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Corajoso.
Irresponsável.
Há apenas um problema.
Nunca.
— Mãe? — chamei.
Então, sim, não havia muito que eu não notasse sobre Nix.
Mas se ele percebeu que eu estava notando, guardou para si
mesmo.
Diga a ele.
— Eu...
Diga a ele.
E era.
Ele sabia.
— Por quê? — Eu olhei para ele através dos meus cílios longos.
Eu não queria perguntar, mas agora a palavra estava entre nós, e
percebi que precisava saber.
Eu precisava saber por que era tão importante para ele que eu
estivesse lá.
— Por quê? — Uma ondulação atravessou o ar, minha pele
ficando apertada novamente enquanto ele me estudava. Suas
sobrancelhas se uniram, seus olhos cinza metalizados girando
com escuridão. Seu polegar pressionado suavemente em seu lábio
inferior enquanto o silêncio perfurava entre nós.
O coração dele.
Eu só conhecia isto.
— Você sabe que ele deu, mãe. — Ele me dá uma carona todas
as manhãs desde que tirou a carteira de motorista.
— Querida, eu só...
Às vezes, era mais fácil lidar com mamãe quando ela estava
bêbada do que lidar com... com isso. Sua tentativa de fingir que se
importava quando não tinha se incomodado em perguntar por
semanas se eu tinha dinheiro suficiente para comprar
mantimentos, materiais escolares ou para substituir as coisas
usadas do meu armário.
Inacreditável.
Alívio caiu sobre ela, mas eu não tive coragem de dizer que eu
estava corada por razões completamente diferentes.
Ela nunca gostou do Nix. Parte de mim achava que ela estava
com ciúmes porque ele era a pessoa a quem eu recorria. Mas não
era como se eu nunca tivesse sido capaz de me apoiar nela.
— Mãe...
Orgulhosa de mim?
Ele e seus dois amigos mais próximos, Zane e Kye, eram bem
conhecidos por Darling Hill. Eles gostavam de festejar, viver a vida
no lado selvagem, e geralmente foder com o sistema.
Pela primeira vez, eu queria que ele olhasse para mim do jeito
que ele olhava para elas. Não queria nada mais do que afetá-lo
como ele me afetava.
— Eu estou sain…
Um pouco demais?
Como quando olhei para Nix e seu olhar colidiu com o meu.
Frio e tempestuoso, girando com desaprovação. Sua mandíbula se
cerrou enquanto ele puxava uma respiração aguda e concentrava
sua atenção de volta na estrada.
— Nix, eu...
Esta noite era para nos aproximar mais, para fazê-lo perceber
que eu não era mais uma criança.
Nix mal tinha dito duas palavras para mim no passeio e estava
começando a me irritar.
Então, ele não gostou da minha fantasia. Ele não precisava ser
um idiota sobre isso.
Cherri.
— Sim, bem, ele é um tolo por não perceber o que está bem na
frente dele.
— Obrigada.
— V-vamos?
Mas ela estava certa. Eu não podia ficar aqui e deixar meu
coração partir-se mais do que já tinha. Além disso, Nix era minha
carona para casa.
E ela.
Nix não tirou os olhos de mim, mas ele a deixou beijá-lo, tocá-
lo, pegar o que não era dela.
Por que?
De mim mesma.
— Não, você não é. Mas você sabe, talvez devesse apenas dizer
a ele como realmente se sente. Pelo menos vai colocar para fora e
você pode seguir em frente, de um jeito ou de outro...
— Isso é...
Não aconteceu.
Eu sabia disso.
— Duvidoso. — Eu assobiei.
Até agora.
Não dele.
Não a Nix.
A Nós.
Mas ele não me assustava. Talvez tenha sido o modo como ele
sempre foi o protetor silencioso na minha vida. Cuidando de mim
e do Nix na mesma medida.
Ou talvez eu tivesse um problema com garotos e corações
negros. Porque se Nix mantinha seu coração trancado, Zane
mantinha o seu enterrado sob dois metros de gelo.
— Estou bem.
