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Exercícios Mercosul ILB

Direito Internacional
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas)
24 pag.

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MERCOSUL
23 de março de 2019

Seu Progresso Programação


Página Inicial do Curso
Prezado (a) Estudante,

Seja bem-vindo(a) ao curso Fundamentos da Integração Regional: O Mercosul do Instituto


Legislativo Brasileiro - ILB. Este é um curso auto instrucional. Não há acompanhamento e
orientação de tutores. Você é responsável pela sua própria aprendizagem, por meio da
interação com os conteúdos dos módulos e os exercícios de fixação. Para que você inicie o
curso, é necessário responder à enquete Perfil do Estudante.
O curso tem duração de até 60 dias a partir da data de matrícula. Para a certificação é
necessário responder à enquete Avalie o curso, realizar a Avaliação Final, e obter pontuação
mínima de 70 pontos. Leia o Guia do Estudante para outras informações importantes sobre as
normas de funcionamento do curso e explore o nosso ambiente de ensino e aprendizagem.
Obs.: A plataforma Saberes segue o horário de Brasília.
MÓDULO II
Ao término do módulo você estará apto a:
Identificar os antecedentes históricos e os tratados fundadores do Mercado Comum do Sul;
Analisar o processo de integração do Mercosul.

1) O Mercosul não se caracteriza por:


1. possuir um direito comunitário que vincula diretamente os indivíduos.
2. sua natureza intergovernamental.
3. Todas as alternativas estão erradas.
4. manutenção da soberania nacional por seus Estados membros.
5. ser pautado por princípios de direito internacional clássico.
1.possuir um direito comunitário que vincula diretamente os indivíduos..
2)A união política caracteriza a etapa conclusiva de um processo de integração
regional pela substituição:
1. do modelo intergovernamental pelo modelo de cooperação binacional.
2. Todas as alternativas estão corretas
3. do modelo intergovernamental pelo modelo de associação multilateral.
4. do modelo intergovernamental pelo modelo bilateral.
5. do modelo intergovernamental pelo modelo supranacional.
5.do modelo intergovernamental pelo modelo supranacional..
3)O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) foi planejado para
eliminar barreiras alfandegárias entre:
1. Brasil, México e Canadá.
2. Estados Unidos da América, Brasil e México.
3. Brasil, México e Argentina.
4. Canadá, Estados Unidos da América e Argentina.
5. Todas as alternativas estão incorretas.
5.A resposta correta é: Todas as alternativas estão incorretas..
4)Sobre o sistema de solução de controvérsias da OMC, é correto afirmar:
1. todas as alternativas estão incorretas.

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2. representou um retrocesso em relação aos mecanismos de solução de controvérsias


existentes no período do GATT.
3. o Estado brasileiro ainda não teve demanda submetida a ele.
4. é sensivelmente mais efetivo que aquele com que contava o GATT e pode ser
considerado como um avanço do poder jurídico sobre o poder político.
5. é extremamente precário, mas superior ao que contava o GATT.
4.A resposta correta é: é sensivelmente mais efetivo que aquele com que contava o GATT e pode ser
considerado como um avanço do poder jurídico sobre o poder político..
5)É correto dizer sobre o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA):
Escolha uma:
1. é uma associação de segurança regional.
2. é formado por países da América Central.
3. tem como meta essencial a formação de um mercado comum entre seus membros.
4. Todas as alternativas estão incorretas.
5. dado o nível de desenvolvimento econômico do México, comparativamente aos
Estados Unidos da América e ao Canadá, aquele país não pôde aderir ao bloco.
Todas as alternativas estão incorretas..
6)Não é característica do modelo comunitário europeu:
Escolha uma:
1. presença de instituições independentes dos Estados membros.
2. métodos decisórios supranacionais.
3. transferência de certas competências à Comunidade e normas que vinculam
diretamente os indivíduos, agentes econômicos e empresas.
4. Todas as alternativas estão erradas.
5. métodos decisórios baseados unicamente no consenso.
A resposta correta é: métodos decisórios baseados unicamente no consenso..
7)Dentre as etapas da integração regional, a chamada Zona de Preferência Tarifária
caracteriza-se por:
Escolha uma:
1. aumentar os níveis tarifários preferenciais para o grupo de países que conformam a
Zona.
2. assegurar os níveis tarifários preferenciais para o grupo de países que conformam a
Zona.
3. diminuir os níveis tarifários preferenciais para o grupo de países que conformam a
Zona.
4. Nenhuma das alternativas estão corretas.
5. modificar os níveis tarifários preferenciais para o grupo de países que conformam a
Zona.
A resposta correta é: assegurar os níveis tarifários preferenciais para o grupo de países que conformam
a Zona..
8)Sobre regionalização e multilateralização, pode-se afirmar:
Escolha uma:

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1. os avanços tecnológicos não tiveram impacto significativo na regionalização e na


multilateralização das relações de comércio internacional.
2. são estratégias encontradas pelos Estados para se inserirem no cenário internacional
transformado pela globalização.
3. a Organização Mundial do Comércio (OMC) é o grande modelo da tendência
regionalista nas relações internacionais.
4. Todas as alternativas estão corretas.
5. são fenômenos excludentes por natureza.
A resposta correta é: são estratégias encontradas pelos Estados para se inserirem no cenário
internacional transformado pela globalização..
9)Não constitui meta da OMC:
Escolha uma:
1. inibir a formação de blocos econômicos, os quais poderão representar entraves à
liberalização do comércio multilateral.
2. livre circulação de capitais.
3. livre comércio na área de serviços.
4. todas as alternativas estão corretas.
5. eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias.
A resposta correta é: inibir a formação de blocos econômicos, os quais poderão representar entraves à
liberalização do comércio multilateral..
10)O Mercado Comum difere da União Aduaneira porque:
Escolha uma:
1. os países membros devem seguir os mesmos parâmetros para fixar as políticas
agrícola, industrial e comercial.
2. Todas as alternativas estão corretas.
3. os países membros devem seguir os mesmos parâmetros para fixar as políticas
monetária, cambial e fiscal.
4. os países parceiros seguem os mesmos parâmetros na fixação das políticas de
segurança, saúde e educação.
5. os países parceiros seguem os mesmos parâmetros na fixação das políticas de
comércio, desenvolvimento e crescimento.
A resposta correta é: os países membros devem seguir os mesmos parâmetros para fixar as políticas
monetária, cambial e fiscal..

https://saberes.senado.leg.br/mod/quiz/review.php?attempt=5165674&cmid=41953

Iniciado em Sexta-feira, 29 Mar 2019, 18:04


Estado Finalizada

O Protocolo de Ouro Preto criou:


Escolha uma:
1. a Junta Legislativa do Mercosul.
2. a Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul.
3. a Tribuna do Mercosul.

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4. Nenhuma das alternativas está correta.


5. o Parlamento do Mercosul.
Resposta: 2 - acertei
A resposta correta é: a Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul..

Questão 2
Inicialmente, foram excluídos do regime de concorrência à tarifa externa comum, as seguintes
mercadorias:

Escolha uma:
1. setor de movelaria, setor de farmacêuticos e setor de brinquedos.
2. setor de movelaria, bens de capital e de informática e telecomunicações.
3. setor automotriz, setor açucareiro e setor de bens de capital e de informática e telecomunicações.
4. setor de calçados, setor de têxteis e setor de produtos de higiene.
5. Nenhuma das alternativas está correta.
Resposta: 3 Acertei
A resposta correta é: setor automotriz, setor açucareiro e setor de bens de capital e de informática e
telecomunicações..

Questão 3
Ao Grupo Mercado Comum compete:

Escolha uma:
1. reunir-se dez vezes por ano para emitir suas Orientações.
2. implementar os objetivos do Mercosul, além de supervisionar o seu funcionamento, e examinar as
questões de grande complexidade que lhe sejam encaminhadas em maior nível de detalhe que o
Conselho Mercado Comum.
3. Nenhuma das alternativas está correta.
4. reunir-se oito vezes por ano para emitir suas Decisões.
5. reunir-se seis vezes por ano para emitir suas Diretrizes.
Gabarito: 2

A resposta correta é: implementar os objetivos do Mercosul, além de supervisionar o seu


funcionamento, e examinar as questões de grande complexidade que lhe sejam encaminhadas em
maior nível de detalhe que o Conselho Mercado Comum..
Questão 4
Antes da substituição da ALALC por outra organização:
Escolha uma:
1. alguns países membros se convenceram da necessidade de não se separarem para assinar acordos
multilaterais
2. Todas as alternativas estão incorretas.
3. alguns países membros se convenceram da necessidade de se separarem para formar uma aliança
militar.
4. alguns países membros se convenceram da necessidade de se separarem para assinar acordos
multilaterais.
5. alguns países membros se convenceram da necessidade de se separarem para formar blocos sub-
regionais de integração.
gabarito: 5 errei coloquei 2

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A resposta correta é: alguns países membros se convenceram da necessidade de se separarem para


formar blocos sub-regionais de integração..

