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Análise de impactos das mudanças na NBR 16868

Alvenaria Estrutural (Universidade Estadual de Montes Claros)

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Baixado por Taynah Nóbrega (taynahnt@gmail.com)
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Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

Engenharia Civil

Trabalho de Alvenaria Estrutural


ABNT NBR 16868 X ABNT NBR 15961: PRINCIPAIS MUDANÇAS
E IMPACTOS

Professor: Thiago Castro


Acadêmica: Bruna Stefanie Macedo Santos

MONTES CLAROS – MG
AGOSTO/2020

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1 INTRODUÇÃO

Com o avanço da industrialização da construção civil e com a necessidade cada


vez maior de que as construções sejam sustentáveis existe uma forte demanda por
sistemas construtivos de alta produtividade e com baixo nível de desperdício. Nesse
contexto a alvenaria estrutural pode ser uma solução racional que atende a esses dois
requisitos, permitindo várias vantagens, como ganho em rapidez, diminuição de
desperdícios e custo competitivo, além de ser reconhecidamente durável, esteticamente
agradável, e de bom desempenho térmico e acústico. Porém, para que essas vantagens
sejam efetivamente implantadas é indispensável correta execução e controle das obras,
além da existência de um projeto bem detalhado.
A ABNT NBR 15961 foi elaborada pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil
(ABNT/CB-02), pela Comissão de Estudo de Alvenaria Estrutural com Blocos de
Concreto, no ano de 2011, estabelecendo critérios para os procedimentos de execução e
controle de maneira mais detalhada e mais condizente com o panorama nacional. Esta
norma fixa os requisitos mínimos exigíveis ao projeto de estruturas de alvenaria de blocos
de concreto, se aplicando também à análise do desempenho estrutural de elementos de
alvenaria de blocos de concreto inseridos em outros sistemas estruturais, não incluindo
requisitos exigíveis para evitar estados limites gerados por ações tais como: sismos,
impactos, explosões e fogo.
Todavia, este ano foi instituído o conjunto de normas ABNT NBR 16868,
dividida em três partes, elaboradas pela Comissão de Estudo de Alvenaria Estrutural (CE-
002:123.010) do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), em conjunto
com o Comitê Brasileiro de Cerâmica Vermelha (ABNT/CB-179). As três partes
cancelarão e substituirão as normas ABNT NBR 15812-1:2010, ABNT NBR 15961-
1:2011, ABNT NBR 15812-2:2010, ABNT NBR 15961-2:2011, ABNT NBR 15812-
3:2017 e ABNT NBR 16522:2016.

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2 COMPARAÇÃO E ANÁLISE DE IMPACTO

A nova norma, sob o título geral “Alvenaria estrutural”, traz consigo diversas
mudanças em comparação à sua versão antiga, a NBR 15961, tanto em sua estrutura de
apresentação quanto em seu conteúdo técnico, apresentando conceitos não previstos
antes. Uma dessas mudanças é a inclusão de duas novas partes:

● Parte 4: Estrutura em situação de incêndio;


● Parte 5: Projeto para ações sísmicas.

Na parte de projeto as definições dos termos e notações são apresentadas de


maneira mais clara à compreensão, mudando a forma como são descritas, além da
inclusão de alguns tópicos.

No Item 5, referente aos requisitos, foi incluído o Subitem 5.4 - Avaliação da


conformidade do projeto, não constante na versão anterior da norma. Este item estipula
critérios para a verificação e a análise crítica do projeto de alvenaria estrutural, realizadas
com o objetivo de avaliar se o projeto atende aos requisitos aplicáveis. A avaliação da
conformidade de projeto é um item obrigatório de grande importância a ser realizada antes
da etapa de construção, de preferência simultaneamente com a fase de projeto e em
conformidade com os seguintes tópicos:

5.4.1 Entende-se por avaliação de conformidade do projeto de estruturas de alvenaria a


verificação e a análise crítica do projeto, realizadas com o objetivo de avaliar se o projeto
atende aos requisitos aplicáveis.

5.4.2 A avaliação da conformidade do projeto de estruturas de alvenaria deve contemplar,


entre outras, as seguintes atividades (integral ou parcialmente):
a) verificar se as premissas adotadas para o projeto estão de acordo com o previsto
nesta Parte da ABNT NBR 16868 e se todos os seus requisitos foram
considerados;
b) analisar as considerações de cálculo e verificar os resultados dos cálculos;
c) analisar os desenhos que compõem o projeto, inclusive os detalhes construtivos.

