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NÃO HAVIA LUGAR

Ouçam todos, ouçam todos!

Ouçam todos, ouçam todos!

Por ordem do Imperador César Augusto, se decreta um


recenseamento geral em todas as províncias sob o domínio de
Roma. Todos os cidadãos e moradores são chamados ao
alistamento. Cumpra-se o decreto do Augusto Imperador.

A notícia se espalhou por todas as partes. Todos deviam voltar às


suas cidades de origem para se alistarem, e as cidades entraram
em reboliço.

Nazaré. Cidade pobre, edificada sobre o monte, na Galiléia. Ali


moram José e Maria. Ele, jovem carpinteiro, forte, vigoroso e fiel
a Deus.

Ela, jovem formosa, piedosa e temente a Deus. Ambos


descendentes de Davi, o homem segundo o coração de Deus.

Maria! Virgem piedosa e crente, da linhagem de Davi.


Inesperadamente, um facho de luz cai sobre ela e lhe aparece o
Anjo Gabriel:

“Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as


mulheres” (Lc. 1.28).

A notícia é espantosa. Maria vai ser mãe do Salvador. E ela


prontamente responde:

“Cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc. 1.38).

E Maria canta:

“A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra


em Deus meu Salvador.

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“Porque atentou na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora
todas as gerações me chamarão bem-aventurada,

“Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e santo é o seu nome,

“E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o


temem.

“Com o seu braço obrou valorosamente; dissipou os soberbos no


pensamento de seus corações.

“Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes.

“Encheu de bens os famintos, e despediu vazios os ricos.

“Auxiliou a Israel seu servo, recordando-se da sua misericórdia

(Como falou a nossos pais) para com Abraão e sua posteridade,


para sempre” (Lc. 1.46-55).

José e Maria – Comprometidos para o casamento.

Antes de se ajuntarem, Maria acha-se grávida. José reage. O Anjo


de Deus lhe aparece em sonhos e lhe diz:

“José, filho de Davi, não temas receber a Maria tua mulher,


porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; e dará à luz um
filho e chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo
dos seus pecados” (Mt. 1.20,21).

Fazia sentido. José entendeu. A experiência era grande demais. A


promessa do Velho Testamento começava a se cumprir.

O Profeta havia dito:

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão


pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco” (Mt.
1.23).

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Deus conosco! É o Messias que vai achegar. É Jesus, o Salvador.

Belém Efrata. Ouçam a voz do profeta. Ela vem de 700 anos


Antes de Cristo:

“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de


ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas saídas são desde
os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq. 5.2).

Belém, cidade pequena. Chegam as multidões. A cidade entra em


confusão. O comércio se alvoroça. As estalagens estão lotadas.
Não há mais lugar para ninguém. É o povo que volta às suas
origens para o alistamento.

Belém, cidade de Davi. As multidões se atropelam. O tropel dos


camelos e dos jumentos não cessa.

No ar, tudo cinzento de poeira. O barulho é enorme com o grito


dos mercadores. Por todos os lados, o retinir das moedas dos
cambistas trocando dinheiro.

Uns compram, outros vendem. Esta é a grande oportunidade de


ganho e lucro. Tão cedo não haverá outra igual.

José e Maria. Mulher grávida. Viagem longa e penosa. Entra o


casal pelas ruas de Belém. Ninguém sabe de nada.

Ninguém se importa. É mais um que chega para o alistamento.

José e Maria. Batendo de porta em porta, de estalagem em


estalagem. A resposta é uma só: Não há lugar.

Pobre Maria! O tempo é chegado. As dores de parto apertam. O


bebê quer nascer, mas não há lugar nas estalagens.

Chegou a hora. Não há como esperar. O Salvador quer nascer. E


não há lugar.

De repente, surge uma luz. É um pequeno estábulo de caverna,


compartilhado por uma família e seus animais.

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Não há tempo para cerimônias. O casal entra apressado, e a


criança já está nascendo. As mulheres mais experientes se
apressam e ajudam.

Ouve-se um grito de mulher; explode o choro de uma criança.

É um menino!

Nasceu! Nasceu o menino Jesus, o Salvador do mundo!

Uma manjedoura – o cocho em que os animais comem – forrada


com panos improvisados e ali é deitado o menino.

Todo o universo treme. Os céus se abrem, um coro de Anjos


canta: Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra, boa
vontade para com os homens!

Uma estrela fulgura no espaço. Um Anjo aparece a uns pastores.


Eles tremem de medo. Mas logo ouvem o Anjo falar:

“Não temais porque eis aqui vos trago novas de grande alegria,
que será para todo o povo; pois na cidade de Davi, vos nasceu
hoje o Salvador que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal:
Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa
manjedoura” (Lc. 2.10-12).

Vem uma multidão; multidão dos exércitos celestiais, louvando a


Deus, e dizendo:

“Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os
homens” (Lc. 2.13-14).

E os pastores disseram:

“Vamos até Belém e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor


nos fez saber” (Lc. 2.15).

“E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino


deitado na manjedoura” (Lc. 2.16).

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Os pastores comprovaram. Saíram e divulgaram por todos os


lados: Jesus nasceu; Nasceu o Salvador.

Nasceu o Salvador, mas não havia lugar. A cidade estava cheia e


todos buscavam seus interesses. Ninguém estava preocupado com
as coisas de Deus.

Dois mil e vinte e dois – Natal, Tempo de festa! Cidade cheia!

Dias de correrias. Gente comprando, gente vendendo, gente


trocando presentes. É Natal, nascimento de Cristo. Mas não há
lugar para Jesus.

Natal! Dia de celebrações! Os coros cantam pelas praças: Glória a


Deus nas Alturas; Noite Feliz; Surgem Anjos Proclamando! Mas
não há lugar para Jesus!

As pessoas gritam umas para as outras: Boas Festas e Feliz Natal!


Mas não há lugar para Jesus!

Jesus Cristo, o Dono da festa é esquecido, porque não há lugar


para ele nas celebrações.

É Natal. Jesus quer lugar nos corações. Ele diz:

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e


abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”
(Ap. 3.20).

É Natal! Em Jesus há lugar. Ele diz:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos


aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que
sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as
vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”
(Mt. 11.28-30).

E a todos os pecadores, neste Natal, se proclama:

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“Tendes vós lugar vazio, para Cristo, o Salvador? Ele bate, e quer
entrada, quer salvar-vos em amor.
Daí lugar a Jesus Cristo! Ide já O convidar! Para que ache em vós
morada, e onde possa sempre estar!” (Hinário: Cantor Cristão, no.
229).

É Natal! Jesus nasceu! Louvem-No as crianças! Cantem os


povos! Retinam os sinos! Gritem as multidões! E nas Igrejas
cantem Glória; E os Anjos cantem Glória – Glória a Deus nas
alturas! Jesus nasceu!

Amém!

Damy Ferreira

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