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DIAMANTES

• Diamante
• Foi na Índia onde se descobriu pela primeira
vez o diamante. Os primeiros diamantes foram
encontrados nos cascalhos dos rios da Índia
central e meridional, cerca de 800 a.C. Eles
descreviam a beleza e a pureza desses cristais,
e a sua durabilidade ganhou significação
mística e poderes supostamente mágicos.
• Já em 1725, foram feitas outras descobertas no
Brasil.
• Diamante provem da palavra grega “adamantos”,
que significa inconquistável, indomável e
invencível, devido à sua dureza. O mesmo possui
esse nome, pelo facto de ter sido uma pedra
usada para presentear e sustentar as amantes
dos reis, por isso o nome di (dinheiro) - amante
(amante), ou seja, dinheiro para amante. Hoje, o
diamante é uma jóia rara(Figura 8), cobiçada e
vale mais do que ouro.
• Este, ocorre naturalmente, podendo ser
produzido sinteticamente. É extremamente
duro e forma cristais altamente refrativos. O
diamante, considera-se como um mineral
natural, pertencente a classe dos elementos
nativos não metálicos, constituída de átomos
de carbono puro cristalizado.
• Arde quando exposto a chamas em altas
temperaturas na presença de oxigénio
converte-se em CO2. Sem o contacto com o
oxigénio transforma-se em grafita, a 1900ºC.,
com a forma química C, e é o mineral de
dureza máxima conhecida pelo homem, é
solúvel em diversos ácidos e infusível, excepto
a altas pressões. Por este facto, é considerado
a pedra que melhor resiste ao tempo.
• A sua dureza resulta da estrutura cristalina covalente,
na qual, cada átomo de carbono encontra-se ligado
covalent e Deve-se referir que em Angola os diamantes
explorados têm uma qualidade de relevo, estando
situados mundialmente na terceira posição do ranking,
com gemas centradas segundo Kun (1987) entre 8 a 10
quilates.

• emente a quatros outros, situados nos vértices de um
octaedro (8 faces) ou hexaquisoctaédrica (48 faces).
Frequentemente, observa-se no diamante superfícies
curvas, arredondadas, incolores ou coradas e dispostos
nos quatro vértices de um tetraedro e um único no seu
centro.
• Devido a essa disposição geométrica, o
diamante é bastante compacto, possui alta
densidade (3,5g/cm3) e é a substância natural
mais dura que se conhece.
• O mineral em questão pretence ao grupo dos
minerais mais preciosos e faz parte das pedras
da 1a сlasse, onde estão tambem alexandrite,
rúbi e safíra, esmeralda, e dioptazio. (segundo
“Media Art”, 1996
Fig.1: Ejemplo del diamante
• O segredo da raridade

• O diamante se forma em grandes profundidades,


a mais de 150 quilômetros abaixo da superfície
terrestre e numa temperatura de 1400 graus
Celcius e 40kba de pressão. Ele é gerado junto
com uma rocha chamada kimberlito.
• Tudo começa quando o magma (rocha fundida)
penetra em ruturas das rochas sólidas da crosta
terrestre.
• Isso acontece em profundidades de 150 a 300
quilômetros.
• Quando esse material quente é fundido,
penetra nas rochas mais frias da crosta,
cristaliza-se, ou seja, esfria e se solidifica,
formando uma série de minerais.
• O magma se forma em profundidades ainda
maiores, a mais de 500 quilômetros abaixo do
solo, numa camada da Terra chamada manto.
• O nome vem de um local no sudoeste da
África, chamado Kimberley, onde foi descrito
pela primeira vez esse tipo de rocha que
contém diamantes.
• Podemos encontrar muito limitadamente
alguns jazigos (Índia, África do Sul, Botswana,
Angola, República Democrática do Congo,
República Centro Africana, Tanzânia, Brasil,
Rússia, Austrália, Canadá, Venezuela) e a sua
extração exige uma conjugação
impressionante de esforços e de meios
financeiros.
• Características gerais do diamante
(Propriedades químicas e físicas)

• As características que determinam a
qualidade, e o valor do diamante são: peso,
pureza, côr e lapidação, popularmente
conhecidas como os “quatro Cs”, pelas suas
iniciais em inglês, e assim são frequentemente
mencionadas em campanhas publicitárias.
• Carat: quilate
• Colour: côr
• Cut: lapidação
• Clarity: pureza
• . Peso – O quilate métrico é uma unidade de
peso específico para as gemas e que equivale
a 200 mg. A sua origem provém da antiga
tradição Índia de se pesarem os diamantes
com grãos, aparentemente muito
homogéneos e posteriormente importada
pelos gregos, a que se deve o vocábulo
“xeoxnop”, quatro grãos e que os Árabes
retomaram a forma de “qirat
• Os diamantes comercializam-se em quilates.
Assim para se saber o seu preço total tem que
se multiplicar o peso pelo preço do quilate.
Este valor varia com base no tamanho da
pedra e das restantes características, como
pureza, cor e lapidação.
• É fácil compreender porque são mais caros os
diamantes, à medida que aumentam de
tamanho, em contra partida a natureza
proporciona muito menos pedras grandes,
visto que é também maior a dificuldade em
cristalizarem esses tamanhos.
• No entanto, como o valor do diamante é em
função das suas características, é possível que
um diamante pequeno valha mais que um
maior, pois a sua qualidade pode ser melhor.

• Cor – A côr é o segundo factor mais
importante a seguir ao peso, no valor final de
um diamante. Com excepção das cores
“fantasia ” como azul, verde, amarelo e
laranja, o mais valorizado é o que regista a
ausência de côr, considerado como diamante
gema.
• Lapidação – Permite revelar o brilho e
luminosidade de um diamante, através da sua
capacidade de refletir e refractar a luz.
• O objetivo da lapidação é fazer com que as
dimensões e os ângulos das facetas da pedra
sejam bem determinados, para realçar as
reflexões da luz em seu interior.
• O diamante é frequentemente chamado de
brilhante.
• Brilhante é o nome de um dos tipos de
lapidação (aquele que exibe 58 faces da
pedra), como ele é acumulador da luz a
lapidação é importante para o seu brilho, pois
pode-se conseguir a melhor reflexão da luz
para cada pedra.
• As formas mais comuns de lapidação são: forma
de gota, oval, baguete, princesa, coração, cabeça
de cavalo, estrela, luas entre outros.
• Quando a lapidação começou a ser desenvolvida,
alguns lapidários acreditavam que o maior
número de facetas daria maior brilho à gema,
esse pensamento não é correto.
• A lapidação brilhante é a que explora ao máximo
a capacidade de brilho e dispersão de luz (arco-
íris) nessa gema.
• Em Angola a fábrica de lapidação tem a
capacidade para produzir mensalmente
diamantes lapidados avaliados em
aproximadamente o equivalente a 20 milhões
de dólares.
• O surgimento desta fábrica, tornava necessário
numa altura em que a produção interna de
diamantes estava em franco crescimento, bem
como serviu para dar um novo alento a indústria
joalheira no país.
• Pureza – Refere-se às inclusões que possam
turvar a sua transparência. Considera-se puro um
diamante sem nenhum defeito de cristalização,
ainda que se use a lente de aumento.
• A pureza determina-se por espectros com lupas
de 10 aumentos.
• A pureza e a lapidação do diamante fazem
com que o feixe emergente saia praticamente
na mesma direção que o feixe incidente,
impedindo, dessa forma, que parte da luz seja
"perdida", o que poderia comprometer o
brilho do cristal.
• Propriedades físicas
• O diamante existe em várias cores, isso
acontece porque o diamante contem clorofila,
e se camufla de acordo com o ambiente, o
que torna ele mais difícil de ser achado.

