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Centro Universitário
Bacharelado em Engenharia Agronômica
Paripiranga
2021
CARLA DANTAS DA SILVA
Paripiranga
2021
CARLA DANTAS DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
This work has as main objective: to evidence the viability of soybean production
(Glycine max) in the municipality of Ribeira do Pombal (BA), thus, trying to
analyze the geographic and climatic characteristics of the region to determine
whether there is a possibility of introducing this crop in the municipality. Thus, this
crop is of great economic importance for other farmers because it has great
productive potential and can be a possible new source of income, in addition to
undergo for processing and being sold to other producers, adding greater value
to production. However, for soybean to be able to perform its full productive
potential, it is essential that the environmental conditions meet the needs of the
crop and that implementation and production management are done correctly, as
they are essential factors for the success of the crop.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................. 13
2.1 Referencial teórico ................................................................................. 13
2.1.1 Importância da soja para o agronegócio ....................................... 13
2.1.2 Cultura da Soja (Glycine max) ...................................................... 15
2.1.2.1 Cultivares da soja ...................................................................... 16
2.1.2.1.1 Cultivar RR.............................................................................. 17
2.1.2.1.2 Cultivar de soja Intacta® ......................................................... 17
2.1.2.1.3 Cultivar de soja convencional ................................................. 18
2.2 Caracterização da área de estudo-Município de Ribeira do Pombal-BA.
..................................................................................................................... 19
2.3 Mudanças climáticas na agricultura da região Nordeste ........................ 22
2.4 Fatores que influenciam a produtividade da soja ................................... 26
2.4.1 Morfologia e fisiologia da soja ....................................................... 27
2.4.2 Metabolismo ................................................................................. 29
2.4.3 Clima e temperatura ..................................................................... 31
2.4.4 Estresse hídrico e irrigação .......................................................... 32
2.4.5 Plantio ........................................................................................... 34
2.4.5.1 Rotação de culturas ................................................................... 37
2.4.5.2 Consórcio ................................................................................... 38
2.4.6 Adubação ...................................................................................... 39
2.4.7 Pragas .......................................................................................... 41
2.4.8 Doenças........................................................................................ 46
2.4.9 Plantas daninhas .......................................................................... 49
2.4.10 Colheita e pós-colheita ............................................................... 51
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 55
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 57
5 CONSIDERAÇOES FINAIS .......................................................................... 68
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 70
11
1 INTRODUÇÃO
O cultivo da soja é exercido em todo o mundo, seu grão vegetal não é visto todos os dias
na mesa e no dia a dia do consumidor, mas graças a sua grande demanda industrial, se encontra
presente na alimentação de alguma forma. Uma ampla porcentagem de grãos dessa cultura é
processada por muitas indústrias em que são transformados em diversos produtos e entregues
aos consumidores podendo, então, estar presentes nas cozinhas, óleos, leite, proteína vegetal,
carne animal e até na produção dos biocombustíveis.
Existem muitos fatores contribuintes para o consumo mundial da soja e dentre eles, há um
crescente e grande poder aquisitivo da população nos países em processo de desenvolvimento,
há consequências em que ocorrem mudanças nos seus hábitos alimentares. Contudo, torna-se
notória a troca de cereais pela carne seja de origem bovina, suína ou de frango, resultando em
uma maior demanda de soja que chega a compor cerca de 70% da ração para esses animais.
Vale ressaltar sobre o crescente uso dos biocombustíveis fabricados a partir do grão, com isso,
traz como bom resultado o interesse mundial tanto na produção quanto no consumo de energia
renovável e limpa (FREITAS, 2011).
Poder alcançar a máxima produtividade nas lavouras, é um dos grandes objetivos dos
produtores para que assim também se possa alcançar o auge da sua produtividade. Para isso, é
necessário que sejam feitas técnicas de manejo juntamente com um clima favorável ao cultivo.
Tais técnicas que podem ser citadas desde o manejo do solo, plantas invasoras, pragas, doenças,
sementes de qualidade como também a escolha de cultivares que se desenvolvam melhor de
acordo com a região (CRUZ et al., 2016).
O município de Ribeira do Pombal - BA, com o passar dos anos, cresce cada vez mais,
não apenas nas atividades comerciais que dão valor e renda, mas também no ramo agrícola e
agropecuário, pois quando ocorre a feira do munícipio, grande parte dos feirantes são agricultores
da região, cultivam nas suas pequenas, médias e grandes propriedades no intuito de tirarem sua
renda mensal. O ramo agropecuário também cresce, com os criadores de animais cada vez mais
sérios e preocupados com a qualidade dos seus rebanhos afim de alimentá-los com produtos de
qualidade e que estejam acessíveis com relação ao seu poder aquisitivo.
Considerando o que foi exposto de que forma o agrônomo poderá intervir frente às
condições que o município favorece para a implantação da cultura de acordo com as necessidades
da mesma? Assim, o objetivo deste trabalho é fazer uma avaliação da possibilidade do cultivo da
12
soja (Glycine max L.) de qualidade nas propriedades do município de Ribeira do Pombal-BA, de
acordo com as condições edafoclimáticas e necessidade da cultura afim de trazer outra fonte de
renda como também uma novidade para a região com ênfase nos fatores determinantes para
alcançar boa produção como também nos fatores que possam prejudicar e trazer danos ao cultivo.
