros), são fundamentais.

O projeto fortalece a comercialização em cadeias curtas, bem como o incentivo às compras


públicas como o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Alimenta Brasil
para doação simultânea fizeram com que o município minimizasse essa vulnerabilidade
social.

A Prefeitura de Peruíbe, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura vem


realizando o projeto “Do Campo para a Cidade e da Cidade para o Campo” fazendo com
que o alimento seja comercializado em circuitos curtos e em novos mercados.
O projeto tem foco nas mulheres da agricultura familiar do Grupo de Consumo e da Feira
do Produtor Rural que trazem seus produtos do campo para a cidade, semanalmente, seja
em sacolas entregues de forma delivery como com a comercialização na feira às quartas-
feiras na praça central de Peruíbe,

Segurança Alimentar de forma intersetorial é o marco do projeto que articula ações dos
atores envolvidos que traçam objetivos comuns, sensibilizando e mobilizando.

27
Projeto apresentado demonstra a Em sua maioria, as mulheres tocam os
importância do empoderamento local. projetos na Cidade, e fazem a diferença.

Sacolas de produtos são oferecidas em Feira do Produtor é um dos caminhos


circuitos curtos de venda e têm aumentado usados para o fortalecimento para
a renda familiar. escoar mercadorias.

28

Programa
Agricultura Urbana
Prefeitura do Munícipio de Diadema

lugar

Após levantamento da população que vive abaixo da linha da pobreza. Dados do projeto
revelam que mais de 92 mil famílias de Diadema, 24,4% do total, vivem abaixo da linha
da pobreza, em situação de insegurança alimentar. Diante deste cenário, o poder público
local viu, na proposta de desenvolver um Programa de Agricultura Urbana no município,
uma ferramenta promissora de desenvolvimento local no combate à fome, no acesso
a alimentos saudáveis, e na geração de renda para as populações mais vulneráveis da
cidade através da produção de alimentos utilizando técnicas agroecológicas.

Segundo o projeto, em 2004, surgem as primeiras experiências de implantação de hortas


em Diadema, com a criação da Lei nº 2.272/03, que sancionou o Projeto de Hortas
comunitárias no município.

Atualmente o Programa Agricultura Urbana está regulamentado pelo decreto n° 7.486/18,


conta com o envolvimento de cerca de 646 participantes e possui uma área cultivada
correspondente a 22.688 m², totalizando 49 hortas implantadas, que estão distribuídas
em 4 modalidades: Hortas comunitárias, educacionais, institucionais e ocupacionais.

Entre participantes/produtores e consumidores dos produtos agroecológicos oriundos


das hortas em suas 4 modalidades, são mais de duas mil pessoas beneficiadas direta e
indiretamente pelo Programa no município.

Com o objetivo de combater a fome, como foco central, o projeto atende famílias moradoras
de áreas próximas a rede de transmissão de energia e oleodutos que atravessam a Região
Norte do município, bem como, em áreas lindeiras à Rodovia dos Imigrantes pertencente ao
território de Diadema; usuários dos equipamentos de saúde e organizações da sociedade
civil; alunos da rede municipal e estadual de ensino, além de outros munícipes.

Vale a pena conhecer o Programa, que possui 49 hortas implantadas, sendo: 26 hortas
comunitárias, 10 hortas educacionais, 6 hortas ocupacionais e 7 hortas institucionais.
Anualmente a Prefeitura Municipal de Diadema desenvolve ações de conscientização
com a população e com representantes de equipamentos públicos, visando ampliar o
número de hortas em suas 4 modalidades, bem como qualificar a produção das hortas
já implantadas através de formações, cursos e apoio técnico fornecido pela equipe da
Secretaria de Segurança Alimentar de Diadema.

29
Horta Comunitária do Jardim Takeb , instalada Horta Comunitária SESI I localizada no
na rede de transmissão da Empresa Enel e Jardim das Nações, instalada na rede de
Transpetro. transmissão da Empresa Enel e Transpetro.

Horta Educacionais – Colheita na Horta da Hortas Ocupacionais com usuários do


EMEB Zilda Gomes. CAPSI Norte- Projeto Colméia.

30

Programa Banco de Alimentos
de Tatuí – Estratégias de
Combate à Fome
lugar Prefeitura do Município de Tatuí

Em busca de soluções para as questões da fome, a Prefeitura de Tatuí implanta o Programa


Banco de Alimentos de Tatuí, integrado à estrutura operacional do Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), que atua nas políticas públicas sociais para
o alcance da população mais vulnerável, por meio do desenvolvimento de ações de
educação alimentar e nutricional.

