Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE E NGENHARIA
D EPARTAMENTO DE E NGENHARIA E LÉTRICA
A POSTILA DE L ABORATÓRIO
Versão 4.0
Conteúdo
I Conceitos Importantes 1
I Introdução 2
I.1 Elaboração do Preparatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
I.2 Elaboração do Relatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
I.3 Provas de Laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
I.4 Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
ii
Apostila de Laboratório de CEME I CEME I
iii
Apostila de Laboratório de CEME I CEME I
8 Autotransformadores 38
8.1 Preparatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
8.2 Roteiro da Experiência 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
8.2.1 Materiais e equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
8.2.2 Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Bibliografia 40
iv
Parte I
Conceitos Importantes
1
Introdução
I
Esta apostila tem como objetivo servir de guia para realização das aulas de laboratório de conversão eletro-
mecânica de energia I e III. Ela contém a descrição de alguns equipamentos do laboratório e um conjunto
de roteiros para as experiências realizadas. É de suma importância a leitura prévia de cada um dos roteiros
para as aulas ocorram de forma dinâmica, sem perda de tempo. As seções a seguir explicam alguns tópicos
importantes.
No início de cada aula cada um dos alunos deverá entregar de forma individual o preparatório exigido para
a experiência a ser realizada. A não entrega do preparatório antes do início da experiência acarretará grau
zero a nota de laboratório desta experiência.
Para cada uma das experiências deverá haver um relatório entregue até sete dias após a aula via e-mail.
Diferentemente dos preparatórios, os relatórios deverão ser feitos em grupo seguindo o padrão estabelecido
no manual de escrita dos relatórios de CEME (FREITAS, 2019b).
Ao final do semestre todos os aulos farão duas provas, uma teórica e outra prática. Na parte teórica ha-
verão questões sobre os equipamentos utilizados, as experiências e procedimentos realizados, bem como
os conhecimentos teóricos que explicam os resultados obtidos. Na parte prática os alunos deverão mon-
tar alguns dos circuitos estudados ao longo do semestre dentro de um tempo que poderá variar de 5 a 10
minutos, dependendo da complexidade do circuito.
Recomenda-se a utilização dos livros-texto (UMANS, 2014) e (CHAPMAN, 2013) como referências para os
conceitos teóricos das experiências, além do livro (HAYT; BUCK, 2013) como literatura complementar.
2
Guia de Utilização da Máquina Motriz Utilizada
II
nos Ensaios de Geradores
Basicamente, a máquina motriz é responsável por girar o eixo de um gerador, possibilitando que este con-
verta a energia mecânica em elétrica. Em aplicações práticas, as máquinas motrizes são turbinas hidráuli-
cas, turbinas a vapor, turbinas a gás, turbinas eólicas ou mesmo motores a combustão de gasolina, diesel
, etc. No nosso caso, a máquina motriz dos geradores de corrente contínua será um motor elétrico de in-
dução com rotor bobinado, operando como uma máquina síncrona. O motor síncrono é uma máquina
elétrica CA trifásica, cuja velocidade de rotação mecânica é função da frequência das tensões aplicadas às
bobinas do estator. De uma forma geral, teremos a seguinte regra:
120 f e
Nm = (II.1)
p
onde Nm é a velocidade mecânica da máquina em RPM, f e é a frequência elétrica das tensões e p é o nú-
mero de polos da máquina. Por hora não é necessário entender cada detalhe da operação desta máquina -
isto será estudado em CEME II - mas é bom ter um conhecimento geral para saber qual a velocidade que a
máquina desenvolverá.
A máquina síncrona é uma máquina trifásica, ou seja, possui três enrolamentos na parte estática da má-
quina e devemos alimentar estes enrolamentos com tensões CA trifásicas. Como explicado pela equação
anterior, a frequência destas tensões influenciará a velocidade desenvolvida. O sentido de rotação da má-
quina, por outro lado, é definido pela sequência de fases das tensões aplicadas nas bobinas da parte está-
tica. Sendo assim, uma ligação com sequência RST (ou ABC) fará a máquina girar em sentido contrário ao
obtido com uma ligação RTS (ou ACB). A máquina síncrona também possui um enrolamento no rotor. Este
enrolamento é conhecido como enrolamento de campo da máquina e deve ser alimentado com corrente
contínua. Por motivos que serão estudados em cursos futuros, o motor síncrono não tem capacidade de
partida autônoma. Contudo, podemos transformar a máquina síncrona em uma máquina assíncrona, sim-
plesmente desconectando a fonte CC e curto-circuitando o circuito de campo, para permitir a partida da
máquina. Neste caso, quando a máquina atingir o regime permanente, devemos retirar o curto-circuito e
inserir a fonte CC no circuito de campo. A Figura II.1 apresenta a máquina utilizada como máquina sín-
crona no laboratório de CEME.
Figura II.1: Maquina de indução e rotor bobinado utilizada como máquina motriz síncrona nas aulas de
laboratório de CEME I
3
Apostila de Laboratório de CEME I Guia da Maq. Motriz
Figura II.2: Painel de Força utilizado para alimentação da máquina síncrona nas aulas de CEME I
Nesta seção serão apresentados os componentes principais utilizados na ligação da máquina de indução
de rotor bobinado como máquina síncrona para fornecer força motriz aos geradores ensaiados.
