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Introdução ao estudo de Estruturas de

Concreto Armado
Problema 1

Resposta

As classes de resistência do concreto referem-se à capacidade de suportar


cargas e resistir a esforços aplicados a uma estrutura de concreto. Essas
classes são definidas com base na resistência característica à compressão do
concreto, medida em megapascal (MPa).
No Brasil, as classes de resistência do concreto são definidas pela Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), especificamente pela norma
NBR 12655. As classes mais comumente utilizadas são C20, C25, C30, C35,
C40, C45, C50, C55, C60 e C70.
Cada classe é representada por uma letra "C"seguida de um número, que
indica a resistência característica à compressão do concreto em MPa. Por
exemplo, a classe C20 possui uma resistência característica à compressão
de 20 MPa, enquanto a classe C30 possui uma resistência característica à
compressão de 30 MPa, e assim por diante.
É importante ressaltar que a escolha da classe de resistência do concreto
depende das exigências estruturais e das cargas esperadas para a constru-
ção em questão. Projetos de engenharia especificam a classe de resistência
adequada com base nas necessidades da estrutura e nas normas aplicáveis.

Problema 2

Resposta

No contexto da norma brasileira NBR 12655, que estabelece as classes de


resistência do concreto, o Grupo I e o Grupo II referem-se a diferentes faixas
de resistência característica à compressão do concreto.
Grupo I: O Grupo I é composto pelas classes de resistência do concreto
de C20 a C50. Essas classes de concreto têm resistências características à
compressão que variam de 20 MPa a 50 MPa. O Grupo I é geralmente uti-
lizado em estruturas de menor porte, como residências, edifícios de pequeno
porte, pisos industriais e estruturas de concreto pré-fabricado.
Grupo II: O Grupo II é composto pelas classes de resistência do concreto
de C55 a C100. Essas classes de concreto têm resistências características à

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compressão que variam de 55 MPa a 100 MPa. O Grupo II é utilizado em
estruturas que exigem uma resistência maior, como edifícios de grande porte,
pontes, barragens e estruturas submetidas a cargas pesadas ou condições
ambientais adversas.

Figura 1: Classes de resistência de concretos estruturais.

A principal diferença entre os dois grupos está na faixa de resistência


característica à compressão do concreto. O Grupo I abrange classes de resis-
tência mais baixas, enquanto o Grupo II abrange classes de resistência mais
altas. Essa diferença reflete as necessidades específicas das estruturas em
termos de carga, durabilidade e segurança.

Problema 3

Resposta

A resistência característica do concreto é uma propriedade que representa


a capacidade do material em resistir à compressão. É definida como a resis-
tência média do concreto, obtida a partir de ensaios realizados em corpos de
prova durante a fase de controle de qualidade da produção, para determina-
ção dessa resistência é preciso fazer vários levantamentos a fim de medir sua
resistência.
Para determinar a resistência característica do concreto, são feitos ensaios
de compressão em corpos de prova cilíndricos ou cúbicos, seguindo procedi-
mentos padronizados. Vários corpos de prova são moldados e submetidos
a uma carga progressiva até a sua ruptura. A resistência característica é
calculada com base na média dos resultados obtidos nos ensaios.
A resistência característica é expressa em megapascal (MPa) e é uma das
principais propriedades consideradas na especificação do concreto em proje-

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tos de engenharia. Ela é utilizada para dimensionar as estruturas de con-
creto, garantindo que a resistência do material seja adequada para suportar
as cargas e as solicitações previstas.
Vale ressaltar que a resistência característica do concreto é uma medida
estatística que leva em conta a variabilidade dos resultados dos ensaios. Ela
é estabelecida considerando uma probabilidade de não ser ultrapassada em
uma determinada porcentagem de casos. Por exemplo, uma resistência ca-
racterística de 30 MPa pode ser definida para que a probabilidade de não ser
ultrapassada seja de 95% dos casos.
A resistência característica do concreto é um parâmetro fundamental para
garantir a segurança e a durabilidade das estruturas de concreto, sendo uti-
lizado na especificação, no dimensionamento e na avaliação da qualidade do
material.

Problema 4

Resposta

No comportamento do concreto, dois módulos de elasticidade são comu-


mente utilizados para descrever suas propriedades elásticas: o módulo de
elasticidade estático (ou módulo de elasticidade secante) e o módulo de elas-
ticidade dinâmico.

• Módulo de Elasticidade Estático (ou Módulo de Elasticidade Secante):


O módulo de elasticidade estático, geralmente representado pela letra
"E", é uma medida da rigidez do concreto quando submetido a esforços
de compressão ou tração. Ele descreve a relação entre a tensão aplicada
ao concreto e a deformação resultante, dentro da região elástica do
material.

