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Yeshua Realmente Existiu?

Son of God / BBC/Divulgação


Yeshua-era-moreno-baixinho-e-invocado
Uma Aproximação Cientifica
(caso se realmente existiu)

Introdução:

Não existem evidências reais dentro da História e Arqueologia que possam


provar a existência de Yeshua (Jesus) dentro da Humanidade.

O que temos de relato de Yeshua (Jesus) é somente nos evangelhos, que por
sinal não é fontes confiáveis, pois existem vários erros e ausências de
comprovações reais na História e Arqueologia de determinados relatos.

não há NENHUMA descrição física de Yeshua (Jesus) no Novo Testamento.

Ainda assim, apareceram milhares de ícones, pinturas, moedas, estátuas,


desenhos, rabiscos e pichações de todo tipo ilustrando-o.

Interessante, não é? Mais interessante ainda é saber que boa parte dessas
representações muitas vezes não concordam entre si.

A Única “prova” da existência de Yeshua era um ossuário que já foi


desmascarado como forjado.
Abaixo a Matéria:

Uma inscrição encontrada em outubro do ano passado pelo professor André


Lemaire, da Universidade de Sorbonne (França), poderia ser a primeira
evidência arqueológica da existência de Jesus fora da Bíblia, mas especialistas
dizem que a inscrição do nome de Jesus numa urna funerária encontrada em
Israel foi forjada.

O especialista da Sorbonne descobriu um ossuário – caixa de pedra calcária


onde são guardados os ossos de uma pessoa – com a inscrição: “Tiago, filho de
José, irmão de Jesus”, em aramaico.

A peça tinha sido comprada na década de 1970 por um colecionador israelita


que não tinha ideia do significado da inscrição.

Segundo o diretor da Autoridade Israelita das Antiguidades, Shuka Dorfman, a


inscrição é uma fraude. “O ossuário é real. Mas a inscrição é falsa. O que
significa que alguém pegou uma urna verdadeira e forjou a inscrição,
provavelmente para dar-lhe significado religioso”, disse. O arqueólogo Gideon
Avni presidiu o comité de especialistas que investigou o caso desde março. Ele
afirma que a conclusão da equipe foi unânime.

Além disso, a equipe concluiu que a pedra com que a urna foi construída era
mais comum no Chipre e no norte da Síria do que em Israel.

O relatório diz ainda que a inscrição no ossuário rompeu a camada de


“oxidação” – ou envelhecimento natural – da pedra, além de parecerem
caracteres modernos, escritos por alguém que tentou reproduzir o antigo
aramaico.

( https://agencia.ecclesia.pt/portal/especialistas-esclarecem-que-o-nome-
dejesus-foi-forjado-em-ossario/).

Outra Notícia diz:

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/acervo/fraude-
arqueologicavai-reliquiazinha-ai-435749.phtml

Existe uma verdadeira indústria de artefatos arqueológicos forjados em Israel.

Você se lembra do ossuário de Tiago? A suposta relíquia arqueológica foi uma


das descobertas mais comentadas da arqueologia bíblica no começo do século
21.

Na caixa de pedra calcária, mostrada ao mundo em 2002, havia a inscrição


“Tiago, filho de José, irmão de Jesus” em aramaico.
O artefato teria abrigado os ossos de Tiago, chefe da Igreja de Jerusalém, e seria
uma das primeiras provas arqueológicas da existência de Jesus.

Mas análises químicas provaram que o ossuário era uma baita de uma fraude.
Provaram mais: seu dono, o empresário israelense Oded Golan, era o gerente de
uma verdadeira fábrica de antiguidades bíblicas.

Golan e seus comparsas Robert Deutsch, Schlomo Cohen e Faiz al-Amaleh


foram acusados de 18 infrações, entre elas fraude, receptação de bens
fraudulentos e danificação de antiguidades.

Em maio de 2007 eles foram julgados culpados pela Justiça de Israel.

A indústria funcionava assim: a gangue comprava no mercado negro artefatos


realmente antigos.

Depois, adicionava inscrições que os associassem a figurões da Bíblia, como reis


de Israel ou apóstolos.

As primeiras pistas de que era tudo cascata vieram das próprias inscrições.

Elas eram feitas com letras de aparência estranha para o período a que se
referiam. E no dialeto errado.

OSSUÁRIO DE SÃO TIAGO

O artefato seria datado do ano 70 e sugeriria que Jesus teve irmãos e irmãs.

O importante é que ele seria uma prova da existência de Jesus.

Só que detalhes das letras e do dialeto da inscrição eram bem suspeitos e


cientistas do Serviço Geológico de Israel mostraram que a camada externa da
pedra foi adicionada posteriormente e envelhecida artificialmente.

TABULETA DE JOÁS

Na placa de pedra calcária havia dados sobre a reforma do Templo de Jerusalém


feita pelo rei Joás de Judá (um dos dois reinos em que a Palestina se dividiu) no
século 9 a.C.

O texto ecoa trechos da Bíblia, mas o alfabeto usado na inscrição é um samba


do crioulo doido – tem letras de épocas diferentes.
FRAUDE ARQUEOLÓGICA: VAI UMA RELIQUIAZINHA AÍ?

Outra Falácias estão entre as citações de Flávio Josefo, Cornélio Tácito, Publius
Lentullus, Pôncio Pilatos etc. (Citações Externas que alegam falar de
Jesus/Yeshua).

• Flávio Josefo
• Cornélio Tácito
• Públio Lêntulo
• Pôncio Pilatos
• Volume Archko entre outros.

Flávio Josefo, o Cristão?

Um dos alvos preferidos dos religiosos, tentando provar seu mito, é fazer uso de
um dos mais renomados historiadores judeus que já existiu: Flávio Josefo.

O problema reside justamente aí e se olharmos atentamente, veremos grandes


discrepâncias e incongruências no relato de Josefo.

Entretanto, convém saber primeiro quem foi Flávio Josefo, afinal de contas.

Yosef Ben-Matityahu nasceu aproximadamente em 37 E.C. e faleceu entre o ano


100 e 103 da Era Comum.

Todas as informações disponíveis sobre Flávio Josefo são oriundas de sua


autobiografia.

De acordo com esta, ele teria nascido em Jerusalém, tendo recebido uma
educação sólida na Torá.

Depois disso, juntou-se aos saduceus para continuar seus estudos, assim como
os fariseus e os essênios, optando por aderir ao farisaísmo.

No ano 64, seguiu numa embaixada a Roma onde defenderia com êxito a causa
de alguns sacerdotes hebreus condenados pelo procônsul romano Félix.
Josefo sempre preferiu dissuadir os revoltosos judeus a não se rebelarem contra
Roma. Por causa disso, ele foi várias vezes chamado de traidor.

Mesmo assim, os judeus continuaram sua oposição, fazendo com que


Vespasiano tomasse Jotápa na Galileia na mão grande com toda a sua tropa.

Ao se entregar Josefo prediz que Vespasiano iria se tornar imperador, que por
sinal acaba acontecendo. Isso faz com que Vespasiano liberte Josefo.

Josefo assume o nome romano de seu protetor Flávio Vespasiano e ganha de


presente cidadania romana, uma pensão em Roma, assim como o livre acesso à
corte de Tito e de Domiciano.

Nada mal, hein? Daí vem seu nome romano, pelo qual é mais conhecido: Flavivs
Iosefvs (aportuguesando: Flávio Josefo).

Devido à sua adesão aos romanos, até os dias de hoje Flávio Josefo é
considerado traidor do povo judeu, como foi dito.

Bem, Josefo escreveu um relato da Grande Revolta Judaica, dirigida à


comunidade judaica da Mesopotâmia, em aramaico.

Mais tarde, ele escreveu (em grego) outra obra de vertente histórica, que
englobava o período que vai dos Macabeus até à queda de Jerusalém.

Este livro, a “Guerra Judaica”, foi publicado no ano 79 E.C. A maior parte do
livro é diretamente inspirada na sua própria vida e experiência militar e
administrativa.

As Antiguidades Judaicas – escritas aproximadamente em 94 E.C. e em grego


– é a história dos Judeus desde a criação do Gênesis até à irrupção da guerra
da década de 60.

Neste livro encontra-se o famoso Testimonivm Flavianvm, uma das referências


mais antigas à Yeshua (Jesus), mas evidentemente se mostra uma fraude,
levando em conta o estilo de Josefo, e considerado uma grossa interpolação
posterior por grande parte dos acadêmicos.

A última obra dele é sua Autobiografia.

Que nos revela o nome do adversário (Justo, filho de Pistos, de Tiberíades), ao


qual essa obra vem responder e as censuras que lhe faz Josefo.

Essa obra é cheia de lacunas, confusa e hipertrofiada.

E ela traz sobre a vida de Josefo informações preciosas, que não encontramos
em nenhum outro historiador da antiguidade.

O Projeto Gutemberg dispõe das obras digitalizadas de Josefo, Veja o link:

https://www.gutenberg.org/browse/authors/j#a1050
Vamos nos concentrar nas “Antiguidades Judaicas” (mais precisamente no
livro XVIII, capítulo 2, seção 3), que diz:

Agora havia sobre este tempo Jesus, um homem sábio, se for legal chamá-lo um
homem; porque ele era um feitor de trabalhos maravilhosos, professor de tais
homens que recebem a verdade com prazer.

Ele atraiu para si ambos, muitos judeus e muitos Gentios.

Ele era o Cristo. E quando Pilatos, à sugestão dos principais homens entre nós,
o tinha condenado à cruz, esses que o amaram primeiramente não o
abandonaram; pois ele lhes apareceu vivo novamente no terceiro dia, como os
profetas divinos tinham predito estas e dez mil outras coisas maravilhosas
relativas a ele.

E a tribo de cristãos, assim denominada por ele, não está extinta neste dia.

Os grifos são meus e vocês podem ler a referida citação de Josefo no grego, basta
acessar aqui. Interessante passagem.

E o que tem de interessante, tem de falsa.

Ora, vejamos, Josefo (supostamente) fala com um tom de admiração e respeito.

De um modo passional, até.

Esse estilo de narrativa não aparece em mais nenhum trecho das obras de
Josefo, considerado um homem meticuloso, culto e possuidor de escrita
elaborada, precisa e desapaixonada.

No referido texto, fica evidenciado a reverência a uma entidade que ele mesmo
induz a pensar que possui um dom divino principalmente na frase “se é que se
pode se chamar de homem”.

Bom, todo mundo tem o direito de mudar de opinião e de fé. E Josefo não seria
melhor nem pior se o fizesse.

Só que isso não ocorreu. Nenhum dos biógrafos dele inferiu que ele tenha se
convertido ao cristianismo, pelo contrário.

Ele sempre foi um judeu fariseu e manteve esta postura até os seus últimos
dias.

A frase “Era o Cristo” é totalmente impensável para um judeu fariseu como


Josefo.

Pra princípio de conversa, “Cristo” não foi usado por Josefo, mesmo tendo
escrito em grego.
Sendo um profundo conhecedor da Tanakh, Josefo não poderia ter usado esta
expressão pelo simples fato de conhecer muito bem as previsões messiânicas ao
ponto de saber que Jesus não poderia ser considerado como o Messias, posto
que não cumpriu nenhuma das previsões.

Josefo, sendo um judeu fariseu, jamais – JAMAIS! – cometeria uma atrocidade


religiosa dessa, posto que não há uma só falha nesse sentido em nenhum de
seus escritos.

Sua escrita é fluida e centrada. Mas, no referido texto ele fala com o amor de um
devoto cristão. E nem mesmo Justo de Tiberíades o acusou disso.

E ainda tem o fato de Jesus, segundo a citação falsa atribuída a Josefo, era
seguido por gregos.

Interessante, ainda mais levando em conta que os gregos só tiveram


conhecimento da existência dele após as pregações de Saulo de Tarso.

Antes do misógino vindo de Tarso ir lá encher o saco dos pobres coitados,


ninguém até então tinha ouvido falar sobre ele. Curioso, não?

Josefo foi capaz de saber que ocorreu um eclipse da Lua próximo à morte de
Herodes Magno (conforme descrito em “Antiguidades Judaicas”, mais
precisamente no livro XVII 06:04), mas o pessoal devia estar meio cegueta
durante a crucificação e morte de Jesus, posto que não conseguiram ver uma
escuridão de três horas (!), um terremoto que fendeu pedras e rasgou o véu do
templo e de santos mortos ressuscitando, invadindo a cidade e dançando
Thriller!

Desse modo, aquele parágrafo ridículo e fora do contexto em que foi inserido
(após este trecho, o Josefo começa a falar sobre assunto bem diferente no qual
refere-se a castigos militares impingidos ao povo de Jerusalém) só pode ser
considerado como notoriamente falso! Só tendo muita fé para acreditar que tal
trecho realmente pertence a Josefo.

E fé não passa de uma crença cega, independente de validações.

Resumindo a história, a pseudocitação de Josefo nos remete a uma descrição


bem definida de Jesus Homem sábio, era o Cristo (não é uma descrição,
propriamente dita, mas um título), era seguido por gregos, ressuscitou e fez
coisas maravilhosas.
Cornélio Tácito era analfabeto?

Públio Caio Cornélio Tácito nasceu no ano 55 E.C. e morreu em 120 E.C.

Foi historiador romano, questor, pretor, cônsul e procônsul da Ásia, além de um


grande orador.

O cara foi tudo. Se dessem oportunidade, ele teria sido até mesmo imperador. ;-

Tácito é considerado um dos maiores historiadores da Antiguidade.

Suas obras principais foram “Anais” e “Histórias”, que tinham por tema,
respectivamente, a história do Império Romano no primeiro século, desde a
chegada ao poder do imperador Tibério até à morte de Nero e da morte de Nero
à de Domiciano.

A obra de Tácito passou por altos e baixos. Considerando que o declínio da


literatura latina no final do século II causou um certo “esquecimento” a respeito
de Tácito e sua obra, o autor acaba sendo redescoberto apenas na Antiguidade
Tardia, quando o grego Amiano Marcelino se inspirou nele para escrever uma
história da sua própria época, no idioma latino.

No começo da Idade Média (lembram-se? A chamada Idade das Trevas), sua


obra voltou a cair no esquecimento, para só readquirir notoriedade durante a
Renascença, que marcou o fim dessa Era.

Assim, em consequência destas idas e vindas, os textos maiores de Tácito


chegaram muito fragmentados, de forma tal que os “Anais”, tais como podemos
lê-los hoje, contém apenas a descrição de parte do reinado de Tibério – a
descrição do reinado de Calígula estando totalmente perdida – parte do de
Cláudio, e a maior parte do de Nero – estando também perdida a conclusão da
obra.

Quanto às “Histórias”, seu texto preservado contém basicamente a narrativa


da guerra civil do ano 69, que levou à ascensão do amiguinho de Josefo,
Vespasiano, ao trono imperial.

Não se pode precisar se o que restou é relato fidedigno, mediante o texto original
de Tácito. E não precisa ter carteirinha de cético para duvidar da autenticidade
total dos relatos que sobreviveram até os dias de hoje.

Nos “Anais”, há outra passagem curta que fala de “Christus” como sendo o
fundador de um partido chamado “os cristãos” – um grupo de pessoas “que
foram anatemizadas por seus crimes”.

Estas palavras aparecem no relato de Tácito sobre o Incêndio de Roma.

A evidência para esta passagem não é muito mais forte que para as passagens
de Josefo.
Não foi citado por qualquer escritor antes do décimo quinto século; e quando foi
citado, havia só uma cópia dos “Anais” no mundo; e era suposto que aquela
cópia tinha sido feita no oitavo século – seiscentos anos depois da morte de
Tácito!

Os “Anais” foram publicados entre 115 e 117 E.C., quase um século depois do
tempo de Jesus – assim a passagem, mesmo que fosse genuína, não provaria
nada de nada sobre Jesus.

“Nero, sem armar grande ruído, submeteu a processos e a penas extraordinárias


aos que o vulgo chamava de cristãos, por causa do ódio que sentiam por suas
atrapalhadas.

O autor fora Cristo, a quem, no reinado de Tibério, Pôncio Pilatos supliciara.


Apenas reprimida essa perniciosa superstição, fez novamente das suas, não só
na Judéia, de onde proviera todo o mal, senão na própria Roma, para onde de
confluíram de todos os pontos os sectários, fazendo coisas as mais audazes e
vergonhosas.

Pela confissão dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de incendiários
professando um ódio mortal ao gênero humano”.

Como podem observar, Tácito não afirma que houve um Jesus Milagreiro na
Palestina. Ele fala de um arrastão de seguidores de Cristo (esse “Cristo” não é
um nome próprio e sim um título).

Desse modo, nosso amigo Cornélio afirma a existência de cristãos, membros


seguidores do que ele chama literalmente de “perniciosa superstição”.

Sem falar que Tácito concluiu que eles não passaram de terroristas que odiavam
Roma.

Um argumento bem semelhante ao que se fala dos Palestinos nos dias de hoje.

Tanto a “verdade” na qual os Palestinos se baseiam, quanto à “verdade” dos


arruaceiros descritos por Tácito não são muito diferentes dos contos da
carochinha.

Assim, o que Tácito falou sobre Jesus? Nada! Descrição? Nenhuma!


Reconhecimento como filho de Deus? Fala sério! Tácito não disse nada de
conclusivo sobre a existência dele e ponto final.

E se querem aceitar o que o Cornélio disse, então temos que levar todo o trecho
em consideração. Inclusive a parte de ser única e simplesmente uma
superstição. ;-)

Tendo em mente o que os escritos de Tácito falam (e do caráter duvidoso de seus


escritos), só podemos deixar isso de lado e passar para outro mito inventado
pelos cristãos: Públio Lêntulo.
Públio Lêntulo: Fato ou ficção?

É atribuído a Publivs Lentvllvs (aportuguesando: Públio Lêntulo) uma carta


dirigida ao Senado Romano, em que é feita uma descrição concisa de Jesus com
alguns detalhes do X-Man Palestino.

Alega-se, também, que este manuscrito foi copiado algumas vezes e uma dessas
cópias está presente na biblioteca de um tal de Lorde Kelly.

Mas, quem diabos é este Lorde Kelly? O máximo que se acha na internet é sobre
um compositor do século XIX, mas isso é pouco pra atestar que este compositor
é o dono da tal biblioteca, e possuidor da referida cópia.

E mesmo que fosse, o que isso prova? Para qualquer um que possua algo mais
que meio neurônio, não prova absolutamente nada! Eu tenho livros de ficção
em casa.

Daqui a 200 anos, poder-se-á considerá-los como livros históricos? Só se


possuir muita desonestidade intelectual.

Antes de prosseguirmos, vejamos o que essa carta diz:

Apareceu nestes nossos dias um homem, da nação Judia, de grande virtude,


chamado Yeshua, que ainda vive entre nós, que pelos Gentios é aceito como um
profeta de verdade, mas os seus próprios discípulos chamam-lhe o Filho de
Deus – Ele ressuscita o morto e cura toda a sorte de doenças.

Um homem de estatura um pouco alta, e gracioso, com semblante muito


reverente, e os que o vêem podem amá-lo e temê-lo; seu cabelo é castanho,
cheio, liso até as orelhas, ondulado até os ombros onde é mais claro.

No meio da cabeça os cabelos são divididos, conforme o costume dos Nazarenos.


A testa é lisa e delicada; a face sem manchas ou rugas, e avermelhada; o nariz
e a boca não podem ser repreendidos; a barba é espessa, da cor dos cabelos,
não muito longa, mas bifurcada; a aparência é inocente e madura; seus olhos
são acinzentados, claros, e espertos – reprovando a hipocrisia, ele é terrível;
admoestando, é cortês e justo; conversando é agradável, com seriedade.

Não se pode lembrar de alguém tê-lo visto rir, mas muitos o viram lamentar.

A proporção do corpo é mais que excelente; suas mãos e braços são delicados
ao ver. Falando, é muito temperado, modesto e sábio.

Um homem, pela sua beleza singular, ultrapassa os filhos dos homens.

Olha, sei não. Se isso é a descrição de um judeu do século I, esse Públio Lêntulo
devia ter grandes problemas de visão.
Ou então, os secretários dele – que levaram a informação até seus ouvidos –
eram bastante incompetentes, pois seguiram o cara errado.

Claro que há a terceira hipótese: Fraude!

Pra princípio de conversa, não haviam governadores na Judéia na referida


época. Haviam Procuradores (também chamados de Procônsul és ou, como é
mais aceito hoje, Prefeitos).

Em segundo lugar nunca houve ninguém chamado Públio Lêntulo que tenha
governado a província palestina onde o Jóquei de Jegue supostamente tenha
passado.

E para detonar de vez esta fonte mais falsa que nota de três reais, aqui vai o tiro
de misericórdia:

Publius Lentulus é um personagem ficcional, que dizem ter sido governador da


Judéia antes de Pôncio Pilatos (…)

Dobschutz (“Christusbilder”, Leipzig, 1899) enumera os manuscritos e dá um


“aparato crítico”. A carta foi primeiramente impressa na “Vida de Cristo” por
Ludolph, o Cartusiano (Colônia, 1474), e na “Introdução para os trabalhos de
Santo Anselmo” (Nuremberg, 1491).

Mas este não é nem o trabalho de Santo Anselmo nem o de Ludolph. De acordo
com o manuscrito de Jena, um certo Giacomo Colonna achou a carta em 1421
em um documento romano antigo enviado de Constantinopla para Roma.

Deve ser de origem grega, e traduzida para o latim durante o décimo terceiro ou
décimo quarto século, entretanto recebeu sua forma presente às mãos dos
humanistas do décimo quinto ou décimo sexto século.

A descrição concorda com o quadro de Abgar denominado de nosso Deus;


também concorda com o retrato de Jesus Cristo puxado por Nicéforo, São João
Damasceno, e o Livro de Pintores (de Mt. Athos).

Munter (“Morra und de Sinnbilder que Kunstvorstellungen der alten Batizam”,


Altona 1825, pág. 9) acredita ele pode localizar a carta até o tempo de
Diocleciano; mas isto geralmente não é admitido.

A carta de Lêntulo é certamente apócrifa: nunca houve um Governador de


Jerusalém; nenhum Procurador de Judéia é conhecido para ter sido chamado
Lêntulo, um governador romano não teria endereçado o Senado, mas ao
Imperador, um escritor romano não teria empregado as expressões, “profeta de
verdade”, “filhos de homens” ou “Jesus Cristo”.

Os dois anteriores são expressões pertencentes ao hebraico, o terceiro é extraído


do Novo Testamento.

Então, a carta nos mostra uma descrição de nosso Deus como a devoção Cristã
o concebeu.
Imagino que as Ovelhinhas do Senhor estão imaginando que este texto veio de
algum site ateísta e não merece crédito.

Para infelicidade deles, tal citação é do site católico New Advent.

E se nem a Enciclopédia Católica leva em consideração esta bobagem (afinal,


ela teria grandes motivos para atestar sua autenticidade), por que eu a levaria
em consideração?

Não, aquilo não existiu e é mais uma fraude de cristãos pessimamente


intencionados.

Apareceu nestes nossos dias um homem, da nação Judia, de grande virtude,


chamado Yeshua, que ainda vive entre nós (…)

Como assim “ainda vive entre nós”? Jay Cee só apareceu lá pelo ano 30 E.C.

