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ABNT/Cb-02

Projeto 02:123.05-001
FEVEREIRO:2022

Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações –


Requisitos e procedimentos

Concrete wall castes in place for building construction – Requirements and proceedings

Palavras-chave: Parede de concreto.


Descriptors: Concrete wall.

Sumário
Prefácio
1 Escopo
2 Referências normativas
3 Termos e definições
4 Simbologia
5 Requisitos gerais de projeto de paredes de concreto para a qualidade da estrutura
6 Diretrizes para a durabilidade das estruturas de paredes de concreto
7 Critérios de projeto que visam a durabilidade
8 Propriedades dos materiais
9 Comportamento conjunto dos materiais
10 Segurança e estados limites
11 Ações
12 Resistências
13 Limites para dimensões, deslocamentos e aberturas de fissuras
14 Análise estrutural
15 Instabilidade e efeitos de segunda ordem
16 Princípios gerais de dimensionamento, verificação e detalhamento
17 Dimensionamento
18 Requisitos para a execução das paredes de concreto
19 Concretagem
20 Cura
21 Recebimento da estrutura de parede de concreto

Prefácio
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas
Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas
fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope
NÃO TEM VALOR NORMATIVO 1/6
ABNT/Cb-02
Projeto 02:123.05-001
FEVEREIRO:2022

This Standard establishes the basic requirements for concrete walls cast in site, with removable
formworks, reinforcements distributed throughout the wall (steel bars and wires or welded steel screens)
for any number of storeys.

This Standard applies to axial load-bearing walls (with or without bending) with concrete being applied to
all elements that will belong to the final building structure, such as elevation details (sweep or reveals),
steel reinforcement, and built-in complementary elements (electrical and plumbing).

For buildings with slabs, it considers that the slabs are incorporated into the system by solidifying the
walls, creating a monolithic system (making the system monolithic) (plate and membrane operation).
The system covered by this Standard allows for buildings with up to 5 storeys without slabs of lining, with
the reinforcement established in 17.4

All elements must be combined: wall x wall and wall x slab on the same floor, and wall x wall on
subsequent floors.

This standard applies to concrete walls’ structure with normal density according to ABNT NBR 6118.

This standard does not apply to:


 prefabricated concrete walls;
 cast in site concrete walls with built-in formworks;
 curved walls;
 walls subjected to horizontal loading, predominantly;
 foundation elements, walls, diaphragm walls, retaining walls and soil nailing retaining structures

This Standard does not establish requirements for specification, preparation and compliance of
concrete, which must follow the specification of ABNT NBR 12655.

This Standard does not cover aspects of implementation relating to occupational safety and health,
established in government regulations, regulatory standards and at the ABNT NBR 12284.

1 Escopo
Esta Norma estabelece os requisitos básicos para as paredes de concreto moldadas in loco, com
fôrmas removíveis, armaduras distribuídas em toda parede (barras e fios de aço ou telas de aço
soldadas) para qualquer número de pavimentos. Alternativamente, no caso de edifícios simplificados
conforme item 3.9 desta norma, pode ser utilizado concreto reforçado com fibras.

Esta Norma se aplica às paredes submetidas à carga axial, com ou sem flexão, concretadas com todos
os elementos que farão parte da construção final, tais como detalhes de fachada (frisos, rebaixos),
armaduras distribuídas e localizadas, instalações (elétricas e hidráulicas), quando embutidas. Para
edificações com lajes, considera as lajes incorporadas ao sistema por solidarização com as paredes,
tornando o sistema monolítico (funcionamento de placa e chapa). O sistema abrangido por esta Norma
permite edificações com até 5 pavimentos sem lajes de forro, com o reforço estabelecido em 17.4.

Todos os elementos devem ser solidarizados: parede x parede e parede x laje no mesmo pavimento, e
parede x parede em pavimentos subsequentes.

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Esta Norma se aplica a estrutura em paredes de concreto de massa específica normal, conforme a
ABNT NBR 6118.

Esta Norma não se aplica a:


 paredes de concreto pré-fabricadas;
 paredes de concreto moldadas in loco com fôrmas incorporadas;
 paredes curvas;
 paredes submetidas ao carregamento predominantemente horizontal;
 fundações, elementos de fundações, paredes diafragma e solo grampeado.

Esta Norma não estabelece os requisitos para especificação, preparação e conformidade do concreto,
que devem seguir o que estabelece a ABNT NBR 12655.

Esta Norma não cobre aspectos da execução relativos à segurança do trabalho e à saúde,
estabelecidos em regulamentos governamentais, normas regulamentadoras e na ABNT NBR 12284.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para
referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 5739, Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos - Método de ensaio

ABNT NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto

ABNT NBR 6120, Cargas para o cálculo de estruturas de edificações

ABNT NBR 6123, Forças devidas ao vento em edificações

ABNT NBR 7212, Execução de concreto dosado em central - Procedimento

ABNT NBR 7480, Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado - Especificação

ABNT NBR 7481, Tela de aço soldada - Armadura para concreto

ABNT NBR 8681, Ações e segurança nas estruturas

ABNT NBR 8953, Concreto para fins estruturais - Classificação por grupos de resistência

ABNT NBR 9062, Projeto e execução de estruturas pré-moldadas de concreto

ABNT NBR 9778, Argamassa e concreto endurecidos - Determinação da absorção de água, índice de
vazios e massa específica

ABNT NBR 11768, Aditivos químicos para concreto de cimento Portland - Requisitos

ABNT NBR 12284, Áreas de vivência em canteiros de obra - Procedimento

ABNT NBR 12655, Concreto de cimento Portland - Preparo, controle e recebimento - Procedimento
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ABNT NBR 14862, Armaduras treliçadas eletrossoldadas - Requisitos

ABNT NBR 14931, Execução de estruturas de concreto - Procedimento

ABNT NBR 15530 - Fibras de aço para concreto - Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR 15575, Edificações Habitacionais - Desempenho

ABNT NBR 15696, Fôrmas e escoramento para estruturas de concreto - projeto, dimensionamento e
procedimentos executivos

ABNT NBR 15823-1, Concreto autoadensável - Parte 1: Classificação, controle e aceitação no estado
fresco

ABNT NBR 15823-2, Concreto autoadensável - Parte 2: Determinação do espalhamento e do tempo de


escoamento - Método do cone de Abrams

ABNT NBR 15873, Coordenação modular para edificações

ABNT NBR 15900-1, Água para amassamento do concreto - Parte 1: Requisitos

ABNT NBR 16935, Projeto de estruturas de concreto reforçado com fibras - Procedimento

ABNT NBR 16938, Concreto reforçado com fibras - Controle da qualidade

ABNT NBR 16939, Concreto reforçado com fibras - Determinação das resistências à fissuração e
residuais à tração por duplo puncionamento - Método de ensaio

ABNT NBR 16940, Concreto reforçado com fibras - Determinação das resistências à tração na flexão
(limite de proporcionalidade e resistências residuais) - Método de ensaio

ABNT NBR 16941, Fibras de vidro álcali-resistentes (AR) para concreto e argamassa - Requisitos e
métodos de ensaio

ABNT NBR 16942, Fibras poliméricas para concreto - Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR NM 67, Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
parede de concreto
elemento estrutural autoportante, moldado no local, com comprimento maior que cinco vezes sua
espessura e capaz de suportar carga no mesmo plano da parede.

3.2
construtor
profissional ou entidade responsável pela execução da obra.

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3.3
inspeção e fiscalização
atividades desenvolvidas para verificar se a execução está de acordo com as especificações do projeto
e desta Norma.

3.4
documentação para procedimentos de execução
documentação que descreve os métodos e procedimentos usados para a execução da parede de
concreto.

3.5
tolerância
limite da diferença entre dimensões especificadas ou de projeto e dimensões executadas.

3.6
elemento pré-moldado de concreto
produto de concreto moldado e curado em local que não aquele de uso final, de acordo com a ABNT
NBR 9062.

3.7
especificações de projeto
documentos que estabelecem dados técnicos e requisitos para um projeto em particular, preparados
para complementar e qualificar os requisitos desta Norma.

3.8
acabamento de superfície
descrição da aparência da superfície de concreto, incluindo aspectos de geometria, textura, cor, entre
outros.

3.9
Edifício Simplificado
Edifício de paredes de concreto de até cinco pavimentos, e que atende às seguintes condições:
 lajes de vão livre principal (menor dimensão) máximo de 4 m e sobrecarga máxima de 3 kN/m².
Não são admitidas lajes pré-moldadas;
 aberturas, portas e janelas de no máximo 1,40 m, medidos na horizontal;
 distância máxima entre pisos de 3 m;
 relação entre altura total do prédio e menor dimensão do retângulo que circunscreve a projeção em
planta (excluído os balanços) menor que 2;
 o índice mínimo de densidade de paredes deve ser de 0,5 m de extensão por m² de piso. Para o
cálculo desse índice, considerar a área das paredes, descontadas as aberturas e dividir pelo pé-
direito (piso a teto). Esse índice também não deve ser inferior a 0,2 m/m² em cada direção
principal da edificação;
 apenas uma transição com vão livre máximo de 1,40 m;
 pressão de vento inferior a 1 kN/m².

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4 Simbologia
Conforme a ABNT NBR 6118.

5 Requisitos gerais de projeto de paredes de concreto para a qualidade da


estrutura
5.1 Generalidades
Todas as paredes de cada ciclo construtivo de uma edificação são moldadas em uma única etapa de
concretagem, permitindo que, após a desforma, as paredes já contenham, em seu interior, vãos para
portas e janelas, dutos que possibilitem a manutenção (ver itens 13.3 e 13.4), elementos de fixação
para coberturas e outros elementos específicos quando for o caso.

As instalações com tubos de grande diâmetro (ver item 13.4), não são embutidas nas paredes.

A aprovação quanto ao embutimento das instalações nas paredes deve ser do projetista estrutural, de
forma a não comprometer o sistema construtivo. Além disso, tal decisão deve considerar as exigências
de manutenibilidade das instalações hidrossanitárias e elétricas ao longo da vida útil da edificação.

As soluções em Concreto Reforçado com Fibras (CRF) a serem utilizadas nos edifícios devem atender
ao desempenho da parede em condições de incêndio, avaliado como estabelecido pela ABNT NBR
15575-4.

