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Estruturas de Concreto

Estruturas de Concreto

Concreto - Conceito
No estado endurecido, o concreto apresenta boa resistência à compressão e baixa resistência à tração (da
ordem de 10% da resistência a compressão), apresentando comportamento frágil, isto é, rompe com
pequenas deformações. Para suprir esta deficiência a tração adicionam-se outros materiais, tais como; fibras
sintéticas, fibras metálicas, barras de aço, fios e barras de aço.

Segundo a NBR 6118/14:

3.1.3 elementos de concreto armado


Aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre concreto e armadura, e nos quais não
se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência.

3.1.5 armadura passiva


Qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de protensão, isto é, que não seja previamente
alongada.
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Concreto - Conceito
No concreto protendido, pelo menos uma parte da armadura tem tensões previamente aplicadas,
denominada armadura de protensão ou armadura ativa.

O concreto protendido é um refinamento do concreto armado, onde a idéia básica é aplicar tensões prévias
de compressão nas regiões da peça que serão tracionadas pela ação do carregamento externo aplicado.

NBR 6118-2014. 3.1.4 elementos de concreto protendido:

Aqueles nos quais parte das armaduras é previamente alongada por equipamentos especiais de protensão,
com a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os deslocamentos da estrutura,
bem como propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta resistência no estado-limite último (ELU)
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Concreto - Conceito
Fissuração do Concreto

A armadura tracionada pode alongar-se até 10 ‰ (10 ‰ = 1 % = 10 mm/m). O concreto, aderente à


armadura, fissura sob tal alongamento.

Eliminar completamente as fissuras seria antieconômico, pois ter-se-ia que aplicar tensões de tração muito
baixas na peça e na armadura.

As fissuras devem ser limitadas a aberturas aceitáveis (≤ 0,2mm a 0,4mm) em função do ambiente, e que não
prejudiquem a estética e a durabilidade.

Dispor barras de diâmetros pequenos e distribuídas (fissuras capilares, não levando ao perigo
de corrosão ao aço).
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Concreto - Conceito
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Concreto - Conceito
Principais normas brasileiras para concreto armado

NBR 6118/2014 - Projeto de estruturas de concreto – Procedimento.


NBR 6120/20 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações - Procedimento;
NBR 7480/96 - Barras e fios destinados a amaduras de concreto armado –
Especificação;
NBR 8681/2006 - Ações e segurança nas estruturas – Procedimento;
NBR 8953/2011 - Concreto para fins estruturais - Classificação por grupos de resistência – Classificação;
NBR 9062/85 - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado –
Procedimento;
NBR 12655:2006 – Concreto - Preparo, controle e recebimento – Procedimento NBR 14931 - 2004 - Execução de
Estruturas de Concreto - Procedimento
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Vida útil

Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantêm as características das
estruturas de concreto, sem intervenções signficativas, desde que atendidos os requisitos de uso e
manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, conforme 7.8 e 25.3, bem como de execução dos
reparos necessários decorrentes de danos acidentais.

O conceito de vida útil aplica-se à estrutura como um todo ou às suas partes. Dessa forma, determinadas
partes das estruturas podem merecer consideração especial com valor de vida útil diferente do todo, como,
por exemplo, aparelhos de apoio e juntas de movimentação.
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Vida Útil

A durabilidade das estruturas de concreto requer cooperação e esforços coordenados de todos os envolvidos
nos processos de projeto, construção e utilização, devendo, como mínimo, ser seguido o que estabelece a
ABNT NBR 12655, sendo também obedecidas as disposições de 25.3 com relação às condições de uso,
inspeção e manutenção.
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Durabilidade e manutenibilidade NBR 15575-1

Critério – Vida Útil de Projeto


O projeto deve especificar o valor teórico para a Vida Útil de Projeto (VUP) para cada um dos sistemas que o
compõem, não inferiores aos estabelecidos na Tabela 14.1, e deve ser elaborado para que os sistemas tenham
uma durabilidade potencial compatível com a Vida Útil de Projeto (VUP).
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Classes

Segundo a ABNT NBR 8953, os concretos a serem usados estruturalmente estão divididos em dois grupos,
classificados de acordo com sua resistência característica à compressão (fck), conforme mostrado na Tabela a
seguir. Nesta Tabela a letra C indica a classe do concreto e o número que se segue corresponde à sua
resistência característica à compressão (fck), em MPa.