Questão 5
De acordo com o Tratado de Assunção:

Escolha uma:
1. a redução das atuais dimensões de seus mercados nacionais, através da integração, constitui
condição fundamental para acelerar seus processos de desenvolvimento social com justiça
econômica.
2. a equalização das condições de seus mercados nacionais, através da integração, constitui condição
fundamental para acelerar seus processos de desenvolvimento econômico e educacional com
distribuição de justiça social.
3. Nenhuma das alternativas está correta.
4. a ampliação das atuais dimensões de seus mercados nacionais, através de integração, constitui
condição fundamental para acelerar seus processos de desenvolvimento econômico com justiça
social.
5. a divisão das atuais condições de seus mercados nacionais, através da integração, constitui
condição fundamental para acelerar seus processos de desenvolvimento educacional com justiça
nacional.
gabarito: 4 errei coloquei 1
A resposta correta é: a ampliação das atuais dimensões de seus mercados nacionais, através de
integração, constitui condição fundamental para acelerar seus processos de desenvolvimento
econômico com justiça social..
Questão 6
O Mercosul adota também listas de exceções setoriais que tratam de:

Escolha uma:
1. Nenhuma das alternativas está correta.
2. bens produzidos por alguns dos Estados Partes, a quem interessa importá-los de terceiros países
que são, por sua vez, capazes de comercializá-los a preço mais alto do que se fossem importados de
Estados membros do Mercosul.
3. bens comercializados por alguns dos Estados Partes, a quem interessa importá-los de terceiros
países, que são por sua vez, capazes de produzi-los a preço mais baixo do que se fossem importados
de Estados membros do Mercosul.
4. bens não produzidos por alguns dos Estados Partes, a quem interessa importá-los de terceiros
países, que são capazes de comercializá-los a preço mais baixo do que se fossem importados de
Estados membros do Mercosul.
5. bens produzidos por alguns dos Estados Partes, a quem interessa exportá-los para terceiros países,
que são, a sua vez, capazes de comercializá-los a preço mais baixo do que se fossem importados de
Estados membros do Mercosul.
gabarito: 4 certei
A resposta correta é: bens não produzidos por alguns dos Estados Partes, a quem interessa importá-
los de terceiros países, que são capazes de comercializá-los a preço mais baixo do que se fossem
importados de Estados membros do Mercosul..

Questão 7
A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) surgiu da transformação da:

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Escolha uma:
1. ACE nº 33.
2. CAN.
3. Todas as alternativas estão corretas.
4. ALALC.
5. ACE nº 18.
Gabarito:4 Acertei
A resposta correta é: ALALC..

Questão 8
Compete ao Foro Consultivo Econômico e Social:

Escolha uma:
1. congregar representantes das Marinhas, Forças Aéreas e Exércitos dos Países Membros do
Mercosul para a discussão de temas vinculados ao Mercosul e à formulação de propostas específicas
desses segmentos mediante Recomendações ao Grupo Mercado Comum.
2. Nenhuma das alternativas está correta.
3. congregar representantes dos setores empresariais, sindicatos e entidades sociais da sociedade civil
para a discussão de temas vinculados ao Mercosul e a formulação de propostas específicas de cada
um desses segmentos mediante Recomendações ao Grupo Mercado Comum.
4. congregar representantes dos setores parlamentar, judicial e executivo dos Países Membros para a
discussão de temas vinculados ao Mercosul e a formulação de propostas de cada um desses
segmentos por meio de Recomendações ao Grupo Mercado Comum.
5. congregar representantes das Igrejas, dos partidos políticos e dos servidores públicos para a
discussão de temas vinculados ao Mercosul e a formulação de propostas específicas de cada um
desses segmentos por intermédio de Recomendações ao Grupo do Mercado Comum
Gabarito: 3 Acertei
A resposta correta é: congregar representantes dos setores empresariais, sindicatos e entidades
sociais da sociedade civil para a discussão de temas vinculados ao Mercosul e a formulação de
propostas específicas de cada um desses segmentos mediante Recomendações ao Grupo Mercado
Comum..

Questão 9
O primeiro dos instrumentos estabelecidos pelo Tratado de Assunção foi:

Escolha uma:
1. um programa de liberalização comercial, consistindo em reduções tarifárias progressivas, lineares
e automáticas com o objetivo de chegar-se à tarifa zero em 31/12/1994, e eliminação de restrições
não tarifárias ou de quaisquer medidas de efeito equivalente.
2. um programa de liberalização econômica, consistindo em reduções fiscais progressivas, lineares e
automáticas com o objetivo de chegar-se à tarifa zero em 31/12/1994.
3. um programa de liberalização industrial, consistindo na integração de cadeias produtivas, com o
objetivo de chegar-se à tarifa zero por meio de reduções tarifárias progressivas até 31/12/1994.
4. nenhuma das alternativas está correta.
5. um programa de liberalização de exportações, consistindo de reduções cambiais progressivas,
lineares e automáticas com o objetivo de chegar-se à tarifa zero em 31/12/1994.
Gabarito:1 acertei

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A resposta correta é: um programa de liberalização comercial, consistindo em reduções tarifárias


progressivas, lineares e automáticas com o objetivo de chegar-se à tarifa zero em 31/12/1994, e
eliminação de restrições não tarifárias ou de quaisquer medidas de efeito equivalente.
Questão 10
A estrutura do Parlamento do Mercosul tem por modelo a estrutura:
Escolha uma:
1. dos parlamentos nacionais dos Estados membros.
2. do Parlamento da Unasul.
3. da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul.
4. todas as alternativas estão incorretas.
5. do Parlamento Centro-Americano.
Gabarito: 3 errei

RESPOSTAS

CURSO FUNDAMENTOS DA INTEGRAÇÃO REGIONAL: O MERCOSUL QUESTÃO: Com a
concretização da revisão do Protocolo de Ouro Preto, o aprofundamento institucional do Mercosul
fez com que o bloco: RESPOSTA: Nenhuma das alternativas está correta.
QUESTÃO: Até meados de 2006, a normativa Mercosul havia sido incorporada aos respectivos
ordenamentos jurídicos dos Estados-Partes em: RESPOSTA: 30% das normas encaminhadas pelo
GMC.
QUESTÃO: Entre as principais constatações do Grupo de Reflexão Prospectiva sobre o Mercosul,
criado ao final do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, está: RESPOSTA: a questão
do déficit de incorporação das normas do Mercosul aos ordenamentos jurídicos internos.
QUESTÃO: O processo de integração do Mercosul: RESPOSTA: é muito distante do modelo
europeu, no qual as partes reconhecem que, ao assumir os compromissos, aceitam limitar sua
capacidade de agir unilateralmente.
QUESTÃO: A fim de acelerar a incorporação da normativa dos órgãos de integração pelo Estado
brasileiro, as seguintes iniciativas podem ser tomadas: RESPOSTA: outorgar, por meio de emenda
constitucional, um tratamento diferenciado e mais ágil às normas emanadas dos órgãos do Mercosul
e submetidas à aprovação congressual.
QUESTÃO: Ainda figuram como exceções no cronograma de reduções tarifárias do Mercosul:
RESPOSTA: bens de capital e bens de informática e telecomunicações. QUESTÃO: A Secretaria do
Mercosul, no início, cumpriu papel unicamente administrativo e burocrático, e hoje tem também a
função de: RESPOSTA: avaliar continuamente o desenvolvimento da integração, de prestar apoio
técnico e de contribuir para a construção de uma visão comum efetiva do Mercosul.
QUESTÃO: O Parlamento do Mercosul poderá sanar duas grandes debilidades do bloco:
RESPOSTA: permitindo o debate prévio das normas do Mercosul e legitimando aquelas adotadas
pelos órgãos decisórios do bloco

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Modulo 3 -A Dimensão Parlamentar Do MERCOSUL
Enviado por barreiro
apostila explicativa do curso Fundamentos da Integração Regional: O MercosulDescrição completa
Direitos autorais: © All Rights Reserved
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Sinalizar Por Conteúdo Inapropriado