Pôncio Pilatos foi Procurador da província romana da Judéia entre os anos 26 e


36.

Tem algo errado aí, já que entre os 12 e os 30 anos de vida, os Evangelhos não
dizem nada a respeito.

Se ele tivesse feito tudo o que consta na carta fake de Públio, os Evangelistas
mencionariam.

Ademais, o procurador que mandava no pedaço antes de Pôncio Pilatos foi


Valerius Gratus, cujo governo foi do ano 15 ao ano 26 da Era Comum.

Até pode-se encontrar moedas do tempo dele. Veja aqui. ;-)

Outra coisa: Yeshua? Que Yeshua? Desde quando existe esta palavra em latim?

No máximo seria Iesu, cuja transliteração para o hebraico seria Yeshua. E uma
coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

É forçar muito a barra querer que as duas palavras sejam iguais.

E mesmo que sejam, não importa. Um romano não iria usar uma palavra em
hebraico numa carta oficial.

(…) que pelos Gentios é aceito como um profeta de verdade, mas os seus próprios
discípulos chamam-lhe o Filho de Deus – Ele ressuscita o morto e cura toda a
sorte de doenças.

Gentios? Gentios era a expressão que os judeus usavam para designar os


gregos.

Só que não há evidência disso nos Evangelhos.


Os gregos só conheceram (?) Jesus através das pregações de Saulo de Tarso.

Por isso, Saulo é chamado “Apóstolo dos Gentios”.

Nos Evangelhos fica claro que Jesus veio para o povo judeu.

E mesmo que não viesse, isso só tira dele a condição de Messias, já que as
previsões messiânicas inferem num enviado de Deus para libertar o povo judeu
e levá-lo de volta para Israel.

E como ele ressuscitou mortos (prestem atenção a isso) e curou doenças num
período anterior ao descrito nos Evangelhos e sequer há menção disso neles?
Estranho. Muito estranho, mesmo.

Um homem de estatura um pouco alta, e gracioso, com semblante muito


reverente, e os que o vêem podem amá-lo e temê-lo; seu cabelo é castanho,
cheio, liso até as orelhas, ondulado até os ombros onde é mais claro.

No meio da cabeça os cabelos são divididos, conforme o costume dos Nazarenos.

Olha, um judeu do século I com essa descrição? Só se for porque Maria fora
incubada com um Espermatozoide Santo muito especial (ou andou pulando a
cerca descaradamente mesmo).

Qualquer um que estude um pouquinho sabe que isso não se encaixa com o
tipo étnico de qualquer tribo semita da região na referida época.

E é muito engraçado ele dizer que Jay Cee era um nazareno, inferindo que ele
fazia parte da seita dos nazireus.

De início, ele não poderia ser dessa seita, pois ela impede que se chegue próximo
a pessoas mortas. E como ele ressuscitou as pessoas? Por telegrama? E-mail?
Ou aparecia na TV e dizia “Liegue Djá!”?

O voto de nazireu é descrito em Números, capítulo 9.

2. quando um homem ou uma mulher fizer o voto de nazireu, separando-se para


se consagrar ao Senhor,

3. abster-se-á de vinho e de bebida inebriante: não beberá vinagre de vinho,


nem vinagre de uma outra bebida inebriante; não beberá suco de uva, não
comerá nem uvas frescas, nem uvas secas.

4. Durante todo o tempo de seu nazireato não comerá produto algum da vinha,
desde as sementes até as cascas de uva.

5. Durante todo o tempo de seu voto de nazireato, a navalha não passará pela
sua cabeça, até que se completem os dias, em que vive separado em honra
do Senhor. Será santo, e deixará crescer livremente os cabelos de sua cabeça.
6. Durante todo o tempo em que ele viver separado para o Senhor, não tocará
em nenhum cadáver:

7. nem mesmo por seu pai, sua mãe, seu irmão ou sua irmã, que tiverem
morrido, se contaminará, porque leva sobre sua cabeça o sinal de sua
consagração ao seu Deus.

8. Durante todo o tempo de seu nazireato ele é consagrado ao Senhor.

E não me venham com história que ele ressuscitou à distância. O fato dele ter
ressuscitado Lázaro, por exemplo, não faz com que Javé tenha esquecido que
Lázaro fora um defunto antes. Nada no texto canônico faz esta exceção.

Examinando Mateus, o que encontramos?

Mateus 2:23 – E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se
cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele será chamado
Nazareno.

Que profetas? Não há NENHUMA previsão a respeito!

Tal profecia não é encontrada em nenhum lugar nas escrituras. E se tomarmos


o texto em grego, o que nos aparece?

καὶ ἐλθὼν κατῴκησεν εἰς πόλιν λεγομένην Ναζαρέτ, ὅπως πληρωθῇ τὸ


ῥηθὲν διὰ τῶν προφητῶν ὅτι Ναζωραῖος κληθήσεται.

A parte destacada “eis pólis legomenem Nazaret” significa “na cidade chamada
Nazaré”. Só isso e nada mais. Nada a ver com nazireato.

Nazireu não tem nada a ver com Nazaré, já que é um voto em honra ao Senhor
dos Anéis Bíblico.

Não se refere a “rebento” como alguns alegam também.

A passagem de Mateus se refere a Nazaré e fim de papo. Mas, o fake Lêntulo


disse que o Jóquei de Jegue era um nazareno.

Para finalizar o “besteirol Lentuliano”

A testa é lisa e delicada; a face sem manchas ou rugas, e avermelhada; o nariz


e a boca não podem ser repreendidos; a barba é espessa, da cor dos cabelos,
não muito longa, mas bifurcada; a aparência é inocente e madura; seus olhos
são acinzentados, claros e espertos.

Na boa: se isso não é uma descrição ocidental (germânica até), eu não sei o que
é. Olhos claros e cinzas? Face delicada? Ora, façam-me o favor…

nem com uma grande fé dá pra acreditar nisso.


A menos que digam: “Sim, Maria era uma devassa, colocou um par de chifres
em José e veio com essa que era filho de Deus”.

Afinal de contas, no Norte e Nordeste do Brasil é comum o folclore do Boto


Tarado, que vem à terra para dar umas pegas nas garotas e as deixarem
grávidas. ;-)

Fim de Lêntulo. Fraude demonstrada e devidamente aniquilada.

Tá na hora de partirmos pro próximo alvo: Pôncio Pilatos.

Pôncio Pilatos, o bonzinho

Pontivs Pilatvs (aportuguesada mente: Pôncio Pilatos) foi Procurador da


província romana da Judéia entre os anos 26 e 36 da Era Comum.

Segundo o mito neotestamentário, ele foi o juiz que, após ter lavado as mãos,
condenou Jesus a ser pregado na cruz, mesmo sem ter visto culpa nenhuma no
Grão Cavaleiro do Burrico.

Detalhes biográficos de Pilatos não são conhecidos, e o que ele fez antes de ser
Procurador da Judéia também é desconhecido.

Eusébio de Cesaréia, em sua obra “História Eclesiástica” (obra que conta os


primeiros anos da Cristandade), afirma que Pilatos caiu em desgraça junto a
Tibério e cometeu suicídio por volta do ano 37 E.C. Mas, há poucas informações
a respeito.

Religiosos costumam usar como “evidência” que Jay Cee tenha existido dada
a uma suposta carta de Pilatos enviada a Tibério, alegando-se que existe um
reimpresso descrevendo a aparência física do Jóquei de Jegue e que as cópias
estão na Biblioteca do Congresso dos EU.A.

As alegações sugerem que tal carta tenha sido escrita nos dias que antecederam
a execução de Jesus.

Será mesmo? Antes de mais nada, vamos examinar esta carta.

PARA TIBÉRIO CÉSAR:

Um jovem homem apareceu na Galileia que prega com humilde unção, uma
nova lei no nome do Deus que o teria enviado.

No princípio estava temendo que seu desígnio fosse incitar as pessoas contra os
romanos, mas meus temores foram logo dispersados.

Jesus de Nazaré falava mais como um amigo dos romanos do que dos judeus.
Um dia observava no meio de um grupo um homem jovem que estava encostado
numa árvore, para onde calmamente se dirigia a multidão.

Me falaram que era Jesus.

Este eu pude facilmente ter identificado tão grande era a diferença entre ele e
os que estavam lhe escutando.

Os seus cabelos e barba de cor dourada davam a sua aparência um aspecto


celestial. Ele aparentava aproximadamente 30 anos de idade.

Nunca havia visto um semblante mais doce ou mais sereno.

Que contraste entre ele e seus portadores com as barbas pretas e cútis morenas!

Pouco disposto a lhe interromper com a minha presença, continuei meu passeio,
mas fiz sinal ao meu secretário para se juntar ao grupo e escutar.

Depois, meu secretário informou nunca ter visto nos trabalhos de todos os
filósofos qualquer coisa comparada aos ensinos de Jesus.

Ele me contou que Jesus não era nem sedicioso nem rebelde, assim nós lhe
estendemos a nossa proteção.

Ele era livre para agir, falar, ajuntar e enviar as pessoas.

Esta liberdade ilimitada irritou os judeus, não o pobre, mas o rico e poderoso.

Depois, escrevi a Jesus lhe pedindo uma entrevista no Pretório. Ele veio.

Quando o Nazareno apareceu eu estava em meu passeio matutino e ao deparar


com ele meus pés pareciam estar presos com uma mão de ferro no pavimento
de mármore e tremi em cada membro como um réu culpado, entretanto ele
estava tranquilo.

Durante algum tempo permaneci admirando este homem extraordinário.

Não havia nada nele que fosse rejeitável, nem no seu caráter, contudo eu sentia
temor na sua presença.

Eu lhe falei que havia uma simplicidade magnética sobre si e que a sua
personalidade o elevava bem acima dos filósofos e professores dos seus dias.

Agora, ó nobre soberano, estes são os fatos relativos a Jesus de Nazaré e eu levei
tempo para lhe escrever em detalhes estes assuntos.

Eu digo que tal homem que podia converter água em vinho, transformar morte
em vida, doença em saúde; tranquilizar os mares tempestuosos, não é culpado
de qualquer ofensa criminal e como outros têm dito, nós temos que concordar –

verdadeiramente este é o filho de Deus.


Seu criado mais obediente, Pôncio Pilatos

Eu, sinceramente, estou em dúvida sobre qual carta é a mais estúpida: a do


Lêntulo ou do Pilatos.

O estilo amável e gentil, digno de um verdadeiro cristão, que ama Jesus


verdadeiramente, e o tem no lado esquerdo do peito, perto do coração, não
combina muito com o camarada arrogante, metido e prepotente como Pilatos é
descrito em algumas obras.

É de se estranhar este modo “Paz e Amor” dele.

Mas, vamos examinar as partes grifadas por mim. ;-)

Um jovem homem apareceu na Galileia

Jesus de Nazaré falava mais como um amigo dos romanos do que dos judeus

Aqui temos uma contradição.

Os religiosos querem usar a carta de Lêntulo, na qual fala de um Jesus Nazareno


(da seita dos nazireus).

Aqui, Pilatos fala que Jesus era da cidade de Nazaré. Qual dos dois está certo?

NENHUM DELES!

Eu já demonstrei que Jay Cee não poderia ser nazireu (ou nazareno).

E ele não pode ser de Nazaré, pois isso vai de encontro aos evangelhos.

Não é dito que ele nasceu em Nazaré.

E alegar que ele era conhecido assim porque passou férias lá, depois de ter
fugido pro Egito, não convence muito.

Alguém aí faz ideia da distância? Pois, é.

O uso de tais cartas contradiz os Evangelhos. Ou ele era nazareno, ou nasceu


em Nazaré ou nenhum dos dois (o que é mais provável).

Ademais, dizer que Jesus era um amigo dos romanos e ia de encontro aos
judeus? Então, temos um grande problema, já que o Messias não viria para
romano nenhum.

Mas, a pseudoargumentação religiosa dirá que ele veio para os verdadeiros e


puros de coração.

Pura extrapolação! Em nenhuma parte, é dita que ele veio pra ser amigo dos
romanos e fim!
Os seus cabelos e barba de cor dourada davam a sua aparência um aspecto
celestial.

júpiter. Essa é pra rir! Um palestino do século I loiro? Aspecto celestial?

De repente, Júpiter apareceu para Pilatos e disse que era Jesus só pra tirar onda
com a cara dele. :-D Para terminar, deve-se mencionar a frase final de Pilatos:
“verdadeiramente este é o filho de Deus”.

Os imperadores romanos sempre se puseram como sendo enviados divinos.

Eles se consideravam verdadeiros deuses, com direito a templos, oferendas e


tudo o mais que todo Deus que se preza tem.

Desse modo, escrever para um César, dizendo que um determinado camarada


era filho de Deus era, no mínimo, uma burrice sem tamanho, já que ninguém
seria tonto o suficiente de despertar a ira de um Imperador, ainda mais quando
você está gozando de um posto privilegiado.

Se bem, que perder o posto seria o de menos.

O suplício e execução por causa de uma afronta a um imperador romano seria


algo muito mais preocupante.

E de idiota, Pilatos não tinha nada.

Mais um mito detonado. Hora de vermos o Volume Archko.

O Volume Archko: WTF?

Caso não saibam, o chamado Volume Archko é tão somente uma publicação de
1887, escrito por um… reverendo cristão. :-D

O reverendo W. D. Mahan alega que os textos desse volume se baseiam nos


registros oficiais do julgamento do Jóquei de Jegue, e que tais documentos estão
guardados nos Arquivos Secretos do Vaticano.

O problema com os arquivos secretos reside no seu próprio nome: São secretos,
ora bolas! Não estão disponíveis para qualquer um chegar lá e ficar fuçando à
vontade.

Assim, como o “reverendíssimo” reverendo Mahan conseguiu copiar os tais


documentos? Indo falar pessoalmente com o Papa?

Este Volume não é reconhecido por muitos religiosos.

O site Bibleprobe.com faz uma ressalva com relação a este pseudodocumento:


Keep in mind – these are:

Non-canon documents

Christians should keep in mind that only Holy Scripture is deemed to be


inspired by God.

http://bibleprobe.com/archko.htm

Se este site (um site religioso e que defende a vertente cristã) diz para que os
cristãos só considerem textos bíblicos, inferindo que este documento não é
confiável, por que alguns religiosos insistem em vir com esta besteira?

O acadêmico Edgar J. Goodspeed escreveu um livro de nome Modern


Apocrypha, Famous “Biblical” Hoaxes (Apócrifos Modernos: Famosos Boatos
“Bíblicos”). Nesta obra, Goodspeed ataca o besteirol de Mahan.

Sugiro uma leitura da obra de Goodspeed Strange New Gospels.

Don Stewart, do site Blueletterbible.org responde sobre este mesmo Volume


Archko e deixa claro que se trata de um boato.

O Volume Archko

Um dos mais famosos boatos escritos é o “Volume Archko”.

O trabalho é também conhecido como “Relatório de Pilatos” ou “A Biblioteca


Archko”.

O conteúdo deste trabalho é uma alegada transcrição do julgamento e morte de


Jesus, feito por Pôncio Pilatos ao Imperador Tibério
.
A existência deste trabalho pode ser rastreada até um certo reverendo W. D.
Mahan de Boonville, Missouri. Em 1879 ele publicou um panfleto de 32 páginas
entitulado, “Uma Correta Transcrição da Corte de Pilatos”.
http://www.blueletterbible.org/faq/nbi/1224.html

O site ainda completo:

Estas entrevistas [de José e Maria feita por Gamaliel, bem como de alguns
pastores que supostamente viram o nascimento de Jesus] estão cheias de erros
históricos.

Por exemplo, ele [Mahan] dá um número de referências ao livro de Josefo,


Guerra Judaica, que simplesmente não existem. Somado a isso, existe uma falsa
passagem nas Antiguidades Judaicas (também de Josefo) que se refere a Jesus
em mais de 50 lugares.
A entrevista diz que Tácito escreveu a biografia de Agrícola, seu sogro, no ano
de 56 E.C. Isto é impossível, já que Tácito nasceu no ano 55 E.C. Ademais, não
existe nenhuma biografia de Agrícola até o século XIX. (mesmo link acima)

Obviamente, eu não me furtaria de esmiuçar os detalhes deste


pseudodocumento com relação à aparência física do X-Man da Palestina, pois é
disso que este artigo trata. ;-)

Eu lhe pedi que descrevesse esta pessoa para mim, de forma que pudesse
reconhece-lo caso o encontrasse.

Ele disse: ‘Se você o encontrar [Yeshua] você o reconhecerá.

Enquanto ele for nada mais que um homem, há algo sobre ele que o distingue
de qualquer outro homem.
Ele é a “cara da sua mãe”, só não tem a face lisa e redonda.

O seu cabelo é um pouco mais dourado que o seu, entretanto é mais queimado
de sol do que qualquer outra coisa.

Ele é alto, e os ombros são um pouco inclinados; o semblante é magro e de uma


aparência morena, por causa da exposição ao sol.

Os olhos são grandes e suavemente azuis, e bastante lerdos e concentrados….’.


Este judeu [Nazareno] está convencido ser o messias do mundo. […]

esta é a mesma pessoa que nasceu da virgem em Belém há uns vinte e seis anos
atrás…

O que diabos o sujeito quis dizer com “a cara de sua mãe”? Bom, ele diz em
seguida que não tem a face lisa e redonda.

Mas, o que a carta fake de Pilatos disse? Não falou nada de rugas.

Este besteirol Archko é tão ridiculamente falso que insiste em dizer que o Jóquei
de Jegue tinha cabelos dourados (mas queimados pelo sol), tinha pele morena
porque andou pegando um bronze e tinha olhos AZUIS!!

Diz que ele era da seita dos nazireus e que nasceu em Belém. Isso tudo já foi
rebatido antes. Então, não preciso mais falar a respeito.

E ainda diz que ele nasceu há 26 anos! Muito curioso, já que ele aparece nos
Evangelhos tendo 30 anos.

Será que examinaram a carteira de identidade dele?

É cada um que aparece…


Outras fontes: Será que Jesus aparecerá?

Especialistas concordam que que Fílon de Alexandria (também chamado de


Philo Judaeus, ou Filo o Judeu) foi um grande estudioso da religiosidade do seu
tempo, sendo contemporâneo de Flávio Josefo.

Ele nasceu no ano 20 A.E.C. e faleceu em cerca de 50 E.C.).

Através dos seus relatos (veja aqui) sabemos que ele tinha conhecimento sobre
o que se passava na Galiléia.

Ele relatou sobre a Jerusalém da sua época várias vezes, os essênios e o governo
cruel de Pilatos.

Lembram-se de Pilatos? Aquele cara “emocionado” com a presença de Jesus. De


acordo com Fílon, ele não era tão bonzinho assim. ;-)

Pode-se dizer que Fílon era um fofoqueiro, mas é muito curioso que ele não
menciona nada do que ocorreu com o Jóquei de Jegue. Amnésia? Talvez.

Mas, por que deveríamos esperar que ele escrevesse sobre Jesus? Ora, bolas!
Simplesmente porque, segundo os evangelhos, ele foi a pessoa mais
extraordinária que já existiu! Engraçado, não?

Já nosso amigo Justo Tiberíades escreveu até Agripa II (c. 50 E.C).

É bem conhecido que Justo era o rival de Flávio Josefo. Suas obras não
sobreviveram, pois tinham sido destruídas; e por que destruiriam suas obras?
Tais obras deveriam ser bem incômodas.

Contudo, através de Fotius (leia aqui), patriarca de Constantinopla, sabe-se que


Justus não fez a mínima menção a Jesus.

Opa! Assim, por que os mais prolixos escritores judeus que não deram bola para
a maravilhosa sabedoria, os milagres e os prodígios do famosíssimo X-Man
Palestino? Era para apresentarem relatos que demonstrassem o que foi dito nos
evangelhos. Por que será?

Plínio, o Jovem, nos traz o seguinte relato:

“…os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do


nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus”.

(Epístolas, I.X 96)

Se isso não é a descrição de uma adoração pagã, o que mais séria? De qualquer
forma, o que isso prova? Que haviam pessoas que entoavam cânticos a um tal
de Cristo.

Poderiam estar rezando pra Shiva ou até mesmo arriando um despacho na


encruzilhada.
Se isso é prova que Jesus existiu, então todo deus que receber uma veneração
qualquer também existe.

Mas, Deus não é um só?

Suetônio, outro historiador romano, no ano 120 da Era Comum, referindo-se ao


reinado do imperador romano Cláudio (Vita Claudii, XXV), afirma que este
“expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestus (Chrestus e
não Cristo.

Uma coisa é uma coisa. outra coisa é…), se haviam tornado causa frequente de
tumultos”.

Iudaeos impulsore Chresto assidue tumultuantis Roma expulit.


Germanorum legatis in orchestra sedere permisit, simplicitate eorum et
fiducia commotus, quod in popularia deducti, cum animadvertissent
Parthos et Armenios sedentis in senatu, ad eadem loca sponte transierant,
nihilo deteriorem virtutem aut condicionem suam.

Leia aqui.

O mau-caratismo religioso é tão grande, que este trecho foi usado em Atos dos
Apóstolos 18:2, e modelaram da seguinte forma:

Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, e sua mulher


Priscila.

Eles pouco antes haviam chegado da Itália, por Cláudio ter decretado que todos
os judeus saíssem de Roma. Paulo uniu-se a eles.

Notem que ele não disse porque foram expulsos.

Talvez porque este não poderiam encaixar Jesus ali, posto que nenhum
evangelho ao menos sugere que ele tinha ido a Roma.

Quem é esse Crestus então?

Tudo isso é muito curioso. Ainda tem muito mais!

Muitos escritores do século I não escreveram nada, sobre Jesus Entre eles,
vamos citar:

Apiano
Apiano de Alexandria
Apolônio
Arriano
Aulo Gélio
Columella
Dâmis
Díon Crisóstomo
Díon Pruseus
Eptectus
Favorino
Fedro
Filon de Alexandria
Flávio Josefo
Flegon
Floro Lúcio
Hermógenes Sílio Itálico
Justus de Tiberíades
Juvenal
Lísias
Lucanus
Luciano
Marcial
Paterculus
Pausânias
Pérsio
Petrônio
Plínio, o Moço
Plínio, o Velho
Plutarco
Pompônio Mela
Ptolomeu
Quintiliano
Quinto Cúrcio
Statius
Suetônio
Tácito
Teão de Smyrna
Valério Flaco
Valério Máximo

Dessa lista aí, excluindo os documentos adulterados, forjados e


intencionadamente mal interpretadas (conforme tenho analisado durante este
estudo), não há uma fonte confiável que ateste a veracidade da existência de um
Carpinteiro Mágico que foi aclamado por todos os doutores, considerado o mais
sábio, aquele que fez inúmeros milagres, ressuscitou mortos etc.

Representações iconográficas

A tabela abaixo mostra várias representações iconográficas.

E se você não sabe o que é iconografia, veio ao lugar certo.

Segundo Erwin Panofsky, a iconografia é um ramo da história da arte, cujo


objeto de estudo é o tema e significado das obras de arte em contraposição a
sua forma.
Assim, as iconografias de Jesus mostram o significado de cada imagem,
escultura, desenho, pichação etc.

