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Progressismo (1)

O progressismo foi uma crença quase indisputada até à viragem do milénio mas não me recordo de
alguma vez ter visto alguma descrição dos seus efeitos reais. O máximo que vi foi alguma
argumentação contra ou a favor, como se o objecto em questão estivesse perfeitamente identificado,
o que está longe de ser verdade. Então, vou fazer um pequeno exercício de testemunho a respeito do
progressismo. A ideia não é iniciar um "debate", porque isso é cair no vício recorrente de fugir da
realidade que se apresenta a nós.

O propósito não é pegar nas doutrinas progressistas e analisá-las. Esse poderia ser um exercício
interessante, talvez até esclarecedor, mas começar por aqui é discutir palavras sem chegar à realidade
para as quais elas apontam, se é que apontam para alguma coisa. Todos os discursos progressistas
misturam, de forma altamente abusiva, a descrição dos factos com a propaganda de um certo
projecto político. Portanto, a primeira coisa a fazer seria destrinçar estas duas facetas nas narrativas
progressistas.

Porém, ainda antes disso, é necessário centrar aquele que faz a análise dentro do próprio contexto
progressista. As diferentes correntes progressistas - Iluminismo, positivismo, liberalismo económico,
marxismo, darwinismo social, cientificismo, Nova Esquerda e agora uma nova ideologia totalitária
planetária já em execução mas sem um nome ainda definido - entram na nossa experiência real.
Contudo, geralmente elas não se materializam em nós na forma de discursos mas aparecem como
certas disposições mentais, crenças não reflectidas, escolhas, preferências, constelações de símbolos
e sentimentos, etc. O que pretendo abordar brevemente é o cenário onde o progressismo surgiu e,
depois, descrever um pouco da situação em que ele nos meteu.

Progressismo (2)

Por trás de toda a ideia progressista está a ideia de 'mudança', mas claro que só isso não basta. Os
progressistas apresentam-se frequentemente como os primeiros que se deram conta da existência da
mudança, o que é uma mentira tão descarada que pode funcionar pela audácia. De forma mais
consequente, alguns apresentam-se como aqueles que descobriram as leis da mudança e, por isso,
são a luz que vai à frente do rebanho conduzindo-o para a felicidade. Mas não vou cair no engodo de
começar a discutir esta pretensão e irei voltar a atenção para algo mais básico.

A primeira coisa a entender e a ter sempre debaixo de mente é que a mudança é algo assustador para
o ser humano. Não apenas estamos mal equipados naturalmente para lidar com as mudanças (uma
simples variação de temperatura do dia para a noite é suficiente para matar uma pessoa, por
exemplo) como nos damos conta disso. Então, grande parte do esforço humano é dedicado a criar um
ambiente que restringe fortemente as mudanças.

Quando está criado esse ambiente estável e passa a existir um certo afastamento em relação à
natureza, então, torna-se possível olhar para esta e para as próprias mudanças e o interrogar o que é
tudo aquilo, como fizeram os pré-socráticos. Ao mesmo tempo, a realidade humana, construída para
proteger as pessoas do mistério e da mutabilidade da natureza, tornava-se tão mutável e complexa
que parecia atirar toda a gente para um novo cenário caótico. Os sofistas surgiram para criar um
espaço de discurso que era um novo cenário simplificado que prometia reduzir tudo a uma quantas
formas verbais, que seriam suficientes para ter sucesso na sociedade e obter a melhor das vidas.
Contudo, era mais uma forma de aumentar a desordem. Sócrates e Platão perceberam que era
necessário primeiro esclarecer o que era o ser humano e o seu discurso, assim procurar um ponto de
apoio na visão interior da virtude. Aristóteles pegou nas reflexões sobre a mudança, sobre o discurso
e sobre o conhecimento da natureza humana, trabalhou-as até "concluir" que o homem tem uma
forma própria de mudança, orientada a um fim que é a sua própria natureza, mas esta tem uma dupla
vertente. Em termos pessoais a sua natureza é chegar à vida contemplativa e em termos sociais é
viver na cidade (πόλις), que lhe oferece precisamente os meios para alcançar a felicidade.

(Cont.)
Progressismo (3)
Se o fim próprio da existência humana, em termos pessoais e sociais, é a realização de um fim
"prévio", que se alcança mediante um trabalho que é ao mesmo tempo de descoberta e de criação,
orientado pela ideia do Bem, do Belo e do Verdadeiro, como é que tudo isto se sustenta? A filosofia
grega não era apenas uma teorização no sentido moderno do termo mas era a busca de uma 'visão'
que dependia de um certo modo de vida. Contudo, tudo isto parece ter sido mais apontado do que
realizado, não apenas por condicionantes históricas mas por faltar uma verdadeira ideia de
transcendência.

A verdade em grego é desvelamento (ἀλήθεια), que é um desnudamento que parece nunca terminar,
mas faltava ainda que a Verdade se revelasse em pessoa. Já no Império Romano nascente começaram
a juntar-se três noções de verdade. A verdade grega visa que o discurso (λόγος) se aproxime do λόγος
(razão, fundamento) dos entes. É uma verdade que se diz no tempo presente, que remete para o ser
imutável de Parménides. Por seu lado, a 'veritas' latina deixa o ser um tanto implícito e concentra-se
mais na narrativa, naquilo que realmente aconteceu, ou seja, tem um sentido histórico, mas é ao
mesmo tempo a verdade da descrição metódica e rigorosa. E temos ainda o conceito hebraico
'emunah', que significa fidelidade, lealdade, constância. Neste caso, já existe uma clara expectativa de
futuro, isto é, trata-se de uma espécie de verdade que aponta para adiante.

Estas três formas de verdade, que são três pontos de vistas expressos referindo diferentes tempos,
naturalmente que estão associadas e até se exigem. Contudo, como pode o ser humano realizar as
três formas em simultâneo? Na verdade, não pode. Essa é uma prerrogativa do Logos divino, aquele
que já existia antes da criação e que está junto com o Pai e o Espírito Santo "no princípio, agora e
sempre, e pelos séculos dos séculos". Isso quer dizer que o fim próprio do ser humano está fora deste
mundo, mas também se revela nele e oferecendo um senso de direcção.

(Cont.)
Progressismo (4)

A conjugação das três “vertentes” da verdade (ἀλήθεια, 'veritas' e 'emunah') permite teorizar uma
visão histórica global mas cujo sentido, em última análise, está colocado fora da História. Contudo, o
que acontece quando desalojamos Cristo da cruz e cada um passa a carregá-la sem esperança? Uma
hipótese é reconstruir o mundo a partir de si mesmo ou, como fez Descartes, a partir da certeza do
seu próprio acto de pensar, e Deus vai entrar na jogada apenas como coadjuvante do processo.
Paralelamente, manteve-se a visão global da História mas o seu sentido já não estava colocado fora
mas entrou nela e passou a ser um elemento director. Foi neste contexto que surgiu o progressismo.

Note-se que a negação da divindade não correspondeu à sua total abolição, porque em seu lugar
surgiu a auto-divinização do homem. Contudo, isto aplica-se a todos os homens? Claro que não:
aplica-se apenas àqueles que têm a audácia de se afirmarem como os novos criadores do mundo. Por
isso, todo e qualquer programa progressista é uma tentativa de recriação do ser humano,
especialmente quando camuflado atrás da promessa de "liberdade". Antes do progressismo
considerava que era livre o homem que se entregava a Deus, mas dentro do cenário progressista é
livre aquele que é escravo dos seus desejos, que são seus apenas por empréstimo, já que são criação
dos novos homens que se auto-divinizaram.

(Cont.)
Progressismo (5)

Como reconhecer a doença progressista em nós? Toda a esperança de um futuro necessariamente


melhor é progressista. Todos nós, de forma mais ou menos inadvertida, já dissemos coisas do género:
"como é possível que em pleno século XXI aconteçam tais e tais coisas?" O nosso choque deriva da
frustração de uma expectativa não realizada, uma expectativa que era tão forte que nos deixou
abalados.

Esta expectativa de progresso quase nunca é totalmente consciente mas é algo adquirido desde a
tenra infância, quando aprendemos a falar com as pessoas à nossa volta e adoptamos naturalmente
os seus pontos de vista. Isso depois vai ser reforçado pela cultura de massas e quando adquirimos
alguma autonomia de pensamento, este só vai exercer-se de forma muito superficial, nomeadamente
entrando em polémicas e discussões de ideias prontas. Então, o que sujeito que, por alguma razão,
passou a sentir-se reaccionário ou conservador, talvez até tenha deixado crescer a barba, imagina que
se transfigurou porque sabe repetir umas quantas ideias, mas obviamente que ele continua ainda a
ter uma mentalidade progressista.

