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ABNT/CB-18

2º PROJETO ABNT NBR 14861


26/08/2020

Lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido –


Requisitos e procedimentos
Precast prestressed hollow core slabs – Requirements and procedures

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de


Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos
Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são elaboradas por
Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios
e outros).

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva


ABNT, Parte 2.

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope
This Standard defines the requirements and procedures that must be attended in
design, production and assembling of prestressed concrete hollow core slabs of
precast concrete structures.

For situations not covered by this Standard or covered in a simplified way, the technical
responsible for design can use procedures, appropriate international standards
accepted by the technical community, since the level of security provided by Brazilian
Standards is being attended and demonstrated.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 1


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1 Escopo
Esta Norma estabelece os requisitos e procedimentos a serem atendidos no projeto,
na produção e montagem das lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido
com armadura ativa pré-tracionada.

Para situações não cobertas por esta Norma ou cobertas de maneira simplificada, o
responsável técnico pelo projeto pode usar procedimentos ou normas internacionais
aplicáveis, aceitos pela comunidade técnico-científica, desde que demonstrado o
atendimento ao nível de segurança compatível com as normas Brasileiras.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste
documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para
referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).

ABNT NBR 5733, Cimento Portland de alta resistência inicial - Especificação

ABNT NBR 5738, Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova

ABNT NBR 5739, Concreto – Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos

ABNT NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto

ABNT NBR 6120, Ações para o cálculo de estruturas de edificações

ABNT NBR 6123, Forças devidas ao vento em edificações

ABNT NBR 7808, Símbolos gráficos para projetos de estruturas

ABNT NBR 8522, Concreto - Determinação do módulo estático de elasticidade à


compressão

ABNT NBR 8681, Ações e segurança nas estruturas – Procedimento

ABNT NBR 9062, Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado

ABNT NBR 11768, Aditivos químicos para concreto de cimento Portland –


Requisitos

ABNT NBR 12655, Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e


recebimento

ABNT NBR 13279, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e


tetos ‒ Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão

ABNT NBR 13281, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e


tetos ‒ Requisitos

ABNT NBR 14931, Execução de estruturas de concreto

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ABNT NBR15200, Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio

ABNT NBR 15421, Projeto de estruturas resistentes a sismos

ABNT NBR 15575-1, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos


gerais
ABNT NBR 15575-2, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 2: Requisitos
para os sistemas estruturais

ABNT NBR 15823-1, Concreto auto-adensável – Classificação, controle e aceitação no


estado fresco

ABNT NBR 16475, Painéis de parede de concreto pré-moldado – Requisitos e


procedimentos

ABNT NBR NM 67, Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do


tronco de cone

EN 1168, Precast Concrete Products - Hollow Core Slabs

EN 1992.1.1, Design of Concrete Structures – Part 1-1: General Rules and Rules for
Buildings

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR
9062 e os seguintes.

3.1
laje alveolar
elemento de laje com seção transversal alveolar, com a presença de nervuras de
concreto e alvéolos, conforme representada a Figura 1. É caracterizada por armaduras
principais longitudinais ativas por pré-tensionamento e pela não obrigatoriedade de
armadura transversal de cisalhamento. As lajes alveolares poderão ser classificadas
como pré-moldadas ou pré-fabricadas de acordo com as especificações da ABNT
NBR 9062 e sob rigorosas condições de controle de qualidade, conforme Seção 11.

Legenda:
(1) Alvéolo
(2) Nervura interna e externa
(3) Mesa superior
(4) Mesa inferior

Figura 1 — Exemplo de laje alveolar

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3.2
chave de cisalhamento
chaveta
nicho estrutural preenchido por concreto, graute ou argamassa ao longo da junta
longitudinal entre as lajes alveolares, que promove a solidarização e a transmissão de
esforços entre elas

3.3
chaveteamento
processo de execução do preenchimento da chaveta com concreto, argamassa ou
graute, da junta longitudinal entre lajes alveolares

3.4
capa estrutural
capa de concreto moldado no local sobre a superfície formada por lajes alveolares,
tendo como objetivo o acréscimo de sua capacidade estrutural a partir da constituição
da seção composta formada pela capa estrutural, pelas lajes alveolares e por demais
elementos estruturais

3.5
capeamento estrutural
execução da capa estrutural(3.4)

3.6
liberação da protensão
operação de alívio da fixação das ancoragens das armaduras ativas após pré-
tracionamento e o seccionamento destas entre as extremidades de elementos
contíguos no caso de produção em linha

3.7
Revestimento
Material de preenchimento com fim de regularização com ou sem acabamento estético
executado sobre a capa estrutural

4 Simbologia
4.1 As notações contidas nesta Norma correspondem àquelas fixadas nas ABNT NBR
7808, ABNT NBR 6118, e ABNT NBR 9062, bem como às apresentadas ao longo
desta Norma.

4.2 As expressões desta Norma estão em conformidade com o Sistema Internacional


de Unidades.

