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CAPITULO 2
Menir, Caverna e Cabana
O menir
Numa definição restrita, um menir é qualquer .!!}.QllÓÜtD-.cr:allado
~~rticalmente no solo. Mas, antes desse elemento pré-histórico,
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CAPITULO 2 MENIR, CAVERNA E CABANA 23
A caverna
Depois do menir-símbolo, surge a caverna-abrigo. A princípio, a ca-
verna natural, _ da mesma maneira que falávamos da árvore - em
si não é arquitetura; mas, em determinadas circunstâncias, pode
transcender sua condição geológica natural por ter a mesma função
de uma edificação, e se tornar arquitetura. Esta caverna natural
se diferencia muito pouco da caverna habitada pelo homem pré-
histórico.
No entanto,-.0 h9!!1em gosta -~e _pJ ntar nas paredes das caver- 2.4 Torre Eiffel, Paris,
nas e dos .abrigos que habita, nã o só com fins estéticosi mas tam- construída para a Ex-
bém com objetivos mágicos ou práticos. Por outro lado, o novo cli- posição Universal de
ma que surg(;! com O término da Era Glacial e a substituição da caça 1889.
24 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA ARQUITETURA
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sobre o solo. Essas habitações improvisadas e estáveis conservam a
mesma forma dos tempos mais remotos até os dias de hoje.
Se pegarmos algumas estacas, cordas e tecido, e colocarmos
os tecidos sobre as cordas estendidas, teremos um abrigo que nos
lembrará tanto as construções chinesas da Antiguidade quanto as
barracas de campismo contemporâneas.
Desse modo, após a caverna - enterrada na mãe terra, como
2.6 Castros celtas de
se ali buscasse sua origem vital -, a cabana emerge do terreno, se
Coana, em Astúrias
(acima), e de Santa eleva sobre ele: o edifica. A cabana é a edificação; a história da ca-
Tecla, na Galícia bana é a história da edificação, embora não possamos vincular a ela
(abaixo). exclusivamente a história da arquitetura sem reduzi-la excessiva-
mente.
A dúvida que cabe é que, ainda que a arquitetura possa ter
surgido de qualquer um dos três elementos com os quais inicia-
mos este capítulo (a caverna, o menir ou a cabana), a experiência
histórica determinou como início esta última, de modo que, sem
equivocar-nos demasiado, podemos entender as origens da cabana
como as origens da arquitetura, podendo ampliar este conceito de
cabana até incluir nele toda a história urbana, já que, como disse
Leon Battista Albertino século XV, "a cidade é uma casa grande, e
a casa é uma cidade pequena".
A partir desse conceito geral e amplo desenvolveremos a his-
tória da arquitetura, seguindo a evolução através dos séculos da ca-
bana arquitetônica como edifício e como cidade.
A construção da cabana
Em 1753, Marc-Antoine Laugier escreve sua obra Essai sur
l'architecture [Ensaio sobre arquitetura], e nela imagina O início da
arquitetura ~a seguinte forma: "O homem quer construir um abrigo
que o proteja sem soterrá-lo. Uns galhos caídos na floresta são os
materiais apropriados para seu propósito. Escolhe quatro dos galhos
mais fortes, os levanta perpendicularmente e os dispõe formando
um quadrado. Em cima coloca outros quatro galhos atravessados
e sobre estes levanta, partindo de dois lados, outros galhos que,
escorados uns c_o~tra os outros, se encontram na parte superior.
Ele faz uma espec1e de telhado com folhas, juntas O suficiente para
que nem o sol ,nem.d a chuva
fr• possam atravessá-lo , e seu a b ngo
· es tá
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pronto. Sem UVI a, o 10 e o calor o farão se sentir desconfortável
na sua casa aberta por todos os lados , mas então el e preenc h erá
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CAPÍTULO 2 M ENIR, CAVERNA E CABANA 27