Este painel está conectado a alimentação da bancada e fornece acesso às tensões trifásicas de 220V1 . Como
pode ser observado na Figura II.2, ele é composto por um conjunto de bornes, disjuntores, uma chave e
um interruptor. Os bornes são utilizados para conectar as fases, R, S e T, da rede as bobinas do estator
da máquina motriz. A chave presente no painel é comandada pelo interruptor rotativo e tem a função de
conectar/desconectar os bornes, R, S e T, a rede. Quando o interruptor se encontra na posição 0 a chave
permanece aberta, enquanto que interruptor na posição 1 significa chave fechada.
Esta máquina possui dois conjuntos trifásicos de enrolamentos, um deles é localizado no estator (parte es-
tática da máquina) e o outro no rotor (parte móvel da máquina). A imagem da máquina é mostrada na
Figura II.1 e seu diagrama pode ser representado de acordo com a Figura II.3. Como pode ser observado, a
máquina possui um acoplador mecânico e um conector elétrico. O acoplador permite o acoplamento desta
com outras máquinas, enquanto de conector é utilizado para ligar os circuitos internos ao seu painel de
acionamento.
As bobinas do rotor estão ligadas em estrela, por isso temos acesso apenas aos terminais indicados pelas
letras U, V e W. Por outro lado, ambos os terminas de todas as bobinas do estator são disponibilizados no
painel. Cabe lembrar que o diagrama apresentado na figura está de acordo com o diagrama apresentado no
painel de acionamento da máquina (mostrado a seguir). Observe a figura cuidadosamente e percebe que
as bobinas do estator deverão ser conectadas a fonte de alimentação (através do painel de força) em Y ou
em ∆.
A máquina apresentada anteriormente é acionada através do painel mostrado na Figura II.4. Com pode
ser visto, o painel apresenta um conector de conexão com a máquina, bornes para acesso aos terminais
das bobinas do estator e do rotor, uma chave seletora e um par de bornes para alimentação CC. Nas nos-
sas práticas, as bobinas do estator sempre estarão ligadas em delta, ou seja, teremos os seguintes pares de
terminais conectados: U-Z, V-X e W-Y. A alimentação trifásica, vinda do painel de força, deverá ser inserida
1 Lembre que esta tensão é entre linhas, ou seja, a tensão monofásica é de 127V
4
Apostila de Laboratório de CEME I Guia da Maq. Motriz
Figura II.3: Diagrama do motor de indução bobinado utilizado como máquina síncrona nas aulas de labo-
ratório de CEME I
Como mencionado anteriormente, a máquina síncrona possui torque de partida nulo e, consequente-
mente, não consegue partir sem algum auxílio. Neste caso, podemos conectar a máquina como motor
de indução durante a partida e em seguida mudar a conexão para que tenhamos a máquina síncrona. Este
procedimento pode ser executado com ajuda da chave seletora previamente citada. Quando selecionada
a posição zero, as bobinas do rotor são curto-circuitadas e a máquina assume a configuração assíncrona,
como mostrado no diagrama da esquerda na Figura II.5. Por outro lado, a seleção da posição um faz com
que as bobinas do rotor sejam conectadas aos bornes onde a fonte CC será ligada2 , como ilustrado na por-
ção central da mesma figura. Pode ser observado que com esta ligação uma das bobinas fica em aberto. Para
inserir esta bobina no circuito e consequentemente aumentar a produção de campo magnético devemos
curto-circuitar os terminais U e V do rotor.
a) Verificar se os enrolamentos do estator estão ligados em delta (teremos as seguintes ligações no esta-
tor: U-Z, V-X e W-Y);
5
Apostila de Laboratório de CEME I Guia da Maq. Motriz
g) Quando a máquina atingir regime permanente, mudar a chave seletora do painel de acionamento da
posição 0 para a posição 1.
Caso seja necessário inverter o sentido de rotação da máquina, lembrem-se que basta trocar a posição
de duas das fases que alimentam o estator da máquina. Por exemplo, trocar as posições das fases S e T,
conectando S no W e T no V. Não se esqueça de desligar a máquina antes de fazer este procedimento.
6
Parte II
7
Reconhecimento do Laboratório de Conversão
0
Eletromecânica de Energia
0.1 Introdução
Ao longo do semestre utilizaremos diversos equipamentos, tais como máquinas rotativas, voltímetros, am-
perímetros e etc, nas aulas de laboratório de conversão eletromecânica de energia. Dominar a utilização
destes é necessário para que o tempo de aula de laboratório não seja desperdiçado aprendendo utilizar
equipamentos básicos. Esta prática visa exclusivamente a familiarização com estes equipamentos e com o
laboratório de conversão eletromecânica de energia.
0.2 objetivo
0.3 Preparatório
Por ser a primeira aula de laboratório, esta prática não exigirá preparatório.
8
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 0
0.4.2 Execução
a) ligue um voltímetro CC/CA na saída CC de 0
I- Reconhecimento do laboratório e de seus a 200V da fonte Leybold.
equipamentos
b) Zere a fonte e aumente gradativamente a
a) Esboce uma planta baixa do laboratório tensão. Neste caminho, meça a tensão pro-
com a indicação das bancadas, das janelas, duzida utilizando os modos CC e CA do vol-
da porta, das mesas e da região com as ca- tímetro. Use a maior escala e interrompa o
deiras. As medidas podem ser aproximadas. teste quando alcançar o fundo de escala em
b) Esboce um desenho da fonte Leybold indi- qualquer um dos modos (CC ou CA).
cado cada um dos itens do seu painel.
Figura 1: Circuito da segunda parte da experiên- (d) Calcular a resistência interna da fonte CC de
cia 0 0-17V.