NOTA As unidades de força são 10 kN = 1 tf = 1 000 kgf e para tensão 1 MPa = 10 kgf/cm² =
100 tf/m².

5 Materiais
5.1 Generalidades

Para os concretos de elementos pré-fabricados em que é realizado um controle de


qualidade, conforme ABNT NBR 9062:2017 (Seções 3 e 12), podem-se adotar os
coeficientes de minoração da resistência dos materiais: c = 1,3 e s = 1,10. Caso

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contrário, adotam-se os coeficientes de minoração da resistência dos materiais: c =


1,4 e s = 1,15

5.2 Concreto

5.2.1 Constituintes

5.2.1.1 Aglomerantes, agregados e água

Aos aglomerantes, aos agregados e à água, quanto ao recebimento dos materiais e


armazenamento, aplica-se o disposto na ABNT NBR 14931.

5.2.1.2 Aditivos e adições

5.2.1.2.1 O uso de aditivos ou adições no concreto, com o objetivo de acelerar ou


retardar a pega e o desenvolvimento da resistência nas idades iniciais, reduzir o calor
de hidratação, melhorar a trabalhabilidade, reduzir a relação água/cimento, aumentar a
compacidade e a impermeabilidade ou incrementar a resistência aos agentes
agressivos e às variações climáticas ou outros, deve seguir o que estabelece a ABNT
NBR 12655.

5.2.1.2.2 Em elementos pré-moldados protendidos, os aditivos empregados no


concreto ou na argamassa em contato com a armadura de protensão, não podem
conter materiais que possam provocar corrosão do aço, em particular a corrosão sob
tensão, sendo proibido o uso de aditivos à base de cloretos ou quaisquer outros
halogenetos, conforme as ABNT NBR 11768 e ABNT NBR 9062.

5.2.2 Propriedades

5.2.2.1 Generalidades

Aplica-se o disposto na ABNT NBR 6118 e ABNT NBR 12655 com relação à
trabalhabilidade, à durabilidade, ao diagrama tensão-deformação, ao módulo de
deformação longitudinal à compressão, ao módulo de deformação transversal, ao
coeficiente de Poisson, ao coeficiente de dilatação térmica, à retração e à fluência.

5.2.2.2 Resistência mecânica

5.2.2.2.1 A liberação da protensão das lajes alveolares, conforme definido em 3.6,


deve ser executada com meios apropriados que evitem choques dos fios, cabos ou
cordoalhas ao concreto e somente após comprovação de que a resistência efetiva do
concreto à compressão tenha atingido o valor indicado no projeto para esta fase, não
admitindo valor inferior a 21 MPa. A resistência de projeto e a sequência de liberação
da protensão a ser seguida, conforme dimensionamento segundo a Seção 7, devem
constar nos itens obrigatórios de projeto, conforme Seção 12.

5.2.2.2.2 A resistência de projeto a ser considerada para liberação da protensão


deve ser confirmada por ensaio de ruptura na idade programada, de acordo com cada
ciclo de produção, cujos registros devem ser mantidos para fins de rastreabilidade e
disponibilizados ao cliente quando necessário. A resistência aos 28 dias deve ser
atendida, conforme o projeto (fck) e controle estatístico, atendendo ao disposto na
ABNT NBR 12655. No caso da utilização de cimento CPV ARI (ABNT NBR 5733)
admite-se que o controle estatístico seja realizado aos 14 dias, desde que os valores

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não sejam inferiores ao fckj e que haja correlação estabelecida com a resistência aos
28 dias.

5.2.3 Dosagem

5.2.3.1 Admite-se somente dosagem experimental conforme a ABNT NBR 12655.


Deve ser mantido registro da dosagem experimental indicando: fator a/c adotado,
trabalhabilidade e resistência à compressão. Deve-se apresentar o registro da
resistência a compressão no momento da liberação da protensão (correspondente à
idade adotada na produção), e também aos 14 dias ou 28 dias para fins de controle
estatístico. Para o caso do módulo de elasticidade devem-se manter os registros nas
idades de liberação da protensão, aos 7 dias, 14 dias ou 28 dias, conforme a ABNT
NBR 8522.

5.2.3.2 Um novo estudo de dosagem deve ser conduzido sempre que houver alguma
alteração nos materiais, projeto ou critérios estabelecidos.

5.2.4 Controle tecnológico

5.2.4.1 Verificação da dosagem

Para a verificação da dosagem utilizada e das características dos constituintes do


concreto, aplicam-se os dispostos nas ABNT NBR 6118, ABNT NBR 12655, ABNT
NBR 14931 e ABNT NBR 15823-1. Para o caso de utilização de concreto auto
adensável deve ser observado o requisito 8.2.4.1.2 da ABNT NBR 9062. No caso da
necessidade de uma caracterização mais rigorosa das propriedades mecânicas do
concreto, podem ser utilizados outros procedimentos, baseados em literatura técnica
consagrada, em normas internacionais de referência, desde que comprovados
experimentalmente.