Bem, deixando o lero-lero de lado, vamos às imagens.

Para vê-las em tamanho maior, basta clicar na miniatura.

O grafite de Alexamenos

Este baixo-relevo (chamado Alexamanos Graffito) data do ano 200 E.C. ou


anterior a isso. O desenho mostra alguém com cabeça de asno crucificado.
O texto em grego significa:” Alexamenos adora o seu Deus”.

Apolo com a coroa de raios e o halo, mosaico romano em EL Jem, Tunísia


Jesus, o bom pastor. Roma, Catacumba de Priscila, 250 d.C.

Cristo, Sol Invictos. Roma, Mosaico em uma Casa, 300 d.C.

Cristo Pantocrator, século XII, Catedral de Monreal, Itália


Imagem Etíope de Jesus – século XVIII

Muitas diferenças, não é mesmo? Algumas imagens com barba, outras sem,
como e fosse um romano.
Umas com cabelos crespos, outras com cabelos lisos e dourados. Curioso!
Mas, será que ele seria assim mesmo? Ao meu ver, não. Não seria.
Alguns cientistas também discordam disso.
Assim, entra em cena a antropologia forense.
Cientistas forenses britânicos aliados a arqueólogos israelenses conseguiram
reconstituir a possível aparência de Jesus, caso ele tivesse existido.
Para isso, foi chamado um “médico artista”, chamado Richard Neave, professor
aposentado da Universidade de Manchester, que foi responsável por reconstituir
a provável aparência de Felipe II da Macedônia e o Rei Midas de Frígia.
Assim, senhoras e senhores, termino este artigo com a mais provável aparência
que Jesus, filho de José, nascido em Belém, morador de Nazaré, suposto filho
de Deus, fazedor de milagres e macumbeiro palestino:
Como os bons chineses dizem: Uma imagem vale mais que mil palavras.

TÁCITO
Públio Caio Cornélio Tácito nasceu no ano 55 E.C. e morreu em 120 E.C.
Foi historiador romano, questor, pretor, cônsul e procônsul da Ásia, além de um
grande orador.
Ufa! O cara foi tudo. Se dessem oportunidade, ele teria sido até mesmo
imperador.
Ele é considerado um dos maiores historiadores da Antiguidade.
Suas obras principais foram “Anais” e “Histórias”, que tinham por tema,
respectivamente, a história do Império Romano no primeiro século, desde a
chegada ao poder do imperador Tibério até à morte de Nero e da morte de Nero
à de Domiciano.
A obra de Tácito passou por altos e baixos. Considerando que o declínio da
literatura latina no final do século II causou um certo “esquecimento” a respeito
do autor e sua obra, autor este que acaba sendo redescoberto apenas na
Antiguidade Tardia, quando o grego Amiano Marcelino se inspirou nele para
escrever uma história da sua própria época no idioma latino.
No começo da Idade Média, sua obra voltou a cair no esquecimento, para só
readquirir notoriedade durante a Renascença, que marcou o fim dessa Era.
Assim, em consequência destas idas e vindas, os textos maiores de Tácito
chegaram muito fragmentados, de forma tal que os “Anais”, tais como podemos
lê-los hoje, contém apenas a descrição de parte do reinado de Tibério – a
descrição do reinado de Calígula estando totalmente perdida – parte do de
Cláudio, e a maior parte do de Nero – estando também perdida a conclusão da
obra. Quanto às “Histórias”, seu texto preservado contém basicamente a
narrativa da guerra civil do ano 69 E.C., que levou à ascensão do amiguinho de
Josefo, Vespasiano, ao trono imperial.
Não se pode precisar se o que restou é relato fidedigno, mediante o texto original
de Tácito.
E não precisa ter carteirinha de cético para duvidar da autenticidade total dos
relatos que sobreviveram até os dias de hoje.
Nos “Anais”, há outra passagem curta que fala de “Christus” como sendo o
fundador de um partido chamado “os cristãos” – um grupo de pessoas “que
foram anatemizadas por seus crimes”.
(Leia aqui). Estas palavras aparecem no relato de Tácito sobre o Incêndio de
Roma. A evidência para esta passagem não é muito mais forte que para as
passagens de Josefo.
Não foi citado por qualquer escritor antes do século XV; e quando foi citado,
havia só uma (sim, UMA) cópia dos “Anais” no mundo; e era suposto que aquela
cópia tinha sido feita no oitavo século – seiscentos anos depois da morte de
Tácito!
Os “Anais” foram publicados entre 115 e 117 E.C., quase um século depois do
tempo de Jesus – assim a passagem, mesmo que fosse genuína, não provaria
nada de nada sobre Jesus.
“Nero, sem armar grande ruído, submeteu a processos e a penas extraordinárias
aos que o vulgo chamava de cristãos, por causa do ódio que sentiam por suas
atrapalhadas.

O autor fora Cristo, a quem, no reinado de Tibério, Pôncio Pilatos supliciara.


Apenas reprimida essa perniciosa superstição, fez novamente das suas, não só
na Judéia, de onde proviera todo o mal, senão na própria Roma, para onde de
confluíram de todos os pontos os sectários, fazendo coisas as mais audazes e
vergonhosas.

Pela confissão dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de incendiários
professando um ódio mortal ao gênero humano”.
Como podem observar, Tácito não afirma que houve um Jesus Milagreiro na
Palestina. Ele fala de um arrastão de seguidores de Cristo (esse “Cristo” não é
um nome próprio e sim um título).

Alega o texto que Nero promoveu uma espécie de pogrom, culpando os cristãos
pelo incêndio de Roma, ocorrido em 18 de julho do ano 64 E.C
.
O mais interessante é que não havia "cristãos" lá nessa época.

Os seguidores de Jesus se davam muitas denominações, mas nenhuma era


"cristãos".

Os primeiros seguidores de Cristo se chamavam "santos", "irmãos", "Irmãos do


Senhor", "Irmãos em Cristo" etc.,

como pode-se ver nas epístolas paulinas. Havia um sem-número de diferentes


denominações, cada uma com uma teologia própria, como ebionitas,
marcionitas, adocetistas etc.

"Cristão" é uma denominação, historicamente falando, bem recente.

Examinando mais detidamente, vemos coisas bizarras nos textos mais antigos,
já que não havia menção de "cristãos" (coisa que eu demonstrei não ser
possível), mas de crestinianos.

O dr Erik Zara submeteu o pergaminho a análises e os resultados foram que o


texto foi adulterado, de "crestinianos" para "cristãos".

Vocês podem ler o seu trabalho num artigo em PDF.

O texto de Cornélio Tácito, mesmo que seja levado em consideração, afirma


unicamente a existência de cristãos, membros seguidores do que ele chama
literalmente de “perniciosa superstição”.
Logo, mesmo que Tácito tenha se referido a Jesus, ele não acreditou que o
talzinho era filho de deus nenhum.
Superstição é superstição, e não passa de algo semelhante ao culto a um trevo
de quatro folhas ou dar sete pulinhos sobre as ondas na virada do ano.
Afirmar uma existência de Jesus Cristo com base na existência de cristãos é a
mesma coisa que dizer que Vishnu, Brahma e Shiva existem pois existem muitos
hindus no mundo.
Isso serve como argumento para provar que os orixás africanos, deuses maias,
divindades persas, youkais japoneses e toda a imensa gama de seres
sobrenaturais e supranaturais de todas as religiões do mundo também existem.
Logo, todos os deuses romanos mencionados pelo próprio Tácito também
existem e, segundo o próprio texto, ESTES são os deuses verdadeiros e o
cristianismo não passa de superstição.
No referido texto, Tácito concluiu que eles, os cristãos, não passaram de
terroristas que odiavam Roma.
Um argumento bem semelhante ao que se fala dos Palestinos nos dias de hoje.
Tanto a “verdade” na qual os Palestinos se baseiam, quanto à “verdade” dos
arruaceiros descritos por Tácito não são muito diferentes dos contos da
carochinha.
O que Tácito falou a respeito de Jesus ou, como ele mesmo disse, Christus?
Nada.
Portanto, como dizer que este texto é um relato extrabíblico que prova a
historicidade de Jesus?

THALLUS (TALO)
O que se sabe ao certo sobre Thallus (ou Talo, aportuguesada mente)? Nada.
Thallus, segundo consta por aí (e apenas em sites apologéticos) era um
historiador da Samária (por isso era samaritano), nascido em algum lugar no
tempo nos idos do primeiro século da Era Comum.
Supostamente, ele teria escrito em grego koiné,
mas há um problema sobre isso: ninguém tem manuscrito nenhum dele.
Nenhunzinho sequer.
A única coisa que sobreviveu dele (e supondo que ele realmente tenha existido
ou escrito algo) é mediante a relatos de terceiros.
Principalmente, seus trabalhos (??) são trazidos por Eusébio (sim, o mesmo
Eusébio que trouxe aquele texto mais do questionável de Josefo), Júlio Africano
e Teófilo, bispo de Antióquia.
Para termos uma boa noção de como eram os relatos, Teófilo escreveu em 180
E.C. que Talo mencionou em seus trabalhos que Belos, rei dos Assírios, se aliou
ao titã Cronos contra o levante de Zeus. (não, você não está lendo errado. Isso é
mencionado na obra Ad Autolycum – em PDF). Talo merece crédito?
Enquanto isso, Júlio Africano (ou Sextvs Ivlivs Africanvs, no bom latim) foi
historiador nascido em 160 e falecido em 240 E.C.
Ele foi um escritor tão influente que até mesmo Eusébio (sim, aquele Eusébio)
inspirou-se nele.
Em sua obra História do Mundo, Júlio Africano traz um texto atribuído a Thallus
no qual é dito:
Talo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história [perdidas], explica essa
escuridão como um eclipse do Sol — o que me parece ilógico (é claro que é
ilógico, pois um eclipse solar não poderia acontecer em época de lua cheia, e foi
na época da lua cheia da Páscoa que Cristo morreu).
Apenas a parte em azul é observação minha.
Notamos aqui que o próprio Júlio Africano não dá muita credibilidade ao relato
Thallus, e ele tinha um excelente motivo para isso:
Ninguém podia ter visto nenhum eclipse total na Palestina na referida época,
porque simplesmente não houve nenhum.
Pesquisando no site da NASA, vemos que só houve 58 eclipses totais.
Se plotarmos as informações num mapa múndi, vemos em quais regiões eles
ocorreram.
AQUI vocês podem ver onde eclipses ocorreram entre o ano 20 e o ano 40 da
Era Comum.
Prestem maior atenção à região da Palestina.
AQUI vocês podem ver o mapa da Palestina nos tempos de Jesus.
Sabendo que ele estava na Galileia e que a faixa azul indicativa de um eclipse
solar total NÃO PASSA por ela, temos um sério problema e Júlio africano
observou bem isso.
Thallus, então, errou de forma absurda.
Thallus não estava no local, portanto, o relato dele é um relato secundário.
Ele escreveu, supostamente, nos idos do ano 55 E.C. e seria contemporâneo de
Saulo de Tarso.
Curioso que Saulo de Tarso não viu ou soube de eclipse nenhum.
A bem da verdade, Saulo sequer soube de qualquer coisa da vida terrena de
Jesus.
Será que ninguém vê algo estranho nisso? Somente Mateus menciona o
escurecimento e ressuscitação dos "santos" que invadiram a cidade.
Mais ninguém.
O evangelho segundo Mateus foi escrito em cerca do ano 80 E.C.
O autor do Evangelho de Marcos escreveu lá pelo ano 70 E.C. e não disse nada.
Curiosamente, Júlio Africano menciona este eclipse dito por Thallus já em fins
do século II, início do século III.
Se Thallus viu algum eclipse, este aconteceu no ano 29 E.C. Júlio Africano não
acreditou muito nele, mas houve outro historiador que escreveu sobre estas
"trevas": Flégon.

FLÉGON ou FLÉGÃO (PHLEGON)


Flégon de Trales nasceu… em Trales, que ficava no que hoje é a Turquia. Não
se sabe direito quando ele nasceu, mas com certeza foi no século II da Era
Comum.
Sua principal obra é Olimpíadas, um compêndio histórico em dezesseis
volumes, tratando da história dos Jogos Olímpicos desde sua origem até o ano
de 137 E.C. Que mais que se sabe dele? Nada muito mais que isso.
Segundo relatos de segunda mão, Flégon teria escrito sobre um eclipse ocorrido
na Palestina do século I. Sabem quem relatou isso? Júlio Africano e, de modo
terciário, Eusébio de Cesareia.
Isso é interessante para você? pois mais interessante é saber como Júlio
Africano narrou isso:
Na verdade, que assim seja.
Deixe a ideia de que isso aconteceu aproveitar e levar para longe da multidão, e
deixe o prodígio cósmico ser contado como um eclipse do Sol de acordo com sua
aparência.
Relatos de Flégon que no tempo de Tibério César — durante a lua cheia — um
eclipse total do Sol aconteceu, desde a hora sexta até a nona.
Claramente este é o nosso eclipse! O que é comum sobre um terremoto, um
eclipse, rochas dilaceradas, um aumento dos mortos, e tal movimento enorme
cósmica?
No mínimo, durante um longo período, nenhum destes eventos é lembrado.
Mas era uma escuridão enviada por Deus.
Júlio Africano está descaradamente de sacanagem! O texto é claro em
demonstrar as intenções do autor: não é um relato histórico e sim uma apologia
cristã! E mal feita, diga-se de passagem.
No relato de Thallus, o eclipse "parece ilógico".
No relato de Flégon é genuíno e uma obra divina.
Curiosamente, ele confessa que ninguém se lembra de noites densas em pleno
dia, terremotos e mortos ressuscitando.
Não há uma única evidência documental, arqueológica ou histórica que tenha
paralelo com isso.
Não, nadinha. Temos Eusébio citando Júlio Africano, que cita Flégon e Thallus,
mas Júlio se contradiz.
Qual a probabilidade de o relato ser verdadeiro? Alta se tivermos relatos
independentes, mas não há nenhum.
Gaius Plinius Secundus – também chamado de Plínio, o Velho – escreveu
Naturalis História, onde descreve muito da história natural de sua época (ele
viveu entre 29 e 79 E.C.), mas não escreveu uma linha sobre aquele eclipse
mágico.
Nas palavras de Eusébio:
Jesus Cristo sofreu a sua paixão no ano 18 de Tibério [32 E.C.].
Também nessa época, em outro compêndio grego encontramos um evento
registrado com estas palavras: "o Sol foi eclipsado, Bitínia foi atingida por um
terremoto, e na cidade de Nicéia, muitos prédios caíram."
Todas estas coisas aconteceram para ocorrer durante a Paixão do Senhor.
Na verdade, Flégon escreveu mais sobre esses eventos em seu livro 13 [das
Olimpíadas], dizendo isto: "Agora, no quarto ano da Olimpíada 202 [32 E.C.],
um grande eclipse do sol ocorreu em a hora sexta [meio-dia], que superou todos
os outros antes dele, transformando o dia em trevas tal da noite que as estrelas
podiam ser vistas no céu, e a terra se moveu na Bitínia, derrubando muitos
edifícios na cidade de Nicéia. "
Alguém tem aí algum relato paralelo? Não, não temos.
Temos alguma evidência geológica ou arqueológica? Não, não temos.
Por que dar credibilidade a isso? Por que corrobora com a Bíblia? Isso pode soar
honesto aos apologistas cristãos, mas em nenhum tribunal seria aceito.
Se bem que com suborno consegue-se qualquer coisa hoje em dia…

MARA BAR SERAPION (MARA BAR SERAPIÃO)


Quem é Mara Bar Serapion? Ao contrário do que se pode dizer a resposta é:
Ninguém sabe ao certo. O que se costuma espalhar por aí é que Mara Bar
Serapion era filho de alguém chamado Serapion (ou Serapião) — partícula "Bar"
significa "filho de" e é daí que vem o termo bar mitzvah (no caso "filho da Lei").
–, tendo sido um filósofo estoico nascido na Síria.
Alega-se ainda que ele era "amplamente conhecido em função de uma carta que
teria escrito a seu filho", de acordo com Robert E. Voorst. Foi tão conhecido que
pouca gente ouviu falar dele.
Ainda com respeito a esta carta, diz-se que é uma das primeiras referências não
judaica e não-cristã sobre Jesus, mas é estranho que ninguém fez referência a
este documento, que só foi publicado pela primeira vez no século XIX por Willian
Cureton, que acreditava que Mara Bar-Serapião era cristão sofrendo
perseguição, opinião que os mais recentes acadêmicos rejeitam veementemente.
Obviamente, um documento ser apresentado com ineditismo não é algo
impossível, mas é estranho que não haja uma única menção a esta carta ou ao
seu autor por nenhuma fonte encontrada até agora.
Temos, então, uma carta publicada apenas no século XIX e que não estava
sozinha.
Estava num códex chamado Spicilegium syriacum e estava escrito em siríaco,
juntamente com um texto de Melito, bispo da cidade de Sardis, e de Bardesan,
um gnóstico assírio fundador da seita dos bardesanitas.
Só que muito pouca gente se dedicou a este texto ou ao códex como um todo.
Mas, o que significa estar num códex? A resposta é simples: antigamente
escrevia-se em pergaminho (tirado de pele de ovelha e não era muito barato),
mas a encadernação só apareceu muito depois.
Eles eram colocados em rolos e envoltos com uma capa de couro, sendo comum
agrupar textos e manuscritos em um único rolo, de forma que não se perdesse
nenhum deles e poupar espaço.
Que diabos aquela carta estava fazendo ali, já que o foco dela era uma espécie
de mensagem motivacional para o filho de Bar-Serapion?
Estava junto para não ser perdida, mas é estranho que não haja outros textos
de Bar-Serapion. Estranho, mas não incomum.
99% das peças de Sófocles estão perdidas, assim como as obras de Aristarco
entre outros sábios gregos.
Assim, o dono original da carta de Bar-Serapion (muito possivelmente seu filho,
a quem a carta era destinada) só deu importância a este documento do referido
autor. Só este e mais nenhum, e nem sabemos direito quando foi que o original
dela foi escrito, já que o manuscrito do referido códex tem a sua data em torno
do segundo século da Era Comum, apesar de alegarem que a data original da
carta de BarSerapion é de cerca de 73 E.C., pouquíssimo depois do primeiro
evangelho (Marcos) ter sido publicado.
Entretanto, no livro Centres of learning: learning and location in pre-modern
Europe and the Near East, de Jan Willem Drivers e Alasdair A.

MacDonald, é dito na sua página 50:


Não sabemos nada sobre a aprendizagem e educação em Edessa, em tempos
pré-cristãos.
Deve, entretanto, ter havido escolas e professores, pelo menos, para a sociedade
de classe superior e para os comerciantes, uma vez que Edessa era uma cidade
importante ao longo da rota da seda para a Ásia e China.
Os primeiros produtos literários escritos em siríaco datando por volta do
segundo século da E.C., ponto além disso a uma tradição de alfabetização de
longa data na área de Edessa, em que nada está preservado.
Obviamente, Mara Bar-Serapion não devia ser pobre, já que apenas os mais
abastados tinham acesso à educação e alguns autores situam seu filho, também
chamado de Serapião, como sendo o patriarca de Antióquia, o que estaria em
perfeito acordo, já que este Serapião – bem documentado por Eusébio e
Jerônimo (que muito mais tarde foi canonizado) – esteve no patriarcado entre
191 e 211 E.C.
F. F. Bruce admitiu que a ideia que Bar-Serapion escrevera em 73 E.C. era
incerta e que o texto poderia ser depois dessa data (não antes), mas ele mesmo
admite que não sabia de quanto tempo depois é este documento.
Fica a pergunta no ar: QUANDO e POR QUEM esta carta foi escrita?
A única resposta honesta a ser dada é: ninguém sabe.
Depois disso, resta analisar o que a carta traz de tão revelador sobre a existência
de Jesus:
Que vantagem os atenienses ganharam ao condenar Sócrates à morte?
A fome e a praga vieram sobre eles como um julgamento por seus crimes1.
Que vantagem que os homens de Samos ganharam com a queima de Pitágoras?
Em um momento a sua terra estava coberta de areia3.
Que vantagem que os judeus ganharem com a execução de seu sábio rei? Foi
apenas depois disso que seu reino foi abolido.
Deus vingou justamente esses três homens sábios: os atenienses morreram de
fome, o povo de Samos ficou impressionado com o mar, os judeus, arruinados
e expulsos de suas terras, vivem em completa dispersão.
Mas Sócrates não morreu para o bem, ele viveu no ensino de Platão.
Pitágoras não morreu para o bem, ele sobrevive na Estátua de Hera.
Nem o sábio rei morreu para o bem, ele viveu no ensino que ele tinha dado.

Vamos relatar os erros:


Que fome e pragas Atenas sofreu por ter matado Sócrates que, segundo se sabe,
foi condenado à morte em 399 A.E.C.?
Pitágoras foi morto na fogueira DESDE QUANDO? Que eu saiba, gregos
queimavam os mortos, já mortos e devidamente mortos, mas como parte de seu
ritual fúnebre. Pitágoras morreu em Metaponto em aproximadamente 497
A.E.C, e não foi muito novinho, não.
Sua seita foi considerada fora-da-lei, mas seus membros mantiveram entre si
as suas práticas religiosas e atividades científicas.
Sobre o destino do próprio Pitágoras, existem histórias variadas.
Alguns dizem que ele morreu no templo com seus discípulos, outros que ele
fugiu, primeiro para Tarento, e que, sendo expulsos de lá, ele fugiu para
Metaponto, e passou fome até morrer.
Mas com certeza não foi queimado que ele morreu.
Levando em conta que o povo de Samos não teve nada a ver com a morte de
Pitágoras, seja assassinado, de fome ou por causa de um marido ciumento, eles
não sofreram nada, mesmo porque, não se tem notícia de Samos ter sido
"coberto de areia".
Deliciosa esta parte por ser de um total prova que quem escreveu isso não leu
os Evangelhos, pois eles depõem contra isso.
Vejamos mais detidamente:
Marcos 15:2 — E Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos Judeus? E ele [Jesus],
respondendo, disse-lhe: Tu o dizes.
Mateus 27:11 — E foi Jesus apresentado ao presidente, e o presidente o
interrogou, dizendo: És tu o Rei dos Judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o dizes.
João 18:33-37 — Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a
Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso
de ti mesmo, ou disseram-te outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura sou
eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim.
Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino
fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue
aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu
és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso
vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da
verdade ouve a minha voz.
Bom, Mateus e Marcos deixam claro que Jesus não responde a Pilatos.
Só diz "Tu o dizes", como se Pilatos fosse o único a dizer que Jesus era rei, não
ele.
Em João, Jesus diz que o reino dele não é deste mundo; portanto, Israel não é
o reino dele, e que ele só veio cumprir a missão de dar testemunho da Verdade.
Outro ponto interessante é que os judeus não mataram ninguém.
Judeus não davam um "A" sem consultar Roma. ROMA era quem mandava ali.
Se Pilatos não quisesse, o pessoal do Sinédrio ficaria estrebuchando o quanto
quisesse que nada aconteceria e duvido muito que haveria algum tipo de revolta
judaica por causa de Jesus.
Os romanos eram o poder constituído ali e não seria Herodes quem se importaria
se um galileu tosco vivia ou morria, pois não houve sedição alguma, ninguém
se levantou contra Roma (pelo contrário: Jesus, de acordo com o relato
evangélico, disse que o povo tinha sim que pagar os tributos a Roma, pois "daí
a César o que é de César").
Assim, do que diabos Mara Bar Serapion estavam falando? E que diabos Bar-
Serapion quis dizer com Pitágoras vivendo na Estátua de Hera? Qual é o sentido
de tudo isso, se é que algo pode fazer sentido aí?
O que acontece é que o texto não é original, estava amontoado com outros
manuscritos, duvida-se da autenticidade de seu autor, não se sabe quando o
original foi escrito e, como demonstrado, foi escrito por alguém totalmente
ignorante em História, já que não houve nenhuma praga digna de nota em
Atenas, Pitágoras não foi queimado vivo, Samos não foi coberta de areia e se o
povo judeu foi dispersado da Judeia não foi por causa de Jesus (já que a
dispersão ocorreu décadas depois da morte de Jesus, mediante os evangelhos),
que era ignorado pelos judeus e sim por causa destes terem se rebelado contra
Roma, em especial Simão Bar Kochba.