Reconhecida nacionalmente e internacionalmente como a Capital da Música por possuir


o Conservatório Dramático Musical “Dr. Carlos de Campos”, o maior da América Latina”,
o cenário de cultura deu lugar a importantes iniciativas para melhorar os índices de
insegurança alimentar na cidade.

Em 2 de agosto de 2004, através da Lei Municipal 3.593, foi instituiu o Conselho Municipal
de Segurança Alimentar e Nutricional de Tatuí. Em dezembro de 2005, por iniciativa das
Secretarias Municipais de Agricultura e do Meio Ambiente e do Trabalho e Desenvolvimento
Social e com a colaboração de representantes de entidades assistenciais da cidade, foi
implantado o Programa Banco de Alimentos de Tatuí, cujo objetivo é coletar alimentos
junto aos setores produtivos e receber doações de setores comerciais do ramo alimentício
de produtos próprios para o consumo.

Quando percebeu em 2019, que precisa aumentar sua cadeia de doadores, os gestores
deparam-se com um aumento de famílias, principalmente, com o advento da pandemia.
Para atender a demanda, surgiu a ideia da criação de hortas municipais para fornecer
alimentos de qualidade às cestas, denominado como “Projeto Hortas Solidárias de Tatuí”,
que é desenvolvido pelo Departamento de Agricultura da Prefeitura de Tatuí, com o objetivo
de destinar os alimentos cultivados para famílias em situação de vulnerabilidade social,
por meio do Banco de Alimentos do município.

Além disso, houve investimento em plantas medicinais como um recurso terapêutico


alternativo e complementar, resgatando a cultura das ervas na comunidade, junto ao
Programa Banco de Alimentos e por meio das Hortas Solidárias de Tatuí, chamado como
“Farmácia Viva”, em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).

Neste caso, o objetivo é disponibilizar para a população mais carente, além dos alimentos
doados nas cestas, um kit de ervas medicinais com um panfleto contendo informações a
respeito dos benefícios de cada planta, com o intuito de fornecer medicamentos naturais,
que são muito benéficos para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas.

31
O projeto traz como meta arrecadar doações de parceiros e produzir alimentos com manejo do sistema
orgânico, para garantir o acesso à alimentação completa com dignidade, qualidade e regularidade para os
habitantes do Município de Tatuí que estão em situação de vulnerabilidade.

Como resultado dessas ações do Banco de Alimentos de Tatuí, houve uma redução no desperdício de,
aproximadamente, 400 kg de alimentos por semana, além de um aumento da diversidade da dieta das
famílias assistidas, bem como o aumento da procura por diferentes tipos de alimentos e de orientações
sobre formas de preparos alternativos, inclusive utilizando as folhas, os talos e as cascas dos mesmos.

Caponata de casca de banana; aproveitamento Equipe do Banco de Alimentos fazendo a


máximo dos alimentos doados. triagem dos alimentos recebidos.

Crianças do abrigo aprendendo sobre a colheita,


Alimentos recebidos através do PAA para
cujos alimentos servirão para a sua alimentação e
serem doados para as famílias cadastradas
os excedentes doados para as famílias cadastradas
no Banco de Alimentos.
no Banco de Alimentos.

32
Premiados 2021

Categoria
Pesquisa
Científica

Melhor pesquisa científica realizada por


universidades ou instituições de pesquisa
públicas ou privadas do Estado de São Paulo

33

Projeto Plantando mais do que
vegetais: horta comunitária
e educação alimentar e
lugar nutricional em Heliópolis
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Diante de um cenário de insegurança alimentar, constatado por um estudo conduzido,


por um grupo de pesquisadores, durante a pandemia de covid-19 na comunidade de
Heliópolis, localizada na zona sul da cidade de São Paulo, foi iniciada a implantação da
horta comunitária na Cohab “Redondinhos”, um projeto piloto formado por moradores
voluntários, sendo majoritariamente mulheres acima de 60 anos, utilizando o espaço e
materiais disponíveis para o plantio no condomínio.