5.2.4.2 Frequência de ensaios

A frequência de ensaios para controle tecnológico deve ser estabelecida considerando


o processo produtivo, atendendo às seguintes condições:

 os ensaios previstos devem ser realizados com o concreto destinado à concretagem


de cada pista de acordo com o disposto no requisito 8.2.4.2.3.3 da ABNT NBR 9062;

 sempre que houver alteração no proporcionamento dos materiais, ou paralisação e


posterior retomada dos trabalhos, um novo ensaio deve ser realizado.
 A coleta das amostras deve ser realizada no final da pista concretada.

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5.2.4.3 Verificação da trabalhabilidade

5.2.4.3.1 A verificação da trabalhabilidade deve ser feita através de ensaios de


consistência. Nesta verificação devem ser considerados os processos usuais de
produção das lajes alveolares: por extrusão, por moldagem ou concretadas pelo
processo convencional.

5.2.4.3.2 No processo por extrusão, a concretagem é feita por meio da máquina


extrusora e é dispensada a verificação da consistência, pois o abatimento do concreto
deve ser sempre nulo para que seja possível a execução das lajes.

Nota: O abatimento nulo é inerente ao processo produtivo.

5.2.4.3.3 No processo por moldagem, a concretagem é feita por meio de máquina


moldadora e o abatimento do concreto deve ser obtido conforme estabelecido na
dosagem experimental. Para a determinação do abatimento de concreto, deve ser
seguida a ABNT NBR NM 67.

5.2.4.3.4 Na concretagem pelo processo convencional, a determinação da


consistência deve ser feita conforme previsto na ABNT NBR 12655, complementada
pela ABNT NBR 15823-1 para o caso de concreto autoadensável.

5.2.4.4 Verificação da resistência mecânica

5.2.4.4.1 Para o controle tecnológico e a verificação da resistência mecânica


aplicam-se as ABNT NBR 5738, ABNT NBR 5739 e o requisito 8.2.4.2.3 da
ABNT NBR 9062.

5.2.4.4.2 Deve ser comprovado o atendimento da resistência característica do


concreto à compressão aos 28 dias (fck) e a resistência estabelecida para efeito da
liberação da protensão (conforme 5.2.2.2) ou do manuseio na respectiva idade (fcj).

5.2.4.4.3 Podem ser empregados métodos não destrutivos para a avaliação da


resistência durante a fase construtiva, de manuseio, transporte e montagem, desde
que se tenha determinada a relação entre as leituras obtidas pelo método escolhido,
em corpos de prova moldados conforme a ABNT NBR 5738, com as resistências
resultantes na ruptura desses mesmos corpos de prova pelo método da ABNT
NBR 5739 na mesma idade, submetidos a condições de cura iguais às dos elementos
pré-moldados. Deve ser levada em consideração a dispersão dos valores obtidos em
cada um destes métodos, para a avaliação confiável das resistências.

5.2.4.4.4 É vedada a utilização de métodos não destrutivos como ferramenta


rotineira para fins de controle de qualidade e avaliação de resistência, em concretos
de baixas idades, bem como para a liberação das etapas de retirada das formas e do
corte das armaduras protendidas (correspondente ao ato da liberação da protensão,
no processo por pré-tração).

5.3 Aço

Valem as prescrições da ABNT NBR 9062 para as armaduras das lajes alveolares e
da capa estrutural.

5.4 Argamassa de assentamento

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5.4.1 As argamassas destinadas ao assentamento (sem função estrutural) devem


atender aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 13281. Com relação à resistência
à compressão, deve ser atendido o valor mínimo de 5 MPa.

5.4.2 A resistência da argamassa deve ser determinada de acordo com a ABNT NBR
13279.

5.5 Graute

Na utilização de graute em ligações de lajes alveolares, segundo 8.4, executadas


conforme especificadas em projeto e aceitas pelo controle tecnológico, a resistência
deve ser igual ou maior que a da capa de concreto.

6 Requisitos para o produto acabado


6.1 Tolerâncias

6.1.1 As tolerâncias de fabricação das lajes alveolares de concreto protendido devem


atender às prescrições da Tabela 1. A folga corresponde à diferença entre a distância
nominal livre de projeto reservada para a colocação de um elemento e o comprimento
nominal de projeto correspondente do elemento. As folgas são consideradas em
projeto (conforme ABNT NBR 9062), respeitando as tolerâncias de fabricação, de
montagem e de variações volumétricas. O projeto dimensional dos elementos
considera a folga e as dimensões mínimas dos apoios.

6.1.2 No caso de variações no formato das lajes alveolares (lajes com cortes em
diagonal), as tolerâncias podem sofrer variações em relação às especificadas na
Tabela 1.