• Côr
• O diamante quimicamente puro não tem
cores, ou é incolor e transparente. Esse tipo
de côr chama-se ”a côr de água pura”.
Segundo do sistema classificativa CITY , isto é
a côr extra, ou côr da classe 1ª.
• Esse sistema classifica os diamantes por 21
categorias, segundo o carácter de côr e da sua
intensidade (Botcharov e out., 1991).
• Misturas químicas dos elementos diversos,
regra geral, N, Si, Al, B, Ti, Cr e Na, provocam o
surgimento as cores, ou as tonalidades
diferentes.
• As tonalidades mais habituais para os
diamantes são: amarelada, acastanhada e
acinzentada
• As tonalidades mais raras são: esverdeada,
azulada, violeta, rosa.
• Cores extremadamente raras são: vermelha e
azul escura.
• Mais em frente, está apresentada a escala da
intensidade das cores de diamante, que foi
proposta por GIA (Instituto Gemológico de
América) que aplica-se na avaliação de diamantes
e de brilhantes.
• A escala é graduada pelos grupos, entre os quais
D e E são pedras incolores; F e G –
insignificativamente coloridos; H , I e J – muito
pouco coloridos; K e L – pouco coloridos; Z –
certamente coloridos.
• Entre as cores do diamante temos que
diferenciar a côr própria homogénica,
designada pela côr ideocromática, e a côr
estranha (falsa), chamada por allocromática.
• A primeira é relacionada com a estrutura e a
composição própria química do diamante, e a
última - com as inclusões e misturas finas dos
outros minerais-satelites dentro dos cristais de
diamante
2
• . Brilho
• É uma característica típica do diamante
relacionada com a interacção física entre a sua
substância cristalina e a luz solar.
• A passagem das ondas da luz dentro dum
cristal de diamante, determina-se pelos seus
indices de refracção – Nr = 2,42 e de disperção
– Dd = 0,044.
• Esses fenomenos opticos, provocam o jogo
caracteristico do brilho e das cores.
• Por isso o diamante possui um brilho
extremamente forte, designado por
“diamantino”, apresentando um jogo
multicolor de luz, ao atravessar um cristal de
diamante.
• A intensidade do brilho dos minerais-satelites
é muito mais baixa.
• Os cristais de zircão possuem um brilho
bastante forte, quase diamantino, parecido ao
do diamante.
• Ortose K {AlSi3O8} – 6
• Quartzo, SiO2 – 7
• Topaze, Al2 (SiO4]3 – 8
• Corindo, Al2O3 – 9
• Diamante, C – 10
• Então, a diferença entre a dureza relativa do
diamante e do corindo, segundo a Escala de
Mohs, é igual à 1 só, mas entre diamante e
quartzo a mesma é igual à 3.
• Practicamente a dureza relativa pode ser
constatada pelo modo de riscar um mineral
por outro.
• O mais duro risca outro, no caso, o mais fraco.
• No que toca ao diamante, a dureza das faces
diferem entre sí.
• Vê-se, que a dureza mínima é relacionada com as
faces de cubo, a média – com as faces de
rombododecaêdro, e a máxima – com as faces de
octaêdro.
• Os valores da mesma variam de 9,5 à 10,5 dos
ballos da Escala de Mohs.
• Por isso o diamante pode ser tratado (serrado,
lapidado) pelo mesmo diamante.
3
• - Direcções da dureza nas diferentes faces
(formas simples) do diamante: o- é o
octaêdro; c- é o cúbo; d- é o
rombododecaêdro (Segundo Chafranovskyi,
1968)

• . Clivagem - octaédrica perfeita segundo
{111};
• Fractura -concóide;
• Dureza
• A dureza do diamante é uma propriedade
física muito importante que permite verificar
e diferencia-lo dos minerais parecidos.
• Assim, o diamante possui uma dureza maior
do que outros minerais naturais e ocupa a 10ª
posição na escala de dureza relativa (Escala de
Mohs)
• A referida escala é composta por uma susessão de 10
minerais-padrões , caracterizados por sua dureza, onde
cada mineral possui a dureza maior, do que o anterior.
Os minerais em questão são:
• Talco, Mg(OH)2{Si4O10} – 1
• Gesso, Ca[SO4]x2H2O – 2
• Calcite, Ca [CO3] – 3
• Fluorite, CaF2 – 4
• Apatite, Ca5 [PO4]3(OH) – 5
• Ortose K {AlSi3O8} – 6
• Quartzo, SiO2 – 7
• Topaze, Al2 (SiO4]3 – 8
• Corindo, Al2O3 – 9
• Diamante, C – 10
• Peso específico
• Varia de 3,516 a 3,525.

• Densidade do diamante
• A densidade do diamante assemelha-se ao
seu peso específico que é de 3,52.

• Propriedades ópticas
• Entre as caracteristicas opticas mais
importantes situam-se a côr e o brilho, junto
com o índice de refracção e de disperção,
relacionadas com a composição química e a
estructura cristalina do diamante.
• A refracão do diamante estuda-se num
aparelho especial denominado por:
• Refractómetro. O mesmo é um aparelho
óptico, que emprega-se para determinar o
valor do seu índice de refração dos minerais
preciosos, em particular, o diamante.
• Este possui como valor de seu índice de
refração igual à 2,417 em luz amarela;
• Dispersão muito elevada entre 2,21 a 2,47;
Birrefragência anormal;
• Possui fluorescência assim como
transparência aos Raios X.
• Sabe-se que, o diamante possui a simetria
Cúbica, que é relacionada com construção
própria da sua estrutura cristalina, por isso ele
é opticamente isotrópico.
• Mas em alguns casos o mesmo apresenta
anisotropia óptica, que é relacionada com
tensões internas e microdeformações na sua
retícula cristalina e também devido as
inclusões internas com minerais-satelites.
• Esses fenómenos provocam a birrefração
(anizotropia óptica) abnormal, que pode
observar-se através de um polariscópio.
• Este, é um aparelho óptico, que usa-se para o
estudo de defeitos, inclusões mineralicas e
tensões mecânicas internas nos cristais de
diamante sob a luz polarizada.
• O aparelho aplica-se também na identificação
dos minerais anisotrópicos, parecidos com o
diamante.

• Propriedades elétricas e térmicas
• É um condutor térmico (excepto o de cor
azul), bom isolante elétrico e dificilmente
reage com outras substâncias, não é condutor
do calor;
• Possui coeficiente de dilatação térmico muito
fraco.
• Propriedades químicas
• O diamante não é atacado pelos ácidos e
álcalis (insolúveis em ácidos e álcalis), mas
pode ser corroído por certos compostos
oxidantes quentes.
• A temperatura de combustão do diamante
submetido a uma corrente de oxigênio puro,
varia de 760˚ a 875˚, segundo ensaios de
laboratório.

• Inclusões no diamante
• O estudo das inclusões minerais no diamante
fornecem informações muito importantes
sobre a geologia e a composição das porções
do manto, onde se formaram os diamantes.
Elas podem ser de três tipos:
• -Proto genéticas, são aquelas inclusões, que
depois de cristalizadas entram no diamante,
antes da sua cristalização.
• Exemplo, Forsterite, Enstatite, Diópsido,
Diamante, Zircão, etc.
• -Cogenéticas, que ocorrem durante a
formação do diamante, como é o caso das
Olivinas, Ilmenite, Cromite, Piroxenas,
Granadas-Piropo, Enstatite, Diópsidos,
Pirrotites, etc.
• -Pós-Genéticas, são posteriores a formação do
diamante, como é o caso do Quartzo, Caulinite
e o Ouro.
• diamante. Tipicamente, uma inclusão é uma
faceta do diamante que toma o ponto
internamente torna visível com frequência
uma falha, o que faz o diamante nao sendo
• Há oito inclusões diferentes tidas em conta ao
determinar-se a claridade de um visto como
perfeito.
• As inclusões têm uma influência no brilho do
diamante enquanto podem refractar a luz e
fazer a intervenção quando throughs
atravessa a rocha.
• As inclusões em um diamante são originais
sendo às vezes vistas como “impressões
digitais da natureza” enquanto podem ser
percetíveis em indivíduos de diamantes.

