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Rede de computadores

Alexandre da Silva Carissimi


Juergen Rochol
Lisandro Zambenedetti Granville
Capítulo 2 – Modelo de Referência OSI da ISO

Redes de Computadores 2
2.1 O Modelo de Referência OSI (RM-OSI)
Histórico do RM-OSI

Objetivos para a criação do RM-OSI


Criado para servir de base para a definição de projetos de padronização
de Interconexão de Sistemas Abertos
Etapas de Desenvolvimento do RM-OSI
1978 – O comitê técnico da ISO conhecido como TC-97/SC-16 (Technical
Committee 79 e Subcommittee 16), apresenta uma sugestão de
arquitetura em camadas para desenvolvimento de Protocolos de
Comunicação padronizados.
1979 - O desenvolvimento do RM-OSI está concluído e é apresentado à
ISO.
1983 – O RM-OSI é aprovado oficialmente pela ISO (ISO-7494), para ser
o padrão de Interconexão de Sistemas abertos
Definição de OSI (Open System Interconnection)
Interconexão de Sistemas abertos implica na conexão, por algum meio,
entre um ou mais sistemas, compreendendo computadores, sistemas
intermediários, terminais, operadores humanos e processos físicos.

Redes de Computadores 3
O Modelo de abstração top down do
RM-OSI*

1º. Nível de abstração


Conjunto de possíveis implementações
Arquitetura MR - OSI
(Arquiteturas)

Conjunto de Serviços e
Funçõe s por camada 2º. Nível de abstração
Conjunto de possíveis serviços,
funções e camadas
Protocolos Padronizados
de uma Rede
3º. Nível de abstração
Conjunto específico de protocolos
OSI padronizados para uma rede

* RM-OSI: Reference Model for Open System Interconnection

Redes de Computadores 4
Estratégia básica adotada na definição da
Arquitetura do RM-OSI

“Dividir* a complexidade da interação entre sistemas


em conjuntos de serviços e funções, inerentes ao
processo de interconexão, chamadas camadas (layer-
ISO) ou níveis (level – ITU)”

• Interação entre sistemas segundo camadas


hierarquizadas, bem definidas (com objetivos), que
elaboram serviços.
• Cada camada utiliza os serviços providos pela camada
imediatamente inferior para oferecer um serviço de
"melhor qualidade" à camada imediatamente
superior.
* Dividir para conquistar – Estratégia adotada por Júlio Cesar na
conquista da Gália (De Bello Galico ~60 AC).

Redes de Computadores 5
Vantagens práticas de uma Arquitetura em Camadas

Na estratégia de dividir para conquistar (interação)


podemos reconhecer as seguintes vantagens:

Simplificação:
A complexidade da interação do todo é reduzida
a diversas camadas mais simples

Independência:
Não interessa a uma determinada camada como
as demais camadas implementam seus
serviços

Facilidade de Evolução:
Novas funções ou serviços podem ser implementadas em uma
camada a partir de serviços já disponíveis nas camadas
inferiores
Facilidade de manutenção:
Uma camada pode ser alterada sem alterar as demais, desde
que os serviços que ela presta não sejam alterados

Redes de Computadores 6
Blocos funcionais de um Sistema de
Arquitetura Aberta (OSI)
Aplicações, Sistemas, Camadas, Subsistemas, Conexões
Processos de Aplicação

Sistema 1 Sistema 2 Sistema 3 Sistema Sistema


. . . . . N-1 N

Conexões

Meio de Comunicação

Camada N

Camada N-1 Componentes OSI


.
Sistema
.
Camada M - Sistema OSI
.
aberto Camada M-1 - Sub-sistema OSI
com N Camada k+1
: Sub-Sistema (Camada)
Camadas Camada k : aberto com
. Camada m
:
M Camadas - Processo de Aplicação
.
. : - Meio de Comunicação
. 1
Camada
Camada 1 - Conexões entre Sistemas

Redes de Computadores 7
2.1 Níveis e Protocolos OSI padronizados
Critérios para definir uma Camada

• Criar uma camada com funções e serviços que fossem afins para que
quando houvesse necessidade de re-projetar os protocolos ou os serviços
desta camada devido a avanços tecnológicos, isto não acarretasse
mudanças nas camadas adjacentes.