9
Geração de Campo Magnético
1
1.1 Introdução
A lei de Ampere indica que o fluxo de corrente através de um condutor gera um campo magnético ao redor
do mesmo e que a intensidade deste campo é proporcional a amplitude da corrente. De forma análoga,
ao alimentarmos uma bobina, a corrente que flui por ele gera um campo magnético com intensidade pro-
porcional ao numero de espiras e à amplitude da corrente. Além disso, o meio ao qual o condutor ou a
bobina está inserido influencia diretamente produção de campo magnético. Neste contexto, esta primeira
experiencia vise avaliar de maneira qualitativa a produção de campo magnético.
1.2 objetivo
A experiência tem como objetivo a verificação qualitativa das propriedades dos campos magnéticos gerados
por correntes contínuas e alternadas.
1.3 Preparatório
Na Figura 1.1 é apresentado um circuito magnético cujo núcleo tem profundidade de 2cm. Este circuito
possui uma bobina com 1000 espiras e resistência interna de 10Ω.
d) Qual a corrente que fluirá pela bobina do circuito da Figura 1.1 se ela for alimentada por uma fonte de
20V CC? Qual a corrente se ela for alimentada por uma fonte de 20V CA (com 60Hz)? Qual conclusão
você pode tirar analisando esses resultados?
e) Calcular a tensão induza em uma bobina estática, com 1000 espiras, submetida a um fluxo magnético
estático de 10mW b.
f) Repita o caso anterior considerando desta vez um fluxo magnético com comportamento senoidal.
Considere a amplitude 10mW b e a frequência 60H z.
g) Considere a mesma bobina do caso anterior submetida desta vez a um fluxo com padrão de degrau:
φ = 0, para t < 1s, e φ = 10mW b, para t > 1s. Esboce o gráfico da tensão induzida (não precisa
calcular os valores). Que conclusão é possível tirar?
10
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 1
11
Verificação da Relutância de circuito magnético
2
Na experiência 1 foi verificado que uma bobina é capaz de gerar campo magnético quando alimentada por
uma corrente elétrica. Contudo, este experimento não permitiu uma análise mais profunda no que diz res-
peito à influência do circuito magnético em si na geração do fluxo magnético. Na experiência 2, por outro
lado, o foco será o circuito magnético e para tanto realizaremos medidas indiretas do fluxo magnético em
diferentes circuitos.
Medir diretamente o fluxo magnético de um circuito é algo complicado, uma vez que exige um sensor apro-
priado em formato de película para ser disposto em algum entreferro do circuito. Mesmo se esta solução
fosse possível, a própria utilização do sensor poderia interferir no funcionamento do circuito aumentando
a distância do entreferro, por exemplo. Por este motivo, realizaremos a medição indiretamente, ou seja,
veremos o efeito do fluxo magnético na tensão induzida de uma bobina. Vejamos um exemplo:
Digamos que o objetivo da prática seja medir o fluxo magnético no circuito da figura 2.1(a). Observe que o
circuito não possui entreferro, o que vetaria a opção de um possível sensor em forma de película. No en-
tanto, podemos enrolar um fio ao redor no núcleo e medir indiretamente o fluxo através da tensão induzida
nesta nova bobina (figura 2.1(b)). Os únicos pré-requisitos são que a corrente i da bobina principal seja
alimentada com corrente alternada e que a bobina de medição seja mantida em aberto para não interferir
no funcionamento do circuito. Na figura 2.1(b) apenas um voltímetro, cuja resistência é elevada, é ligado
na saída da bobina de teste. Se a bobina de teste possui No expiras, teremos:
dφ 1
Z
v o = No =⇒ φ = vo d t
dt No
Uma vez que v o é senoidal (ou próximo disso), ou seja, v o = Vp sen (ωt ), teremos o seguinte resultado:
Vp
φ=− cos (ωt )
No ω
Considerando apenas o valor eficaz do fluxo, teremos o seguinte resultado:
Vp Vr ms
Φr ms = p =
2No ω No ω
Sabendo o fluxo magnético que passa por um circuito, é possível calcular a relutância deste circuito através
de:
N I r ms
R=
Φr ms
12
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 2
2.1 Preparatório
a) Ainda sobre a metodologia apresentada, o que acontece se a bobina de teste não estiver em aberto?
b) Segundo o método de medição de fluxo apresentado na introdução, poderia ser utilizado a mesma
bobina de alimentação para realizar a mediação indireta do fluxo magnético? Justifique.
c) O que é o fluxo magnético disperso e como ele pode atrapalhar a metodologia apresentada?
d) No circuito da figura a seguir, uma corrente CA de 1A e 60H z foi injetada na bobina de alimentação
do circuito. A bobina de teste foi mantida em aberto e um voltímetro indicou 20V CA. Calcule a
permeabilidade magnética relativa do material do núcleo do circuito.
e) O circuito magnético da figura a seguir tem um núcleo feito do mesmo material do anterior. Calcule
os fluxos φ1 , φ2 e φ3 se a corrente for de 1A CA.
13
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 2
2.3 Relatório
14
Indutâncias variáveis com posição mecânica
3
Esta aula prática tem como objetivo mostrar que as indutâncias de uma máquina elétrica podem variar
com a posição do rotor1 . A máquina utilizada na aula é apresentada no capítulo II desta apostila e poder
ser configurada para funcionar tanto como máquina síncrona, quanto como máquina assíncrona. Na con-
figuração síncrona (utilizada nesta prática), a máquina possui três bobinas no estator2 e uma bobina no
rotor, resultando em quatro indutâncias próprias e doze mútuas. Embora o estudo da máquina síncrona
fuja o escopo de CEME I e CEME III, é recomendado a leitura das seções relacionadas as indutâncias desta
máquina no capítulo 5 do livro texto utilizado no curso (UMANS, 2014). Nesta experiência, utilizaremos
uma versão adaptada da metodologia apresentada na experiência 2 para calcular as indutâncias de uma
máquina rotativa (a máquina síncrona).