6.1.3 É admissível a utilização na obra de elementos fora das tolerâncias definidas,


desde que não comprometam o desempenho estrutural ou arquitetônico ou a
durabilidade da obra como um todo, sendo que tal fato deve ser comprovado pelo
responsável pelo projeto estrutural, conforme a ABNT NBR 9062.

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Tabela 1 — Tolerâncias de fabricação de lajes alveolares


Tolerâncias
Dimensões
mm
Comprimento (L) L≤5m ± 10
5 m < L ≤ 10 m ± 15
L > 10 m ± 20
Altura da laje (h) h ≤ 150 mm - 5, + 10
h ≥ 250 mm ± 15
150 mm < h < 250 mm Interpolação linear
Espessura da alma bw - 10 e + 15

bw - 20a
Espessura das mesas superior e inferior - 10 mm
Recortes/vazios (i) ± 20
Posição de chapas metálicas ou furos para fixação (d) ± 15
Posição do cabo de protensão (vertical) ±10
Posição do cabo de protensão (horizontal) Respeitar cobrimento
Esquadro dos cantos ±5
Esquadro diagonal L ≤ 10 m ± 15
L > 10 m ± 2 mm por metro
Planicidade L ≤ 5m ± 3 mm
(b no plano) L>5m ± L/1 000
Distorção Largura ≤ 1 m ± 3 mm a cada 30 cm

Largura > 1 m ± 10 mm
Linearidade (b) ± L/1000
Contra-flecha inicial de fabricação(j) L/300

onde L é o comprimento do elemento pré-moldado e demais dimensões são


representadas na Figura 2.
a
Convém atender à limitação da tolerância para a soma das larguras das almas entre
alvéolos (tolerância de b w < 20 mm).

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Laje alveolar em planta

L
j

Seção longitudinal
b
bw

Seção transversal

Figura 2 — Desenho ilustrativo das tolerâncias de


fabricação de lajes alveolares

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6.2 Dimensões mínimas

As dimensões mínimas dos elementos estruturais devem atender aos requisitos das
ABNT NBR 6118, da ABNT NBR 9062 e desta norma, bem como aos requisitos de
cobrimentos mínimos de armadura estabelecidos na ABNT NBR 9062.É recomendável
que as dimensões nominais de projeto sejam ao menos os valores mínimos fornecidos
pelas normas vigentes, somados com o máximo desvio (tolerância) indicado na Tabela
1.

Para lajes alveolares, as dimensões mínimas do elemento estão descritas nos itens
6.2.1 ao 6.2.4

6.2.1 Mesa superior e inferior

6.2.1.1 Para a mesa superior e inferior de lajes alveolares, recomenda-se que a


dimensão mínima seja o maior valor entre os obtidos a partir das seguintes equações:

Nas quais

h é a altura da laje sem capa, em mm

dg é o diâmetro máximo do agregado em mm

6.2.1.2 Para as mesas superiores, é recomendável que sua espessura seja maior que
0,25 vezes bc, sendo bc a largura na qual as espessuras nas suas extremidades sejam
maiores ou iguais a 1,2 vezes a espessura mínima, podendo ser visualizada na Figura
3.

Figura 3 — Espessura mínima recomendada para a mesa


superior sobre o alvéolo

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6.2.1.3 Para lajes alveolares com TRRF ≥ 90 min, recomenda-se a verificação da


distância entre a face inferior e o centro das cordoalhas (C1) utilizada na mesa inferior
a partir da norma ABNT NBR 9062, com o intuito de garantir o desempenho da laje
alveolar

6.2.2 Nervura

6.2.2.1 Para qualquer nervura, recomenda-se que a dimensão mínima seja o maior
valor entre os obtidos a partir das seguintes equações:

No qual

h é a altura da laje sem capa, em mm

dg é o diâmetro máximo do agregado em mm

6.2.3 Distribuição e cobrimento para as cordoalhas de protensão

6.2.3.1 A distribuição das cordoalhas deve ser feita de modo a garantir os requisitos de
cobrimento mínimo das armaduras segundo a ABNT NBR 9062 e que haja simetria no
seu posicionamento ao longo da seção transversal, assegurando a uniformidade da
força de protensão e não gerar fissura longitudinal.

6.2.3.2 A distância mínima entre fios ou cordoalhas deve seguir os requisitos da ABNT
NBR 6118.

Nota: Convém que a distância máxima entre fios ou cordoalhas não ultrapasse o
menor valor entre 400 mm e 2h (sendo h a altura da laje sem capa).

6.2.4 Juntas longitudinais

6.2.4.1 As laterais das lajes alveolares podem assumir diferentes perfis. Contudo é
recomendável a presença de chaves de cisalhamento, seguindo o disposto na ABNT
NBR 9062:2017, item 7.2.4.1.4.2.

