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Aula | Fotoprotetores: Conceitos e Recomendações para a Prática Clínica

Olá! Sejam bem-vindos ao novo curso da plataforma Estética Experts: Fotoprotetores:


Conceitos e Recomendações para a Prática Clínica. Sou a professora Vanessa Foppa,
especialista em Farmácia Estética, e vou trazer diversos conceitos relacionados a esse
tema tão complexo.

O treinamento foi dividido em quatro módulos: definições e regulamentação,


classificação e fotoproteção para os diferentes tipos de pele, fotoproteção e vitamina D
e toxicologia dos fotoprotetores. Hoje, vamos abordar definições e regulamentação.

Não há como falar de fotoprotetores sem abordar as radiações eletromagnéticas. A


radiação solar é a energia emitida pelo Sol, que se propaga em todas as direções
através do espaço por meio das ondas eletromagnéticas. Emitida pela superfície solar,
essa energia determina a dinâmica dos processos atmosféricos e climatológicos.

Essas ondas de radiação eletromagnética são uma junção de campo magnético com
campo elétrico que se propaga no vácuo transportando energia. A radiação
eletromagnética varia conforme a frequência e o comprimento de onda. Existem
diversos tipos de radiação eletromagnética.

De todo o espectro solar, alcançam a superfície terrestre apenas:


Raios infravermelhos (780 - 5000 nm) → 50% (sentimos na forma de calor)
Luz visível (400-780 nm) → 45% (emitida por eletrônicos)
Radiação ultravioleta (200-400 nm) → 5% (bloqueada pelos fotoprotetores)

O restante do espectro solar é bloqueado pela camada de ozônio.

A radiação solar é considerada não ionizante; ou seja, causa uma movimentação a nível
de elétrons, mas não permite que eles saiam do lugar. Além da fonte natural de
radiação não ionizante, existem fontes artificiais de radiação UV, como lâmpadas e
câmaras de bronzeamento. O nível de radiação solar que atinge a superfície da Terra
varia de acordo com alguns fatores ambientais, como altura do Sol (quanto mais
próximo da Linha do Equador, mais intensa é a radiação), céu encoberto por nuvens,
poluição atmosférica, névoa ou neblina.

Mesmo assim, continuamos expostos à radiação solar de acordo com a situação em


que estamos inseridos:
- A neve reflete mais de 80% da radiação UV;
- A cada 300 metros na altitude a radiação UV aumenta 4%;
- Mais de 90% dos raios UV podem atravessar nuvens leves, e é por isso que, em dias
nublados, nós também ficamos expostos à radiação;
- 60% da radiação UV é recebida entre 10h e 16h;
- A sombra pode reduzir a radiação UV em 50% ou mais;
- Pessoas que trabalham em ambientes internos recebem de 10 a 20% da radiação UV
quando comparadas a pessoas que trabalham ao ar livre;
- A areia da praia reflete mais de 15% da radiação UV;
- Até 1 metro de profundidade a radiação UV ainda é 40% tão intensa quanto na
superfície.

Além da ação direta dos raios solares na pele, existe também a ação exercida pela
difusão e reflexão. Ou seja, muitas vezes estamos na praia embaixo do guarda-sol, e
pensamos que estamos protegidos sem usar filtro solar. Mas, pelos fenômenos de
difusão e reflexão, esses raios solares se refletem e atingem a pele, então, não estamos
100% protegidos, embora o guarda-sol seja considerado um filtro físico.

Na imagem abaixo, é possível visualizar a diferença entre radiação ionizante e não


ionizante.
A principal diferença entre radiação ionizante e não ionizante é que a não ionizante não
tem energia suficiente para produzir ionização; isto é, não consegue arrancar um
elétron do átomo. Ela causa apenas a excitação eletrônica dos átomos e moléculas. A
excitação eletrônica ocorre quando o elétron absorve energia e passa a ocupar orbitais
mais externos sem, no entanto, ser arrancado do átomo.

Na tabela abaixo, eu trago os principais subtipos de campo eletromagnético que


envolvem a radiação não ionizante. Dentre eles, temos a luz visível, que são as ondas
eletromagnéticas visíveis ao olho humano de uma pessoa sem deficiência visual, e a
radiação infravermelha, que é o calor decorrente de movimentação atômica e
molecular.