5.2 Requisitos da qualidade da estrutura


Uma estrutura em paredes de concreto deve ser projetada e construída de modo que:
 resista a todas as ações que sobre ela produzam efeitos significativos, tanto na sua construção
quanto durante a sua vida útil;
 sob as condições ambientais previstas na época de projeto e quando utilizada conforme
preconizado em projeto, conserve sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o
período correspondente à sua vida útil;
 contemple detalhes construtivos que possibilitem manter a estabilidade pelo tempo necessário à
evacuação quando da ocorrência de ações excepcionais localizadas previsíveis, conforme a
ABNT NBR 6118.

5.3 Requisitos de qualidade do projeto


O projeto de uma estrutura em paredes de concreto deve ser elaborado adotando-se:
 sistema estrutural adequado à função desejada para a edificação;
 combinação de ações compatíveis e representativas;
 dimensionamento e verificação de todos os elementos estruturais presentes;
 especificação de materiais de acordo com os dimensionamentos efetuados.

O espaçamento do escoramento, detalhes embutidos ou vazados e os projetos de instalações devem


ser informados ao projetista de estrutura.

5.4 Documentação do projeto de estruturas de paredes de concreto


O projeto estrutural deve ser constituído de desenhos, especificações e memorial descritivo. Esses
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documentos devem conter informações claras, corretas e consistentes entre si, tornando possível a
execução da estrutura de acordo com os critérios adotados.

O projeto deve apresentar desenhos contendo as plantas de formas e elevações das paredes com a
respectiva armadura. Sempre que necessário, devem ser apresentados: localização de pontos de
reforços, detalhes de amarração de paredes entre si, paredes com laje e posicionamento de juntas de
controle ou construtivas.

O projeto deve contemplar as etapas construtivas com as respectivas idades e resistências do concreto,
em especial a capacidade resistente das lajes junto às escoras.

As especificações de projeto devem considerar e fazer referência a Normas Brasileiras e, na falta de


algum ponto definido por estas, podem-se utilizar referências estrangeiras. Também devem considerar
os requisitos específicos do local da obra, com respeito a todos os aspectos inerentes à construção, tais
como: ações sobre a estrutura (como o vento), segurança, condição ambiental e outros.

O memorial descritivo deve conter:


 caracterização do empreendimento e local de implantação;
 hipóteses adotadas para o carregamento;
 descrição da estrutura com condições de contorno.

5.5 Responsabilidades
Devem ser seguidas as atribuições de responsabilidades estabelecidas na ABNT NBR 12655.

5.6 Avaliação Técnica de Projeto (ATP)


Entende-se por avaliação técnica de projeto da estrutura de paredes de concreto, a verificação e análise
crítica do projeto, realizadas com o objetivo de avaliar se este atende aos requisitos das normas
técnicas vigentes aplicáveis.

A avaliação técnica de projeto de estrutura de paredes de concreto deve contemplar, dentre outras, as
seguintes atividades (integral ou parcialmente):

 verificar se as premissas adotadas para o projeto estão de acordo com o previsto nesta Norma e se
todos os seus requisitos foram considerados;
 analisar as considerações de cálculo e verificar os seus resultados;
 analisar os desenhos que compõem o projeto, inclusive os detalhes construtivos.

A avaliação técnica do projeto deve ser obrigatória e realizada por profissional habilitado e
independente em relação ao projetista da estrutura. É recomendável que o profissional escolhido para
realizar a avaliação técnica do projeto possua experiência em estruturas de paredes de concreto. A
avaliação deve ser registrada em documento específico, que deve acompanhar a documentação do
projeto citada nesta Norma.

A responsabilidade pela escolha do profissional que for realizar a avaliação técnica do projeto cabe ao
contratante do projeto da estrutura. Esta responsabilidade pode ser do proprietário da obra, que, no
caso de não ter os conhecimentos técnicos necessários para a escolha do profissional responsável pela
avaliação técnica do projeto, pode designar um representante ou preposto para substituí-lo nesta
atribuição.

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A avaliação técnica do projeto deve ser realizada antes da fase de construção e, de preferência,
simultaneamente com a fase de projeto.

No caso de edifícios simplificados fica dispensada a avaliação técnica de projeto.

No caso de empreendimentos com tipologias padronizadas, permite-se que a avaliação técnica do


projeto seja feita para a Tipologia Padrão submetida às mesmas condições ambientais e aos mesmos
esforços. Fundações variantes e conceitos de adaptações possíveis devem ser verificadas.

6 Diretrizes para a durabilidade das estruturas de paredes de concreto


Aplicam-se as exigências da ABNT NBR 6118.

No caso do uso de armaduras principais com cobrimentos maiores ou iguais a 1,5 vezes o cobrimento
especificado pela ABNT NBR 6118, ou reforços com fibras estruturais, pode-se utilizar as prescrições
de uma classe de agressividade ambiental imediatamente mais branda, desde que se verifique que o
estado limite de abertura de fissuras em uma eventual face tracionada atende ao estabelecido nesta
Norma. No caso de utilização de fibras estruturais, deve-se utilizar concreto com classe de resistência
mínima C25.

Quando não forem utilizadas fibras inoxidáveis, cuidados especiais deverão ser adotados para evitar
patologias.

7 Critérios de projeto que visam a durabilidade


Aplicam-se os requisitos da ABNT NBR 6118. Para o cobrimento das armaduras das paredes de
concreto, aplicam-se os requisitos estabelecidos para pilares da ABNT NBR 6118.

8 Propriedades dos materiais


8.1 Concreto
O concreto deve seguir as especificações das ABNT NBR 6118, ABNT NBR 8953, ABNT NBR 12655,
segundo a classe de agressividade ambiental a que a estrutura estiver sujeita.

Para a análise das tensões devidas à retração aplicam-se, na falta de ensaios específicos, o que
estabelece a ABNT NBR 6118. Recomenda-se a utilização de concreto autoadensável de baixa
retração, segundo ABNT NBR 15823-1.

O concreto deve ser preparado em atendimento aos requisitos previstos nas ABNT NBR 12655 e ABNT
NBR 7212.

Para a caracterização do concreto, o ensaio de resistência à compressão, nas idades de controle, deve
ser feito conforme a ABNT NBR 5739, e os ensaios de massa específica, absorção de água e índice de
vazios, conforme a ABNT NBR 9778.

A consistência do concreto deve ser especificada conforme a classificação estabelecida na ABNT NBR
8953 ou ABNT NBR 15823-1, em função do tipo de aplicação.

A dimensão máxima característica do agregado graúdo deve ser estabelecida considerando a


espessura das paredes e a densidade da armadura.

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O uso de aditivos químicos deve ser feito em conformidade com as Normas Brasileiras específicas
(ABNT NBR 11768 e ABNT NBR 12655). Não podem ser usados aditivos que possam atacar
quimicamente as armaduras ou fibras, em especial aqueles à base de cloreto.

No caso da utilização de reforços com fibras, essas devem ser caracterizadas segundo ABNT NBR
16941, ABNT NBR 16942 e ABNT NBR 15530.

Para controlar a retração plástica pode-se utilizar microfibras poliméricas (conforme ABNT NBR 16942)
álcali-resistentes, com comprimento entre 12 e 20 mm, diâmetro entre 12 e 18 micra e comprimento
mínimo total de 2.500 km/m³.

Nota: Para efeito de quantificação da fibra, pode-se utilizar a seguinte fórmula:

M = 1,96 . Ø ² . ϒ

Sendo:

M é a massa de fibra por m³ de concreto (g/m³), respeitando o valor mínimo de 300 g/m3

Ø é o diâmetro da fibra expresso em μm (micrometro)

ϒ é a massa específica da fibra expresso em g/cm³

A especificação do concreto para o sistema construtivo previsto nesta Norma deve estabelecer:

No caso de retração por secagem, química e autógena, onde as microfibras não são tão eficientes
quanto na retração plástica, pode-se fazer o uso de compensadores de retração ou redutores de
retração conforme ABNT NBR 11768-1. Estes aditivos devem ser dosados a fim de obter uma retração
máxima indicada pelo projeto estrutural na idade de controle e ensaiado conforme a ABNT NBR 16834.

Para a caracterização do concreto antes do início de seu uso na obra (válida enquanto não mudar a
central de concreto, carta traço e modo de aplicação), o projeto estrutural deve especificar:
a) idade e resistência à compressão para desforma, compatível com o ciclo de concretagem;
b) resistência à compressão característica aos 28 dias (fck);
c) classe de agressividade do local de implantação da estrutura, conforme a ABNT NBR 12655;
d) módulo de elasticidade do concreto, a uma determinada idade e tensão;
e) retração do concreto, conforme ABNT NBR 16834.

Os dados a seguir não fazem parte do projeto estrutural e devem ser definidos por tecnologista de
concreto:
a) relação água cimento conforme a ABNT NBR 12655;
b) consumo mínimo de cimento conforme a ABNT NBR 12655;
c) consistência, medida pelo abatimento do tronco de cone (ABNT NBR 16889) ou pelo
espalhamento do concreto (ABNT NBR 15823-2);
d) índice de estabilidade visual segundo a ABNT NBR 15823-1.

8.2 Aço
8.2.1 Tela de aço soldada
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Material conforme a ABNT NBR 7481.

8.2.2 Barras e fios


Material conforme a ABNT NBR 7480.

8.2.3 Treliças eletrossoldadas


Material conforme a ABNT NBR 14862.

8.3 Fibras
Fibras de aço: material segundo a ABNT NBR 15530. Obs.: as fibras de aço podem ser galvanizadas.

Fibras de vidro: material segundo a ABNT NBR 16941.

Fibras poliméricas: material segundo a ABNT NBR 16942.

9 Comportamento conjunto dos materiais


Conforme ABNT NBR 6118.

10 Segurança e estados limites


Conforme ABNT NBR 6118.

11 Ações
11.1 Generalidades
As ações a considerar são classificadas conforme a ABNT NBR 6118.

Devem ser consideradas todas as ações laterais a que a parede possa ser submetida, inclusive as
devidas ao desaprumo, de acordo com 11.2 a 11.4.

11.2 Esforços solicitantes


O cálculo dos esforços solicitantes deve ser realizado de acordo com os princípios da teoria das
estruturas.