A Dimensão Parlamentar do MERCOSUL


MÓDULO III - A DIMENSÃO PARLAMENTAR DO MERCOSUL
Site:Instituto Legislativo Brasileiro - ILBCurso:Fundamentos da Integração Regional: O Mercosul -
Turma 01 ALivro:A Dimensão Parlamentar do MERCOSULImpresso por:Valéria
VenturaData:terça, 15 Mar 2016, 10:55
Sumário
Módulo III - A Dimensão Parlamentar do MERCOSULTemas do Módulo IIIUnidade 1 - A norma
Mercosul; Procedimentos de produção da norma Mercosul.Pág. 2Pág. 3Pág. 4Pág. 5Pág. 6Pág. 7Pág.
8Pág. 9Pág. 10Unidade 2 - O Parlamento do Mercosul; Definição.Pág. 2Pág. 3Pág. 4Pág. 5Pág.
6Pág. 7Pág. 8Pág. 9Pág. 10Pág. 11Pág. 12Exercícios de Fixação do Módulo III
Módulo III - A Dimensão Parlamentar do MERCOSUL
Ao término do módulo você estará apto a:

Descrever a dimensão parlamentar do Mercosul;Discutir as razões da criação do Parlamento


Mercosul;Refletir sobre a necessidade de ajustes nas Constituições dos Estados Partes doMercosul.
Temas do Módulo III
Neste módulo, estudaremos a Dimensão Parlamentar do Mercosul, que se expressava, inicialmente
na Comissão ParlamentarConjunta (CPC). Criada pelo Tratado de Assunção em 1991, o braço
parlamentar da integração foi incluído na estrutura institucionaldo bloco pelo Protocolo de Ouro
Preto em dezembro de 1994, passando a integrar o processo de internalização de normas
nosordenamentos jurídicos dos Países Membros e balizando o caminho para a criação do Parlamento
do Mercosul.
Assim, veremos também o processo de produção da normativa Mercosul, emanada dos órgãos que
compõem a estrutura institucional dobloco, e, de fundamental importância para a consolidação do
processo de integração regional, sua implementação, que se faz em função dalegislação interna dos
Estados Partes, para que, recepcionada pelos respectivos ordenamentos jurídicos, entre em vigência e
garanta asegurança jurídica exigida pelos negócios empreendidos por cidadãos, empresas e
representações governamentais no território mercosulino.Por fim, estudaremos as razões que levaram
à criação do Parlamento do Mercosul, bem como do mecanismo da consulta parlamentar,destinado a
agilizar o processo de internalização das normas produzidas pelos órgãos institucionais do Mercosul.
Unidade 1 - A norma Mercosul; Procedimentos de produção danorma Mercosul.
Procedimentos de produção da norma Mercosul
A harmonização das legislações "nas áreas pertinentes" é um dos importantes instrumentos previsto
s pelo Tratado de Assunção
paraa integração (art. 1º). O Protocolo de Ouro Preto confere caráter obrigatório às Decisões do
Conselho, às Resoluções do GrupoMercado Comum e às Diretrizes da Comissão de Comércio, mas
estabelece também que a sua implementação se fará de acordocom a legislação interna dos Estados
Partes.
As limitações, evidenciadas pelas Constituições dos Estados Partes no que se refere à integração,
exigem uma série de ajustes coordenadospara evitar que elas operem como um freio ao processo
integracionista.Tudo indica que compromissos mais fortes no processo de integração exigirão que a
dimensão Mercosul seja tratada de maneira equivalentenos ordenamentos jurídicos internos dos
sócios do bloco.As limitações constitucionais operam impedindo a instauração de um regime

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adequado, balizador do caminho para surgir e desenvolver-seum direito comunitário. Também se


tornam obstáculos para a criação de mecanismo ágil e transparente que permita incorporar as
normasMercosul e torná-las operativas, além de impedir um sistema que garanta a hierarquia
superior destas normas sobre as nacionais.
.
Pág. 2
Nesse sentido, a Constituição da Argentina, por exemplo, é a mais avançada dentre aquelas dos
Estados Partes, pois outorga aostratados internacionais

uma hierarquia superior às leis nacionais e autoriza a celebração de tratados de integração que
deleguemcompetências a organizações supra-estatais
.(
arts. 75 incisos 22 e 24
)[
N6].

Artigo 75: Corresponde al Congreso (...)Inciso 22: Aprobar o desechar tratados concluidos con las
demás naciones y con lasorganizaciones internacionales y los concordatos con la Santa Sede. Los
tratados yconcordatos tienen jerarquía superior a las leyes.Inciso 24: Aprobar tratados de integración
que deleguen competencias y jurisdición aorganizaciones supraestatales em condiciones de
reciprocidad e igualdad, y querespeten al ordem democrático y los derechos humanos. Las normas
dictadas em suconsecuencia tienen jeraquía superior a las leyes.

Pág. 3
No caso do Paraguai, sua Carta Magna, de 1992, também outorga supremacia aos tratados
internacionais e estabelecegenericamente a admissão de uma ordem jurídica supranacional:(arts.
137,141 e 145)[N7]
Artigo 137. De la Supremacia de la Constitución
La ley suprema de la República es la Constitución. Ésta, los tratados, convenios y
acuerdosinternacionales aprobados y ratificados, las leyes dictadas por el Congreso y
otrasdisposiciones jurídicas de inferior jerarquía, sancionadas en consecuencia, integran elderecho
positivo nacional en el orden de prelación enunciado.Artígo 141. De los tratados InternacionalesLos
tratados intenacionales validamente celebrados, aprobados por ley del Congreso, ycuyos
instrumentos de ratificación fueran canjeados o depositados, forman parte delordenamiento legal
interno com la jerarquía que determina el Artículo 137.Artigo 145. Del Orden Jurídico
SupranacionalLa República del Paraguay, en condiciones de igualdad con otros Estados, admite un
orden jurídico supranacional que garantice la vigencia de los derechos humanos, de la paz, de la
justicia, de la cooperación y del desarrollo, en lo político, económico, social y cultural.Dichas
decisiones sólo podrán adoptarse por mayoría absoluta de cada Cámara delCongreso.
A Constituição da Venezuela determina que a preferência de acordos regionais sobre a legislação
interna (arts. 153 a 155)[N8
].

Sección Quinta: De las Relaciones InternacionalesArtículo 153. La República promoverá y


favorecerá la integración latinoamericana y caribeña, enaras de avanzar hacia la creación de una

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comunidad de naciones, defendiendo los intereseseconómicos, sociales, culturales, políticos y


ambientales de la región. La República podrá suscribirtratados internacionales que conjuguen y
coordinen esfuerzos para promover el desarrollo comúnde nuestras naciones, y que garanticen el
bienestar de los pueblos y la seguridad colectiva de sushabitantes. Para estos fines, la República
podrá atribuir a organizaciones supranacionales,mediante tratados, el ejercicio de las competencias
necesarias para llevar a cabo estos procesosde integración. Dentro de las políticas de integración y
unión con Latinoamérica y el Caribe, laRepública privilegiará relaciones con Iberoamérica,
procurando sea una política común de todanuestra América Latina. Las normas que se adopten en el
marco de los acuerdos de integraciónserán consideradas parte integrante del ordenamiento legal
vigente y de aplicación directa ypreferente a la legislación interna.Artículo 154. Los tratados
celebrados por la República deben ser aprobados por la AsambleaNacional antes de su ratificación
por el Presidente o Presidenta de la República, a excepción deaquellos mediante los cuales se trate de
ejecutar o perfeccionar obligaciones preexistentes de laRepública, aplicar principios expresamente
reconocidos por ella, ejecutar actos ordinarios en lasrelaciones internacionales o ejercer facultades
que la ley atribuya expresamente al EjecutivoNacional.Artículo 155. En los tratados, convenios y
acuerdos internacionales que la República celebre, se

insertará una cláusula por la cual las partes se obliguen a resolver por las vías pacíficasreconocidas
en el derecho internacional o previamente convenidas por ellas, si tal fuere el caso,las controversias
que pudieren suscitarse entre las mismas con motivo de su interpretación oejecución si no fuere
improcedente y así lo permita el procedimiento que deba seguirse para sucelebración.

Pág. 4
O Uruguai e o Brasil, por sua vez, não contam com previsão constitucional que conceda hierarquia
superior dos tratadosinternacionais
sobre as leis nacionais, o que significa que as Cartas Magnas brasileira e uruguaia não aportam
solução para potenciaisconflitos entre
uma norma internacional e uma norma interna, o que produz uma trava jurídica ao avanço do
processo de

integração.
Há porém, que se fazer ressalva, o caso brasileiro, aos tratados de direitos humanos, os quais
aprovados na forma do § 3º do art. 5º daConstituição Federal, introduzido pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004, equiparam-se a emendas constitucionais. Desse modo,
apenaseventuais acordos de integração que versem sobre direitos humanos poderão ter status
superior à legislação ordinária.
Em verdade, tanto no caso brasileiro quanto no uruguaio, existe apenas uma referência programática,
em suas Constituições,relacionada com a integração latino-americana (parágrafo único do art. 4º da
Constituição Federal brasileira e inciso 2 do art. 6º daConstituição uruguaia)[N9].