Como objetivos específicos, tem-se descrever e caracterizar a área de estudo, analisando as
condições climáticas e pluviométricas, visto que, a pesquisa trata da viabilidade da introdução da
cultura, além de conhecer a morfologia, fisiologia e metabolismo, para assim, entender o
comportamento do seu desenvolvimento de acordo com o ambiente, por fim, fazer uma análise
das condições ideais para o cultivo da soja visando não apenas às exigências da cultura, mas
também a melhor forma de plantio em todas as fases da planta.
Portanto, o trabalho trata de uma revisão integrativa da literatura tendo como relevância
tanto acadêmica e científica quanto social, por trazer questões associadas a uma nova cultivar para
a região sendo uma possível nova fonte de renda local para os aqueles que tem como sustento
as práticas agrícolas. Sabe-se que a soja possui uma grande cadeia produtiva no ramo do
agronegócio que vai desde o fornecimento da matéria prima, os vendedores, produtores rurais, as
revendas, o transporte como também cerealistas tendo outros envolvidos até chegar ao
consumidor final.
Com o decorrer dos anos e consequentemente com os avanços tecnológicos, os
produtores rurais estão cada vez mais tendo acessos as informações com relação a área do
agronegócio buscando, novidades como também bons resultados. Nesse tempo de buscarem
conseguir bons resultados diversas vezes são esquecidos os conceitos básicos para um bom
cultivo tais como: o conhecimento da cultura a ser introduzida, analise da região, do solo, as
necessidades da planta e boas práticas de manejo onde podem se deixam levar apenas pelo
possível lucro sem se darem conta que, para um cultura ser introduzida em um determinado local,
é necessário fazer levantamentos básicos e correlacioná-los com a sua localidade.
Diante do contexto, ressalta-se a importância desse estudo que está relacionado ao
município escolhido e à possível viabilidade da implantação da cultura. Esta trará benefícios para
a região em que podem originar maior ganho de produtividade agrícola, gerar não apenas renda
ao produtor, mas também possíveis novos empregos e um destaque para a cidade.
O trabalho é importante também a partir do momento que tem como intuito evidenciar a
importância de se obter conhecimento da cultura implantada, do local escolhido e com essas
informações fazer estudos e análises para verificar se a localidade, poderá atender as
necessidades básicas da cultura bem como auxiliar na implantação de outras que se adequem ao
município.
13
2 DESENVOLVIMENTO
demais localidades trazendo estabilidade. Vale ressaltar que o cultivo trouxe para o
país um aumento no mercado de sementes dando estabilidade para uma maior
exploração econômica em regiões onde as terras não tinham nada além de matas e
cerrados (PONTES et al., 2009).
Nesse sentindo, pode-se considerar que a cadeia produtiva da soja ajudou e
ainda ajuda no setor econômico brasileiro, onde houve exploração para a
implementação do cultivo em outras regiões com cultivares criadas para uma melhor
adaptação e melhor produção, ressaltando que, além de ajudar no setor econômico
do país, ajuda também no setor regional da localidade escolhida e o produtor
responsável pelo cultiv,o usando as cultivares apropriadas e com técnicas de manejo
mais eficazes para o plantio (HIRAKURI e LAZZAROTTO, 2014).
Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras. Esses cinco municípios, juntos,
possuem a responsabilidade de 75% da produção em todo o estado e 42,7% em toda
região Nordeste (DE SOUZA, 2012).
É perceptível que a região baiana tem se mostrado bastante produtiva no
plantio da soja apresentando grande expansão como também demanda do produto
em que tende a aumentar com o passar dos anos, um fator importante a ser
considerado para fazer planejamentos de produção.Com esses bons resultados da
produção de soja na região, haverá contribuição na melhora da economia do estado
consequentemente ajudando a combater a fome e pobreza que afeta toda a região
Nordeste em grande quantidade, pois o crescimento da economia além de importante,
é indispensável para a redução da fome e pobreza no mundo. Vale ressaltar que, com
o aumento do PIB de um país, em contribuição das atividades agrícolas, o efeito da
redução da fome é bem maior se comparar ao aumento do PIB sem a contribuição
das atividades agrícolas (BALERINI, 2013).
do arroz, trigo, cevada e milheto. Seu papel perante a sociedade era muito importante
no país, pois era utilizada como objeto de empréstimo usuário e ainda era um dos
principais alimentos acumulados pelos monges budistas.
A cultura é típica de países temperados, foi tropicalizada e atualmente é uma
das culturas que mais se estabeleceu no território nacional. O início do seu cultivo
deu-se nos estados da região Sul nos meados de 1970, progredindo para uma
expansão na região do cerrado a partir da década de 80. Em 1990 as áreas onde se
encontravam o cultivo da soja já tinham um grande progresso na parte central do país
sendo bem associado à expansão da lavoura da soja no cerrado. Com o passar dos
anos e o progresso do cultivo, o Brasil nos anos de 2003 e 2004 se tornou um grande
exportador mundial, representando respectivamente 8% das exportações
(DOMINGUES et al., 2014).
2.1.2.1.1 Cultivar RR
Um dos motivos para que os produtores deixassem de usar, cada vez mais,
sementes convencionais foi por causa do auto custo de herbicidas para plantas
daninhas que afetam as propriedades, o difícil controle de pragas que, na maioria das
vezes, adquirem resistência aos agrotóxicos obrigando os produtores a aumentarem
as dosagens para que a safra de soja convencional não seja perdida. Além do auto
custo para a produção e manejo o uso excessivo de produtos químicos, afetam
drasticamente todo o ambiente natural trazendo, então, a soja transgênica como uma
melhor opção e solução para o problema, além de garantir maior produtividade
(PELAEZ et al., 2004).