Uma versão simplificada de uma máquina síncrona de dois polos é apresentada na Figura 3.1(a)3 . Na figura
é apresentada a vista de corte de máquina e cada par de círculos vermelhos (aa 0 , bb 0 , cc 0 e f f 0 ) representa
uma das bobinas da máquina4 , a parte central representa o rotor e a parte externa o estator. Observe que
são apresentados os eixos magnéticos (direções em que o fluxo fluirá) da bobina da fase a e da bobina do
rotor,f e que o angulo θ depende da posição do rotor.
Para entender a característica das indutâncias desta máquina, considere inicialmente que a bobina na fase
b é alimentada com corrente e as demais são mantidas em aberto, como mostrado na figura 3.1(b). Neste
caso, as linhas tracejadas em azul representam o fluxo magnético produzido por esta bobina. Como o entre-
ferro entre o rotor e o estator é praticamente uniforme, é possível dizer que o fluxo não varia com a posição
do rotor. Ainda nesta figura, observe que as linhas de fluxo mais externas enlaçam, ou seja, concatenam,
a bobina da fase a, mas as demais não. Novamente, esta condição não é alterada pela posição do rotor.
Generalizando a análise para as demais bobinas do estator, podemos concluir que as indutâncias próprias
e mútuas delas são constantes independentemente da posição do rotor.
Considere agora que a bobina do rotor é alimentada e as demais são mantidas em aberto. Se o rotor estiver
na posição θ = 0◦ , como na figura 3.1(c), todas as linhas de fluxo geradas pela bobina f enlaçam a bobina da
fase a do estator. No entanto, as bobinas das fases b e c são enlaçadas apenas pelas linhas mais externas.
Contudo, se movermos o rotor de tal forma que θ = 90◦ , como mostrado na figura 3.1(d), nenhuma linha de
fluxo enlaça a bobina da fase a. Nas fases b e c, por outro lado, ocorre um aumento do número de linhas
de fluxo enlaçando as bobinas. Consequentemente, podemos concluir que as indutâncias mútuas entre as
bobinas do estator e a bobina do rotor (L a f , L b f e L c f ) variam com a posição do rotor. A indutância própria
da bobina do rotor, por outro lado, é constante, independentemente da posição angular.
Tendo compreendido a lógica, podemos ir para a equação de fluxo concatenado da máquina:
λa
L aa L ab L ac L a f ia
λ L
b ba L bb L bc L b f i b
= (3.1)
λc L c a L cb L cc L c f i c
λf Lf a Lf b Lf c Lf f if
1 Parte móvel de uma máquina rotativa.
2 Parte estática da máquina.
3 A máquina do laboratório possui quatro polos, mas a característica das indutâncias é similar a da máquina de dois polos.
4 Caso tenha dificuldade em visualizar o sistema, visualize o vídeo disponibilizado por (Catarinense Motores Elétricos, 2013): a
15
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 3
a
a
c0 b0
t or
Ro
0
do
c f b0
o
θ
ic
nt
ag
M
xo
Ei
Eixo Magntico da Fase a
f0
b c
b c
a0 a0
(a) Máquina síncrona de dois polos (b) Fluxo da fase b
a a
c0 b0 c0 b0
b c b c
a0 a0
(c) Fluxo do rotor com θ = 0◦ (d) Fluxo do rotor θ = 90◦
Figura 3.1: Vista frontal de uma máquina síncrona simplificada de dois polos.
L aa = L bb = L cc = L e
L ab = L bc = L c a = −M e
L f f = Lr
(3.2)
L a f = M er cos (θ + δ0 )
L b f = M er cos (θ − 2π/3 + δ0 )
L c f = M er cos (θ + 2π/3 + δ0 )
dλ
e= (3.3)
dt
16
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 3
onde λ = N φ é o fluxo concatenado de uma determinada bobina. Também sabemos que a indutância em
um circuito com uma única bobina é dada por:
λ
L= (3.4)
i
Se a tensão induzida de uma bobina for senoidal, ou seja, e = E p sen (ωt ), podemos obter:
Ep
Z
λ= E p sen (ωt ) d t = − cos (ωt ) (3.5)
ω
Ep E r ms
Λr ms = p = (3.6)
ω 2 ω
Λr ms
L≈ (3.7)
I r ms
Para uma máquina com mais de uma bobina, é necessário garantir que haja corrente em apenas uma das
bobinas, caso contrário os resultados apresentados aqui não são válidos.
O procedimento para medir uma indutância mútua é fácil: injetá-se corrente alternada em uma bobina e
mede-se a tensão induzida na outra. Garantindo que haja corrente em apenas uma bobina (as demais em
aberto) é possível utilizar (3.7) da seguinte forma:
Λr ms2 E r ms2
L 12 = = (3.8)
I r ms1 ωI r ms1
onde I r ms1 é a corrente que flui pela bobina 1 e E r ms2 é a tensão induzida na bobina 2.
Como estudado em aula, se o aumento da corrente de uma bobina causa redução do fluxo concatenado em
outra bobina, teremos uma indutância mútua negativa entre as duas. A metodologia proposta não consegue
observar este efeito porque é baseada nos valores eficazes de tensão e corrente. Neste caso, utilizaremos o
conhecimento que adquirimos sobre a máquina para interpretar os resultados:
• As indutâncias mútuas entre as bobinas do estator e a bobina do rotor variam senoidalmente com a
posição.