• Um representante de uma inclusão é um
cristal ou um mineral encaixado.
• Estas são realmente cifras que designam um
diamante menor, preso dentro do diamante
maior, estava dando forma como cristal.
Outros tipos de inclusões incluem: pinpoints,
plumagem, nuvens, nós, poços, segmentação,
bearding e graining interna.
• Defeitos no diamante
• Além de defeitos morfológicos dos cristais de
diamante, anteriormente acima referidos,
existem também defeitos de outro género,
sendo inclusões e fissuras internas.
• Na superficie ou dentro dos cristais,
encontram-se as fissuras e cavidades (poros)
diversos, os quais diminuem a qualidade dos
cristais de diamante.
4
• inclusões nos cristais, observados com o lupa de
ampliação de X6 (Botcharov e out., Encontram-se cinco
categorias de qualidade, que dependem do carácter de
1991).
• 1a qualidade – diamantes puros com defeitos invisiveis
• 2a qualidade – defeitos isignificativos pouco visiveis ;
• 3a qualidade – defeitos pequenos certamente visiveis ;
• 4a qualidade – inclusões e fissuras grossas visiveis sem
ampliar, minores a ⅓ do cristal;
• 5a qualidade – inclusões e fissuras muito grandes
ocupando mais do que 1/2 do cristal.
5
• Aplicação e uso do diamante
• O diamante natural é usado comercialmente:
como gema, no mercado de jóias e como
diamante industrial.
• Possivelmente, o primeiro uso industrial do
diamante foi na forma de pó, para polimento de
gemas de diamante e outras pedras preciosas.
• A técnica de polimento e corte do diamante foi
desenvolvida na Índia, antes de 1400.
• Até o ano de 1860, o principal uso do diamante
era para cortar vidro.
• O uso do diamante para cortar metal, data de
1860, no entanto, o elevado preço das
ferramentas de diamante constituiu uma
desvantagem para sua aceitação.
• Quando as vantagens em usar diamante se
tornaram conhecidas, aumentou a sua demanda
(Smoak, 1985).
• Segundo esse autor, a broca a diamante foi
usada pela primeira vez na África do Sul.
• Com a descoberta do diamante neste país,
em 1867, criaram-se as condições para o uso
do diamante tendo-se observado um aumento
da sua demanda, para brocas de perfuração.
Os diferentes usos do diamante incluem
(Olson, 2002):
• • Cortador de vidro;
• • Serras diamantadas;
• • Coroas diamantadas para sondagem na pesquisa mineral;
• • Corte de rochas ornamentais;
• • Brocas de perfuração de poços de petróleo;
• • Inspeção de concreto em diferentes estruturas;
• • Manufatura de máquinas;
• • Manufatura de peças de refratário para revestimento de forno;
• • Fabricação de esmeril;
• • Indústria automobilística;
• • Indústria aeroespacial;
• • Circuitos eletrônicos;
• • Lentes para equipamentos de radiação a laser;
• • Suporte de disco na indústria de computador;
• • Instrumentos cirúrgicos;
• • Polimento de pedras;
• • Corte de pedras;
• • Gravura;
• • Abrasivos.

• Há dois tipos de diamante industrial natural:
pedra de diamante, normalmente maior do
que 60 malhas (250 μm), e o diamante bort
(menor, material fragmentado).
• As pedras de diamante são usadas
principalmente em brocas de perfuração e
também incorporadas em ferramentas simples
ou de múltiplos pontos, serras de diamante,
esmeril etc.
• O diamante bort é usado para brocas de
perfuração, como grãos abrasivos para
polimento.
• Outras ferramentas que usam o diamante
bort cravejado em uma matriz são: cortadores
de vidro, instrumentos cirúrgicos etc.
• Os diamantes sintéticos do tipo grit (areia) e
pó são usados em esmeril à diamantes, serras,
ferramentas e brocas impregnadas, sendo
também utilizados como compostos abrasivos
para polimento.
• Pó e compostos feitos de diamante sintético
são empregues, principalmente, para
acabamento óptico de superfície, jóias,
gemas, ferramentas de corte etc.
• Uma centena de outros produtos feitos a
partir de metais, cerâmicas, plásticos e vidro
usa o pó de diamante para fazer o seu
acabamento.
• O diamante possui várias qualidades e dentre
essas se destacam: a dureza, resistência à
compressão, condução térmica etc.
• Outra propriedade importante do diamante é
a sua resistência ao calor.
• É uma das razões porque as ferramentas
submetidas a constantes variações térmicas
têm que ser trocadas, no entanto, os
diamantes podem ser reaproveitados.
• A dureza é a principal propriedade do
diamante, fundamentalmente quando esse se
destina ao uso industrial.
• O diamante resiste à abrasão, mas não ao
choque.
• Até hoje, o diamante é o mais duro dos
materiais.
Sua dureza, seu índice de refração e sua
raridade natural fazem com que o diamante
tenha um interesse gemológico ímpar.
• A condutibilidade térmica do diamante aliada
a um coeficiente de dilatação térmica muito
pequeno, confere ao diamante várias
aplicações nos trabalhos relacionados com
substâncias duras: corte, polimento, trefilação
etc. (Simon, 1970).
• Segundo Schwartz (1984), algumas
propriedades do diamante lhe conferem uma
aparência peculiar:
• i. alto índice de refração (2,417) produz a reflexão
total de grande parte da luz incidente, conferindo
brilho ao diamante;
• Diamante 392
• ii. A alta dispersão, ou seja, a separação da luz
branca incidente nas cores do arco-íris, confere
ao diamante a propriedade conhecida como
‘fogo’;
• iii. A dureza elevada lhe confere resistência
mecânica, no entanto, o diamante é bastante
sensível ao choque devido à sua clivagem
perfeita;

• O diamante reúne três características
importantes que fazem deste uma excelente
gema: resistência mecânica ao uso, raridade (para
1 quilate é necessário processar 20 t de rocha) e
apenas uma pequena percentagem dos
diamantes recuperados tem qualidade de gema.
A combinação de tamanho, cor e forma, tornam
o diamante único; a beleza vem do seu brilho
(alto índice de refração), luz, cintilação etc., que
supera seus concorrentes.
• A seguir são apresentadas, na Tabela 3, as
propriedades do diamante e de outras gemas.

• Cores
• Dureza (Mohs)
• Densidade
• Índ. de Refração (brilho)
• Dispersão (luz)
• Diamante Natural
• Incolor, Amarelo, Marrom, Rosa, Verde, Cinza,
Preto.
• 10
• 3,52
• 2,417*
• 0,044
• Granada com Gadolínio e Gálio
• Incolor
• 7
• 7,05
• 2,05*
• 0,038
• Granada com Ítrio e Alumínio
• Incolor
• 8+
• 4,65
• 1,8333*
• 0,028
• Titanato de Estrôncio
• Incolor
• 5-6
• 5,13
• 2,41*
• 0,19
• Pasta (vidro de chumbo)
• Incolor
• 5,5
• 3,74
• 1,63*
• variável
• Zirconita Cubica
• Incolor
• 8,5
• 5,4-5,7
• 2,15*
• 0,060
• Niobato de Lítio
• Incolor
• 6
• 4,64
• 2,21-2,30**
• 0,13
• Zircão
• Incolor, Amarelo, Marrom, Vermelho, Púrpura, Azul, Verde.
• Cores
• Dureza (Mohs)
• Densidade
• Índ. de Refração (brilho)
• Dispersão (luz)
• Topázio
• Incolor, Amarelo, Marrom, Vermelho, Azul, Verde.
• Diamante Natural
• Incolor, Amarelo, Marrom, Rosa, Verde, Cinza, Preto.
• 10
• 3,52
• 2,417*
• 0,044