Artigo 4º da Constituição brasileira, parágrafo único:


A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos daAmérica Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações
.

Artigo 6, inciso 2, da Constituição Uruguaia:La República procurará la integración social y


económica de los Estados Latinoamericanos,especialmente em lo que se refiere a la defensa común

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de sus productos y materias primas.Asimismo, propenderá a la efectiva complementación de sus


servicios públicos.
O direito brasileiro não dispõe, pois, de instrumentos que confiram especificidade às normas
emanadas dos órgãos da integração, aocontrário do que acontece com a Constituição argentina.
Tentativa neste sentido foi rechaçada quando da revisão constitucional de1993.
A Constituição de 1988 atribui ao Poder Executivo competência privativa para manter relações com
Estados estrangeiros e acreditar seusrepresentantes diplomáticos, bem como celebrar tratados,
convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional (art.84, incisos VII e
VIII).
.
Pág. 5
Ao Parlamento cabe aprovar os atos internacionais firmados pelo Presidente da República ou seu
Plenipotenciário, cabendo-lhetambém autorizar o Presidente da República a declarar guerra e
celebrar a paz, conforme segue:Art. 49
. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:I - resolver definitivamente sobre tratados,
acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravososao patrimônio
nacional;II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que
forças estrangeiras transitem peloterritório nacional ou nele permaneçam temporariamente,
ressalvados os casos previstos em lei complementar; (...)
No que tange à aprovação de tratados e demais atos internacionais, o procedimento parlamentar,
como regra, tem-se limitado à suaaprovação ou rejeição
in totum
.

A doutrina diverge no que diz respeito à possibilidade de alteração do tratado quando de sua
tramitação no Congresso Nacional.Isto porque, tendo em vista óbvias razões de ordem prática, não
seria possível a um país, segundo alguns juristas, aprovar emendasa um tratado internacional
negociado em âmbito multilateral. Sustentam eles que tal prática, se adotada por todos os
Estadoscontratantes, haveria de gerar um completo caos na convivência internacional, tornando
impossível, do ponto de vista prático,qualquer previsibilidade quanto à ratificação ou modificação de
textos acordados ao longo de inúmeras reuniões e, muitas vezes,difíceis negociações.Contudo, outra
corrente sustenta que, caso o tratado admita
reservas
, poderá o Congresso Nacional aprová-lo com restrições, asquais o Poder Executivo traduzirá em
reservas no momento da ratificação. Do mesmo modo, poderá aprová-lo com declaração dedesabono
às reservas acaso feitas na assinatura, e que deixarão de ser confirmadas, portanto, na ratificação. Foi
neste sentido oparecer de 1962 do eminente jurista Haroldo Valladão, quando consultor jurídico do
Itamaraty.
.
Pág. 6
Assim, terminada a negociação de um tratado, tem o Presidente da República, que a iniciou, a
faculdade de dar ou nãoprosseguimento ao processo de sua incorporação ao ordenamento jurídico

interno. Com exceção das convenções internacionais dotrabalho, que por sua natureza obrigam a sua
submissão à aprovação do Parlamento, nos demais casos tanto pode o chefedo Poder Executivo
mandar arquivar o produto, se o julgar insatisfatório, de uma negociação bilateral ou coletiva,

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quantodeterminar estudos mais aprofundados na área do Executivo, e submeter o texto, quando


melhor lhe pareça, à aprovaçãocongressual.
Se por um lado em nenhum caso pode o Presidente da República manifestar o consentimento
definitivo em relação ao tratado sem aaprovação do Congresso Nacional, por outro, tal aprovação
não o obriga à ratificação.A decisão do Congresso Nacional é formalizada por meio de um decreto
legislativo, promulgado pelo Presidente do Senado Federal epublicado no Diário Oficial da União. O
decreto legislativo não rejeita e nem altera o tratado. Exemplos de rejeição são raríssimos, masneste
caso caberia apenas uma comunicação, mediante mensagem, ao Presidente da República. Entre os
raros casos de rejeição pode-sedestacar, a título de exemplo, o tratado argentino-brasileiro de 25 de
janeiro de 1890, sobre a fronteira das Missões, rejeitado peloplenário do Congresso em 18 de agosto
de 1891, por 142 votos contra 5.No Brasil adotou-se o procedimento de se estipular, por meio de um
parágrafo único no decreto legislativo que aprova o tratadointernacional, que são sujeitos à
aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em revisão do ato
internacional emquestão, assim como quaisquer atos complementares que, nos termos do art. 49, I,
da Constituição Federal, acarretem encargos oucompromissos gravosos ao patrimônio nacional.Os
tratados, salvo os de direitos humanos aprovados na forma do citado § 3º do art. 5º da Constituição
Federal, uma vez inseridos nodireito brasileiro, passam a ter força de lei ordinária e a exercer
efeitos
sobre as demais leis, podendo, inclusive, revogá-las, uma vez quelei posterior revoga um tratado
internacional se suas disposições conflitam. Desse modo, os tratados estão em nível hierárquico
inferior aoda Constituição, e, portanto, sujeitos ao controle de constitucionalidade.
Pág. 7
Incorporação das normas Mercosul ao ordenamento jurídico interno dos Estados Partes
Os recentes esquemas de integração regional, como o Mercosul, representam, entretanto, casos
especialíssimos, uma vez que seusinstrumentos jurídicos emergem de um Acordo-Quadro anterior,
como é o Tratado de Assunção, o qual proclama a intençãoinequívoca dos Estados Membros de
procederem a um processo de integração, para o qual se faz necessária a celebração de
váriosprotocolos adicionais ao Acordo inicial. Assim, a presunção é a de que interessa aos Estados
signatários a célere aprovaçãocongressual dos atos internacionais firmados no âmbito do processo
integracionista.Na prática, entretanto, isso nem sempre ocorre. Por vezes, o instrumento negociado
acaba por sofrer restrições de setoresinteressados, e os Governos optam por sustar a sua tramitação
no Congresso Nacional. Exemplo disto é o Código Aduaneiro doMercosul, que, aprovado pela
Câmara dos Deputados, aguardou por alguns anos o seu exame pela Comissão de Relações
Exterioresdo Senado. O Governo acabou por retirar a mensagem que o encaminhava, aguardando a
renegociação de certos detalhes técnicos.As normas Mercosul serão ou não submetidas ao crivo do
Congresso Nacional de acordo com sua natureza. As que tratam dematéria com natureza de lei serão
introduzidas após os trâmites previstos no direito interno; já as de natureza meramenteregulamentar,
incluídas nas competências do Poder Executivo, são introduzidas na normativa brasileira pela via de
decretos eportarias.Ao contrário da Constituição argentina, que, como vimos, confere hierarquia
superior à das leis às normas incorporadas comoconsequência dos tratados de integração, o direito
derivado do Mercosul não desfruta de posição hierárquica superior às leisordinárias, recebendo
tratamento idêntico àquele outorgado aos demais tratados internacionais. A única especificidade que
distinguea normativa Mercosul quando dos procedimentos para a sua incorporação ao direito
brasileiro provém da Resolução do CongressoNacional nº 1 de 1996, que, em cumprimento ao
Protocolo de Ouro Preto, veio a inserir, no seio do Parlamento, a ComissãoParlamentar Conjunta do
Mercosul. Nos termos de seu art. 2º, deverá a Representação Brasileira na Comissão Parlamentar
Conjuntado Mercosul emitir parecer preliminar sobre toda matéria de interesse para o bloco e que
venha a tramitar no Congresso Nacional.