No primeiro caso, basta assumir valor negativo para as indutâncias. No segundo caso é preciso observar
que durante meio ciclo a indutância será positiva e noutro ela será negativa, embora as medidas não sejam
capazes de mostrar isso. Utilizando a metodologia até agora descrita, obteremos um gráfico de indutân-
cia em função da posição angular como o mostrado na Figura 3.2(a). Com um pouco de bom senso e do
conhecimento fornecido por (3.2) é possível atribuir o sinal negativo a alguns dos pontos, como mostrado
na Figura 3.2(b). Finalmente, é possível utilizar esses resultados para levantar as indutâncias da máquina,
como mostrado na Figura 3.2(c).
17
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 3
(a) Valores de indutância obtidos usando a metodologia (b) Valores de indutância corrigidos
descrita
Figura 3.2: Indutância Mútua entre uma das fases do estator e o roto. os valores utilizados são ilustrativos.
A Figura 3.3 é o circuito equivalente de uma determinada bobina. O resistor neste circuito representa a
resistência dos condutores que formam a bobina. Se alimentarmos esta bobina com tensão senoidal V
aparecerá uma corrente senoidal I . Sabemos que:
Vr ms p 2
= R + (ωL)2 (3.9)
I r ms
Como explicado anteriormente, a máquina utilizada possui três bobinas no estator e uma no rotor6 . Essas
bobinas poderão ser acessadas através do painel de conexões mostrado na Figura 3.4, para maiores deta-
lhes, vide o capítulo II. As bobinas do estator são representadas por retângulos pretos, mas a bobina do
rotor não é representada no painel. Os seis bornes da parte superior dão acesso às três bobinas no estator.
Observe que os bornes U e X, por exemplo, são os terminais da bobina mais à esquerda. A bobina to rotor
será acessada pelo par de bornes na parte inferior (onde está indicado 8 V CC). IMPORTANTE: para o de-
vido funcionamento da experiência, a chave localizada sobre os bornes na bobina do rotor deverá estar na
posição 1.
5 Será determinado no ensaio em CC
6 Na verdade ela possui três bobinas no rotor, mas será ligada de forma que estas três sejam combinadas em uma
18
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 3
3.4 Preparatório
a) Como podemos medir a resistência interna de uma bobina usando apenas uma fonte CC, um ampe-
rímetro e um voltímetro?
b) É correto afirmar que se a indutância mútua entre duas bobinas é nula, o fluxo gerado por uma nunca
alcançará a outra? Justifique.
c) A máquina apresentada na Figura 3.1(a) tem um par polos. Se a máquina possuir mais de um par de
polos, como ficarão as equações em (3.2).
d) Considere um circuito magnético com duas bobinas, cujas indutâncias próprias são L 11 e L 22 e a
indutância mútua é M . Se injetarmos uma corrente CA de 5A e 60Hz na bobina 1, qual será a tensão
induzida na bobina 2 (bobina 2 em aberto)?
Para os próximos itens, considere uma máquina com as seguintes indutâncias:
L 11 = 3mH L 22 = 4 mH L 12 = 2sen(θ) mH
f) Se a bobina 1 for alimentada novamente com 5A, mas desta vez CA (60Hz), e a bobina 2 for mantida
em aberto, quais serão os valores eficazes das tensões induzidas nas duas bobinas para cada um dos
ângulos θ a seguir:
g) Se a bobina 1 for alimentada com 5A CC, a bobina 2 for mantida em aberto e o rotor da máquina esti-
ver girando, quais serão as tensões induzidas nas bobinas (valor eficaz e frequência) para as seguintes
velocidades mecânicas:
19
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 3
7 Considerando que a máquina não possui assimetrias significantes, é possível assumir que a resistência/indutância das demais
20
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 3
3.6 Relatório
21
Verificação da Saturação Magnética
4
Nas experiências anteriores consideramos que a permeabilidade magnética de um núcleo é constante, em-
bora isso nem sempre seja verdade. A permeabilidade magnética de alguns materiais, conhecidos como
materiais ferromagnéticos, varia com a intensidade de campo magnético a que eles são submetidos. Neste
sentido, a experiência 4 tem como objetivo utilizar a técnica de medição indireta de variáveis magnéticas,
apresentada na experiência 2, para verificar o comportamento variável da permeabilidade magnética dos
materiais ferromagnéticos.
4.1 Preparatório
Neste preparatórios consideraremos o circuito magnético mostrado na Figura 4.1. Todo o preparatório de-
verá ser feito em Python e os códigos e figuras gerados deverão ser apresentados impressos.
a) Usando Numpy defina um vetor tempo. Considera para este vetor t max = 100ms e ∆t = 100µs.
b) Faça uma função produza um sinal de corrente como i (t ) = I p sen(ωt )1 . As entradas da função serão
a amplitude, a frequência e o vetor de tempo e a saída será o vetor de corrente.
c) Usando a função do item anterior e o vetor de tempo, compute quatro vetores de corrente, cada um
com um valor diferente de amplitude I p: 0, 1A; 0, 25A; 0, 45A e 0, 6A. Considere frequência de 60H z.
d) Usando Matplotlib, plote2 as três correntes em um mesmo gráfico e verifique se estão corretas.
e) Faça uma função que calcule a derivada numérica de um vetor. Considere que as entradas são o vetor
que se deseja derivar e o vetor de tempo e a saída é um vetor com a derivada3,4 .
f) Teste a função do item anterior com as correntes definidas anteriormente para verificar se a função
está correta.
g) Usando a função de derivação numérica, compute a tensão induzida na bobina de teste para cada
uma das correntes anteriormente definidas. Neste caso, considere que µr = 200. Dica: calcule a
1 A internet está repleta de tutoriais sobre como fazer isso: este daqui poderá ser útil.
2 Tem exemplos de como fazer isto na referência (FREITAS, 2019b).
3 A referência (NEVES; NERI, 2013) mostra um vídeo explicando a derivação numérica.
4 A derivação numérica do vídeo anterior faz com que o vetor com a derivada tenha um elemento a menos que o vetor a ser
derivado: insira um zero no início ou no fim para que o vetor de resultados fique com o mesmo tamanho do vetor de tempo.