Os edifícios de paredes de concreto devem ser contraventados de tal forma que não ocorram grandes
deslocamentos relativos entre o topo e a base do edifício, respeitando-se os limites estabelecidos na
ABNT NBR 6118, e também observando-se os itens abaixo:
 a estabilidade lateral dos componentes e do conjunto estrutural é garantida pela disposição de
paredes resistentes nas duas direções principais. A rigidez da ligação entre as paredes deve ser
assegurada, de modo a minimizar sua esbeltez, pela presença de armadura ou fibras;
 a laje é calculada como solidária com as paredes resistentes e funciona como diafragma rígido, de
forma a transferir a estas os esforços horizontais. É obrigatória a presença de armadura de
ligação entre paredes e lajes, de modo a garantir a monoliticidade do sistema.

11.3 Ações verticais nas paredes

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O carregamento (gravitacional) das paredes deve considerar todas as cargas atuantes sobre ela, de
acordo com a ABNT NBR 6120.

Considera-se que estas cargas atuam paralelamente ao plano médio das paredes de concreto, que
devem ser calculadas como estruturas de casca plana, podendo seus esforços característicos ser
obtidos em regime elástico.

11.3.1 Cargas linearmente distribuídas


As cargas gravitacionais são admitidas linearmente distribuídas e aplicadas nas paredes de concreto,
que podem ser tratadas como elementos de membrana. Em certas situações, as cargas podem assumir
um caminhamento inclinado ao longo das paredes de concreto, redistribuindo-se inclusive entre paredes
adjacentes. Nesta condição, devem ser verificadas as tensões de cisalhamento nas paredes e nas suas
interfaces. O ângulo limite do caminhamento das cargas é de 45º em relação à vertical.

11.3.2 Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas


Nas paredes estruturais, uma carga concentrada ou parcialmente distribuída pode ser suposta repartida
uniformemente em seções horizontais limitadas por um dos planos inclinados a 45º sobre a vertical e
passando pelo ponto de aplicação de carga ou pelas extremidades da faixa de aplicação. Deve-se
verificar a interferência entre cargas próximas conforme a Figura 1. A tensão de contato deve ser
verificada conforme 17.7.

Figura 1 – Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas

11.3.3 Distribuição de cargas devidas às aberturas


Nas seções horizontais acima e abaixo de eventuais aberturas, a distribuição da carga deve ser feita
excluindo as zonas limitadas por planos inclinados a 45º, tangentes às bordas da abertura. O
dimensionamento ao redor das aberturas deve ser realizado conforme 17.8.

11.4 Ações horizontais na parede


As ações horizontais que devem obrigatoriamente ser consideradas são as originadas pelo vento e pelo
desaprumo, não se prescindindo das demais ações previstas em Normas que, na avaliação do
projetista, possam produzir esforços relevantes. As ações devem ser combinadas conforme ABNT NBR
8681.

A expressão de dimensionamento deve levar em conta estes esforços.

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11.4.1 Ação do vento


Para a consideração da ação do vento deve ser seguida a ABNT NBR 6123.

11.4.2 Desaprumo
Para edifícios de múltiplos andares, deve ser considerado um desaprumo global através de um ângulo
de desaprumo θ , conforme a equação:

1
θ=
100 √ H
onde

θ é o ângulo de desaprumo, expresso em radianos (rad);

H é a altura da edificação, expressa em metros (m).

No projeto deve constar o desaprumo máximo de construção, de acordo com o item 19.4.1.4.

11.5 Interação entre fundação e estruturas


A consideração no modelo estrutural da interação solo-estrutura é obrigatória no caso de edifícios com
mais de cinco pavimentos, considerando a deformabilidade da fundação, conforme parâmetros
geotécnicos definidos por especialista em mecânica de solos.

O modelo com interação solo-estrutura é obrigatório para os casos de fundação em níveis diferentes.

11.6 Comportamento conjunto parede-transição


O modelo de análise estrutural de edifícios de paredes com vigas de transição deve considerar a
flexibilidade relativa entre paredes e vigas. Para isso, é essencial que o cálculo da transição seja
realizado em conjunto com o cálculo das paredes estruturais em um único modelo tridimensional.

As concentrações de tensões na parede de concreto nas regiões próximas aos apoios devem ser
sempre consideradas. Na verificação dessas tensões, pode-se considerar o valor da tensão resistente
de cálculo, dada por 0,85.fcd.

11.7 Coeficientes de ponderação dos esforços


Devem ser determinados conforme a ABNT NBR 8681, quanto a combinações para os estados limites
último (ELU) e de serviço (ELS).

12 Resistências
Tendo em vista o escopo desta Norma, para efeito de projeto, a resistência característica à compressão
do concreto (fck) não pode ser considerada superior a 40 MPa.

13 Limites para dimensões, deslocamentos e aberturas de fissuras


13.1 Dimensões mínimas
A espessura mínima das paredes com altura de até 3 m deve ser de 10 cm. Permite-se espessura de 8
cm apenas em paredes internas de edificações até dois pavimentos. Para paredes com alturas maiores,
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a espessura mínima deve ser h/30.

A critério dos projetistas, pode-se desconsiderar a diminuição da espessura provocada por frisos ou
rebaixos com profundidade máxima de 1/10 da espessura da parede e largura máxima de 10 cm,
respeitados os cobrimentos mínimos das eventuais armaduras. Permite-se apenas um friso ou rebaixo
horizontal por pavimento. O espaçamento entre frisos ou rebaixos verticais deve ser maior que trinta
vezes a espessura da parede.

Os demais limites para as situações de serviço, a menos de ensaios específicos, devem seguir as
exigências da ABNT NBR 6118.

13.2 Juntas de trabalho


13.2.1 Juntas de controle verticais
Para prevenir o aparecimento de fissuras, deve ser analisada a necessidade da colocação de juntas
verticais.

NOTA: A fissuração da parede pode ocorrer por variação de temperatura, retração, variação brusca de
carregamento e variação da altura ou espessura da parede.

Para paredes de concreto contidas em um único plano e na ausência de uma avaliação precisa das
condições específicas da parede, devem ser dispostas juntas verticais de controle. O espaçamento
máximo das juntas deve ser determinado com dados de ensaios específicos (espaçamento condizente
com as especificadas no projeto). Na falta desses ensaios, adotar o distanciamento máximo de 8 m
entre juntas para paredes internas e 6 m para paredes externas.

As juntas podem ser passantes ou não passantes (recomenda-se uma profundidade mínima de 2 cm),
pré-formadas ou serradas.

13.2.2 Junta de controle horizontal


Em face da dilatação da última laje, pode ser prevista uma junta de controle imediatamente sob esta
laje, a critério do projetista estrutural. Esta junta segue os mesmos procedimentos de 13.2.1. É
necessário executar o reforço previsto em 17.4, sem ligação de tela entre a parede e a última laje. As
paredes são calculadas como livres na extremidade superior. Nesta situação a platibanda deve ser
engastada na laje.

13.2.3 Juntas de dilatação


Sempre que a deformação por efeito da variação da temperatura puder comprometer a integridade do
conjunto, recomenda-se o uso de juntas de dilatação, como estabelecido a seguir:
 a cada 30 m da estrutura em planta;
 nas variações bruscas de geometria ou de esforços verticais.

Estes limites podem ser alterados, desde que seja feita uma avaliação mais precisa dos efeitos da
variação de temperatura do concreto sobre a estrutura.

13.3 Instalações elétricas e demais sistemas


As tubulações elétricas verticais podem ser embutidas nas paredes de concreto, desde que atendidas
simultaneamente as seguintes condições:
 respeitar as condições de manutenibilidade previstas na ABNT NBR 15575;

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 quando o diâmetro máximo for de 25% da espessura, espaçados de no mínimo 5 cm livre entre
faces das tubulações, sem reforços;
 quando o diâmetro da tubulação for maior que 25% mas não ultrapassar 50% da espessura da
parede, no caso do uso de telas metálicas, recomenda-se que se coloque a tubulação centrada e
com telas nas duas faces, largura mínima de 60 cm e transpasse mínimo equivalente a metade da
espessura de parede.

 não se admite a utilização de tubos metálicos embutidos.

Não se admitem tubulações horizontais, a não ser trechos de até um terço do comprimento da parede
(entre travamentos), não ultrapassando 1 m, desde que este trecho seja considerado não estrutural. Em
paredes de concreto não estruturais, desvinculadas do restante da estrutura, estas restrições não se
aplicam.

Nos encontros de paredes, não havendo verificação específica do projetista de estruturas, não são
permitidas tubulações, verticais ou horizontais, a uma distância inferior a três vezes a espessura da
parede a partir do canto das mesmas, respeitada a região de emenda das telas

13.4 Instalações hidráulicas e sanitárias


Permite-se a colocação das instalações hidrossanitárias em nichos verticais previamente previstos no
projeto estrutural.

Permite-se a colocação embutida das instalações flexíveis reticuladas encamisadas (PEX). Quando
encamisado, o raio de curvatura deve permitir a manutenção dos tubos. São válidas as observações a
respeito de diâmetro máximo e reforços citadas em 13.3.

14 Análise estrutural
14.1 Objetivos da análise estrutural
A análise estrutural deve permitir que se obtenham esforços internos, tensões, deslocamentos e
deformações em um elemento ou em toda a estrutura, de modo que os estados limite último e de
serviço possam ser corretamente verificados.

14.2 Premissas da análise estrutural


A análise de uma estrutura de paredes de concreto deve ser realizada considerando o equilíbrio de
cada um dos seus elementos e da estrutura como um todo.

O caminho descrito pelas ações, sejam elas verticais ou horizontais, deve estar claramente definido,
desde o seu ponto de aplicação até onde se suponha o final da estrutura. Devem-se contemplar nesta
análise as interferências com os outros subsistemas (aberturas, instalações elétricas, hidráulicas e
outros).

14.3 Hipóteses básicas


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Admite-se válido o comportamento elástico-linear para obtenção dos esforços solicitantes e para análise
das situações de serviço.

Devem ser utilizadas as combinações de ações previstas na ABNT NBR 8681 (combinação rara,
frequente, e quase permanente) e as relativas à segurança, estabelecidas na ABNT NBR 6118.

Para análise das situações de ELU, na falta de modelo mais preciso, admite-se a utilização dos
esforços solicitantes obtidos pela análise linear com o objetivo de se obterem as resultantes das
tensões solicitantes que devem ser utilizadas no dimensionamento, conforme prescrito na Seção 17.

A parede componente do sistema estrutural de contraventamento pode ser representada por elemento
linear, desde que se considere, além da deformação por flexão, a deformação por cisalhamento. A
interação de paredes que se interceptam deve ser incluída no modelo, representando de forma
adequada a eventual distinção entre a posição do centro de gravidade e do centro de cisalhamento da
seção transversal composta (T, L, C etc.)