A radiação ultravioleta é dividida em três tipos:


- Ultravioleta C (UVC): de 200 a 290 nm;
- Ultravioleta B (UVB): de 290 a 320 nm;
- Ultravioleta A (UVA): de 320 a 400 nm.
Radiação UVA I: 340 a 400 nm;
Radiação UVA II: 320 a 340 nm.

Como podemos observar na imagem abaixo, a UVC tem comprimentos de onda


menores e muita energia. A UVB tem comprimentos de onda um pouco maiores e
menos energia. A UVA tem maior comprimento de onda e menos energia ainda.

Ou seja, quanto menor o comprimento de onda, maior a energia, e quanto menor a


energia, maior é o poder de penetração na pele. É por isso que a UVB chega na nossa
epiderme, causando queimaduras e vermelhidão, e a radiação UVA consegue chegar na
derme e promover uma interação com diversos mecanismos que alteram as nossas
fibras de colágeno e elastina, favorecendo o envelhecimento precoce.

Trago mais uma imagem que demonstra a penetração da radiação na pele. Então, a
UVB chega na epiderme, enquanto a radiação UVA consegue chegar na derme. A luz
visível e a radiação infravermelha penetram ainda mais na pele.

A radiação ultravioleta C fica retida na camada de ozônio. É uma radiação bactericida,


e, se entrasse em contato com a pele, causaria muitos danos por ser muito energética.
É altamente lesiva (carcinogênica e mutagênica).

Já a radiação ultravioleta B é responsável por causar diversas alterações de grupos


funcionais na camada da epiderme. É responsável pela vermelhidão e pela inflamação
causada na pele após a exposição solar, por manchas, descamação e reações irritantes
(pigmentação indireta da pele, porque ativa o melanócito e o induz a produzir pigmento)
e pode causar alterações no DNA, mutações e consequentemente o câncer de pele.
Causa danos ao sistema imune cutâneo, contribuindo para a imunossupressão.
Representa cerca de 0,5% do total do espectro solar. Em doses moderadas tem
atividade antirraquítica (ou seja, está relacionada à absorção de vitamina C), e
apresenta maior intensidade entre 10 e 16 horas.

A radiação ultravioleta A ultrapassa a epiderme, atingindo a derme. É responsável pelo


bronzeamento da pele, é associada ao envelhecimento celular e também pode causar
câncer de pele. É a mais abundante e menos energética, provoca perda da elasticidade
e modificação do colágeno e origina os radicais livres. A UVA ainda potencializa a
radiação UVB, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do câncer. Diferentemente
da UVB, ela está presente o dia todo.

Quando nos referimos à radiação infravermelha, os raios infravermelhos são os mais


penetrantes e são percebidos na forma de calor. Ocasionam vasodilatação da pele, que
se evidencia pelo eritema imediato, fracamente pigmentado.
A luz visível é uma radiação que corresponde a uma fração do espectro de radiação
natural. Trata-se da luz que ilumina todos os objetos e representa a claridade. Engloba
a luz azul, que é a que está presente em lâmpadas, tablets, celulares, telas de
computador e televisores. Diversos estudos relacionam a exposição à luz azul com o
envelhecimento da pele. A luz visível pode gerar diversas desordens na pigmentação e
contribuir para a formação de manchas escuras na pele. É também responsável pelo
dano oxidativo que leva ao envelhecimento precoce. Então, a exposição excessiva à luz
visível pode levar ao estresse oxidativo.

A luz solar é mais nociva para a pele do que a luz visível, pois abrange as radiações
ultravioleta A, B e também a radiação infravermelha, que geram danos irreversíveis ao
DNA, podendo inclusive causar câncer. Como muitos estudos apontam que a luz visível
causa envelhecimento, as tecnologias que envolvem os fotoprotetores já incluem a
proteção contra a luz visível. A proteção contra a luz visível ocorre pelo óxido de ferro
presente em protetores solares com cor de base. Logo, para que o protetor solar
proteja contra os raios UVA e UVB e a luz visível, ele precisa ter fator de proteção solar
(FPS), proteção contra radiação ultravioleta A (PPD), antioxidantes e corantes.