• criar uma camada onde existe um nível diferente de abstração no manuseio


dos dados, por exemplo, morfologia, sintaxe, semântica. A camada é
definida em função do formato e/ou do tratamento específico dos dados.

• subagrupar e organizar as funções para formarem subcamadas dentro de


uma camada nos casos em que sejam necessários serviços ou funções
distintas de comunicação dentro de uma camada.

• A ISO não se preocupa com as interfaces entre as camadas mas somente


com serviços funções e protocolos. Interfaces, sejam elas físicas ou lógicas
são padronizadas dentro de arquiteturas específicas de rede.
Redes de Computadores 8
Padronização de Camadas conforme RM-OSI
As sete camadas OSI
Numeração Denominação Nome original Abraviatura
Nível 1 Nível Físico Physical Layer (Level) Ph
Nível 2 Nível de Enlace Link Layer L
Nível 3 Nível de Rede Network Layer N
Nível 4 Nível de Transporte Transport Layer T
Nível 5 Nível de Sessão Session Layer S
Nível 6 Nível de Apresentação Presentation Layer P
Nível 7 Nível de Aplicação Application Layer A

Sistema A Sistema B

A A

P P

S S
Modelo de Interconexão
T T
de dois Sistemas
N N segundo o RM-OSI
L Fluxo de Dados L

Ph Ph

Meio físico

Redes de Computadores 9
Exemplo de aplicação do RM-OSI a uma Rede de Computadores

Sub-rede de comunicação Terminal A Terminal B


Conjunto de protocolos OSI
A A

Nó P P

Nó S S

Regenerador T Nó de Rede Nó de Rede T


A N N N N

Nó L L Repetidor L L

B Ph Ph Ph Ph Ph

Fluxo dos Meio físico Meio físico Meio físico Meio físico
Dados
(a) (b)

(a) Topologia da Rede (b) Modelagem OSI.

Modelagem OSI da conexão entre dois terminais de dados (A


e B) através de uma conexão de rede

Redes de Computadores 10
Funções e Serviços do Nível Físico
• Funções são elaboradas no nível para consumo no próprio nível
• Serviços são elaboradas no nível para oferecimento à camada superior

Serviços fornecidos à camada de enlace:


a) Conexão física através de um canal de comunicação
b) Transferência de dados de forma duplex ou semiduplex, assíncrono ou síncrono.
c) Fornecimento do sinal de sincronismo de bit.
d) Identificação de terminações da conexão física. Pode ser ponto a ponto ou multiponto.
e) Identificação do circuito de dados.
f) Sequenciação.
g) Notificação de condições de falha.
h) Parâmetros de qualidade do serviço como:
- taxa de erros;
- disponibilidade do serviço;
- taxa de transmissão;
- tempo máximo de atraso na transmissão.

Funções internas da camada física


a) Ativação e desativação de uma conexão física entre duas entidades de enlace,
incluindo a interconexão de circuitos de dados sob solicitação da Camada de Enlace;
b) Transmissão de unidades de dados de serviço físico (bits), que pode ser de forma
síncrona ou assíncrona, codificados ou modulados segundo símbolos elétricos;
c) Gerência de Camada Física, ou seja, os protocolos da Camada Física tratam de
algumas funções como ativação e o controle de erros.

Redes de Computadores 11
Funções e Serviços do Nível de Enlace
Serviços de Enlace oferecido ao nível de Rede
a) Conexão de Enlace. A conexão pode ser entre duas ou mais entidades de rede e pode ser
estabelecida ou liberada de forma dinâmica.
b) Transferência de unidades de dados do serviço de enlace. São os quadros de enlace transferidos
através de uma conexão de enlace.
c) Identificadores de terminação da conexão de enlace. Estes identificadores podem ser usados pela
entidade de rede para identificar uma determinada conexão de rede.
d) Sequenciação.
e) Notificação de erros.
f) Controle de Fluxo. Cada entidade de rede pode controlar dinamicamente a taxa de recepção de
unidades de dados do serviço de enlace, através de uma conexão de enlace.
g) Parâmetros de qualidade de serviço na conexão de enlace
- taxa de erro residual
- disponibilidade do serviço
- tempo máximo de atraso na transmissão (atraso de fase)
- variação do atraso de fase (jitter)
- vazão (troughput)