De acordo com o projeto apresentado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
Heliópolis é a maior comunidade da cidade de São Paulo, localizada no distrito de Sacomã.
A comunidade teve o início da ocupação em 1971, quando a prefeitura transferiu para
a região 153 famílias provenientes da Vila Prudente e Vergueiro, bairros circunvizinhos,
remanejados para um alojamento provisório no terreno do Instituto de Administração
Financeira e Previdência e Assistência Social (IAPAS). Após vinte anos, houve a conquista
da posse da terra e regularização das moradias. Dados do censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, mostraram que aproximadamente 65 mil
habitantes moram em uma área de aproximadamente 1,2 milhões de metros quadrados
constituindo a Cidade Nova Heliópolis. No entanto, dados da Secretaria Municipal de Saúde
indicam que há 140 mil usuários dos serviços de saúde na região, sendo a estimativa mais
plausível.

O Projeto está baseado na implantação de hortas comunitárias para o cultivo de


hortaliças e ervas aromáticas, plantas alimentícias não convencionais (PANC), práticas de
compostagem e troca de saberes.

Durante as atividades de plantio e manutenção, que conta com o apoio e participação da


comunidade local, o grupo conversa sobre experiências de vida, como o uso de plantas
medicinais e lembranças da época vivida na área rural, com importantes trocas de
experiências. atura e baixo peso”, ela relata.

O trabalho foi realizado pelos pesquisadores do Campus São Paulo: Aline Zoia (mestranda
do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva); Catarina Manfrinato (mestranda do
Programa de Pós-Graduação em Nutrição); Vitória Condé (graduanda de Enfermagem);
Maria do Carmo Franco (docente do Departamento de Fisiologia); e Elke Stedefeldt, Luciana
Y. Tomita e Regina Matsue (docentes do Departamento de Medicina Preventiva).

34
Crianças da comunidade são envolvidas
no plantio, incentivando a criação de
hábitos alimentares saudáveis.

Projeto está baseado na implantação


de hortas comunitárias para o cultivo de Com o Prêmio Josué de Castro nas mãos,
hortaliças e ervas aromáticas, plantas moradores comemoram o sucesso da
alimentícias não convencionais (PANC), proposta em parceria com a universidade.
práticas de compostagem e troca de saberes.

35

Pesquisa “Educação Popular e
Desenvolvimento Sociotécnico
em territórios de reforma
lugar agrária para a promoção da
segurança alimentar na região
metropolitana de Campinas”
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP

Com o objetivo de qualificar a produção agroecológica da agricultura familiar e promover a segurança


alimentar com aumento de comercialização e geração de renda entre assentados da reforma agrária
na Região Metropolitana de Campinas, o projeto foi desenvolvido pela professora Erika Batista, do
Câmpus Campinas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP, com
a participação de alunos, foi premiada no Concurso Prêmio Josué de Castro de combate à fome e à
desnutrição, promovida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São
Paulo.

Um dos resultados da pesquisa foi a oferta de cursos e workshops com o objetivo de capacitar os
agricultores do Assentamento Milton Santos, localizado na Região Metropolitana de Campinas, que
resultaram no aumento significativo da produtividade e da comercialização com o engajamento de
novos grupos de consumo e crescimento nas entregas de cestas agroecológicas. Os resultados da
produção mobilizaram a concepção e a entrega do aplicativo DATALUTA PRODUÇÃO, inovação social
e tecnológica para a gestão da produção e banco de dados da agricultura familiar de reforma agrária
entre 2019 e 2020, conduzido por Herivelto Fernandes, professor de Geografia Agrária e membro do
Núcleo de Estudos em Agroecologia, Educação e Sociedade (NEAES) do Câmpus Campinas.

As pesquisas contaram com a participação dos bolsistas José Guilherme Marques de Castro (Bolsa
PIBITI), aluno do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, no período de 2018
a 2019, Manuela Gracie Niconiello (Bolsa PIBIFSP) e Samuel Vicente Dias de Freitas (Bolsa Extensão
Tecnóloga), alunos do curso Técnico em Eletrônica, no ano de 2020. Todos os alunos bolsistas já se
formaram. O projeto de pesquisa científica e tecnológica contou ainda com recursos do CNPq.

Também bolsista do projeto, Ariele Carolina Contrigiani é assentada do Milton Santos e foi responsável
por tabular os dados de comercialização durante os estudos. Ariele é filha de Eunice Pimenta, liderança
da Cooperativa da Agricultura Família de Americana, Cosmópolis, Limeira e Piracicaba (Cooperflora),
formada por agricultores do assentamento.