22
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 4
indutância do circuito na mão. Então, usando Python, faça λ1 = L 11 i 1 (esse resultado é válido para
i 2 = 0) e calcule λ2 . Finalmente, usando a função de derivação criada no item anterior, faça e 2 =
d λ2 /d t 5 .
h) Plote das tensões induzidas para cada um dos casos em um mesmo gráfico.
i) Faça uma função para calcular o valor RMS6 de um vetor e calcule os valores RMS das tensões anteri-
ores.
Considere agora que o núcleo do circuito magnético tem a seguinte característica magnética:
k) Plote a curva B × H .
l) Calcule as tensões induzidas, desta vez considerando a característica não linear apresenta na tabela.
Dicas: como o núcleo é uniforme e simétrico, podemos fazer H = N1 i 1 /`. Como i 1 é um vetor, H
também será. Se você fosse resolver o problema na mão, para cada ponto deste vetor você teria que
ver o correspondente valor de B na curva de magnetização. Como vamos fazer de forma automática,
usaremos a função interp do Numpy dentro de um loop for7 .
o) Discuta os resultados.
5 Você pode pensar, se tivesse feito tudo na mão sairia mais rápido e não teria que programar uma linha de código se quer.
Contudo, a resolução de problemas na mão é limitada a alguns casos muito simples. Os próximos itens mostrarão isso.
6 Tente fazer sozinho, isso ajuda a desenvolver a capacidade de programação. Se mesmo assim não conseguir, dê uma olhada na
23
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 4
• Núcleo de Ferro em U;
4.2.2 Execução
I- Identificação do material
24
Transformadores: Conceitos Básicos
5
O transformador é um dispositivo eletromagnético composto por duas1 ou mais bobinas magnanimamente
acopladas. Seu princípio de funcionamento é simples: uma bobina é alimentada com tensão alternada,
gerando um fluxo magnético alternado no circuito magnético. Parte deste fluxo magnético concatena a se-
gunda bobina e, de acordo com a lei de Faraday, induz a tensão do secundário. Neste caso, os dois circuitos
(ou as duas bobinas se preferir) estão eletricamente isolados um do outro: o acoplamento entre os dois é
realizado pelo campo magnético.
A partir desta experiência utilizaremos transformadores do tipo mostrado na Figura 5.1. É possível observar
na foto da Figura 5.1(a) que tanto o lado primário, quanto o secundário, possui quatro bornes de conexão.
Os dois bornes intermediários são chamados de TAPs da bobina e sevem para acessar um númeno menor
de espirar. O diagrama da Figura 5.1(b) ilustra essa situação.
Observe que em nenhuma parte da Figura 5.1 foi apresentado o número de espiras na bobina. Este é o
padrão comum, as bobinas são especificadas por tensão, não por espiras. Por exemplo, ao alimentar o
primário usando os bornes de 0 e 220V e medir a tensão secundária entre os bornes 0 e 110V , o usuário
observará uma relação de transformação de 2 : 1.
220V 220V
TAP
190V 190V
TAPs TAPs
110V 110V
Bobina
0V 0V
Bobina
Primária Secundária Primário Secundário
(a) Foto (b) Diagrama
5.1 Preparatório
Considere neste preparatório um transformador ideal com estrutura igual ao da Figura 5.1(b). Para cada
um dos quatro casos calcule as tensões e correntes no primário e no secundário.
a) Uma fonte de 220V é ligada aos terminais 0 e 220V e um voltímetro é ligado aos terminais 0 e 120V
do secundário.
b) Uma fonte de 220V é ligada aos terminais 0 e 220V do primário e uma carga de 50Ω é ligada aos
terminais 0 e 110V do secundário. Repita o item considerando cargas de 25Ω e 100Ω.
c) Uma fonte de 50V é ligada aos terminais 0 e 110V do primário e uma carga de 50Ω é ligada aos ter-
minais 0 e 220V do secundário. Repita o item considerando cargas de 25Ω e 100Ω.
1 Na verdade, existem transformadores de bobina única. O transformador de corrente (TC) do tipo janela é um exemplo (PFIFF-
25
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 5
d) Uma fonte de 150V é ligada aos terminais 0 e 190V do primário e uma carga de 50Ω é ligada aos ter-
minais 0 e 220V do secundário. Repita o item considerando cargas de 25Ω e 100Ω.
e) Simule cada um dos circuitos no PSIM e compare os resultados de simulação com os resultados teó-
ricos.
Agora responda as seguintes questões:
f) Se alimentarmos o primário com 100V através dos terminais 0 e 110V , qual será a tensão medida por
um voltímetro ligado entre os terminais 0 e 220V da mesma bobina?
g) Se alimentarmos o primário com 100V através dos terminais 0 e 110V , qual será a tensão medida por
um voltímetro ligado entre os terminais 190 e 220V da bobina secundária?
h) Considere que um transformador foi ligado em série em um circuito como mostrado na Figura 5.2.