Funções Internas da Camada de Enlace


a) Estabelecimento e liberação da conexão de enlace. Para estabelecimento de uma conexão de
enlace é utilizando uma conexão física ativa.
b) Mapeamento da unidade de dados do serviço de enlace em unidades de dados de protocolo de
enlace. Este mapeamento se dá numa correspondência biunívoca.
c) Divisão da conexão de enlace em várias conexões físicas.
d) Delimitação e sincronização. Reconhecimento da sequência de flag que determina o início e fim de
quadro.
e) Controle de sequência das unidades de dados de serviço de enlace.
f) Detecção de erros
g) Recuperação de erros de formato, transmissão ou operação. Se não for possível a recuperação,
esta função se encarrega de notificar a entidade de rede como sendo um erro irrecuperável.
h) Controle de fluxo. O controle de fluxo do nível de enlace é feito segundo o mecanismo da janela
deslizante de transmissão (sliding window).
i) Gerência da camada de enlace. Os protocolos da camada de enlace tratam de algumas funções de
gerenciamento da camada de enlace.

Redes de Computadores 12
Funções e Serviços do Nível de Rede
Objetivos da Camada de rede:
 Fornecer os meios para estabelecer, manter e liberar conexões de rede
 Elaborar funções necessárias para efetuar a troca de unidades de dados do serviço de rede entre entidades
de transporte através de conexões de rede.
 A Camada de Rede fornece como serviço básico à Camada de Transporte; a transferência transparente de
dados entre entidades de transporte.
Os principais serviços fornecidos pela camada de rede:
a) Endereços de rede. Os endereços de rede são fornecidos pela camada de rede, e são usados univocamente pelas
entidades de transporte
b) Conexões de rede. Permitem a transferência de dados entre entidades de transporte, devidamente identificada
pelos endereços de rede.
c) Identificadores de terminação da conexão de rede. Os identificadores de rede são fornecidos às entidades de
transporte para identificar univocamente a terminação da conexão de rede associada com o endereço de rede.
d) Transferência de unidades de dados do serviço de rede. A camada de rede garante a integridade destas
unidades.
e) Parâmetros de Qualidade de Serviço (Quality of Service - QoS). Estes parâmetros incluem fatores como taxa de erro
residual, disponibilidade do serviço, confiabilidade, vazão e tempo máximo de atraso (latência) ou estabelecimento
da conexão. São objetos de negociação quando do estabelecimento de uma conexão de rede.
f) Notificação de erros irrecuperáveis à camada de transporte.
g) Sequenciação
h) Controle de fluxo de dados. Este controle atua sobre a recepção ou transmissão de unidades de dados de uma
entidade de transporte.

Funções Internas da Camada de Rede


As principais funções da Camada de Rede são apresentadas a seguir:
a) Encaminhamento e Retransmissão. Determina uma rota apropriada entre endereços de rede.
b) Conexões de Rede. Esta função provê conexões de rede entre entidades de transporte utilizando conexões de
enlace fornecidas pela camada de enlace.
c) Multiplexação da Conexão de rede. Esta função pode ser usada para multiplexar conexões de rede em uma única
conexão de enlace.
d) Segmentação e Blocagem. A Camada de Rede pode segmentar e/ou blocar as unidades de dados do serviço de
rede, com finalidade de facilitar a sua transferência.
e) Detecção de erros. Esta função é usada mais para verificar se a qualidade de serviço de uma conexão de rede está
sendo mantida. Esta função se vale das notificações de erros feita pela camada de enlace.
f) Gerência de Camada de Rede. Os protocolos da camada de rede tratam de algumas funções de gerência da
camada, tais como a ativação e o controle de erros.