O interesse em combater o progressismo como ideia é muito limitado e só funciona quando é feito a
alto nível, tanto em termos de qualidade intelectual como em termos de visibilidade. O trabalho que
cabe a cada um é conhecer-se a si mesmo, identificar as suas inclinações e entender de onde elas
vieram e como elas se entranharam na personalidade. Tentar acordar o próximo vai deixá-lo apenas
rabugento. O que podemos fazer é acender a nossa luz anterior e, eventualmente, outros poderão se
sentir motivados a fazer o mesmo.

(Cont.)
Progressismo (6)

O progressismo é uma valorização qualitativa da mudança. Isso quer dizer que o "amanhã" é melhor
do que o "ontem", mas que efeito tem isso na vida diária e no convívio entre gerações? Se o trabalho
que faço hoje será necessariamente considerado "ultrapassado" ou "irrelevante" daqui a alguns anos
ou meses, com que empenho poderei desempenhá-lo? Se as instituições, as regras sociais, as leis
actuais serão todas ultrapassadas, que respeito poderei ter por elas? O único conforto que a
mentalidade progressista oferece, para além da promessa vazia da cura de todos os males, é a
pretensão do nosso modo vida presente ser supostamente muito melhor do que o das gerações
anteriores, mas ao afirmar isso já fica implícito que tudo aquilo que valorizamos hoje mais tarde será
considerado ridículo. No final existirá uma última geração que irá rir de todas anteriores.

Quando transpomos isto para as gerações, o que acontece é que as pessoas vão perdendo a validade
e tornam-se descartáveis. Mesmo que tentemos dar valor aos mais velhos, o mundo presente não
serve para eles. Os costumes, as normas morais, os utensílios diários, a própria estética reinante são
uma afronta para os idosos. O mundo que eles conheciam desapareceu e ninguém quer mais ouvir
histórias do passado. São considerados inúteis e vivem numa espécie de limbo. Por outro lado, os pais
já albergam o temor de que os seus filhos se tornem incompreensíveis e que um dia os considerem
uns imprestáveis.

Qual é a diferença entre um modo de vida progressista e outro modo, que também é histórico mas
em que o sentido da existência transcende a História? Apesar das semelhanças, o primeiro é uma
caricatura do segundo. Um critério transcendente não privilegia nenhuma geração ou época histórica
mas todas podem ser julgadas da mesma forma. Apostar tudo na vivência histórica sem
transcendência faz com que a vivência temporal perca totalmente o sentido, porque este só se
encontra no último capítulo e permanece oculto até. Já o critério divino, apesar de estar acima da
nossa compreensão e de ser impossível de realizar na perfeição, dá uma regra de aferição de cada
decisão, escolha ou omissão que não será invalidada pela marcha do tempo. O tempo, quando
divinizado, é o monstro que se devora a si mesmo. A transcendência, embora não seja compreensível,
é a força por trás da nossa compreensão.

(Cont.)
Progressismo (7)

O último passo do progressismo, até ver, é a absorção de todas correntes numa única, operando ao
mesmo tempo uma mutação para um “anti-progressismo”. Ou seja, o futuro ainda é dado como certo
mas será certamente mau. Trata-se de uma caricatura demoníaca do Juízo Final, em que se anuncia o
fim próximo mas, em vez de uma convocação para arrependimento, é exigido às almas que abdiquem
dos últimos vestígios de discernimento e liberdade. Os novos homens-deuses decidirão as nossas
vidas e as nossas mortes, os nossos motivos de alegria e tristeza, os nossos desejos e os nossos
temores.
A maior parte das pessoas já aceitou este cenário de livre vontade e não são iniciativas de política
ordinária que irão ter alguma influência no curso dos acontecimentos. As pessoas já se habituaram a
viver com a ideia de um futuro certo e não sabem como fazer as coisas de outra maneira. Se esse
futuro passa risonho a tenebroso, elas não vão tentar arranjar um modo de vida alternativo até
porque já perderam a capacidade de entender a inversão ocorrida.

Já disse anteriormente o que poderíamos fazer neste cenário. Temos que ‘aceitar’ a situação e admitir
que estamos no 'êxodo', em pleno deserto e apenas com a nossa luz interior para nos guiar. Por
incrível que pareça, sempre estivemos nessa situação.

Notas para uma resposta à pergunta do Ricardo Charles.


Primeiro aviso: As notas a seguir têm como pressuposto o dirigir-se a alguém já familiarizado com as
minhas aulas. Não vou nela explicar o que é alma vegetativa, estimativa, símbolo, plano imaginal etc.
Segundo aviso: Considerem essas notas como meros apontamentos para uma possível aula sobre o
assunto.
Terceiro aviso: As notas a seguir também podem fornecer um exemplo do tipo de especulação que se
passa na minha cabeça quando alguém fala de modéstia.

Antes de fazer qualquer especulação sobre modéstia ou imodéstia no vestir, me parece conveniente
fazer um breve exame introdutório. Afinal, o que é isto que estamos realmente tentando esconder e
ao mesmo tempo mostrar com as vestes?
“E macho e fêmea Ele os criou”
“E abriram-se lhes os olhos, e conheceram que estavam nus”
As passagens acima indicam que o Gênesis dá como propósito original das vestes o esconder a nudez.
Como eu tenho o costume de acreditar no Gênesis, minha investigação vai girar em torno das
questões:
“O que é a nudez?”
“Porque ela deve ser coberta por vestes?”
“Qual é o modo adequado de cobri-la?”
Vamos ver se podemos dar alguns passos na direção da resposta a primeira pergunta.
Independente de outros possíveis significados, a nudez do Gênesis evidentemente se refere aos
genitais. E os genitais explicitam o sexo (macho ou fêmea).
Então me parece que não é possível responder o que é a nudez do Gênesis sem tentar entender as
diferenças sexuais na espécie humana.
O primeiro plano em que é podemos tratar a diferença entre macho e fêmea é o vegetativo. Macho e
fêmea são funções reprodutivas, estão ligadas à função principal da alma vegetativa, que é a
reprodução. Que macho e fêmea são diferentes no domínio vegetativo não é preciso argumentar e as
implicações disso para a vida humana vão ser discutidas mais adiante.
O segundo plano é o sensitivo. Somos animais, isto é, somos dotados de sentidos. Macho e fêmea são
sensivelmente diferentes.
Como as faculdades sensitivas não estão restritas aos sentidos particulares, mas compreendem em
seu conjunto a estimativa, a percepção de características físicas masculinas e femininas indica que
tipo me e agradável e desejável num outro ser humano e ao mesmo tempo põe em ação a avaliação
estimativa de qual tipo me é possível realizar. Todo ente tende para a sua própria perfeição como a
um fim, e essa tendencia se torna inclinação psicológica no animal (e em nós) por meio da avaliação
do conjunto das faculdades sensitivas. A estimativa se destaca dos sentidos particulares por sua ação
dupla, uma ligada à superação de dificuldades e obstáculos que impedem a satisfação dos sentidos
externos e outra que é superior aos sentidos externos, pois se refere ao potencial do animal para sua
tipicidade própria tal como percebida pelos sentidos internos.

O terceiro plano é o do imaginal. Como somos seres humanos, i.e. animais racionais, as diferenças
sensitivas não são meros dados brutos, mas carregam sempre valores estéticos. Neste plano somos
capazes de pressentir nas qualidades sensíveis que diferenciam macho e fêmea indicações de tipos
máximos. Enquanto a quantidade é medida por um mínimo (unidade), a qualidade é medida por um
máximo, por sua tipicidade. É principalmente neste plano que começamos a nos diferenciar
claramente dos outros animais. Sem a formação imaginal de tipos esteticamente ideais de
masculinidade e feminilidade a atividade da inteligência será profundamente prejudicada. Se a arte
sem ciência é nada, a ciência sem arte é mais ignorância do que ciência.

No plano mais propriamente humano, que é o plano do racional e intelectual, a captação estética dos
tipos máximos fornece material para a inteligência apreender neles símbolos metafísicos, perfeições
humanas e conceitos adequados.

A partir dos tipos ideais estéticos podemos extrair modelos morais, entendidos estes tanto no sentido
de perfeição moral intrínseca, quanto no sentido de moral social extrínseca e acidental. Em outras
palavras, é dessa apreensão estética no plano imaginal que extraímos ideias acerca dos
comportamentos reais que se harmonizam efetivamente com os tipos ideais masculinos ou femininos
(aspecto moral intrínseco) na sociedade real e concreta em que vivemos (aspecto moral extrínseco).
Dos mesmos tipos estéticos podemos também extrair símbolos, podemos aprender algo acerca de
Deus a partir de Homem e Mulher, suas imagens ao mesmo tempo naturais e sagradas.
A apreensão intelectual, por sua vez, fornece à vontade algo para amar. Esse amor encontra vazão
tanto num sentido transcendente, na direção de Deus, agora mais conhecido por meio de suas
imagens Homem e Mulher, quanto no sentido imanente, pois conhecemos homem e mulher como
modelos de conduta humana.