Se houve algum "sábio rei" entre os judeus, Bar-Kochba estaria mais em ter
este título que Jesus, e Bar Kochba realmente foi assassinado, mas não pelos
judeus.
Para finalizar, uma coisinha interessante: Melito, autor de um dos textos
encontrados no Spicilegium syriacum foi autor de uma das homilias mais
eloquentes do século II, segundo as palavras de Bart Ehrman, conforme é dito
em seu livro "Evangelhos Perdidos" (página 221).
Segundo Ehrman, Melito viveu na cidade de Sardes, Ásia Menor, e cujo texto
descrevia a Páscoa descrita no livro de Êxodo como sendo tipicamente figurativa.
Para Melito, Jesus era o cordeiro pascal, rejeitado e sacrificado pelo seu próprio
povo.
Para Melito, Jesus não era bem o filho de Deus, mas "O" Deus e isso implicava
numa culpa terrível para o povo de Israel, já que este matara o seu próprio Deus
e os judeus que ainda rejeitam Jesus são culpáveis por este ato hediondo.
JUSTINO MÁRTIR
Por algum motivo que eu não entendo (ou até que entendo de certa forma), os
apologistas possuem uma adoração pela figura de Justino Mártir. Há esta
relação de sofrimento e morte por causa de uma fé.
Mas o que isso prova? Existem mártires e toda religião, pois loucura não é algo
inerente apenas ao cristianismo.
Se tem gente que se indispõe com os ídolos, ao ponto de prossegui-los, se tem
gente que tatua o corpo, se mutila e se propõe a viver uma vida que não é sua,
só porque seu ídolo do Rock é radical, o que dizemos quando colocamos o
fenômeno religioso em cima? Desde o Heaven’s Gate, o Verdade Suprema e os
fanáticos islâmicos, gente idiota se matando e resolvendo sofrer por algo não
prova nada, e se prova, então todas as religiões estão certas e provam que seu
deus particular existe.
Mas se todos esses deuses existem, então o deus judaico-cristão não é o único
e, portanto, temos um sério problema teológico.
Resta-nos apenas a observação um tanto irônica de Joseph Campbell, que
disse "mito é como chamamos a religião dos outros".
Flavivs Ivstinvs, Flávio Justino ou Justino, o Mártir era um apologista cristão
do século II, nascido em Flávia Neápolis, no que hoje é a atual Cisjordânia.
É um dos maiores ícones do cristianismo, tendo dedicando-se a escrever para
comunidades que rejeitavam o Cristianismo, tentando defender sua religião a
todo custo, dizendo que cristãos não eram contra nenhuma estabilidade social
(o que não era bem verdade), nem uma grave ameaça ao decoro. Justino
recorreu, então aos próprios evangelhos para provar isso, naquela velha tática
de provar a Bíblia com a própria Bíblia.
Para Justino, os cristãos eram a única representação do verdadeiro Deus.
Justino sempre faz referência às "memórias dos apóstolos" — o que seria os
evangelhos — mas sem dizer que eles eram. Justino escreveu tanta besteira em
seus escritos apologéticos que fica difícil achar que ele sequer tenha lido
realmente os evangelhos; e considerando que ele nasceu no ano 103 e morreu
no ano 165 E.C., tenho para mim que pelo menos o Evangelho Segundo João
não passou por seus olhos.

Mas, se passou — e realmente tenha lido qualquer um dos 4 evangelhos ou


todos eles — Justino não agiu com muita boa fé, pelo que explicarei agora.

Para Justino, Jesus era Deus.


Ok, nada de anormal nisso (embora também não prove que Jesus realmente o
era). As complicações começam ao examinar a obra mais detidamente.
Em seu Diálogo com Trifão, é dito: "Dizia-se [Jesus] portanto, filho do homem,
seja em razão de seu nascimento de uma Virgem que, como assinalei, era da
raça de Davi, de Jacó, de Isaac e de Abraão, etc.…"
Primeiro, temos aquele velho problema de forçar as passagens.
As profecias messiânicas não falam que o Messias viria de uma virgem (betulah)
e sim de uma mulher jovem (almah).
Outro problema MUITO sério é dizer que Maria era da tribo de Davi.
Isso mostra as reais intenções do autor: forçar que Jesus cumpra as profecias
messiânicas, já que o Messias seria da casa de Davi.
Jesus não era filho de José, logo, pouco importava de quem José era filho.
Assim, Justino tenta passar a ideia que a descendência vem por parte de Maria,
o que é errado por dois motivos.
Primeiro, a descendência é patriarcal, e não matriarcal.
Maria podia ser filha do próprio Davi, não faria a menor diferença.
A linhagem ainda assim seria contada a partir do pai.
Em segundo lugar, Maria NÃO ERA da tribo de Davi. Maria era levita, mediante
o próprio evangelho de Lucas, capítulo 1.
Lá é dito textualmente que José é descendente de Davi, mas que Maria era prima
de Isabel, que foi chamada de "uma das filhas de Arão". Arão era da tribo de
Levi, logo, Isabel era levita e Maria vem a ser descendente de Davi COMO?
Justino era tão insano (ou burro) que chegou a dizer no capítulo 31 da sua
Apologia que o rei egípcio Ptolomeu II era contemporâneo de Herodes e relata
em detalhes o contato dos dois! Para quem não sabe História, beleza, isso deve
ter sido um encontro emocionante…
se um dos dois tivesse uma máquina do tempo.
Ptolomeu II Filadelfo nasceu em 309 ANTES DA ERA COMUM! Eu nem preciso
dizer quando ele morreu, mas com certeza não foi no tempo de Herodes e nem
de Herodes Antipas. Como se pode dar crédito a um maluco como Justino?
Analisando o texto de Justino, chega a dar vergonha o total desconhecimento
dele sobre as práticas correntes de tortura, provando que ele sequer pesquisou
o tema e apenas repassou a mensagem, que nem fazem com os arquivos
PowerPoint de hoje.
Segue o texto de sua Apologia:
‘transpassaram meus pés e mãos’ são uma descrição dos cravos que prenderam
suas mãos e pés na cruz; e depois de o crucificarem, aqueles que o crucificaram
sortearam suas roupas e dividiram-nas entre si.
E se tais coisas assim aconteceram, poderás verificar nos ‘Atos’ que foram
escritos no governo de Pôncio Pilatos.
O trecho "transpassaram os pés e as mãos" jamais poderia estar em qualquer
documento oficial de Roma, já que os romanos conheciam muito bem anatomia
humana.

Conheciam bem para que pudessem dar castigos bem severos sem que o pobre
coitado morresse logo.
É por causa disso que davam vinagre e não água para o condenado crucificado
beber.

Se dessem água, o desequilíbrio de eletrólitos acarretaria num choque fatal e a


pessoa morreria logo e o objetivo da crucificação era simplesmente tortura e
demonstração de força perante qualquer um que ousasse desafiar os poderes
supremos do império romano.

A crucificação era realizada pregando, não a mão, mas o pulso, no que é


chamado Espaço de Destot.
No livro Paixão de Cristo segundo o cirurgião, de Pierre Barbet, vemos uma
clara explicação sobre isso.
Como podem os romanos ignorarem seus próprios métodos punitivos?
Por que uma execução costumeira e sem maiores interesses para Roma seria
reportado em um documento oficial dirigido à sede do Império Romano?
E como Justino teve acesso a estes documentos militares?
Pedindo num cartório, mediante assinatura em triplicada e apresentando RG,
CPF, Título de Eleitor e BO tirado numa delegacia? E o que é este Atos de Pilatos,
senão um relato apócrifo e pseudoepígrafo?
O trecho da Apologia que diz:
No dia dito do Sol todos se reúnem no mesmo lugar, quer habitem nas cidades,
quer nos campos; são lidas as memórias dos apóstolos ou os escritos dos
profetas, segundo o tempo disponível.
Quando o leitor termina, presidente da assembleia, com um discurso, nos
convida e exorta à imitação daqueles belos exemplos
Muito legal. O que isso prova? Prova que havia cultos cristãos, da mesma
maneira que hieróglifos provam que havia rituais religiosos no Egito Antigo.
Se o texto de Justino prova que Jesus existiu, então os hieróglifos provam que
Rá, Bastet, Maat etc. também existiram, existem e merecem a nossa fé.
O texto de Justino é apenas uma defesa desesperada de sua fé.
Mais nada. Uma fé tão insana que ele acaba sendo martirizado e ido feliz e
contente para sua execução, e os religiosos atuais acham isso lindo.
Lindo, mas ninguém quer defender sua fé dessa maneira.
Não que isso seja algo que uma pessoa normal faria, mas se é tão normal a
ponto de não querer morrer pela sua fé, porque defender um louco, insano,
ignorante e totalmente desonesto com os textos do livro sagrado de sua religião?
TERTULIANO, ORÍGENES e Cia Ltda.
Como podem levar Tertuliano e Orígenes em consideração? Dois apologistas
cristãos que baseavam seus textos nos evangelhos e com muitas incongruências
também. Orígenes travou uma série de debates (por carta, como era comum
naquele tempo) com Celso.
Demos sorte de ter tudo o que Celso escreveu graças ao próprio Orígenes em
sua obra Contra Celso, mas não parece que ele se saiu melhor.
Uma das melhores tiradas de Celso é o sarcasmo de demonstrar a peculiar
referência entre Jesus ser um carpinteiro (ou artesão, mediante o texto em
grego) e acabar sendo pregado num pedaço de madeira.
Na obra Apologia, volume 2, Tertuliano nos brinda com:
Portanto, naqueles dias em que o nome cristão começou a se tornar conhecido
no mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido informações sobre a verdade da
divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado, tendo já se decidido a
favor de Cristo.

O Senado, por não haver dado ele próprio a aprovação, rejeitou a proposta.
César manteve sua opinião, fazendo ameaças contra todos os acusadores dos
cristãos.

E muitos cristãos apologéticos usam este trecho para provar que Jesus existiu…
e falham miseravelmente! A única coisa que este trecho prova é que, no máximo,
havia gente que seguia Cristo.
Porque ao que se sabe, Tibério nunca soube (ou se soube, não se importou) que
houvesse um pregador nazareno itinerante pelas bandas da Galileia.
Ninguém se importava com a Galileia, que não tinha expressão nenhuma no
mundo antigo.
No máximo, Roma estava preocupada se eles pagavam os tributos, além de
manter um pessoal lá para garantir o movimento de tropas, mas há um silêncio
se realmente tinha tropas instaladas lá na época de Jesus.
Com o sistema de estradas de Roma e o alto treinamento de seus soldados, as
tropas podiam se movimentar mais rapidamente que qualquer exército de seu
tempo.
Tibério não fez nenhuma proposta ao Senado e não há nenhum texto romano
de sua época que confirme isso.
Ademais, o termo "cristão" ainda sequer era usado, conforme disse mais pro
início deste artigo.
O TALMUDE
Este texto chamado de Talmude Babilônio é uma obra imensa e é a única obra
mencionada como sendo a única fonte hebraica sobre Jesus. Infelizmente, é
outra obra que pouco faz além de confundir do que lançar luz sobre a questão.
Aliás, se formos examinar detidamente o Tratado Sanhedrin 43a, teremos muito
mais motivos de duvidar da existência de Jesus do que provar que ele é uma
figura histórica.
Este texto estuda as normas de execução de pena capital para crimes de
Idolatria, e os cristãos apologéticos declaram que neste tratado é citado a
condenação de Jesus!
Entretanto, há uma certa questãozinha que deve ser trazido à baila: Jesus não
é um nome tão difícil assim.
E mesmo que seja específico para o Jesus dos evangelhos, temos o problema
IMENSO na passagem:
Na véspera da Páscoa Yeshu foi enforcado. 40 dias antes da execução ocorrer,
um arauto saiu e gritou: "Ele está saindo para ser apedrejado, porque ele
praticou bruxaria e seduziu Israel à apostasia.
Qualquer um de vocês que pode dizer algo em seu favor, venha para a frente e
pleiteie em seu nome." Mas uma vez que nada foi trazido em seu favor, ele
[Yeshu] foi enforcado na véspera da Páscoa! – Ulla retrucou: Você acha que ele
era aquele para quem a defesa poderia ser feita? Não era ele um "Mesith"
[aliciador], a respeito dele diz a Escritura, embora nada te poupará, nem terás
de escondê-lo?
Com Yeshua, no entanto, foi diferente, pois ele estava ligado com o governo para
a realeza [ou seja, influência].
Nossos rabinos ensinaram: Yeshu tinha cinco discípulos, Matthai, Nakai, Avnei,
Buni e Todah.
Querem que o Talmude seja prova que Jesus existiu? Então temos que
considerar que ele foi amarrado por 40 dias durante a Páscoa, foi apedrejado e
executado por enforcamento 40 dias DEPOIS da Páscoa.
Isso somado que ele tinha ligações com o governo instituído e tinha apenas 5
discípulos.
Vocês realmente esperam que este texto prove a existência de Jesus de Nazaré,
conforme é dito nos evangelhos?
OUTROS AUTORES
É muito difícil, para não dizer impossível, defender que há relatos paralelos da
vida de Jesus.
O que temos são extrapolações, fraudes e apenas rituais de fé. Mencionar Philo
Judaeus, ou Filo o Judeu, Justo Tiberíades, Plínio, o Jovem, Luciano de
Samosata entre outros não adianta.
Eles não escreveram sobre Jesus.
Escreveram sobre a existência de cristãos.
Novamente, pouco prova, já que Caio Júlio César venerava os deuses romanos.
Se Júlio César venerava Ceres, Juno, Júpiter etc., estes deuses são reais?
Apelam então para o texto de Suetônio, em que menciona Chrestus.
Só que "Chrestus" é nome próprio. "Cristo" é título, como Justino Mártir
("mártir" não era sobrenome dele).
Numa obra referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (Vita Claudii,
XXV), Suetônio afirma que este “expulsou de Roma os judeus, que, sob o
impulso de Chrestus (Chrestus e não Cristo. Uma coisa é uma coisa. outra
coisa é…), se haviam tornado causa frequente de tumultos”.
Só que Jesus nunca pisou os pés em Roma, segundo o relato evangélico.
O silêncio histórico continua.
A história em que Abgar V, rei de Edessa, escrevera uma carta para Jesus,
convidando-o a ir até lá, com recusa do Nazareno não merece crédito.
Muito dificilmente Jesus sabia ler e escrever. A lenda ainda diz que ao declinar
a oferta, Jesus fez uma impressão de seu rosto num pedaço de tecido.
Qual é o fundamento para isso? Nenhum, como sempre. Assim são as lendas.
Eusébio bem que tentou passar o mito que Jesus escrevera para o rei Abgar,
mas ninguém levou muito a sério, pois não há relatos paralelos.
Como sabemos que Júlio César, Platão, Sócrates e Alexandre da Macedônia
existiram? Porque temos evidências, temos provas, temos documentos de
diversos autores, onde um não contradiz o outro.
Não sabemos se REALMENTE Júlio César cruzou o Rubicão.
Nem se sabe ONDE é este rio Rubicão, mas isso não é importante.
Temos estátuas, documentos, cartas etc. para provar que HOUVE um general
chamado Caio Júlio César, que deu um Golpe de Estado e se aliou ao Egito.
Temos provas egípcias que ele existiu, assim como temos provas romanas que
a rainha Cleópatra teve relações amorosas com ele e Marco Antônio.
Eu sei que Alexandre da Macedônia conquistou todo o Mundo Antigo. Há fontes
egípcias, persas, babilônias e até hindus.
Eu não sei se um falcão o guiou e a seus homens até o Egito, mas isso não
implica que suas táticas militares eram obra de fantasia.
Fidias pode não ter esculpido cada uma das estátuas que ele projetara, assim
como Bernini jamais o fizera.
Eles desenhavam, seus auxiliares executavam a tarefa.
Mas as estátuas estão lá, estão assinadas e há diversos relatos que comprovam
a autoria daquelas maravilhas.
Mas quando eu tenho um texto que fala de eclipses que não são provados e
ninguém viu em nenhuma outra parte do mundo, quando uma obra fala que
sábios de todas as partes do mundo vêm falar com um jovem rabino e este
maravilha a todos com sua cultura e inteligência, mas nenhuma única linha é
escrita sobre estes encontros maravilhosos, o que podemos fazer senão duvidar
disso? Josh McDowell diz em seu livro que as evidências exigem um veredicto.

Qual o veredicto a ser dado mediante o exame das “evidências” apresentadas,


senão FARSA? Pura e simples farsa.
Mas assim não teremos apologética, não teremos a defesa insana de algo por
pura fé, querendo arduamente convencer as pessoas que fatos sem nenhuma
comprovação são verdadeiros e que quem duvidar é que prove o contrário,
mostrando a ética e seriedade de um debate em que você pode demonstrar
seguidamente o porquê daquelas alegações não terem sentido, mas mesmo
assim o apologeta se recusará a aceitar e repassará aos quatro ventos a mesma
ladainha falsa que, em sua visão, prova que sua fé é bem diferente de alguém
que reza pro Sol ou coloca oferendas para entidades mágicas da floresta.
O exame das provas foi feito. As incongruências, descartadas.
Os relatos absurdos, jogados na lixeira.
As testemunhas tiveram a sua chance, mas só aquelas que eventualmente
existiram e não as peças de fantasia montadas num grande show de
ilusionismo.
Sim, o veredicto foi dado, queiram ou não.
Aceitem ou reclamem o quanto quiser, mas a verdade está aí, bem à sua frente.
A decisão é sua de aceitá-la ou criar uma verdade própria e repassá-la num
sem-número de sites ou debates em fóruns.
A edição de Chrestianos em Tácito reinvestigada por Erík Zara, Th.D. (rel.
expt), © 2009

Recentemente, houve uma discussão online sobre o manuscrito Cornelius


Tacitus M.II (o chamado segundo Medicean), que se encontra na biblioteca
Laurentiana, Biblioteca Medicina Laurenziana, na Itália, onde possui a
biblioteca número 68.2.
Este é o mais antigo manuscrito conhecido de Tácito e foi (provavelmente)
escrito no século 11, no mosteiro de Monte Cassino, a 80 milhas a sudeste de
Roma.
O M.II é por muitos estudiosos considerado como a fonte da qual todos os outros
MSS existentes dos Annales XI XVI e Historiae IV de Tacitus são derivados, (1)
e “se não foi copiado diretamente do que restou de um códice antigo em estilo
rústico maiúsculas, não pode ter havido muitos intermediários entre ele e aquele
arquétipo único” de acordo com Revilo P. Oliver. (2)
Nos Anais 15:44 (no fólio 38 r do manuscrito) o autor (provavelmente Tácito)
escreve sobre os cristãos sendo culpado e punido pelo grande incêndio em Roma
em 64 E.C.
O texto começa: «ergo abolendo rumori Nero subdidit reos et quaesitissimis
poenis adfecit quos per flagitia invisos vulgus Christianos appellabat. (3) Auctor
nominis eius Christus (4) …»
(na tradução: «, para se livrar do boato [que Nero ordenou o fogo], Nero prendeu
a culpa e infligiu as mais requintadas torturas a uma classe odiada por suas
abominações, chamados de cristãos pela população. Christus [isto é, Cristo], o
autor do nome ... »). Na margem, alguém escreveu “Christiani”, in littera
textualis, ao lado desta passagem.

Bolsa de estudos anterior

Christianos, da cópia de Enrico Rostagno do


fólio 38 r de M.II (Leiden 1902), linha 21. (5)

Alguns (como Richard Carrier, Ph.D.) recentemente (outono de 2008)


argumentaram que estudiosos anteriores como Harald Fuchs erraram, quando
afirmaram que a palavra Christianos (Cristãos) originalmente era escrita
Chrestianos (Chrestians), ou seja, com um “e” Em vez do agora presente “”. Essa
visão parece ser geralmente aceita e se repete nos livros didáticos. (6)
Não detalharei todos os argumentos a respeito do assunto, mas apenas
mencionarei alguns. Um argumento a favor da posição de Chrestianos tem sido
que o “ri” na palavra é escrito de uma maneira diferente do que a combinação
“ri” geralmente é, no manuscrito.
Contra isso, tem-se afirmado que o escriba apenas “errou” escrevendo “i” em um
estilo diferente em comparação com o que ele normalmente fazia após a letra
“r”. Georg Andresen descobriu em 1902 que há uma lacuna (incomum) entre o
"i" e o "s" na palavra, e que isso foi superado (na verdade, subdividido) por um
hífen, o que o levou a acreditar que o “i” foi corrigido de um “e” original.
De acordo com Andresen, o "bulbo" do "e" preencheu o espaço agora vazio. (7)
Outros, como Carrier, alegaram que o espaço não é tão incomum e que a letra,
portanto, não necessariamente foi alterada.

(1) Francis Newton, The Scriptorium and Library at Monte Cassino


10581105, 1999, p. 346.

(2) Revilo P Oliver, The Second Medicean Ms. and the Text of Tacitus, Illinois
Classical Studies 1, 1976, p. 191

(3) In Codex Leidensis BPL 16 B, appellat, in Jesus College MS 160


Crhistrianos appellabant, in Harley MS 2764 christianus appellabant.

(4) In the Wolfenbüttel MS Cod. Guelf. 118 Gud. lat. eius nominis

(5) Enrico (Henricus) Rostagno, Tacitus. Codex Laurentianus Mediceus 68 I.


(II.), Du Bieu (W. N.) Codices Graeci et Latini phototypice editi, Leiden,
1902.

(6) E.g., Theisen, Merz, Der historische Jesus: ein Lehrbuch, 2001, p. 89.

(7) Georg Andresen in Wochenschrift fur klassische Philologie 19, 1902, p.

780f.

Um “e” de “Tiberio” (Tibério), na frase ao lado da frase de Christianos.