Redes de Computadores 13
Funções e Serviços do Nível de Transporte

Objetivos da camada de Transporte:


 Fornecer uma transferência transparente de dados entre entidades de sessão de forma
confiável e eficiente.
 Os protocolos da camada de transporte têm um significado "fim-a-fim", onde os pontos
finais são as entidades de transporte correspondentes.
 A camada de transporte não trata de aspectos relacionados com o encaminhamento e
repetição dentro da sub-rede uma vez que este serviço é providenciado pela camada de rede.
 A camada de transporte otimiza o uso do serviço de rede disponível de forma a obter o
desempenho e a qualidade exigida pela entidade de sessão a um custo mínimo.
 Esta otimização naturalmente é obtida dentro dos limites da concorrência das entidades de
sessão, bem como a qualidade e capacidade global do serviço de rede disponível à camada de
transporte.

Redes de Computadores 14
Funções e Serviços do Nível de Sessão

Objetivos da Camada de Sessão

 A camada de sessão tem por objetivo prover às entidades de apresentação


correspondentes os meios que lhes permitam organizar e sincronizar o seu diálogo
 Gerenciar a troca de dados.
 A camada de sessão fornece serviços para o estabelecimento de uma conexão de
sessão entre duas entidades de apresentação, além daqueles serviços necessários à troca
ordenada de dados.

Redes de Computadores 15
Funções e Serviços do Nível Apresentação

Objetivos da Camada de Apresentação

 A camada de apresentação fornece a representação da informação (sintaxe) que é referenciada


pelas entidades de aplicação na sua comunicação.
 A camada de apresentação se preocupa apenas com a sintaxe, isto é, a representação dos dados
e não com a sua semântica, isto é, seu significado, que é conhecido apenas pelas entidades da
camada de aplicação.
 A camada de apresentação fornece uma sintaxe comum da informação para as entidades de
aplicação. Esta transformação é realizada internamente nos sistemas abertos e, portanto, não
causa problemas na padronização dos protocolos de apresentação. Com isso é conseguida uma
independência de sintaxe na troca de informação entre as entidades de aplicação. Esta
independência pode ser conseguida de duas maneiras:
o A camada de apresentação fornece elementos sintáticos comuns, que são usados pelas
entidades de aplicação;
o As entidades de aplicação podem usar qualquer sintaxe, e a camada de apresentação se
encarrega da conversão destes para uma sintaxe comum à comunicação das entidades de
aplicação.
o Esta última maneira foi a adotada pelo MR-OSI para a camada de apresentação.

Redes de Computadores 16
Funções e Serviços do Nível de Aplicação

A Camada de Aplicação

 O principal propósito da camada de aplicação é o de servir como uma janela


entre os usuários de comunicação do ambiente OSI através da qual ocorrem
todas as trocas de informações úteis ao usuário.
 Todos os parâmetros de cada instância de comunicação, especificáveis pelo
usuário, são passadas ao ambiente OSI e, portanto aos mecanismos de
implementação do ambiente OSI através da camada de aplicação.
 Toda especificação da semântica (significado) da informação trocada é
fornecida através da camada de aplicação.
 O capítulo 7 do livro apresenta maiores detalhes do nível de Aplicação

Redes de Computadores 17
2.3 Gerenciamento de Redes no Modelo MR-OSI

Breve Histórico
• O RM-OSI ao ser aprovado e publicado pela ISO em 1983 (ISO 7494) não
previa funcionalidades para gerenciamento de sistemas interconectados
• Somente 6 anos depois. em abril de 1989, foi publicado o RM-OSI consolidado
(ISO 7498-4), que apresenta na na Part 4 o Management Overview
• A problemática de gerenciamento de sistemas interconectados é apresentado
segundo o System Management Framework (SMF), que integra conceitos de
gerenciamento do TMN do ITU e do ISO 10040

SMF (System Management Framework)

As especificações do SMF contemplam três grandes áreas:

1. Especificação das System Management Functions (SMF)


2. Especificação dos objetos gerenciados (Managed Objects – MO)
3. Especificação dos Protocolos de Comunicação

Redes de Computadores 18
Arquitetura do SMF (System Management Framework) da ISO
SMAP
System Management Applic ation Proc ess SMI
System
Management
Interface