5.4.3 A avaliação da conformidade do projeto deve ser realizada por profissional


habilitado e independente em relação ao projetista da estrutura. A avaliação deve ser
registrada em documento específico que deve acompanhar a documentação do projeto
citada nesta Parte da ABNT NBR 16868.

5.4.4 A responsabilidade pela escolha do profissional que for realizar a avaliação da


conformidade do projeto cabe ao contratante do projeto da estrutura. Esta

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responsabilidade pode ser do proprietário da obra, que, no caso de não ter os


conhecimentos técnicos necessários para a escolha do profissional responsável pela
avaliação da conformidade do projeto, pode designar um representante ou preposto para
substituí-lo nesta atribuição.

5.4.5 A avaliação da conformidade do projeto deve ser realizada antes da fase de


construção e, de preferência, simultaneamente com a fase de projeto.

NOTA É recomendável que o profissional escolhido para realizar a avaliação da


conformidade do projeto possua experiência em estruturas de alvenaria

Uma das principais mudanças presentes dentro da NBR 16868 foi a inclusão da
alvenaria estrutural com tijolos cerâmicos, que passam a ser considerados, sendo
destacados no item 6.1.1:

- A especificação dos blocos de concreto deve ser feita de acordo com a ABNT
NBR 6136.
- A especificação dos blocos e tijolos cerâmicos deve ser feita de acordo com a
ABNT NBR 15270-1.

A utilização de unidades básicas de cerâmica com até 25% de sua seção


transversal vazada, como são definidos os tijolos, faz o documento normativo concentrar
os critérios técnicos de projeto, execução e controle e métodos de ensaio num mesmo
lugar.
Dentro do item 6, referente às propriedades da alvenaria e seus componentes, há
ainda a alteração do subitem 6.1.2, onde a resistência à compressão da argamassa com
valor máximo limitado passou de 0,7 para 1,5 vezes da resistência característica
especificada para bloco.
Conforme falado anteriormente, os blocos e tijolos cerâmicos passam agora a ser
considerados, o que leva à alteração da tabela de propriedades da alvenaria, incluindo
agora as informações de projeto desses dois novos componentes.

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Fonte: ABNT NBR 16861-1

Os valores do módulo de deformação longitudinal da alvenaria também sofrem


alteração. Na NBR 15961 ele é considerado como 800fpk e valor máximo 16 GPa,
enquanto na NBR 16868, passam a ser adotados os seguintes parâmetros:

800 fpk se fbk ≤ 20 MPa


750 fpk se fbk = 22 e 24 MPa
700 fpk se fbk ≥ 26 Mpa

Um ponto muito importante, que deve resolver uma fonte frequente de


desconhecimento e erro por parte de projetistas, foi a inclusão de recomendações para
especificação correta de resistências de argamassa e graute, em função do tipo de bloco,
e do valor da resistência de prisma a ser considerado.

O Item 6.2.5.3 referente à compressão simples agora é equivalente ao Item


6.2.2.3, recebendo o mesmo título. O primeiro, determina que:

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“A resistência característica à compressão simples da alvenaria fk deve ser determinada com base no ensaio
de paredes(ABNT 8949) ou ser estimada como 70% da resistência caraterística de compressão simples de
prisma fpk ou 85% da de pequena parede Fppk. As resistências características de paredes ou prismas devem
ser determinadas de acordo com as especificações da ABNT NBR 15961-2.”

Já o segundo, pertencente à norma norma, determina:


“A resistência característica à compressão simples da alvenaria fk deve ser determinada com base no ensaio
de paredes (ver ABNT NBR 16868-3). No caso de alvenaria de blocos de 190 mm de altura e junta de
argamassa de 10 mm, esse valor pode ser estimado como 70 % da resistência característica de compressão
simples de prisma fpk ou 85 % da pequena parede fppk. No caso de uso de tijolos, a resistência característica
à compressão simples da alvenaria pode ser estimada como 60 % da resistência característica de compressão
simples de prisma fpk. As resistências características de paredes ou prismas devem ser determinadas de
acordo com as especificações da ABNT NBR 16868-3.”

O item acrescenta ainda o seguinte parágrafo referente a geometria dos blocos:


“Quando a geometria do bloco não permitir alinhamento vertical entre os septos transversais dos blocos na
elevação da parede, o cálculo deve ser feito considerando argamassa parcial. Pontos eventuais de
desalinhamento podem ser desconsiderados.”

