Como Preparar Um Desenho Técnico para Usinagem em Máquinas A CNC

14/10/22, 11:16 Como preparar um desenho técnico para usinagem em máquinas a CNC.
Eduardo Inocencio
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Como preparar um desenho técnico para

usinagem em máquinas a CNC.
Eduardo Inocencio
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Management | Teacher
Publicado em 8 de mai. de 2021
Introdução
Atualmente, as máquinas CNC estão altamente sofisticadas, esses sistemas são capazes
de interpretar a geometria de peças diretamente de um arquivo 3D CAD. Nessa
condição, os desenhos técnicos não são necessários para solicitar um orçamento ou até
mesmo para usinar peças, pois toda programação da máquina é desenvolvida por meio
da integração CAD/CAM, mas os desenhos ainda têm sua importância na indústria e
https://pt.linkedin.com/pulse/como-preparar-um-desenho-técnico-para-usinagem-em-cnc-inocencio 1/29
são amplamente utilizados e melhoram a comunicação de requisitos técnicos entre

Eduardo Inocencio
desenhista, engenheiros e operadores de máquinas.
Neste artigo iremos examinar quando e por que você deve incluir um desenho técnico
em suas ordens de serviços para fabricação de peças em máquinas a CNC,
analisaremos os elementos importantes de um desenho técnico e vamos dar algumas
dicas para fazer um bom desenho.
Nas imagens a seguir, podemos ver um desenho técnico bem projetado e totalmente
dimensionado. Ao final deste artigo você saberá como lê-los e como preparar desenhos
como estes.
Eduardo Inocencio
Eduardo Inocencio
Por que os desenhos técnicos ainda são importantes?
É necessário incluir um desenho técnico em sua ordem de serviço, quando o modelo

CAD 3D tiver:
1. Roscas (internas e externas);
2. Elementos com tolerâncias dimensionais e geométricas;
3. Superfícies com exigências individuais de acabamento superficial (rugosidade).
Esses requisitos não podem ser transmitidos em um modelo CAD 3D.
Mesmo que o seu projeto não inclua os elementos citados acima, geralmente é uma boa
prática sua ordem de serviço estar acompanhada de um desenho técnico e um arquivo
CAD 3D. Normalmente o arquivo CAD 3D é utilizado para desenvolver as estratégias
de usinagem em softwares CAM e gerar a programação necessária para usinar as peças
em máquinas a CNC, o desenho é usado como referência em todo processo de
usinagem. A maioria dos fornecedores de serviços de usinagem CNC, podem fabricar
peças a partir de um arquivo CAD 3D mas podem solicitar o desenho técnico
convencional, porque:
Eles são treinados para interpretar rapidamente a geometria de uma peça a partir do
desenho 2D;
É mais fácil identificar as principais dimensões, funções e características críticas de

uma peça;
É mais fácil avaliar o custo de fabricação da peça.
Existem muitos padrões diferentes e melhores práticas para a elaboração de um

desenho técnico. Não importa quais técnicas você utiliza para elaborar seu desenho
técnico, desde que todos os requisitos técnicos sejam comunicados de forma clara.
Eduardo Inocencio
Dica profissional: No desenho de exemplo deste artigo, o modelo está totalmente

dimensionado. Isso é recomendado, mas não necessário, pois as dimensões básicas da
peça são transmitidas no arquivo CAD 3D. Para economizar tempo, você pode anotar
em seu desenho técnico apenas as características mais importantes como dimensões
com tolerâncias, GD&T e roscas.
A anatomia de um desenho técnico
Um desenho técnico convencional consiste nas seguintes partes:
Legenda;
Vista Isométrica;
Vistas ortográficas;
Cortes ou vistas de detalhes;
Anotações.
Legenda
Eduardo Inocencio
A legenda pode conter informações básicas sobre a peça, como o nome da peça, o
material, os requisitos de acabamento e cor, o nome do projetista e a empresa. É
importante o preenchimento dessas informações básicas, pois auxiliam no
entendimento da função da peça ao fabricante.
A legenda também contém outras informações técnicas, como a escala do desenho, o

padrão usado para dimensionamento e tolerância. Outro elemento que geralmente está
presente na legenda é o método de projeção. O método de projeção determina a
maneira como as vistas são organizadas no desenho. Normalmente, os desenhos
elaborados usando os padrões ABNT/ISO/DIN usam o método de projeção no 1º
Diedro, já os padrões ASME (EUA, Austrália) usam o método de projeção no 3º
Diedro.
Eduardo Inocencio
Método de projeção no 1° diedro.