• Quartzo
• Incolor
• 7
• 2,65
• 1,544-1,553**
• 0,013

• *refração simples; **refração dupla

• Tabela 3 - sobre as propriedade dos diamantes e outras gemas


• Ocorrência do diamante no mundo
• Cerca de 80% da produção diamantífera
mundial provém da exploração de depósitos
secundários, de aluvião, na maior parte das
vezes recobertos por camadas estéreis mais
ou menos espessas.
• Estes depósitos são todos explorados a céu
aberto utilizando equipamento de remoção de
terras e material de transporte de grande
capacidade, pois um depósito diamantífero
• será economicamente explorável se a relação
peso de diamante/peso de estéril for da ordem
de 1/25 000 000, significando que para se obter
um quilate (0,2 g) será necessário remover cinco
toneladas de material mineralizado (minério).
• Estando os aluviões mineralizados geralmente
recobertas por espessas camadas estéreis, haverá
primeiramente que as remover para depois
desmontar o material diamantífero.
Seguidamente este material, o «cascalho» como
normalmente é designado nas minas, será
transportado para as lavarias
• onde é submetido a tratamento adequado para
separação dos diamantes do material estéril.
Compreende-se deste modo as enormes
quantidades de materiais que é necessário
remover primeiro e tratar depois, para obter
diamantes.
• Por estes motivos, nas grandes explorações de
diamantes, têm sido desenvolvidos métodos e
técnicas sofisticadas de remoção de terras a
custos unitários baixos: desmonte hidráulico,
utilização de grandes e poderosos meios
mecânicos, etc.
• No caso dos jazigos primários, os quimberlitos,
• Dadas as características, inicia-se a sua
exploração a céu aberto para, a partir de certa
profundidade, se passar para a exploração
subterrânea.
• 2. No entanto, é de notar que os depósitos
aluvionares principiaram a ser explorados há
alguns séculos, primeiro na Índia, depois no Brasil
com os Portugueses, por processos e com meios
muito rudimentares.
• O desmonte e a extração eram feitos a «pá e
picareta», o transporte do minério era manual,
em cestos ou em carrinhos de mão, e o seu
tratamento era realizado com bateias manuais.
Ainda hoje este procedimento é adotado com
pequenas
• variantes pelos «diggers» da República da
África do Sul, pelos «garimpeiros» do Brasil e
um pouco em todos os países onde são
extraídos diamantes por pequenos
exploradores.
• Também se deve destacar que a maioria dos
depósitos aluvionares não são de grande
extensão nem encerram grandes
• quantidades de diamantes, pelo que, um só
depósito, não justificará, só por sí, a utilização
de grandes e sofisticados meios de remoção
de estéril, extração e transporte de material
diamantífero.
• Por isso é que ainda subsistem por todo o
mundo onde sobretudo se realizam pequenas
explorações de diamantes, tem sido comum,
utilizarem meios muito rudimentares, quer
materiais quer humanos.
• Os grandes meios mecânicos — grandes drag-
lines, moto-scrapers,
• escavadoras e retroescavadoras, bulldozers, —
apenas são utilizados pelas empresas, etc.,
concessionárias de vários grandes depósitos,
que os vão empregando sucessivamente na
exploração de vários jazigos.
• Há também explorações diamantíferas nos
leitos dos rios: nestas, ou o material
diamantífero é retirado do leito por dragagem
como acontece em algumas explorações da
Costa do Marfim e da Venezuela e foi também
ensaiado em
• Angola, nos rios das Lundas, pela Companhia
de Diamantes de Angola, ou, então, os rios são
desviados para leitos artificiais e a extracção
do cascalho é realizada com meios humanos e
mecânicos mais adequados, como a
Companhia de Diamantes de Angola procedia
nas explorações do rio Cuango.
• Outros casos de ocorrência particular são as
praias — Namíbia — e os leitos
6
• Em busca dos diamantes
• Embora o alumínio, minério de ferro e
petróleo sejam riquezas naturais exploradas
atualmente em maior escala, a nível da
mineração, o ouro e o diamante sempre
estiveram juntos aos grandes anseios não
apenas das multinacionais vocacionadas a
extração mineira, mas da própria
humanidade.
• Mas o diamante tem permanecido fugidio.
Localizar reservas de diamante é muito mais
difícil do que encontrar agulhas em meros
palheiros, tornando um "mapa da mina de
diamante" provavelmente é muito mais
valioso do que um "mapa da mina de ouro".

• Tipos de minas de diamante
• Há dois tipos de "minas de diamante" - que os
geólogos chamam de ocorrência.
• Uma ocorrência de grande porte e já
mensurada passa a ser considerada uma
reserva.
• E uma reserva explorada comercialmente
torna-se uma mina.
• O primeiro tipo são os diamantes de aluvião,
cuja rocha matriz - onde o diamante nasceu -
sofreu um desgaste erosivo ao longo de
milhões de anos, fazendo com que as
preciosas pedras rolassem e se depositassem
em regiões mais baixas dos leitos dos rios,
atuais ou passados.
• A maior parte dos diamantes que foram
encontrados em Angola são desse tipo de
reserva mineral.
• O segundo tipo é o kimberlito, a rocha matriz
onde o diamante se forma, a grandes
profundidades e pressões enormes.
Movimentos tectônicos, ou a própria erosão
do terreno circundante, podem deixar essas
rochas até bem próximo da superfície,
facilitando a exploração.
• A maioria das grandes minas de diamante,
como as da África do Sul, são minas de
kimberlito.
• . Mapa da mina de diamante
• Mas, como se formam a profundidades muito
grandes, encontrar kimberlitos é muito difícil e
não existem muitas técnicas para que isso seja
feito em larga escala.
• Em trabalho de grande impacto, realizado por
um grupo internacional composto por
geólogos, conseguiu mapear milhares de
kimberlitos ao longo de toda a Terra.
• O estudo poderá ajudar na localização de
áreas com maior probabilidade de se
encontrar diamantes.
• O resultado obtido por estes estudiosos não
se pode considera-lo como um mapa
definitivo com prováveis minas diamantíferas.
Os esforços realizados para este fim, segundo
estes cientistas, concentraram-se em áreas
mais antigas da crosta continental, uma faixa
de pouco mais de 300 quilômetros de
espessura e 2,5 bilhões de
idadeade.[Imagem: Torsvik et al./Nature]
• . Como se formam os diamantes
• Os diamantes são formados em condições de
alta pressão a mais de 150 mil metros de
profundidade, no manto, a camada da
estrutura terrestre que fica entre o núcleo e a
crosta.
• A distribuição desses diamantes no subsolo é
controlada por plumas mantélicas, um
fenômeno geológico que consiste na ascensão
de um grande volume de magma de regiões
profundas.
• Essa distribuição natural tem sido feita dessa
forma há pelo menos meio bilhão de anos.
• As plumas, originadas da fronteira entre o
núcleo e o manto terrestre, são responsáveis
pela distribuição dos kimberlitos, as raríssimas
rochas vulcânicas das quais são retirados os
diamantes.
• Os cientistas reconstruíram as posições das
placas tectônicas nos últimos 540 milhões de
anos de modo a localizar áreas da crosta
continental relativas ao manto profundo nos
períodos em que os kimberlitos ascenderam.
• "Estabelecer a história da estrutura do manto
profundo mostrou, inesperadamente, que
dois grandes volumes posicionados logo acima
da divisão entre o manto e o núcleo têm-se
mantido estáveis em suas posições atuais no
último meio bilhão de anos," disse Kevin
Burke, professor de geologia na Universidade
de Houston, nos Estados Unidos, um dos
autores do estudo.
• Dúvidas geológicas
• De acordo com os pesquisadores, esses
kimberlitos, muitos dos quais trouxeram
diamantes de mais de 150 quilômetros de
profundidade, estiveram associados com
disparidades extremas em grande escala no
manto mais profundo.
• Essas zonas adversas seriam nas quais as
plumas mantélicas se formaram.
• Estranhamente, contudo, suas localizações
parecem ter-se mantido estáveis ao longo do
tempo geológico.
• "O motivo para que esse resultado não tenha
sido esperado é que nós, que estudamos o
interior da Terra, assumimos que, embora o
manto profundo seja sólido, o material que o
compõe deveria estar em movimento todo o
tempo, por causa de o manto profundo ser tão
quente e se encontrar sob elevada pressão,
promovida pelas rochas acima dele", disse.
• No que se refere à primeira descoberta de
diamantes no Mundo, estes tiveram início na
Índia muitos séculos antes de Cristo de acordo
com os registos que se encontraram nos
textos Sânscritos de Arthasastra e
Ratnapariska, segundo Legran (1984) e Janse
(1996), e até ao século XVII era o único
produtor mundial de diamantes, segundo
Tavernier.
• Somente depois da segunda metade do século
XIX, foram encontrados diamantes numa
rocha ultramáfica com um aspecto muito
peculiar perto da cidade de Kimberley, o
bautismo do nome Kimberlitos, dado por H. C.
Lewis em 1987.
• Mas provem, dado ter sido encontrado pela
primeira vez numa rocha, numa exploração
em Bultfontein e Dorstfontein, localmente
conhecido como Dutoitspan, em 1869, numa
região da África do Sul.
• Do que dependeu e como se caracterizou a
prospecção de diamantes em Angola