O artigo Iron oxides in novel skin care formulations attenuate blue light for enhanced
protection against skin damage traz que os óxidos de ferro, incluindo óxido de ferro
vermelho (Fe2O3), óxido de ferro amarelo (Fe[OH]3/FeOOH) e óxido de ferro preto (Fe3O4),
bloqueiam efetivamente a luz HEV, cada um com um perfil de atenuação diferente.
Óxido de zinco, dióxido de titânio e óxidos de ferro com ingredientes patenteados para
cuidados com a pele foram incorporados em várias formulações para fornecer proteção
aprimorada à pele.

Existem muitas evidências científicas acerca dos corantes e do uso de fotoprotetores


físicos, como o óxido de zinco e de titânio, que fornecem essa proteção contra a luz
visível.

Com relação à radiação ultravioleta e ao câncer de pele, existem vários cromóforos que
absorvem radiação na pele:
- Melanina (principal cromóforo da pele);
- Proteínas;
- Água;
- DNA (alterações fotoquímicas);
- RNA.

Fototipos mais baixos têm uma quantidade menor de melanina, então, apresentam um
risco muito maior de desenvolver câncer de pele. Afinal, a melanina que protege o DNA
da pele, pigmentando as células, não consegue fazer essa proteção em fototipos mais
baixos. Por isso, o risco é muito maior.

Em peles de fototipo mais alto que produzem essa pigmentação de forma mais eficaz e
em maior quantidade, ocorrem menos lesões e mutações, levando a uma menor chance
de desenvolver câncer de pele.

As alterações fotoquímicas que são promovidas pela incidência da radiação UV sobre


as pirimidinas do DNA resultam em dímeros de ciclobutano e subprodutos que são
reparados por enzimas específicas. Porém, falhas nesse processo podem levar a
mutações.

Abaixo, podemos ver a relação entre fototipo e risco de desenvolver câncer de pele.
Quanto menor for o fototipo, maior é o risco, e quanto maior for o fototipo, mais defesa
a pele tem contra os danos da radiação.

A radiação ultravioleta também induz a expressão de MMP-1 (metaloproteinases de


matriz) mediada pelos mecanismos autócrinos envolvendo interleucinas IL-1 e IL-6.
Como consequência, ocorre a degradação das fibras de colágeno e a formação de
rugas (fotoenvelhecimento). A imagem abaixo é de um homem que passou 28 anos
como caminhoneiro e que sempre expôs mais a parte esquerda do rosto à radiação
ultravioleta, levando essa região a envelhecer muito mais rápido do que a direita devido
à degradação de fibras de colágeno e elastina. A UVA ultrapassa o vidro, enquanto a
UVB não ultrapassa.
Agora, vamos falar um pouco sobre os fotoprotetores. São formulações cosméticas
com ingredientes que protegem a pele dos danos da radiação solar. O uso desses
produtos está cada vez mais disseminado e estimulado, sendo atualmente considerado
essencial para o uso diário. Na Estética, área em que elencamos inúmeros
procedimentos para diferentes afecções, é impossível termos um bom resultado clínico
sem o uso de fotoprotetor, porque é fundamental proteger a pele dos danos da
radiação.

Os filtros solares podem se diferenciar de acordo com o tipo de proteção oferecida. São
classificados em dois tipos: filtros físicos (inorgânicos), que são opacos e atuam
refletindo ou dispersando a radiação, e filtros químicos (orgânicos), que absorvem a
radiação que incide na pele. Eu prefiro utilizar as nomenclaturas “orgânico” e
“inorgânico”, porque os filtros considerados físicos também utilizam moléculas que são
químicas de origem diferente (como mineral), mas que fazem parte de um processo
químico.

Além de proteger a pele contra queimaduras solares, essas formulações previnem o


envelhecimento e o câncer de pele. A agressão do sol à pele não se limita somente à
queimadura, cujas manifestações são rubor, edema, formação de bolhas e
desprendimento da pele; ela produz alterações nas fibras de colágeno e elastina, perda
de tecido adiposo subcutâneo e fotocarcinogênese.

Por conceito, o protetor solar é qualquer preparação cosmética destinada a entrar em


contato com a pele e lábios, com a finalidade exclusiva ou principal de protegê-la
contra a radiação UVA e UVB, absorvendo, dispersando ou refletindo a radiação. Esse
conceito é encontrado na resolução RDC nº 30, de 1º de junho de 2012, que aprova o
Regulamento Técnico Mercosul sobre Protetores Solares em Cosméticos e dá outras
providências.
É importante diferenciar o que é um protetor solar e o que é um produto
multifuncional, porque muitos produtos que são multifuncionais oferecem fator de
proteção solar, mas não são considerados fotoprotetores, porque normalmente têm
outras finalidades, não sendo a proteção contra a radiação UV a principal.