Essa ascensão cognitiva de macho e fêmea como funções reprodutivas -> aparências sensíveis -> tipos
estéticos -> modelos intrínsecos e extrínsecos de conduta -> símbolos teológicos e metafísicos NÃO é
espontânea, nem muito menos reflete uma ordem sucessiva em que apreendemos os fenômenos.
Ela foi indicada aqui somente para dar uma breve indicação da imensidão de conteúdo oferecida à
alma humana na simples percepção de que existem homens e mulheres. Ainda que não tenha sido
examinado e discernido, todo esse conteúdo é despejado de uma só vez em nossas almas por simples
percepção direta.
Ainda que a ascensão cognitiva não seja natural e espontânea, ela pelo menos não é realmente muito
problemática para quem esteja acostumado a uma atitude verdadeiramente intelectual ou
contemplativa. Mas a descida de volta a caverna será com certeza muito mais acidentada.

Continua num post futuro.

Quando alguém fala de modéstia...


Todo mundo: “Lá vem mais um moralista.”, “Cala a boca, imbecil.”, “Acho que isso só afasta as
pessoas da religião”, “É isso mesmo, vamos expulsar os pagãos e as putas da praia!” e assim vai.
Eu: Fico pensando nessas coisas aí do post.

Lembre sempre, se você quer bancar de algo para se destacar dos outros neste grupo de estudos,
você já desligou sua inteligência e (ao menos por hora) não merece estar aqui.

Continuando o post:

Se todo o conteúdo cognitivo do fato da masculinidade ou feminilidade descrito no post acima pode
se despejar sobre uma alma humana subitamente e pode ser pressentido integralmente numa única
curva dum corpo, num único olhar, num único sorriso, podemos prever que o impacto que esse
momento singular exerce sobre a alma individual é incomparavelmente estonteante e quase sempre
invencível. A exposição repentina, ainda que fugaz, mas real, a um por cento do que é ser homem ou
mulher é suficiente para causar paixões avassaladoras praticamente irresistíveis num individuo
perfeitamente normal e mesmo em um acima do normal.
É certo que hoje todos são muito cínicos e bem pouco contemplativos, então a força avassaladora de
que falei no parágrafo anterior provavelmente tem algo de inverossímil e de irreal para quase todos.
Para vencer o cinismo e a força avassaladora do fato sexual humano deixar de ser inverossímil, o
único recurso da maioria é reduzir o conteúdo indicado no post ao que seja facilmente concebível. O
que tem por consequência reduzir o fato do sexo somente aos planos cognitivos mais familiares,
mutilando de maneira fatal o objeto em questão e tornando impossível avançar no assunto de
maneira inteligente.
Fazendo uso de chavões determinados, seja pelo ambiente social mais imediato, seja pela arte, seja
pela religião, seja pela falta de religião, o sujeito imediatamente trava o intelecto contemplativo e se
conforta com o retorno à familiaridade psicológica de sua própria cosmovisão.
Em outras palavras, a nudez de que fala o Gênesis é um objeto cognitivamente tão imenso que é
praticamente impossível de ser exposta integralmente.
Pode não ser a única, mas a primeira razão para cobrir a nudez é que ela já está efetivamente coberta
e é mais ou menos impossível de ser descoberta realmente sem violar as condições práticas da vida
terrestre.
A primeira razão para cobrir a nudez é como a razão para a ausência de naturalismo nos ícones. É
simplesmente impossível desenhar a santidade dos santos tal como ela existe no santo tridimensional
de carne e osso.

Pedro Luiz Casprov Não é representar um papel, não estou falando de fingimento. Estou falando de
passar a impressão certa.

Pausa para considerações mais ou menos históricas:

(Estou simplificando a história, não foi exatamente assim como vou falar aqui. Mas enfatizei os
aspectos que são relevantes para o assunto de que estamos tratando.)

Nas origens mais ou menos remotas dos costumes tardios de uma civilização estão os diversos grupos
sociais que lhe deram identidade histórica. Cada grupo tem seu próprio ethos, seu próprio senso de
certo e errado, de bem e mal.
Nas origens da civilização ocidental somente dois grupos tinham um ethos bem definido acerca do
sexo, o clero e a nobreza. O clero tinha um ethos fortemente monástico, de celibato total, que é
naturalmente acompanhado por um sentimento de pureza da abstinência. Não é que reprovavam
moralmente o sexo enquanto tal, mas sim que, estando o sentimento de pureza associado à
abstinência total, e ele necessariamente o está no ethos monástico, toda e qualquer manifestação de
sexualidade corresponde à impureza, ao menos no modo de sentir.
Já a nobreza, que era ainda constituída principalmente de pessoas efetivamente engajadas em
guerras e combate corpo a corpo, tinha um ethos bastante diferente. De um modo geral, os
guerreiros têm a tendencia natural a considerar coisa miúda os adultérios e formicações. Quem tem
que passar meses arriscando a vida longe de casa, e da esposa, acaba desenvolvendo algum grau de
indiferença pelo que aconteceu na cama do castelo quando estava matando vikings e tentando não
ser morto por eles. Correspondentemente, as esposas dos guerreiros também acabavam aprendendo
a não perguntar se, entre uma batalha e outra, seu marido não tinha dado uns chamegos numa pobre
aldeã qualquer.
Foi só num tempo posterior que o ethos de artesãos e comerciantes, gente muito urbana, começou a
contar alguma coisa. Gente urbana tende a ser incrivelmente inclinada ao amor das aparências e a ter
um ethos que quase sempre se define somente por tentar se diferenciar da “ralé”, isto é, da gente
menos capaz, geralmente muito pobre, que é naturalmente atraída pelas migalhas de prosperidade
que pode mendigar nas cidades. Essa gente muito pobre costuma ter muito pouco de ethos no
sentido próprio, ela geralmente aceita como mais ou menos normal tudo que se possa resolver com
brigas, “barracos” e, em último caso, facadas.
Sendo realmente incapaz de emular o clero ou a nobreza, a gente urbana mais próspera é a grande
mãe dos moralismos ocos e da famigerada "mentalidade burguesa", da gente de bem, da “família
estruturada” – família na qual existe adultério, formicação, incesto, estupro, alcoolismo e tudo o que
a gente de bem publicamente despreza, desde que se possa manter as aparências.
O mesmo ethos de gente de bem existe igualmente entre os nobres quando estes deixam de ser
gente da guerra para se tornar gente da corte, habitantes desta cidadezinha de luxo que vive dentro
da cidade vulgar. Também acontece o mesmo com o clero, quando se afasta de suas raízes ascéticas e
começa a ser somente membro da corte do bispo.
De modo geral, nos dias de hoje só tem existência social real o ethos de aparências da gente de bem e
o tudo se resolve com barraco dos miseráveis. Essa é uma das razoes de parecer que o dilema das
questões sexuais é uma mera questão de moralismo versus libertinagem.
Mário Chainho:

A leitura destas notas fez-me ver a existência de um elemento que foi estruturando a passagem do
ser humano pela terra mas que a História e as ciências sociais mal deram conta ou enfocaram de
forma bastante tacanha. Ao mesmo tempo não deixo de me surpreender com aquilo que se pode
tirar do Génesis. Parece não ser apenas um relato da criação mas também uma narrativa criadora.

Gugu: Os fios de continuidade no percurso terrestre da humanidade são bastante elusivos. Talvez por
isso seja tão fácil inventar sentidos artificiais que, se não explicam realmente a história, ao menos dão
a ela um sentido aparente.
E narrativa criadora é um bom modo de explicitar mais uma das muitas dimensões de sentido
contidas na ideia de que “todas as coisas foram feitas por meio da Palavra”, especialmente quando se
trata das palavras que narram a própria atividade criadora da Palavra.

Não tem nada a ver com o assunto, mas quando vão entender que a verdade da vida, a virtude
também portanto, não consiste em ser um bloco de coerência e sim em manter as contradições sob
controle, como o recém-nascido Mercúrio dominando as duas serpentes?

Um exemplo trágico: o grande filósofo Max Scheler não conseguiu trabalhar a contradição interior de
ser ao mesmo tempo um católico sincero e um mulherengo incurável. Acobardou-se, abandonando a
fé.

"Sêde perfeitos como vosso Pai é perfeito", ensinou Jesus. Não faça disso um motivo de tormento:
Deus Pai considerou perfeitos homens tão cheios de contradições como Salomão e Davi. Quem cobra
coerência em bloco são os hipócritas e maledicentes. Deus se contenta com muito menos.

Quando Deus nos manda carregar a nossa cruz, Ele quer dizer arcar com a responsabilidade dos
nossos pecados. As criaturinhas perfeitas que atormentam o próximo com exigências de perfeição
absoluta já jogaram as suas cruzes fora faz muito tempo. Estão leves como um peido.

Sofremos com as contradições interiores que não conseguimos vencer, e é justamente esse fracasso
repetido que nos leva a invocar Deus de novo e de novo, até entendermos que é Ele, não nós, quem
vai resolver as nossas contradições.

Deus tem soluções que a própria solução desconhece.