• Está estatisticamente provado que a riqueza
mineira de um território, encarada
globalmente, depende exclusivamente da sua
extensão.
• Deste modo, sendo o território de Angola
extenso é, necessariamente, rico em
ocorrências
• Mas, a natureza das ocorrências minerais
depende das condições geológicas e
metalogénicas da região onde se verificam.
Por isso, variando largamente a natureza das
formações geológicas e as respectivas
características metalogénicas, cada região da
crusta apresenta afinidade para determinados
tipos de jazigos minerais
• O primeiro diamante que se sabe ter sido
encontrado em Angola foi na Lunda, na bacia
do rio Chiumbe, pelos prospectores Johnston
e Mac Vey.
• Em virtude desta descoberta um estudo
contínuo e sistemático das possibilidades em
diamantes de Angola veio a ser iniciado em
1913
• Pela Companhia de Pesquisas Mineiras de
Angola e depois, em 1920, continuado e
intensificado pela Companhia de Diamantes
de Angola a qual realizou, na década de
1920/1930, a prospecção geral de quase todo
o território de Angola.
• No entanto, as conclusões dos trabalhos
então efetuados não são hoje inteiramente
válidos pelo que será necessário repeti-los e
encará-los à luz de uma economia de
exploração agora completamente diferente da
existente há 40 anos.
• Províncias das Lundas e Malanje

• No período antes independência, toda a
produção de Angola resultava dos jazigos em
exploração sob tutela da ex-Companhia de
Diamantes de Angola, produção esta que foi
aumentando gradualmente o que colocava
Angola como o terceiro produtor mundial de
diamantes joia.
• A produção da Companhia foi, nos últimos 64
anos, de 21.167.489 de quilates.
• Os principais jazigos, atualmente em exploração,
situam-se nas províncias das Lundas.
• Os jazigos explorados nas provincias das
Lundas são tanto jazigos primários (chaminés,
diques e tufos quimberlíticos) como
secundários (eluviões e aluviões).
• Uma grande série de afloramentos de rochas
quimberlíticas (Chaminés, diques e tufos) é
conhecida, atualmente, nas bacias
hidrográficas dos rios Chicapa e Luachimo,
totalizando vinte e nove no final de 1964, dos
quais dezoito se situam na bacia do rio
Chicapa e onze na do rio Luachimo.
• Estas ocorrências quimberlíticas parecem
constituir um único distrito quimberlítico
embora se espalhem por uma zona extensa,
com cerca de 38 quilómetros de comprimento
por 22,5 quilómetros de largura, nas bacias
dos rios Luachimo e Chicapa, entre os
paralelos 9º 00´S e 8º 30´S.
• Deve esclarecer-se que grande número
daquelas ocorrências ou não são
diamantíferas ou não são atualmente
exploráveis em condições económicas.
• Deste modo, somente dois afloramentos de
quimberlitos naquele período estavam em
exploração: Camutué e Caixepa, ambas
situadas na bacia do rio Luachimo.
• A produção destes jazigos primários
representava ainda uma pequena
percentagem da produção total da Companhia
de Diamantes de Angola.
• Os depósitos secundários (aluviões) estão
relacionados com a «Formação Calonda», a
qual se atribui ao Cretácico médio a superior,
constituindo os seus sedimentos as camadas
detríticas diamantíferas mais antigas, até
agora conhecidas (abstraindo, claro está, das
que estão em relação directa com as rochas
quimberlíticas).
• Pela lavagem dos conglomerados da
«Formação Calonda» foi revelado um certo
número de minerais provenientes da erosão
de rochas quimberlíticas (diamantes, ilmenite,
diópsido e granada da variedade piropo) e
outros derivados principalmente da
fragmentação de rochas eruptivas e
metamórficas
• Acontece que os conglomerados basais da
«Formação Calonda» (a qual deve ter coberto
a maior parte do nordeste da Lunda) se Têm
apresentado sempre mais ou menos
mineralizados em diamantes.
• Estas mineralizações não são, porém
contínuas e nem sempre apresentam teores
em diamantes que permitam uma exploração
económica.
• Tal facto explica-se pelas diferentes condições
de deposição, pela erosão originada por
movimentos torrenciais, pelo avanço de
alguns cones de dejeção nos canais das zonas
deprimidas e ainda por outros fatores locais.
• Admite-se, no entanto, que a ação posterior
das correntes de água pode efetuar uma
reconcentração dos diamantes da «Formação
Calonda».
• Deste modo, ao longo das bacias dos atuais
rios das Lundas (Luembe, Chiumbe, Luachimo
e Chicapa), a norte do paralelo 9º 00´S,
encontram-se vários depósitos aluvionares de
diamantes.
• Atendendo às condições do estabelecimento
das atuais bacias hidrográficas e à alternância
das fases de sedimentação e erosão,
facilmente se compreende que foi possível a
formação de depósitos de características
muito variáveis não só do ponto de vista
morfológico como do teor em diamantes.
• Assim, distinguia a Companhia de Diamantes
de Angola, os «depósitos de colina» dos
«depósitos de vale».
• Os «depósitos de colina» correspondem a
terraços fluviais, a diferentes níveis, conforme
a sua idade, ou a conglomerados basais de
«Formação» Calonda», correspondendo os
«depósitos de vale», aos depósitos situados
sensivelmente ao nível atual dos rios.
.

• A Companhia de Diamantes de Angola


explorava a maioria destes depósitos com
pequenas instalações (eram naquela época
41) e uma instalação já de grande capacidade,
no Luxilo.
• As pequenas instalações encontravam-se
agrupadas estando assim distribuídas:
• Cassanguidi - grupo de 12 minas situadas junto
da fronteira com a República do Congo nas bacias
dos rios Chiumbe e Luembe. 34
• Andrada- grupo com 7 minas situadas na bacia do
rio Uembe, imediatamente a Sul do grupo
Cassanguidi.
• Maludi - grupo com 9 minas distribuídas pelas
bacias dos rios Luembe, Chiumbe e Luana.
• Lucapa - grupo com 9 minas nas bacias dos rios
Luachimo e Chiumbe, ficando o centro do grupo
situado cerca de 30 quilómetros a sul do posto do
Camissombo.
• Fazem parte deste grupo de minas as do
Camutué e Caixepa.
• Calonda- grupo com 4 minas todas situadas na
bacia do rio Chicapa, afluente Calonda, a
oeste do grupo Lucapa.
• Os depósitos em exploração naquela altura na
província de Malanje situavam-se todos no
leito do rio Cuango, entre as povoações de
Capenda, ao sul, e Luremo, ao norte.
• Estes depósitos estabelecem-se nas
concavidades e fraturas das rochas que
constituem o leito do rio, vulgarmente
chamadas «marmitas».
• O teor destes depósitos é geralmente muito
elevado e os diamantes recuperados de
relativa boa qualidade.
• A origem destes diamantes ainda não está
esclarecida, já naquele período a Companhia
de Diamantes de Angola continuava a efetuar
estudo da região, tendo deixado este legado
para a ENDIAMA, E.P (Empresa Nacional de
Diamantes de Angola, Empresa Pública).
• Nas margens do rio Cuango foram já
descobertos alguns depósitos mas com
reservas relativamente pequenas.
• Província do Namibe