SMAE CMIP
Common Management
Information Protocol
Apresentação
MIB
Management
Information
Sessão SMAE
Base System
Management
Transporte Application
Entity
Rede

Enlace

Físico

LMI Entidades de Protocolos de Entidades de


gerenciamento Gerência de
Layer Management Interface camada
de camada Camada
Componentes do SMF
SMAP: System Management Application Process
MIB: Management Information Base
SMAE: System Management Information Protocol
Assinalados em cor cinza na figura SMI: System Management Interface
CMIP: Common Management Information Protocol
LMI: Layer Management Interface

Redes de Computadores 19
O SMF prevê três categorias de
Atividades de Gerência em Redes

- Gerência de aplicação:
São as funções na camada de aplicação relacionadas com a gerência de
processos de aplicação OSI.

- Gerência de sistema:
São as funções na camada de aplicação relativas à gerência dos vários
recursos OSI e de seus estados distribuídos através de todas as camadas da
arquitetura OSI.

- Gerência de camada:
São as funções relativas à gerência da camada (N), e que são parcialmente
executadas na própria camada de acordo com seus protocolos (N) e
parcialmente como um subconjunto de funções da gerência de sistemas.

Redes de Computadores 20
O Framework OMF da ISO define cinco facilidades para suportar as
necessidades das três categorias de atividades gerenciais do usuário na
gerência de suas redes.

1. Gerenciamento de falhas.
Esta facilidade, entre outros, inclui mecanismos de detecção, isolação e correção de falhas em nível de
camada ou de rede.

2. Gerenciamento de Configurações.
Estas facilidades permitem ao gerente da rede alterar configurações de sistemas, tanto em nível de
camada como de rede.

3. Gerenciamento de Performance.
As facilidades de gerência de performance permitem ao gerente da rede monitorar e avaliar a
performance, tanto em nível de sistema como de camada ou de rede. A partir de uma análise de
desempenho o gerente poderá, por exemplo, disparar ações de reconfiguração de camada, de sistema ou
de rede.

4. Gerenciamento de Contabilidade.
A partir desta facilidade o gerente de uma rede pode determinar custos e utilização de recursos da rede,
tanto por parte de aplicações como por parte de usuários.

5. Gerenciamento de Segurança.
As facilidades de segurança definem as políticas de segurança e a execução das mesmas em relação a
aspectos como: controle de acesso, autenticação, autorização, encriptação de dados e distribuição de
chaves.

Redes de Computadores 21
O Modelo de Gerencia de Redes do IETF

 IETF (Internet Engineering Task Force), órgão normalizador da plataforma TCP/IP da


Internet, definiu um framework próprio de gerenciamento da Internet que segue somente
em parte o OFM.

 A base do framework de gerenciamento da Internet está centrada em documentos do


IETF conhecidas como RFCs (Request for Comments), dos quais alguns possuem status
de padrão (standard).

 As seguintes RFCs, todas full-standards, formam a base para um sistema de


gerenciamento da Internet:
RFC 1155 - Structure of Management Information
RFC 1157 - Simple Network Management Protocol (SNMP)
RFC 1212 - Concise MIB definitions
RFC 1213 - Management Information Base (MIB II)

Redes de Computadores 22
O Protocolo de Gerência de Redes SNMP do IETF

 A base para qualquer sistema de gerenciamento da Internet é o


protocolo SNMP.

 O protocolo SNMP define um conjunto limitado de comandos e


respostas possíveis, o que torna muito simples a tarefa de gerência.

 O protocolo SNMP não é orientado à conexão e se estabelece


tipicamente entre o Sistema de Gerenciamento e entre um Sistema
Gerenciado (confira figura), que pode ser qualquer tipo de dispositivo de
rede.

 Tarefas mais complexas de aquisição e armazenamento de dados são


de responsabilidade do Sistema de Gerenciamento.