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
2001 194,2 49,5 25,5 15 46 76,8 35,2 36,2 35,5 0,8 15,5 66,5 596,7
2006 5,5 7,8 19 83,8 54 163,5 72,2 50,8 60,2 73,8 29,2 37,5 657,31
2007 5,8 122 101,2 68,5 78,5 67,8 53,5 44,8 29,8 15,2 25,5 8,5 621,1
2008 23,8 40,5 72 35,2 123,2 64,8 55,2 44,8 23,8 1,8 3,8 47,5 536,41
2009 70,8 14,5 0,5 53 95,2 66,2 66,2 62,5 23,2 98,2 0 39,5 589,8
2011 47,5 165,5 120,2 62,5 47,8 44,8 36 12,5 59,5 69,5
2013 43,5 1 2 45,8 112 66,2 102,2 60 51,2 89,2 43,8 116,8 733,7
2014 5 31 48,5 57,8 53,2 77 92,2 60,2 25,8 45,2 79,5 35,8 611,2
2015 22,5 49 22,5 24,5 167,2 63,5 63,2 83,8 9,2 10,5
Média 51,73 48,18 65,21 53,35 69,85 81,06 83,23 53,7 36,48 32,64 42,19 32,85 650,47
Ao observar a tabela, nota-se que nos últimos 10 anos, houve variações nos
índices pluviométricos do município, em que é perceptível uma diferença e
variabilidade tantos nos meses quanto nos anos demostrando diminuição na
quantidade de chuvas. É importante ressaltar que o conhecimento do comportamento
das precipitações de um determinado local é de grande auxílio para poder auxiliar
sobre os períodos mais críticos da localidade tendo condições para poder fornecer
informações que ajude na redução das possíveis consequências causadas pelas
inconstâncias das chuvas e secas (DE SIQUEIRA et al., 2007).
22
Para obter uma lavoura com população adequada, depende de muitos fatores,
que variam de um bom preparo do solo, semeaduras feitas em épocas onde há melhor
e maior disponibilidade hídrica, a utilização correta de herbicidas, regulagem da
semeadora como a densidade e profundidade e, por fim, a obtenção de sementes com
alta qualidade e procedência (VAZQUEZ et al., 2008).
Segundo Vivan et al. (2013), a produtividade de uma cultura pode ser definida
pela interação genótipo ambiente, ou seja, entre o genótipo da planta, o ambiente de
produção e o seu manejo, então, quando ocorre a indisponibilidade de um desses
fatores para o desenvolvimento, a tendência é o surgimento da interferência dos
resultados, em que pode haver perdas na produção. Vale ressaltar que é importante
obter o conhecimento dos estádios de seu desenvolvimento e a fisiologia onde juntos
às interações com o ambiente possam alcançar elevados níveis de produtividade.
Diante disso, é essencial fazer o zoneamento agrícola para cada região que
determinará a melhor época de semeadura para cada município e, assim, possa
permitir um melhor desenvolvimento do cultivo. O fotoperíodo e a temperatura
possuem grande influência sobre o número de primórdios reprodutivos e a taxa de
desenvolvimento, estes refletem na estatura de planta o ciclo e o seu potencial na
produtividade de grãos (PEDROTTI, 2014).
Conforme Wink (2017), a fenologia depende de vários fatores
agrometereológicos em que as plantas possuem certa sensibilidade em cada estádio
que se encontra do seu desenvolvimento. A ideia é, para poder otimizar a
produtividade, é imprescindível que haja coincidência com os estágios fenológicos
críticos junto com as condições do ambiente mais favoráveis diminuindo o estresse
nos estágios mais vulneráveis e sensíveis.
O autor ainda enfatiza que, dentro dos fatores limitantes para a produção de
soja, pode-se dar destaque a época de semeadura, cultivares, adubação e o arranjo
de plantas. Para mais precisão sobre os fatores limitantes, vale ressaltar a falta da
27
:
Figura 5: Estádios vegetativos da cultura da soja fundamentado na escala fenológica de Water
R. Fer e Charles E. Caviness
Fonte: (FARIAS et al, 2007).
2.4.2 Metabolismo
É uma planta do metabolismo fotossintético tipo C3, em que plantas pertencentes a este
ciclo fotossintético recebem esse nome pelo ácido 3-fosfoglicérico, formado após a fixação do CO2
abrangendo aquelas plantas que possuem somente a enzima Rubisco, que pertence ao Ciclo de
30
Calvin, uma alternativa para a fixação do carbono. As taxas de fotossíntese dessas plantas são
elevadas o tempo todo, atingem as taxas máximas de fotossíntese em baixos índices de radiação
solar. Vale ressaltar que são consideradas espécies que consomem muita água (VIEIRA et al.,
2010).
Os estômatos de plantas C3 se abrem durante o dia, quando a absorção de CO2 torna-se
necessária para que possa realizar a fotossíntese. A abertura dos estômatos ocorre em um
período que necessita de grande demanda respiratória onde a captação do CO2 para o processo
fotossintético vem acompanhado de uma alta perda de água (SILVEIRA, 2013).
