O documento discute a revisão das normas NBR 12655 de 1996 e NBR 12654 de 1992 sobre operações de preparo e controle de concreto. Ele destaca lacunas nas normas atuais, como a falta de normalização para a água e adições minerais no concreto. Também propõe novas exigências para garantir a qualidade do concreto ao usar adições, como requisitos de finura e estudos de viabilidade técnica.
O documento discute a revisão das normas NBR 12655 de 1996 e NBR 12654 de 1992 sobre operações de preparo e controle de concreto. Ele destaca lacunas nas normas atuais, como a falta de normalização para a água e adições minerais no concreto. Também propõe novas exigências para garantir a qualidade do concreto ao usar adições, como requisitos de finura e estudos de viabilidade técnica.
O documento discute a revisão das normas NBR 12655 de 1996 e NBR 12654 de 1992 sobre operações de preparo e controle de concreto. Ele destaca lacunas nas normas atuais, como a falta de normalização para a água e adições minerais no concreto. Também propõe novas exigências para garantir a qualidade do concreto ao usar adições, como requisitos de finura e estudos de viabilidade técnica.
A versão em vigor da NBR 12655 estabelecendo as exigências para as operações de
preparo, controle e recebimento de concreto, tanto realizadas por empresas de serviço de concretagem, como na obra, data de 1996 e apóia-se no controle de qualidade dos materiais que entram na composição do concreto, o que é estabelecido pela NBR 12654:1992. Essa norma, por sua vez, limita-se a apresentar uma exaustiva lista de outras Normas da ABNT para a determinação de propriedades e características de materiais. Algumas lacunas foram surgindo com o tempo nas exigências constantes das NBR 12655 e NBR 12654, fato que justifica a necessidade de revisão dessas normas. Algumas dessas lacunas que devem ser registradas são: ― a falta de normalização ABNT para a água utilizada no preparo do concreto; ― a falta de referência à especificação de sílica ativa (NBR 13956:1997 - Sílica ativa para uso em cimento Portland, concreto, argamassa e pasta de cimento Portland – Especificação), utilizada em concretos onde se necessita atingir valores de resistência à compressão muito elevados (concretos de alto desempenho); ― falta de estabelecimento de propriedades essenciais, para as adições minerais que não têm normalização específica para uso em concreto; ― atualização de diversas referências a normas já revisadas; ― acompanhamento das alterações estabelecidas em normas hierarquicamente superiores, como são a NBR 6118 e a NBR 14931, para evitar normas paradoxais. O estabelecimento das exigências necessárias ao uso de adições em concreto nessas normas são insuficientes, tendo em vista que a NBR 12655 apenas estabelece que: ― na categoria de adição mineral ficam incluídos todos os sólidos minerais, em estado seco na forma pulverulenta, inertes ou ativos; ― cada adição mineral deve ser armazenada separadamente e devidamente identificada. Por sua vez, a NBR 12654 apenas define que as adições consideradas ativas são as escórias de alto-forno conforme a NBR 5735 (norma de especificação de cimento Portland de alto-forno) e materiais pozolânicos de acordo com a NBR 5736 (norma de especificação de cimento Portland pozolânico) e estabelece que somente podem ser incorporadas ao concreto produzido em central e ser usadas em concreto com base nos subsídios decorrentes de estudos experimentais prévios. Com isso, verifica-se que as Normas brasileiras NBR 12654 e NBR 12655 consideram suficientes para o concreto, as exigências para o uso de adições de escória e pozolana em cimento, a partir da menção às NBR 5736 e 5735 e prevê estudos experimentais prévios sem definir sua abrangência ou as exigências a serem cumpridas. Entende porém, que isso não é suficiente, faltando estabelecer no caso de adições minerais introduzidas diretamente no concreto (escória básica granulada de alto-forno, fíler calcário e materiais pozolânicos) o atendimento a requisitos de: ― finura – para garantir que todo o material possa vir a reagir e contribuir para a resistência do concreto; ― homogeneidade da mistura no concreto – processo necessário, considerando que a reação das adições é mais lenta que a reação do clínquer ao ter contato com a água,podendo resultar concretos com propriedades completamente diferentes numa mesma betonada, onde houver concentração de um ou outro componente, ― estudos específicos de viabilidade técnica – visando estabelecer a quantidade de adições a ser utilizada, sem prejuízo às propriedades do concreto. Atualmente tem sido substituído parte do cimento por adições, sem comprovação de seu desempenho. Traçando um paralelo com práticas internacionais, em alguns países são admitidas adições minerais ativas no concreto desde que: ― cumpram normas específicas; ― substituam parcialmente o cimento com um fator de ponderação (k); ― a adição seja baseada em estudos específicos de viabilidade técnica; ― se garanta um teor mínimo de cimento, complementado pela adição quantificada considerando o fator de ponderação a ela atribuído (k) ― seja realizado rigoroso controle tecnológico do concreto e de seus materiais componentes, inclusive as adições. No Brasil, as NBR 12653 e NBR 13956 estabelecem os requisitos para uso em cimento, argamassa e concreto de materiais pozolânicos e sílica ativa, respectivamente. Com relação à escória de alto-forno para uso em concreto, apenas existem exigências relacionadas ao seu uso em cimento e com relação ao uso do fíler calcário em concreto não há nenhuma referência normativa. Outro aspecto diz respeito a quantidade de cimento no concreto. Conforme o grau de agressividade em que o concreto vai ser aplicado , a NBR 6118 estabelece classes minimas de resistência do concreto bem como relação a/c máxima mas remete a NBR 12655 quanto ao consumo mínimo de cimento no concreto para garantia da durabilidade. Ora a norma NBR 12655 em vigor é omissa nesse aspecto ,necessitando de revisão, sugerindo a inclusão da seguinte tabela:
Classe de agressividade (Tabela 1)
Concreto Tipo I II III IV Relação água/cimento CA 0,65 0,60 0,55 0,45 em massa CP 0,60 0,55 0,50 0,45 Classe de concreto CA C20 C25 C30 C40 (NBR 8953) CP C25 C30 C35 C40 Consumo de cimento por metro cúbico de CA e CP 260 280 320 360 concreto kg/m 3 NOTAS: CA Componentes e elementos estruturais de concreto armado CP Componentes e elementos estruturais de concreto protendido Portanto para solucionar de imediato esse problema parece mais coerente revisar as normas em duas etapas eliminando a permissão de incorporação das adições não normalizadas e estabelecimento de consumo mínimo de cimento numa primeira etapa e criação de normas de desempenho e estabelcimento de criterios de uso das adições no concreto numa segunda etapa mais laboriosa com o intuito de evitar a introdução direta de adições minerais no concreto por razões eminentemente econômicas em detrimento da técnica. Entretanto essa segunda etapa se restingirá apenas a concretos não estruturais tais como os aplicados em blocos e pavers e aos concretos massa tais como os de barragens, atualmente não cobertos pela norma NBR12655, pois no Brasil não há o conceito de concreto referencia como na Europa . Some-se a isso a grande aceitação do CPIII-40 para o concreto em obras de edificações correntes quando do uso específico da escória.