Eduardo Inocencio
Método de projeção no 3° diedro.
A Vista Isométrica
Eduardo Inocencio
É recomendável adicionar uma ou mais vistas isométricas da peça em seu desenho,

pois torna mais fácil a interpretação do desenho.
Vistas isométricas são utilizadas para este propósito, pois combinam a ilusão de
Eduardo Inocencio
profundidade com a apresentação não distorcida da geometria das peças, as linhas
verticais permanecem verticais e as linhas horizontais são traçadas a 30°.
Eduardo Inocencio
Vistas Ortogonais
A maioria das informações sobre a geometria da peça é transmitida nas principais

vistas ortogonais.
Eduardo Inocencio
Essas são representações bidimensionais do objeto tridimensional, representando a

forma exata da peça, visto do lado externo de uma caixa delimitadora, um lado de cada
vez. Apenas as arestas das peças são desenhadas dessa forma para permitir uma
comunicação mais clara das dimensões e detalhes.
Para a maioria das partes, duas ou três vistas ortogonais são suficientes para descrever
com precisão toda a geometria.
Vista em Corte
As vistas em corte podem ser usadas para mostrar os detalhes internos de uma peça. A
linha de corte em uma vista ortogonal principal mostra onde a peça é seccionada e as
hachuras da vista em corte indica as regiões onde o material foi removido.
Eduardo Inocencio
Os desenhos técnicos podem ter várias vistas de seção com duas letras ligando cada
linha de corte a cada vista de seção (por exemplo, A-A, B-B e assim por diante). As
setas da linha de corte indicam a direção para a qual você está olhando.
Normalmente, as vistas em corte são colocadas alinhadas com uma vista ortogonal,
mas também podem ser colocadas em outro lugar no desenho se não houver espaço
suficiente. A peça pode ser seccionada ao longo de toda a sua largura (como no
exemplo acima), ao longo da metade de sua largura ou em ângulo.
Eduardo Inocencio
Nota: As arestas de elementos internos ocultos também podem ser representadas em

uma vista usando linhas tracejadas, mas as vistas em corte permitem ter mais clareza
dos elementos internos.
Vista de Detalhe
As vistas de detalhes são usadas para destacar áreas complexas ou difíceis de

dimensionar de uma vista ortogonal principal.
Eduardo Inocencio
Elas são normalmente de forma circular (posicionadas de forma deslocada para evitar
erros de interpretação) e são identificadas com uma única letra que liga a vista de
detalhe ao desenho principal (por exemplo, A, B e assim por diante).
Eduardo Inocencio
As vistas de detalhes podem ser colocadas em qualquer lugar do desenho e podem usar
uma escala diferente do resto do desenho, desde que isso seja claramente comunicado.
Notas ou Anotações
Notas podem ser adicionadas ao desenho técnico para transmitir informações

adicionais que não foram incluídas nas vistas ortogonais.
Eduardo Inocencio
Por exemplo, as instruções para quebrar arestas vivas (rebarbar), requisitos gerais de
acabamento de superfície geral e uma referência a um arquivo CAD ou a um outro
componente com o qual a peça no desenho interage podem ser adicionados às notas de
seu desenho técnico.
Às vezes, os símbolos são usados em vez de texto. Por exemplo, a rugosidade da

superfície é comumente anotada com um símbolo.
Nota: Se apenas uma superfície requer um acabamento de rugosidade de superfície

específico, então ela deve ser anotada no desenho e não nas notas. A rugosidade geral
das superfícies da peça é Ra 1,6 μm , já os acabamentos específicos são Ra 0,8 μm e
Ra 0,4 μm.
Eduardo Inocencio
Preparando um desenho técnico em 7 passos
Aqui está um resumo das etapas que você deve seguir ao redigir seu desenho técnico:
Passo 1. Defina as vistas mais importantes e coloque a vista mais relevante no centro
do desenho, deixando espaço suficiente entre elas para adicionar dimensões.
Passo 2. Se sua peça tiver elementos internos ou áreas complexas e difíceis de

dimensionar, considere adicionar vistas em corte ou vista de detalhes de acordo com
sua necessidade.
Passo 3. Adicionar linhas de construção em todo desenho. As linhas de construção

incluem linhas de centro (para definir planos ou eixos de simetria), marcas de centro e
padrões de marca de centro (para definir a localização do centro dos furos ou padrões
circulares).
Passo 4. Adicione dimensões ao seu desenho, começando com as dimensões mais