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Pág. 8
Pretendeu-se com este dispositivo, atender o art. 25 do Protocolo de Ouro Preto, segundo o qual "A
Comissão Parlamentar Conjuntaprocurará acelerar os procedimentos internos correspondentes nos
Estados Partes para a pronta entrada em vigor das normasemanadas dos órgãos do Mercosul
previstos no Artigo 2 deste Protocolo". Embora impedida de atuar no sentido propriamente
deacelerar os procedimentos de aprovação das normas Mercosul pelo Congresso Nacional, como
quer o Protocolo, o que equivaleria atransformá-la em um grupo de pressão no seio do Parlamento, a
Comissão busca, mediante o seu parecer preliminar, fornecersubsídios às demais Comissões
temáticas quanto à importância e aos impactos, sobre o processo de integração, da normativa
emexame.Mais uma vez faz-se necessário distinguir, neste contexto, os atos internacionais advindos
do processo de integração e os atos deoutra natureza. Concordam os teóricos da integração quanto ao
status
especialíssimo que assumem os Estados participantes de talprocesso, em relação a terceiros
países.Vários estudiosos vêm chamando a atenção para o fato de que, no processo de negociações do
Mercosul, vem ocorrendo um curiosofato no que diz respeito a determinadas matérias de âmbito
interno: decisões vêm sendo tomadas pelos negociadores do Mercosul einternalizadas por via de
portarias ministeriais, de tal forma que o centro de decisões é transferido, por vezes, para um
forointergovernamental, com prejuízo da competência legislativa do Congresso Nacional, que sequer
tem a possibilidade de acompanhartodos estes processos decisórios que se desenrolam nos múltiplos
foros negociadores do Mercosul. Trata-se aqui de uma situação
sui generis
, porém própria dos processos de integração. É interessante ressaltar, nesse cenário, que a existência
de uma ComissãoParlamentar Conjunta do Mercosul no seio do Congresso Nacional, prevista pelos
Tratados de Assunção e pelo Protocolo de OuroPreto, nunca chegou a sanar esta falha, uma vez que
a CPC não dispunha de real poder de controle sobre o processo negociador.A criação do Parlamento
do Mercosul, constituído em 14 de dezembro de 2006, poderá contribuir decisivamente para
maiortransparência e visibilidade do processo de integração regional. Cumpre, nesse ponto,
esclarecer que a citada Resolução nº1, de1996, do Congresso Nacional, foi revogada pela resolução
nº 1 de 2007, que dispõe sobre a Representação Brasileira noParlamento do Mercosul e cujo art.4º
prevê procedimento preferencial às matérias emanadas dos órgãos decisórios mercosulinos,desde que
a norma tenha sido adotada de acordo com os termos do parecer do Parlamento do Mercosul. Com
isso, taisnormas após a apreciação da Representação quanto aos aspectos da constitucionalidade,
juridicidade, adequação financeira eorçamentária e, ainda, quanto ao mérito, serão remetidas aos
plenários da Câmara dos Deputados e do Senado, salvo se aRepresentação julgar necessário, em
razão da especificidade e complexidade da matéria, o pronunciamento de outras Comissões. Nota-se,
portanto, que a Resolução de 2007 veio atender o disposto no inciso 12 do art. 4º do Protocolo
Constitutivo doParlamento do Mercosul, que estabeleçe o seguinte: "os Parlamentos nacionais,
segundo os procedimentosinternos correspondentes, deverão adotar as medidas necessárias para a
instrumentalização ou criação de um procedimentopreferencial para a consideração das normas do
Mercosul que tenham sido adotadas de acordo com os termos do parecer doParlamento".
.
Pág. 9
.A Consulta Parlamentar

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Desde a assinatura do Tratado de Assunção, que criou o Mercosul, verifica-se que a maior debilidade
do bloco reside no déficit dincorporação das normas, acordadas pelos seus órgãos decisórios, aos
ordenamentos jurídicos internos dos Estados Partes. Essdeficiência vem debilitando a credibilidade
do bloco, tanto frente a terceiros países e agrupamentos de países, como em face doagentes
econômicos privados. Ao traduzir um modelo de integração muito mais orientado por realidades de
poder do que por nor jurídicas livremente acordadas pelos Estados Partes no foro regional, o
Mercosul revela-se ao agente econômico como um espaço patraente para seus investimentos,
caracterizado pela insegurança jurídica e pela falta de previsibilidade e de efetividade normativ

Com efeito, a experiência europeia demonstrou, ao longo do tempo, a importância de que se reveste
a atitude de respeito àsnormas da integração, manifestada pelos Estados Partes. Esse respeito,
refletindo o grau de compromisso político dos PaísesMembros para com o processo integracionista,
muito contribuiu para o fortalecimento do bloco europeu.A Secretaria da então Comissão
Parlamentar Conjunta do Mercosul, sediada em Montevidéu, realizou levantamento sistemático
doestado da incorporação das normas do Mercosul já negociadas e assinadas e que exigem aprovação
congressual para a suaincorporação ao direito interno dos Estados Partes e verificou que um alto
percentual jamais ingressou nos respectivos Parlamentos.
.
Pág. 10
Não se imaginava, efetivamente, que alguns instrumentos ficassem retidos por tanto tempo antes de
serem enviados aosrespectivos Parlamentos nacionais.

Esse fato, logicamente, também contribui para a fragilidade institucional do Mercosul e para a
insegurança jurídica existente nomomento.Em outubro de 2003, firmou-se o primeiro acordo
interinstitucional entre dois órgãos do Mercosul: o Conselho do Mercado Comum ea Comissão
Parlamentar Conjunta do Mercosul. Essas duas entidades celebraram acordo, com apenas dois
artigos, de grandesignificado no que diz respeito à democratização do processo decisório do
Mercosul.O art. 1º diz basicamente que o Conselho se compromete a enviar à consulta da Comissão
Parlamentar Conjunta do Mercosul, nomomento da sua negociação, todas as normas que requeiram
aprovação congressual.Já o art. 2º contém a contrapartida da Comissão: ela se compromete a dar uma
tramitação mais ágil e mais rápida a toda a matériaque tenha merecido o seu parecer favorável.Em
outras palavras, todo instrumento Mercosul que, no momento de sua negociação, houvesse ido à
Comissão e recebido o seuparecer favorável, quando firmado pelos Estados Partes e enviado à
aprovação congressual, receberia tratamento legislativo maisrápido. Esse engenhoso mecanismo,
vislumbrado no acordo interinstitucional e mais comumente chamado de "consulta parlamentar",
seria,posteriormente, incluído entre as competências do Parlamento do Mercosul. Como vimos, o
Congresso Nacional brasileiro já aprovoudispositivo destinado à implementação da consulta
parlamentar por meio da edição da citada Resolução n° 1, de 2007, à qual aindarecorreremos ao
tratarmos das competências do Parlamento do Mercosul.

Unidade 2 - O Parlamento do Mercosul; Definição.


Definição e razões para a criação de um Parlamento do Mercosul Em 15 e 16 de dezembro de 2003,
em Montevidéu, o Conselho do Mercado Comumaprovava o "Programa de Trabalho Mercosul 2004-
2006", cujo ponto 3.1 solicita àComissão Parlamentar Conjunta a elaboração de uma proposta
concernente à criação doParlamento do Mercosul, que deveria ser submetida ao Conselho do
Mercado Comum em2004. O Programa de Trabalho determinava que a proposta deveria considerar,

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como umaprimeira etapa, o mecanismo de consulta estabelecido pelo Acordo


Interinstitucional,subscrito pelo Conselho e pela Comissão Parlamentar Conjunta
.
Em dezembro de 2004, em Belo Horizonte, o Conselho do Mercado Comum aprova a Decisão 49/04,
que confere à ComissãoParlamentar Conjunta a condição de C
omissão Preparatória do Parlamento do Mercosul
, e estabelece a data limite de 31 dedezembro de 2006 para a instalação do novo órgão.A Comissão
atendeu a esse mandato, e produziu um Projeto de Protocolo Constitutivo do Mercosul, que seria
aprovado pelo Conselhodo Mercado Comum por meio da Decisão n° 23/05, em Montevidéu, em 9
de dezembro de 2005.
.
Pág. 2
O Parlamento do Mercosul
O Protocolo estabelece que o Parlamento do Mercosul substituirá a Comissão Parlamentar Conjunta
como órgão integrante daestrutura institucional do Mercosul. Seu art. 2 elenca os propósitos do
Parlamento, entre os quais cabe mencionar:- a representação dos povos do Mercosul, respeitando sua
pluralidade ideológica e política;- a promoção e a defesa da democracia, da liberdade, da paz e do
desenvolvimento sustentável, com justiça social;