Redes de Computadores 23
Modelo funcional do protocolo de Gerência SNMP

Aplicação de Gerenciamento Dispositivo Gerenciado

Get Res- Get Res-


Get Set Trap Get Set Trap
Next ponse Next ponse

Internet

Gerente SNMP Mensagens SNMP Agente SNMP

Primitivas do Protocolo SNMP


Get (adquira)
Get Next (adquira o seguinte)
SET (configure)
RESPONSE (confirmação)
TRAP (condicional)

Redes de Computadores 24
2.4 O RM-OSI e a Internet
 A INTERNET foi especificada e desenvolvida bem antes do surgimento do MR-OSI em 1983.
 A INTERNET, portanto não incorpora ainda as recomendações sugeridas pelo modelo de arquitetura aberta
(OSI) da ISO.
 Os objetivos da INTERNET eram muito simples e bem definidos e podem ser resumidos nas seguintes
características:
- rede de comutação de pacotes sob forma de datagramas;
- modelo de serviço tipo melhor esforço (best-effort), não voltado à conexão;
- atende serviços de comunicação de dados entre computadores, sem restrições quanto à atraso,
variação de atraso (gitter) ou perda de dados;
- roteamento individual de cada datagrama, desde a origem até o destino, segundo uma métrica de
caminho mais curto, ou menor número de saltos entre nós (roteadores).
- especificação das funções de rede – roteamento - através do protocolo IP (Internet Protocol)
- Especificações das funções de transporte segundo uma conexão de rede fim-a-fim através do
protocolo TCP (Transmission Control Protocol).
- O TCP oferece Serviços como: sequenciação, controle de erro e controle de congestionamento

Fica claro que a plataforma tecnológica da INTERNET tradicional, projetada essencialmente para uma rede de
computadores, não tinha condições de atender serviços com restrições de tempo como; telefonia, sinais de rádio e TV
ou vídeo conferência em tempo real.

Redes de Computadores 25
O IETF e o MR-OSI

 O estrondoso sucesso da INTERNET expôs também as deficiências desta tecnologia.


 Por pressão dos usuários, ela foi transformada em uma rede de integração de serviços
múltiplos, como voz, dados, imagens animadas e serviços interativos em tempo real.
 A partir desta constatação e em vista do surgimento rápido e constante de novas
aplicações e novas tecnologias, surge o IETF (Internet Engineering Task Force),
 Os principais objetivos do IETF são:
- Coordenar as atividades de desenvolvimento e normalização tecnológicas da
Internet.
- Garantir a interoperabilidade entre os equipamentos de diferentes fabricantes
que integram a Internet;
- Padronização dos protocolos e das interfaces de acesso e serviços destes
protocolos.

 O IETF tornou-se um poderoso órgão normalizador,


 Atualmente possui diversos grupos de estudo que trabalham em conjunto com ISO, ITU,
IEEE e ETESI.

 A estratégia adotada por estes grupos de trabalho do IETF é direcionada cada vez
mais no sentido de adotar o modelo de abstração e as diretrizes da dinâmica de
interoperabilidade sugeridas pelo MR-OSI.

Redes de Computadores 26
Modelo simplificado de 5 camadas atualmente
adotado em Redes WAN de ISP’s
- O modelo de 5 camadas é baseado, principalmente, na
pilha de protocolos TCP/IP
-Este novo modelo visa principalmente aumentar a vazão
da rede e principalmente diminuir a latência.
- Nas camadas inferiores (Enlace e Físico) utiliza
largamente subsistemas inteligentes de alto desempenho
Aplicação
Subnív el m

Subnív el m-1
Transporte . Subsi stema Inteligente
. do Nível de Enlace
.
. Exemplos: ATM, Frame
Relay, MPLS
Rede Subnív el 2

Subnív el 1

Enlace Subnív el m

Subnív el m-1
. Subsi stema Inteligente
Fisico .
do Nível Físico
.
. Exemplos: PDH, SDH,
Subnív el 2 NG-SDH, OTN
Meio de Comunicação
Subnív el 1

Redes de Computadores 27
Equivalência Plano de
Plano de Dados Plano de
Roteamento
dos níveis OSI (Serviços e Aplicações) Gerência
da Rede e Controle da Rede