Eduardo Inocencio
importantes.
Passo 5. Especifique a localização, tamanho e comprimento de todos os furos e roscas.
Passo 6. Adicione tolerâncias aos elementos que precisam de maior precisão do que a
tolerância padrão, por exemplo ± 0,05 mm.
Passo 7. Preencha a legenda e certifique-se de que todas as informações e requisitos

relevantes que seu produto exige (acabamento de superfície, quebra de arestas etc.)
sejam mencionados nas notas.
Quando o desenho estiver pronto, exporte como um arquivo PDF e anexe à sua ordem
de serviço.
Agora que você está familiarizado com a estrutura básica de um desenho técnico,
vamos nos aprofundar nas especificidades de dimensões, anotações e tolerâncias.
Dicas para adicionar dimensões, tolerâncias e anotações
Se sua peça vem acompanhada de um arquivo CAD 3D, as dimensões que você
adiciona no desenho técnico são as dimensões que serão verificadas pelo fabricante.
Recomenda-se dimensionar todos os elementos importantes em seus desenhos para
evitar erros.
Eduardo Inocencio
Aqui estão algumas dicas para ajudá-lo a dimensionar seus modelos:
1. Comece colocando as dimensões gerais da peça.

2. Em seguida, adicione as dimensões que são mais críticas para fins funcionais. Por
Eduardo Inocencio
exemplo, a dimensão do furo Ø70 mm é uma das mais importantes.
3. Em seguida, adicione dimensões a outros elementos. Uma boa prática é colocar todas
as dimensões a partir da mesma linha de base (também conhecido como Datum),
conforme mostrado no exemplo, onde foi utilizado o centro geométrico da peça para
posicionar os furos.
4. As dimensões devem ser colocadas na vista que descreve o elemento mais claramente
Por exemplo, as dimensões dos furos roscados não estão incluídas nesta vista, pois são
mais claramente descritas na vistas de detalhes X e Y.
5. Para elementos repetidos, adicione dimensões a apenas um deles, indicando o número

total em que o elemento é repetido na vista atual. No exemplo, quatro furos roscados
idênticos são especificados usando um (x4) na vista em detalhe X.
Cotagem de furações e roscas
Os furos são características comuns em peças usinadas CNC. Normalmente são

usinados com uma broca e possuem dimensões padronizadas.
Frequentemente, também incluem elementos secundários, como rebaixos (⌴) e

Eduardo Inocencio
escareados (⌵).
Se suas peças contêm roscas, então elas devem ser claramente especificadas no
desenho técnico. As roscas podem ser definidas simplesmente indicando um tamanho
de rosca padrão (por exemplo M4) em vez de uma dimensão de diâmetro.
A forma recomendada de definir uma rosca, porém, é usando cotagem individual, uma
vez que as contagens individuais adicionam clareza ao desenho e permitem a
especificação de furos e roscas com comprimentos diferentes.
Neste caso, a primeira operação deve definir as dimensões do furo (o diâmetro

Eduardo Inocencio
adequado para furação pode ser encontrado nas tabelas padrão), e a segunda operação o
dimensionamento da rosca.
Especificando Tolerâncias Dimensionais
As tolerâncias definem uma faixa de valores aceitáveis para uma determinada

dimensão da peça. As tolerâncias contam uma "história" sobre a função da peça e são
especialmente importantes para recursos que interferem em outros componentes.
As tolerâncias vêm em muitos formatos diferentes e podem ser aplicadas a qualquer

dimensão em um desenho (linear ou angular).
As tolerâncias mais simples são as tolerâncias bilaterais, que são simétricas em torno
da dimensão da base (por exemplo, ± 0,1 mm). Existem também tolerâncias unilaterais
(com limites superior e inferior diferentes) e tolerâncias de interferência que são