O estudo foi publicado no livro “Temas intangibles sobre el medio ambiente em América Latina”,
resultado do XXXII Congresso Alas Perú 2019, com tema “Agroecologia, tecnologias sociais e
estratégias sociotécnicas para o desenvolvimento da agricultura familiar de reforma agrária no Brasil”.

36
Com o objetivo do projeto foi de qualificar O sucesso do projeto deu-se no
a produção agroecológica da agricultura envolvimento da população para discussão
familiar e promover a segurança alimentar com das diretrizes que envolveram o trabalho
aumento de comercialização e geração de em campo e participaram dos cursos e
renda entre assentados da reforma agrária. workshops realizados.

Pesquisadores atuaram com estratégias em No campo, jovens conheceram as diversas


busca de inovação social e tecnológica para técnicas de plantio e manejo do solo para ter
a gestão da produção. cada vez mais produtos com qualidade.

37

Pesquisa científica intitulada:
Registro fotográfico via
celular como recurso para
lugar avaliar a qualidade da
refeição: um estudo nas cinco
macrorregiões do Brasil”
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Com o objetivo geral de avaliar a qualidade das refeições das cinco macrorregiões do Brasil
por meio do índice de qualidade da refeição a partir do registro fotográfico, a pesquisa
científica do aluno do curso de Nutrição e bolsista de Iniciação Científica (PIBIC) Davi Castor
da Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) trazia como prerrogativa conhecer
a qualidade da alimentação, permitindo compreender um dos principais determinantes
do estado de saúde dos indivíduos, e contribuindo para o planejamento e aplicação de
políticas públicas e ações de promoção da segurança alimentar e nutricional.

O trabalho foi orientado por Josiane Steluti, com colaboração de Semíramis Domene,
ambas docentes do Departamento de Política Pública e Saúde Coletiva do Instituto Saúde e
Sociedade (ISS/Unifesp) - Campus Baixada Santista, e contou com parceria da professora
Dirce Maria Lobo Marchioni e do professor Jun Okamoto Junior, ambos da Universidade de
São Paulo (USP).

O estudo destaca-se a importância do Projeto ClicPrato e deste recorte para auxiliar na


identificação do consumo alimentar da população brasileira. Com isso, para este estudo
foram consideradas 1987 fotos válidas de refeições, sendo que a maioria dos envios
(76,4%) foi realizada por pessoas do sexo feminino. A faixa etária que mais contribuiu foi a
dos adultos menores de 60 anos, que encaminharam 81% das fotos. Já sobre escolaridade,
predominam indivíduos com pelo menos o ensino superior completo (71,8%).

Ademais, evidenciou-se as diferenças na qualidade da alimentação das cinco


macrorregiões, reforçando a diversidade no consumo alimentar da população brasileira
e a necessidade de políticas públicas e ações de promoção da segurança alimentar e
nutricional que considerem as características de cada região. Assim, sinalizando como é
indispensável investimentos específicos para cada localidade nos programas de produção,
abastecimento, distribuição e comercialização de alimentos no Brasil.

38
Davi Castor da Silva, da Universidade Federal Estudo destacou a importância do Projeto
de São Paulo (Unifesp) trouxe a prerrogativa ClicPrato para auxiliar na identificação do
de conhecer a qualidade da alimentação. consumo alimentar da população brasileira.

39
Premiados 2021

Categoria
Programa ou
Projeto de
Política Pública

Melhor programa ou projeto de política pública


desenvolvido por órgãos públicos do Estado de
São Paulo, municipais ou estaduais

40

Projeto “Cultivando
Sustentabilidade”
Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo

lugar

Os jurados escolheram o projeto promovido na Penitenciária de Cerqueira César, que é


idealizado pela Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Noroeste do Estado, o
projeto atua desde a realização de cursos profissionalizantes voltados ao cultivo e utilização
adequada do solo, objetivando não só a capacitação da população prisional como também
e em especial o aumento da produtividade, buscando a sustentabilidade e autossuficiência
no tocante ao fornecimento de hortaliças e leguminosas a população prisional.

O Projeto “Cultivando Sustentabilidade” vislumbra o plantio e cultivo de hortaliças nas três


estufas construídas na área externa da Unidade Prisional, as quais em plena atividade tem
suprido a demanda do consumo interno e em alguns períodos sendo inclusive ofertado o
excedente à Santa Casa de Misericórdia do Município.