Grupo I fck Grupo II fck


C10 10 MPa C55 55 MPa
C15 15 MPa C60 60 MPa
C20 20 MPa C65 65 MPa
C25 25 MPa C70 70 MPa
C30 30 MPa C75 75 MPa
C35 35 MPa C80 80 MPa
C40 40 MPa C85 85 MPa
C45 45 MPa C90 90 MPa
C50 50 MPa
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Massa Específica

Se a massa específica real não for conhecida, para efeito de cálculo, pode-se adotar para o concreto simples
o valor 2400 kg/m3 e para o concreto armado, 2500 kg/m3.
Quando se conhecer a massa específica do concreto utilizado, pode-se considerar para valor da massa
específica do concreto armado aquela do concreto simples acrescida de 100 kg/m³ a 150 kg/m³.
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Coeficiente de Dilatação Térmica

Para efeito de análise estrutural, o coeficiente de dilatação térmica pode ser admitido como sendo igual a 10-
5/°C.
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Resistência à compressão

As prescrições da ABNT NBR 6118/14 referem-se à resistência à compressão obtida em ensaios de cilindros
moldados segundo a ABNT NBR 5738, realizados de acordo com a ABNT NBR 5739.

Quando não for indicada a idade, as resistências referem-se à idade de 28 dias. A estimativa da resistência à
compressão média, fcmj, correspondente a uma resistência fckj especificada, deve ser feita conforme indicado na
ABNT NBR 12655.

A evolução da resistência à compressão com a idade deve ser obtida através de ensaios especialmente
executados para tal. Na ausência desses resultados experimentais pode-se adotar, em caráter orientativo, os
valores indicados em 12.3.3.
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Resistência à tração

A resistência à tração indireta 𝑓𝑐𝑡,𝑠𝑝 e a resistência à tração na


flexão 𝑓𝑐𝑡,𝑓 devem ser obtidas em ensaios realizados segundo as
ABNT NBR 7222 e ABNT NBR 12142, respectivamente.

A resistência à tração na flexão (𝑓𝑐𝑡,𝑓 ) é determinada em uma


viga de concreto simples num ensaio de flexão simples:
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Resistência à tração

A resistência à tração direta fct pode ser considerada igual a 0,9fct,sp ou 0,7fct,f, ou, na falta de ensaios para
obtenção de fct,sp e fct,f, pode ser avaliado o seu valor médio ou característico por meio das seguintes
equações:
fctk,inf = 0,7fct,m

fctk,sup = 1,3fct,m
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Resistência à tração

— para concretos de classes até C50:


fct,m = 0,3 fck2/3

— para concreto de classes C55 até C90:


fct,m = 2,12ln(1 + 0,11 fck)
onde
fct,m e fck são expressos em megapascals (MPa). sendo
fckj ≥ 7 MPa, estas expressões podem também ser usadas para idades diferentes de 28 dias.
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Módulo de Elasticidade
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Módulo de Elasticidade
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Módulo de elasticidade

O módulo de elasticidade (𝐸𝑐𝑖 ) deve ser obtido segundo o método de ensaio estabelecido na ABNT NBR 8522,
sendo considerado nesta Norma o módulo de deformação tangente inicial, obtido aos 28 dias de idade.
Quando não forem realizados ensaios, pode-se estimar o valor do módulo de elasticidade inicial usando as
expressões a seguir:

Sendo
αE = 1,2 para basalto e diabásio
αE = 1,0 para granito e gnaisse
αE = 0,9 para calcário
αE = 0,7 para arenito
onde
Eci e fck são dados em megapascals (MPa).
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Módulo de elasticidade

O módulo de deformação secante pode ser obtido segundo método de ensaio estabelecido na ABNT NBR 8522,
ou estimado pela expressão:

𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 . 𝐸𝑐𝑖

Sendo
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Módulo de elasticidade

A Tabela 8.1 apresenta valores estimados arredondados que podem ser usados no projeto estrutural.
Tabela 8.1 – Valores estimados de módulo de elasticidade em função da resistência característica à compressão
do concreto (considerando o uso de granito como agregado graúdo)
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Concreto - Conceito

Coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade transversal

Para tensões de compressão menores que 0,5fce tensões de tração menores que 𝑓𝑐𝑡 , o coeficiente de
Poisson ν pode ser tomado como igual a 0,2 e o módulo de elasticidade transversal 𝐺𝑐 igual a 𝐸𝑐𝑠 /2,4.
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Compressão
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Compressão
Para tensões de compressão menores que 0,5fc, pode-se admitir uma relação linear entre tensões e
deformações, adotando-se para módulo de elasticidade o valor secante dado pela expressão constante em
8.2.8.

