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Desde o 4° domingo do tempo comum e na sequência o 5° domingo, Jesus vem utilizando uma

pedagogia que questiona sobre o estilo de vida de quem é discípulo. Ele fala da importância
das ações a serem feitas. Como reagir de forma correta diante dos desafios. Apesar dos
desafios, as perseguições somos desafiados a lutar pela justiça (Mt 5,1-13). Nos faz repensar
como estamos agindo, que sentido tem a nossa presença nas realidades que estamos
inseridos, e ainda, o que esta contribui para a causa do Reino de Deus (Mt 5,13-16).

O que também deve nos chamar a atenção é o “Vós” neste Evangelho, porque esta palavra
introduz a participação de todos na vida da Igreja no espaço da Evangelização. O compromisso
que esta têm na construção do Projeto do Reino – com isto, a Igreja é chamada a ser discípula.

Hoje, no 6° domingo do tempo comum Mateus 5,17-37 continua a nos falar sobre nossa
maneira de ser e fazer. Traz presente os Mandamentos e faz uma releitura do que foi dito aos
antepassados (AT) para iluminar a realidade presente. Nos dá a entender que a prática nasce e
brota do coração humano. Não basta só escrever; dizer e saber; todavia, é necessário cultivar
no coração os ensinamentos para colocar em prática.

Jesus deixa bem claro que não vem para abolir o que foi dito... mas dar cumprimento. Fala
que a vivência destes Mandamentos depende da atitude de cada pessoa. “Se a vossa justiça
não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos
Céus” – com essa afirmação, Jesus requer dos seus seguidores uma postura sensata, a
capacidade de dar o melhor de si ao fazer o bem. Já no final do Evangelho Ele intensifica a
importância de colocar em prática aquilo que se ouve; saber discernir as consequências das
nossas ações e quanto é necessário ser coerente - “Seja o vosso sim: Sim, e o vosso não: Não”.

Na Primeira Leitura, Eclesiástico 15,16-21, nos diz que precisamos ter sabedoria para agir, nos
dá direção qual o caminho devemos seguir, mas sem interpor a nossa liberdade – “Diante de ti
ele colocou o fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender a mão. Diante do homem
estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir”. Sempre recordando
que Deus é essência da nossa vida.

Na Segunda Leitura, 1Corintíos 2,6-10 nos deparamos com a catequese de São Paulo, aonde,
fala à comunidade quanto é preciosa a sabedoria de Deus; uma sabedoria oposta a do mundo;
dos poderosos deste mundo, que afinal, essas são destrutivas.

Essas três leituras, de modo mais singular o Evangelho, faz ressoar a mensagem de Jesus no
Sermão da Montanha, quando fala das bem-aventuranças. Enquanto que na antiga lei temos
os Mandamentos, “não...”; nas bem-aventuranças somos chamados com liberdade de filhos de
Deus a não nos conformar com tudo aquilo que vai contra aos princípios do Reino de Deus.
Somos chamados a agir com a liberdade de filhos e filhas de Deus, e nisto, consiste a
maturidade, a descoberta da rica e misteriosa sabedoria de Deus agindo em nós.

Por isso, ressoa forte o convite de sermos justos e, para isto, precisamos ser pessoas maduras,
capazes de agir através da sabedoria de Deus, de modo que tudo o que façamos esteja de
acordo com a vontade de Deus: que não haja irmãos perseguidos; famintos; aflitos... pelas
ideologias (sócio-econômico; política; religiosa; cultural). Para trilhar esse caminho da
construção do Reino de Deus é necessário que sejamos justos. Desta justiça brota a
misericórdia de que tanto Jesus falou nas bem-aventuranças.

A mensagem da Liturgia de hoje, nos propõe esta vida pautada pelas boas ações; que nossas
atitudes sejam fraternais capaz de garantir a dignidade da vida humana, sermos sempre justos
e misericordiosos na forma de agir, em nossas relações sociais. É este caminho que libertará
nossos irmãos das injustiças e nos permitirá alegrarmo-nos com o resultado da nossa opção,
pois como diz o Salmista 119/118 – Felizes os de caminho íntegro.

Ir. Maria Liliane de Oliveira - ASF

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