• Independentemente da área que tinha sido
concedida à Companhia de Diamantes de
Angola há ainda a considerar a faixa costeira,
onde, no extremo sul, junto da foz do rio
Cunene e junto ao Morro Vermelho foi
assinalada, em 1922, a existência de
diamantes.
• A origem destas ocorrências ainda não se
encontra estabelecida mas parece tratar-se de
depósitos marinhos antigos.
• A recente descoberta de ocorrências
diamantíferas junto da costa do Sudoeste
Africano faz admitir que, na plataforma
continental de Angola, possam existir
diamantes embora nenhum estudo tenha
ainda sido feito para esclarece-lo.
• Há várias indicações de ocorrências de
depósitos de diamantes na área que tinha sido
considerada como Reserva do Estado
português, criada pela Portaria n.º 89, de 9 de
Maio de 1928, que ainda não foram
confirmadas e estudadas.
• Embora sejam conhecidos os diamantes em
Angola desde o Sec. XVI, a descoberta
comercial das jazidas diamantíferas em
Angola, ocorreu nas Lundas em 1912 por um
Geólogo Belga da Societé Internationale
Forestière et Minière (Forminiere) ao longo do
fluxo de Mussalala no banco direito do Rio
Chiumbe, perto da fronteira com a atual
República Democrática do Congo. Passado 5
anos, foi constituída a Diamang,
• Empresa pública Portuguesa comparticipada
pela De Beers e por determinados interesses
financeiros ligados ao comércio tradicional
dos diamantes estabelecidos nas praças da
Europa.
• A Diamang, trabalhou nos depósitos fluviais
nas localidades do Dundo, Cassanguidi, Nzagi,
Maludi, Lucapa, Calonda, Lova e Cuango.
• O primeiro Kimberlito a ser descoberto em
Angola, ocorreu no Rio Chicapa com a chaminé
do Camafuca-Camazambo em 1952.
• A seguir mais de 600 Kimberlitos foram
indentificados. No período colonial entre os anos
de 1961 e 1974, existiu uma exploração de rocha
compacta, a chaminé Kimberlítica de Camutué
Oeste com uma profundidade de 50 m. Assim,
face a toda esta conjuntura e durante dezenas de
anos, existiu por parte da Diamang também um
acesso controlado à região, chegando-se mesmo
entre as décadas de 70 e 80
• Depois da independência em 1975, a Diamang
continuou a desenvolver a sua atividade que
depois passou a ser assumida pela Endiama.
Esta desenvolveu uma tarefa difícil, dado que
com uma guerra civil a organização da
mineração tornou-se difícil bem como a
exploração diamantífera.
• Desta forma, o Governo Angolano teve de
tomar decisões a respeito do sub-sector
diamantífero relativamente as províncias das
Lundas, tendo a Endiama passado a
contratualizar concessões, nomeadamente
com a SDM e Odebrecht (Brasil), Almazy Rossi
– Sakha (Russa).
• Neste período, e com a abertura democrática no
início dos anos 90, gerou-se um fluxo de migração
incontrolável para este território de cidadãos
nacionais e estrageiros, atraídos evidentemente
pelo garimpo.
• Mas, devido à guerra que se seguiu, muitas
concessionárias interromperam os trabalhos de
lavra ou rescindiram os seus planos de
prospecção e exploração, embora que em 1997
foram efetuadas 56 licenças de exploração para
grupos internacionais mais pequenos com áreas
com cerca de 100 m2 a 1000 m2.
• Somente aquando da aprovação do terceiro
pacote pelas Nações Unidas (ONU) em 1998
(em Angola e noutros países), ocorre a
proibição do comércio de diamantes que
serviam para o financiamento das guerrilhas,
os chamados “diamantes de sangue”.
• Relativamente a história de produção de
diamantes em Angola, pode-se afirmar que
mesmo com a independência sobre Portugal
ou com a guerra civil pós independência, as
explorações num ponto de vista geral foi
“virtualmente paralisada” segundo Helmore,
1984.
• A evolução da exploração em carats foi
sempre aumentando, embora tenha tido
quebra num ou noutro ano, isto é, de uma
forma linear a exploração diamantífera tem
vindo a aumentar desde que foi identificado o
primeiro diamante.
• Em 1921 a produção anual está estimada em
100,000 carats, em 1940 em 800,000 carats,
em 1945 centrou-se em 1 milhão de carats,
atingindo em 1973 cerca de 2,4 milhões de
carats, diminuindo sim nos anos seguintes,
com uma contabilidade na produção oficial
em 1986 com cerca de 270,000 quilates e no
início dos anos 90 com mais de 900,000
milhões de quilates, aumentando
sucessivamente a produção até aos nossos
dias.
• As primeiras explorações em Angola ocorrem nas
áreas de Andrada e Lucapa na região das Lundas
com um potencial estimado em 0,2 a 0,3
quilates/m3. Desde 1970, a área do Cuango foi
um local de grande importância na exploração de
diamantes com um potencial estimado de 2 a 5
quilates/m3, atingindo em certas áreas segundo
Helmore (1984) 100 quilates/m3.
• Mas, neste país de grande riqueza foram
também encontrados diamantes na região
central, mas também na região sudeste e
sudoeste.
• Nas presentes áreas encontramos chaminés
Kimberlíticas nas regiões do Huambo, Andulo,
Saurimo e Mavinga, entre outros locais que
ainda não tiveram os diversos estudos
geológicos, com a finalidade de se obter
dados necessários para se saber se possuem
ou não potencialidades de exploração.
• Deve-se referir que em Angola os diamantes
explorados têm uma qualidade de relevo,
estando situados mundialmente na terceira
posição do ranking, com gemas centradas
segundo Kun (1987) entre 8 a 10 quilates.

• MUITO OBRIGADO
• Introdução
• A República de Angola situa-se na costa do Atlântico
Sul da Africa Ocidental, entre a República da Namíbia a
Sul, a República do Congo a Norte, mas faz fronteira
também com a República Democrática do Congo e da
República da Zâmbia, tem uma área com cerca de
1.246.700 Km2, com uma costa marítima de 1650 Km e
com uma fronteira terrestre de 4837 Km.
• As coordenadas de Angola encerem-se entre a Latitude
Norte 04°22`G, e Latitude Sul 18°02`G e a Longitude
Leste 24°05`E.G, e Longitude Oeste 11°41`E.G.
• Em termos económicos, Angola teve um
crescimento sempre acima dos 20% nos últimos
anos, por informação do Banco Mundial e FMI
(Fundo Monetário Internacional).
• Muito deste crescimento deriva da indústria
petrolífera, mas outros sectores estão em
crescimento como a construção civil,
comunicações, serviços, agricultura, pesca, etc.
No entanto, para além do petróleo, a exploração
de outros recursos naturais têm vindo a
aumentar nomeadamente a exploração mineira
do diamante.
• A economia Angolana é desta forma dominada
pelos recursos petrolíferos e dos diamantes,
como exemplo, só em Cabinda existem 62% dos
recursos petrolíferos do país.
• Mas a produção nas explorações diamantíferas
tem evoluído dado o controlo das conceções do
Ministério de Geologia e Minas e do próprio
Governo Angolano, mas temos de ter em conta
que só controla neste caso cerca de 70% da
exploração, dado que os garimpeiros controlam a
restante percentagem provavelmente com mais
de 350 Mil garimpeiros.
• Sociedade Mineira do Catoca, Ltd, labora na chaminé
diamantífera do Catoca, próximo da cidade de Saurimo,
com as reservas estimadas em 40 Milhões de quilates,
sendo o líder na produção de diamantes em Angola.
• - Sociedade de Desenvolvimento Mineiro de Angola SARL,
labora em depósitos secundário com 85,600 Km2 no Rio
Cuango, perto da cidade de Luzamba. Numa primeira fase
iniciou a sua laboração na mina de Tázua (aluvionar).
• - Associação de Chitotolo, onde no ano 2000 exploraram
194,000 quilates.
• - Diamond Works, Ltd, no aluvião do Luo e do Yetwene.
• - Sociedade Mineira do Camafuca, Ltd, no Kimberlito de
Camafuca com uma estimativa de exploração na ordem dos
23,24 Milhões de quilates.
• -
• Trans Hex Group, Ltd, Endiama, Micol e Som Veterang, estão a
proceder a exploração no aluvião do Fucuana, com um potencial de
1,7 Milhoes de carats, bem como do aluvião do Luarica, com
reservas na ordem dos 800,000 quilates.
• - Sociedade Mineira de Lucapa e a Sociedade Portuguesa de
Investimentos, iniciaram a alguns anos os estudos para projectos
aluvionares Lunda Norte e Lunda Sul em Calonda, Lucapa e Mufuto.
• - Energem Resources Inc., Alrosa e o Banco Espírito Santo estão a
proceder a exploração de Depósitos diamantíferos no Luo.
• - Petra Diamonds Alto Cuilo Limited, constituído por Petra
Diamonds Limited juntou-se ao Billiton World Exploration Inc. para
desenvolver um projeto de exploração no Alto Cuilo.
• - Sociedade Mineira do Cuango, Ltd, entre outros.