Ainda considerando o transformador ideal, calcule as correntes no primário e no secundário se a
fonte for ajustada para 100V , a resistência de 10Ω, o primário possuir 5000 espiras e o secundário
possuir 15000 espiras.
A
Secundário
A
Primário
26
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 5
27
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 5
5.3 Relatório
• Porque a corrente do primário é diferente de zero, mesmo quando o secundário está em aberto?
28
Transformadores: Determinação da Polaridade e
6
dos Parâmetros do Circuito Equivalente
Na experiência anterior realizamos uma série de testes com um transformador monofásico visando enten-
der o funcionamento do equipamento e verificar as diferenças entre o transformador ideal e o real. Dando
continuidade no tema, serão abordadas na presente experiência a determinação da polaridade das bobinas
do transformador e a determinação dos parâmetros do circuito equivalente.
• Talvez seja bom dividir em duas experiências: uma sobre polaridade e outra sobre parâmetros
A direção que as correntes fluem nas bobinas de um transformador é tal que o fluxo produzido pela bobina
secundária tende contrariar o fluxo produzido pela bobina primária (ULABY, 2007)1 . A Figura 6.1 apre-
senta dois exemplos que ilustram esta questão. Nos dois casos a polaridade da bobina primária é tal que
a corrente flui da fonte para o transformador (corrente entrando no terminal "positivo"da bobina). Se me-
dirmos as tensões secundárias de cima para baixo, como indicado por v 2 , teremos um caso onde a tensão
secundária estará defasada de 180◦ da tensão do primário e outro em que as duas tensões estarão em fase.
O defasamento é causado pelo sentido de enrolamento da bobina e indica que a bobina do secundário da
Figura 6.1(a) tem polaridade invertida.
i1 φ i1 φ
i2 i2
+ + + +
v1 (t) N2 v2 (t) v1 (t) N2 v2 (t)
N1 N1
− − − −
v1 (t) v2 (t) v1 (t) v2 (t)
A representação mostrada na Figura 6.1 não é comum. Ao invés, é comum a utilização da notação do ponto
para indicar a devida polaridade das bobinas. Neste caso, as tensões estão em fase sem que forem medi-
das do terminal com ponto para o terminal sem ponto. A Figura 6.2 ilustra a utilização desta notação 2 .
Além da polaridade da tensão, a notação do ponto serve também de parâmetro para escolha de sentido das
correntes: no primário, a corrente deve entrar no ponto, no secundário ela deve sair.
Saber a polaridade das bobinas é de grande importância quando desejamos colocar transformadores em
paralelo ou realizar a montagem de autotransformadores ou transformadores trifásicos. No entanto, abrir
um transformador para visualizar os sentidos de enrolamento das bobinas primária e secundária é algo
1 Se a corrente no secundário tendesse gerar fluxo na mesma direção do primário, o fluxo total no núcleo aumentaria e iniciaria
uma reação em cadeia: o aumento do fluxo aumentaria a tensão induzida no secundário que aumentaria a corrente que, por sua
vez, aumentaria o fluxo.
2 A notação do ponto também é utilizada nos símbolos de transformadores utilizados em circuitos elétricos.
29
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 6
i1 φ i2 i1 φ
i2
+ − + +
v1 (t) N2 v1 (t) N2 v2 (t)
N1 v2 (t) N1
− + − −
v1 (t) v2 (t) v1 (t) v2 (t)
indesejável e, na maioria das vezes, impossível. Por este motivo exite um teste simples, que exige apenas a
utilização de voltímetros, para determinação da polaridade das bobinas (IEEE, 2016)3 :
• Inicialmente é montado o circuito da Figura 6.3, com a bobina de alta como primário;
• Assumimos uma polaridade para a bobina primária (indicada de acordo com a notação do ponto);
V
V3
Transformador
V1 V V2 V
Neste caso:
6.2 Wattímetro
Para realização dos ensaios descritos na seção 6.3 necessitaremos de um wattímetro: instrumento que
mede a potência ativa consumida por um circuito. O wattímetro utilizado no laboratório, indicado na Fi-
gura 6.4(a), possui duas bobinas, uma de tensão e outra de corrente. Além disso, o diagrama da Figura 6.4(b)
indica que a bobina de tensão possui taps para diferentes níveis de tensão: 48, 120, 240 e 480V . Uma vez
que a bobina de tensão é ligada da mesma forma que ligamos um voltímetro, é importante perceber que
3 A referência (IEEE, 2016) apresenta, também, outras duas metodologias para determinação de polaridade de transformadores.
Esta referência ainda apresenta diversas metodologias utilizadas para o levantamento de características do transformador, vale a
pena conferir.
30
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 6
se a bobina de tensão for submetida a uma tensão maior que a indicada pela escala, o wattímetro será
danificado. Ou seja, a escolha da escala do tap da bobina de tensão deve ser feita com cautela. A bobina de
corrente, por outro lado, assemelha-se a um amperímetro por isso deve ser ligada em série com o circuito.
A Figura 6.5 apresenta o esquema típico de ligação de um wattímetro.
Terminais
da Bobina
Terminais
da Bobina
de Tensão
0 V
de Corrente
Escala da
Bonina de
Tensão 48V
120V
240V
480V
Bobina de tensão
A
Bobina
de
Corrente
0
Wattı́metro
(a) Foto (b) Diagrama
A 0
V
0
W
Representação Circuito
do Wattı́metro Analisado
• Ensaio em vazio
O lado de baixa é alimentado com tensão nominal e o lado de alta é mantido em aberto, como mos-
trado n Figura 6.6(a). Após este procedimento, são medidas a tensão, a corrente e a pot encia no
primário. Este ensaio permite a determinação de R c e X m .