Nível 5 MIME
Aplicação
(Convergência de
Aplicação) BGP FTP HTTP SMTP TELNET SNMP

Nível 4
Transporte TCP UDP

ICMP OSPF
Nível
Nível 33 Alguns dos
Rede
Rede
IP
Protocolos atualmente
Nível 2
Enlace ATM FR X.25 SMDS
Plataformas de transporte
rápidas
utilizados no Modelo
(Funçõe s e stendida s)
de 5 camadas
Nível 2 LLC PPP
Enlace MAC
(Funçõe s bá sica s) (LANs)
HDLC LAPB LAPD

Nível 1 PDH SDH Och PMD Padrões de


Modulação ITU
Físico
Meios Físicos

Protocolos de Enlace, Roteamento, Transporte e Contreole de Rede do IETF


BGP: Border Gateway Protocol, Relacionamento ent re Sistemas Autônomos, ou seja o Exterior Router Protocol.
OSPF:Open Shortest Path First, Algoritmo de roteamento do tipo Interior Rout er Protocol baseado no Link State Algorithm.
ICMP: Internet Cont rol Message Protocol
PPP: Point to Poini Protocol
TCP: Transmission Control Protoc ol
UDP : User Data Protocol

Serviços de Rede do IETF


FTP : File Transfer Protoc ol HTTP : Hypertext Transfer Protocol
MIME : Multi-Purpose Internet Mail E xtension SMTP : Simple Mail Transfer Prot ocol
SNMP :Simple Net work Management Prot ocol TELNET: Acesso e controle a um terminal remoto via rede

Protocolos herdados do ITU, IEEE, ANSI e EIA


ATM: Assinchronous Transfer Mode LAPD: Link Access Procedure canal D PDH: Plesiochronous Digital Hierarchy
FR: Frame Relay LLC: Logical Link Control PMD: Physical Medium Dependent
HDLC: High-level Data Link Control MAC: Medium Access Control SDH: Sinchronous Digital Hierarchy
LAPB: Link Access Procedure Balanced Och: Optical Channel SMDS: S witched Multimegabit Data Sercice

Redes de Computadores 28
2.5 O MR-OSI e sua aplicação na atualidade

 A rede mundial de informação é baseada na INTERNET.

 A INTERNET permite troca de informação de qualquer lugar com qualquer dispositivo,


passando pelos mais variados ambientes de rede.

 Dentro desta heterogeneidade da INTERNET podemos identificar três ambientes de


arquiteturas, hierarquizadas e distintas:

- Rede Corporativa ou Intranet (LAN)

- Rede de Acesso ou Rede Metropolitana (MAN)

- Rede de Longa distância (WAN) ou Rede ISP (Internet Service Provider)

NOTA
O conjunto de redes destes três ambientes forma a REDE MUNDIAL DE INFORMAÇÃO.
Vamos aplicar a seguir a modelagem OSI a uma rede corporativa típica, e a seguir, a uma
rede do tipo WAN/MAN de ISP.

Redes de Computadores 29
Topologia de uma Rede Corporativa conectada à Internet via ISP
Vamos modelar a ligação do terminal X ao servidor Y
Roteador de egresso Porta de saída ISP
para a Rede WAN (Internet Service
Provider)
100M
INTERNET
Servidor LAN 100M LAN
100M S witch Switch

100M 100M
100M
Servidor
Servidor
Servidor
Y
10M
10M 10M
10M

HUB Segmentos HUB Segmentos HUB


Ethernet
HUB Ethernet
(Dom ínios de (Domínios de
Colisão) Colisão)

Sub-rede A Sub-rede B
LEGENDA
Fronteira de sub-redes
Fronteiras de segmentos Ethernet (domínios de colisão)
Comunicação entre terminal X (sub -rede A) e servidor Y (sub-rede B)

Redes de Computadores 30
Modelagem MR-OSI da conexão do Terminal X ao
Servidor Y da Topologia apresentada no slide anterior

Terminal X Servidor Y
Sub-rede de Comunicação
Aplicação Aplicação

TCP Roteador TCP


R outi ng
IP Switch IP IP Switch IP
Bridging Bridging
LLC LLC
LLC LLC LLC LLC LLC LLC
MAC HUB MAC MAC MAC MAC MAC MAC MAC
10BaseT 10 Base T 10BaseT 100 Bas eT 100Bas eT 100Bas eT 100Bas eT 100Bas eT 100Base
T
Meio físico Meio físico Meio físico