Não se pode pedir um milagre só para tirar uma dúvida, mas pode-se pedir vários quando se precisa
deles desesperadamente.

Chega um ponto em que você está mais empenhado em invocar Deus do que em resolver as suas
miúdas contradições. Então Deus começa a atender ao seu apelo: "Não olheis para os nossos
pecados, mas para a fé que anima a Vossa Igreja."

Olavo

Para dar a impressão que dinheiro é coisa miúda comparado a estar com ela. Em português mais
coloquial “Sobe o nível de caô.”

Não digo “dar a impressão” com maldade. Não se pode fazer nada num encontro além de passar uma
impressão. Pode ser que o cara esteja só fingindo, pode ser que esteja com intenção ingênua (mas
não seja capaz de continuar assim) e pode ser que ele continue fazendo isso com todo dinheiro que
lhe cair no bolso até que a morte os separe.

Pergunta: Por falar nisso, não tem nenhum jeito melhor do cara conhecer uma mulher em que tá
interessado? Concordo plenamente, encontro é só impressões, e é uma chatice.
É sempre você tentando dizer algo que vai causar boa impressão. Um saco inacreditável. Casamento
prometido parece até melhor mesmo.
R: Guilherme Vargas Filho, ela já botou maquiagem para te impressionar. Perto disso, falar bonito é
pouco.

Marcos: Guilherme Vargas bom, se você for MUITO AGRADÁVEL aos olhos dela, você pode tentar
criar uma má impressão. Ela pode pensar que você é tão, mas tão fodão que nem se preocupa com
ela. Mas pense no tipo de mulher que você vai atrair assim.

Gugu :
Guilherme Vargas Pense da forma correta, ela não sabe quem você é. Você tem que fazer um
anúncio.

Mariana Cond Falei da maquiagem porque não me importo de ter que escolher bem como me vestir
para impressionar a mulher. Mas se tivesse que usar maquiagem para ganhar mulher, eu ia morrer
sozinho.

Pergunta : Antigamente era sim mais fácil. Cortejo era uma coisa que se resolvia rapidinho. O casal se
conhecia melhor só depois de casado.

Gugu: Guilherme Vargas NÃO era mais fácil. Era mais garantido, mas não era mais fácil. Conheço
dezenas de rapazes e moças em países em que ainda é como era “antigamente”. NÃO é mais fácil
para eles. Só o resultado (qualidade do casamento) é mais garantido.

Guilherme Vargas Quando a gente é novo vai a um encontro com uma mulher, o saco diz que é uma
questão de vida ou morte. Mas o segredo é levar meio que na brincadeira.

Ninguém chega para um desconhecido numa entrevista de emprego falando “Aí véi, tem jeito esse
trampo da hora?” Se apresentar de um modo que torne sua capacidade verossímil não é fingimento,
é MODÉSTIA.
Guilherme Vargas Não disse besteira, mas qual era o percentual de separações na época deles? Seus
avós provavelmente se casaram numa época em que o divórcio nem era legal no Brasil.
Guilherme Vargas Acho que voce nao entendeu (e estou bem impaciente com burrice essa semana). A
pergunta foi sobre o percentual de separações QUANDO eles se casaram.
Guilherme Vargas Não se preocupe tanto em impressionar, se ficar se preocupando muito com isso,
vc vai ser artificial, ela vai perceber e o efeito será o contrário. Igual Idiotas que acreditam que
impressionam mulheres falando sobre seus bens pessoais, etc. só um tipo muito ruim de mulher se
impressiona com isso. Ao invés, tente ser CONFIANTE. Tenha confiança em vc mesmo, e se não tem,
faça tudo o que puder para ter. É isso que as mulheres gostam de verdade: a confiança do homem em
si mesmo. Por isso os mais canalhas tendem a ter mais sucesso na conquista, mas não é preciso ser
canalha para ser confiante.

Gustavo Ribeiro Exato.


Lucas Babolim Se não tem confiança, finge que tem.
Marcos: Pavão abre a cauda, gorila estufa o peito, tem pássaros que enfeitam o ninho... a gente luta
com as armas que tem.

Gugu: Exatamente.

Gugu: Alguém postou “Ir ao restaurante fantasiado de pavão não funciona.”, mas apagou.
Minha resposta:
Se funcionar, ela é uma em um zilhão.

Marcos: Luiz Gonzaga De Carvalho Neto e quantas modas ridículas pelos séculos não são, no fundo,
isso?
Gugu: Marcos Vinicius Monteiro Todas as modas são exatamente isso.
Não leve a coisa tão a sério. Encontro não é uma coisa séria.
Vocês não percebem as bobagens que vocês estão falando? Fica com todo esse treco como se fosse
um ponto de honra pagar a conta, não pagar a conta, dividir a conta.
“Ah se ele divide a conta é porque é pão duro, não tem cabimento!” “Se ele não pagar, prova que é
incapaz!” “Sim, o homem tem que pagar mesmo, porque ele e o provedor.” “Ele tem que aceitar
dividir.” Moça, se você pensa assim, você é retardada.
Pago por gratidão a sua alteza real que se dignou encher o buxo real em minha companhia.” “Em
dezoito gerações, nunca deixamos de pagar a conta num encontro com uma dama!” “Não pago!”
“Nos dias de hoje, tem que dividir!” Rapaz, se você pensa assim, você é imbecil.

Ninguém tem mais o menor senso das proporções? Um encontro não significa nada. Um rapaz tenta
dar uma boa amostra de presença masculina e a moça tenta dar uma boa amostra de presença
feminina. Um jeito fácil e banal de contribuir para esse efeito é o rapaz pagar a conta e a moça sorrir
agradecida. E fim.
Parece brincadeira, mas em um encontro você não quer que a guria saiba que você tem o nome no
serasa e que você leva marmita pro trabalho pra poder sair comer fora no fim de semana, você espera
que ela descubra algumas qualidades que você tem antes de ter de explicar a questão do Serasa.

Gugu: Daniel Carvalho É assim que se faz.


Gustavo Ribeiro E como fazer para ter uma real confiança em si?

Joao Vitor Campos fazendo coisas que te tornam mais valoroso: trabalhando, estudando e até mesmo
fazendo exercícios físicos. Cuidar da aparência e se vestir adequadamente, sobretudo em um
encontro. O resto é experiência.

Posso explicar, mas sempre estudei o assunto usando conceito hindus, então pode ser que a
explicação só complique.

Imaginal se refere ao domínio ontológico próprio da cognição dos seres humanos considerada de
modo integral. Embora em nossa existência terrestre ele tenha uma afinidade com um domínio
ontológico específico (manomayakosha), no domínio imaginal se encontram reverberações de todos
os domínios ontológicos que podem se tornar manifestos para a consciência humana individual. Tudo
que percebemos de modo “natural” percebemos por intermédio dessas reverberações imaginais.
Todo objeto de cognição pode abarcar vários domínios ontológicos no seu existir (um gato, por
exemplo, existe como ente corpóreo no mundo corpóreo), mas enquanto cognição ele tem que
pertencer a um domínio próprio da cognição (a mente de quem o percebe), que não corresponde
necessariamente aos domínios a que ele pertence em seu simples existir.
Por exemplo, se eu vejo um gato, minha visão (attividade sensorial) começa a existir no domínio do
annamayakosha (que é o mundo corporal). Isto é, minha visão começa como uma série de efeitos
corporais do gato sobre meus órgãos sensoriais. Daí ela avança para o pranamayakosha (que é o
domínio das interações sutis entre seres distintos), quer dizer, meu organismo físico modificado pelo
estímulo põe em atividade meu prana (espírito vital, se quiser uma expressão mais ocidental) e meu
prana interage de modo sutil com o prana do gato e com o prana do ambiente total em torno de mim.
A partir dessa interação sutil é possível finalmente gerar uma modificação mental (atividade no
manomayakosha – que é o domínio mental propriamente dito). Só quando as interações iniciadas lá
no annamayakosha (mundo corpóreo) alcançam o manomayakosha é que o gato pode adquirir uma
forma imaginal, por meio da qual eu o vejo no seu ato de ser gato (isto é, como determinado ente
corpóreo num lugar do mundo corpóreo). Claro, o domínio imaginal alcança as modificações
anteriores ao manomayakosha, mas as formas imaginais geradas nesse caso são formas imaginais dos
processos de percepção e não alcançam o gato no seu próprio existir.
Examinando a forma imaginal do gato, posso discernir nela notas conceituais e formar um conceito de
gato e de sua espécie. As notas conceituais e os conceitos existem por sua vez em seu domínio
ontológico próprio (vijnanamayakosha), mas se tornam atividade consciente em mim somente por
meio imaginal.
O domínio imaginal não deve ser de modo algum confundido com a imaginação (ainda que o termo
imaginação possa algumas vezes ser usado para falar do domínio imaginal), pois a imaginação está
realmente restrita ao manomayakosha e por meio dela não se apreende nenhuma realidade fora do
próprio manomayakosha.