• Figura 334433 – Localizações de operações
mineiras formais nas Lundas, segundo
Christian Dietrich (20
• No que se refere à sociedade garimpeira tanto
nacional como estrageira no território Angolano,
esta tem tido uma vida deveras complicada com
as autoridades civis e grupos privados.
• A repressão quotidiana e brutal em que vivem,
relativamente aos abusos contra os direitos
humanos de que são vítimas, e relatadas pelos
diversos relatórios efetuados informando sobre a
ocorrência de perseguições, espancamentos,
tortura, detenções, liberdade de circulação,
violações sexuais, disparos e homicídios, afeita
esta sociedade profundamente. Estamos perante
uma atividade que atinge um valor monetário
muito grande.
• Embora sejam conhecidos os diamantes em Angola
desde o Sec. XVI, a descoberta comercial das jazidas
diamantíferas em Angola, ocorreu nas Lundas em 1912
por um Geólogo Belga da Societé Internationale
Forestière et Minière (Forminiere) ao longo do fluxo de
Mussalala no banco direito do Rio Chiumbe, perto da
fronteira com a atual República Democrática do Congo.
Passado 5 anos, foi constituída a Diamang, empresa
pública Portuguesa comparticipada pela De Beers e por
determinados interesses financeiros ligados ao
comércio tradicional dos diamantes estabelecidos nas
praças da Europa. A Diamang, trabalhou nos depósitos
fluviais nos Distritos do Dundo, Cassanguidi, Nzagi,
Maludi, Lucapa, Calonda, Lova e Cuango.
• O primeiro Kimberlito a ser descoberto em
Angola, ocorreu no Rio Chicapa com a chaminé
do Camafuca-Camazambo em 1952.
• A seguir mais de 600 Kimberlitos foram
identificados. No período colonial entre os anos
de 1961 e 1974, existiu uma exploração de rocha
compacta, a chaminé Kimberlítica de Camutué
Oeste com uma profundidade de 50 m. Assim,
face a toda esta conjuntura e durante dezenas de
anos, existiu por parte da Diamang também um
acesso controlado à região, chegando-se mesmo
entre as décadas de 70-80, a inclusão no sistema
de uma guia de marcha especial emitida pelos
serviços de Segurança do Estado para que as
pessoas não nativos, podassem circular na região.
• Depois da independência em 1975, o papel da
Diamang foi assumido pela Endiama.
• A Endiama desenvolveu uma tarefa difícil, dado que
com uma guerra civil a organização da mineração
dificultou a exploração.
• Desta forma, o Governo Angolano teve de tomar uma
atitude nas Lundas e a Endiama passou a contratualizar
concessões, nomeadamente com a SDM e Odebrecht
(Brasil), Almazy Rossi – Sakha (Russa).
• Neste período, e com a abertura democrática no início
dos anos 90, gerou-se um fluxo de migração
incontrolável para este território de cidadãos nacionais
e estrageiros, atraídos evidentemente pelo garimpo.
• Relativamente a história de produção de diamantes em
Angola, pode-se afirmar que mesmo com a independência
sobre Portugal ou com a guerra civil pós independência, as
explorações num ponto de vista geral foi “virtualmente
paralisada” segundo Helmore, 1984.
• A evolução da exploração em carats foi sempre
aumentando, embora tenha tido quebra num ou noutro
ano, isto é, de uma forma linear a exploração diamantífera
tem vindo a aumentar desde que foi identificado o primeiro
diamante. Em 1921 a produção anual está estimada em
100,000 carats, em 1940 em 800,000 carats, em 1945
centrou-se em 1 milhão de carats, atingindo em 1973 cerca
de 2,4 milhões de carats, diminuindo sim nos anos
seguintes, com uma contabilidade na produção oficial em
1986 com cerca de 270,000 quilates e no início dos anos 90
com mais de 900,000 milhões de quilates, aumentando
sucessivamente a produção até aos nossos dias.
• As primeiras explorações em Angola ocorrem
nas áreas de Andrada e Lucapa na região das
Lundas com um potencial estimado em 0,2 a
0,3 quilates/m3.
• Desde 1970, a área do Cuango foi um local de
grande importância na exploração de
diamantes com um potencial estimado de 2 a
5 quilates/m3, atingindo em certas áreas
segundo Helmore (1984) 100 quilates/m3.
• Mas, neste país de grande riqueza foram também
encontrados diamantes na região central, mas também
na região sudeste e sudoeste.
• Nas presentes áreas encontramos chaminés
Kimberlíticas nas regiões do Huambo, Andulo, Saurimo
e Mavinga, entre outros locais que ainda não tiveram
os diversos estudos geológicos, com a finalidade de se
obter os dados necessários para se saber se têm ou
não potencialidades de exploração.
• Deve-se referir que em Angola os diamantes
explorados têm uma qualidade de relevo, estando já
colocado mundialmente na terceira posição do ranking,
com gemas centradas segundo Kun (1987) entre 8 a 10
quilates.
• Durante milénios apenas foram explorados os
jazigos diamantíferos aluviais, sendo apenas
descoberto o ambiente Kimberlítico a poucos
anos.
• Este ambiente é a mais importante fonte de
ocorrência de Diamantes conhecida.
• Somente depois da segunda metade do século
XIX, foram encontrados diamantes numa
rocha ultramáfica com um aspeto muito
peculiar perto da cidade de Kimberley,
• O conhecimento relativo a formação dos
Kimberlitos tem evoluído bastante, mas
apesar de serem estudados, provoca na
comunidade científica ainda opiniões
divergentes.
• Em Angola, os diamantes são separados em
duas categorias, os primários que aparecem
nas rochas produtoras de diamantes
(Kimberlitos) e em depósitos sedimentares
secundários (aluvião).
• Os Kimberlitos são rochas ígneas raras com
grande potencial petrológico e económico
quando contêm diamantes.
• Este tipo de rocha tem particular interesse,
como exemplo para o conhecimento científico
na evolução do manto, na ponderação de
rochas de diatremas para os vulcanólogos e na
descoberta de diferentes variedades de
diamantes.
• Os Kimberlitos ocorrem nas zonas dos
Cratões, plataformas da crosta terrestre que
estiveram estáveis desde o período Pré-
câmbrico, onde a ocorrência de Kimberlitos
diamantíferos é restrita a um ambiente
geotectónico bem definido, tectonicamente
estabilizados com idade anterior a 1600-1500
Ma, segundo Clifford (1966
• ). Este conceito foi consagrado como regra,
apelada Regra de Clifford, sendo os seus
fundamentos teóricos baseados nas
exigências impostas pelas condições físico-
químicas, necessárias à estabilização do
carbono cristalizado como diamante, no
manto que se restringe a uma janela de
estabilidade, somente possível nas quilhas de
zonas crustais espessas, de baixo gradiente
geotérmico, preservadas apenas nos núcleos
cratónicos estáveis da crosta.
• Os Kimberlitos são rochas de grande raridade
ocorrendo na crosta terrestre numa
percentagem inferior a 1%, e aparecem em
forma de chaminés, diques, e soleiras ou sills.
No entanto, quando se fala na ocorrência de
Kimberlitos não se quer dizer com isso que
todos terão mineralização, isto é, somente
uma muito pequena percentagem é que está
devidamente mineralizada,
• e mesmo assim só parte desta é que tem
quantidade suficiente de minério para ser
explorada com rentabilidade.
• Na formação do magma Kimberlítico existem
algumas particularidades, a importante da
profundidade de formação, pois segundo
Ilupin e Haggerty a uma profundidade
aproximada de 150 – 200 Km, no Manto
Superior numa temperatura com cerca de
1200ºC e pressão com cerca de 40 Kb,
iniciando o magma kimberlítico a sua
formação em condições específicas rigorosa,
com a temperatura e pressão estável dando
consistência e conservação aos diamantes
durante a subida do magma até a superfície.
• Se existirem alterações destas condições os
Diamantes não se formam, dando origem a
Grafite e assim a esterilidade da chaminé. Deste
modo, nem todas as chaminés conhecidas nos
vários continentes são mineralizados.
• Nos diversos escudos que ocorrem nas chaminés
da Terra, a proporcionalidade de mineralização
das mesmas com diamantes é de 1 para 100, mas
em Angola existe uma proporcionalidade de cerca
de 4 para 100 segundo Moisés, mas alguns
autores referem que em cada 10 Kimberlitos 5
são económicos.
• Neste momento, já foram reconhecidos mais de
700 Kimberlitos
• A maior parte dos Kimberlitos em Angola
ocorrem ao longo do graben de Lucapa, com
orientação SW-NE e os Kimberlitos do Cretácico
foram definidos ao longo da estrutura, divididas
nas províncias I, II, III e IV, que iremos analisar
mais a frente.
• As províncias I, II, III são localizadas na secção
fina do Cratão do Congo (Kassai) e tendem a ser
diamantíferas, em localizações das interações
onde se encaixou o corredor de Lucapa e falhas
NW a NNW. A província IV mais a SW situa-se na
camada móvel do erburneano e as intrusões
tendem a ser Carbonatíticas e não são
diamantíferas.
• Sabe-se hoje que os Kimberlitos, não estão
relacionados com as zonas de rift, bem como
na sua formação, a água desempenha um
papel de relevo nas características do
Kimberlito. Embora existam alguns modelos,
nenhum poderá ser interpretado como um
modelo exemplar a seguir, mesmo que
estejam aceites na sua generalidade.
• A ocorrência de várias intrusões Kimberlíticas
de forma linear, demonstram e de forma
bastante precisa a posição do cratão,
possibilitando assim um maior conhecimento
geológico sobre a formação, bem como para
as aplicações práticas na prospecção.
• A descoberta de um Kimberlito mineralizado
tem um impacto elevado para toda a
sociedade, causando grandes alterações sobre
a economia das regiões mineralizadas, e
consequentemente no País
• No início dos anos 80 (1982), verificou-se que
os Kimberlitos não eram as únicas fontes
primárias de diamantes dado que existia outro
tipo de rocha que também as continha. Os
Lamproítos, rochas ultrapotássicas conhecidas
a algum tempo, mas as primeiras ocorrências
de diamantes em Lamproítos foram
descobertas na Austrália Ocidental, onde a
partir daí foi um país que se tornou um dos
maiores produtores mundiais de diamantes.
• Os Kimberlitos e os Lamproítos, podem aparecer
em afloramentos de pequenas dimensões, desde
algumas dezenas a centenas de metros de
diâmetro, podendo estas rochas estarem muito
ou totalmente alteradas, o que poderá dificultar a
sua correta identificação.
• É de referir que ainda existem poucos dados
sobre a ocorrência de Lamproítos portadores de
diamantes, assim é muito difícil obter as
indicações possíveis sobre alguma prospecção
dos mesmos.