Eduardo Inocencio
definidas na tabela técnica (por exemplo, 70H7).
Nota: As tolerâncias são exigidas apenas em um desenho técnico quando devem

exceder o valor padrão. Quando você faz um pedido, a tolerância padrão deve seguir
uma norma técnica.
Tolerância Geométrica (GD&T)
O sistema de dimensionamento e tolerância geométrica (GD&T) é mais difícil de

aplicar do que o dimensionamento e tolerância padrão, mas é considerado superior,
pois comunica a intenção de engenharia de forma mais clara. Usando GD&T
tolerâncias mais frouxas gerais podem ser definidas, enquanto ainda atendem aos
principais requisitos de design, melhorando a qualidade e reduzindo custos.
Eduardo Inocencio
Está fora do escopo deste artigo descrever em detalhes como você pode aplicar GD&T
aos seus projetos, pois é um assunto muito complexo. Iremos publicar um outro artigo
focado apenas em GD&T.
Forneceremos o conhecimento básico de que você precisa para lê-los caso os encontre
em um desenho. Aqui está um exemplo:
Eduardo Inocencio
Esta chamada uma superfície que deve estar paralela em relação ao elemento A com
uma tolerância de 0,05 mm em toda sua extensão. Isso significa que não importa onde
você mede esse paralelismo, o resultado da medição deve estar contido em um campo
de 0,05 mm.
O paralelismo é sempre relacionado a um comprimento de referência. A forma correta

para se medir o paralelismo das faces é utilizando um relógio comparador e apoiando a
superfície de referência em um plano e comparando o elemento tolerado com a
referência.
Isso praticamente significa que a face não se desviará da localização projetada,

garantindo que a peça tenha um perfeito funcionamento na montagem
Regras gerais
Um desenho técnico é necessário quando sua peça contém roscas, tolerâncias ou

acabamentos em superfícies específicas.
Recomenda-se dimensionar totalmente o desenho técnico para evitar erros. Para

Eduardo Inocencio
economizar tempo, você pode dimensionar apenas os elementos que deseja que sejam
medidos pelo prestador de serviços de usinagem CNC.
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KMX Serviços Industriais
7d
Excelente artigo!!!
Gostei
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Denilson Ferreira
1a
Ótimo artigo
Gostei
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Vinícius Torres
1a
Parabéns pelo artigo, Eduardo! Bem completo e de extrema clareza!
Gostei
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1 Gostou
Usuário do LinkedIn
1a
Bem explicado! Parabéns
Gostei
Responder
1 Gostou
CURSO DELINEAMENTO INDUSTRIAL
1a
Fui Operador de CAD/CAM. Projetava com Solidworks e Programava com Edgecam, uma tec‐
nologia excelente.
Gostei
Responder
1 Gostou
Anderson B.
1a
Muito bom o artigo!!
Muitas vezes a programação cnc precisa ser sequenciada nas necessidads geométricas da
peça.
Principalmente quando se trata de GD&T.
Gostei
Responder
3 Gostaram
Julio Freitas
1a
Artigo completo! Muito boa a abordagem e vou citar, apresentando em minhas aulas!
O foco é a importância da representação gráfica e não o uso do software.
Engana-se quem acredita que utilizar softwares de CAD é o mais importante. O importante é
saber tirar o proveito destas ferramentas fantásticas independente da plataforma e ter conhe‐
cimento é o diferencial.
Mais uma vez ressalto seu artigo, parabéns!
Gostei
Responder
4 Gostaram
Guilherme Custodio de Araujo
1a
Ótimo conteúdo, sempre importante abordar estas dicas.

Responder
Eduardo
Gostei
1 Gostou
Inocencio
Thiago Leite
1a
Ficou muito bom!! Muito bem explicado! parabéns mestre!
Gostei
Responder
1 Gostou
Vinicius Araujo
1a
Ótimo artigo, professor! Os desenhos técnicos ainda são de grande valia!
Gostei
Responder
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É necessário incluir um desenho técnico em sua ordem de serviço, quando o modelo

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Cortes ou vistas de detalhes;

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Principalmente quando se trata de GD&T.

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Mais uma vez ressalto seu artigo, parabéns!

Guilherme Custodio de Araujo

Ótimo conteúdo, sempre importante abordar estas dicas.

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