Harald Fuchs pediu à então diretora da Biblioteca Medicea Laurenziana, Dra.
Teresa Lodi, que examinasse o documento. Ela lhe escreveu: «O" e ", escrito
originalmente, de que ainda há sinais deixados na área apagada [italiano:
rasura], foi alterado para" i "retirando o círculo superior e a linha horizontal,
enquanto o restante parte foi corrigida, em minha opinião, com a mesma tinta
e a mesma letra, para um "i". Outra mão acrescentou o ponto acima do "i" e o
hífen entre "i" e "s" » (8) Não encontrei nenhum exame do manuscrito original
refutando as conclusões feitas pelo Dr. Lodi, mas ainda assim seu estudo está
em pelo menos 58 anos, e desde então a técnica melhorou.

Um novo exame
Para saber se a bolsa anterior poderia ou não ter errado, pedi à Dra. Ida
Giovanna Rao, chefe do escritório de manuscritos (Responsabile Ufficio
Manuscrita) da Biblioteca Medicea Laurenziana, que refizesse a investigação
feita pela Dra. Lodi, o que ela gentilmente fez, pelo qual agradeço muito. Com
sua permissão amigável, citarei aqui seus resultados (traduzidos por um
linguista, se não escritos para mim diretamente em inglês; seu inglês original é
mantido). Seu exame do manuscrito foi realizado em outubro de 2008.
Ela diz que «com um grande esforço [italiano:“ con molta fatica ”] é possível
hipotetizar que havia um" e "sob o" i "real, porque a correção é realmente muito
limpa e as únicas peças reais de circunstancial evidências - e não provas - são
o vértice do "i" e o hífen ligando "chri" a "stianos", desenhado com uma tinta
menos escura, idêntica à que faz a correção marginal [que é antes um marcador,
ela diz] "Christiani", além do "i", que está a descoberto e mais escuro que as
outras letras, nas quais a tinta em geral está mais desbotada. » Ela acrescenta
(em inglês): «Por" con molta fatica "quero dizer que a correção foi feita com
precisão, de modo que não é" visível a prima vista "[à primeira vista], mas apenas
se olharmos com exatidão.»
Quando questionada se as evidências circunstanciais (em italiano “indizi”) eram
suficientes para ela acreditar que originalmente havia um “e” em vez de “i” na
palavra “Christianos”, a Dra. Giovanna Rao responde (em inglês): « Acho que há
"indizi" suficiente (3: [1.] o "i" escrito de novo; [2.] o ponto [assim: /] e [3.] o hífen
entre o "i" e o " s ", ambos escritos em tinta menos escura como brilho marginal)
para acreditar que havia algo diferente originalmente, i. e. um "e" quase
totalmente invisível mesmo examinado pela lâmpada de Wood recente. » Isto
«significa que existem alguns vestígios que são de facto, mas dificilmente,
visíveis a olho nu, mesmo quando se usa a lâmpada de Wood, i. e. que são
invisíveis a olho nu.
» Uma lâmpada de Wood é uma ferramenta de diagnóstico que usa luz
ultravioleta na pele (da qual o segundo manuscrito Medicean é feito).
Afirma que «a mão que [escreveu a glosa marginal], in littera textualis, é
claramente diferente da do escriba que, ao contrário, corrige um pouco acima,
também ele próprio, por vezes, na margem».
A glosa marginal Christiani ao lado da linha
em que a frase de Christianos se encontra «É impossível dizer que tinta é usada
para reescrever o" i "do" e "porque a letra" i "é reescrita e então a tinta é densa«,
diz ela (em inglês). «Pode ser a mesma tinta do brilho marginal, in littera
textualis«. Em sua opinião, «não há como determinar se a tinta [que foi usada
para adicionar o hífen e o ponto acima do “i”] é a mesma« que a tinta usada no
brilho marginal.
Quando obtive uma fotografia ultravioleta do manuscrito, pude ver que a
mudança do “e” para um “i” era claramente visível. Podem ser vistos os vestígios
do “e” apagado, sendo também visível que existe um ponto (ou melhor, uma
barra) por cima do “i” (um ponto não visível na cópia de Rostagno).

Foto ultravioleta do fólio 38 r de M.II, de


Donato Pineider. Fornecido por GAP s.r. - Biblioteca Nazionale Centrale Firenze.
Usado de acordo com os princípios de uso justo.

Considero agora totalmente seguro dizer, de acordo com os exames feitos por
Andresen, Lodi e Rao, que a quarta letra em “Christianos” de fato foi mudada
de um “e” para um “i”. Consequentemente, o escriba escreveu originalmente
Chrestiani, “Chrestians”, que pode ser o que os romanos chamavam de cristãos,
de acordo com alguns estudiosos. (9), mas quem mudou a palavra?
Quem fez a mudança?
Harald Fuchs disse: (10) «Nem mesmo com este exame [de Teresa Lodi] pelo qual
foram confirmadas as conclusões de Andresens em todas as partes, a questão
de se o 'e' na sílaba 'chrest-' já foi alterado pelo próprio copista, pode ser
respondida com toda a certeza. «
Dra. Rao diz (em inglês) que tem três hipóteses, a respeito da mudança:
«A) o" i "reescrito de" e "e o ponto e o hífen entre o" i "e" s "[pode] ter sido feito
pelo escriba do próprio texto b) o" i "reescrito de" e "[pode] ter sido feito pelo
próprio escriba do texto e o ponto e o hífen entre o" i "e o" s "podem ter sido
feitos pelo corretor marginal em tinta menos escura c) o" i "reescrito de" e "e o
ponto e o hífen entre o" i "e o" s "[pode] ter sido feito pelo corretor marginal em
tinta menos escura«
Depois de levantar a hipótese de que a conclusão da Dra. Lodi - b) - era a
declaração mais provável, ela considerou a precisão do texto em latim alterado.
Ela a princípio pensou que, se o glosador marginal fosse mesmo quem
transformou o “e” em “i”, ele também teria incorporado o “Christiani” da margem
na frase. Mas "Christiani" na margem é «na verdade apenas uma 'nota'
(marcador)«, e nenhum trocador que conhecesse latim teria mudado o texto para
"quos per flagitia invisos vulgus Christiani", o que teria sido gramaticalmente
incorreto.
Ela, consequentemente, conclui que é mais provável que todas as mudanças
possam «ter sido feitas pelo próprio escriba do texto e é melhor, e correto, deixar
a opinião de Lodi cair definitivamente«. Eu disse a ela que considerava o assunto
principalmente uma questão de tinta.
Ela respondeu (em inglês) que «pensando com muito cuidado [;] se a tinta que
produziu o hífen e o ponto é realmente a mesma que a tinta que produziu as
notações de margem, é realmente possível que o notador de margem também
tenha alterado o" e "«.
A última conclusão acho importante. Considero mais provável que a letra tenha
sido mudada apenas uma vez do que duas vezes.
Se o mesmo escriba que copiou o manuscrito de Tácito, apenas por engano,
escreveu Chrestianos, e então imediatamente mudou isso para o Christianos
correto, por que um glossário de margem algumas centenas de anos depois
inseriria o hífen e o ponto? E por que o escriba original não teria adicionado tal
ponto acima do próprio "i", o que ele faz em outros lugares no texto, mas nem
sempre, se tal ponto realmente teria sido uma necessidade em combinação com
este "i" específico”? Ou, a mudança de letra foi de má qualidade e, portanto,
uma mudança posterior foi necessária, ou houve apenas uma mudança, eu
acredito. E essa mudança - visível apenas sob luz ultravioleta - não me parece
de má qualidade, mas sim muito habilidosa.
Não creio que um escriba, que conseguiu criar um “i” a partir de um “e” com
tanta precisão, se esquecesse de adicionar um ponto acima do “i”.
Pessoalmente, acredito que houve apenas uma alteração, e que quem alterou o
texto mudou o “e” e acrescentou o hífen e o ponto acima do “i”.
Uma vez que é, na opinião do Dr. Rao, impossível dizer exatamente qual tinta
foi usada para adicionar o hífen e o ponto, ou para reescrever o “i”, permanece
uma questão em aberto se foi o escriba original ou o glossário que mudou a
palavra. Parece, porém, que Lodi e Rao pensam que menos tinta escura (do que
o próprio texto) foi usada para escrever o hífen e o ponto.
Nesse caso, isso indicaria que o glosser de margem é o mais provável alterador
da letra.
Esta glosa era, segundo alguns, o humanista e professor de latim Zanòbi da
Strada (1312-1361), que viveu em Monte Cassino entre 1355 e 1357, e era amigo
do autor Giovanni Boccaccio, que se dizia ter roubado e trouxe o segundo
manuscrito Mediceano do mosteiro. (11) Visto que a letra “i” não está na forma
de ligadura comum, «é provável que o corretor nem mesmo seja beneventano»
Charles E. Murgia da Universidade de Harvard uma vez concluído. (12)
A escrita beneventana foi usada desde o século 8 até o século 13 (o último
manuscrito inteiro escrito em 1295), mesmo que o uso posterior seja
documentado. (13)
Por qual intenção e por quem a letra “e” foi alterada, provavelmente nunca
saberemos com certeza. Sabemos apenas que o escriba escreveu originalmente
sobre Chrestianos, “Chrestians”, o que poderia ter sido apenas um erro de
grafia, mas, como diz Fuchs (14): «mesmo que esta alteração já tenha sido feita
pelo copista, o 'e' original não perde o seu significado. Nesse caso, o copista, que
Andresen explicou, poderia muito bem ter encontrado a forma "chrestianos" em
seu original e, por si mesmo, ter mudado o estranho "e" para o familiar "i". »
(tradução minha) Para maior clareza, acrescentarei que este manuscrito
específico dos Annales não contém o nome de Chrestus. Nenhuma evidência de
qualquer alteração da palavra “Christus” pode ser encontrada na fotografia
ultravioleta.

(8) Traduzido do italiano, de Harald Fuchs, Tacitus úbera die


Christen, em Vigiliae Christianae, 1950, p. 70, n. 6

(9) Robert Renehan, Christus or Chrestus in Tacitus? La Parola del


Passato 122 (1968), pp. 368.

O que se acredita ser o uso mais antigo do termo Chrestiani, "Chrestian",


está em uma inscrição em latim, datada de, no máximo, 37 d.C., que é
interpretada como sendo sobre um "Chrestian" vendendo o direito de sua
urna ser colocado em um determinado local de sepultamento; cf. meu
artigo Chrestians before Christians? Uma velha inscrição revisitada
(2009).

(10) Harald Fuchs, Tacitus über die Christen, Vigiliae Christianae,


1950, p. 70, nota 6 (tradução minha)
(11) Robert H. F. Carver, The Protean Ass, Oxford University Press,
2007, p. 111 (e referências)

(12) Robert Renehan, Christus or Chrestus in Tacitus? La Parola del


Passato 122 (1968), p. 368, nota 1

(13) Elias Avery Lowe, The Beneventan Script. A history of the South
Italian Minuscule, Oxford 1914, pp. 41-46

(14) Harald Fuchs, Tacitus über die Christen, Vigiliae Christianae,


1950, p. 70, nota 6

Jesus Cristo - a Estrela


Não houve Jesus de Nazaré - Albert Schweitzer (The Quest for the Historical
Jesus, 1906)
Quando o Cristianismo pregou Jesus como Deus, ele pregou o nome mais
familiar de sua própria divindade ao Druidismo; e na antiga língua britânica
'Jesus' nunca assumiu sua forma grega, latina ou hebraica, mas permanece
o puro druida 'Yesu' - Fredrick Haberman (Rasteando nossos Ancestrais)
O termo "cristão" aparece apenas três vezes nas complicadas escrituras do Novo
Testamento.
Aparece duas vezes em Atos e uma vez em I Pedro, embora as entradas em Atos
possam não ser originais. Eles podem ter sido adicionados por editores em uma
data posterior.
Pior do que isso, a palavra "cristão" não pode ser encontrada na literatura cristã
composta nos primeiros cem anos após a suposta crucificação de Jesus.
O termo é encontrado apenas na literatura de autoria pagã.
Em quase todas as ocasiões, o termo é usado para descrever seitas degeneradas
que perturbaram a sociedade por meio de atos violentos e ilegais.
O primeiro autor pagão a mencionar o termo foi Suetônio. Depois dele, apareceu
em uma carta de Adrian por volta do ano 117 D.C. Escrito como "Chrestian",
apareceu novamente na obra de Justin Mártir entre 147 e 161 D.C.
Como podemos ver, essas breves entradas não fornecem informações suficientes
para verificar se o termo significa os seguidores do Jesus bíblico.

O termo Krist (ou Karast) era um título comumente concedido pelos essênios
para denotar um de seus iniciados excelentes ou especiais que havia passado
por provações extraordinárias e que possuía alto status e posição.

Não era um nome pessoal. Os essênios são conhecidos por se referirem a si


próprios como "os eleitos" ou "Filhos da luz".
Mestres de alto calibre eram conhecidos como a "Estrela".

Este é claramente um título astrológico. Foram descobertas pinturas de


sacerdotes com diademas em forma de estrela na testa.

A própria palavra ministro contém as sílabas para lua (min) e estrela (ster).

Talvez possamos entender agora por que o Vaticano não queria que os
Manuscritos do Mar Morto e outras escrituras presumivelmente essências
fossem encontrados, traduzidos, publicados e comumente lidos.

O Vaticano não queria nenhum registro ou menção de linhagens de homens


"Crísticos".
Eles desejavam que o mundo acreditasse que seu Jesus era único em todos os
sentidos.
A literatura e as tradições que contradiziam essa política seriam sequestradas
ou destruídas.
Cultos ou seitas que pregavam o contrário deveriam ser condenados e
perseguidos como hereges.
Curiosamente, essa palavra significa simplesmente "aqueles que escolhem".
Eu sou a raiz e geração de Davi, e a resplandecente estrela da manhã -
(Apocalipse 22:16)
Uma estrela sairá de Jacó, e um cetro se levantará de Israel - (Números
24:17)
... o Karast egípcio (Krst) é o Cristo original, e que os mistérios egípcios
foram continuados pelos gnósticos e cristianizados em Roma - Gerald
Massey (Antigo Egito: Luz do Mundo, 1907)
-Cristo cristão e as imagens nas catacumbas romanas preservam a prova.
A passagem do karast para o Cristo é retratada na iconografia gnóstica.
Tem a forma de uma criança envolvida por uma diminuta múmia egípcia,
com o halo e a cruz dos quatro quartos em volta da cabeça, que mostram
sua origem solar - ibid.
O título "Estrela" é significativo considerando a quantidade de símbolos
estrelados que vemos hoje em trajes de estado.
Vemos estrelas em bandeiras, medalhas e logotipos corporativos.
Eles são frequentemente usados como símbolos para organizações políticas e
igrejas.
Até encontramos estrelas como emblemas em máquinas de guerra infernais.
Eles aparecem na nota de um dólar americano e acima da cabeça da
aparentemente "águia judaica" do dólar.
Novos lançadores e empresas utilizam o título, e celebridades da mídia até
mesmo receberam o termo para enfatizar seu status de ícone e reivindicar fama.
Quando encontrada em um texto, a estrela determinou (ou indicou ao
leitor) que o grupo de hieróglifos a ela associado estava relacionado a
questões espirituais. Estava relacionado aos céus, a energias invisíveis (que
os gregos chamavam de "etéreas") - David Ovason (Arquitetura Secreta do
Capitólio de Nossa Nação)
Evidentemente, a estrela que preocupava os essênios e os descendentes do culto
de Aton era o próprio sol e não qualquer estrela antiga nos céus superlotados.
O Comandante, o David, o Krist, o Lúcifer ou o Messias, não era apenas a
"Estrela", ele era o Sol - o Príncipe da Luz.
A personalidade de Jesus Cristo, como é conhecida pelo Cristianismo
moderno, é baseada em várias figuras rebeldes messiânicas da "Terra
Santa", mas particularmente em Simão Mago, Judas o Galileu e Yeshua ben
Panthera, nenhum dos quais teve nada a ver com literalmente sendo de
Deus. A seita semítica conhecida como Essênios, ungiu seus líderes que
eram conhecidos doravante como "A Estrela" - Tony Bushby (A Fraude da
Bíblia)

Talvez o uso mais antigo do título "Jesus Cristo" tenha sido na Irlanda pré-
histórica, onde os altos Magos (Druidas) veneravam seu rei do sol Iesa Cri os
(também traduzido como Yesa, Yesu, Jesu, Esu, Esa, Issu, etc.).
O hebraico nunca foi falado pelo povo aramaico da Síria, os chamados
judeus, ou pelo povo de qualquer outro país. Foi usado pelo antigo
sacerdócio irlandês de Iesa, precisamente como o latim é hoje usado na
Igreja Romana para impressionar a multidão - Conor Mac Dari
Na língua egípcia, a palavra 'Cristo "denotava aquele que era" ungido ".
Nos tempos antigos, havia um processo ou ritual conhecido como Horasis.
Durante esse rito, todo o corpo do homem era considerado um falo e ungido de
acordo.
Essa prática se originou de os druidas que ungiam o tronco de um carvalho
especialmente preparado com óleo.
Notamos uma prática semelhante entre os egípcios, cujo obelisco ifálico
simbolizava o antigo deus da terra Geb.
E encontramos a prática entre os hindus, cuja pedra "lingam" ereta simbolizava
o antigo deus Shiva, ou Pashupati.
A própria palavra Messias vem do hebraico Mashiach (egípcios Messeh), que
significa "ungido".
Referia-se especificamente ao óleo que foi processado a partir da gordura dos
crocodilos do Nilo que eram sagrados para os egípcios deus Sobek.
Sobek (ou Sobek Ra):
Deus crocodilo adorado em Tebas.
Como Cristo e o faraó, ele representou a fusão dos quatro elementos
A inscrição cristã datada mais antiga (1º de outubro de 318 d.C.) diz "O
Senhor e Salvador Jesus, o Bom" - Chrestos, não Christos. Esta era a lenda
sobre a porta de uma igreja marcionita, e os marcionitas eram gnósticos
antijudaicos e não confundiram seu Chrestos com o Christos judeu
(Messias) - Meade (Jesus viveu 100 a.C.)
É importante notar que o formato do nome "Jesus Cristo" não foi
cimentado até a época da Reforma (séculos XIV e XVII), pois em tempos
anteriores ele tinha várias versões, como Yeshua Krst e Yeshu Kristos -
Tony Bushby (A Fraude da Bíblia)
O termo Chrestos (Cristo) era familiar e precioso para devotos pagãos e
hebreus séculos antes da suposta natividade em Belém - J. P. Mendum
(Revelações do Anticristo, 1879)
A palavra Chrestos foi encontrada gravada em monumentos gregos
erguidos antes da era cristã.
Dr. Clarke em suas viagens ... encontrou uma inscrição atrás de um altar
sagrado ... com Chrestos e um coração ferido ou sangrando no topo, e Eros
na parte inferior ...
O sagrado coração é encontrado em um monumento indiano de Bal -ii uma
encarnação de Vishnu, com uma ferida em seu lado – ibid
Após um longo e amargo debate, uma votação foi finalmente realizada e foi
com a maioria levantada das mãos que Judas Chrestus e Rabi Jesus se
tornaram deus - 161 votos a 157.
Um novo deus foi proclamado e "oficialmente ratificado pelo Imperador
Constantino - Tony Bushby
Orígenes, Epifânio e Juliano, o imperador, revelam claramente que João
Batista, Judas e primo de Jesus, era uma figura de "Cristo", mas não fez
nenhuma referência ao próprio Jesus como tendo esse status.
O Bispo Teodoreto, escrevendo no século V, forneceu conformação
adicional de que Jesus não era uma das "personalidades de Cristo, embora
muitos outros de seu tempo fossem ...

O Filho de Poseidon e Medusa era chamado de Khryst e os sacerdotes de


Apolo eram conhecidos. como Khyrstes.

Na verdade, a palavra Kristo e suas derivações, Krst, Krist, Kristo, Khryst


e Krish-na, apareceram em todos os sistemas religiosos antigos e
mostraram que o conceito original de Kristo era considerado o mediador e
guia pessoal e invisível entre Deus e tudo o que é espiritual no homem.
O conceito de Krist tem sido uma antiga tradição religiosa continuamente
suprimida pela Igreja Católica ao longo dos séculos - Tony Bushby (The Bible
Fraude)
Foi Rudolf Bultmann, o estudioso bíblico alemão, que citou certas
passagens nos Evangelhos ...
como interpolações da própria Sofia, colocadas na boca de Cristo - Caitlin
Matthews (Sofia: Deusa da Sabedoria)
A sagrada unção do mestre eleito e purificado era comumente realizada por
mulheres, isto é, por mulheres ordenadas Arquimandrita ou sacerdotisas que
representavam o poder, a força e a inteligência da natureza.
Eles eram encarnações das deusas da Terra e do Céu.
A reverência e incorporação do princípio da deusa e da religião da natureza eram
de origem druídica.
Esses princípios e observâncias foram eventualmente expurgados da teologia
cristã que é patrística e androcêntrica em sua aparência.
A aversão à autoridade espiritual da mulher e a antipatia pelo princípio feminino
foram a razão pela qual os Padres Cristãos fizeram questão de denegrir Maria
Madalena, a sacerdotisa que ungiu Jesus com um caro nardo, e que alguns
pesquisadores acreditam ter sido sua consorte.
A questão importante, entretanto, não é que ela era uma esposa física do homem
Jesus, mas que ela era uma representação simbólica do aspecto feminino do
homem Crístico.
A Maria bíblica é análoga a Danu, Brigit, Ísis, Nuith e Ma'at, a Deméter, Hera,
Perséfone e Eva.

Como a lua nos céus e o céu noturno ao redor da Terra, a Anima feminina
espelha e abraça o Animus masculino.

Diz-se de Maria e das mulheres ao redor de Jesus que "ministraram a ele


de seus bens" - Piquete e Príncipe (A Revelação Templária)
Se o rito do sacramento da crisma era superior ao do batismo, isso implica
que a autoridade de Maria era realmente maior do que a de João Batista -
ibid.
A unção era um antigo costume em todo o Oriente, derramando óleos
aromáticos em pessoas como símbolo de honra ...
também era empregada na consagração de sacerdotes, profetas e reis, e nos
locais e instrumentos designados para adoração - (New American Cyclopedia)
Na antiga tradição da Palestina, pareceria que reis, chefes políticos e
militares, chefes de vilarejos e, de fato, quaisquer pretendentes a altos
cargos, eram ungidos e, portanto, chamados de "ungidos" ...
alguns ... depois de ungir ... então tornou-se chamado de "Senhor" - Tony
Bushby

O autor e historiador judeu Hyam Maccoby

afirma que o termo Messias se referia à semente e à casa de Davi.

Acredita-se que o nome Moisés também possa estar relacionado ao termo


messeh, ao deus-crocodilo Sobek e à casa do faraó.

Afinal, de acordo com a história, Moisés foi encontrado no rio, domínio do deus
crocodilo Sobek.

Na tradição osiriana do Egito, aquele que surgiu das águas do Nilo, por assim
dizer, renasceu para a iluminação e o domínio.

Ele era, naquele ponto, um sumo sacerdote capaz de iniciar outros nos mistérios
que ele mesmo havia dominado.

O tropo mítico foi preservado no ritual sacerdotal.