- o estímulo à participação dos atores da sociedade civil no processo de integração e à formação de


uma consciência inte
gracionistana região;
- a consolidação da integração latino-americana mediante o aprofundamento e consolidação do
Mercosul;
.
Pág. 3
O mecanismo da consulta parlamentar é reproduzido no art. 4, inciso 12 do Protocolo, e, ademais,
estabelece o prazo máximo de180

dias corridos para que os Congressos Nacionais dos Estados Partes do Mercosul se manifestem sobre
aquelas normas quetenham sido adotadas pelo Conselho do Mercado Comum, consoante o parecer
emitido pelo Parlamento regional no momento desua negociação. O mesmo inciso ressalva que, se
dentro do prazo desse procedimento preferencial o Parlamento do Estado Partenão aprovar a norma,
esta deverá ser reenviada ao Poder Executivo, que a encaminhará à reconsideração do
órgãocorrespondente do Mercosul.Por sua vez, os Parlamentos nacionais deverão adotar as medidas
necessárias para a instrumentalização desse procedimento, emconformidade com as suas respectivas
normas regimentais. Nesse sentido, nunca é demais ressaltar a edição da Resolução Nº 1,de 2007, do
Congresso Nacional, que prevê tramitação mais ágil e simplificada para aquelas normas Mercosul
que tenham sidoadotadas pelo órgão decisório do bloco, de acordo com o parecer emitido pelo
Parlamento regional, dando, assim, cumprimentoao disposto no art. 4, inciso 12 do Protocolo.Por
meio da consulta parlamentar, o Parlamento do Mercosul poderá contribuir para solucionar a grave
fragilidade de que padeceo bloco, que se traduz no baixo índice de normas da integração
efetivamente incorporada aos ordenamentos jurídicos nacionais. OParlamento poderá, além disso,
contribuir para melhorar a qualidade técnica das normas do Mercosul, cuja debilidade já
foiamplamente identificada por técnicos e acadêmicos. HA falta de consulta e debate com os setores
sociais afetados e com outrasinstâncias governamentais interessadas, precisamente pela falta de um
espaço designado para esse déficit de qualidadenormativa no Mercosul.

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Pág. 4
Nesse contexto, vale lembrar que o Parlamento constituirá o espaço público, por excelência, onde
deverão ocorrer os debatesconcernentes às normas em negociação. A visibilidade e a transparência
que a existência de um Parlamento, como lócus de debatepolítico, conferirá ao Mercosul, contribuirá,
de inúmeras maneiras, para o aperfeiçoamento e consolidação do bloco.Também no tocante à falta de
efetividade normativa que atinge o bloco, em virtude do não encaminhamento à aprovação
legislativa,pelos Executivos, dos instrumentos jurídicos firmados, o Parlamento conta, entre suas
competências, com a possibilidade de solicitarrelatórios dos órgãos decisórios do Mercosul (art. 4,
inciso 4) e de convidar representantes dos órgãos do Mercosul para informarsobre determinados
aspectos da integração (art. 4, inciso 5).No que diz respeito ao processo de adoção de decisões, o
Parlamento representa substancial avanço em relação à ComissãoParlamentar Conjunta, na medida
em que delibera por meio do voto individual dos membros das delegações, enquanto que aComissão
decidia por consenso, como se fosse uma "assembléia de Estados", fator que não permitia a
expressão da pluralidadeideológica característica de um órgão de representação popular.À época da
negociação do Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul, decidiu-se adotar duas fases para
a implementação doParlamento. Isso traduz a dificuldade com que se defrontaram os negociadores
em razão das enormes assimetrias existentes entreos Países Membros do Mercosul em termos de
população, extensão geográfica e PIB.
.
Pág. 5
Segundo o Protocolo, até 31 de dezembro de 2010, a composição do Parlamento seria paritária, com
18 representantes por país,designados pelos respectivos Congressos Nacionais. A partir daí, passaria
a vigorar o critério da "representação cidadã", a serdeterminado mediante Decisão do Conselho do
Mercado Comum, por proposta do Parlamento, devendo o Parlamento ser integradopor
representantes eleitos pelo voto universal, direto e secreto, de acordo com a legislação eleitoral de
cada Estado Parte. Apesar de esforços para que, juntamente com as eleições presidenciais do ano de
2010, pudéssemos também escolher osrepresentantes brasileiros no Parlamento do Mercosul, houve
inúmeras pressões, especialmente por parte da Argentina e doUruguai, quanto aos termos do Acordo
Político que estabeleceria as regras da representação cidadã. Com a perspectiva de elevaçãodo
número de parlamentares brasileiros, os representantes dos demais Estados membros passaram, por
exemplo, a condicionar aimplementação do critério de representação cidadã à mitigação da regra da
maioria prevista no Regimento Interno do Parlamento. Assim, o Acordo Político em torno da adoção
do critério da representação

cidadã no Parlamento do Mercosul somente teve seustermos definidos no final de 2010 (Decisão n°
28/10, do CMC), sendo que, já a partir de 2011, o Brasil passou a contar com 37representantes, a
Argentina com 26, e o Uruguai e o Par
ag
uai, cada um, com 18. Evidentemente, não houve tempo hábil para que oProjeto de Lei n° 5.279, de
2009, de autoria do Deputado Carlos Zarattini – que define as regras para as eleições de
parlamentaresbrasileiros no Parlamento do Mercosul – fosse apreciado, uma vez que o art. 16 da
Constituição Federal determina que a lei quealterar o processo eleitoral não será aplicada às eleições
que ocorrerem até um ano da data da sua vigência.
.

Pág. 6

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Como sabemos, a delegação paraguaia do Parlamento do Mercosul já é formada por representantes


eleitos direta e exclusivamentepara o exercício de mandato no órgão de integração regional. Espera-
se que o Parlamento do Mercosul venha a ser, sobretudo, um espaço para debates, seminários e
audiências públicas sobre ostemas da integração. E, ainda, que sirva de "caixa de ressonância" para
os anseios e preocupações dos diversos setores dasociedade civil, e ao mesmo tempo constitua o
canal de comunicação entre as populações e as instâncias negociadoras daintegração. A participação
da sociedade civil assegurará a transparência do processo de construção do bloco e contribuirá para
queas normas do Mercosul passem por amplo debate, antes de sua adoção pelo órgão decisório, o
que ensejará o seu aperfeiçoamentoe facilitará a sua posterior incorporação aos ordenamentos
jurídicos internos dos Estados Partes.
Da estrutura intergovernamental inicial ao Parlamento do Mercosul em funcionamento
A estrutura institucional do Mercosul teve como modelo inspirador o paradigma da união aduaneira
europeia, iniciada nos primórdiosdos anos cinquenta, e que transformou-se, ao longo do tempo, no
bem-sucedido bloco regional da União Europeia.Conduzido, pelo lado brasileiro, pelo experiente
corpo diplomático do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, associado àsua contraparte
Argentina desde o Programa de Integração entre o Brasil e a Argentina, de 1985, o processo de
integração do ConeSul buscou desafiar alguns princípios de organização e de tomada de decisões
adotado pelos europeus para a construção de umbloco regional, adaptando-os às condições políticas e
características próprias de uma associação inédita entre países consideradosem desenvolvimento,
tanto em seus objetivos quanto nas ambições postuladas inicialmente.Assim, desde o inicio do
processo de integração, a configuração institucional do bloco do Mercosul se desenhou segundo um
modelode caráter intergovernamental, em que os negociadores e os que se enfrentavam nas mesas de
negociação eram os Estados,enquanto os representantes dos interesses particulares e da sociedade
civil em geral tinham uma função marginal.
.
Pág. 7
O modelo se desenvolveu de forma gradualista, ou seja, com tendência a criar novos organismos, a
partir de uma base mínima quelhe daria a institucionalidade inicial, de acordo com as exigências que
o processo em movimento demandasse. Pretendia-se, assim, garantir que os primeiros acordos
pudessem ser levados à prática de imediato, emcada um dos espaços geográficos dos sócios, ao
mesmo tempo em se apresentava o processo de integraçãoregional a cada uma das respectivas
administrações governamentais em seus mais variados setores, o que,a sua vez, contribuiria para
facilitar a tarefa de consolidar a regionalização junto aosquadros funcionais dos Estados Partes do
Mercosul. O próprio Tratado de Assunção, em seu art. 9º, estabeleceu que a administração eexecução
do projeto pelo Conselho do Mercado Comum e Grupo Mercado Comum,teriam um "período de
transição", e, mais tarde, o Protocolo de Ouro Preto, em seutexto de abertura, confirmou o caráter de
transitoriedade planejado pelosidealizadores do Mercosul, e deixou transparente a afirmação da
consciência dosresponsáveis políticos pela proposta de integração, certos de que, para fugir
dosmodelos adotados por outros esquemas de integração latino-americanos, nessa fasepreliminar não
era adequado pensar-se em esquemas institucionais do tipo supranacional, que
poderiamcomprometer os objetivos nacionais de estabilização macroeconômica ou mesmo alterar o
equilíbrio entreas competências nacionais e as atribuições decisórias que deveriam ser tomadas
coletivamente. O esquema intergovernamental adotado pelos formuladores do Mercosul emergiu
como o mais apropriado, apoiado em fatores denatureza histórica e estrutural que permearam, nos
últimos quatro séculos, o relacionamento entre os países que conformam obloco, em especial no
chamado espaço geográfico do Cone Sul, e que podem explicar, de alguma forma, as dificuldades do
blocopara avançar em um maior grau de institucionalização.
.