No Item 6.2.2.4 Compressão na flexão da NBR 16863 é acrescentado o


parágrafo referente à verificação das tensões localizadas, não constante na versão anterior.
“Na verificação de tensões localizadas, considerando a distribuição linear de tensões sem plastificação, a
resistência à compressão na flexão na direção normal às juntas de assentamento pode ser igual a 1,5 fk para
trecho não grauteado de alvenaria e a 2,0 fk para trecho grauteado de alvenaria.”

A norma atual passa a considerar dentro do subitem 6.2.2.6 - Cisalhamento na


alvenaria, a resistência característica ao cisalhamento na interface vertical de paredes com juntas
amarradas como podendo ser igual a 0,60 MPa. (a antiga norma o valor poderia ser adotado como
35Mpa).Dentro do mesmo item o cálculo de resistência característica ao cisalhamento para vigas
de alvenaria estrutural biapoiadas ou em balanço não é considerado na nova norma.

Ainda, foram definidos critérios para verificação da estabilidade lateral de


edifícios. Elimina-se a necessidade de se desprezar boa parte da resistência do aço no
dimensionamento, com inclusão de detalhes para melhorar a aderência bloco e graute
(Tabela 2, item 6.2.2.2).

Fonte: ABNT NBR 16861-1

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No caso da aderência entre o aço e o graute, ou a argamassa que o envolve, deve


ser utilizado o valor γm = 1,5.

Dentro do item 8 de Ações na análise estrutural, a nova Norma passa a considerar


dentro das ações permanentes diretas o peso específico de cada alvenaria a serem
utilizados em caso da falta de uma avaliação precisa, considerando:

a) valor de 14 kN/m3 para a alvenaria de blocos de concretos vazados;


b) valor de 12 kN/m3 para a alvenaria de blocos cerâmicos vazados com paredes
vazadas;
c) valor de 14 kN/m3 para a alvenaria de blocos cerâmicos vazados com paredes
maciças;
d) valor de 18 kN/m3 para a alvenaria de tijolos maciços.

Na alvenaria estrutural armada, construída com blocos de concreto, a tensão de


projeto do aço não mais é limitada a 50% de fyd, como acontecia na NBR 15961-1:2011.
Agora, com a publicação da NBR 16868:2020, os projetos de alvenaria estrutural armada
podem ser desenvolvidos considerando-se 100% da tensão de escoamento do aço, posto
que os trabalhos experimentais realizados entre 2011 e 2020 evidenciam que quando o
conjunto aço, graute, bloco é solicitado à tração, a falha é caracterizada pelo escoamento
do aço.

Já na alvenaria estrutural armada, construída com blocos cerâmicos, a


possibilidade de deslizamento do graute na parede interna do bloco, mantém a restrição
da tensão de projeto do aço à metade de sua tensão de escoamento de projeto nos casos
em que o diâmetro da armadura é igual ou superior a 16 mm. Em se tratando de barras
com 12.5 mm, a nova norma flexibiliza a restrição da tensão de projeto do aço para 75%
de fyd (permitindo-se aproveitar 25% a mais do que era permitido na NBR 15812:2010).
Para alvenarias armadas com aços de diâmetro igual a 10 mm, a nova norma permite que
se considere 100% da tensão de escoamento do aço.

Ainda Foram definidos critérios para melhor consideração da esbeltez (item


10.1.2), com condição especial para edificação térrea com blocos de 9 cm, possibilidade
de considerar travamentos laterais, possibilidade de projeto de paredes armadas muito
esbeltas.
Passam a ser admitidas paredes com esbeltez maior que 30, sem limite, desde
que sejam armadas, projetadas e construídas seguindo as prescrições do anexo C, que trás

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diversos refinamentos no cálculo, viabilizando assim paredes mais altas e com apoios
laterais. As casas térreas agora podem chegar a uma esbeltez de até 30 não armadas e com
bloco de 9 cm, desde que seja utilizado um γm maior que 3 e que os blocos utilizados
sejam de boa qualidade e com resistência dentro dos padrões estabelecidos dentro da
norma.
Em paredes e pilares armados, o limite de esbeltez poderá ser considerado até 30
desde que sejam armados com armadura mínima de 12.2. Volta ainda a ser possível a
execução de pilares com armaduras comprimidas e pilares com alvenaria estrutural
armados.
Dentro dessa lógica,o item 11.2 Dimensionamento da alvenaria à compressão
simples passa a considerar os cálculos de resistência de cálculo em paredes e pilares não
armados, para paredes e pilares armados, com índice de esbeltez menor ou igual a
30 e paredes armadas, com índice de esbeltez maior que 30.
São incluídos anexos preenchendo lacunas no projeto de alvenaria estrutural
quanto a detalhes para evitar colapso progressivo; dimensionamento de painéis como
paredes de shopping, galpões, depósitos e outros; inclusão da alvenaria estrutural
participante do contraventamento como preenchimento de pórticos de concreto ou aço ou
outro material.