6.2.4.2 A largura das juntas longitudinais deve ter:

- no mínimo 30 mm na parte superior da junta

- 10 mm ou o tamanho do agregado utilizado na parte inferior da junta

6.2.4.3 Caso existam barras colocadas nas juntas longitudinais, a largura da junta no
nível de colocação da barra deve ter valor maior ou igual que (Figura 4):

20 mm + diâmetro da armadura

2 vezes o diâmetro do maior agregado (dg) + diâmetro da armadura


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Figura 4 — Largura mínima para juntas longitudinais

6.3 Geometria de alvéolos

A geometria da seção transversal dos alvéolos deve ser definida em projeto, conforme
processos produtivos utilizados para laje alveolar e requisitos especificados em 6.1 e
6.2. A Figura 5 mostra exemplos de geometria de alvéolos que podem ser
classificados como curvos, poligonais ou mistos.

Figura 5 — Variações geométricas dos alvéolos: a) Alvéolos curvos; b)


Alvéolos poligonais; c) Alvéolos mistos.

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7 Dimensionamento das seções transversais


7.1 Generalidades

7.1.1 Esta seção estabelece critérios para a determinação dos esforços resistentes
das seções das lajes alveolares e das seções compostas com a capa estrutural.

7.1.2 O dimensionamento das armaduras longitudinais deve conduzir a um


conjunto de esforços resistentes (NRd, MRd) condizentes com a envoltória dos esforços
solicitantes (NSd, MSd) determinados na análise estrutural.

7.1.3 As seções transversais a serem consideradas para o dimensionamento das


lajes alveolares estão relacionadas em 7.1.4. As condições de carregamento a
considerar conforme as etapas de projeto são as constantes em 7.1.5 e 7.1.6. Devem
ser respeitadas adicionalmente as prescrições das ABNT NBR 6118 e ABNT
NBR 8681 quanto às combinações de ações para estados limites e da ABNT NBR
6120 para a determinação das ações. Demais prescrições sobre as solicitações e
critérios de projeto são dadas em 7.1.7 e 7.1.8.

7.1.4 No dimensionamento das lajes alveolares deve ser considerada a seção


transversal resistente conforme uma das duas situações:

a) seção da laje alveolar propriamente dita;

b) seção composta formada pela seção transversal da laje alveolar e a da capa


estrutural.

7.1.5 No caso da existência da capa estrutural, o dimensionamento das lajes


alveolares, considerando a seção transversal composta, deve ser feito verificando-se o
projeto nas três fases estabelecidas em 7.1.5.1 a 7.1.5.3. Devem ser garantidas
condições mínimas de aderência entre a capa estrutural e o elemento laje alveolar,
para que a seção transversal seja considerada composta, conforme prescreve a ABNT
NBR 9062.

7.1.5.1 Fases de produção - montagem

Primeira fase em que se considera o dimensionamento das peças isoladas para os


esforços provenientes da aplicação da protensão, manuseio, transporte,
armazenamento e montagem. Os efeitos dinâmicos preponderantes durante as fases
transitórias podem ser considerados, na ausência de uma análise mais rigorosa,
através de análise estática equivalente, adotando-se um coeficiente de amplificação
dinâmica (a), conforme as especificações da ABNT NBR 9062.

7.1.5.2 Construção na fase preliminar

Dimensionamento da laje alveolar durante o processo de moldagem do concreto da


capa estrutural. A seção transversal da laje alveolar nesta fase é submetida aos
esforços provenientes do seu peso próprio e do peso próprio da capa estrutural,
considerando-se concreto fresco, bem como de cargas variáveis e outras ações que
podem surgir durante a execução da capa estrutural. A estimativa de cargas de projeto
devido ao concreto da capa estrutural deve ser feita considerando-se a espessura
média de concreto da capa ao longo do eixo longitudinal da laje alveolar. Esta
espessura média deve ser especificada no projeto.

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7.1.5.3 Construção na fase final

Dimensionamento da laje alveolar considerando-se a seção transversal resistente


composta, formada pelas seções da laje alveolar e da capa estrutural, a qual é
submetida aos esforços provenientes de ações permanentes após a execução da
capa estrutural, como: alvenarias, revestimentos e outros, além de ações variáveis de
utilização atuantes durante a vida útil, conforme as ABNT NBR 6118, ABNT NBR 6120
e ABNT NBR 8681.

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7.1.6 No caso da inexistência de capa estrutural, o dimensionamento das lajes


alveolares deve ser feito considerando-se as fases de produção - montagem
(conforme 7.1.5.1) e a construção final (conforme 7.1.5.3) considerando-se todos os
carregamentos para os quais a seção transversal da laje alveolar poderá ser
submetida.

7.1.7 As lajes podem ser dimensionadas como elementos isolados e isostáticos, ou


formando elementos contínuos hiperestáticos conforme tratado na Seção 8. Neste
caso, a continuidade pode ser garantida conforme 8.3.

7.1.8 No caso do sistema estrutural formado pela laje alveolar considerar o efeito
diafragma, deve-se levar em conta no seu dimensionamento os esforços e
especificações constantes em 8.2.