O BB cream, por exemplo, tem fator de proteção solar 20, mas não é um protetor solar.
Um protetor solar deve proteger contra UVA e UVB, então, precisa de FPS e PPD, o qual
deve ter ⅓ do FPS. Outra diferença entre o protetor solar e o produto multifatorial é que
o primeiro tem registro na Anvisa, enquanto o segundo é um produto notificado de
grau II e com ações comprovadas, mas sem registro.

Quais são as propriedades do filtro solar ideal? Ele deve ter inércia química,
fotoquímica e térmica, não deve ser sensibilizante, tóxico, irritante, mutagênico ou
volátil, não pode ser absorvido pela pele (deve fazer um “filme” para que absorva ou
reflita a radiação), não pode sofrer alteração na cor, manchar a pele ou roupas, deve ser
compatível com os demais componentes da formulação e ter amplo espectro de
absorção, reflexão e/ou espalhamento para determinada radiação UV.

Os fotoprotetores são cosméticos classificados em grau II. Essa classificação ocorre


em função da probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso
inadequado do produto, sua formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a que se
destinam e cuidados a serem observados na sua utilização. Então, o fotoprotetor deve
ter registro na Anvisa, e todos os efeitos que ele oferece devem ter sido comprovados
através de testes, porque, utilizando um produto ineficaz, podemos ter lesões
associadas à exposição.

Os fotoprotetores são produtos registrados no anexo VIII da RDC nº 7 de 2015, alterado


pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 237, de 2018, o qual abrange bronzeadores,
protetores solares, protetores solares infantis, gel antisséptico para as mãos, produtos
para alisar, ondular ou tingir os cabelos, repelentes de insetos, repelentes de insetos
infantis.

Para consultar produtos regularizados, entre em https://consultas.anvisa.gov.br/#/.


Então, em “Produtos”, clique em “Cosméticos” e, depois em “Produtos Registrados”.
Na próxima página, coloque o número do processo, que costuma estar na embalagem
secundária (caixinha do produto). Se não encontrar pelo número do processo, tente
pelo nome do produto.

Aqui, temos o exemplo de uma embalagem secundária em que podemos visualizar o


número do processo que será usado na procura.
O fotoprotetor pode ter registro na Anvisa, mas ser utilizado da forma incorreta, quando
o usuário não cumpre todas as instruções no rótulo. Além disso, na produção do
produto podem ocorrer alterações que comprometam a eficácia do produto. No último
módulo, vamos verificar como notificar qualquer intercorrência.

Segundo a resolução RDC nº 30, de 1º de junho de 2012, na rotulagem principal


(primária e secundária) do produto para proteção solar é obrigatório indicar de forma
destacada o número inteiro de proteção solar precedido da sigla “FPS”, ou das palavras
“Fator de Exposição Solar”. Deve constar na embalagem a Denominação de Categoria
de Proteção (DCP), indicando se é de baixa proteção, média proteção, alta proteção ou
proteção muito alta. O FPS para qualquer protetor solar deve ser de no mínimo 6. O PPD
deve ter um valor que corresponda a, no mínimo, ⅓ do valor do FPS declarado na
rotulagem. O comprimento de onda crítico mínimo deve ser de 370 nm.

Os protetores solares não devem possuir alegações de rotulagem que impliquem as


seguintes características:
- 100% de proteção contra a radiação UV ou efeito antissolar, porque nenhum protetor
químico vai evitar completamente a exposição, porque uma parte da radiação é
absorvida;
- Possibilidade de não reaplicar o produto em quaisquer circunstâncias;
- Denominações que induzam a uma proteção total ou bloqueio da radiação solar.

Os protetores solares poderão indicar em seu rótulo “Resistente à água”, “Muito


resistente à água”, “Resistente à água/suor” ou “Resistente à água/transpiração”,
sempre e quando tais alegações tiverem sido adequadamente comprovadas conforme
a metodologia indicada neste regulamento.