Dentro do item 9 - Análise Estrutural, é adicionado o item 9.1.3 Estabilidade


global de edifícios. Segundo ele, a verificação da estabilidade global de edifícios deve
atender à condição de que os efeitos de 2ª ordem não sejam superiores a 10 % dos efeitos
de 1ª ordem. Essa verificação pode ser feita pelo parâmetro γz, conforme a ABNT NBR
6118.

NOTA Esta especificação não elimina a necessidade de verificação de efeitos locais de


2ª ordem.
No item 9 insere os itens 9.2.3 Flecha imediata para prescrições sobre o cálculo
de flechas imediatas em vigas pela expressão de inércia e o item 9.2.4 Deformação por
fluência, que considera para efeito de cálculo os valores de flecha imediata para cálculo
da flecha final.
No item 9.4.1 Altura efetiva passa a considerar A altura efetiva (he) de uma
parede deve ser considerada igual a dois itens:

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a) para casos em que não haja travamento lateral transversal à parede – Conforme a
norma antiga
b) para casos em que haja travamento lateral transversal à parede – inserido na nova
norma, indicando ainda que as paredes de travamento devem ter comprimento
mínimo (calculado descontando a espessura da parede sendo travada) igual a 1/5
da altura da parede sendo travada e no mínimo a mesma espessura desta. Além
disso, as paredes de travamento devem ter travamentos que restrinjam os
deslocamentos horizontais das suas extremidades superior e inferior.
O item 9.6 Interação entre elementos de alvenaria altera o parágrafo referente
às aberturas, passando a considerar: A abertura cuja maior dimensão seja menor ou igual
a 61 cm e menor que 1/4 do menor valor entre a altura e o comprimento da parede na qual
se insere pode ser desconsiderada para efeito de interação, desde que as extremidades da
abertura estejam afastadas pelo menos 60 cm de cada extremidade da parede. Quando
houver mais de uma abertura na mesma parede, essa consideração só é permitida quando
o trecho de parede entre duas aberturas for superior a 60 cm. A norma anterior
considerava como desconsideradas aberturas cuja maior direção fosse menor que 1/6 do
menor valor entre a altura e o cumprimento da parede na qual se insere.

O item 9.6.1.2 - Interação pelas aberturas é alterado. As interações pelas


aberturas em paredes podem ser consideradas. As dimensões das aberturas devem ser
descontadas da área da parede no dimensionamento.

O item 9.6.2 - Interação para ações horizontais insere o item 9.6.2.2 Interação
pelas aberturas onde as interações pelas aberturas em paredes podem ser consideradas.
As dimensões das aberturas devem ser descontadas da área da parede no
dimensionamento. Na associação de painéis de contraventamento, é obrigatória a
verificação dos esforços internos ou das tensões resultantes nos elementos de ligação,
como os trechos sob e sobre as aberturas.

O Item 10.2, subitem: 10.2.1 Cortes em paredes – Sofre alteração. A norma


anterior não permitia corte horizontal superior a 40 cm em paredes estruturais e não
permitia cortes estruturais em uma mesma parede cujos comprimentos somados
ultrapassassem 1/6 do comprimento total da parede em planta. A nova norma retira essa

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restrição, implicando apenas que qualquer corte em paredes deve ser previsto no projeto
estrutural. Qualquer trecho cortado deve ser descontado da seção da parede no projeto.

O item 10.3 Deslocamentos-limite passa a ser dividido em três subitens:


Elementos de apoio a alvenarias, Elementos fletidos em alvenaria e Movimento
lateral em edifícios. O primeiro define valores máximos para os deslocamentos finais
de elementos estruturais que servem de apoio para a alvenaria (lajes, vigas etc.) e o
terceiro insere instruções para verificação do movimento lateral em edifícios, provocado
pela ação do vento para combinação frequente.

Dentro do Item 11: adiciona 11.1.3 Alvenaria protendida: Especificações para alvenaria
protendida encontram-se no Anexo B.