Os diversos domínios terminados por “kosha” mencionados acima são domínios “objetivos”, no
sentido de se referir ao modo de existência dos “objetos” (das realidades que são percebidas), o
domínio imaginal não constitui propriamente um kosha (um modo de ser ou de existir objetivo) no
sentido estrito (ainda que possa ser tratado como um kosha por analogia), mas sim a continuidade
necessária entre os diversos koshas, por meio da qual as coisas existentes nos diversos koshas podem
ser percebidas pelo mesmo sujeito.

Luiz Gonzaga De Carvalho Neto Professor, devido ao fato de o domínio imaginal não constituir
propriamente um kosha mas sim a continuidade necessária entre os diversos koshas, então
poderíamos dizer que tal domínio teria que ver com o que, em termos escolásticos, chamaríamos de
sentido comum? (o qual, fosse esse o caso, seria simbolizado pela Lua devido à receptividade por
meio da qual condensa e reflete a luz do Sol e dos demais planetas).

Insisto em incluir os planetas pois gostaria de saber se através do mapa natal é possível analisar as
pré-disposições naturais de um sujeito em relação a esses diversos domínios ontológicos, de modo a
diagnosticar tanto as "falhas" quanto onde há "boa performance", a fim de que alguém possa se auto-
prescrever (no sentido de buscar um astrólogo capacitado livre e espontâneamente tendo em vista
esse objetivo específico) sobre a melhor maneira ou estratégia de proceder para sanar as "falhas" e
ao mesmo tempo saber aproveitar das que estão funcionando adequadamente como forma de
"compensar" a falta de um lado ou mesmo retificar alguns dos "defeitos de fabricação".

E também porque, caso o domínio imaginal esteja mesmo identificado com o sentido comum/Lua,
por eliminação já daria pra deduzir que a imaginação propriamente dita teria mais que ver com Vênus
que geralmente é identificada ao plano da corporeidade, prazeres sensoriais, belas formas, etc, o que
bate melhor com o que o Sr° disse acima sobre "a imaginação está realmente restrita ao
manomayakosha e por meio dela não se apreende nenhuma realidade fora do próprio
manomayakosha".

R: Ricardo Charles Não, o sentido comum não é de modo algum o domínio imaginal. O símbolo
planetário mais frequentemente associado com o domínio imaginal é o Sol e os koshas não têm
correspondência analógica direta com os planetas.

P: Luiz Gonzaga De Carvalho Neto Na teologia católica há conceitos análogos aos dos koshas?

“A “química” de que se fala tem um propósito natural claro. Se observe para ver como você age com
a pessoa que causa essa “química” em você. Quando sob o efeito da “química”, a mulher se torna
mais dócil e submissa para o seu homem, enquanto o homem tende a querer ser heroico para sua
mulher.
A “química” induz o casal a imitar um par Masculino – Feminino ideal (imitar no sentido preciso que o
Mario Ferreira dos Santos dá a essa palavra). Quando os dois imitam involuntariamente (por química,
não por escolha) isso geralmente causa que se “apaixonem”.
O problema começa com esse segundo estágio, o da “paixão”. É desse segundo estágio que procedem
as decisões erradas. Pois nele somos quase sempre incapazes de enxergar objetivamente se há ou
não graves obstáculos para formar um relacionamento sério.

Tentando resumir num esquema ideal e simplificado, o relacionamento deve proceder assim:

1 - São pré-selecionados candidatos ideais.

2 – Eles se encontram para ver se há alguma “química”.


3 – Quando há “química”, eles devem aproveitar para se observar e perceber conscientemente como
a “química” afeta seu próprio comportamento. Assim, a mulher aprende como ser de fato mais
feminina e o homem aprende a ser mais masculino. Pois esse é o proposito natural da química, nos
ensinar como agir.

4 – Se apaixonar e logo casar. Isso se o processo TODO foi acompanhado da supervisão de pessoas
mais sábias que possam confirmar que essa paixão se baseia numa compatibilidade real que foi
avaliada ANTES que a “química” entrasse em jogo. A paixão deve levar rapidamente ao casamento,
pois sua função natural é ajudar o casal a passar por todas as complicadas mudanças que são
necessárias no estabelecimento de uma vida conjunta.

5 – Depois de alguns meses a “química” vai passar, mas agora a mulher vai agir deliberadamente de
modo semelhante ao que fazia espontaneamente durante a fase da “química” para CAUSAR a geração
de amor no marido. Correspondentemente, o homem vai agir deliberadamente de modo semelhante
ao que fazia espontaneamente durante a fase da “química” para CAUSAR a geração de amor na
esposa.

6 – Esse amor gerado pela ação livre e deliberada é um sentimento, um EFEITO passivo das ações do
outro. Esse sentimento é cumulativo na alma, é ele que, depois de alguns anos, conduz as almas dos
cônjuges a um profundo conhecimento e união mútuos.

É evidente que é impossível que essas seis etapas ocorram como foi descrito acima num contexto
moderno. Isso envolve o suporte de uma ambiência social, pessoas capazes de pré-selecionar
candidatos e candidatas, de homens e mulheres que possam ser educados a emular conscientemente
tipos masculinos e femininos ideais por amor a seu cônjuge, etc. Só as descrevo para explicar a razão
de existirem “química” e “paixão”.”.

Luiz Gonzaga De Carvalho Neto

“O amor conjugal, ao contrário do que as pessoas melhores querem acreditar, não é incondicional
coisa nenhuma, ele é um amor de troca. Essa expectativa de troca de benefícios está confusa e diluída
durante o período de paixão e "química", mas esta lá e deve ser cultivada, racionalizada e conversada,
sob risco da coisa morrer na praia em caso de negligência.

Expectativa e troca:

Bem resumidamente, mulheres querem e esperam proteção e abertura segura de possibilidades e


homens querem e esperam agrado e fidelidade plena.

Quem entender verdadeiramente e assimilar completamente essas verdades terá uma fila de pessoas
querendo se casar com ela. Alquimia pura, tenham certeza disso.”.

Tales de Carvalho

POST 1

O MAIOR problema do Brasil é o complexo de inferioridade. Sozinho, o brasileiro até que é gente.
Basta juntar mais de um e todo mundo tem a mais mórbida necessidade de se provar superior. É por
isso que no Brasil tudo vira fingimento e os picaretas são os tipos humanos preferidos.
Em toda turma de brasileiros a coisa funciona assim: Como as diferenças humanas são naturais,
sempre tem alguém na turma que é melhor em alguma coisa. É o mais carismático, o mais rico, o mais
bonito, o mais inteligente etc. Como quer fazer parte da turma, o melhorzinho naturalmente trata
todo mundo bem. Em vez de imitar o comportamento do melhor, o brasileiro sente aí um alívio de
seu complexo de inferioridade e passa a tratar mal todos os outros seres humanos.
Outro efeito do mesmo complexo é que todos estão sempre prontos para se tornar alcaguetes, pois
não há maneira melhor de se sentir superior do que apontar os defeitos hediondos do coleguinha.
Por favor, tente desligar o seu brasileiro interior antes de postar ou comentar. Tenha como objetivo
tornar-se brasileiro não praticante. Garanto que sua vida vai melhorar muito.
P.S. Não é que não pode zoar com os colegas. Pode e até DEVE. Mas nunca para simplesmente
humilhá-lo e bancar de superior.

P: Professor, não sei se entendi a parte "em vez de imitar o seu comportamento". O piorzinho, em vez
de imitar o melhorzinho, que lhe trata bem, passa a tratar mal quem está fora do grupinho? É isso?

G: isso

P: Vou confessar aqui uma coisa. Lendo essa postagem e a outra, senti uma vontade tão grande de
fazer algum comentário engraçado, que cheguei a pensar por uns minutos que tipo de piada eu
escreveria. Mas fui vencido pela preguiça frente ao desafio de não querer bancar o superior, não
parecer ofensivo etc. Então fiquei quieto e percebi que na maior parte das vezes em que faço uma
piadinha (tá bom, em todas as vezes mesmo), há sempre aquela necessidade, aquela intenção oculta
em mostrar-me superior de alguma forma. Caramba, que coisa mais triste. Talvez a única maneira de
manter o riso e o bom humor, no meu caso, seja avaliar, por um lado, essas más intenções e, por
outro lado, a magnitude do riso e o deleite causados pelos novos elementos imaginativos
introduzidos pela piada. Se esse riso e deleite forem grandes o suficiente para mascarar minhas
motivações obscuras, então eu estaria pronto para soltar a piada.

G: Sim, sempre tem um tiquinho de elemento maldoso numa brincadeira. O que importa é isso
mesmo, ver se consigo brincar de modo a absorver o pontinho de fel no efeito geral engraçado.

