barca bem guarnecida, à barca, à barca da vida! Senhores que trabalhais pela vida transitória, memória, por Deus, memória deste temeroso cais! À barca, à barca, mortais! barca bem guarnecida, à barca, à barca da vida! Vigiai-vos, pecadores, que, depois da sepultura, neste rio está a ventura de prazeres ou de dores! À barca, á barca, senhores, barca muito enobrecida, à barca, à barca da vida!
E passando diante da barca dos danados assim cantando, com suas espadas e escudos, dirige-se a eles o barqueiro da perdição, dizendo:
DIABO – Cavaleiros, vós passais
para onde? Não dizeis?
CAVALEIRO 1- E vós, Satã, que quereis?
Olhai bem com quem falais!
CAVALEIRO 2- E vós que nos perguntais
sequer conheceis quem vem. CAVALEIRO 3- Morremos lutando nas Cruzadas. CAVALEIRO 4- E não queirais saber mais!
DIABO – Entrai cá? Que coisa é essa?!
Eu não posso entender isto! (diz confuso)
CAVALEIRO 1 – Quem morre por Jesus Cristo
não vai em barca como essa! Prosseguem os CAVALEIROS cantando, em direção à barca da Glória. Quando
chegam, diz o ANJO:
ANJO – Ó cavaleiros de Deus,
a vós estou esperando, que morrestes pelejando por Cristo, Senhor dos Céus! Sois livres de todo o mal, mártires da Madre Igreja, que quem morre em tal combate merece paz eternal! E assim embarcam os CAVALEIROS.