• No que concerne ao peso, a palavra quilate
tem origem na Língua Árabe da palavra
“Quirat”, e servia como medida de pureza
para o ouro e das pedras preciosas. Sabendo
que o Peso correspondente a vigésima parte
da onça, o Peso correspondente a quinta parte
de um grama, para pedras preciosas e
semipreciosas. Assim, podemos dizer que 1
quilate, ou em inglês 1 carat (ct) é igual a 0,2
gramas ou seja a quinta parte da grama para
ser aplicada às pedras preciosas e
semipreciosas.
• Morfologia geral dos Kimberlitos
• De um ponto de vista petrográfico, os Kimberlitos
são rochas complexas.
• Para além de ter uma mineralogia modal
tipicamente magmática existem variações
decorrentes de processos de diferenciação, como
é o exemplo do aparecimento de cristais de
rochas híbridas.
• Os estudos iniciais efetuados sobre os
Kimberlitos, Wagner 1914, demonstraram que
eles ocorrem como uma cenoura, em forma de
tubo, isto é por intrusões verticais denominadas
por chaminés ou diatrema e diques tabular.
• Os vários estudos efetuados contribuíram para
estabelecer o conceito base do reconhecimento
do magmatismo dos Kimberlitos, nomeadamente
sobre a mobilidade dos magmas Kimberlíticos,
que esses magmas poderiam sofrer
diferenciação, da ocorrência de Kimberlitos
epiclásticos e piroclásticos, que relativamente as
diatremas, com o aumento de profundidade
encontramos Kimberlitos hipoabissal não
brechoíde, e para finalizar a existência de Soleiras
(Sills), é um corpo tabular, geralmente horizontal
que penetrou entre camadas de rochas mais
antigas que não chegou a superfície, mas que
derivou lateralmente de outro corpo.
• Os Kimberlitos são reconhecidos como magma
ultabásico ricos em voláteis, com alto
conteúdo de H2O e CO2, potássico (alto ratio
de K/NA), com distinção de textura
inequigranular resultante da presença de
macrocristais numa matriz essencialmente
microporfirítica e cuja evolução e colocação
pode ser descrita em termos de diferenciação
padrão, intrusão e processos de extrusão.
• A matriz contém como proeminente
fenocristais primários e/ou constituintes de
rocha hospedeira, olivina e vários outros
minerais, nomeadamente, flogopite, calcite,
serpentina, diópsido, monticelite, apatite,
espinela, perovskite e ilmenite. Existem outros
minerais primários que podem estar
presentes, bem como outros minerais
acessórios a montante.
• De uma forma geral os macrocristais pertencem
ao grupo dos minerais criptogénicos, anaedral,
ferromagnesiano onde está incluído a olivina,
flogopite, picroilmenite com elevada
concentração de MgO, granada magnesiana e
cromodiópsido e enstatite.
• A olivina é abundante na relação que existe com
outros minerais que não necessitam de estar
presente. Na estrutura Kimberlítica, e para além
dos macrocristais, existem pequenos grãos que
também ocorrem e que pertencem a este mesmo
grupo.
• Os Kimberlitos contêm geralmente inclusões
nas suas estruturas, várias rochas
ultramáficas, caracterizadas por magmas
peridotíticos, eclogíticos e piroxeníticos, onde
variáveis quantidades estão presentes de
xenólitos e xenocristais provenientes da
crosta. Deve-se referir que os Kimberlitos
apresentam-se frequentemente alterados
como resultado da carbonitização e
serpentinização.
• Relativamente à possibilidade de conterem
diamantes, é de referir que é um constituinte
que é muito raro.
• Estas intrusões podem ocorrer com diâmetros
de algumas dezenas de metros, bem como
com alguns Km. Nos vários estudos efectuados
nas chaminés, podemos informar que perto
da superfície o ângulo da mesma pode ter na
generalidade cerca de 50º, embora já foram
observadas com 25º, enquanto que em
profundidade podem ir até 80-85º.
• MUITO OBRIGADO

• Luanda 4 de Outubro de 2015

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