POST 2

P: Alguém já ouviu falar sobre santos ou anjos que já se contactaram com alguém para lhe explicar
algum tipo de conhecimento, de esclarecimento, seja de religião, seja de assuntos de outra ordem
(filosofia, ciência e etc )?
Ou até mesmo de pessoas que tentaram entrar em contato com o Coisa ruim ou seus agentes? Se
sim, me conte aí por favor.

Eu sei de uma que Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu a um garotinho na África e respondeu várias
perguntas dele e que escreveram um livro sobre -- inclusive eu quero ler esse livro.
Eu já ouvi coisas bem curiosas do professor Olavo:
Um sujeito que ligou para a casa do Julius Evola e quem o atendeu foi o próprio Evola e depois disso o
sujeito pegou uma doença e ficou maluco.
Um sujeito que conseguia saber o nome grego de árvores só de olhar para elas.
E outras.

Há também umas histórias de que o John Dee entrava em contato com '' anjos ''.

G: Rapaz, juntar visões dos santos (nenhum santo “contactou” nada), aparições a crianças, macumbas
(reais ou fictícias) do Julius Evola e as visões do John Dee numa só postagem e esperar que alguém
possa responder alguma coisa razoável é REALMENTE pedir demais.
NÃO são todos fenômenos da mesma ordem. NÃO podem ser explicados pelas mesmas causas, nem
mesmo por causas da mesma natureza.

M: Complementando uma frase do professor: anjos e santos estão acima de nós. Eles podem
aparecer para alguém, mas não podem ser forçados (invocados). Isto dá uma pista de quem os
invocados podem ser. E como eles são orgulhosos, não devem gostar muito.

G: Sim, fenômenos visionários autênticos, mesmo que por meio de sonhos, tendem a ser muito
nítidos e presentes. É uma das características que os distingue de sonhos comuns.
Também são muito mais comuns do que se costuma pensar hoje em dia.
G: Uma das primeiras regras para interpretar sonhos é saber o contexto da vida da pessoa fora do
sonho. De maneira geral, é preferível que vocês NÃO revelem seus sonhos aqui, sejam eles
inspirações autenticas ou não. Não é contando num grupo aberto de discussão que você vai poder
determinar sua natureza.

P: Luiz Gonzaga De Carvalho Neto professor, então como conseguimos decifra-lo? Ou melhor: será
possível decifrar o significado de um sonho por outros meios?

G: Mateus Barradas Se um sonho não se repete muitas vezes e seu significado não é por si mesmo
evidente, diminui em muito a probabilidade de ele necessitar ser explicado. Foi provavelmente só um
sonho mesmo. Existem sonhos que incluem fenômenos visionários autênticos e que só são explicados
anos depois de sonhados, mas são casos relativamente incomuns. A maior parte dos sonhos que
compreendem visões autenticas carregam significado auto evidente ou criam em nós a inclinação a
perguntar seu significado para a pessoa certa, que nos revela claramente o que ele queria dizer, ainda
que isso possa demorar algum tempo. Parta sempre do princípio que o Céu SABE se comunicar de
modo eficaz.

Para aprender critérios reais e suficientes que permitam discernir manifestações celestes é necessário
um longo período de educação junto a um mestre na arte de discernir espíritos, algo bem difícil de
acontecer nos dias de hoje. A inteligência humana precisa normalmente observar diretamente uma
forma mais ou menos perfeita para ser capaz de compreender qualquer fenômeno, seja natural ou
sobrenatural. Tendo observado um mestre interpretando sonhos várias vezes, torna-se possível
compreender seus ensinamentos, suas explicações gerais e os textos em que os mestres de gerações
passadas registraram seus próprios métodos e critérios.

Um caso análogo, ainda que num grau muito menor, é o da interpretação de símbolos em geral e de
sistemas simbólicos complexos, como a astrologia. Pergunta para o Marcos Vinicius Monteiro se ele
acha razoável esperar que alguém aprenda astrologia só lendo os textos dos antigos, sem nenhum
auxílio de um astrólogo vivo.

POST 3 (MESMO TEMA DO 2)

M: Mateus Barradas Se um sonho não se repete muitas vezes e seu significado não é por si mesmo
evidente, diminui em muito a probabilidade de ele necessitar ser explicado. Foi provavelmente só um
sonho mesmo. Existem sonhos que incluem fenômenos visionários autênticos e que só são explicados
anos depois de sonhados, mas são casos relativamente incomuns. A maior parte dos sonhos que
compreendem visões autenticas carregam significado auto evidente ou criam em nós a inclinação a
perguntar seu significado para a pessoa certa, que nos revela claramente o que ele queria dizer, ainda
que isso possa demorar algum tempo. Parta sempre do princípio que o Céu SABE se comunicar de
modo eficaz.

Para aprender critérios reais e suficientes que permitam discernir manifestações celestes é necessário
um longo período de educação junto a um mestre na arte de discernir espíritos, algo bem difícil de
acontecer nos dias de hoje. A inteligência humana precisa normalmente observar diretamente uma
forma mais ou menos perfeita para ser capaz de compreender qualquer fenômeno, seja natural ou
sobrenatural. Tendo observado um mestre interpretando sonhos várias vezes, torna-se possível
compreender seus ensinamentos, suas explicações gerais e os textos em que os mestres de gerações
passadas registraram seus próprios métodos e critérios.

Um caso análogo, ainda que num grau muito menor, é o da interpretação de símbolos em geral e de
sistemas simbólicos complexos, como a astrologia. Pergunta para o Marcos Vinicius Monteiro se ele
acha razoável esperar que alguém aprenda astrologia só lendo os textos dos antigos, sem nenhum
auxílio de um astrólogo vivo.

POST 5
P: Falsos gurus e gurus: Vocês também têm dificuldade em discernir se o sujeito é "por nós" ou se é
"contra nós" quando se trata de uma tradição mais longínqua - como o hinduísmo, por exemplo? Tem
algum meio de se prevenir contra falsos gurus que surgem do Oriente?

G: Ramakrishna e Ramana Maharshi foram grandes santos, Vivekananda era um confuso, mas
certamente um homem bom e piedoso. Krishnamurti era doido, mas muito inteligente. O resto que
voce citou pode jogar tudo na lata de lixo.

P: Luiz Gonzaga De Carvalho Neto Saindo do hinduísmo, o que o senhor acha do Gurdjieff, professor?

G: É mais um para a lata de lixo.

P: E o Sadhguru? E o Thich Nhat Hanh?

G: Sadguru é um termo genérico. Se tem algum maluco usando o termo para se qualificar, pode
apostar que é só mais um para a lata de lixo.

P: Luiz Gonzaga De Carvalho Neto professor, poderia falar um pouco sobre os problemas do
Yogananda? Quando mais novo, por influência familiar, tive contato com os ensinamentos dele, mas
abandonei tudo (eu acho) quando tornei católico. Sempre que perguntava a algum padre sobre ele,
não sabiam responder ou eram vagos demais (outra religião, heresia, blablabla, etc.).

G: Yaakóv Da Rocha Para identificar um falso mestre hindu é preciso conhecer muito bem o
hinduísmo autêntico, na teoria e na prática. Para identificar um falso mestre cristão é preciso
conhecer muito bem o cristianismo autêntico, na teoria e na prática. Para identificar um falso mestre
islâmico é preciso conhecer muito bem o islamismo autêntico, na teoria e na prática.
Agora pare e pense, “O que eu REALMENTE sei de hinduísmo autêntico?”.
Existem explicações que dependem de muito estudo prévio, tanto da parte de quem explica, quanto
da parte que ouve a explicação.

P: Luiz Gonzaga De Carvalho Neto Professor, além dessa questão da aparência, existem outros
critérios para reconhecer falsos mestres? Como entender a fala de Cristo: "pelos frutos os
conhecereis". O que seriam esses frutos?

G: Kátia Barboza Fruto é aquilo que é evidente, desejável, nutritivo e análogo ao que foi oferecido de
geração em geração.
Um mestre deve ser avaliado exatamente nos mesmos termos. Deve oferecer algo evidente,
desejável, nutritivo e análogo ao que foi oferecido de geração em geração no contexto da tradição
que ele diz representar.

P: Obrigada por responder! ☺️'Evidente, desejável e análogo', acredito que não seja muito difícil
avaliar essas 3 coisas. Mas e 'nutritivo'? É possível avaliar se o fruto do mestre é nutritivo sem
consumi-lo? Se não, caso não seja um fruto nutritivo, ou mesmo maléfico, eu não estaria me
prejudicando? Como evitar isso?

G: Nutritivo é o que faz a gente crescer e se aproximar de ter o tamanho dos modelos que a gente
ama.
Se é evidente, desejável e análogo ao anterior a gente pode provar um pouquinho para ver o que
acontece. Também pode observar as diferenças em quem já está ali faz bastante tempo e quem
acabou de chegar.

P: O osho era sociopata?

G: sim

G: Osho é outro monte de bosta que pode ir direto para a lata de lixo.
Juliana: Daquele da esquerda eu teria um terrível desconforto, talvez medo, de ficar num mesmo
recinto.