7.2 Comprimento de Transferência para Lajes Alveolares (lbpt)

7.2.1 Ao ser liberada a protensão, a transferência desta ação para o concreto será
dada a partir da resistência de aderência fbpt, a qual é calculada a partir da expressão:

fbpt = η1 η2 fctd

No qual:

η1 é o coeficiente que leva em consideração o tipo de barra e a situação de


aderência na liberação da protensão

η1 = 2,7 para fios dentados

η1 = 3,2 para cordoalhas de 3 a 7 fios

η2 é o coeficiente que leva em consideração a qualidade da aderência

η2 = 1 para boa aderência

η2 = 0,7 para má aderência

fctd é a resistência de cálculo à tração do concreto da nervura da laje alveolar, a


ser usada no projeto

fctd = fctk,inf /γc

7.2.2 Utilizando a resistência de aderência, o comprimento básico de transferência


lbpt é dado por:

lbpt=α1 α2 ϕ σpi / fbpt

No qual:

α1 é o coeficiente que leva em consideração como foi feita a liberação da protensão

α1 = 1,0 para liberação gradual

α1 = 1,25 para liberação não gradual

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α2 é o coeficiente de acordo com o formato da seção transversal da armadura ativa

α2 = 0,25 para fios com seção transversal circular

α2 = 0,19 para cordoalhas com 3 a 7 fios

ϕ é o diâmetro nominal da armadura utilizada

σpi é a tensão na armadura logo após a liberação da protensão

7.2.3 O valor de cálculo do comprimento de transferência deve ser tomado como o


mais desfavorável entre duas possibilidades, dependendo da situação:

lpt1= 0,8 lbpt

ou

lpt2= 1,2 lbpt

Nota: Normalmente o menor valor é usado para verificações locais no momento da


liberação da protensão. O maior valor é utilizado no estado limite último (cisalhamento,
ancoragem, entre outros).

7.2.4 Pode-se considerar o crescimento linear da tensão na armadura de


protensão, como mostrado na Figura 6

Figura 6 – Variação da tensão na armadura de protensão ao longo do


comprimento de transferência,sendo a reta (1) para o momento da liberação da
protensão e reta (2) para o estado limite último

7.2.5 O cálculo do comprimento de ancoragem (lbpd) das armaduras ativas no


Estado Limite Último deve seguir a diretriz dada pela ABNT NBR 6118.

7.3 Resistência à flexão

7.3.1 São válidas as prescrições da ABNT NBR 6118 e ABNT NBR 9062 para a
determinação da resistência à flexão, considerando as seções transversais e fases
construtivas de 7.1. Para o dimensionamento à flexão da seção transversal composta,

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incorpora-se na altura de dimensionamento a altura da capa estrutural, atendendo aos


demais requisitos de 7.1. Para o cálculo da área comprimida do concreto na altura da
capa estrutural, a largura efetiva da capa de concreto a ser considerada deverá ser
multiplicada por Ec,capa / Ec,laje. Na verificação à flexão durante a fase de construção
final (7.1.5.3), a espessura de dimensionamento à flexão deve ser a espessura no
ponto de momento máximo, devendo-se especificar no projeto a espessura mínima
correspondente à capa de concreto nesta seção.

7.3.2 O projeto deve prever as perdas da força de protensão em relação ao valor


inicial aplicado pelo aparelho tensor, ocorridas antes da transferência da força de
protensão ao concreto (perdas iniciais por pré-tração), durante essa transferência
(perdas imediatas) e ao longo do tempo (perdas progressivas). Os procedimentos para
a determinação dessas perdas são estabelecidos na ABNT NBR 6118.

7.3.3 Para verificação de estados-limites nas fases de produção (7.1.5.1) das lajes
alveolares, deve-se considerar também a resistência de tração do concreto
correspondente à idade j. A resistência à compressão desta idade j deve ser
claramente especificada nos documentos de projeto.

7.3.4 Deve ser feita a verificação dos limites de tensões de forma a atender aos
requisitos de flexão e durabilidade, conforme a seguir:

a) na fase de liberação da protensão (3.6), no manuseio (7.1.5.1), construção


(segundo 7.1.5.2) e demais situações transitórias antes da consolidação do
capeamento estrutural, a partir da ponderação de ações utilizando γp=1,1
(protensão) e γf=1,0:

𝜎𝑐,𝑗 ≤ 0,85𝑓𝑐𝑚 ,𝑗

Havendo a caracterização experimental da resistência média à tração do concreto das


lajes alveolares, de forma que sejam atendidos os requisitos estabelecidos em 5.5, da
ABNT NBR 9062, podem ser utilizados os limites ct,j < fctm,exp:

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b) para demais situações (7.1.5.3), para verificação em estado-limite de serviço (combinação


frequente de ações) quando as lajes alveolares se encontram em ambientes de CAA I e II, são
dados os seguintes limites:

c) nas demais situações (7.1.5.3), para verificação em estado-limite de serviço (combinação rara de
ações) em CAA III, são dados os seguintes limites:

d) nas demais situações (7.1.5.3), para verificação em estado-limite de serviço (combinação rara de
ações) em CAA IV, são dados os seguintes limites:

Sendo:

e) Para as CAA III e IV (ou quando existir a ocorrência de corrosão por ataque de cloretos) não são
permitidas tensões de tração na distância de regularização (lp) conforme ABNT NBR 6118 , quando
verificadas a partir de combinação frequente de ação.

