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Deus nos colocou em uma espécie de casulo, para nos transformar, nos
tornar semelhantes a Jesus. Entramos portando ainda muitas características de
lagartas, cheias de espinhos do orgulho, mas sairemos refletindo a beleza da
humildade de Jesus. Entramos no casulo ainda marcados pela feiura da
desobediência e da rebeldia contra o Criador, sairemos mansos e obedientes como o
nosso Bom Pastor. Entramos ainda valorizando em demasia coisas passageiras,
símbolos de vaidade e de alegrias transitórias, mas sairemos amando ao Senhor
acima de tudo e a nossos irmãos como Jesus nos amou. Entramos carregando muitas
bagagens desnecessárias, sairemos libertos delas e enriquecidos com a vida eterna.
Entramos com muitos rancores e amarguras, sairemos libertos pelo perdão e com
um novo cântico de louvor. Entramos com frieza e indiferença em relação ao
próximo, talvez até com desprezo pelos que consideramos inferiores, mas sairemos
cheios de misericórdia pelos que se perdem e de compaixão pelos que sofrem.
Entramos sem valorizar o suficiente a preciosa comunhão, o convívio com os irmãos,
mas sairemos diferentes, prontos a reconhecer quão precioso e agradável é que
vivamos em unidade com os irmãos.
Sei que será difícil dizer que alcançamos tudo isso plenamente, mas espero
que, pela graça de Deus e pelo Seu poder transformador que opera em nós, possamos
ver que progresso significativo ocorreu, e sairmos aptos a voos mais elevados no
caminhar com nosso amado Mestre. Assim como a metamorfose da lagarta depende
de processos metabólicos automáticos, o que nos faz lembrar que aquele que em vós
começou a boa obra a aperfeiçoará [completará] até o dia de Jesus Cristo (Fil. 1:6),
também é indispensável o esforço da borboleta para sair do casulo, para completar o
processo, de modo que temos nossa parte no cooperar com o Senhor, como está
escrito: Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas,
pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora (Fil. 1:4-5).
O mundo que nos aguarda fora do casulo não é o mesmo que havia antes,
então nós também não devemos voltar com as mesmas velhas atitudes. Esperar que a
pandemia passe por completo, o que talvez nunca ocorra, apenas para reativar os
velhos projetos e retroceder à antiga maneira de viver, é sair de um difícil casulo para
não voar, mas para voltar a se arrastar como a lagarta. Como seria estranho ver uma
borboleta rastejando sobre o ventre, ao invés de voar! Em nome do Senhor, quero
convidar você a um voo mais elevado, inspirado pelo que vejo ilustrado nas plantas e
flores do meu bairro e do meu jardim, e pela profecia de Isaías, que diz:
Jesus é essa rocha, que estava fora do nosso alcance, mas à qual agora
podemos ascender pela Sua graça e misericórdia. Estamos saindo do casulo. É a etapa
final desses longos meses de prisão, na qual deve ser completada a obra de Deus em
nós, e quando poderemos ser capacitados a voar. Que glórias buscaremos nesse novo
mundo que nos aguarda? A que alturas voaremos? Sairemos para voar ou para
continuar a rastejar?
Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória
do Senhor, somos transformados [metamorfoseados] de glória em glória na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor (2a. Coríntios 3:18).
Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos
manifestareis com ele em glória (Colossenses 3:4).