14.4 Premissas básicas de concepção do projeto


As estruturas de paredes de concreto projetadas e construídas de acordo com esta Norma devem
atender às seguintes premissas básicas:
 comprimento da parede (ℓ) maior ou igual a cinco vezes a sua espessura (para caracterizar o
elemento de parede de concreto); os casos não atendidos por esta prescrição devem ser
dimensionados a flexão normal composta;
 espessura da parede (t) igual ou maior que 10 cm, observadas as ressalvas e limitações previstas
em 13.1;
 resistência característica à compressão no concreto (fck) de projeto menor ou igual a 40 MPa e
atendendo aos requisitos de durabilidade em função da classe de agressividade ambiental;
 análise dos esforços de torção, quando o centro de gravidade não coincidir com o centro de torção,
no caso da utilização de modelos de barras para as paredes.

 a abertura cuja maior dimensão seja menor ou igual a 61 cm e menor que ¼ do menor valor entre a
altura e o comprimento da parede na qual se insere, pode ser desconsiderada para efeito de
interação, desde que as extremidades da abertura estejam afastadas pelo menos 60 cm de cada
extremidade da parede. Quando houver mais de uma abertura na mesma parede, essa
consideração só é permitida quando o trecho de parede entre duas aberturas for superior a 60 cm.

 para a consideração de uma parede de concreto como não sendo estrutural, deve-se garantir o seu
total desligamento físico em relação a quaisquer outros elementos adjacentes que sejam
estruturais, tais como lajes em seu topo e paredes em seu entorno.

15 Instabilidade e efeitos de segunda ordem


15.1 Instabilidade global
De acordo com a ABNT NBR 6118.

15.2 Instabilidade local


De acordo com a ABNT NBR 6118.

15.3 Instabilidade localizada


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De acordo com a ABNT NBR 6118.

16 Princípios gerais de dimensionamento, verificação e detalhamento


Conforme a ABNT NBR 6118.

Devem ser previstas armaduras de ligação entre os elementos: parede x parede, parede x laje, parede x
fundação, com área mínima especificada em 17.3.1. Pode-se considerar este item atendido no caso dos
dois elementos serem reforçados com fibras estruturais.

Para as aberturas, ver item 17.8.

17 Dimensionamento
17.1 Generalidades
As paredes devem ser construídas monoliticamente e com armadura de ligação igual à utilizada em
todo o painel, observada a armadura mínima estabelecida em 17.3, seja na ligação parede com parede,
na horizontal e na vertical, seja na ligação parede com laje. A ligação de parede x parede na horizontal
pode ser atendida pelo uso de fibras nos dois elementos. A armadura de ligação entre parede e laje
pode ser dispensada nas paredes internas do edifício simplificado. O comprimento mínimo de ligação
em cada elemento é de três vezes a espessura da parede. Se, na ligação, forem utilizadas barras
isoladas, o espaçamento máximo entre elas é de 30 cm. No caso de edifícios simplificados, este
espaçamento pode ser de 50 cm, desde que o controle das excentricidades respeite o item 19.4.1.4.

No caso da utilização de elemento pré-moldado (lajes, escadas e outros), deve ser verificada a perda de
seção causada pelo elemento pré-moldado na região de apoio na parede. Não obstante, a continuidade
e ligação entre parede e laje deve ser verificada a fim de preservar o efeito de diafragma rígido e
garantir a continuidade das paredes.

As paredes devem ter, para poder considerar travamento:


 a espessura da parede de travamento não pode ser inferior a 80% da espessura da parede
considerada;
 a altura da parede de travamento deve ser no mínimo igual à altura da parede considerada;
 o comprimento da parede de travamento deve ser no mínimo igual a 20% da distância entre pisos e
não pode haver abertura nessa região.

As paredes que não estiverem continuamente apoiadas em outro elemento (parede inferior ou fundação
contínua) devem ter a região não apoiada analisada como viga-parede (ver item 11.6).

O cálculo das lajes deve seguir as exigências da ABNT NBR 6118.

Não é permitida a abertura de paredes ou sua remoção sem prévia consulta ao projetista. Esta
observação deve constar nos documentos do projeto e no Manual de Uso, Operação e Manutenção
(MUOM).

17.2 Premissas básicas de dimensionamento


As estruturas de paredes de concreto devem atender às seguintes premissas básicas:
 trechos de parede com espessura máxima de 19 cm e comprimento menor que cinco vezes a sua

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espessura, consideradas estruturais, devem ser dimensionados à flexão composta,


desconsiderando-se a espessura mínima da ABNT NBR 6118 e adotando-se γn = 1,95 – 0,05 t,
sendo t a espessura da parede em cm; excetuam-se os trechos que funcionam como travamento
ortogonal à parede e os trechos curtos entre caixilhos de janelas com aberturas verticais inferiores
a 50% do pé-direito, desde que ligados à parede por armaduras devidamente ancoradas
 paredes devem ser dimensionadas à flexo-compressão para os esforços atuantes, considerando-se
como mínimo o maior valor entre as seguintes excentricidades:
a) excentricidade mínima de (1,5 + 0,03 t) cm, onde t é a espessura da parede;
b) excentricidade decorrente da pressão lateral do vento nas paredes externas;

 altura equivalente da parede (ℓe) de acordo com a Figura 2, em que h é a distância de piso a piso.

Figura 2 – Comprimento equivalente ℓe

Usar ℓe como comprimento equivalente, sendo na direção horizontal ou vertical.

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A continuidade da parede com a laje no topo e/ou na base da parede influencia o seu comprimento
equivalente, como indicado no Anexo B.

Para o Caso E da figura 2, deve-se observar a eventual necessidade de armar preferencialmente a


parede na horizontal. Para a estimativa de armaduras necessárias, pode-se utilizar procedimento que
transforma a parede em uma laje equivalente, submetida a força distribuída ortogonal ao seu plano,
associada à curvatura na seção crítica, como indicado a seguir.

q2d=(1/r).nd.0,80

onde

nd é a normal solicitante de cálculo por unidade de comprimento

1/r é a curvatura na seção crítica, que pode ser avaliada pela expressão aproximada:

1/r = 0,005 / [t (d+0,5)] com (d+0,5) ≥ 1

sendo

d = nd / (t . fcd)

Ao momento de 2ª ordem devem ser adicionados os momentos de 1ª ordem, respeitando-se a


excentricidade mínima, no caso da direção vertical.

O procedimento descrito permite determinar os momentos de segunda ordem nas direções vertical e
horizontal da parede.

O dimensionamento da parede para o Caso E deve ser feito pelo item 17.5.4.

No Caso E, a armadura determinada para efeito de segunda ordem deverá ser disposta na direção
horizontal.

No caso de platibandas, considerar uma laje em balanço na vertical.

No caso de utilização de tela dupla, deve ser considerada para o dimensionamento somente a
colaboração da armadura tracionada.

Permite-se a utilização da fórmula do item 17.5.1, no caso da utilização de armaduras duplas (telas em
ambas as faces), desde que:

 para t  18 cm, a armadura vertical considerada deve ser 50% do total da seção em cada face.
 para t > 18 cm, permite-se a utilização de 67% do valor calculado, devido à maior eficiência das
armaduras para estas espessuras de paredes, sendo, pelo menos a metade deste valor em cada
face.

17.3 Armadura mínima


17.3.1 Seção de aço
No caso da utilização de telas de aço soldadas, devem ser utilizados os aços definidos em 8.2.

A seção mínima de aço das armaduras verticais obtidas com aço CA-60, deve corresponder a 0,09% da

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seção de concreto. Para construções de até dois pavimentos, permite-se a utilização de armadura
mínima equivalente a 66% deste valor. Tal redução não se aplica aos dois pavimentos superiores de
uma edificação que possua mais de dois pavimentos.

A seção mínima de aço das armaduras horizontais deve corresponder a 0,15% da seção de concreto.
No caso da utilização de concretos de baixa retração, ou na falta deste controle, com paredes externas
com até 6 m e internas até 8 m de comprimento horizontal (ou entre juntas de controle), permite-se a
utilização de armadura mínima equivalente a 60% destes valores. Para construções de até dois
pavimentos permite-se a utilização de armadura mínima equivalente a 40% destes valores. Tal redução
não se aplica aos dois pavimentos superiores de uma edificação que possua mais de dois pavimentos.

No caso da utilização de armaduras duplas (armaduras em ambas as faces) a armadura mínima vertical
deve ser aplicada a cada uma das faces. Para espessuras maiores que 18 cm esse valor pode ser
reduzido em 33%. Para as armaduras horizontais, a armadura total mínima permanece a mesma.

No caso de fibras com função de reforço do concreto, a dosagem mínima deve ser de 4,0 kg/m³ para
macrofibras poliméricas e de vidro e 8 kg/m³ para as fibras metálicas, respeitando-se sempre os
requisitos de desempenho estabelecidos no Anexo A.

Entende-se por comprimento de parede a extensão total de paredes alinhadas e não somente entre
travamentos.

Em paredes internas com espessuras aumentadas em função de razões não estruturais (isolamento
térmico, acústico etc.), permite-se o dimensionamento da armadura, inclusive a determinação da
armadura mínima, utilizando-se espessura reduzida em até 1/3 da espessura real, não inferior à menor
das espessuras do pavimento, observando as espessuras mínimas do item 13.1. Para efeito do cálculo
dos esforços, é obrigatória a utilização da dimensão real.

A armadura de ligação nos cruzamentos de paredes deve ser maior ou igual à maior armadura
horizontal entre as paredes que se encontram.

A armadura de ligação de paredes entre pavimentos subsequentes deve ser maior ou igual à maior
armadura vertical entre as paredes que se encontram.

17.3.2 Espaçamento entre barras de aço


O espaçamento máximo entre as barras das armaduras verticais e horizontais não pode ser maior que
30 cm.

17.3.3 Quantidade de tela soldada


No caso de utilização de telas soldadas, as paredes de concreto podem conter apenas uma tela
soldada, disposta longitudinalmente e próxima ao centro geométrico da seção horizontal da parede. Nos
casos a seguir, deve ser especificada tela soldada para as duas faces da parede:
 quando a espessura da parede for superior a 18 cm;
 em parede no andar térreo de edificações, quando sujeita a choque de veículos, e paredes que
engastam marquises e terraços em balanço.