• Módulo de Elasticidade Dinâmico: O módulo de elasticidade dinâmico,


representado pela letra "Ed"ou "E", também é conhecido como módulo
de elasticidade dinâmico em tração. Ele se refere à capacidade do con-
creto de responder a ondas de tensão dinâmicas, como aquelas geradas
por vibrações ou ondas sísmicas. O módulo de elasticidade dinâmico é
determinado por meio de ensaios específicos, como o ensaio de ultras-
som ou o ensaio de ressonância. Esses ensaios avaliam a velocidade de
propagação das ondas de tensão no concreto e, a partir disso, é possível
obter o módulo de elasticidade dinâmico.

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Ambos os módulos de elasticidade são importantes para a análise e o
projeto de estruturas de concreto, cada um em seu respectivo contexto de
aplicação.

Problema 5

Resposta

Uma das formas que se consegue estimar o valor do módulo de elasti-


cidade seria por meio de ensaios laboratoriais, o módulo de elasticidade do
concreto pode ser determinado diretamente por meio de ensaios de compres-
são uniaxial ou tração uniaxial. Esses ensaios envolvem a aplicação de cargas
conhecidas ao concreto e a medição das deformações correspondentes. A par-
tir desses dados, é possível calcular o módulo de elasticidade utilizando as
leis da mecânica dos materiais. No entanto, esses ensaios são mais adequa-
dos para fins de pesquisa e controle de qualidade em projetos específicos, pois
requerem equipamentos e procedimentos específicos.

Problema 6

Resposta

A resistência à tração direta do concreto é geralmente considerada baixa


em comparação com a sua resistência à compressão. O concreto é mais
resistente à compressão do que à tração devido às características do material
e à presença de fissuras.
No entanto, existem algumas abordagens para estimar a resistência à
tração do concreto dentre elas podemos citar:
Ensaio de tração por compressão diametral: Nesse ensaio, um corpo de
prova cilíndrico é submetido a uma carga de compressão diametral, ou seja,
uma carga aplicada perpendicularmente ao seu eixo. A partir da medição da
carga aplicada e da deformação resultante, é possível estimar a resistência à
tração indiretamente usando correlações empíricas.

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Figura 2: Ensaio de tração por compressão diametral.

Ensaio de flexão: O ensaio de flexão, também conhecido como ensaio


de flexão em três pontos, envolve a aplicação de uma carga de flexão em
um corpo de prova prismático de concreto. Nesse ensaio, é possível obter a
resistência à tração por meio de cálculos e correlações empíricas baseadas na
medição da carga aplicada e na deformação do corpo de prova.

Figura 3: Ensaio de tração por compressão diametral.

Métodos indiretos: Existem métodos indiretos para estimar a resistên-


cia à tração do concreto, como o uso de correlações empíricas baseadas na

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resistência à compressão ou no módulo de elasticidade do concreto. Essas
correlações são derivadas de estudos e experiências anteriores e podem for-
necer uma estimativa aproximada da resistência à tração.

Problema 7

Resposta

O aço utilizado no concreto armado possui um módulo de elasticidade que


geralmente é considerado constante e é denominado módulo de elasticidade
do aço. Esse valor é utilizado para estimar o comportamento estrutural das
armaduras de aço dentro do concreto.

Figura 4: Ensaio de tração por compressão diametral.

O módulo de elasticidade do aço para concreto armado varia entre 200


GPa (gigapascais) e 210 GPa.
Vale ressaltar que o módulo de elasticidade do aço pode variar ligeira-
mente dependendo do tipo de aço utilizado. Por exemplo, o aço comum
utilizado em construções, conhecido como aço CA-50 ou CA-60 (conforme
as normas brasileiras), normalmente possui um módulo de elasticidade de
aproximadamente 200 GPa.
No entanto, é importante verificar as especificações técnicas e normativas
relevantes para o projeto específico, pois em casos especiais ou para aços de
alta resistência (como o aço CA-100), o módulo de elasticidade pode variar.

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Figura 5: Ensaio de tração por compressão diametral.

Portanto, ao realizar projetos de concreto armado, é comum adotar um


valor médio de módulo de elasticidade do aço dentro da faixa mencionada,
a menos que especificações ou estudos mais detalhados indiquem o uso de
valores diferentes.

Problema 8

Resposta

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Figura 6: Ensaio de tração por compressão diametral.