Para análises no estado-limite último, podem ser empregados o diagrama tensão-deformação idealizado
mostrado na Figura 8.2 ou as simplificações propostas na Seção 17.
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Compressão
Os valores a serem adotados para os parâmetros εc2 (deformação específica de encurtamento do concreto no
início do patamar plástico) e εcu (deformação específica de encurtamento do concreto na ruptura) são definidos
a seguir:

— para concretos de classes até C50:


εc2 = 2,0%o;
εcu = 3,5%o

—para concretos de classes C50 até C90: εc2 = 2,0%o +


0,085%o.(fck – 50)0,53;
εcu = 2,6%o + 35%o.[(90 –fck)/100]4
Ver indicação sobre o valor de fcd em 12.3.3.
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Compressão
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Compressão

O fator 0,85 é devido ao efeito Rüsch:


“Quanto maior é o tempo de carregamento para se alcançar a ruptura, menor é a resistência do concreto”, ou
“é a diminuição da resistência do concreto com o aumento do tempo na aplicação da carga”.
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Tração
Para o concreto não fissurado, pode ser adotado o diagrama tensão-deformação bilinear de tração,
indicado na Figura 8.3.
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Conceitos Básicos

A fluência é definida como o aumento da deformação de encurtamento do concreto ao longo dos


anos, quando o mesmo é submetido as tensões de compressão de maneira constante e
permanente.

É imprescindível no concreto armado o estudo das flechas, pois a protensão aplica tensões de
compressão no concreto que acabam ocasionando fluência e redução do alongamento das
armaduras ativas, logo uma perca da força de protensão.
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Conceitos Básicos
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Conceitos Básicos
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Conceitos Básicos

O coeficiente de fluência  aumenta com o tempo de maneira decrescente e o valor final é


(t∞;to) = cc(t∞;to)/ci(to), e o tempo t = ∞ é muitas vezes tomado como 30 anos, com a
faixa de valores variando usualmente entre 1,5 e 4,0.45

A deformação por fluência (cc) depende da idade do concreto no instante do primeiro


carregamento, e do mesmo modo também o coeficiente de fluência , ou seja, a deformação
e o coeficiente diminuem com o aumento da idade de aplicação do primeiro carregamento.
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Conceitos Básicos

As deformações imediatas como já citado, dependa da intensidade da tensão de compressão


aplicada, taxa de aplicação, idade do concreto e relação tensão versus deformação imediata do
concreto. Em estruturas de concreto, a tensão de compressão causadas pelo carregamento
atuante nas estruturas em serviço, em geral não excedem metade da resistência a compressão
do concreto.
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Conceitos Básicos

Logo, para a determinação das deformações totais do concreto não fissurado e carregado
axialmente é somado as deformações ocasionadas pela retração, fluência e da
temperatura. Ressalta-se que o comportamento da estrutura de concreto, quanto as
deformações dependem do tempo, história e de como as tensões foram aplicadas.
Também deve-se considerar os materiais, propriedades e métodos construtivos.
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Conceitos Básicos

A retração é definida como a diminuição do volume do concreto com o passar do tempo. As


causas da retração podem ser variadas, sendo que a principal causa é a retração por secagem

A retração por secagem tem sua origem pelo fator de que para os concretos apresentarem
trabalhabilidade requerida, é utilizada uma quantidade maior de água do que a necessária. Esta
água que não foi utilizada na hidratação do cimento evapora com o passar do tempo, sendo
assim, ocasiona a diminuição do volume da estrutura.
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Conceitos Básicos

A deformação inicial é causada pela retração, que tem seu processo iniciado logo após o
lançamento do concreto nas formas, tendo que ele continua a aumentar do longo do passar do
tempo com uma taxa decrescente. No momento em que a tensão de compressão é aplicada no
concreto ocorre as chamadas deformações imediatas, sendo seguida pelo aumento gradual em
virtude da ocorrência da fluência.
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Conceitos Básicos
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Conceitos Básicos

.
Retração química: é decorrente das reações de hidratação do cimento. Contração da água não
evaporável, durante o endurecimento do concreto.

Retração por carbonatação: os componentes secundários do cimento, como o hidróxido de cálcio, ao


reagirem com o gás carbônico presente na atmosfera, levam também a uma diminuição de volume
do concreto (Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 + H2O).
Obrigado!

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