A perda de água decorrente da evaporação, principalmente da área foliar, via os estômatos
abertos para a atmosfera se chama transpiração, quando gera tensões na translocação da água
na planta e também do movimento passivo da água do solo para a planta. Ao sofrer com a menor
disponibilidade de água, consequentemente ocorrerá uma certa diminuição da passagem de água
para a atmosfera vindo da planta em que consequentemente acarreta um novo ajuste metabólico.
Quando ocorre o fechamento estomático, apresenta-se como uma resposta ao déficit hídrico que
a planta sofre no campo onde gera limitação da difusão do CO2 para dentro das folhas como
também para evitar maiores perdas de água (FERRARI et al., 2017).
De acordo com Ferrari et al (2017), a difusão do CO2 é restringida acarretando numa baixa
concentração interna, afeta a fotossíntese da planta fazendo com que haja uma diminuição,
prejudicando o funcionamento do rubisco. Grandes concentrações do CO2 na atmosfera
favorecem o desenvolvimento das plantas, o mesmo é um componente básico da fotossíntese, o
aumento da sua concentração pode então promover alterações no metabolismo , crescimento e
também nos processos fisiológicos (LESSIN e GHINI, 2009).
O CO2 sob altas concentrações pode aumentar a fotossíntese líquida de plantas com
metabolismo C3 porque a enzima Rubisco participa tanto fixação de CO2 quanto na
fotorrespiração. Assim, quando ocorre um aumento da concentração ambiente do CO2 também
aumenta a concentração interna de CO2 e também a proporção CO2/O2 no sítio do Rubisco
favorecendo a carboxilação sobre a oxigenação na ribulose1,5-bifosfato. Vale ressaltar que as
elevadas concentrações do CO2 conseguem incrementar na assimilação em plantas tipo C3 pelas
razões da redução da fotorrespiração e o aumento da disponibilidade do substrato Rubisco
(FEITOSA, 2014).
31
A cultura da soja possui melhor adaptação em regiões que possuam temperaturas entre
20°C e 30°C. 25°C é a temperatura para uma emergência rápida e uniforme. As regiões que
tenham temperaturas menores que 10°C não são boas para o cultivo da soja, pois suas baixas
temperaturas interferem no crescimento e desenvolvimento. A soja apenas florescerá se for
induzida a temperaturas acima de 13°C mas, se for submetida a temperaturas acima de 40°C,
ocorrerá o efeito adverso na sua taxa de crescimento, acarretando distúrbios na floração
consequentemente a diminuição na altura da planta e diminuição da capacidade de retenção das
vagens. Temperaturas elevadas também podem ocasionar maturação acelerada da soja, e
quando associadas a alta umidade podem interferir na qualidade dos grãos. Todos esses
problemas podem se agravar ao mesmo tempo, se a cultura sofrer déficits hídricos (FARIAS et al.,
2007).
Segundo Soares (2016), temperaturas muito altas interferem na germinação do polém
como também no crescimento do tubo polínico, além disso, os fatores de temperaturas elevadas
prejudicam o crescimento vegetativo. As temperaturas mais amenas reduzem as atividades
fotossintéticas e também o crescimento da planta por causa da diminuição da ativação e atividades
32
das enzimas diferente do que ocorre quando estão elevadas onde o primeiro efeito a acontecer é
o processo de fotólise da água. O desenvolvimento reprodutivo da soja é o período mais sensível
ao estresse, pois quando acontece durante o florescimento e a formação das vagens (estágio R1-
R4) há interferência no número de sementes e quando é no processo de enchimento de grãos
(estágio R5-R6) acontece a redução da massa de sementes.
Dito isto, para que haja melhor aproveitamento do desenvolvimento da cultura e seu
rendimento, é essencial que se tenha o máximo do aproveitamento das condições climáticas
oferecidas. E importante que o plantio seja feito em datas que se coincidam com os períodos
críticos da soja junto com os de máxima disponibilidade hídrica. A duração dos subperíodos das
fases do ciclo vegetativo da cultura depende da temperatura da qual é induzida em que estes
subperíodos tendem a obter um decréscimo à medida que há aumento das temperaturas.
A soja tem sensibilidade ao fotoperíodo essa sensibilidade pode variar de acordo com as
cultivares. Plantas que possuem sensibilidade aos fotoperíodos são denominadas de plantas de
dias curtos por terem o seu florescimento induzido quando há diminuição do fotoperíodo igual ou
então maior do que a cultivar exige. Com o avanço de novas tecnologias, há programas de
melhoramento genético em que foram obtidas plantas com genes capazes de prolongarem o
período juvenil e serem adaptadas a regiões tropicais (EMBRAPA 2011).
O início do estresse hídrico se dá quando a planta para de fazer ajustes dos processos
relacionados a absorção de água e transpiração e com isso, ocorrerá a limitação da transpiração
pelo fato da ausência e água no solo. A planta vai possuir uma taxa de transpiração maior do que
a taxa de absorção, nesse sentido, haverá perda de turgência tanto das células quanto dos tecidos
vegetais. É importante saber que o estresse hídrico pode ocorrer de duas formas diferentes no solo
que são a inundação ou estar seco. O solo estando seco pode-se, então, caracterizá-lo como um
déficit hídrico (LOPEZ e LIMA, 2015).