As advertências e instruções de uso adequadas são:


- “É necessária reaplicação do produto para manter a sua efetividade”;
- “Ajuda a prevenir as queimaduras solares”;
- “Para crianças menores de 6 (seis) meses, consultar um médico”;
- “Este produto não oferece nenhuma proteção contra insolação”;
- “Evite exposição prolongada das crianças ao sol”;
- “Aplique abundantemente antes da exposição ao sol”: caso haja um tempo
determinado pelo fabricante ou período de espera (antes da exposição), este também
deverá constar na rotulagem;
- “Reaplicar sempre, após sudorese intensa, nadar ou banhar-se, secar-se com toalha e
durante a exposição ao sol”: caso haja um tempo determinado pelo fabricante para
reaplicação, este também deverá constar na rotulagem;
- “Se a quantidade aplicada não for adequada, o nível de proteção será
significativamente reduzido”.

Abaixo, temos informações adicionais não obrigatórias na rotulagem:

O comprimento de onda crítico deve ser no mínimo 370 nm. Quanto mais o filtro
absorve a radiação, maior é o comprimento de onda; ou seja, quanto mais próximo de
400 nm, maior a proteção nessa região do espectro (UVA longo) e maior a proteção total
sobre a pele. Na imagem abaixo, temos o exemplo de dois filtros orgânicos presentes
em formulações fotoprotetoras. Na imagem A, temos quanta radiação UVB é absorvida
entre 280 e 300 nm, e na imagem B, com outro filtro solar, percebe-se que há maior
absorção de UVA próximo aos 400 nm.
Abaixo, temos um filtro solar que protege apenas contra UVB, e outro filtro de amplo
espectro. O primeiro tem comprimento de onda crítico de 328 nm, enquanto o segundo
tem em 378 nm. Muitos filtros já trazem no rótulo o comprimento de onda crítico para
mostrar o nível de proteção.

Então, o FPS (Fator de Proteção Solar) protege contra UVB. O PPD tem relação com a
UVA. Para proteger contra luz visível e radiação infravermelha, utilizamos ingredientes
que neutralizam ou inibem a formação de radicais livres/fotoproteção biológica
(vitamina E, vitamina C, carnosina e carotenoides), e produtos com base tonalizante
(quanto maior a cobertura, maior a proteção).

O FPS tem valor obtido pela razão entre a dose mínima pigmentária em uma pele
protegida por um protetor solar (DMPp) e a dose mínima pigmentária na mesma pele,
quando desprotegida (DMPnp).

O Fator de Proteção UVA tem valor obtido pela razão entre a dose mínima pigmentária
em uma pele protegida por um protetor solar (DMPp) e a dose mínima pigmentária na
mesma pele, quando desprotegida (DMPnp).

A Dose Mínima Eritematosa (DME) é a dose mínima de radiação ultravioleta requerida


para produzir a primeira reação eritematosa perceptível com bordas claramente
definidas, observadas entre 16 e 24 horas após a exposição à radiação ultravioleta de
acordo com a metodologia adotada.

A Dose Mínima Pigmentária (DMP) é a dose mínima de radiação UVA requerida para
produzir um escurecimento pigmentário persistente da pele com bordas claramente
definidas, observado entre 2 e 4 horas após a exposição à radiação UVA.

Para o cálculo, costuma-se utilizar fototipos de I a III, e eles são submetidos a doses
progressivas de radiação ultravioleta emitidas por uma fonte artificial de luz em áreas
de pele não protegidas e em área protegidas pelo protetor solar em uma quantidade de
2 mg/cm². A média dos valores entre a pele com proteção solar e a pele sem proteção
determina o FPS do produto.
Confira, abaixo, a tabela de Fitzpatrick com os fototipos de pele:

Também é importante falarmos sobre absorbância e transmitância, ou seja, quanto o


produto absorve de radiação e quanto ele deixa a radiação ser transmitida para a pele.
Os estudos demonstram que a partir do FPS 30, a absorção da radiação já não é tão
alta. Aumentando o FPS, a transmitância diminui. Quando a absorbância aumenta, a
transmitância diminui. Mesmo que não absorva muito mais, o aumento da absorbância
diminui a transmissão de forma significativa. Por isso os FPS mais altos permitem que
a transmitância seja menor, embora a absorção daquele produto não seja tão diferente
dos demais protetores solares.

Finalizamos por aqui. Na próxima aula, nós vamos falar sobre a composição química
dos fotoprotetores. Até lá!

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