Sub-rede A Sub-rede B

Redes de Computadores 31
Sistemas Terminais de Dados e Sistemas
Intermediários em Redes
Equipamento Níveis Funções Específicas Protocolos
OSI do nível mais alto
Terminal Níveis Troca de dados entre origem e destino Aplicações (FTP, WEB, SMTP, HTTP,
(ou ETD – Equipamento 1a7 final dos dados de uma aplicação entre Telnet, E-mail etc..
Terminal de Dados) dois pontos da rede

HUB Nível 1 -Regenerar e retransmitir os sinais Codificação e sinalização do nível físico


elétricos do nível físico

Switch Níveis -Comutação de pacotes MAC ponto a Protocolos do Nível Físico e Protocolos
1e2 ponto e multicast. do nível de Enlace como: MAC,
-Bridging, bridging, CoS, VLAN, filtering, QoS
-Redes Virtuais (VLANS)
-Filtering,
-QoS (Quality of Service) e CoS (Class
of Service)

Roteador Níveis -Estabelecimento de uma conexão de Protocolos do nível 1 e 2 além de


1, 2 e 3 rede, Protocolos de Rede como IP,UDP, IPX,
-Roteamento de pacotes NetBEUI, ICMP etc...
-Segurança (firewall), Protocolos de roteamento como
RIP,OSPF, BGP etc...

Gateway Níveis - Conversão de protocolos de nível 3 Exemplo de Gateway :


Permite a comunicação 1, 2 e 3 Numa porta fala a pilha de protocolos
entre duas redes de TCP/IP e numa outra porta fala a pilha
arquiteturas diferentes de protocolos do Frame Relay

Redes de Computadores 32
Modelagem RM-OSI de uma Rede WAN/MAN

Switch Router
Um único salto ou hop
da Rede Núcleo
Roteador de Roteador de
Egresso A Fronteira X
Roteador Roteador de
de Egresso B
Fronteira y

Rede Núcleo
ETD ATM
A A X (d)
B ETD
(a) B
(b) (c) Y

Legenda
Switch Router (Possui tanto
funções de router como de
switch)
Roteador IP

Conexão de Rede de ETD-A até o ETD-B conforme rota em vermelho

Redes de Computadores 33
Modelagem RM-OSI da conexão de Rede da
Topologia do slide anterior

Conexão de Rede de ETD-A até o ETD-B conforme rota em vermelho

Nível de aplicação Nível de aplicação

Nível 4 (TCP) (TCP) Nível 4

Roteador de Egresso A Roteador de Fronteira X Roteador de Fronteira Y Roteador de Egresso B

Routing Routing Routing Routing


IP IP IP IP IP IP IP IP

Switch ATM Switch ATM Switch ATM


LLC PPP PPP AAL (a) (b) (c) AAL PPP PPP LLC

MAC ATM ATM ATM ATM ATM MAC


Canal Canal Canal Canal
100BaseT E1 E1 STM1 STM1 STM1 STM1 STM1 E1 E1 100BaseT

Meio físico Meio físico Meio físico Meio físico Meio físico Meio físico

Rede Corporativa Rede Corporativa


Rede Núcleo

Rede ISP - Internet

Redes de Computadores 34
Referências
[1] ISO/TC97/SC16, Data Processing. Open System Interconnection – Basic Reference
Model. Computer Networks, v. 5, n. 2, p. 81-118, 1981.
[2] DAY, J. D.; ZIMMERMANN, H. The OSI Reference Model. Proceedings of the IEEE,
v. 71, n. 12, p. 1334-1340, Dec.1983.
[3] INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION. Open System Interconnection –
Basic Reference Model (ISO 7498). Geneva, 1984.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sistemas de Processamento
da Informação; Interconexão de Sistemas Abertos - Modelo Básico de Referência,
Texto Base da Norma Brasileira, Versão 01, ABNT (CE:21:02:11), janeiro de 1986.
[5] MOURA, J. A. B. et al. Redes locais de computadores: protocolos de alto nível e
avaliação e desempenho. São Paulo: McGraw Hill, 1986.

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