O déficit hídrico é o principal responsável pela perda de produção da soja, esse problema
está associado ao fato de que na germinação-emergência tanto o excesso quanto o déficit de água
ambos são prejudiciais para a obtenção da uniformidade na população de plantas. A semente no
mínimo precisa absorver cerca de 50% de seu peso em água para que se tenha uma boa
germinação, com relação ao conteúdo de água no solo o mesmo não pode ultrapassar os 85%
33
do total máximo de água disponível, mas também não pode ser inferior a 50%. A necessidade de
água que a planta precisa, aumenta de acordo com o seu desenvolvimento, atingindo o seu
máximo durante a floração-enchimento de grãos cerca de 7 a 8 mm/dia (BUAINAIN e VIEIRA,
2011).
Quando é submetida ao estresse, causado por deficiência de água, a planta possui pouco
desenvolvimento, apresentando pequena estatura, diminuição da área foliar , os entrenós curtos,
os tecidos vegetais tendem a ter um aspecto de murcha e os folíolos se fecham para diminuir a
exposição da área foliar. Com a severidade do estresse, ou seja, com o agravamento das secas
em muitos casos pode acarretar a morte da planta (FERRARI e SILVA, 2015).
A ocorrência de estresse hídrico na planta causa uma redução do potencial de água via
foliar como também abertura dos seus estômatos, consequentemente haverá menor regulação
dos genes que estão relacionados à fotossíntese e acesso ao CO2 (BARBOSA, 2017)
Para alcançar o máximo do potencial da produtividade de grãos, a soja necessita entre 450
e 850 mm por ciclo. A variabilidade da distribuição das chuvas também é um fator limitante para o
desenvolvimento da planta. Quando as instabilidades das precipitações aumentam, buscam-se
alternativas para amenizar ou solucionar o problema, uma delas é o uso da irrigação (SILVA,
2011).
É perceptível que a falta de água é extremamente prejudicial para o desenvolvimento das
plantas, assim, os produtores devem buscar melhorias com relação a este, adquiridas para
minimizar tais problemas que se forem manejadas de forma correta podem, então, repor a água
perdida pelo processo de evapotranspiração, evitando que a planta entre em estresse (BARBOSA,
2017).
De acordo com Gava et al (2016), uso da irrigação é umas das práticas mais eficazes para
se obter melhorias com relação à produtividade e qualidade dos grãos tendo como uma boa
vantagem é que as áreas irrigadas não terão problemas com relação às plantas não competirem
por água. Vale ressaltar que a cultura da soja (Glycine Max, (L.) Merrill.) é uma planta que possui
resistência ao estresse hídrico, porém essa condição não pode ocorrer nos estádios críticos da
planta tais como na sua fase inicial, na fase de floração e enchimento de grãos.
Segundo Barbosa (2017), com relação à Agência Nacional de Águas – ANA , o território
nacional possui cerca de a 29,6 milhões de hectares que podem ser irrigados, porém, apenas 6,11
milhões possuem o sistema de irrigação. Para que se possa aumentar a área irrigada é necessário
conscientizar os produtores da importância do correto manejo de irrigação nas lavouras, feito isso,
os resultados obtidos podem chegar até 90% de toda eficiência no uso dos recursos hídricos.
34
Nessa ótica, é essencial que seja determinado qual o momento ideal para fazer a realização da
irrigação nas propriedades.
Na irrigação há discussões sobre a possibilidade de evitar as perdas na produção da soja
utilizando a irrigação suplementar que consistirá na irrigação ser feita nos períodos mais críticos da
cultura e estando sob condições de déficit hídrico. A quantidade de água na irrigação deve atender
as necessidades da cultura de forma sustentável, planejada tanto para localidades com chuvas
significativas quanto para localidades com mais escassez (SILVA et al, 2020).
A escolha do método de irrigação a ser usado na área deve ser baseada de acordo com
as condições econômicas, ambientais, na viabilidade técnica e nos benefícios sociais. Estão
incluídos nos métodos de irrigação por aspersão em que a água é expelida para o ar pelo aspersor
simulando uma chuva artificial e o de irrigação localizada. No método da irrigação localizada a
água é aplicada no solo diretamente na raiz da planta em menor intensidade e com maior
frequência (PIMENTEL, 2021).
2.4.5 Plantio
também pode-se construir ou, então, recuperar fazendo o manejo correto do solo
(OLIVEIRA et al., 2008).
Para ocorrer uma boa condução da lavoura de soja foram geradas novas
tecnologias de plantio em que se destacam gradativamente, como o plantio cruzado,
plantio em fileira dupla e plantio adensado. Independentemente de qual escolha seja
feita o plantio deve possuir um bom manejo e planejamento adequado, pois esses
dois fatores são quem determinam o sucesso ou insucesso da produtividade de
qualquer lavoura (BISINELLA e SIMONETTI, 2017).
O plantio cruzado possui a finalidade de obter ganhos produtivos, esse tipo de
semeadura tende a distribuir as sementes em linhas paralelas da mesma forma que é
realizado o método convencional, seguida de uma nova distribuição na área, em
sentindo perpendicular ao primeiro plantio às linhas formam um ângulo de 90º
desenvolvendo como se fosse uma linha de xadrez. Há também relatos que a
produtividade da soja aumenta quando se faz uma redução do espaçamento entre
linhas junto com à redução da densidade proporcionado melhor distribuição das
plantas e produtividade (ANDRADE et al., 2016).