Não é que Moisés foi fisicamente encontrado nas águas por uma princesa.

Osíris foi resgatado da morte por Ísis e Moisés foi, da mesma forma, resgatado
pela filha do faraó.

São os elementos rituais e simbólicos que importam e não a alegada atualidade


histórica. O ponto que merece destaque diz respeito à conexão entre a "Casa de
Davi" judaica (ou Judá, ou Yahud) e a Casa egípcia dos Faraós.
Os dezesseis salvadores crucificados do mundo ou o cristianismo antes de
Cristo

Pois as pesquisas sobre a história oriental revelam o fato notável de que


histórias de deuses encarnados respondendo e se assemelhando ao caráter
milagroso de Jesus Cristo prevaleceram na maioria, senão em todas as
principais religiões das nações pagãs da antiguidade; e os relatos e narrações
de algumas dessas encarnações deificantes têm uma semelhança notável com
a do Salvador cristão - não apenas em suas características gerais, mas, em
alguns casos, nos detalhes mais minuciosos, desde a lenda da imaculada
concepção até a de a crucificação e subsequente ascensão ao céu - que quase
pode ser confundida com a outra.

Mais de vinte reivindicações desse tipo - reivindicações de seres investidos de


honra divina (deificada) - se apresentaram e se apresentaram no tribunal do
mundo com suas credenciais, para contestar o veredicto da cristandade, em ter
proclamado Jesus Cristo, “o único filho, e enviado de Deus: ”vinte Messias,
Salvador, e Filhos de Deus, de acordo com a história ou tradição, em tempos
passados, desceram do céu, e assumiram a forma de homens, revestindo-se de
carne humana, e fornecendo evidência incontestável de uma origem divina, por
vários milagres, obras maravilhosas e virtudes superlativas; e, finalmente, esses
vinte Jesus Cristo (aceitando seu caráter para o nome) lançaram o fundamento
para a salvação do mundo e ascenderam de volta ao céu.

1. Chrishna do Hindostão.
2. Budha Sakia da Índia.
3. Salivahana das Bermudas.
4. Zulis, ou Zhule, também Osiris e Orus, do Egito.
5. Odin dos Scaudinavianos.
6. Crito da Caldéia.
7. Zoroastro e Mitra da Pérsia.
8. Baal e Taut, “o Unigênito de Deus”, da Fenícia
9. 9. Indra do Tibete.
10. Bali do Afeganistão
11. Jao de Nepal.
12. Wittoba dos Bilingoneses.
13. Tamuz da Síria.
14. Atys da Frígia.
15. Xaniolxis of Thrace.
16. Zoar dos Bonzos.
17. Adad da Assíria.
18. Deva Tat e Sammonocadam do Sião.
19. Alcides de Tebas.
20. Mikado dos Sintoos.
21. Beddru do Japão.
22. Hesus ou Eros, e Bremrillah, dos Druidas.
23. Thor, filho de Odin, dos gauleses.
24. Cadmo da Grécia.
25. Hil e Feta dos Mandaites.
26. Gentaut e Quexalcote do México.
27. Monarca Universal das Sibilas.
28. Ísquia da Ilha de Formosa.
29. Mestre Divino de Platão.
30. Santo de Xaca.
31. Fohi e Tien da China.
32. Adonis, filho da virgem Io da Grécia.
33. IxiOn e Quirinus de Roma.
34. Prometeu do Cáucaso.
35. Mohamad, ou Maomé, da Arábia.

Todos eles receberam honras divinas, quase todos foram adorados como Deuses
ou filhos de Deus; foram principalmente encarnados como Cristos, Salvador,
Messias ou Mediadores; não poucos deles eram supostamente nascidos de
virgens; alguns deles preenchendo um caráter quase idêntico ao atribuído pela
bíblia do cristão a Jesus Cristo; muitos deles, como ele, são relatados como
tendo sido crucificados; e todos eles, tomados em conjunto, fornecem um
protótipo e paralelo para quase todos os incidentes importantes e milagres,
doutrinas e preceitos registrados no Novo Testamento, do Salvador do Cristão.
Certamente, com tantos salvadores, o mundo não pode, ou não deve, estar
perdido.

Profecias Messiânicas
Só podemos encontrar espaço para algumas citações e ilustrações como prova
dessa afirmação.
Muitos textos foram procurados e marcados na Bíblia cristã, por padres
interessados, como proféticos da vinda e missão de Cristo.
Mas uma investigação completa, cândida e imparcial convencerá qualquer leitor
de que nenhum desses textos tem a mais remota alusão a Cristo, nem deveriam
ter.
Pelo contrário, a maioria deles se refere a eventos já passados.
Os outros são meras ebulições de sentimentos reprimidos, esperançosamente
fervorosos em sua antecipação de tempos melhores, mas muito indefinidos
quanto ao período e as agências ou meios pelos quais, ou pelos quais, a reforma
desejada deveria ser realizada.
Um homem divino recebeu oração e esperançosamente foi esperado.
Mas nenhum ser como Jesus Cristo é antecipado, aludido ou sonhado pelas
profecias.
Mas essa perversão foi forjada em muitos textos. Citaremos um caso como
prova.
Na chamada "famosa profecia" de Isaías, a frase "Um menino nasceu para nós"
(Isa. IX. 6), o contexto mostra claramente, refere-se ao próprio filho do profeta,
e o pretérito, "nasce", é uma evidência de que a criança nasceu.
E o título “Deus poderoso”, encontrado no texto, o Dr. Beard mostra que deveria
ter sido traduzido como “o poderoso herói”, provando assim que não faz
referência a um Deus. E “o Pai Eterno” deveria ter sido traduzido, de acordo
com este escritor cristão, “o Pai da Era Eterna”.
E outros textos frequentemente citados como profecias por tendenciosos
escritores cristãos, prova o médico, são erroneamente traduzidos e não têm mais
referência a Cristo do que a Maomé.
É verdade que os judeus, em comum com outras nações, nutriam fortes
esperanças da chegada de um Poderoso Libertador entre eles; e este augusto
personagem que alguns deles supunham seria um Deus, ou um Deus-homem
(um semideus).
Daí, declarações proféticas como “Eis que um rei reinará em justiça” (Isa. Xixixi.
I), “E todas as nações fluirão para Sião” (Isa. Ii. 2).
Os budistas hindus há muito se entregaram a expectativas semelhantes com
relação ao triunfo de sua religião. Consequentemente, seus videntes
profetizaram que no final do período Cali Yug, um filho divino (Avatar, ou
Salvador) nasceria, que entenderia os escritos divinos (as Sagradas Escrituras)
e as ciências, sem o trabalho de aprendê-los. “Ele compreenderá supremamente
todas as coisas.” “Ele livrará a terra do pecado e fará com que a justiça e a
verdade reinem em todos os lugares. E fará com que a terra inteira aceite a
religião hindu.”
E o profeta hindu Bala também previu que um divino Salvador “se encarnaria
na casa de Yadu, e nasceria mortalmente do ventre de Devaci (uma Virgem
Santa), e aliviaria a terra oprimida de sua carga de pecado e tristeza.”
Uma linguagem muito mais semelhante pode ser encontrada em sua bíblia
sagrada, os Vedas.
O Coronel Wilford nos diz que o advento de seu Salvador Chrishna ocorreu em
cumprimento exato da profecia encontrada em seus livros sagrados.
Também daremos lugar a uma profecia messiânica da Pérsia.
O Sr. Faber, um escritor inglês, em sua “História da Idolatria”, nos diz que
Zoroastro profeticamente declarou que “Uma virgem deveria conceber e ter um
filho, e uma estrela apareceria resplandecente ao meio-dia para sinalizar o
acontecimento”.
“Quando virem a estrela”, disse ele a seus seguidores, “sigam a para onde quer
que ela os leve. Adore a criança misteriosa, oferecendo-lhe presentes com
profunda humildade.

Ele é de fato a Palavra Todo-Poderosa que criou os céus.


Ele é realmente o seu Senhor e Rei eterno” (Faber, vol. Ii. P. 92).
Abulfaragius, em sua “História Dynastarium”, e Maurice, em sua “Indian
Skeptics Refuted”, ambos falam dessa profecia, cumprida, segundo o Sr.
Higgins, com o advento do deus persa e caldeu Josa.
E Chalcidus (do segundo século), Somos obrigados a omitir, por falta de espaço,
o aviso de numerosas profecias messiânicas encontradas nos escritos sagrados
do Egito, Grécia, Roma, México, Arábia e outros países, todos os quais tendem
a mostrar que o mesmo espírito profético permeou todos os países religiosos,
confiáveis apenas na medida em que possam ter surgido de uma visão espiritual
interior, ou tenham sido iluminados por espíritos que partiram.

Profecia na figura da Serpente

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua


descendência. Isto lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar. "(Gen. 3.
15.)
Este texto é frequentemente citado por escritores cristãos e polêmicos como
prefiguração da missão do Salvador cristão, a saber, a destruição da serpente,
aliás o diabo.
São João chama de "o grande adversário das almas que enganar o mundo
inteiro", "o dragão, a serpente, o diabo e Satanás". (Rev. 12. 8.).
A serpente, então, é o diabo; isto é, o dragão, a serpente, o diabo e Satanás são
todos um.
O objetivo deste capítulo é mostrar a origem da figura singular apresentada no
primeiro texto citado, e provar que aqueles escritores cristãos que presumem
ser uma revelação do céu eram profundamente ignorantes da história oriental,
alguns dos salvadores ou semideuses do Egito, Índia, Grécia, Pérsia, México e
Etrúria são representados fazendo o mesmo drama com a serpente ou o diabo.
“Osíris do Egito (diz o Sr. Bryant) machucou a cabeça da serpente depois que
ela mordeu seu calcanhar.”
Descendo para a Grécia, o Sr. Faber relata que “nas esferas Hércules é
representado no ato de contender com a serpente, cuja cabeça é colocada sob
seus pés; e esta serpente guardava a árvore com frutos dourados no meio do
jardim Hespérides” - Éden. (Origem da Idolatria, vol. Ip 443.)
“E podemos observar”, diz este autor, “a mesma tradição na fábula fenícia de
Ophion ou Ophiones”.
(Ibid.) Em Gênesis, a serpente é o assunto de duas lendas.
Mas aqui será observado que os dois estão encaixados no mesmo.
Novamente, é relatado por mais de um escritor oriental que Chrishna da Índia
é representada em algumas esculturas muito antigas e monumentos de pedra
com seu calcanhar na cabeça de uma serpente.
Sr. Maurice, em seu Indian Antiquities, vol. ii., fala de "Chrishna esmagando
a cabeça de uma serpente com o pé" e pronuncia a notável semelhança desta
história com a encontrada na Bíblia cristã como "muito misteriosa".

Outro autor nos diz “A imagem de Chrishna é esculpida nos antigos templos da
Índia, às vezes enrolada nas dobras de uma serpente que está mordendo seu
pé, e às vezes pisando vitoriosamente na cabeça de uma serpente.”
(Prog. Rel. Ideas, vol. I.) In the Mexican Antiquities, vol. vi., é-nos ditos: "Um
mensageiro do céu anunciou à primeira mulher criada (Suchiquecul), que ela
deveria ter um filho que machucaria a cabeça da serpente, e então a
presentearia com uma rosa.
” Aqui está a origem da lenda do Gênesis, a rosa sendo o fruto da árvore do
“conhecimento do bem e do mal”.
“Os antigos Persas”, diz Volney, em seu “Ruin of Empires”, p. 169, (“tinha a
tradição de uma virgem, de quem eles previram que nasceria, ou geraria, um
rebento (um filho) que esmagaria a cabeça da serpente, e assim libertaria o
mundo do pecado”.
E tanto a serpente quanto a virgem, ele nos diz, são representadas
imaginariamente nos céus, e retratadas em seus globos e esferas astronômicas,
como nas do cristão romano. (Ver Geografia dos Céus de Burritt.)”
Na antiga história etruriana, em vez de "a semente da mulher" (a virgem), é a
própria mulher que é representada como estando com um pé na cabeça de uma
serpente, que tem o galho de uma macieira em sua boca na qual uma maçã
está suspensa (o fruto proibido), enquanto sua cauda é torcida em torno de
um globo celestial, lembrando-nos assim do dragão de São João puxando
para baixo um terço das estrelas com sua cauda (Ver Ap. xii. 4.)
No antigo diagrama celestial do Etruriano, a cabeça da virgem é encimada por
uma coroa de estrelas - sem dúvida a mesma lenda da qual São João emprestou
sua metáfora de “uma mulher com uma coroa de doze estrelas na cabeça.” (Rev.
13.) “
A Regina Stellarum” (Rainha das Estrelas), falada em alguns dos sistemas
antigos pertence à mesma fábula.
Também a tradição de Aquiles da Grécia sendo invulnerável no calcanhar,
conforme relatado por Homero.
A última cláusula do primeiro texto citado diz "Isso deve machucar tua cabeça"
- uma referência profética muito curiosa ao salvador do mundo, se o texto se
refere a ele, para representá-lo como sendo do gênero neutro, para o pronome
neutro sempre se refere a algo sem sexo.
Na exposição posterior da tradição da serpente, somos agora levados a notar, e
rastrearemos até sua origem, a história da transgressão e queda original do
homem - duas doutrinas cardeais da religião cristã.

Como todos os outros princípios da fé cristã, encontramos essas doutrinas


ensinadas em sistemas pagãos muito mais antigos do que o cristianismo, e cuja
antiguidade antecede até mesmo o nascimento de Moisés.
Notaremos primeiro a tradição persa. “De acordo com a doutrina dos persas”,
diz o Rev. J.C Pitrat, “Meshia e Meshiane, o primeiro homem e a primeira
mulher, eram puros e se submeteram a Ormuzd, seu criador.

Mas Ahriman (o maligno) os viu e invejou sua felicidade.

Ele se aproximou deles sob a forma de uma serpente, apresentou-lhes frutos e


os persuadiu de que ele era o criador do homem, dos animais, das plantas, e do
belo universo em que viviam.

Eles acreditaram.

Desde aquela época, Ahriman era seu mestre.


Suas naturezas tornaram-se corruptas, e essa corrupção infestou toda a sua
posteridade.”
Esta história foi retirada da Vandidatsade dos Persas, pp. 305 e 428.
E como os fatos citados em outros capítulos provam indiscutivelmente que o
sistema hindu, contendo essa história, se estende na antiguidade muito além
da época de Moisés, fica então resolvida a questão de qual sistema emprestou a
história do outro.
Antes de encerrar o capítulo, desejamos chamar a atenção do leitor para o fato
importante de que três em cada quatro das doutrinas cardeais da fé cristã são
ensinadas nas duas histórias mitológicas pagãs da criação que acabamos de
apresentar, viz..: -

1. Pecado original.
2. A queda do homem causada por uma serpente.
3. A consequente corrupção e depravação da raça humana.

Milagres e imaculada concepção dos Deuses


Essas doutrinas, então, devem-se admitir, são de origem pagã, e não, como os
cristãos afirmam, “verdades importantes reveladas do céu”.
Para uma exposição histórica da outra doutrina cardeal da fé cristã, a saber, a
restauração do homem pela expiação realizada por meio da crucificação de um
Deus, veja os capítulos XVI e XXI.
E podemos observar aqui que não são apenas os salvadores que são relatados
como introduzidos à existência tangível sem um pai humano, mas é declarado
que seres conhecidos e reconhecidos como homens, como Platão, Pitágoras,
Alexandre, Augusto e um número de outros.
De Platão, um autor comenta: “Ele nasceu de Paretonia e foi gerado de Apolo, e
não de Ariston, seu pai”.
Tanto a maneira, ou processo, quanto a fonte da influência pela qual os Deuses
e Salvador foram gerados, parecem ter sido diferentes em diferentes países,
embora a ideia de “ensombrar com o Espírito Santo” pareça ter sido a mais
atual.
O Sr. Higgins diz que “geralmente se acreditava que a Causa Primeira Suprema
ofuscava, ou de alguma outra maneira misteriosa, engravidava a mãe de Deus,
ou personagem” (vol. I. 378).
Dizem que Pythais, Na “História da Pérsia” de Malcolm (vol. I. 494), o autor
nos diz que “Zoroastro nasceu de uma concepção imaculada por um raio da
Razão Divina”.
A imaculada concepção de Juno da Grécia é assim descrita pelo poeta: -
“Juno tocou na flor;
Suas virtudes maravilhosas tais,
Ela tocou e engravidou com o toque;
Então entrou na Trácia - a costa propôntica;
Quando amante de seu toque,
Deus Marte ela deu à luz. "
Esse caso pode certamente ser considerado o "ne plus ultra" da etiqueta com
respeito ao comércio sexual ou pureza de concepção.

O doce odor de uma flor expandida, somos aqui ensinados, é adequado para a
concepção e produção de um Deus.
Aqui temos “a concepção imaculada” no grau superlativo e, embora muito mais
bela e grandiosa, não pode ser mais sem sentido ou irracional do que a
concepção por um fantasma.
Prova pelo menos que a doutrina da Imaculada Conceição é muito antiga.
E esta meticulosa donzela e virgem imaculada, Juno, não só concebeu o Deus
Marte pelo toque de uma flor, mas ela também (assim diz a história) concebeu
Vulcano sendo ofuscado pelo vento - exatamente um caso paralelo ao da virgem
Maria, como descobrimos que o fantasma, no original, significa vento.
Assim, observamos que Vulcano, muito antes de Jesus Cristo, “nasceu do
Espírito Santo, ou seja, ambos foram concebidos pelo “Vento Santo”.
E o autor do "Calendário Perene" fala da concepção milagrosa de Juno Jugulis,
"a abençoada rainha virgem do céu", e a descreve como caindo no dia 2 de
fevereiro, o mesmo dia em que os primeiros cristãos celebravam com um festival,
como sendo a data da concepção da "sempre bem-aventurada Virgem Maria".
Dos antigos mexicanos, é dito que "eles tiveram a concepção imaculada, a
crucificação e a ressurreição após três dias." (Mex. Antiq., Vol. I.)
E em uma obra antiga chamada “Codex Vaticanus”, a concepção imaculada é
mencionada como parte da história de Quexalcote, o Salvador mexicano.
“Suchiquecal”, diz o mexicano Antiguidades, “era chamada de Rainha dos
Céus. Ela concebeu um filho sem ligação com um homem” - um caso muito
óbvio de concepção imaculada.
Alvarez Semedo, em sua “História da China, página 89, fala de uma seita
naquele país que adorava um Salvador conhecido como Xaca, que teria sido
concebido de sua mãe, Maia, por um elefante branco, que ela viu em seu sono,
e "para maior pureza, ela o trouxe de um de seus lados."
O coronel Tod, da Inglaterra, nos conta em sua “História dos Rajahs”, página
57, que Yu, o primeiro monarca chinês, foi concebido por sua mãe sendo
atingida por uma estrela durante uma viagem.
No caso de Cristo, devemos lembrar, a estrela não apareceu antes de seu
nascimento. Mas aqui a estrela é o autor e agente da concepção.
De acordo com a “História dos Moguls” do Ranking, página 178, a mãe de
Tamerlane (das Bermudas) professou ter tido relações sexuais com “o Deus do
Dia”.

A mãe de Gengis Khan, da Tartária, “sendo modesta demais para afirmar que
era a mãe do filho de Deus, disse apenas que ele era o filho do sol”. (História da
Mogul, página 65.)

Tanto Júlio quanto Osíris do Egito são mencionados por alguns autores como
tendo sido honrados com uma concepção divina imaculada - o primeiro sendo
filho da bela virgem Cronis Celestine, e "gerado pelo Pai de todos os Deuses".
Tanto Buda quanto Chrishna, da Índia, são relatados como tendo sido
concebidos de maneira imaculada.
A mãe deste último (Deus) foi (como o Livro Sagrado Hindu declara) ofuscada
pelo Deus Supremo, Brahma, enquanto o autor espiritual da concepção (isto é,
o Espírito Santo) foi Naraan.
A mãe de Apolônio da Capadócia, que foi contemporâneo de Jesus Cristo (de
acordo com sua história de Filóstrato - e seu discípulo (de Apolônio) Damis,
testemunha o mesmo efeito (deu à luz a este Deus e Salvador rival de Jesus
Cristo, por ter sido anteriormente "ofuscado" pelo Deus supremo Proteu.
Para a existência corporal e carreira terrena de Augusto César, o mundo tem
que se reconhecer em dívida com a influência "ofuscante" e o poder gerador de
Júpiter, por cuja influência divina ele foi imaculadamente concebido em o
templo de Apolo, de acordo com a declaração de Nimrod, seu biógrafo.
A virgem mãe Shing Mon da China fornece outro caso de concepção imaculada.
Possuindo uma sensibilidade muito elevada e muito refinada para descer à
rotina comum do mundo, ela deu à luz o Deus Yu desde a concepção anterior
por um lírio d'água.
Este caso, no que diz respeito ao grau de delicadeza procriativa e requinte
evidenciado, pode ser classificado com o de Juno da Grécia.
Aqui pode ser notado como uma circunstância curiosa, que várias das mães
virgens de deuses e grandes homens são especificamente representadas como
tendo dez meses entre a concepção e o parto.
As mães de Hércules, Sakia, Gautama, Cipião, Arion, Salomão e Jesus Cristo
podem ser citadas como exemplos desse personagem.
Arion, mencionado acima, é representado como sendo miraculosamente e
imaculadamente concebido pelos Deuses na cidadela de Byrsa.

CONCEPÇÃO IMACULADA E NASCIMENTO MILAGRE DO SALVADOR


CRISTÃO
As considerações a seguir exibem alguns dos numerosos absurdos envolvidos
na história do nascimento milagroso de Jesus Cristo.

1. As narrativas evangélicas mostram que o próprio Cristo não


afirmou ter um nascimento milagroso. Ele não aludiu nenhuma
vez a tal evento; embora se, como os cristãos afirmam, seja a
principal evidência de sua divindade, ele certamente o teria feito.

2. Sua genealogia paterna, conforme feita por Mateus e Lucas, refuta


completamente a história de sua concepção milagrosa por uma
virgem. Pois ambos traçam sua linhagem por meio de José, o que
eles não podiam fazer apenas na suposição de que José era seu
pai. Isso, é claro, refuta sua paternidade pelo Espírito Santo, logo,
a concepção milagrosa. É a linhagem e ascendência de José, e não
de Maria, que é dada ao rastrear sua ancestralidade até a família
real - um fato que destrói completamente a história de seu
nascimento milagroso.

3. E o fato de seu próprio discípulo (Filipe) ter declarado que ele era
filho de José, e que vários textos mostram que essa era a impressão
atual, é mais uma confirmação da conclusão.

4. Encontramos a história da imaculada concepção repousando


inteiramente sobre o esguio fundamento compreendido nas lendas
de um anjo e um sonho. Somos informados de que Maria o obteve
por um anjo e José por um sonho. E por meio dessas fontes temos
toda a base e fundamento da história da divindade de Jesus Cristo.