7.3.5 A verificação do estado-limite de deformação excessiva (ELS-DEF), deve ser realizada a partir das
combinações de serviço, considerando o módulo de elasticidade secante do concreto e o coeficiente de
fluência para a estimativa da deformação diferida no tempo conforme a ABNT NBR 6118. Os limites de
deslocamentos verticais de elementos de piso estão conforme ABNT NBR 9062.

7.4 Resistências à força cortante

7.4.1 Considerações gerais

7.4.1.1 Mecanismos de ruptura

Os mecanismos de ruptura de uma laje alveolar para a resistência às tensões de cisalhamento podem
ocorrer de dois modos principais: o primeiro modo de ruptura ocorre quando a tensão principal na
nervura supera a resistência à tração do concreto (tração na direção diagonal da biela comprimida na
nervura), sendo que a tensão normal na fibra inferior atende a condição de ct <fctd; o segundo modo de
ruptura ocorre quando a tensão de cisalhamento na nervura interage com tensões de tração oriundas

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 19


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da flexão do elemento (flexo-cortante), com ocorrência de fissuração por flexão com ct ≥ 1,2fctd,
conforme ilustrado na Figura 7. O cálculo da resistência à força cortante em região fissurada por flexão
(flexo-cortante) segue o preconizado no item 7.4.2 enquanto o cálculo da resistência à força cortante em
situação não fissurada à flexão (tração diagonal) segue o item 7.4.3.

Figura 7 Mecanismos de ruptura por cisalhamento em regiões não fissuradas e fissuradas por
flexão

7.4.1.2 Verificação da Resistência à Força Cortante para Lajes com Carga Distribuída

Para o caso de lajes biapoiadas com carregamento distribuído (ver Figura 8), para regiões da laje
sem fissuração por flexão (MSd(x) < Mr) a força cortante solicitante de projeto VSd(x) deve atender ao
critério:

VSd(x) ≤ VRd,c

Para regiões da laje com fissuração por flexão (MSd(x) ≥ Mr), a força cortante solicitante de projeto
VEd(x) deve atender ao critério:

Para VSd(x) ≤ VRd,fl

Sendo:

VSd(x) - força cortante solicitante de projeto na posição x


VRd,c - resistência à força cortante por tração diagonal
VRd,fl - resistência à força cortante por flexo-cortante

Para lajes com altura nominal h ≤ 200 mm considera-se que a resistência à força cortante nos apoios é
governada pelo mecanismo de flexo-cortante VRd,fl, mesmo para carregamento distribuído.

O momento fletor solicitante efetivo na região fissurada MEd(x) na posição x (ver Figura 8) será
considerado pela expressão:

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Figura 8 Resistência à força cortante em laje alveolar bi-apoiada com carregamento distribuído

7.4.1.3 Verificação de Interação Força Cortante e Flexão

Quando os esforços da força cortante e de momento fletor são analisados em uma mesma posição ao
longo do vão, em particular quando na aplicação de ações concentradas, pode ocorrer o efeito de
interação entre estes esforços de tal modo que não se consiga atingir as capacidades máximas quanto
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às resistências à força cortante e ao momento fletor. Para posições analisadas em regiões fissuradas
por flexão, a verificação da interação entre a força cortante e o momento fletor pode ser determinada de
acordo com a seguinte equação de interação:

MV =

Sendo:

Onde:

MEd(x) = momento fletor solicitante efetivo na região fissurada conforme indicado no item 7.4.1.2

MV = Fator que mede o nível de utilização para a interação entre o mecanismo de flexão e o
mecanismo de flexo-cortante.

VRd,fl : Resistência à força cortante a partir do modelo flexo-cortante.

Figura 9 - Mecanismo de ruptura com interação de cisalhamento e flexão (Situação de projeto


com carga concentrada em região delimitada entre 2h ≤ Lx ≤ Lef/2)

VSd(x) é o valor efetivo após consideração da distribuição transversal para as lajes adjacentes conforme
item 8.5

7.4.1.4 Verificação da Tensão de Cisalhamento na Interface entre Capa e Laje

A tensão máxima de cisalhamento solicitante de projeto na interface entre a laje e a capa de concreto
estrutural, calculada na seção distante de 0,5h do apoio, deve satisfazer a seguinte condição:

Sendo:

O termo c está relacionado à tensão de adesão, a qual depende do tipo de superfície do elemento pré-
fabricado e da resistência à tração do concreto da capa estrutural. Para superfícies típicas de lajes

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alveolares e capas com concreto f ck ≥ 30 MPa, o valor de c varia entre 0,35 e 0,45, sem e com
rugosidade, respectivamente.