G: Para o bom entendedor, só um olhar basta.

Mário: A melhor prevenção contra falsos gurus é não procurar guru algum (foi o meu guru que pediu
para eu dizer isso).

G: A Juliana Rodrigues Excelsior e o Marcos Vinicius Monteiro fizeram interessantes comentários


sobre a importância da fisionomia dos mestres falsos e verdadeiros. Olha um pequeno exercício que
se pode fazer. Pega essas duas fotos aí e põe uma do Rasputin embaixo da do Osho e uma do S. Padre
Pio ou de S. Pio X embaixo da foto do Ramana Maharshi. Acho que vai ampliar e aprofundar a
percepção das diferenças.

Ainda pode completar com uma do Idries Shah e uma do Sidi Sheikh Alawi.

Quando a gente junta todos esses pares de fotos, fica muito claro que só existem duas “famílias
espirituais” no mundo. A dos anjos e a dos demônios.

P: A fisionomia do Padre Pio combina claramente com a de Ramana Maharshi e a do Gurdjieff com a
do Osho.

G: Não falha nunca.

CONT. DO POST 5

P: essas diferenças são tão óbvias assim? Rasputin tem um olhar muito estranho mesmo, e do Osho
também é, mas no caso do hindu da direita, S. Pio X e S. Padre Pio, eu vejo um olhar comum. Isso aí é
muita falta de sensibilidade?

G: “Um olhar comum” Os santos nunca tentam te impressionar com pose, gostam de ser comuns.

P: professor, é possível simular esse olhar de benevolência (ao menos é neste adjetivo que penso
quando olho uma foto do Pe. Pio) ou esse olhar é uma espécie de fruto da vida espiritual?

G: É possível imitar ocasionalmente, mas muito difícil fazer isso continuamente.

P: Fiquei um tempão analisando fotos, do raputin, do outro. Fui olhar minhas fotos, dos meus amigos
e cheguei a conclusão que não consigo ter essa sensibilidade de identificar alguem apenas pela
aparência. No máximo o rasputin

G: Deivison Alves Elias Não é exatamente que tenha algo de errado ou alguma deformidade evidente.
É mais algo que se explicita comparativamente, pegando fotos de santos bem conhecidos e
universalmente aceitos, de preferência na mesma religião. Especialmente fotos tiradas em idade mais
avançada.

POST 6

P: No simbolismo astrológico tradicional, quais planetas simbolizam o homem e a mulher?

G:Sol, Marte, Júpiter e Saturno representam o homem. Vênus e Lua representam a mulher. Mercúrio
é beadinho, digo, uhm, “andrógino”.

O Príncipe Encantado. O príncipe é o herdeiro do trono, é quem tem em si algo da majestade do


Monarca Perfeito, mas em versão desnatada. É quem a liberta da pequenez da vida com sua iniciativa
e bravura. Se no Monarca Perfeito há equilíbrio perfeito de Força e Generosidade, no Príncipe há mais
gentileza (promessa de generosidade) e espírito de aventura (promessa de força), com subordinação
da aventura pela gentileza (é isso que se chama “encantador” afinal).
---------------------------

O Príncipe a inspira e a embeleza.


---------------------------

QUAL É O MAIS POSITIVO RESULTADO QUE UM CASAMENTO PODE TRAZER FACILMENTE PARA UMA
MULHER?
A melhor coisa que o matrimônio pode fazer pela mulher, por mais estranho que isso possa parecer, é
a possibilidade de fazer coisas que ela não podia fazer enquanto não estava casada.
Por exemplo, ela queria trabalhar em alguma coisa ou aprender algo, e ela não tinha antes a
possibilidade, pelo motivo que for (tempo, dinheiro, disponibilidade). Aí ela conversa e indica essas
coisas ao marido. Um bom homem, instintivamente, a estimula a fazer isso.
Por incrível que pareça, essa é uma das funções do matrimônio para uma mulher: ela deve olhar para
as coisas que gostaria de fazer se não tivesse nenhuma obrigação no mundo (fora os eventuais filhos,
que fazem parte do sistema matrimonial), se não tivesse nenhum obstáculo, crítico ou juiz. Essa é
uma das vantagens que ela pode sacar do matrimônio.
Um elemento instintivo no homem é que ele não gosta de desagradar a sua mulher, ele não gosta de
contrariá-la. A coisa que ele mais detesta é contrariar a mulher dele.
Então, as mulheres não percebem o benefício que o matrimônio pode trazer para elas. Elas passam o
dia todo se queixando de problemas cotidianos que o marido não pode resolver porque, para isso,
teria que ficar trabalhando em casa resolvendo-os. Elas se queixam das coisas que as incomodam no
dia-a-dia porque querem desabafar. O que elas não entendem é o seguinte: dentro dele, ele está
mexendo os pauzinhos tentando achar um jeito de resolver isso.
Mulheres, não incitem seus homens a que essa engrenagem trabalhe nessas coisas cotidianas.
Coloque a inteligência e a vontade do seu homem para que trabalhem nas coisas que você
REALMENTE quer realizar.
-------------------------------

O QUE A MULHER MAIS DESEJA? (MITOS DO REI ARTUR)


Há muito tempo, na época do Rei Artur e da Rainha Guinevere, viveu Sir Gawain, que era sobrinho do
rei e o mais gentil e corajoso dos cavaleiros da Inglaterra.
Certo ano, no Natal, o rei e a rainha reuniram-se com a corte em Carlisle, no norte, e Sir Gawain
estava com eles. No dia depois do Natal o rei saiu para cavalgar sozinho na floresta. Pouco depois
chegou a um lago congelado onde havia um castelo escuro e sombrio à sua margem. Enquanto o rei
observava a superfície espelhada do lago, surgiu um cavaleiro no portão do castelo, carregando uma
pesada clava. O rei cavalgou em sua direção, desafiando-o para um combate. Mas à medida que foi se
aproximando do cavaleiro, o Rei Artur viu que o homem era um gigante. Ele era alto como dois bravos
cavaleiros. Seu rosto era feroz. O gigante baixou os olhos para o rei, agarrou a espada e a lança, e deu
uma gargalhada.
- És meu prisioneiro – disse ele. – Mas uma vez que és rei, oferecer-te-ei uma oportunidade de
obteres a liberdade. Se, dentro de um ano, fores capaz de solucionar meu enigma, permitirei que te
vás.
- Enigma? – perguntou o rei. – Diga-me qual é.
- O enigma é o seguinte: O que é que toda mulher mais deseja? – Respondeu o gigante. – Encontra-
me aqui, neste lugar exato, desarmado, daqui a um ano, a contar de hoje. Se não tiveres a resposta,
serás meu prisioneiro. – E com uma outra gargalhada ribombante, ele deu meia-volta no cavalo e
retornou ao tristonho castelo.
O Rei Artur cavalgou de volta pela floresta, tentando decifrar o enigma, preocupado. Quando chegou
à corte, contou a seus cavaleiros tudo o que havia acontecido.