Ela soltou uma risada amarga. — Sério? Você acha que eu ligo.
Ela estará mais interessada em você entrando em outra luta.
Sim, certo.
Mas não era como se eu tivesse outro lugar para ir. Sem a
Chloe, eu estava sozinha.
— Sim, certo. Como se Wilder fosse deixar você sair com algum
idiota.
Minhas sobrancelhas franziram. Depois do jeito que Nix me
tratou a noite toda, por que ele se importaria com quem eu vou
embora?
— O quê...
— Nós vamos?
Ele tinha suas próprias razões para não beber. Do mesmo jeito
que eu.
Seu olhar foi para onde eu estava segurando-o antes que ele
lentamente levantasse o olhar para o meu rosto.
— Não.
Por que ele não podia falar comigo? Do jeito que ele sempre
fazia.
— Tão linda.
Linda?
Foi então que notei que ele estava tremendo. Seu corpo inteiro,
tremendo enquanto me tocava. Foi mais do que eu poderia esperar
e ainda assim nem de perto o suficiente.
— Isso.
Meu Deus.
— Você imaginou?
Como isso era justo? Ela foi expulsa de casa, da família, por
se apaixonar pelo cara errado. Eu nunca tinha pensado muito
nisso antes desta noite. Mas não era de admirar que ela estivesse
perdida, vagando pela vida sem nada além de chances perdidas e
arrependimentos amargos atormentando seus pensamentos.
— Mas...
— Pegue isso ou saia, mas você está louca se acha que vou
deixar você vir conosco e arriscar ser vista.
A garota dele.
Um sorriso lento puxou sua boca. — Nada que ele não mereça.
— Nix correu o nariz ao longo da minha mandíbula, me deixando
sem fôlego. Meu coração bateu contra minha caixa torácica,
sobrecarregado com sua intensidade. O ar ficou carregado,
eletrificado com o calor fervendo entre nós.
— O quê? — Eu perguntei.
— Nada. — Ele balançou a cabeça, a expressão se foi tão
rapidamente que eu pensei ter imaginado. — Não vamos demorar.
Deslize para o meu assento e espere, ok?
E eu gostei.
— Eu preciso comer.
— Hambúrgueres no Pat?
— Eu não estou.
— Entendi. — Eu soltei.
Voltamos para Harleigh.
Ele deu de ombros. — Garotos como eu... eles não têm muitas
oportunidades, Wren.
— Nix, eu...
Aquele beijo, meu primeiro beijo, não foi o começo de algo, foi
Nix se permitindo um momento. Um gosto.
— Nix, me leve...
— Não.
— Diga.
Porque sonhei com isso, sonhei por tanto tempo que Nix me
tocava, me beijava e me dava essa parte dele.
— Você tem um gosto tão bom, porque você tem um gosto tão
bom? — Ele despejou beijos quentes de boca aberta ao longo da
minha mandíbula, chupando a pele dali, beliscando e lambendo.
Eu me aproximei, sentindo-o tão duro embaixo de mim. Era tão
estranho, e ainda assim, tão emocionante saber que eu o afetei
assim.
Eu.
— Isso é bom?
E eu estava livre.
Nix estava quieto no passeio de volta para Darling Row. No
início, os sentimentos enlouquecedores tinham permanecido,
correndo pela minha corrente sanguínea como algo sintético. A
maneira como ele me tocou, empurrou meu corpo sobre a borda e
me desfez, era tudo.
— Nix...
— Harleigh...
Com isso, eu saí e não olhei para trás enquanto caminhava até
o meu trailer. Senti seus olhos me seguirem, senti sua culpa e
arrependimento. Convencer Nix a arriscar uma chance por nós ia
ser mais difícil do que eu pensava...
Morta.
Nada fazia sentido, mas parte de mim esperava que ela tivesse
encontrado paz.
— Senhorita Maguire? — O oficial com olhos gentis se
aproximou de mim. — Seu pai está aqui para levá-la para casa.
— Agora não. — disse o homem que dizia ser meu pai. — Por
favor, nos dê um pouco de privacidade.
Sorte.