17.4 Reforços horizontais


Sempre que as paredes do último pavimento de edificações até cinco pavimentos tiverem a borda
superior livre (sem laje de concreto), sua armadura deve ser determinada por modelo estático
correspondente a borda livre, com valor mínimo de 1 cm² adicionada à armadura existente, em toda a
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sua extensão, alojada na região da seção transversal junto à borda livre, com altura de duas vezes a
espessura da parede. Também deve-se utilizar este reforço no caso de lajes de cobertura, com junta de
controle sob elas e sem ligação de armaduras.

No caso de utilização de fibras, a necessidade de uso de reforços nas aberturas deve ser avaliada pelo
projetista estrutural.

17.5 Resistência limite sob solicitação normal


17.5.1 Resistência de cálculo sob normal de compressão
A resistência de cálculo pode ser determinada conforme a equação a seguir, que já considera as
excentricidades transversais devidas à pressão máxima de vento característico de 1 kN/m², desde que a
excentricidade transversal não seja maior que a mínima de (1,5 + 0,03 t) cm. Efeitos de segunda ordem
já estão considerados na expressão.

( 0,85 f cd + ρ . f scd ) t ( 0,85 f cd + ρ . f scd ) t


n d ,resis t = ≤ ≤ 0,4 f cd . t
k 1 [1+ 3 k 2 (2−k 2)] 1,643

onde

d,resist é a normal resistente de cálculo, por unidade de comprimento, admitida no plano médio da
parede, considerando a força normal aplicada na parede e o momento fletor na direção da mesma
devido a vento e desaprumo;

 é a taxa geométrica da armadura vertical da parede, não maior que 1%;

t é a espessura da parede;

sendo

fscd = ES.0,002/s, considerando a compatibilização da deformação no aço com a do concreto adjacente

c = 1,4 . 1,2 = 1,68

Os valores de devem ser calculados de acordo com a ABNT NBR 6118 e os valores de ℓe devem ser
obtidos a partir da figura 2.

Para:  < 35 => k1 = 1, k2 = 0

Para: 35 <  < 86 => k1 = /35, k2 = 0

λ−86
Para: 86 <  < 120 => k1 = /35, k2 =
35

Para pressões de vento superiores a 1 kN/m², devem ser feitas verificações adicionais das paredes de
periferia submetidas à flexão simples. As paredes do último pavimento devem ser calculadas como
engastadas na parte inferior e apoiadas na laje de cobertura na parte superior. As paredes dos demais
pavimentos devem ser calculadas como biengastadas.

A equação não é válida nos casos seguintes, que deverão ser dimensionados conforme 17.5.4.

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 Paredes de concreto reforçado com fibras;


 Paredes em balanço;
 Paredes submetidas a ação lateral elevada aplicada em ponto isolado;

Para o caso das paredes com concreto reforçado com fibras, deve ser utilizado o processo de cálculo
em 17.5.4, levando-se em consideração o Anexo A.

17.5.2 Verificação à compressão


O dimensionamento é atendido se os esforços solicitantes por metro linear obtidos pelo modelo de
cálculo forem menores que a normal resistente de cálculo dada em 17.5.1, em cada um de seus
trechos. No caso de borda vertical livre, o primeiro trecho adjacente deve ser admitido com comprimento
máximo de seis vezes a espessura da parede, sendo limitado a 1 m, tomando-se a normal máxima por
unidade de comprimento do trecho considerado. Permite-se, neste trecho, a utilização de taxa de
armadura vertical de até 1,5%, desde que disposta simetricamente nas faces e travada horizontalmente
por grampos e estribos. O restante da parede deve ser considerado como trecho único, atendendo à
taxa de armadura máxima, conforme item 17.5.1.

Para este trecho extremo, sem travamento, o dimensionamento deve ser feito utilizando o disposto no
anexo D.

Considerando que todos os casos e combinações de carregamento estão contemplados, para cada
trecho de parede a ser verificado e para cada caso ou combinação considerado, permite-se considerar
que a segurança ao estado limite último foi atendida para as solicitações normais sempre que a
condição a seguir for atendida:

3 .n d ,max +n d ,min
nd ,resist ≥
4

onde

nd,max é o maior valor normal por unidade de comprimento, para o carregamento considerado, no
trecho escolhido;

nd,min é o menor valor normal por unidade de comprimento, para o carregamento considerado, no
trecho escolhido.

Os valores representados por nd,max e nd,min devem corresponder aos esforços das seções dos extremos
do trecho considerado, sendo que ao longo de toda a extensão desse trecho os sinais destes valores
mantêm-se constantes, conforme a Figura 3. No caso de tração, nd,min é igual a zero.

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Figura 3 – Diagrama dos esforços de compressão

17.5.3 Dimensionamento à tração devido a momentos no plano da parede


A força total de tração é a resultante da integração do bloco de tensões de tração linearmente
distribuídas e ocorre devido a momentos no plano da parede. Para efeito do dimensionamento à tração
devem ser considerados todos os casos de carregamento e combinações que ocorrem em cada trecho
da parede.

Adicionalmente, deve ser tomado cuidado no dimensionamento e posicionamento das armaduras,


visando à proximidade entre a resultante das tensões de tração atuantes, linearmente distribuídas na
seção homogênea e a força resultante da integração das tensões de tração resistentes nas armaduras.

17.5.4 Dimensionamento alternativo


Permite-se o uso deste dimensionamento alternativo, desde que o d seja inferior a 0,4.

A parede de comprimento maior ou igual a cinco vezes a sua espessura pode ser dimensionada
decompondo-a em faixas verticais, como indicado na ABNT NBR 6118 para pilares-parede simples ou
compostos, desde que a sua esbeltez seja inferior a 90.

Cada faixa vertical, de comprimento horizontal igual a 6 vezes a espessura t, deve ser dimensionada
como elemento isolado em flexão composta em torno do seu eixo de menor inércia.

A excentricidade de segunda ordem de cada faixa deve ser estimada por processo que considere a
posição das armaduras na seção transversal. Deve-se preferencialmente utilizar o método geral
acoplado, para evitar dimensionamento muito a favor da segurança.

Não há a necessidade de se adotar o coeficiente adicional γn como indicado pela ABNT NBR 6118 para
pilares com dimensão da seção transversal inferior a 19 cm.

A flexo-compressão no plano da parede pode alternativamente ser tratada admitindo-se o cálculo no


estádio III, com distribuição linear de deformações no plano da seção transversal da parede,
respeitando-se os limites estabelecidos para o aço e o concreto pela ABNT NBR 6118. A máxima
compressão de cálculo não deve ser superior à indicada em 17.5.1 ou a estabelecida para uma faixa
vertical admitida como elemento estrutural isolado como indicado na presente seção. Este procedimento
é válido para paredes que apresentem altura total superior a 3 vezes o seu comprimento em planta.

O alongamento máximo do aço na tela central não deve exceder a 6‰.


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17.6 Dimensionamento ao cisalhamento


17.6.1 Forças convencionais de cisalhamento
O esforço solicitante total horizontal em uma direção é distribuído por todas as almas das paredes
resistentes na mesma direção. Em nenhum caso pode-se acrescentar a largura da mesa ou flange em
seções transversais do tipo T ou L.

O esforço solicitante deve ser obtido considerando-se todos os casos de carregamento e combinações
necessários para efeito deste cálculo.

17.6.2 Verificação da resistência


A força cortante solicitante de cálculo em cada parede não pode superar a força cortante resistente de
cálculo (VRd) especificada pela equação a seguir:

VSd < VRd

VRd = 0,3 . fctd.( 1 + 3 cmk/ fck ) ∑ t .l

1 + 3 cmk/ fck < 2

Sendo:

0 , 21 . ( f ck )2/3
f ct , d =
γc

onde:

cmk é a tensão média característica no concreto comprimido, expressa em MPa;

t é a espessura de cada trecho que compõe uma mesma parede, expresso em m;

ℓ é o comprimento de cada trecho que compõe uma mesma parede, tomado sempre na direção do
esforço cortante, expresso em m;

fck é a resistência característica à compressão do concreto, expressa em MPa.

17.6.3 Armadura de cisalhamento


Caso a condição VSd < VRd de 17.6.2 não seja atendida, deve-se armar horizontalmente a parede ao
cisalhamento com área de armadura Asw, tal que:

VSd ≤ VRd + Vsd

Sendo Vsd = (Asw . fywd . ∑ t .l ) / s

Onde:

s é o espaçamento da armadura de cisalhamento, que não deve exceder 30 cm

fywd é a tensão na armadura limitada a fyd, não se tomando valor superior a 435 MPa

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No caso de concreto reforçado com fibras a verificação do cisalhamento deve ser feita de acordo com a
ABNT NBR 16935.

17.7 Dimensionamento devido a cargas localizadas


A tensão de contato de cálculo provocada por elementos não contínuos não pode superar o valor dado
pela equação:

cont,d ≤ 0,85.fcd

17.8 Dimensionamento ao redor das aberturas


Todas as aberturas com dimensão horizontal maior ou igual a 40 cm devem ser reforçadas com
armaduras horizontais nas faces superior e inferior da abertura, sendo a seção da armadura
determinada por modelo elástico ou biela-tirante.

A armadura longitudinal das vergas deve ser calculada como viga apoiada nas laterais, considerando o
peso próprio da parede e a reação da laje na projeção da mesma. Considerar como altura da viga no
máximo metade do vão da abertura. Adotar uma armadura mínima igual a prevista na ABNT NBR 6118,
considerando a seção utilizada no cálculo, com valor mínimo de 1 cm². A ancoragem deve ser
considerada a partir do limite da abertura.

O valor mínimo da armadura das contra-vergas é de 0,5 cm 2, com comprimento de ancoragem a partir
da face da abertura.

18 Requisitos para a execução das paredes de concreto


18.1 Requisitos gerais
Aplicam-se os requisitos estabelecidos na ABNT NBR 14931 para o canteiro de obras, o recebimento e
o armazenamento e aplicação de materiais e equipamentos.

O plano de garantia da qualidade deve estar de acordo com os requisitos desta Norma e da ABNT NBR
6118.