Segundo Carvalho et al. (2013), no método convencional geralmente utilizam-
se combinações de espaçamentos de 40 a 50 cm com a população de mais ou menos
40 plantas. No método da redução do espaçamento entre linhas tem sido uma prática
vantajosa em que muitos experimentos obtiveram rendimentos. O adensamento de
plantas provoca aumento de temperatura e umidade do ar, proporcionando ao
ambiente o desenvolvimento de doenças, pois promove aos patógenos um ambiente
favorável para a disseminação e maximização da infestação (ROESE et al., 2012).
A semeadura feita em fileira dupla, permite haver alta intensidade de
penetração de luz, de agroquímicos no dossel, ocasionando um aumento a taxa
fotossintética, sanidade e a longevidade das folhas próximas ao solo podendo
melhorar e acelerar a produtividade dos grãos de soja. Esse tipo de semeadura é feito
em muitos países podendo destacar como principal os Estados Unidos. A
probabilidade de infestação de plantas daninhas nesse arranjo pode ser maior por
causa do menor fechamento do dossel referente ficarem mais expostas à
luminosidade (BALBINOT et al., 2014).
37
SOJA MILHO
TRIGO TREMOÇO
2.4.5.2 Consórcio
2.4.6 Adubação
2.4.7 Pragas
adulto, o percevejo possui coloração verde e seu tamanho entre 12mm a 17mm,
possui manchas vermelhas nos últimos segmentos das antenas. A fêmea posta seus
ovos nas folhas e a quantidade de ovos varia em torno de 70 a 100 ovos por postura
(DEGRANDE et al., 2010).
O percevejo-verde-pequeno, quando adulto, mede 9mm, como característica
possui uma listra no sentido transversal de cor marrom-avermelhada na parte do tórax,
seus ovos são escuros dispostos em massas de fileiras duplas contendo de 15 a 20
ovos, são depositados nas vagens, na parte inferior das folhas, na haste principal e
nos ramos laterais. Essa espécie possui tolerância aos inseticidas. No verão, essa
espécie pode chegar até três gerações da soja (DEGRANDE et al., 2010).
O percevejo-marrom é uma praga chave na cultura da soja em muitos lugares
do Brasil principalmente em regiões mais quentes. Os ovos dessa praga são
depositados sobre as folhas e vagens, sua eclosão ocorre com cerca de 7 dias ou
menos. Para o desenvolvimento completo deste inseto, ou seja, da fase ninfa até a
fase adulta tem duração de até 38 dias. Vale ressaltar que este inseto pode colonizar
a soja nas fases V6-V8, nessa época, saem da diapausa, ou então, dos hospedeiros
alternativos. Dessa forma, a sua população tende a aumentar provocando danos no
período R5.1-R6, ou seja, no período de enchimento dos grãos (RIBEIRO et al., 2016).
A intensidade dos danos que são causados pelos percevejos, dependerá da
espécie como também do estádio de desenvolvimento da planta. Nas fases R5-R6
das quais são o período do enchimento dos grãos da soja, os percevejos podem ser
encontrados em maior quantidade na lavoura. Estes insetos se alimentam dos grãos
em que resulta no atrofiamento e consequentemente menor peso e baixa qualidade
(CAMPOS et al., 2019).
É muito importante ressaltar que a biologia dos insetos possui uma correlação
com a oferta térmica em que quando acontecem pequenas alterações ocasionando
um aumento de temperatura ainda que seja mínima, acontecerá a redução da duração
do ciclo do inseto, colonização mais precoce e também aumento do número de
gerações de insetos pragas, como a Agemmatalis, em certos cultivos (GAZZONI,
2012).
De acordo com Conte et al. (2014), as densidades populacionais das pragas
são descendentes das condições climáticas e do manejo adotado nas lavouras, porém
quando atingem altos índices que causem grandes danos às pragas necessitam de
um controle. O manejo integrado de pragas visa usar táticas de controle de forma
isolada ou associada junto às estratégias que consistem nas tomadas de decisão
otimizando o controle de todas as classes de pragas de uma maneira sustentável sem
a utilização exclusiva de inseticidas, também viável economicamente.
Mesmo que o MIP tenha como base muitas formas de controle de pragas, ainda
que usadas de formas integrada, as principais táticas de controle são química e
biológica. A biológica, ressalta-se sobre sua importância, pois a estratégia é feita pela
incrementação, liberação e conservação dos inimigos naturais de determinadas
pragas podendo ser parasitoides, predadores e também microrganismos dos quais
são capazes de deter esses insetos invasores, evitando maiores perdas e danos na
plantação tendo como principal vantagem, não permitir a existências de resíduos
tóxicos no ambiente (OLIVEIRA e ÁVILA, 2010).
O desconhecimento sobre as vantagens do controle biológico da soja ainda é
um problema atual, associado ao fato de que em grande parte o agente de controle
possui um pequeno tamanho que dificulta na sua visualização e o seu efeito benéfico,
infelizmente não é nem visto e nem percebido pelos agricultores. Portanto, a
divulgação de informações sobre a importância e os benefícios desse método de
controle é muito relevante, pois os produtores rurais poderão estar mais cientes ao
acesso às tecnologias resultando na redução de produtos químicos, redução no custo
da produção da cultura, como também menores proporções e intensidades dos riscos
de contaminação na água e no solo (SIMONATO et al., 2014). A amostragem é um
método utilizado para que possa ser feita a verificação da população de pragas e
também dos inimigos naturais existentes numa lavoura em que os mais utilizados
pelos agricultores nas propriedades são a rede entomológica e o pano-de-batida (DOS
SANTOS et al., 2016).