Problema 9

Resposta

A classe de agressividade do ambiente é uma classificação que indica o


nível de agressividade ou agente agressivo presente no ambiente em que uma
estrutura será construída. Essa classificação leva em consideração fatores
como umidade, presença de substâncias químicas, concentração de sais, ex-
posição a gases agressivos, entre outros.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece a clas-
sificação da agressividade do ambiente de acordo com a norma NBR 6118.
Essa norma divide a agressividade em cinco classes, numeradas de 1 a 5:

• Classe de agressividade muito baixa (C1): Ambientes internos sem umi-


dade significativa e sem exposição a agentes agressivos.

• Classe de agressividade baixa (C2): Ambientes internos com umidade


moderada e sem exposição a agentes químicos agressivos.

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• Classe de agressividade média (C3): Ambientes com umidade signifi-
cativa ou com exposição a gases levemente agressivos, como ambientes
industriais leves.
• Classe de agressividade alta (C4): Ambientes com umidade constante
e exposição a gases e substâncias químicas agressivas, como ambientes
industriais com presença de vapores corrosivos.
• Classe de agressividade muito alta (C5): Ambientes altamente agressi-
vos, como áreas costeiras com exposição a salinidade, ambientes indus-
triais com presença de ácidos fortes, entre outros.

Classe de agressividade na UFERSA: Classe de agressividade baixa (C2)

Problema 10

Resposta

O cobrimento do concreto é a camada de material que envolve as arma-


duras de aço em uma estrutura de concreto armado. Essa camada tem uma
importância significativa para a durabilidade e a segurança da estrutura,
desempenhando as seguintes funções:
Proteção das armaduras contra a corrosão: O cobrimento adequado ofe-
rece uma barreira de proteção para as armaduras de aço contra a corrosão.
As armaduras de aço são sensíveis à corrosão quando expostas a agentes
agressivos, como a umidade, a presença de íons cloreto e a carbonatação do
concreto. O cobrimento adequado ajuda a evitar o contato direto das arma-
duras com esses agentes, retardando o processo de corrosão e preservando a
integridade estrutural.
Resistência ao fogo: O cobrimento do concreto também contribui para
a resistência ao fogo das estruturas. O concreto tem uma boa resistência
ao fogo devido à sua baixa condutividade térmica. O cobrimento adequado
ajuda a proteger as armaduras de aço, que podem perder sua resistência
em altas temperaturas, proporcionando assim uma proteção adicional contra
danos causados pelo fogo.
Durabilidade e vida útil da estrutura: O cobrimento adequado é essencial
para garantir a durabilidade e a vida útil da estrutura de concreto armado.
Ao proteger as armaduras contra a corrosão, o cobrimento reduz a probabili-
dade de danos estruturais e minimiza a necessidade de reparos e manutenção
futuros. Isso contribui para a vida útil da estrutura e evita custos adicionais
de manutenção e reabilitação.

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Comportamento estrutural: O cobrimento do concreto também desempe-
nha um papel importante no comportamento estrutural da construção. Ao
fornecer uma camada adequada de concreto ao redor das armaduras, o cobri-
mento ajuda a transferir as tensões entre o concreto e as armaduras de aço,
melhorando a capacidade da estrutura em resistir a cargas e deformações.
Portanto, o cobrimento do concreto é fundamental para garantir a pro-
teção das armaduras contra a corrosão, a resistência ao fogo, a durabilidade
e a vida útil da estrutura, bem como para o comportamento estrutural ade-
quado. É essencial seguir as especificações e as normas técnicas aplicáveis
para determinar o cobrimento adequado de acordo com as características do
projeto e as condições ambientais.

Problema 11

Resposta

Para o dimensionamento de uma viga com os conhecimentos que tenho


hoje, consideraria alguns pontos como:
• Definição dos parâmetros de projeto;
• Determinação da seção transversal da viga, essa escolha depende das
condições de projeto, como as cargas aplicadas, os requisitos de altura
livre, a estética e as limitações construtivas.
• Verificação das tensões e deformações: Permitiria uma análise sobre a
situação do elemento.
• Dimensionamento das armaduras: Com base na geometria da viga e
nos esforços esperados, será necessário dimensionar as armaduras ne-
cessárias para resistir às tensões de tração e compressão.
• Verificação da resistência do concreto e do aço.
• Conhecer bem os materiais utilizados: Conhecer a resistência à tração
característica do aço utilizado nas armaduras e conhecer a resistência
característica à compressão do concreto.
• Verificação dos estados limites.
• Normas e regulamentos: O dimensionamento da viga deve seguir as
normas e os regulamentos específicos do país ou região em que a estru-
tura está sendo projetada.

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