Devem constar do plano de qualidade de obra:


 a relação de materiais com especificação, procedimentos de recebimento, controle e aceitação;
 a relação de serviços de execução controlados, e os respectivos procedimentos de execução e
inspeção;
 a identificação das especificidades no que se refere à manutenção de fôrmas;
 Avaliação Técnica de Projeto, conforme item 5.6
Os projetos devem ser compatibilizados sob responsabilidade da construtora. A compatibilização pode
incluir, mas não se limitar, aos projetos de fôrmas, de escoramento, de embutidos e vazados, de
instalações elétricas, de alarme e comunicação, de instalações hidrossanitárias, de prevenção e
combate à incêndio e pânico, estrutural e demais que se fizerem necessários. Caso seja detectada
interferência com a estrutura, o projetista deverá ser consultado para tomar as devidas providências.

18.2 Sistema de fôrmas


18.2.1 Requisitos básicos
O sistema de fôrmas é composto de estruturas provisórias, cujo objetivo é moldar o concreto fresco. É
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compreendido por painéis de fôrmas, escoramento, aprumadores e andaimes, incluindo seus apoios,
bem como as uniões entre os diversos elementos.

O sistema de fôrmas deve ser projetado e construído de modo a ter:

a) resistência a ações a que possa ser submetido durante o processo de construção, considerando:
 ações ambientais;
 carga da estrutura auxiliar;
 carga das partes da estrutura permanente a serem suportadas pela estrutura auxiliar até que o
concreto atinja as características estabelecidas pelo responsável pelo projeto estrutural para
remoção do escoramento;
 efeitos dinâmicos acidentais produzidos pelo lançamento e adensamento do concreto, em
especial o efeito de adensamento sobre o empuxo do concreto nas fôrmas das paredes,
respeitados os limites estabelecidos em 19.7 e 19.8;

b) rigidez suficiente para assegurar que as tolerâncias especificadas para a estrutura das paredes de
concreto em 19.4 e nas especificações de projeto (ver 5.3) sejam satisfeitas e a integridade dos
elementos estruturais não seja afetada;

c) estanqueidade e conformidade com a geometria das peças que estão sendo moldadas.

O formato, a funcionalidade, a aparência e a durabilidade de uma estrutura de parede de concreto não


podem ser prejudicados devido a qualquer problema com as fôrmas, o escoramento, os aprumadores
ou sua remoção.

18.2.2 Propriedade dos materiais


O material utilizado no sistema de fôrmas deve atender aos requisitos de 18.2.1 e às normas do
produto.

O uso adequado possibilita o reaproveitamento de fôrmas e dos materiais utilizados para a sua
construção. No entanto, em um processo de utilização sucessiva, devem ser verificadas as
características e principalmente a capacidade resistente da fôrma e do material que a constitui.

18.2.3 Projeto do sistema de fôrmas


18.2.3.1 Generalidades

As fôrmas e escoramentos devem obedecer ao que estabelece a ABNT NBR 15696.

A escolha da tipologia adequada, bem como o desenvolvimento e o detalhamento do projeto de fôrmas


são de extrema importância para a viabilidade do sistema de paredes de concreto e para a garantia da
qualidade do produto final.

É obrigatória a realização do projeto das fôrmas em conformidade com o projeto estrutural,


contemplando:
 detalhamento geométrico e posicionamento dos painéis;
 detalhamento geométrico dos equipamentos auxiliares;
 detalhamento geométrico do travamento e aprumo;

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 25/6


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 detalhamento do escoramento, inclusive escoramento residual permanente;


 posicionamento do escoramento residual permanente em função do módulo de elasticidade do
concreto da laje, na data da desforma;
 tempo de retirada do escoramento residual;
 carga acumulada nas escoras do escoramento residual;
 sequência executiva de montagem e desmontagem;
 coordenação modular de projeto (ABNT NBR 15873).

As contra-flechas estabelecidas no projeto estrutural devem ser obedecidas na execução.

18.2.3.2 Escoramento

O escoramento deve ser projetado de modo a não sofrer, sob a ação de seu peso próprio, do peso da
estrutura e das cargas acidentais que possam atuar durante a execução da estrutura de concreto,
deformações prejudiciais ao formato da estrutura de parede de concreto ou que possam causar
esforços não previstos no concreto.

No projeto do escoramento devem ser consideradas a deformação e a flambagem dos materiais e as


vibrações a que o escoramento estará sujeito.

Devem ser tomadas as precauções necessárias para evitar recalques prejudiciais provocados no solo
ou na parte da estrutura que suporta o escoramento, pelas cargas por este transmitidas, prevendo-se o
uso de lastro, piso de concreto ou pranchões para correção de irregularidades e melhor distribuição de
cargas, assim como cunhas para ajustes de níveis. No caso de escoramento metálico, devem ser
seguidas as instruções do fornecedor responsável pelo sistema.

Os planos de desforma e escoramentos residuais permanentes devem levar em conta os materiais


utilizados associados ao ritmo de construção, tendo em vista o carregamento decorrente e a capacidade
de suporte das lajes anteriores, quando for o caso.

Neste caso devem ser considerados os seguintes aspectos:


 nenhuma carga deve ser imposta e nenhum escoramento removido de qualquer parte da estrutura,
enquanto não houver certeza de que os elementos estruturais e o sistema de escoramento têm
resistência suficiente para suportar com segurança as ações a que estarão sujeitos;
 nenhuma ação adicional não prevista nas especificações de projeto ou na programação da
execução da estrutura de concreto deve ser imposta à estrutura ou ao sistema de escoramento,
sem que se comprove que o conjunto tem resistência suficiente para suportar com segurança as
ações a que estará sujeito.

18.2.3.3 Fôrmas

O projeto de fôrmas deve atender aos requisitos básicos descritos em 18.2.3.1

18.2.3.4 Precauções contra incêndio

Devem ser tomadas as devidas precauções para proteger o sistema de fôrmas de riscos de incêndio,
observando a legislação vigente.

18.2.3.5 Componentes embutidos nas fôrmas e redução de seção


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O sistema parede de concreto, quando previsto em projeto, deve permitir que, após a retirada das
fôrmas, as paredes contenham, embutidos em seu interior, todos os elementos previstos, tais como
caixilhos de portas e janelas, eletrodutos, fixação de cobertura ou outros insertos.

A concentração de componentes e furos em uma determinada região da estrutura da parede de


concreto deve ser objeto de verificação pelo projetista estrutural.

Qualquer componente embutido deve preservar o seu formato durante a operação de concretagem e
resistir a contaminações que possam afetar sua integridade, a do concreto ou a da armadura. No caso
de ser metálico, deve-se prever proteção contra corrosão.

18.2.3.6 Aberturas temporárias em paredes

Aberturas e orifícios de até 5 cm de diâmetro, com espaçamento vertical mínimo de 30 cm e


espaçamento horizontal mínimo de 60 cm, usados para trabalhos temporários devem ser preenchidos e
acabados com um material de características similares e compatíveis às do concreto da estrutura. Os
outros casos devem ser preenchidos com material apropriado após estudo do projetista estrutural.

18.2.3.7 Uso de agentes desmoldantes

Como o sistema construtivo de parede de concreto admite o uso de fôrmas metálicas, de madeira,
plásticas e outros tipos, atenção especial deve ser dada ao desmoldante escolhido. O produto precisa
ser adequado a cada superfície, atendendo aos seguintes requisitos:
 garantir que o concreto não tenha aderência à fôrma;
 não deixar resíduos na superfície das paredes ou ser de difícil remoção, podendo comprometer a
aderência do revestimento final e o aspecto da parede;
 ser removível ou não deixar resíduo;
 não alterar as características físicas e químicas do concreto;
 não degradar a superfície das fôrmas;

Agentes desmoldantes devem ser aplicados de acordo com as especificações do fabricante, levando
em consideração orientações referentes a requisitos ambientais e de saúde ocupacional.

18.2.3.8 Remoção de fôrmas e escoramentos

Aplica-se o disposto na ABNT NBR 1493.

18.3 Armaduras
18.3.1 Generalidades
Em nenhum caso deve ser empregado na estrutura de parede de concreto, aço ou fibras de qualidade
diferente da especificada no projeto, sem aprovação prévia do projetista.

Cada produto deve ser claramente identificado na obra, de maneira a evitar trocas involuntárias.

O processo de ancoragem dos componentes de armaduras por aderência ou por meio de dispositivos
mecânicos deve seguir o que estabelece o projeto da estrutura de parede de concreto.

18.3.2 Recebimento, transporte e armazenagem


As armaduras não podem ser danificadas durante as operações de transporte, armazenagem e
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posicionamento no elemento estrutural.

As armaduras não podem ser estocadas em contato direto com o solo. O local de armazenagem deve
ser preferencialmente protegido de intempéries.

18.3.3 Limpeza
A superfície da armadura deve estar livre de ferrugem e substâncias deletérias que possam afetar de
maneira adversa o aço, o concreto ou a aderência entre esses materiais, conforme ABNT NBR 7480.

As armaduras oxidadas por exposição ao tempo em ambientes de agressividade fraca a moderada sem
produtos destacáveis, e sem redução de seção, podem ser empregadas em estruturas de parede de
concreto.

Armaduras que apresentem produtos destacáveis na sua superfície em função do processo de corrosão
devem passar por limpeza superficial. Após a limpeza, deve ser feita uma avaliação das condições da
armadura, em especial de eventuais reduções de seção.

Caso a armadura apresente nível de oxidação que implique redução de seção, deve ser feita uma
limpeza enérgica e posterior avaliação das condições de utilização pelo construtor, de acordo com as
normas de especificação do produto, eventualmente considerando-a como de diâmetro nominal inferior.

18.3.4 Preparo e montagem da armadura


Deve-se garantir o posicionamento das armaduras e a geometria dos painéis em obediência ao projeto
estrutural, especialmente alinhamentos e espessuras de paredes, com as tolerâncias estabelecidas em
19.4. Durante o lançamento do concreto a armadura deve se manter na posição estabelecida,
conservando inalteradas as distâncias das armaduras entre si e com relação às faces internas das
fôrmas.

O cobrimento especificado para a armadura no projeto deve ser mantido por espaçadores e sempre se
refere à armadura mais próxima à superfície do elemento estrutural.

Os espaçadores devem ser uniformemente distribuídos e em quantidade suficiente para que garantam o
cobrimento especificado em projeto, devendo estar devidamente fixados para que não sofram
deslocamentos e não se soltem durante o lançamento do concreto.

18.3.5 Emendas
As emendas de telas soldadas, fios e barras de aço devem ser feitas de acordo com o previsto no
projeto estrutural da parede de concreto.

Os valores das emendas devem ser respeitados, inclusive entre armaduras de elementos estruturais
justapostos.