5. Deve-se notar que não temos nem o relato de José nem de Maria
sobre essas coisas, mas apenas a versão de Mateus e Lucas sobre
o caso. E não somos informados de que algum deles alguma vez
tenha visto ou conversado com José ou Maria sobre o assunto. É
provável que tenham aprendido com Dame Rumor, com suas mil
línguas.
6. Se Cristo fosse um Deus nascido milagrosamente, é possível que
sua mãe o tivesse reprovado por má conduta quando o encontrou
no templo, pois ela deve ter conhecido seu caráter?

7. Se Maria foi concebida milagrosamente, por que o segredo


importante foi mantido por tanto tempo de José? Por que ela
manteve a “lã puxada sobre os olhos dele” até que um anjo teve
que ser enviado do céu para deixá-lo entrar no segredo?

8. Se ela era uma mulher virtuosa, por que tentou enganá-lo assim?

9. Por que Deus não informou Joseph por “inspiração”, em vez de


empregar a forma indireta de enviar um anjo para fazer isso?

10. É-nos ditos que “Maria foi encontrada grávida do Espírito Santo”.
Mas, como não somos informados de quem o descobriu, ou de
quem fez a descoberta, ou como foi feito, não fica assim sob um
aspecto muito suspeito?

11. Como todo o caso parece ter sido baseado em sonhos, e foi
continuado por meio de sonhos, e não tem melhor fundamento do
que os sonhos, por que deveríamos considerá-lo merecedor de um
crédito melhor do que histórias semelhantes encontradas em obras
sobre mitologia pagã?
12. E não provaria que o Cristianismo é uma religião de sonho?

13. Não deveria o espantoso e incrível relato do nascimento de um


Deus se basear em um fundamento melhor do que o dos sonhos,
dos anjos e das lendas da mitologia oriental, para lhe dar o direito
à crença de uma era inteligente e científica?

14. Ou pode qualquer homem de ciência entreter por um momento o


solecismo superlativo de um Deus Infinito por qualquer ato
especial "ofuscando" uma mulher humana finita, especialmente
porque o pensamento moderno nos ensina que Deus é tanto
homem quanto mulher, e tanto um quanto o outro?

15. Como a história nos ensina, os antigos orientalistas acreditavam


que o comércio sexual é pecaminoso e contaminante para a criança
assim gerada e nascida e, portanto, teve seus deuses encarnados
enviados ao mundo por meio de virgens humanas, pode qualquer
mente imparcial resistir à convicção de que esta é a fonte de a
origem da história da concepção imaculada de Cristo?
16. E, finalmente, se era necessário que Cristo viesse ao mundo de
modo a evitar o canal impuro da concepção e parto humanos, por
que ele não desceu diretamente do céu em pessoa? Por que ele não
poderia “descer sobre as nuvens” em seu primeiro advento, como
a bíblia diz que ele fará quando tiver seu segundo advento?

17. Não teria esse curso fornecido uma prova e demonstração cem
vezes mais convincente de seu poder divino e atributos divinos do
que a história ridícula e o mistério inescrutável da concepção
divina, que não é suscetível de investigação ou prova?

Os salvadores do mundo salvos da destruição na infância


É certamente uma circunstância notável que tantos dos bebês Salvador tenham
sido ameaçados com o perigo mais iminente de destruição, e ainda em todos os
casos milagrosamente preservados, e assim foram os salvadores salvos.
No caso do Salvador cristão, somos informados de que um anjo, ou "o anjo",
avisou José (o pai assumido) para levar o jovem Salvador e Deus e fugir com ele
para o Egito, porque "o rei Herodes procurou destruir o vida de uma criança ",
e para isso decretou a destruição de todas as crianças menores de dois anos.
E Joseph acatou a advertência divina e fugiu conforme as instruções.
Um anjo e um sonho, então, serão observados, foram os instrumentos usados
para salvar o jovem Salvador judeu do massacre.
E por mais estranho que possa parecer, descobrimos que as mesmas agências
foram empregadas anteriormente para efetuar o resgate de outros salvadores
igualmente ameaçados.

No caso de Chrishna da Índia, em particular, a semelhança é muito


impressionante em quase todos os aspectos de toda a história.

• Vimos que em toda Nação (algumas mais antigas do que a Religião Judaico
Cristã) tem seu respectivo Salvador, como posso dizer que “Messias
Cristão/Judeu seria salvador desse povo?

Em primeiro lugar, há a advertência do anjo.

Na história cristã, não somos especificamente informados de como o tirano


Herodes foi informado do nascimento do Salvador da Judéia.
A história hindu é mais completa e indica que o anjo não só foi suficientemente
atencioso para alertar os pais para fugirem de um perigo que ameaçava
destituílos de um filho divino e do mundo de um Salvador, mas foi
condescendente o suficiente para avisar o tirano governante (Cansa) de seu
perigo da mesma forma - como somos informados, ele ouviu uma voz de anjo
anunciando que um governante rival nasceu em seu reino.
E, portanto, como Herodes, ele começou a inventar medidas para destruí-lo sem
um ataque direto.
Por que qualquer um deles teria adotado um modo tão tortuoso ou indireto de
matar uma criança, quando a vida do homem mais forte, e de todos os homens
em seus reinos, estava à sua disposição instantânea, a "inspiração divina" não
nos informa.
Mas assim foi. E não devemos procurar "nos tornar mais sábios além do que
está escrito" em suas Bíblias.
O decreto de Herodes exigia a destruição de todas as crianças com menos de
dois anos de idade (veja Mt. ii. 16) - primeiro ordenando, no entanto, "Vá e
procure diligentemente pela criança". (Mat. Ii. 8.)
O decreto de Cansa era assim: "Faça uma busca ativa por quaisquer crianças
pequenas que possa haver na terra, e que todo menino em quem possam ser
encontrados sinais de grandeza incomum seja morto sem remorso."
Agora, deve ser especialmente notado que existe até hoje no templo da caverna
em Elefantes, na Índia, a imagem esculpida de um rei representado com uma
espada desembainhada e rodeado por crianças massacradas - admitido por
todos os escritores como sendo muito mais velho do que o cristianismo.
Sr. Forbes, em seu "Oriental Memories", vol. iii. p. 447, diz, "As figuras das
crianças massacradas na caverna de Elefanta representam-nas como sendo
todos meninos, que estão rodeados por grupos de figuras de homens e mulheres
no ato, aparentemente, de suplicar por essas crianças."
E o Sr. Higgins testemunha em relação ao caso, que Chrishna foi levada pela
noite, e escondida em uma região remota de sua terra natal, por medo de um
tirano cujo destruidor foi predito que ele se tornaria, que, por esse motivo,
ordenou que todos os meninos nascidos naquela época fossem mortos.
Esculturas em Elefanta atestam a história em que o tirano é representado como
destruindo as crianças.
A data desta escultura é da mais remota antiguidade. “Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça”, e deduzem a inferência fecunda, José e Maria fugiram com o jovem
Deus da Judéia para o Egito;
Os pais de Chrishna também fugiram com o jovem Salvador hindu para Gokul.
Agora, vamos observar por um momento a cadeia ou categoria ou semelhança.
Em cada caso, havia um anjo alertando sobre o perigo iminente.
1. O governador ou governante foi hostil em cada caso à missão do jovem
Salvador.
2. Um decreto sangrento foi emitido em ambos os casos, tendo por objetivo a
destruição desses jovens Messias.
3. A fuga apressada dos pais ocorre em cada caso.

4. E pode-se observar ainda, que o "Evangelho da infância de Jesus", outrora


considerado "inspirado" pelo mundo cristão e que por centenas de anos
passou como autoridade divina, relata que Cristo e seus pais peregrinou por
um tempo em um lugar chamado Matarea, ou Mathura, como diz Sir William
Jones, que diz ter sido o local de nascimento de Chrishna.
É ainda relatado no caso de Chrishna, que quando ele e seus pais se
aproximaram do Rio Jumna em sua fuga, as águas "se dividiram aqui e ali", de
modo que passaram por "calçada seca", como Moisés e os israelitas na travessia
o mar Vermelho.
E aqui deve ser notado que a representação desta fuga, que se diz ter ocorrido
à meia-noite, é como a do massacre perpetuado e atestado por monumentos de
pedra imperecíveis com evidências de já ter vários milhares de anos.

Sir William Jones diz: -


O Deus encarnado indiano, Chrishna, acreditam os hindus, tinha uma mãe
virgem da raça real, que foi procurada para ser destruída em sua infância cerca
de novecentos anos antes de Cristo.
Parece que ele passou a vida fazendo milagres e pregando, e era tão humilde a
ponto de lavar os pés de seus amigos; por fim, morrendo, mas ressuscitando
dos mortos, ele ascendeu ao céu na presença de uma multidão.
"Os Cingaleses relatam quase as mesmas coisas de seu Buda."
Sir William Jones, o Coronel Wilford e o Rev. Sr. Maurice confessam a
antiguidade desta história, como originada antes do nascimento de Cristo.
Falando de Zoroastro da Pérsia (outro caso), 600 aC, um autor comenta:
"A tradição relata que sua mãe teve sonhos alarmantes com espíritos malignos
tentando destruir a criança que ela estava para dar à luz.
Mas um espírito bom veio para resgatar ele, e consolou-a dizendo, 'Não temas;
Deus Ormuzd protegerá a criança, que o envio como um profeta ao povo e ao
mundo que o espera.'
"A China também nos apresenta um caso de a ameaça de destruição de um
Salvador na infância, evidentemente registrada há mais de dois mil e quinhentos
anos.
É o caso do Deus Yu, que estava oculto de maneira semelhante à de Moisés -
uma comemoração da história da qual é perpetuada por uma imagem ou foto
da mãe virgem com um bebê em seus joelhos - às vezes em os braços dela.
Agora, deve-se notar que esses Deuses nascidos de uma virgem, que, dizem,
vieram "para salvar o mundo", não podiam salvar a si mesmos, mas tinham
que ser protegidos e salvos por outros deuses.

INCREDIBILIDADE DA HISTÓRIA DO MASSACRE, DOS INFANTES


HEBRAICOS

1. É um fato convincente e potente, calculado para tornar a história do


assassinato dos filhos hebreus por Herodes totalmente incrível, que
nenhum escritor daquela época, ou daquela nação, ou qualquer outra
nação, faça qualquer menção à circunstância.

2. Mesmo os escritores rabínicos que detalham sua vida perversa tão


minuciosamente, e que trazem a seu cargo tantos atos infames, deixam
de registrar qualquer notícia deste ato horrível e atroz, que deve ter sido
publicado em toda parte, e conhecido por todos os escritores dessa idade
e país, se tivesse ocorrido.

3. E ainda mais logicamente ruinoso para o crédito da história é a omissão


de Josefo em lançar uma dica de que tal massacre em massa alguma vez
aconteceu na Judéia. E ainda assim ele não apenas vivia naquele país,
mas era parente da esposa de Herodes, e o considerava como seu inimigo
mais implacável, e professa escrever toda a história de sua vida perversa
nos mínimos detalhes, dedicando trinta e sete capítulos de sua grande
obra sobre este assunto, e aparentemente enumera todos os atos
perversos de sua vida. E, no entanto, Josefo não diz uma palavra sobre a
carnificina desumana e infame dos bebês de que Mateus o acusa (cerca
de quatro adolescentes mil) - um feito sangrento, sem igual nos anais da
tirania. Esses fatos provam que a história não é apenas incrível, mas
impossível. Josefo não poderia e não teria omitido notar este ato mais
notório e nefasto de sua vida, se tivesse ocorrido. Portanto, não poderia
ter ocorrido. E é quase igualmente incrível que os historiadores romanos,
que nos fornecem um relato particular do caráter de Herodes, ignorem
em silêncio um ato tão vil e sangrento.

4. E então alguns de nossos cronologistas mais hábeis e confiáveis


mostraram que Herodes não estava vivendo na época em que esse decreto
sangrento deveria ter sido emitido por ele; que ele morreu cerca de três
anos antes desse período e, portanto, não poderia ser culpado de tal
vilania, assassinato violento e infanticídio cruel.
5. E mesmo se estivesse vivo, ele seria um homem velho (não menos que
sessenta e oito de acordo com Josefo). Consequentemente, ele não
poderia ter calculado sobreviver o suficiente para que o filho de um
carpinteiro de aldeia, então um bebê, o expulsasse de seu trono.

6. É totalmente incrível, também, que Herodes tenha adotado tal método


indireto de destruir o objeto de seu medo e inveja, quando ele poderia têlo
escolhido e matado imediatamente, evitando assim o ato criminoso de
quebrar os corações de milhares de pais e seus súditos mais leais
também.

7. A partir das considerações anteriores, endossamos o sentimento do Rev.


Edward Evanson, de que é "uma ficção incrível emprestada".

O Espírito Santo de Origem Oriental

Iremos primeiro exibir uma classificação dos nomes e características desse


imaginário sendo extraídas dos evangelhos e epístolas da Bíblia cristã, pela qual
será observado que quase nenhumas duas referências a ele concordam em
atribuir-lhe o mesmo caráter ou atributos.

1. Em Lucas 3. 22, o Espírito Santo muda e assume a forma de uma pomba.

2. Em Mat. 13. 16, o Espírito Santo se torna um espírito.

3. Em João 1. 32, o Espírito Santo é apresentado como um objeto inanimado e


sem sentido.

4. Em João 5. 7, o Espírito Santo se torna um Deus - o terceiro membro da


Trindade.

5. Em Atos 2. 1, o Espírito Santo, é declarado ser “um vento forte e impetuoso”.

6. Em Atos 10. 38, o Espírito Santo, inferimos, de seu modo de aplicação, é um


unguento.

7. Em João 20. 22, o Espírito Santo é o sopro, como podemos inferir


legitimamente por ser soprado na boca do destinatário segundo o antigo
costume oriental.

8. Em Atos 2. 3, aprendemos que o Espírito Santo “assentou-se sobre cada um


deles”, provavelmente na forma de um pássaro, como no batismo de Jesus.
9. Em Atos 2. 1, o Espírito Santo aparece como "línguas de fogo divididas".

10.Em Lucas 2. 26, o Espírito Santo é o autor de uma revelação ou inspiração.

11. Em Atos 8. 17, o Espírito Santo é uma aura magnética transmitida pela
"imposição de mãos".

12. Em Marcos 1. 8, o Espírito Santo é um meio ou elemento para o batismo.

13. Em Atos 28. 25, o Espírito Santo aparece com os órgãos vocais e fala.

14. Em Hebr. 6. 4, o Espírito Santo é distribuído ou comunicado por medida.

15. Em Lucas 3. 22, o Espírito Santo aparece com um corpo tangível.

16. Em Lucas 1, 5 e em muitos outros textos, somos ensinados que as pessoas


são cheias do Espírito Santo.

17. Em Mat. 11. 15, o Espírito Santo desce sobre o povo como uma substância
ponderável.

18. Em Lucas 4. 1, o Espírito Santo é um Deus dentro de um Deus “Jesus


sendo cheio do Espírito Santo”.

19. Em Atos 21. 2, o Espírito Santo é um ser do gênero masculino ou feminino


- "Assim diz o Espírito Santo", etc.

20. Em João 1. 32, o Espírito Santo é do gênero neutro que (o Espírito Santo)
habitou sobre ele. "

21. Em Mat. 1. 18, o Espírito Santo se torna um agente vicário na procriação


de outro Deus; isto é, este terceiro membro da Trindade auxilia o primeiro
membro (o Pai) na criação ou geração do segundo membro da trindade de
Deuses solteiros - o Verbo, ou Salvador, ou Filho de Deus.

Essas são as cenas sempre mutáveis apresentadas no panorama das Escrituras


do Espírito Santo.

Superando as mudanças fabulosas de alguns dos semideuses mais antigos, o


Espírito Santo cristão sofre (como é mostrado pelos textos acima citados) uma
metátese ou metamorfose perpétua - sendo apresentado em diferentes ocasiões
como um ser pessoal e racional, uma pomba , um espírito, um objeto
inanimado, um Deus, o vento ou um vento, um unguento, a respiração ou um
sopro, língua de fogo fendida, um pássaro ou algum outro animal voador
deitado, um revelador ou mensageiro divino, um médium ou elemento para o
batismo, um ser inteligente e falante, um ser sem vida, sem corpo, sem sexo,
uma substância fluida mensurável, um ser possuindo um corpo, substância
ponderável, inconsciente, um Deus habitando em um Deus e, finalmente -
embora realmente primeiro em ordem - o autor ou agente da encarnação do
segundo Deus na Trindade (Jesus Cristo).

O fato de muitas dessas fabulosas concepções terem sido extraídas de fontes


mitológicas será manifestado pelos seguintes fatos da história: -

Como evidenciado acima, o Espírito Santo foi o terceiro membro da Trindade em


vários dos sistemas orientais. Pai, Filho e Espírito Santo, ou Pai, Palavra e
Espírito Santo (1 João v. 7), são termos cristãos familiares para expressar a
tríade divina, que mostra que o Espírito Santo é o terceiro membro reconhecido
da Trindade Cristã E, como já sugerido, o mesmo é verdade para os sistemas
mais antigos.

"O Espírito Santo e o Espírito do Mal foram, cada um por sua vez (diz o Sr.
Higgins), o terceiro membro da Trindade."

Na tríade hindu, Shiva era subordinado a Brahma e Vishnu.

E uma série de exemplos semelhantes podem ser citados a partir das trindades
elaboradas de outros e mais antigos sistemas religiosos orientais (exceto pela
inflexível regra de brevidade que proíbe sua apresentação aqui), com todos os
quais a concepção mais moderna do Espírito Santo do cristão mundo é uma
correspondência exata, já que este ser imaginário e fabuloso é menos conspícuo
do que e sempre esteve em terceiro lugar com o Pai e atrás do Filho, aliás a
Palavra, e agora raramente é abordado em devoção cristã prática; e assim a
analogia está completa.

E o Sr. Wolseley, em sua "Viagem" (vol. I.p. 259), afirma que esta doutrina é
"de grande antiguidade, e geralmente recebida por todas as nações góticas e
célticas".

O Espírito Santo era o sopro sagrado que, nas tradições hindus, se movia sobre
as águas na criação e conferia vida e vitalidade a tudo o que foi criado.

Uma concepção semelhante é reconhecida nas Escrituras Cristãs.

Em Salmos 33. 6, lemos: “Pela Palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o
exército deles pelo sopro de sua boca”.

Aqui está a concepção bramânica, quadrada, do ato da criação pela Respiração


Divina, que é o Espírito Santo, o mesmo, também, que foi soprado em Adão,
pelo qual ele se tornou "uma alma vivente".

M. Dubois observa: "O Prana, ou princípio de vida, dos hindus é o fôlego de vida
pelo qual o Criador (Brahma) anima o barro e o homem se torna uma alma
vivente." (Página 293.)
O que os evangelhos não são:

História

Um último argumento que muitas vezes é feito é que os evangelhos são história;
eles simplesmente não vivem de acordo com nosso padrão moderno de história.

Nem, prossegue o argumento, é razoável esperarmos que eles estejam de acordo


com nosso padrão - é apenas certo e justo que devemos julgá-los pelos padrões
antigos.

No entanto, como tantas tolices apologéticas, esse argumento fraco desmorona


de uma vez.

Estudiosos como N.F. Gier [10] e muitos outros demonstraram amplamente que
mesmo para os padrões antigos, nossos evangelhos não estão à altura.

É claro que, então, como agora, existe um espectro de competência e qualidade


entre os estudiosos da história; mas, no geral, como historiadores, os
evangelistas não operam nem perto do nível de seus contemporâneos.

O Jesus de Marcos é um ser humano sofredor e falível.

Não há nenhum relato milagroso de seu nascimento; sua história começa


quando ele se torna filho de Deus em seu batismo (1:11), refletindo a crença
cristã primitiva chamada de Adopcionismo.

Ele é um “messias secreto”, não apenas negando que é Deus (10:18), mas
escondendo sua verdadeira identidade, disfarçando sua mensagem e ensinando
seus seguidores em segredo:

“A vocês foi dado o segredo do reino de Deus, mas, para os de fora, tudo vem em
parábolas, para que de fato olhem, mas não percebam, e possam de fato ouvir,
mas não entendam. . .” (4: 11-12).

A propósito, muitos historiadores que aceitam a ideia do motivo do "messias


secreto" não acham que ele reflete o que o Jesus "real" fez, mas que foi um
artifício literário para explicar por que Jesus era desconhecido em sua própria
época - uma admissão reveladora …

O Jesus de Marcos usa técnicas tradicionais de magia pagã (saliva e palavras


mágicas) para curar cegos e surdos, mas nem sempre com sucesso (7: 32-35;
8: 23-25).

Ele perde a paciência às vezes, tanto com as pessoas (8:33; 9:19), como com
objetos inanimados - maldizendo (e secando) uma figueira depois de não
conseguir encontrar figos nela - porque ainda não era a estação do figo (11:
1214).
Ele pode até ser um pouco idiota. Ele inicialmente se recusa a expulsar o
demônio da filha de uma mulher gentia, dizendo a ela que não é certo pegar o
pão dos filhos de Israel e jogá-lo nos cachorros (7: 25-27).

No jardim do Getsêmani, o Jesus de Marcos vive o pior. Ele está angustiado e


agitado (14:33), até mesmo “Triste até a morte” (14:34).

Ele sai por conta própria, e então quebra completamente, caindo no chão de
cara (14:35) e ora três vezes para tirar o cálice do sofrimento dele (14:
36,39,41), parando em entre repreender os discípulos por adormecerem no
trabalho (14: 37-38,40) antes de finalmente dizer-lhes sarcasticamente: “Tudo
bem, vá em frente e durma agora; olha, aí vêm me prender” (41-42).

O Jesus de Marcos diz repetidamente às pessoas que ele retornará durante suas
vidas (9: 1; 13:30; 14:62) e morre em desespero na cruz clamando palavras
escritas da primeira linha do Salmo 22:

"Eloi, Eloi, lama sabachthani?" Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
(15:34, cf. Salmos 22: 1)

O Jesus de Mateus é uma versão nova e aprimorada do original de Marcos.


Afinal, Mateus não estava planejando criar um novo Evangelho, apenas
revisando o único que conhecia.

Mas quando não está copiando Marcos literalmente, ele atualiza o Jesus de
Marcos corrigindo os erros de Marcos sobre o judaísmo básico, não repetindo
seus erros geográficos e expandindo a narrativa, incluindo: uma história de
natividade sombria e cheia de suspense, uma genealogia adequada, um final
mais longo, embelezando Jesus 'atos e atributos, e reforçando-o com muitos
milagres ao longo.

O Jesus de Mateus também é um Jesus muito judeu, um rabino que defende a


Torá, insistindo que "nem um jota ou til da Lei passará" (5: 17-19). Ele usa um
xale de oração com borlas tzitzit (9: 20-22), observa o sábado (12: 1-8), ensina,
adora e cura nas sinagogas, bem como no Templo (4:23; 9:35; 14: 21).

Mateus não apenas corrige os erros que Marcos comete, ele também corrige os
erros que o Jesus de Marcos comete, até mesmo removendo qualquer coisa que
faça seu Jesus parecer menos do que perfeito.

Por exemplo, em Marcos 6: 5-6, Jesus é incapaz de fazer qualquer “obra


poderosa” em sua (sem nome) cidade natal e fica surpreso com a descrença
deles (embora apenas 3 versículos antes que as multidões fiquem surpresas com
seu aprendizado). Mateus não quer nada disso.