• Ensaio de curto-circuito
O lado de alta é ligado a uma fonte ajustável de tensão, inicialmente zerada, e o lado de baixa é cur-
tocircuitado, como mostrado n Figura 6.6(b). Em seguida, a fonte de tensão deve ser gradativamente
31
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 6
ajustada para que o transformador consuma corrente nominal no primário4 . Após este procedi-
mento, são medidas a tensão, a corrente e a potência no primário. Este ensaio permite a determi-
nação de R eq e X eq .
Transformador Transformador
A A
W W
V V
6.4 Preparatório
a) Utilize o ponto para indicar a polaridade das bobinas A, B e C do transformador da Figura 6.7.
A B
i1
+
v1 (t)
−
C
c) Utilize a notação do ponto para marcar a polaridade das bobinas nos circuito da Figura 6.8. Sabe-
se que os dois transformadores estão ligados na configuração abaixadora. Quais são as tensões nos
secundários?
110V 300V
V V
Transformador Transformador
220V 220V
4 O ensaio em curto deve ser realizado com muito cuidado, acima de tudo porque queremos que transformador sobreviva ao
teste.
32
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 6
e) O que acontece se a bobina de tensão do wattímetro for submetida a uma tensão de 220V quando a
chave seletora estiver posicionada em 110V ?
f) O que acontece se a bobina de corrente do wattímetro for ligada em paralelo com a fonte?
33
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 6
I- Identificação do material
a) Considerando o transformador na configu-
a) Identificar o material utilizado. ração 220V:220V, monte o circuito da fi-
b) Anotar os dados do transformador e do Wat- gura 6.6(a).
tímetro. b) Ajuste a tensão para o valor nominal.
6.6 Relatório
• Apresente os resultados do teste do Wattímetro e calcule o erro de medição de cada um dos casos.
35
Transformadores: Eficiência e Regulação de
7
Tensão
Esta experiência tem como objetivo levantar a eficiência e a regulação de tensão de um transformador mo-
nofásico para diferentes valores de carga.
7.1 Preparatório
a) Preencha a tabela a seguir com a eficiência do transformador para cada um dos casos. Observe que
as colunas indicam a potência ativa da carga e as linhas o fator de potência.
b) Preencha a tabela a seguir com a regulação de tensão do transformador para cada um dos casos.
36
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 7
37
Autotransformadores
8
O autotransformador é uma especie de transformador sem isolamento elétrico entre o primário e o secun-
dário.
• Colocar um guia mostrando como montamos um autotrafo de bobina única e como transformamos
um trasnformador em um autotrasnfromador
• Cortar a parte IV
• Utilizar como carga o reostato de 110Ω em série com uma bobina de 250 espiras:
• Pedir para medir a corrente na bobina comum e a tensão na bobina série nas partes I e II
8.1 Preparatório
38
Apostila de Laboratório de CEME I Experiência 8
e) Ajuste o reostato para que a corrente que e) Ajuste o reostato para que haja 1, 5A e 2, 0A
flui por ele atinja 2, 0A e meça novamente as nele e repita o processo de medição das va-
tensões e correntes. riáveis.
1 Foi escolhido este valor para evitar correntes superiores as suportadas pelo reostato
2 Foi escolhido este valor para evitar correntes superiores as suportadas pelo reostato
39
Bibliografia
ABB. Instrument Transformers: Technical Information and Application Guide. 2005. Acesso em: 22
sep. 2019. Disponível em: <https://library.e.abb.com/public/e2462bd7f816437ac1256f9a007629cf/
ITTechInfoAppGuide.pdf>.
Catarinense Motores Elétricos. Motor Elétrico Trifásico. 2013. Acesso em: 30 aug. 2019. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=xGW3RHVGBmA>.
CHAPMAN, S. Fundamentos de Máquinas Elétricas. 5. ed. [S.l.]: AMGH Editora, 2013. ISBN 9788580552072.
FREITAS, C. M. Manual de Escrita dos Relatórios de CEME. [S.l.], 2019. Versão 3.0. Disponível em:
<http://www.eng.uerj.br/deptos/professor/338/Manual_relatorio_3_0.pdf>.
HAYT, W.; BUCK, J. Eletromagnetismo. 8. ed. [S.l.]: Bookman Editora, 2013. ISBN 9788580551549.
IEEE. Ieee standard test code for liquid-immersed distribution, power, and regulating transformers. IEEE
Std C57.12.90-2015 (Revision of IEEE Std C57.12.90-2010), p. 1–120, March 2016.
NEVES, A.; NERI, I. Derivação Numérica - Diferenças finitas para 2 pontos. 2013. Acesso em: 05 sep. 2019.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HxX7O07Ycz0>.
PFIFFNER. Transformadores de Corrente Tipo Janela. Acesso em: 22 sep. 2019. Disponível em:
<https://www.pfiffner.com.br/fileadmin/files/documents/80_downloads/Transformadores-de-Corrente_
Tipo-Janela.pdf>.
Rosetta Code. Averages/Root mean square. 2019. Acesso em: 30 aug. 2019. Disponível em: <https:
//rosettacode.org/wiki/Averages/Root_mean_square>.
UMANS, S. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. [S.l.]: AMGH Editora, 2014. ISBN
9788580553741.
40