As emendas não previstas no projeto só podem ser executadas mediante consulta prévia ao projetista
estrutural.

18.3.6 Proteções
18.3.6.1 Proteções durante a execução

Antes e durante o lançamento do concreto, os caminhos e passarelas devem estar dispostos de modo a
não acarretarem deslocamentos da armadura.

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18.3.6.2 Proteções de armadura de espera

Caso a execução da estrutura seja paralisada, deve ser analisada a necessidade da armadura de
espera receber tratamento superficial contra a corrosão em função do período de paralização e classe
de agressividade ambiental.

19 Concretagem
19.1 Modalidades de preparo do concreto
O concreto destinado às estruturas de parede de concreto pode ser preparado pelo executante da obra
ou por empresa de serviço de concretagem, sendo que ambos devem assumir a responsabilidade pelo
serviço e cumprir as prescrições relativas às etapas de preparo do concreto conforme a ABNT NBR
12655, bem como as disposições da ABNT NBR 7212.

19.2 Concreto
A especificação do concreto deve levar em consideração todas as propriedades requeridas em projeto
bem como aquelas características relativas à execução, de acordo com 8.1.

19.3 Cuidados preliminares


19.3.1 Fôrmas
O sistema de fôrmas deve vir acompanhado de seu projeto. O responsável pela obra deve proceder a
uma rigorosa análise crítica do projeto, para eliminação de quaisquer dúvidas ou discordâncias, antes
de iniciar os trabalhos de montagem.

Antes do lançamento do concreto devem ser devidamente conferidas as dimensões e a posição


(nivelamento, prumo e alinhamento) das fôrmas, a fim de assegurar que a geometria dos elementos
estruturais e da estrutura como um todo esteja conforme o estabelecido no projeto, com as tolerâncias
previstas em 19.4.

A superfície interna das fôrmas deve ser limpa e deve-se verificar a condição de estanqueidade das
juntas, de maneira a evitar a perda de pasta ou argamassa do concreto. Fôrmas constituídas de
material que absorve umidade ou facilite a evaporação devem ser molhadas até a saturação, para
minimizar a perda de água do concreto, fazendo-se furos para escoamento da água em excesso, salvo
especificação contrária em projeto.

O uso de desmoldante deve seguir o que determina 18.2.3.7.

19.3.2 Escoramentos, aprumadores e alinhadores horizontais


Antes do lançamento do concreto, devem ser devidamente conferidas as posições e condições
estruturais do escoramento e escoramento remanescente, aprumadores e alinhadores horizontais, a fim
de assegurar que as dimensões, posições e prumo das fôrmas sejam mantidos de acordo com o projeto
e permitir o tráfego de pessoas e equipamentos necessários à operação de concretagem com
segurança.

19.3.3 Armaduras
A montagem, o posicionamento e o cobrimento especificados para as armaduras devem ser verificados,
devendo as armaduras estar previamente limpas, de acordo com o estabelecido 18.3.3 e 18.3.4.

O projeto deve prever detalhamento da armadura que garanta o espaçamento necessário entre os
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elementos para a execução da concretagem.

Sempre que houver interferência da armadura com outros dispositivos construtivos, as armaduras só
podem ser cortadas com a anuência do projetista estrutural e do responsável técnico da obra.

19.3.4 Fibras
A adição das fibras ao concreto pode ser feita na central de concreto ou na obra, respeitando-se a
forma de adição e o tempo de mistura necessário estabelecidos pelos fabricantes das fibras, visando
garantir a perfeita homogeneização das fibras no concreto.

19.4 Tolerâncias
A execução das estruturas de parede de concreto deve ser a mais cuidadosa, a fim de que as
dimensões, a fôrma e a posição das peças, e as dimensões e posição da armadura sejam atendidas.

Devem ser respeitadas as tolerâncias estabelecidas nesta Seção caso o plano da obra, em virtude de
circunstâncias especiais, não as exija mais rigorosas.

Se forem necessárias tolerâncias maiores, elas só podem ser admitidas com a concordância do
projetista estrutural e do responsável técnico da obra.

19.4.1 Tolerâncias geométricas


19.4.1.1 Espessura das paredes

A tolerância dimensional para as espessuras das paredes é de + 5 mm.

19.4.1.2 Comprimento das paredes

A tolerância dimensional para o comprimento das paredes (Tl), seja por trecho ou por parede total é de
t/10. Se existirem diferentes espessuras, utiliza-se para esta consideração a menor delas.

Esta mesma tolerância se aplica ao comprimento total do pavimento (ver Figura 4)

Figura 4 – Tolerâncias para o comprimento da parede

19.4.1.3 Desalinhamento horizontal das paredes


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Para fins de liberação do gabarito de locação das paredes do primeiro pavimento, a tolerância para a
posição dos eixos de cada parede em relação ao projeto é de ± 5 mm. Para os demais pavimentos, esta
tolerância deve ser sempre relativa ao eixo das paredes do primeiro pavimento.

A tolerância individual de desalinhamento horizontal (Th) de elementos estruturais lineares deve ser
menor ou igual a ℓ/500 ou 5 mm, adotando-se o menor valor, sendo ℓ o comprimento do elemento,
expresso em mm (ver Figura 5).

Figura 5 – Tolerância para desvios horizontais

19.4.1.4 Desalinhamento vertical e prumo das paredes

A tolerância de desaprumo de cada pavimento (Tv) de elementos estruturais deve ser menor ou igual a
h/500 ou 5 mm, adotando-se o menor valor, sendo h a altura do pavimento, expresso em mm.

No caso em que as paredes externas sejam travadas a distância máxima de duas vezes a distância
t .√ H
piso a piso, a tolerância cumulativa para o desaprumo (TvT) deve ser menor que 17 , limitado a 3 cm,
sendo H a altura total do edifício e t a menor espessura de parede externa, expressa em metros. (ver
Figura 6). Para distâncias maiores de travamento, o desaprumo máximo acumulado (TvT) deve ser
especificado pelo projetista estrutural.

Esses valores devem ser medidos pelo responsável pela obra e, no caso de ser ultrapassado o limite,
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deve ser informado ao projetista da estrutura para as devidas verificações.

Figura 6 – Tolerância para desaprumo

19.4.2 Tolerâncias para o posicionamento das armaduras


A tolerância do posicionamento das armaduras nas lajes deve seguir o que estabelece a ABNT NBR
14931.

As telas centradas devem ser colocadas com um número suficiente de espaçadores para garantir o seu
posicionamento. É permitida uma tolerância de 2 cm em pontos isolados, desde que o cobrimento
especificado não seja comprometido.

No caso da utilização de tela dupla a tolerância é de 1 cm, desde que nunca comprometa o cobrimento
especificado.

19.4.3 Nivelamento
O nivelamento das fôrmas antes da concretagem, com relação às cotas de projeto, deve respeitar a
tolerância estabelecida seguir:

tn ≤ 10 mm

onde tn é a tolerância do nivelamento das fôrmas, expressa em milímetro (mm)

O nivelamento do pavimento, após a concretagem (ainda escorado) e exclusivamente devido ao peso

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próprio, com relação às cotas de projeto, deve respeitar a tolerância estabelecida a seguir:

tn ≤ 10 mm

onde tn é a tolerância do nivelamento da estrutura de apoio das formas expressa em milímetros (mm)

Se forem necessárias tolerâncias maiores, elas só podem ser admitidas com a concordância do
projetista estrutural e do responsável técnico da obra.

19.5 Plano de concretagem


Os procedimentos de preparo, controle, recebimento, liberação, lançamento e amostragem para
controle tecnológico do concreto devem atender aos requisitos das normas ABNT NBR 14931 e ABNT
NBR 12655 e ABNT NBR 16886.

A concretagem de cada elemento estrutural deve ser realizada de acordo com um plano previamente
estabelecido. Um plano de concretagem bem elaborado deve assegurar o fornecimento da quantidade
adequada de concreto com as características necessárias à estrutura.

O plano de concretagem deve observar o disposto na ABNT NBR 14931, com relação ao sistema de
fôrmas e prever:
 a área ou o volume concretado em função do tempo de trabalho;
 a relação entre lançamento, adensamento e acabamento (ver ABNT NBR 14931);
 as juntas de concretagem, quando necessárias, a partir de definição em comum acordo entre os
 responsáveis pela execução da estrutura de concreto e pelo projeto estrutural;
 o acabamento final que se pretende obter.

A capacidade (pessoal, materiais e equipamentos) de lançamento deve permitir que o concreto se


mantenha plástico e livre de juntas não previstas durante a concretagem.

Todos os equipamentos utilizados no lançamento do concreto devem estar limpos e em condições de


utilização e devem permitir que o concreto seja levado até o ponto mais distante a ser concretado na
estrutura sem sofrer segregação.

Os equipamentos devem ser dimensionados e adequados ao processo de concretagem escolhido e em


quantidade suficiente, de forma a possibilitar que o trabalho seja desenvolvido sem atrasos e a equipe
de trabalhadores deve ser suficiente para assegurar que as operações de lançamento, adensamento e
acabamento do concreto sejam realizadas a contento.

Se a concretagem for realizada durante a noite, o sistema de iluminação deve permitir condições de
inspeção, acompanhamento de execução e controle dos serviços, e promover segurança na área de
trabalho.

A inspeção e liberação do sistema de fôrmas, das armaduras e de outros itens da estrutura devem ser
realizadas antes da concretagem. O método de documentação dessa inspeção deve ser desenvolvido e
aprovado pelas partes envolvidas antes do início dos trabalhos. Cada aspecto deve ser cuidadosamente
examinado, de modo a assegurar que tudo esteja de acordo com o projeto, as especificações e as
Normas Brasileiras pertinentes.

19.6 Transporte do concreto na obra

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Conforme ABNT NBR 14931.

19.7 Lançamento
Conforme ABNT NBR 14931.

19.8 Adensamento
Conforme ABNT NBR 14931.

19.9 Controle tecnológico do concreto


19.9.1 Generalidades

Em conformidade com os requisitos na ABNT NBR 12655, o controle tecnológico do concreto deve ser
feito em dois momentos: o controle de recebimento que é realizado no ato do recebimento do concreto
na obra, condicionando sua liberação para lançamento e a aceitação dos lotes de concreto, realizada
com base nos resultados dos ensaios de resistência à compressão nas idades de controle.