46
2.4.8 Doenças
fungo possuir grande variabilidade genética. Vale ressaltar que ainda não há muitas
cultivares que possuam resistência à doença e à sua utilização, mas sempre estará
associada à utilização do controle químico (MARQUES, 2014).
O fungo Rhizoctonia solani é um dos principais patógenos que atacam a cultura
da soja nas fases iniciais de desenvolvimento, é um habitante natural do solo em que
a planta se infecta através de ferimentos ou revestimento do micélio, se tornando mais
agressivo com temperaturas a cerca de 15ºC a 18ºC como também em solos úmidos.
A planta infectada possui lesões de coloração marrom avermelhada, tanto na raiz
principal quanto na base do hipocótilo das plantas jovens. Na ocorrência de grande
severidade, o desenvolvimento fica comprometido induzindo à morte da planta. Na
fase de emergência a doença produz cancros fundos nas plântulas, ocasionando o
estrangulamento e consequentemente o dampingoff de pré e pós emergência (LES et
al., 2020).
A Septoriose ou mancha-parda, causada pelo fungo Septoria glycines é uma
doença de final de ciclo, mas também ocorre no início da cultura, podendo ser de
baixa ou alta severidade. Seu desenvolvimento acontece em altas temperaturas e
umidade relativa. A planta doente apresenta machas necróticas e o halo de tom
amarelo nas folhas, pode causar desfolha prematura e uma má formação nas vagens.
É necessário muito cuidado com relação às sementes e aos restos culturais, pois o
fungo pode sobreviver em ambos os ambientes (ITO, 2013).
A antracnose (Colletotrichum dematium), é uma doença do qual o seu patógeno
produz manchas necróticas e escurecimento nas nervuras, afeta diretamente o
desenvolvimento da planta do qual pode ser agravado se o patógeno estiver sob
condições favoráveis para o seu desenvolvimento tais como as altas temperaturas de
28ºC a 34ºC, altos índices pluviométricos principalmente nos estágios finais da cultura.
As sementes podem ser as principais fontes de inoculo do patógeno. Quando
infectadas, possuem manchas deprimidas de cor castanho-escuro e as plantas que
forem originárias podem apresentar necrose dos cotilédones que consequentemente
se estendem para o hipocódilo e assim ocorre tombamento. Vale ressaltar que a
doença também pode ser transmitida pela parte aérea da planta (MENDES et al.,
2014).
A mancha-alvo (Corynespora cassiicola) é uma doença do qual seu
desenvolvimento acontece nas temperaturas em torno de 18ºC, 20ºC e 30ºC como
também sob elevados teores de umidade. Seus sintomas podem ser notados nas
49
folhas com pequenas pontuações de cor amarela progredindo para manchas maiores
de cor castanha em que se formam anéis no centro é necrótico envolvido por um halo
de cor amarela, semelhante a um alvo, daí veio o nome da doença. O patógeno pode
sobreviver a restos culturais, sementes e outras plantas hospedeiras, então, é de
suma importância cuidados nos sistemas de manejo de plantio direto com relação às
coberturas utilizadas para a implementação da cultura (COSTA, 2020).
O mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) é uma doença de grande risco
produtivo nas lavouras e o seu desenvolvimento se torna mais propício a temperaturas
muito baixas e altos índices umidade, o florescimento é a melhor fase do
desenvolvimento da doença, mas pode infectar qualquer parte da planta. Ao ser
infectada, a planta tende a apresentar sintomas na área foliar de murcha e seca das
folhas, podridão aquosa na haste, com tom de verde-claro que muda para o tom de
castanho-avermelhado, mas seu principal sintoma é a formação de micélios brancos
bem visíveis que podem se espalhar rapidamente. O fungo sobrevive aos restos
culturais e no solo permanecendo durante anos podendo causar problemas para
culturas futuras (ARRUDA, 2014).
Depois que a doença infesta, toda a área praticamente se torna impossível a
erradicação do fungo naquele local é, então, a principal medida de controle a
prevenção da doença, ou seja, evitar que a mesma chegue à lavoura. Quando a
doença é constatada na propriedade é importante que seja feita o manejo integrado
no intuito de reduzir o número de inóculo por área. O uso de sementes sadias e o
tratamento de sementes com fungicidas são as melhores alternativas para medidas
de controle (PAULA JUNIOR et al., 2014).
Figura 144: Sementes de soja com sintomas de deterioração por umidade. À esquerda:
sementes secas com enrugamento; no centro: sintoma
Fonte: José de Barros França-Neto
52
O processo de secagem é uma das principais operações a serem feitas no período de pós-
colheita dos grãos, pois pode possibilitar um melhor e seguro armazenamento por um período
mais longo de tempo. No decorrer do processo retira-se a água, promovendo alterações nas
caraterísticas físicas como também mudanças qualitativas indesejáveis (coloração, oxidação,
trinca/ou quebra dos grãos), esse processo também irá minimizar os riscos da venda do produto
(BOTELHO, 2015).