Depois que ouviram que o rei seria feito prisioneiro a menos que decifrasse o enigma, os cavaleiros
começaram a percorrer todos os cantos do reino, até os mais distantes, pedindo a todo mundo que
encontravam que o solucionasse. Em suas jornadas ouviram muitas respostas.
- Jóias reluzentes – disse um homem.
- Um marido rico – disse outro.
- Vestidos de cetim – disseram outros.
E quando os cavaleiros trouxeram estas respostas de volta para o rei, de alguma forma ele soube que
nenhuma delas era a resposta correta.
Um ano se passou e, cumprindo sua palavra, o Rei Artur pôs-se a caminhar de volta para o castelo à
beira do lago gelado. Foi cavalgando lentamente, cabisbaixo e desanimado.
De repente, uma voz gritou:
- Por que está tão triste, meu senhor Artur, o rei?
Ele levantou a cabeça e viu diante de si uma mulher, sentada num tronco de árvore. O nariz dela era
torto, sua pele, coberta de verrugas feias, e os cabelos embaraçados e desgrenhados, e o rei pensou
que era a mulher mais feia que jamais havia visto.
- Por que está tão triste, meu senhor Artur, o rei? – repetiu a feíssima dama.
“A dama conhece meu nome”, pensou o rei surpreendido. Ficou preocupado de que ela pudesse ver
em seu rosto o quanto ele a achava feia. Teve o cuidado de desviar os olhos quando respondeu:
- Estou triste porque tenho que decifrar um enigma ou tornar-me prisioneiro de um cavaleiro gigante.
- Qual é o enigma? – perguntou a feíssima dama.
- O que é que toda mulher mais deseja?
A feíssima dama deu uma gargalhada.
- Este é fácil – disse ela.
O coração do rei começou a bater mais depressa.
- Dize-me, senhora – disse ele -, e te concederei qualquer favor que pedires.
- Qualquer coisa que eu pedir, meu senhor? – perguntou a dama, e sorriu um sorriso feio.
Artur mais uma vez cuidadosamente desviou os olhos quando respondeu:
- Qualquer coisa, senhora.
- Então, permiti-me, senhor, que eu sussurre a resposta em vosso ouvido – disse ela, e o rei
desmontou do cavalo, ouviu e então, ainda sem olhar para ela, agradeceu e saiu cavalgando.
Rapidamente o rei chegou ao lago gelado, onde viu o gigante vindo a cavalo em sua direção, saindo
do castelo sombrio.
- Bem, meu senhor e rei – disse o gigante com uma gargalhada -. Trouxeste a resposta para meu
enigma?
E o rei repetiu a resposta que a feíssima dama havia sussurrado.
O gigante ficou furioso.
- Tens a resposta! Existe somente uma pessoa que a conhecia! Minha irmã! Ela deve ter-te contado. –
E o gigante virou-se e saiu cavalgando a toda velocidade, seu rugido furioso ecoando pela floresta.
Agora havia chegado a vez de Artur rir. Ele cavalgou de volta até o tronco caído onde a feíssima dama
ainda estava sentada.
- Contai-me, senhor, meu rei – perguntou ela, com seu sorriso feio -, minha resposta era a resposta
correta?
- Era sim minha senhora – respondeu o rei.
- E agora, em cumprimento à minha palavra, eu te concederei, seja qual for, o favor que pedires.
- Peço-vos o seguinte – disse ela. – Peço que Gawain, o mais gentil e mais corajoso dos cavaleiros em
toda a Inglaterra, torne-se meu marido.
O rei arregalou os olhos, horrorizado.
- Senhora, muito embora eu seja rei, não posso obrigar Gawain a se casar contra a vontade dele.
- Vossa majestade me deu a palavra – retrucou a dama. – Agora ide buscá-lo para mim.
Artur foi cavalgando pela floresta e voltou para a corte, mais uma vez triste e desanimado. Quando
chegou, a corte inteira regozijou-se ao vê-lo são e salvo, e todos reuniram-se em volta dele
perguntando qual das respostas para o enigma havia sido a resposta correta.
Mas o rei suspirou.
- Nenhuma das que me deram era a resposta certa – disse ele. E então contou-lhes sobre a dama
feíssima e sua resposta, e o favor que ela havia lhe pedido como recompensa.
- Eu me casarei com esta dama, tio – disse Gawain baixinho, porque não era apenas o mais gentil e
mais corajoso cavaleiro de toda a Inglaterra, mas também um sobrinho devotado. – Farei isto pelo
senhor.

E o rei lhe contou sobre o nariz torto da dama e a pele cheia de verrugas, os cabelos desgrenhados e
emaranhados, mas Gawain insistiu.
- Eu escolho casar-me com ela por amor ao senhor – declarou.
E então saiu cavalgando pela floresta, onde encontrou a feíssima dama sentada em seu tronco caído.
Tomou tamanho susto com a feiúra de seu rosto que não conseguiu dizer uma palavra. Ela parecia ser
ainda mais horrenda do que seu tio lhe dissera. Mas então lembrou-se de que tinha dado sua palavra
ao rei. E assim, tomando cuidado para desviar o olhar do rosto da dama, ele fez uma reverência e
perguntou:
- Senhora, aceita ser minha esposa?
E ela aceitou.
Gawain e a dama casaram-se na abadia de Carlisle. Todos foram ao banquete e dançaram, e depois os
convidados conduziram Sir Gawain e a dama para o quarto nupcial, e fecharam a porta, deixando-os
lá. Agora os dois estavam sozinhos. A dama sorriu para seu marido e ele sorriu de volta, com um
suspiro. Pensando que ela ainda lhe parecia horrenda, ele a tomou nos braços, fechou os olhos e a
beijou.
Tão logo Gawain abriu os olhos, descobriu em seus braços a mais linda dama que jamais havia visto.
Os olhos dela brilhavam como jóias, sua pele reluzia e seus cabelos encaracolavam-se emoldurando-
lhe o rosto. Gawain ficou olhando para ela muitíssimo espantado.
- Agora tu quebraste metade do feitiço – disse a dama. – Minha madrasta lançou sobre mim um
feitiço de maneira que eu fosse terrivelmente feia até que conseguisse encontrar um marido. Agora
devo oferecer-te uma escolha. Como é que preferes ter-me Gawain, queres que eu seja a dama feia
durante o dia e linda à noite? Ou que eu seja linda de dia e horrenda à noite em nosso quarto
nupcial?
Gawain ficou calado.
- Eu gostaria que fosse feia de dia e… – começou. – Não. Linda de dia e… não!
E ele pensou e pensou a resposta da penosa escolha que deveria fazer, até que finalmente suspirou.
- Eu não posso fazer esta escolha por ti, minha querida esposa – disse afinal. – Deves escolher por ti
mesma.
E então a dama sorriu um sorriso radiante e tomou as mãos dele nas dela.
- Tu quebraste toda a maldição e o feitiço – disse cheia de alegria. – Deste dia em diante serei sempre,
de dia e de noite, como me vês agora. Tu deste, sem nada pedir em troca, a resposta para o enigma
que meu irmão exigiu que o rei solucionasse em troca da liberdade. O que é que uma mulher mais
deseja? A resposta é: “Ter o poder de escolher o que ela quer.”
E daquele dia em diante, Sir Gawain e a belíssima dama viveram juntos e foram muito felizes.
- Texto de Jean Grasso Fitzpatrick (via Matheus Conrado Scandolo)

GUIA PARA TRANSCRIÇÕES DO COF.TXT

1)
Enviado por: transcricoescof@gmail.com

Obrigada pelo interesse em ajudar. Há sempre material a ser transcrito e revisado, então toda ajuda
é muito bem-vinda.

Seguem abaixo algumas orientações gerais sobre o funcionamento do Grupo de Transcrições do COF.

1. Entre no nosso grupo no Google e faça a solicitação para ser um membro


(https://groups.google.com/g/cursodefilosofia). Lá você encontrará os tópicos das aulas distribuídas
para a transcrição. O grupo também serve como canal para tirar dúvidas sobre trechos de aulas e
outras. Não hesite em usá-lo!

2. A última aula a ser dividida (e normalmente a que está em andamento) aparecerá no topo das
mensagens. As aulas em andamento são 498, 499, 500, 501, 502, 503, 504, 505, 506 e 500.

3. Procure o tópico destas aulas mais recente. Nele você encontrará uma divisão das aulas em
trechos, normalmente de meia hora ou 20 minutos cada. Veja sempre a última mensagem do tópico
para ter a lista atualizada e responda com seu nome na frente do trecho que você irá transcrever.
4. O prazo de entrega para a transcrição costuma ser de 15 dias. Se precisar de mais tempo, não há
problema. Somente avise um dos coordenadores do grupo.

Uma vez que recebamos todas as partes transcritas, salvamos tudo em um só arquivo para
encaminhar para o revisor disponível. Se você tem um bom domínio da língua e quiser fazer parte da
equipe de revisores, é só avisar que lhe passo as orientações básicas (que já se encontram no Manual,
mas nunca é demais reforça-las).

Segue anexo o Manual de Transcrições e Revisões, cuja leitura é indispensável. Por favor, leia todo o
arquivo, inclusive a parte de revisões. O ideal é que você o imprima e o tenha em mãos ao
transcrever. Siga as normas de formatação do arquivo, de marcações de tempo etc. Isso facilita
demais tanto o nosso trabalho quando unimos todas as partes quanto o dos revisores.

Também envio algumas das apostilas citadas no Manual, cuja leitura também é indispensável. Em
"Considerações sobre o Seminário", o professor trata das transcrições (p. 4, item III).

Em caso de dúvidas, não deixe de entrar em contato. Se precisar de informações mais detalhadas
sobre o funcionamento do grupo, fique à vontade para nos escrever nestes endereços:
transcricoescof@gmail.com e revisoescof@gmail.com

Um abraço e muito obrigada,


Mariana e Jussara

2) Apostilas:
(1) Considerações sobre o Seminário de Filosofia: https://mk0cofilpncflr3lx2e.kinstacdn.com/wp-
content/uploads/2015/07/olavodecarvalho_Considera%C3%A7%C3%B5es-sobre-o-Semin%C3%A1rio-
de-Filosofia.pdf
(2) Sobre a arte de estudar:
https://drive.google.com/file/d/1Qcy24uaQw6JvyeToPo4Rt_xGOXPlBENw/view
(3) Manual de Transcrição e Revisão:
https://drive.google.com/file/d/1MMy2B_0m66fO_1bP1vnyXrz334UqWf7N/view

Links:
(4) Software para ajudar na transcrição (Express Scribe): https://www.nch.com.au/scribe/index.html
(5) Configurações para o Express Scribe: https://telegra.ph/EXPRESS-SCRIBE-06-12

3) Alternativa boa ao Express Scribe:


https://otranscribe.com
"É online, levíssimo e aceita tanto arquivos de vídeo como de aúdio"

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