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Nesse sentido, podemos destacar alguns fatores.
Primeiro
, a própria história da formação da Região do Cone Sul, cujas riquezasminerais eram disputadas
pelos colonizadores europeus, com destaque para portugueses e espanhóis.

Em
segundo
lugar, a história das relações políticas e econômicas entre Brasil e Argentina. Como vimos, somente
a partir de 1985,com o Programa de Integração entre os dois países, nos governos de Raul Alfonsín e
de José Sarney, rompeu-se o antagonismohistórico e avançou-se na busca de novas formas de
cooperação política e estratégica bilateral para a região.
Em
terceiro
, identificamos a assimetria de tamanho entre as diferentes economias que constituem o bloco, o que
gerou, ao longo do tempo,visões estruturalmente diferentes no que diz respeito ao grau de
institucionalização exigido pelo projeto de integração, e também quanto àconveniência de se criar
órgãos supranacionais.A posição brasileira, nos primeiros quatorze anos de existência do Mercosul,
privilegiava a manutenção de um esquema de negociação entregovernos, sobrepondo-se mesmo à
vigência formal da adotada regra de consenso.Os países menores, Uruguai e Paraguai, sempre
defenderam a idéia de se diminuir esse grau de discricionaridade dos sócios maiores (Brasil
eArgentina) nas negociações internas do bloco, o que lhes oferece uma pequena margem de ação
unilateral efetiva. Daí haverem setores dassociedades uruguaia e paraguaia, nos dias de hoje,
desejosos de firmarem acordos bilaterais, fora do marco mercosulino, com os EstadosUnidos da
América.
.
Pág. 9
A Argentina, por sua vez, situa-se num meio termo, defendendo a criação de instituições
intergovernamentais e comunitárias, tendosugerido a criação de um tribunal permanente como opção
para iniciar-se o caminho em direção à supranacionalidade, em especiallevando-se em consideração
a sucessão de conflitos setoriais e outros tipos de tensões ocasionadas em suas relações com o
Brasil.Em
quarto
lugar, as experiências de integração regional - ALALC, ALADI e Grupo Andino - apenas
confirmaram que a existência deuma organização institucional forte não poderia substituir a falta de
vontade política dos países participantes para avançar em umaampla abertura comercial e outras
frentes do processo.Já a nova experiência de integração latino-americana, que começou com o
Programa de Integração Argentina-Brasil e ampliou-secom o Mercosul, vem dando forma a um
modo de integração mais pragmática e realista, no sentido de se enfrentar os cenáriosinternos e
externos que se lhe apresentam, negociando e avançando com o objetivo de ampliar, fortalecer e
consolidar o bloco nosplanos regional e internacional.Acrescente-se a este rol de fatores que podem
dificultar o processo de integração
a adesão da Venezuela
, que vem trazendo outrotipo de discussão ao plenário das reuniões do Mercosul, com marcado viés
ideológico, ou seja, o da luta contra o imperialismocapitalista norte-americano, pois este é,
declaradamente, o principal argumento de política externa defendido pelo então PresidenteHugo
Chávez.Desse modo, a criação do Parlamento do Mercosul, com sua constituição em 14 de dezembro

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de 2006, na presença dosrepresentantes de Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela, no


plenário do Congresso Nacional brasileiro, atendendo ao quedeterminava a Decisão nº49/04, do
CMC, foi de fundamental importância para o aprofundamento das discussões em torno das
maisgraves questões que impedem o avanço do processo de integração do Mercosul.
.
Pág. 10
Passados quinze anos da assinatura do Tratado de Assunção, a criação do Parlamento do Mercosul
apresenta um significativo avançopolítico e institucional, marco definitivo de um modelo de
integração democrático, representativo e estratégico, verdadeiraconcepção de uma nova visão
política regional.O processo de conformação definitiva do Parlamento do Mercosul representa um
desafio de proporções históricas, que dará forma econteúdo ao Mercosul no século XXI.A
construção do espaço político regional será um elemento de fundamental importância para fortalecer
e melhorar a qualidade dasdemocracias nos países do bloco, em especial no que se refere ao
princípio da representatividade e legitimidade democráticas,componente imprescindível do processo
de coesão social. Será centro de decisões políticas por meio da participação responsável,decidida e
sustentável dos partidos políticos e seus atores, depositários fieis do poder e da soberania que
emanam de seus maislegítimos possuidores, os cidadãos.
.
Pág. 11
Com o mecanismo institucional eficaz, o Parlamento do Mercosul deverá se converter em promotor
de políticas regionais quepossibilitem uma integração fronteiriça sem barreiras, a livre circulação de
pessoas, bens e serviços, e um desenvolvimentointegral, complementar e solidário das suas variadas
regiões, num esforço que permita a correção gradual das assimetrias, queobjetive a parceria nas
políticas públicas em saúde, educação, agropecuária, trabalho, cultura e outros campos que levem em
contao cidadão na sua condição de sujeito final de todas as ações do processo integracionista. A
criação do Parlamento do Mercosul consagra e reafirma os seguintes princípios estratégicos do
projeto

Mercosul:Em primeiro lugar, define com clareza a vontade regional deintegração política, superando
o projeto restritivo de uma integraçãofundamentalmente comercial. O Parlamento materializa a
vontade daintegração como projeto político estratégico, com perspectiva históricae com modelo de
desenvolvimento integral, acima das necessidadesconjunturais dos atores da integração.Define um
modelo de integração no qual alcançar um mercado comumé um componente fundamental do
processo, porém esta não écondição suficiente para que a integração aconteça. O perfil daintegração
no século XXI inclui uma verdadeira integração econômica, complementar e solidária,
oaprofundamento da integração social e cultural e a adoção em áreas estratégicas de
diretrizespolíticas comuns num cenário internacional complexo e assimétrico.Estabelece um espaço
de análise e reelaboração do conceito de soberania, não no sentido desubtraí-la aos Estados, mas sim
de introduzir um novo plano de soberania compartilhada que,atuando num só bloco, coopere para
influenciar com maior peso nos centros de poder internacional.

Pág. 12
Retoma e dá conteúdo concreto ao componente democrático no Mercosul, dando legitimidade e
transparência aos atospúblicos regionais de maneira a aperfeiçoar e dar maior clareza às
regras do jogo
do bloco.Consolida o princípio da representatividade e participação cidadã no processo de
integração, componente fundamental naconstrução de uma identidade e consciência regionais. O

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feito substancialmente democrático de que o Parlamento expressa opluralismo social, político e


econômico das nações nele representadas, a diversidade de etnias e regiões, como também
umaadequada participação por gênero, o converterá em uma verdadeira "caixa de ressonância" dos
cidadãos do Mercosul.Conforma um espaço permanente da política e da cidadania na estrutura
institucional do Mercosul, dotando-a do necessárioequilíbrio que todo sistema democrático requer e
possibilitando a incorporação da vasta pluralidade ideológica dos países.Aperfeiçoa o sistema de
tomada de decisões e o processo normativo do Mercosul, ao converter-se em promotor e arquitetoda
vontade normativa regional e da harmonização das legislações nacionais, elementos essenciais de
segurança jurídica doespaço integrado, tanto para o desenvolvimento intrazona como frente a outros
blocos regionais ou internacionais.
Síntese
Neste módulo, estudamos a dimensão parlamentar do Mercosul, começando pelo art. 24 do Tratado
de Assunção, que estabele Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, e, na seqüência, o
Protocolo de Ouro Preto, nos arts. 22 a 27, bem como o RegiInterno da Comissão, que define as suas
funções, competências e atuação interna e externa, além do processo de produção danormativa
Mercosul e os mecanismos para seu aperfeiçoamento. Vimos também o sistema de incorporação das
normas Mercopelo aparato jurídico dos Estados Partes, e, em especial, as limitações constitucionais
que travam sua vigência imediata.Por último, estudamos a estrutura intergovernamental que
dinamizou o processo integracionista do bloco, bem como os primeipassos da criação e constituição
do Parlamento do Mercosul.