A secagem feita quando a colheita dos grãos é realizada antes do prazo indicado ou
quando são colhidos com alta umidade acarreta num fator crítico de danos. Essa etapa conduzida
de forma inadequada ou a falta da mesma é uma das principais causas de deterioração dos grãos
durante o armazenamento (REGINATO et al, 2014).
Esse processo de secagem pode ser feito de forma natural ou artificial, mas a escolha
dependerá do volume das sementes. Feitas de forma natural, as sementes serão secadas por
radiação solar e o vento como mediador nos grãos em campo. Na forma artificial, a fonte de calor
é vinda dos aparelhos mecânicos ou elétricos. O uso desses métodos é imprescindível para
manter a qualidade, porém o método e o tipo do secador do qual será utilizado irá depender do
nível de produção, das condições do ambiente e a qualidade desejada (PEREIRA e DAMACENO,
2015).
Os parâmetros que devem ser analisados são a temperatura do ar e o tempo de secagem.
Por conta deste processo, é imprescindível que haja uma procura de alternativas de secagem que
possuam menor custo visando aos desperdícios que podem acontecer durante o cultivo além dos
sistemas que diminuam a degradação ambiental como também aqueles que promovem maior
eficiência energética no momento da secagem (PEREIRA e DAMACENO, 2015).
Uma semente de qualidade é adquirida de acordo com os resultados das condições do
seu cultivo no campo, após a colheita, as sementes possuem, no meio dos lotes, materiais
indesejáveis que precisam ser removidos para facilitar e obter melhor rendimento na secagem,
armazenagem e posteriormente a semeadura. Nesse processo conhecido como beneficiamento;
utilizam-se equipamentos para a separação dos materiais considerados indesejáveis e transporte
de sementes diminuindo danos mecânicos não causando misturas (CONRAD, 2016).
O beneficiamento de sementes possui grande relevância na produção de sementes de
qualidade, é feito um conjunto de operações que a semente é submetida desde a sua recepção
da unidade de beneficiamento até as etapas de embalagem e distribuição. Estes processos visam
melhorar as características físicas do lote das sementes. O caminho que a semente percorre
durante esse processo é longo e geralmente são causadas injúrias mecânicas provocadas pelo
manuseio onde dão abertura a agentes patogênicos (DA SILVA et al., 2011).
53
Esse processo precisa ser compatível com as características e a quantidade das sementes, pois
assim será possível haver melhor controle e manejo no período em que as sementes estão
armazenadas (DE LIMA et al., 2013)
Quando as sementes de soja são mantidas em condições de armazenamento com
temperaturas entre 20 a 25 °C, e umidade relativa do ar de 65 a 70%, auxilia na permanência de
germinação por um período de 6 a 8 meses. Em condições mais drásticas com temperaturas não
recomendadas, ocorrem quedas de germinação em um período menor, de 60 a 90 dias. Podendo
ser ainda mais curto, dependendo dos níveis iniciais de vigor e as condições de temperatura e
umidade relativa do ar no período de armazenamento (KAEFER et al., 2019).
55
3 METODOLOGIA
Organização do processo de
aquisição dos estudos
95 estudos - Base de dados: SciELLO,
Identificação BDP@(Base de dados de pesquisa
agropecuária0, Sabiia Embrapa, Alice Embrapa
e Infoteca-e.
4 1 e s t u d o s n ã o v e r s a v a m s o b r e o tema
Elegibilidade correspondente ao pesquisado após leituras
dosresumos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
valendo ressaltar
que, ainda assim,
a cultura com este
genótipo
necessita de um
correto manejo e
atenção desde o
início da
produção.
proteínas e óleo
encontrados na
semente de soja
podem ser
influenciados pelo
ambiente do qual
está inserido
dando destaque na
fase do
enchimento de
grãos onde a
exposição da
cultura da soja em
determinadas
épocas expõe a
planta ao estresse
ambiental no
campo.
Desempenho de (Conceição et al., O estudo foi feito de O tratamento
plântulas e 2014). forma experimental adequado das
produtividade de com duas etapas sementes
soja submetida a com experimento em proporciona
diferentes laboratório e em melhor e maior
tratamentos campo utilizando três qualidade
químicos nas cultivares de soja fisiológica da
sementes precoce (NA 4823 planta a
RG, BMX Turbo RR protegendo contra
e Fundacep 62 RR) patógenos. Com
submetidas a os resultados dos
diferentes estudos,
tratamentos. percebeu-se que
as sementes
tratadas com
fungicida e
inseticida e
micronutrientes
não tiveram efeitos
tóxicos nas
sementes, maior
proteção das
sementes no
campo, é eficiente
no controle dos
patógenos como
também não
obtiveram efeitos
significativos com
relação à
produtividade.
61
5 CONSIDERAÇOES FINAIS
de boa escolha que seja feito um cultivo de forma irrigada para que, no manejo de
irrigação, possa fazer como um meio de manutenção, pois a cultura não suporta
estresse hídrico constantes nas três primeiras fases se tornando uma opção a
manutenção hídrica na fase de floração ou enchimento de grãos das plantas para que
assim não haja perdas de produção.
Para tal, o produtor necessitaria de um poder aquisitivo maior com relação ao
cultivo da soja tanto para o manejo da cultura quanto para a aquisição de sementes
de boa qualidade e variedades tolerantes ao déficit hídrico, mas vale ressaltar da
aquisição do conhecimento sobre o desenvolvimento e comportamento da cultura no
ambiente para que assim possa-se fazer o manejo mais adequado.
70
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