19.9.2 Controle de recebimento no estado fresco

O controle de recebimento do concreto no estado fresco deve ser realizado pela determinação do
abatimento do tronco de cone, prescrito na ABNT NBR 16889, com a frequência e a amostragem
estabelecidas na ABNT NBR 12655.

Para concreto autoadensável devem ser realizados os ensaios previstos na ABNT NBR 15823-2 e
ABNT NBR 15823-3, com a frequência e a amostragem estabelecidas na ABNT NBR 15823-1.

Cumpre salientar que, além desses ensaios que são realizados na obra, devem ser previamente
determinadas algumas características e propriedades do concreto no estado fresco em laboratório,
conforme previsto nas normas ABNT NBR 12655 e ABNT NBR 15823.

19.9.3 Controle de aceitação do concreto no estado endurecido

O controle de aceitação dos lotes de concreto no estado endurecido deve ser realizado conforme a
ABNT NBR 12655, sendo comprovados os requisitos estabelecidos em projeto, no mínimo:
 pela comprovação da resistência de desforma, na idade especificada em projeto;
 pela comprovação da resistência característica do concreto (fck), aos 28 dias.

Para estimativa da resistência do concreto, permite-se o uso do método da maturidade, em


conformidade com a ASTM C1074 “Standard Practice for Estimating Concrete Strength by the Maturity
Method”. O uso desse método não dispensa a obediência às normas da ABNT pertinentes ao assunto.

19.10 Junta de concretagem


Conforme ABNT NBR 14931.

19.11 Acabamento
Conforme ABNT NBR 14931.

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20 Cura
A cura faz parte do processo de concretagem e deve ser executada conforme a ABNT NBR 14931.

Se na desforma das paredes e lajes, a resistência do concreto não atingir o mínimo prescrito na ABNT
NBR 14931, deve-se dar início imediato ao procedimento de cura úmida, ou com uso de membranas,
formadoras ou não de película.

As questões pertinentes de aderência e compatibilidade com os revestimentos, a serem aplicados sobre


a superfície do concreto, devem ser avaliadas previamente.

21 Recebimento da estrutura de parede de concreto


A estrutura de parede de concreto deve ser recebida desde que cumpridas as exigências desta Norma
e verificadas as evidências de atendimento aos requisitos do item 5.4.

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ANEXO A - FIBRAS

Este anexo estabelece parâmetros de projeto, execução e controle da qualidade do Concreto Reforçado
com Fibras (CRF) utilizado no sistema construtivo de paredes de concreto moldados no local, utilizando
como referência a ABNT NBR 16935: Projeto de Estruturas de Concreto Reforçado com Fibras –
Procedimento, a ABNT NBR 16938: Concreto reforçado com fibras — Controle da qualidade e a
DIRETIZ SINAT No. 001 – Revisão 3.

A.1 PARÂMETROS DE PROJETO DE PAREDES DE CRF MOLDADAS NO LOCAL

A.1.1 Resistência à compressão do CRF

A resistência à compressão do CRF é dada conforme o item 6 desta Norma.

A.1.2 Resistência à tração do CRF

A resistência à tração do CRF é dada pelas suas resistências residuais fR1 e fR3, que são obtidas por
meio do ensaio de flexão em corpos de prova prismáticos e correspondem aos valores de deformação
CMOD1 e CMOD3, respectivamente, conforme mostram as Figuras A1 e A2.

Figura A1 - Ensaio de Flexão em 3 pontos

Por meio do ensaio de flexão, obtém-se a relação Carga–Deformação, expressa pela abertura do
entalhe CMOD (Crack Mouth Opening Displacement), conforme se observa na Figura A2.

Figura A2 - Curva Carga – CMOD

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 4/9


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Os valores mínimos dessas resistências são:

fR1m (Resistência residual média para CMOD = 0,5 mm): 1,50 MPa

fR3m (Resistência residual média para CMOD = 2,5 mm): 1,00 MPa

Para paredes em que não há solicitação de tração, os valores mínimos dessas resistências são de 1,20
MPa para fR1m e 0,60 MPa para fR3m.

Visando garantir o atendimento dos parâmetros de resistências do CRF cada empreendimento deve
qualificar previamente o CRF e essa qualificação envolve a qualificação das fibras e a qualificação do
compósito de CRF, conforme estabelece a ABNT NBR 16938.

A.1.3 Resistência a solicitações normais

A verificação da capacidade resistente da seção deve ser feita como concreto simples, conforme item
17.5.4.

Nas combinações de ELU, as tensões de tração com valores de cálculo superiores a 0,6 MPa devem
ser resistidas com armaduras convencionais convenientemente dispostas.

A.1.4 Verificações de ligações e aberturas

Nas ligações entre elementos estruturais (paredes x paredes) e aberturas, devem ser feitas verificações
das tensões máximas de tração que porventura possam ocorrer.

A.1.5 Desempenho em situações de incêndio

As opções em CRF a serem utilizadas nos edifícios devem atender ao desempenho da parede em
condições de incêndio, avaliado como estabelecido pela ABNT NBR 15575-4.

A.2 PARÂMETROS DE EXECUÇÃO DE PAREDES DE CRF MOLDADAS NO LOCAL

No lançamento do CRF para paredes moldadas no local deve-se considerar sua fluidez e a manutenção
da trabalhabilidade. Nesse sentido deve-se utilizar o concreto autoadensável conforme ABNT NBR
15823.

Na desforma das paredes moldadas no local deve-se considerar a resistência à compressão do CRF
adequada ao processo de produção.

Devem ser também atendidas as recomendações da ABNT NBR 14931.

A.3 CONTROLE DA QUALIDADE DO CRF PARA PAREDES MOLDADAS NO LOCAL

O Controle da Qualidade do CRF para paredes moldadas no local deve utilizar como referência a ABNT
NBR 16938.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 5/9


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ANEXO B - INFORMATIVO

Comprimento equivalente de paredes – influência do engastamento elástico nas


extremidades superior e inferior

Pode-se usar o ábaco de Jackson e Moreland (figura B1) para avaliar o comprimento equivalente de
uma parede, considerando-se as condições de engastamento elástico nas suas extremidades superior
(N) e inferior (S). Para que isso seja feito é necessário que o dimensionamento e o detalhamento de
armaduras considere a continuidade entre parede e laje junto ao nó analisado.

Figura B1 – Ábaco de Jackson e Moreland

Para cada uma dessas extremidades, calcula-se a razão:

k=
∑ ( I pa ¿ l pa) paredes
∑ ( ❑lj I lj ¿ llj )lajes
Sendo o numerador relativo aos momentos de inércia e vãos das paredes acima ou abaixo do nó (N ou
S, dependendo do caso) e o denominador aos momentos de inércia e vãos das lajes que incidem à
esquerda e à direita desse nó (W ou E).

lj é um coeficiente que leva em consideração as condições de engastamento das lajes na extremidade
oposta ao nó:

- para uma extremidade oposta elástica ou rigidamente engastada: lj =1

- para uma extremidade oposta simplesmente apoiada: lj =0,5

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 6/9


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- para uma extremidade oposta em balanço ou inexistente: lj =0

No caso de existir abertura na laje, em região próxima à parede, desconsiderar a contribuição desta laje
no lado em que ocorre a abertura (W ou E).

Adotando-se a nomenclatura da figura B2, onde os índices n, s, e, w referem-se à rosa dos ventos, tem-
se que:

Figura B2 – Notações para uso do ábaco

k k
kN= e k S=
0,5 k en +k wn 0,5 k es + k ws

I I en I es I wn I ws
Com k =
l
; k en=
l en
; k es=
l es
; k wn=
l wn
; k ws=
l ws

Quando as paredes que incidem no nó considerado não são armadas, é aconselhável, por precaução,
determinar ℓf’ a partir de valores de KN e KS majorados em 50%.

Em nenhum caso deve-se adotar valor ℓf’/ ℓf inferior a 0,7.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 7/9


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ANEXO C – INFORMATIVO

Rigidez relativa estrutura / solo

No caso de edifícios com fundação em radier, pode-se estimar a rigidez relativa estrutura/solo pelo
parâmetro KrPar a seguir:

Com base no valor de KrPar, o projetista pode dispensar a modelagem específica da interação
solo-/estrutura, desde que majore os esforços com o coeficiente γn dado pela tabela a seguir:

KrPar 0,1 0,01 0,001 0,0001

γn 1,25 1,20 1,15 1,10

Tabela C1 - γn - coeficiente adicional majorador de esforços devido a ISE em edifícios de paredes


de concreto sobre radier

Para KrPar < 0,0001 a interação solo/estrutura pode ser desprezada no dimensionamento dos elementos
estruturais.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 8/9


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ANEXO D - Efeitos localizados em borda vertical não contraventada


A parede deve ser dimensionada em duas faixas, com reforço na faixa 1 de comprimento igual a seis
vezes a sua espessura (vide figura D1).

Os efeitos localizados na faixa 1 (extremidade com máxima compressão e sem contraventamento na


borda vertical) podem ser avaliados mediante o seguinte roteiro:

a) Adota-se a normal máxima de cálculo a partir da normal de referência por unidade de


comprimento (nd,borda), como sendo:

nd,borda = (3.ndB+ndA)/4

Nd = nd,borda.3.t

b) Estima-se o momento de segunda ordem, como descrito no item 17.2 para o caso A da figura 2:

M2d = 3.t.q2d. ℓe2/8

c) Para obtenção do momento de cálculo total deve-se adicionar o momento de primeira ordem,
respeitando-se a excentricidade mínima:

Md = M1d + M2d

d) A armadura determinada para metade da faixa 1, de comprimento 3t, deve ser repetida na
metade complementar da faixa 1, também de comprimento 3t.

O restante da parede (faixa 2 de comprimento ℓ-6t) pode também ser tratado de forma simplificada,
como se resume a seguir:

a) Adota-se uma normal de referência por unidade de comprimento:

nd,ref2 = (3.ndA+ndC)/4

b) Estima-se o momento de segunda ordem por unidade de comprimento como:

m2d = q2d. ℓe2/8 com q2d = (1/r).nd.0,80 (vide item 17.2)

c) Adiciona-se o momento de primeira ordem, respeitando-se a excentricidade mínima

md = m1d + m2d

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 9/9


ABNT/Cb-02
Projeto 02:123.05-001
DEZEMBRO:2011

d) Com md e n2d determina-se a armadura por unidade de comprimento

Figura D1 - Faixas

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 10/9

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