Já na parte de execução, alguns detalhes foram melhorados, de acordo com o


especialista. A parte de controle de obras foi completamente redefinida, respondendo
dúvidas e lacunas existentes. Por exemplo, existia controvérsia se as regras para controle
da qualidade de bloco existentes nas normas de produto (NBR 6136 e NBR 15270) valiam
para obra ou só para fábrica. O projeto de norma deixa claro procedimentos específicos
para obra, com critérios muito bem ponderados. Responde a questões como necessidade
ou não de ensaio de bloco, definição do lote e amostragem.
O mesmo vale para argamassa e graute. Na questão do prisma, são incluídas
possibilidades, dentro de critérios específicos, para redução no número de corpos de
prova, possibilidade de construção de prisma diretamente no laboratório. Em casos de
empreendimentos com várias edificações, existe critério para reduzir o número de ensaios
após algumas repetições.
A NBR 16868-2: Execução e controle de obras trás dentro do Item de requisitos
gerais e controle, dentro do subitem 4.1, uma atualização da norma que busca minimizar
incompatibilidades e reitera a importância da execução do projeto de acordo a ABNT
NBR 16868-1 com a inclusão do item "a", do atendimento a um projeto estrutural
elaborado conforme a ABNT NBR 16868-1 e devidamente compatibilizado com os
projetos das demais especialidades técnicas. Essa atualização traz como maior impacto
a exigência de um maior trabalho a ser executado na fase de planejamento, aumentando
consequentemente o prazo para realização de projetos.

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No item 5, referente à materiais e componentes, é possível observar que há a fusão


das normativas sobre aplicação de blocos de concreto e tijolos cerâmicos, buscando
centralizar as informações facilitando a consulta e aplicação.Além disso há a
especificação de que no caso de produção in loco seja de argamassa de assentamento ou
graute, a quais normas os materias para confecção devem seguir.

No item 5.4 - Aços para armaduras, a atualização trás descrição da normativa


regente dos aços utilizados na armadura e acrescenta a informação de que armaduras
imersas em juntas de argamassa devem ser de aço galvanizado ou material resistente à
corrosão exceto em construção em região de agressividade ambiental classe I conforme
definido na ABNT NBR 6118. Consequentemente temos a situação em que não haverá a
necessidade de utilizar aços galvanizados ou com material resistente a corrosão em caso
de classe I de agressividade ambiental, o que na prática se reverte em economia para
obras por terem a disponibilidade de um material de menor custo.

Também foram feitas alterações no Item 6 - Recebimento e armazenamento dos


materiais e componentes. Nas disposições gerais, em relação ao recebimento e
armazenamento dos materiais é previsto a organização de estoque de forma que os
materiais com o prazo de vencimento mais próximo estejam alocados em posições de
fácil acesso para utilização, o que impacta em um menor desperdício de materiais,
evitando custos adicionais à execução da obra.

Quanto aos aços e armaduras, é requerido que esses sejam depositados segregados
de acordo tipo e classe especificado no projeto de forma não ocorrer a troca involuntária
e dispõem que o mesmo tratamento observado por barras livres deve ser mantido para as
que já serão recebidas cortadas e dobradas, o que pode impactar na área de
armazenamento destes materiais dentro do canteiro de obras, sendo necessária uma área
maior.

Na produção de argamassa de assentamento e do graute (item 7), a atualização da


norma altera na disposição gerais a dimensão máxima admissível para agregados
presentes no graute que preencheram os elementos vazados. Anteriormente era permitido
que os agregados tivessem até 1/3 da menor dimensão a ser preenchida, atualmente esse
valor não pode ser superior a 1/4. Essa alteração pode impactar nas questões de custo ao
longo da execução da obra e uma maior observância dos elementos vazados.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 16868-1: Alvenaria


Estrutural. Parte I: Projetos. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 16868-2: Alvenaria


Estrutural. Parte II: Execução e controle de obras. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 16868-3: Alvenaria


Estrutural. Parte III: Métodos de Ensaio. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 15961-1: Alvenaria


Estrutural - Blocos de Concreto. Parte I: Projeto.2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 15961-1: Alvenaria


Estrutural - Blocos de Concreto. Parte II: Execução e controle de obras.2011

O que muda com a nova norma de Alvenaria Estrutural: NBR 16868?. Disponível em:
https://www.paulinhodasestruturas.com/2020/09/12/o-que-muda-com-a-nova-norma-de-alvenaria-
estrutural-nbr-16868/ Acesso 05 de Outubro de 2020.

Normas de Alvenaria Estrutural em Consulta Nacional na ABNT. Disponível em:


https://cbic.org.br/normas-de-alvenaria-estrutural-em-consulta-nacional-na-abnt/ Acesso em 02 de
Outubro de 2020.

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