Ele corta Jesus sendo pego de surpresa, e muda “não poderia” fazer obras
poderosas para “não fiz” (13:58).

Além disso, Mateus afirma constantemente que quase todos os eventos da vida
de Jesus foram profetizados nas escrituras hebraicas.
Algumas de suas “profecias” do Antigo Testamento são tão vagas, à la
Nostradamus, que podem significar qualquer coisa (13:35); outros são
simplesmente profecias autorrealizáveis cortadas e coladas na história (por
exemplo, 21: 1-7).

Ele também não deixa de tirar os versículos do contexto, citando profecias que
não eram sobre o messias (por exemplo, 1:23; 27: 9-10), ou não eram profecias
em primeiro lugar (por exemplo, 2: 13- 15), até mesmo profecias que ninguém
jamais conseguiu encontrar (por exemplo, 2:23).

Ele até vai mais longe a ponto de alterar deliberadamente as escrituras para se
adequar ao que ele quer que elas digam, como quando ele corta gerações inteiras
da genealogia de Jesus para fazê-la se encaixar em seu esquema numerológico
(1:17).

Ao contrário do Jesus de Marcos, o Jesus de Mateus não diz que vai voltar a
qualquer momento. Em vez disso, seu Jesus diz que ele voltará ...

algum dia, e dá uma parábola contra o relaxamento só porque o Senhor atrasa


sua vinda (Mt 24: 42-51).

Mateus muda as últimas palavras de Jesus do aramaico para o hebraico para


que ele grite "Eli, Eli, lama sa-bachthani" e não "Eloi, Eloi, lama sabachthani".

Marcos queria que os espectadores pensassem que Jesus estava chamando por
Elias (Marcos 15: 34-35).

Infelizmente, seu jogo de palavras só funciona em hebraico, não em aramaico.


Não faz sentido para os espectadores pensarem que Jesus está chamando o
profeta Eli se Jesus estava dizendo "Eloi".

Mateus muda a citação para hebraico; isso é historicamente incorreto para


alguém como Jesus ter falado, mas pelo menos faz o trocadilho funcionar
(27:46).

O Jesus de Lucas é sereno, beatífico e imperturbável. Curiosamente, Lucas


afirma ser o único que está nos contando a história REAL, ao contrário de todos
os outros Evangelhos circulando por aí.

Mas então ele pega o esboço e porções principais de sua história do Evangelho
de Marcos (50% de Marcos aparece em Lucas, muitas vezes em palavras
idênticas) e de Mateus (ou talvez a fonte hipotética “Q”).

Ele também recebe muitos enfeites de vitrine históricos, embora, novamente,


muitas vezes incorretamente, de Antiguidades dos Judeus de Flávio Josefo.

No entanto, quando ele não está copiando literalmente de Mateus e Marcos, ele
é totalmente incompatível com qualquer um.
Ao contrário de Mateus, Lucas nos dá uma história de presépio feliz e sem
angústia e uma genealogia totalmente nova para seu Jesus perfeito - ambos
completamente irreconciliáveis com as versões de Mateus.

Desde a manjedoura, o Jesus de Lucas é maravilhoso e perfeito.

Mesmo como um menino de doze anos, ele espanta seus pais exasperados
quando eles o perdem por alguns dias apenas para finalmente encontrá-lo no
templo, confundindo os mestres da lei com seu conhecimento (2: 40-52).

Ele nunca sente desespero, dúvida ou medo e permanece imperturbável nas


curvas apertadas. Jesus fica surpreso por ser incapaz de fazer milagres em
Marcos 6: 5-6; Mateus diz que não ficou surpreso e capaz, mas apenas
relutante (13:58); O Jesus de Lucas supera os dois.

Não só o seu Jesus não fica surpreso, como também antecipa toda essa
dificuldade, e então, sem esforço, sai das garras de uma turba de linchamento
(4:16 30).

Em contraste com a angústia perturbada do Jesus de Marcos (e do Jesus


imitador de Mateus), o Jesus de Lucas é tão imperturbável quanto uma gueixa
japonesa no Getsêmani.

Ao contrário deles, ele não sente a necessidade de levar Pedro, Tiago e João junto
para qualquer apoio moral. Ele também não fica angustiado ou agitado, ou
"triste até a morte".

Ele não cai no chão, mas simplesmente se ajoelha (22:41) e ora apenas uma vez
(não três vezes), pedindo educadamente a Deus, se ele estiver disposto, por
favor, remova o copo (22:42).

Ele não repreende os discípulos, ou esfrega isso com qualquer zinger sarcástico
no final, como os Jesus és de Marcos e Mateus.

Em vez disso, ele os desperta apenas uma vez, quando Judas está chegando
(22:46).

Na verdade, há apenas um único ponto em que o Jesus imperturbável de Lucas


é menos do que uma perfeição digna: enquanto ele orava no jardim, um anjo do
céu de repente aparece para lhe dar força (22:43).

Então, “em sua angústia, ele orou com mais fervor, e seu suor tornou-se como
grandes gotas de sangue caindo ao solo” (22:44).

Essa estranha e repentina explosão de anjos e agonia interrompe


momentaneamente sua calma divina, mas depois desaparece abruptamente
novamente, e ele retorna ao seu modo de mestre zen normal.

Por que a anomalia? Nas traduções mais escrupulosas da Bíblia (como a


altamente respeitada New Revised Standard Version) os versículos 43 e 44 estão
entre colchetes duplos - para indicar que os tradutores os consideram espúrios.
Por quê? Uma razão importante é que o par de versos angelicais e sangrentos
estão ausentes em muitos de nossos manuscritos mais confiáveis do Novo
Testamento, incluindo o mais antigo.

Enquanto o Jesus de Marcos morre em angústia e desespero, o Jesus de Lucas


sai com compostura e aceitação.

Lucas dispensa totalmente as palavras do Salmo 22 e segue a frase de despedida


de Jesus do Salmo 31: 5: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (23:46).

E contradizendo o Jesus de Marcos, Lucas repete a parábola de Mateus (ou Qs),


em linguagem virtualmente idêntica, que o Senhor NÃO estará de volta durante
a vida de seus seguidores, afinal (12: 42-46).

O Jesus de João é um Superman sem Clark Kent.

Ele não apenas não é um Messias secreto, como também tem uma personalidade
radicalmente diferente, muito mais ampla e responsável, com controle total em
todos os momentos.

Este Jesus sabe que é Deus e não se importa com quem sabe disso! Ele está
constantemente falando sobre sua divindade e se declarando o pão da vida
(6:35, e novamente em 6:41 e 6:48), o pão vivo que desceu do céu (6:51), a
luz do o mundo (8:12 e 9: 5), do alto e não deste mundo (8:23), o Filho do
Homem (8:28), o bom pastor (10:11), a ressurreição e a vida ( 11:25), o
caminho, e a verdade, e a vida (14: 6), a videira verdadeira (15: 1) e até mesmo
diz “Em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou” (8: 58).

Como se tudo isso não bastasse já ser blasfêmia, ele também deixa claro que
também é Deus:

“O Pai e eu somos um” (10:30). “Mesmo que você não acredite em mim, acredite
nas obras, para que você saiba e entenda que o Pai está em mim e eu estou no
Pai” (10:38). “Você pode dizer que aquele a quem o Pai santificou e enviou ao
mundo está blasfemando porque eu disse: ‘Eu sou o Filho de Deus’?” (10:36).

É difícil entender como o Jesus de João não foi apedrejado até a morte em seu
primeiro dia de pregação, já que os outros Jesuses do evangelho se metem em
problemas por muito menos sacrilégio.

O Jesus de João não nasceu de uma virgem; ele afirma com naturalidade que
Jesus é filho de José sem comentários (1:45).

Ele também não nasceu em Belém; João nega consistentemente qualquer


vínculo com Belém, insistindo que Jesus vem de Nazaré na Galiléia (1: 45-46;
7: 41-42, 52, ss.).

E ao contrário dos outros Evangelhos, quando João Batista diz que não está
apto para batizá-lo, João concorda - nenhum batismo para o Messias perfeito e
sem pecado neste Evangelho.
O ministério de Jesus de João está em desacordo flagrante com os outros
Evangelhos, que dizem que durou apenas cerca de um ano, ocorreu
principalmente na Galiléia, e que Jesus veio a Jerusalém apenas uma vez, no
final de sua vida.

Em contraste, João estende-se ao longo de três anos e concentra a ação


principalmente na Judéia ao redor de Jerusalém, onde ele vai e volta com
frequência.

Nos Sinópticos, Jesus expulsou os cambistas do Templo no final de sua carreira,


na semana antes de sua crucificação (Marcos 11: 15-18, Mt 21: 12-13, Lucas
19: 45-47).

Na verdade, Marcos nos diz que é por isso que os líderes judeus começam a
tramar sua morte (Marcos 11:18).

Não o durão Jesus de João; sua carreira de 3 anos começa atacando os


profanadores do Templo com um açoite caseiro (João 2: 13-16).

O Jesus de João também tem um estilo de falar totalmente diferente.

Ele não dá parábolas, nem respostas rudes no estilo cínico, nem Sermão da
Montanha (como Mateus) ou Sermão da Planície (como Lucas) e, portanto nem
bem-aventuranças:

não abençoados são os mansos, não ama o teu próximo, não suporta as
crianças, não considera os lírios do campo, não oferece a outra face.

Os pobres e os sofredores podem ser o foco de seu ministério nos outros


Evangelhos, mas eles mal recebem uma menção do Jesus de João.

Este é um Jesus republicano.

E quem mais o Jesus de João odeia além dos liberais? Os judeus.

Embora o rabino de Mateus, Jesus, seja essencialmente judeu, o Jesus de João


odeia os judeus. Sua antipatia não se limita apenas aos traiçoeiros líderes
judeus e aos ricos e hipócritas gatos gordos.

Não, o Jesus irritadiço de João é tão obcecado pelos “judeus” coletivamente


quanto Mel Gibson.

Os outros Evangelhos mencionam "Judeu" ou "os Judeus" não mais do que um


punhado de vezes (5 vezes cada vez em Mateus e Lucas, 6 vezes em Marcos3),
mas em João eles são mencionados 71 vezes, e mais da metade de o tempo de
alguma forma antissemita desagradável.
Os judeus são descritos como perseguidores coniventes para assassinar Jesus
(5:16). Eles falam mal dele (6:41); persegui-lo (7: 1-11,25,35); são cegos para o
seu ensino (7: 46-47); acuse-o de ter um demônio nele (8:52) e tente apedrejá-
lo (8:59). O Jesus de João até se refere a eles como a cria mentirosa de seu pai,
o Diabo (8:44), o que é um pouco estranho, visto que eles são o povo escolhido
de Deus e bem,

O próprio Jesus é um - para não mencionar o nosso escritor antissemita do


Evangelho, João, também (pelo menos, de acordo com a tradição cristã).

Se João pode ser acreditado, a Ceia do Senhor nunca aconteceu e Jesus nunca
estabeleceu o sacramento da Eucaristia.

Em vez disso, durante um sermão público em uma sinagoga de Cafarnaum


muito antes de seu ministério, um evento que nenhum outro Evangelho relata,
ele se descreve como o Pão Vivo e ultraja seu público judeu ao insistir que eles
comessem sua carne e bebessem seu sangue (6:51 - 58).

Embora Lucas nos diga seis vezes que a Última Ceia é um Seder da Páscoa (22:
1,7,8,11,13,15) - ele até faz Jesus dizer isso explicitamente - João contradiz
isso completamente. Seu Jesus não tem a Última Ceia do cordeiro pascal - ele
É o cordeiro pascal.
Não há como sua Última Ceia ser um Seder, porque ele repetidamente nos diz
que isso aconteceu um dia antes da festa da Páscoa (13: 1, 29).
Embora todos os outros Jesus passem horas no jardim do Getsêmani, o Jesus
de João passa a noite lavando os pés de seus discípulos (13: 4-12) e depois
falando no cenáculo, por quatro capítulos inteiros de Lucas 14 a 17. Ele mal
chega ao Getsêmani (18: 1) antes de Judas aparecer no versículo seguinte
(18:2).
Desnecessário dizer que o Super Jesus de João não chora nem precisa de anjos
para confortá-lo no jardim do Getsêmani. Todos os outros Jesus estão
profundamente perturbados neste ponto, mas não o de João; ele passa todo o
capítulo 17 anunciando a Deus como está pronto para rolar.
Nos outros Evangelhos, um Jesus apreensivo pergunta se ele realmente tem que
beber o cálice do sofrimento e se pergunta se Deus pode cancelar toda a
crucificação (Mat. 26:39, Lucas 22:42, Marcos 14: 33-36)
Mas o Jesus de João ri com desdém e diz vamos lá! “Não devo beber o cálice que
o Pai me deu?” (18:11). Ele até parece estar zombando abertamente do
sofrimento de Jesus nos outros Evangelhos quando brinca "...
O que devo dizer, ‘Pai, salve-me desta hora?’ Mas para isso vim até esta hora”
(12:27).
Quando o Jesus de João é preso, ele permanece no controle total de toda a
situação. Para começar, ao contrário dos três outros Evangelhos, João traça o
limite e não permite que Judas beije seu Jesus.
Quando os soldados vêm atrás dele, Jesus exige saber quem eles estão
procurando e, em seguida, dá um passo à frente para anunciar: “Eu sou ele”.
Ao ouvir isso, todo o destacamento de tropas armadas, completamente
dominado por sua presença, recua em pânico e cai no chão (18: 6).
Embora o Jesus de Mateus supostamente cumpra a profecia em seu julgamento
nunca dizendo uma palavra, o Jesus de João ignora isso completamente e se
recusa a manter a boca fechada, dando tanto o sumo sacerdote (18: 20-21, 23)
quanto o governador romano (18: 34, 36, 37; depois, novamente em 19:11)
seus dois centavos em trocas animadas de ida e volta.

Juntos novamente
Mas, apesar de todas essas diferenças importantes entre o Evangelho de João e
os três Sinópticos, uma vez que chegamos à história da Paixão, até mesmo João
está copiando de Marcos.
Uma das razões pelas quais sabemos disso é por causa de uma peculiaridade
de Marcos.

Como os estudiosos da Bíblia sabem, Marcos tem o hábito interessante de usar


um recurso literário chamada “intercalação”.

É quando ele ensanduicha duas partes de uma anedota em torno de outra


anedota.

Isso pode ser apenas para um efeito dramático ou para ajudar a levar a história
adiante, ou para enfatizar um ponto que ele está tentando fazer.

Notavelmente, João não tem virtualmente nada em comum com qualquer outro
Evangelho.
É tão diferente dos três Evangelhos Sinópticos quanto qualquer uma das
dezenas de outros “Evangelhos” (também escritos na mesma época de João)
que foram rejeitados como heréticos.
Como o Comentário de Um Volume do Intérprete sobre a Bíblia observa, João
difere significativamente dos Evangelhos sinópticos no tema, conteúdo, duração
do tempo, ordem dos eventos e estilo. Praticamente todas as palavras de Jesus
são desconhecidas dos outros Evangelhos.
Apenas cerca de 8% do Evangelho de João é paralelo aos outros Evangelhos e,
mesmo nesses poucos casos, não há nenhum dos paralelos palavra por palavra
que vemos entre os outros Evangelhos.
Seria necessária uma enciclopédia (e há várias, veja p. 90) para listar todas as
discrepâncias entre os vários Jesus que encontramos nos Evangelhos e no Novo
Testamento, mas ainda existem algumas outras discrepâncias importantes que
valem a pena examinar.
Por exemplo:
Por que os judeus queriam matar Jesus?
Os Evangelhos fornecem justificativas totalmente diferentes para os motivos
pelos quais os judeus queriam Jesus morto.
Depois que o Jesus de Marcos cura a mão atrofiada de um homem na sinagoga,
no início de sua carreira, os fariseus imediatamente começam a tramar como
podem destruí-lo (3: 6).
Mas, como Price observa ironicamente, isso é estranho, visto que Jesus não é
preso por mais 11 capítulos e, quando o faz, os fariseus não têm nada a ver com
isso (11:18, também Mateus 12:14).
O Jesus de Lucas entra em conflito com os líderes judeus na última semana de
sua vida depois que ele dirige o dinheiro
transformadores do Templo (19: 47-48).
O destino do Jesus de Mateus não está especificamente ligado ao incidente do
Templo; em vez disso, é selado em uma reunião secreta dos principais
sacerdotes, escribas e anciãos ao mesmo tempo, dois dias antes da Páscoa (26:
2).
A propósito, Mateus aparentemente onisciente não apenas conhece os detalhes
de várias reuniões secretas dos inimigos de Jesus (26: 2; 28: 11-15); ele
também sabe coisas como o que os anjos dizem a José em seus sonhos (1:20,
2: 13,2: 19, 2:22).
Claro, o Jesus de João começa sua carreira de três anos com o incidente da
limpeza do Templo. Então, quando os judeus ímpios planejam matar Jesus (11:
43-53), não tem nada a ver com o Templo ou o incidente com os cambistas, mas
porque ele ressuscitou Lázaro dos mortos - um evento que não até mesmo ocorre
nos outros Evangelhos (11: 43-53).

Por que Judas o traiu?

Os motivos para Judas traí-lo variam de nenhum (Marcos 14: 10-11) a


pequenos furtos (Mateus 26:15), a possessão por Satanás (Lucas 22: 3), a
pequenos furtos e possessão por Satanás (João 12: 5-6; 13:27).

Lucas e João até afirmam saber o momento exato em que Satanás entra no
coração de Judas, embora eles não concordem quando foi - ou dizem como eles
(ou qualquer outra pessoa) poderiam saber disso.

Quando Jesus nasceu?


Os anos de nascimento e morte de Jesus estão em contradição insolúvel: se
Lucas está certo quando afirma que Jesus nasceu em 6 a.C., então Mateus não
pode estar certo quando ele afirma claramente que Jesus nasceu em algum
momento antes de 4 a.C. (E mesmo que fosse encontrada uma maneira de fazer
Mateus e Lucas concordarem sobre o ano de nascimento de Jesus, as duas
histórias do presépio ainda se contradizem em todos os pontos.
Por suas próprias declarações, eles se excluem; simplesmente não podem estar
ambos corretos).

Quando Jesus morreu?


Da mesma forma, ninguém pode dizer com certeza em que ano Jesus morreu.
Como mencionado antes, é um jogo de adivinhação: tem que ser durante a
prefeitura de Pilatos, em um ano em que a Páscoa caía em uma sexta-feira - isto
é, se os Sinópticos estão certos e João está errado.
Se ele está certo de que Jesus morreu em uma sexta-feira antes da Páscoa, o
que ele nos diz repetidamente (19:14, 31, 42), então todos os outros Evangelhos
estão errados.
E, aliás, sabemos em que dia Cleópatra colocou uma áspide no peito (12 de
agosto de 30 a.C.).
Sabemos a que horas o Monte Vesúvio entrou em erupção e destruiu Pompéia
(24 de agosto de 79 d.C., entre 2 e 3 da tarde).
Sabemos em que dia Júlio César se esqueceu de tomar cuidado com os idos de
março e esbarrou em Brutus (15 de março de 44 a.C.).
Então, por que não sabemos a data real em que Jesus morreu? Ou entrou
triunfantemente em Jerusalém? Ou expulsou os cambistas do Templo? Ou
ressuscitou Lázaro dos mortos? Ou qualquer um dos outros eventos
espetaculares que encontramos nos Evangelhos e Atos: terremotos; conversões
em massa; ressurreições em massa; julgamentos perante governadores, reis e
imperadores; horas de escuridão mundial, etc.?
Por que não sabemos o dia (ou mesmo o ano!) De qualquer evento na vida de
Jesus? Se você estivesse lá no dia em que o céu se abriu e os anjos receberam
Jesus quando ele ascendeu ao céu, você não se lembraria disso para o resto da
sua vida?
É claro que há ainda mais discrepâncias em questões básicas e importantes,
como seu relacionamento com João Batista (eles eram perfeitos estranhos?
Primos de primeiro grau? Eles pelo menos viviam na mesma época?), Relatos
díspares de suas últimas semanas, seu julgamento, sua morte, ressurreição e
ascensão.
Não é exagero dizer que os quatro Evangelhos se contradizem desde antes do
nascimento de Jesus até depois de sua morte e em quase todos os momentos
intermediários. Isso não foi perdido pelos estudiosos ao longo dos anos. Como
observou o historiador Paul Winter:
“As discrepâncias são muitas e múltiplas, e às vezes dizem respeito a questões
tão fundamentais que, à primeira vista, pode-se pensar que falaram de
acontecimentos e personalidades totalmente diferentes.
Parece que Jesus em Marcos não era a mesma pessoa que Jesus em João: eles
falam de maneira diferente, agem de maneira diferente, morrem de maneira
diferente.
Os retratos de Jesus variam tão amplamente que os historiadores bíblicos foram
capazes de reconstruir dezenas de Jesuses “históricos” à sua própria imagem,
todos igualmente plausíveis - e perfeitamente contraditórios.

E todas as tentativas de peneirar as críticas textuais para descobrir o Jesus


“real” parecem ignorar um problema persistente: os quatro Evangelhos não
apenas nos dão quatro Jesuses muito diferentes e incompatíveis, como parecem
fazê-lo deliberadamente. Os historiadores não tomam essa liberdade com
pessoas e eventos reais - mas os contadores de histórias e os criadores de mitos
sim.
Portanto, este é o estado dos Evangelhos: quatro escritos contraditórios,
complicados e retrabalhados registrados décadas após os supostos eventos por
autor ou autores desconhecidos sendo falsamente passados como testemunhas
oculares, e todos derivados principalmente de uma única fonte, inteiramente
ficção literária.

Conclusão

Através de estudo vimos que Jesus nada mais de que Mito, sem nenhuma prova
Real Histórica e Arqueológica!
Tudo que se tem dele é simplesmente baseado no Novo Testamento, que não
pode ser considerado Histórico!

Ainda levando contas as inúmeras contradições!

• Bibliografia
1. Re: Mark’s “secret Messiah” motif: C.M. Tuckett, ed., The Messianic
Secret (Philadelphia, 1983); F. Ker- mode, The Genesis of Secrecy
(Cambridge, Mass, 1979)
2. Bart D. Ehrman, The New Testament: A Historical Introduction to the
Early Christian Writings (New York: Oxford, 2004)
3. Mike Davis, The Atheist’s Bible Companion to the New Testament,
Outskirts Press, 2009
4. The Skeptic’s Annotated Bible (Also available for the Book of Mormon and
the Koran!) is online at: www.skepticsannotatedbible.com
5. The World's Sixteen Crucified Saviors or Christianity Before Christ Sixth
Edition Kersey Graves
6. Nailed: Ten Christian Myths That Show Jesus Never Existed at All - David
Fitzgerald
7. The Complete Heretic’s Guide to Western Religion, Book Three: Jesus:
Mything in Action (vol. II) by David Fitzgerald
8. The Irish Origins of Civilization (Volume Two) Akhenaton, the Cult of Aton
& Dark Side of the Sun - Michael Tsarion
Professor Ericson Soares da Silva.

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