Exercícios de Fixação do Módulo III


Parabéns! Você chegou ao final do Módulo III do curso Fundamentos da Integração Regional.Como
parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e responda aos
Exercícios de Fixação,que o resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como
oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo.Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz
a correção imediata das suas respostas!P

Iniciado em Sexta-feira, 29 Mar 2019, 19:45


Estado Finalizada
Concluída em Sexta-feira, 29 Mar 2019, 20:12
Tempo empregado 26 minutos 45 segundos
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Questão 1
A criação do Parlamento do Mercosul consagra e reafirma o seguinte princípio estratégico:

Escolha uma:
1. um espaço permanente da política e da cidadania, na estrutura institucional de um processo de
integração, equilibra o sistema democrático e possibilita a incorporação da vasta pluralidade
ideológica dos Países Membros
2. um espaço permanente da política e da cidadania, na estrutura institucional de um processo de
integração, equilibra o sistema democrático e impede a incorporação da vasta pluralidade ideológica
dos Países Membros.
3. todo processo de integração regional se consolida pelo planejamento econômico e financeiro, base
para o sucesso do projeto
4. todo processo de integração regional se consolida graças à existência em seu território de empresas
transnacionais que lhe sustentarão.
5. Nenhuma das alternativas está correta.

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MERCOSUL
23 de março de 2019

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A resposta correta é: um espaço permanente da política e da cidadania, na estrutura institucional de
um processo de integração, equilibra o sistema democrático e possibilita a incorporação da vasta
pluralidade ideológica dos Países Membros.
Questão 2
O Protocolo Constitutivo do Mercosul criou o mecanismo da consulta parlamentar, que estabelece o
prazo máximo de cento e oitenta dias corridos para que:

Escolha uma:
1. os Executivos dos Estados Partes se manifestem sobre aquelas normas que tenham sido adotadas
pelo Conselho do Mercado Comum de acordo com o parecer emitido pelo Parlamento regional, no
momento de sua negociação
2. as agências governamentais dos Estados Partes do Mercosul se manifestem favoravelmente sobre
aquelas normas que tenham sido adotadas pelo Grupo Mercado Comum de acordo com o parecer
emitido pelo Parlamento regional, no momento de sua negociação.
3. os Congressos Nacionais dos Estados Partes do Mercosul se manifestem sobre aquelas normas que
tenham sido adotadas pelo Conselho do Mercado Comum de acordo com o parecer emitido pelo
Parlamento regional, no momento de sua negociação
4. Nenhuma das alternativas está correta.
5. a Comissão de Comércio da CPC se manifeste favoravelmente sobre aquelas normas que tenham
sido adotadas pelo Conselho do Mercado comum de conformidade com o parecer emitido pelo
Parlamento regional, no momento de sua negociação
Feedback- acertei
A resposta correta é: os Congressos Nacionais dos Estados Partes do Mercosul se manifestem sobre
aquelas normas que tenham sido adotadas pelo Conselho do Mercado Comum de acordo com o
parecer emitido pelo Parlamento regional, no momento de sua negociação.

Questão 3
Sobre a incorporação das normas Mercosul ao ordenamento jurídico brasileiro, pode-se afirmar:

Escolha uma:
1. o Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul estabelece um procedimento preferencial
para a consideração das normas Mercosul que versem sobre tratados de direitos humanos.
2. o funcionamento de uma Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul no seio do Congresso
Nacional constituiu garantia de que o Congresso Nacional se pronunciasse sobre todas as normas
Mercosul negociadas no âmbito do Poder Executivo
3. independentemente de sua natureza, todas as normas Mercosul devem ser submetidas ao crivo do
Congresso Nacional.
4. todas as alternativas estão corretas.
5. as normas Mercosul de natureza meramente regulamentar, de competência do Poder Executivo,
são introduzidas na normativa brasileira por meio de decretos e portarias.
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A resposta correta é: as normas Mercosul de natureza meramente regulamentar, de competência do
Poder Executivo, são introduzidas na normativa brasileira por meio de decretos e portarias..

Questão 4
O mecanismo da consulta parlamentar contribuirá para solucionar a grave fragilidade que acomete o
bloco do Mercosul, que consiste no:

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MERCOSUL
23 de março de 2019

Escolha uma:
1. Nenhuma das alternativas está correta.
2. alto índice de normas de integração efetivamente incorporadas aos ordenamentos jurídicos dos
municípios fronteiriços.
3. alto índice de normas de integração efetivamente incorporadas aos ordenamentos jurídicos
internacionais
4. baixo índice de normas de integração efetivamente incorporadas aos ordenamentos jurídicos
estaduais.
5. baixo índice de normas da integração efetivamente incorporadas aos ordenamentos jurídicos
nacionais.
Feedback- acertei
A resposta correta é: baixo índice de normas da integração efetivamente incorporadas aos
ordenamentos jurídicos nacionais..

Questão 5
Desde o início do processo de integração, a configuração institucional do Mercosul obedeceu a um
modelo de caráter intergovernamental, desenvolvendo-se de forma gradualista, ou seja:

Escolha uma:
1. criando novos organismos, inspirado no paradigma do Nafta, apesar da base mínima que lhe daria
a efetividade jurídica inicial.
2. criando novos organismos, inspirado no paradigma da Comunidade Andina, apesar da base
mínima que lhe daria a segurança jurídica inicial.
3. criando novos organismos, de acordo com as exigências que o dinamismo do processo
demandasse, mas partindo de uma base mínima que lhe daria a segurança institucional inicial.
4. criando novos organismos, inspirado no paradigma da união aduaneira europeia, apesar da base
mínima que lhe daria a segurança jurídica inicial.
5. Nenhuma das alternativas está correta.
Feedback- acertei
A resposta correta é: criando novos organismos, de acordo com as exigências que o dinamismo do
processo demandasse, mas partindo de uma base mínima que lhe daria a segurança institucional
inicial..
Questão 6
A harmonização da legislações nas áreas pertinentes é um dos mais importantes instrumentos
previstos pelo:

Escolha uma:
1. Tratado de Montevidéu.
2. Tratado de Assunção.
3. Protocolo de Assunção.
4. Nenhuma das alternativas está correta.
5. Tratado de Ouro Preto.
Feedback acertei
A resposta correta é: Tratado de Assunção..

Questão 7

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MERCOSUL
23 de março de 2019

O Mercosul caracteriza-se, na qualidade de agente econômico, como um espaço pouco atraente para
investimentos em decorrência de:

Escolha uma:
1. enquadramento jurídico legal e leve previsibilidade de efetividade normativa.
2. absoluta segurança jurídica e total previsibilidade e efetividade normativa.
3. insegurança jurídica e falta de previsibilidade de efetividade normativa.
4. Nenhuma das alternativas está correta.
5. ausência de insegurança jurídica e perfeita previsibilidade de efetividade normativa.
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A resposta correta é: insegurança jurídica e falta de previsibilidade de efetividade normativa..
Questão 8
As Constituições dos Estados Parte do Mercosul evidenciam limitações ao processo de integração, o
que exige:

Escolha uma:
1. um elenco de ajustes em paralelo para evitar que as mesmas transformem-se em travas ao processo
integracionista.
2. um conjunto de ajustes coordenados para evitar que as mesmas conduzam o processo
integracionista.
3. Duas alternativas estão corretas.
4. uma série de ajustes coordenados para evitar que as mesmas operem como um freio ao processo
integracionista
5. uma série de ajustamentos hierárquicos para evitar que as mesmas acionem o processo
integracionista.
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A resposta correta é: uma série de ajustes coordenados para evitar que as mesmas operem como um
freio ao processo integracionista.

Questão 9
No caso do Brasil, uma lei posterior tem o poder de:

Escolha uma:
1. revogar um acordo regional se suas disposições conflitarem com a lei orgânica estadual.
2. revogar um tratado internacional se suas disposições conflitam com aquela.
3. revogar um acordo regional se suas disposições não conflitarem com aquela.
4. revogar um acordo internacional se suas disposições não forem aprovadas pelo Congresso
Nacional.
5. Nenhuma das alternativas está correta.
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A resposta correta é: revogar um tratado internacional se suas disposições conflitam com aquela..
Questão 10
O surgimento e desenvolvimento de um direito comunitário no Mercosul depende, entre outras
causas:

Escolha uma:
1. da multiplicação de limitações constitucionais que impeça o surgimento de um sistema que
bloqueie a superioridade hierárquica das normas Mercosul sobre as nacionais.

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MERCOSUL
23 de março de 2019

2. da criação de limitações constitucionais que garantam a hierarquia das normas Mercosul sobre as
nacionais.
3. da divisão das limitações constitucionais entre os Estados Parte para garantir a superioridade
hierárquica das normas Mercosul sobre as nacionais.
4. da eliminação das limitações constitucionais que impedem a criação de um sistema, aprovado por
todos os Estados Parte, que garanta a superioridade hierárquica das normas Mercosul sobre as
nacionais.
5. Nenhuma das alternativas está correta.
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A resposta correta é: da eliminação das limitações constitucionais que impedem a criação de um
sistema, aprovado por todos os Estados Parte, que garanta a superioridade hierárquica das normas
Mercosul sobre as nacionais..

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