Com o objetivo de realizar cursos profissionalizantes voltados ao cultivo e utilização


adequada do solo, objetivaram não só a capacitação da população prisional, mas em
especial o aumento da produtividade, buscando a sustentabilidade e autossuficiência
no tocante ao fornecimento de hortaliças e leguminosas a população prisional desta
Penitenciária de Cerqueira César.

O Público Alvo teve como foco uma média de 1.500 (um mil e quinhentos) custodiados, à
época de implantação do projeto.
O plantio e cultivo de hortaliças nas três estufas construídas na área externa da Unidade
Prisional, quando em plena atividade, tem suprido a demanda do consumo interno, além
de possibilitar, em alguns períodos, ofertar o excedente à Santa Casa de Misericórdia do
Município.

Após a finalização das Estufas de Plantio em 2019 e realização de cursos profissionalizantes,


a produção das hortaliças e leguminosas aumentou exponencialmente. Somente este
ano até o mês de julho/21 foram produzidas 1.988 caixa de alimentos, o que, por sua vez
representa a significativa importância de 9.108 Quilos.

O projeto, elaborado pela Penitenciária de Cerqueira Cesar, tornou se real, graças à


parceria firmada entre a Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC) e a
Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Noroeste do Estado (CRN), ambas
pertencentes a Secretaria de Administração Penitenciária. Cabe ressaltar que tal conquista
não seria possível sem o empenho e engajamento do corpo funcional da Unidade e da
colaboração da Prefeitura de Cerqueira Cesar.

41
Nos canteiros são cultivadas diversas
Produção sustentável garante autonomia
espécies, e toda a manutenção é realizada
alimentar da própria instituição.
pelos próprios usuários.

Projeto “Cultivando Sustentabilidade”


Produção de hortaliças também abastece à vislumbra o plantio e cultivo de hortaliças
Santa Casa de Misericórdia de Cerqueira César. nas três estufas construídas na área externa
da Unidade Prisional.

42

Programa
Quitanda Social
Prefeitura de Mogi das Cruzes

lugar

O programa Quitanda Social, desenvolvido pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, nasceu
de uma parceria da Secretaria de Assistência Social com a Secretaria de Agricultura. É
executado pela equipe do Programa Conduz, que nasceu a partir do Programa Federal
ACESSUAS Trabalho e da necessidade de criação de uma política pública efetiva de geração
de trabalho e renda voltado ao público da política de Assistência Social.

Durante a pandemia e com o aumento da demanda da população por acesso a alimentação,


foi possível ampliar o atendimento do projeto, que fez a diferença a frente das entidades
sociais locais com a realização de parcerias para receber as doações, que acorrem
semanalmente, sendo possível o atendimento do projeto e o repasse de uma parte das
doações para entidades do município.

Com o objetivo geral de contribuir para a garantia da segurança alimentar e nutricional das
famílias em vulnerabilidade social no município de Mogi das Cruzes, a iniciativa contempla
iniciativas voltadas à formulação de soluções concretas para o combate à fome e para a
promoção da segurança alimentar e nutricional.

Em 2021, o programa teve um salto e saiu de 250 famílias atendidas em março para 1.420
famílias beneficiadas em outubro, quando se encerrou o ciclo de atendimentos do ano.
O projeto tem como público alvo, os usuários da política de Assistência Social. A seleção
das famílias é realizada pelo programa CONDUZ e a Vigilância Socioassistencial a partir da
indicação dos usuários/famílias pelos serviços da Assistência Social.

43
População que mais precisa de alimentos Trabalho envolve conscientização sobre o
recebem produtos frescos e de qualidade. desperdício de alimentos.

Moradores de Mogi das Cruzes que aderiram Famílias beneficiadas comemoram a


ao projeto, participando na separação e proposta que tem o objetivo de promover a
entregas dos produtos. segurança alimentar.

44

Projeto “Banco de Alimentos
de Osasco no Enfrentamento à
Pandemia da Covid-19”
lugar Prefeitura de Osasco

Com destaque nas ações desenvolvidas pelo Banco Municipal de Alimentos, a Prefeitura
de Osasco ganhou o Prêmio Josué de Castro 2021 – Combate à Fome e Desnutrição. A
cerimônia de premiação aconteceu na quarta-feira, 20/10, na sede da Secretaria Estadual
de Agricultura e Abastecimento, na Praça Ramos de Azevedo, no Centro de São Paulo.

Com as metas de qualificar e diversificar os serviços já realizados, ampliar o atendimento


ao público prioritário e atender com eficiência suas multifuncionalidades na estratégia
da Segurança Alimentar e Nutricional, contribuindo para o Direito Humano à Alimentação
Adequada, no contexto de pandemia, o projeto atuou na ótica de atender as vulnerabilidades
causadas pela pandemia.

Como foco central, a proposta evidencia a importância de implantação de Bancos de


Alimentos, que tem como objetivo central garantir o complemento alimentar adequado às
famílias em situação de vulnerabilidade social do município.

A cidade atualmente, mais de 70 entidades do município fazem o repasse dos alimentos


captados pelo Banco de Alimentos com empresas privadas. O número de famílias assistidas
semanalmente varia entre 2500 e 3000. Em 2020, no período mais crítico da pandemia, o
órgão distribuiu mais de 110 mil kits e cestas básicas aos osasquenses.

Por meio dessas ferramentas - transparência, controle social, organização, segurança


jurídica, gestão logística e operacional, trabalho em redes colaborativas na segurança
alimentar e nutricional e, principalmente, cumprimento às normas sanitárias de combate à
COVID-19 - o Banco de Alimentos – equipamento essencial - vem superando diariamente
os desafios enfrentados na pandemia, cumprindo sua missão de combate à fome, combate
ao desperdício de alimentos e garantia do direito humano à alimentação adequada.

45
Equipe do Banco de Alimentos de Osasco,
liderado por João Perez comemora o Prêmio
Josué de Castro.

Triagem dos alimentos são realizadas


Distribuição para as famílias conta com
por equipes formadas por funcionários e
veículo climatizado.
voluntários sociais.

46
Josué de Castro - obras
• O Problema Fisiológico da Alimentação no Brasil. Recife: Ed. Imprensa Industrial, 1932.
• O Problema da Alimentação no Brasil. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1933.
• Condições de Vida das Classes Operárias do Recife. Recife: Departamento de Saúde Pública, 1935.
• Alimentação e Raça. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1935.
• Therapeutica Dietética do Diabete. In: Diabete. Livraria do Globo, Porto Alegre, 1936. p. 271-294.
• Documentário do Nordeste. Rio de Janeiro: José Olympio, 1937.
• A Alimentação Brasileira à Luz da Geografia Humana. Rio de Janeiro: Livraria do Globo, 1937.
• Festa das Letras. Co-autoria de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: Livraria Globo, 1937.
• Fisiologia dos Tabus. Rio de Janeiro: Ed. Nestlé, 1939.
• Geografia Humana. Rio de Janeiro: Livraria do Globo, 1939.
• Alimentazione e Acclimatazione Umana nel Tropici. Milão, 1939.
• Geografia da Fome: A Fome no Brasil. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1946.
• La Alimentación en los Tropicos. México: Fondo de Cultura, 1946.
• Fatores de Localização da Cidade do Recife. Rio de Janeiro: Ed. Imprensa Nacional, 1947.
• Geopolítica da Fome. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1951.
• A Cidade do Recife – Um ensaio de Geografia Urbana. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1956.
Reedição de Fatores de Localização da Cidade do Recife.
• Três Personagens. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1955.
• O Livro Negro da Fome. São Paulo: Brasiliense, 1957.
• Ensaios de Geografia Humana. São Paulo: Brasiliense, 1957.
• Ensaios de Biologia Social. São Paulo: Brasiliense, 1957.
• Sete Palmos de Terra e um Caixão. São Paulo: Brasiliense, 1965.
• Ensayos sobre el Sub-Desarrollo. Buenos Aires: Siglo Veinte, 1965.
• ¿Adonde va la América Latina?. Lima: Latino Americana, 1966.
• Homens e Caranguejos. Porto: Ed. Brasília, 1967.
• A Explosão Demográfica e a Fome no Mundo. Lisboa: ltaú, 1968.
• El Hambre - Problema Universal. Buenos Aires: La Pléyade, 1969.
• Latin American Radicalism. Edited by Irving Horowitz, Josué de Castro and John Gerassi. New York: Vintage
Books, 1969. Coletânea organizada por Irving Horowitz, Josué de Castro e John Gerassi.
• A Estratégia do Desenvolvimento. Lisboa: Cadernos Seara Nova, 1971.
• Mensajes. Bogotá: Colibri, 1980.
• Fome: um Tema Proibido - últimos escritos de Josué de Castro. Anna Maria de Castro (org.).
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

47
consea.sp.gov.br
www.

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