Para lajes alveolares que recebem ações distribuídas sobre toda sua superfície superior, a tensão de
cisalhamento atuante na interface entre a laje e a capa pode ser determinada pela expressão:

Sendo:

 Vmax: Força cortante solicitante máxima;


 b: Largura da interface;
 z: Braço de alavanca da seção composta;
 β: é a relação entre a parcela da força normal de compressão na altura da capa e a resultante
total da compressão na seção resistente de concreto considerada.
No caso da tensão de cisalhamento resistente ser inferior à tensão de cisalhamento solicitante na
interface entre a capa e a laje alveolar, o cálculo da resistência à força cortante deve considerar apenas
a seção da laje alveolar sem a capa.

Nota 2: Ainda no caso da tensão de cisalhamento resistente não ser suficiente, podem ser empregadas
armaduras transversais de costura entre a capa e a laje alveolar, podendo ser embutidas nos alvéolos
ou nas chavetas grauteadas, desde que isto seja acompanhado de validação por método analítico
consagrado ou verificação experimental.

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7.4.1.5 Resistência à força cortante em lajes alveolares com armadura negativa de continuidade
na capa estrutural sobre apoio intermediário

7.4.1.6 Desde que as condições de confinamento nos apoios estejam garantidas no projeto, que não
haja redistribuição além de 15% para o cálculo da armadura negativa de continuidade na capa
estrutural, e que seja feita a verificação para a máxima tensão de cisalhamento na interface entre a
capa e a laje conforme item 7.4.1.4, considera-se que a situação de lajes alveolares com armadura
negativa de continuidade sobre apoios intermediários se apresenta como uma condição favorável,
conforme ilustrado na figura 10. Nestes casos, consideram-se válidas todas as premissas de cálculo
consideradas para as lajes sem continuidade. Caso contrário, o cálculo da resistência à força cortante
deve considerar apenas a seção da laje alveolar sem a capa.

Figura 10 Mecanismo de biela e tirante com efeito de arco comprimido em apoio de lajes
alveolares com armadura de continuidade negativa na capa estrutural

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7.4.2 Verificação de cálculo da resistência à flexo-cortante

7.4.2.1 A verificação à força cortante deve ser feita na seção transversal mais crítica ao longo do vão do
elemento, a partir da distância de 0,5h da extremidade do seu apoio, sendo h a altura da laje (ou da
seção composta com capeamento). No caso de apoios em vigas flexíveis, a redução do efeito das
tensões de cisalhamento na resistência ao esforço cortante deve ser levada em consideração.

7.4.2.2 A resistência à flexo-cortante das lajes alveolares, deve ser considerada satisfatória quando
verificadas simultaneamente as seguintes condições:

VSd  VRd,fl

VSd  VRd,dc ou VSd  VRd,dc(capa)

onde

VSd é a força cortante solicitante de cálculo na seção;

VRd,fl é a força cortante resistente à flexo-cortante de cálculo na seção;

VRd,dc é a força cortante resistente de cálculo na seção, das diagonais comprimidas de concreto;

VRd,dc(capa) é a força cortante resistente de cálculo, na seção, das diagonais comprimidas de concreto da
laje alveolar com capa e alvéolos preenchidos, quando for o caso;

sendo:

VRd,dc = ½  fcd 0,9 d bw,1

VRd,dc(capa) = ½  fcd 0,9 dtot bw,2

fck
  0,7   0,5
200

onde

bw,1 e bw,2 são o somatório das nervuras (internas e externas) da laje alveolar e da parcela da seção
com alvéolos preenchidos (ver Figura 11, 7.4.2.8.1 e 7.4.2.8.2, respectivamente);

d é a altura útil da seção transversal da laje alveolar (ver Figura 11);

dtot é a altura útil da seção transversal da laje alveolar mais capa estrutural (ver Figura 11);

fcd é a resistência de cálculo à compressão do concreto usada no projeto da laje alveolar pré-moldada,
conforme a ABNT NBR 9062.

7.4.2.3 A resistência ao esforço cortante nas lajes alveolares pode ser aumentada com a especificação
de capa estrutural e/ou preenchimento dos alvéolos. Quando for adotado o preenchimento de alvéolos,
o comprimento longitudinal desse preenchimento ao longo dos alvéolos das lajes alveolares deve ser
igual ou maior que o comprimento de transferência Lbpt. Para o preenchimento dos alvéolos, deve ser

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usado concreto adequado, com mesma resistência e durabilidade do concreto do elemento a ser
preenchido, considerando-se as verificações das parcelas de resistência dos alvéolos conforme 7.4.2.8.

7.4.2.4 Pode-se considerar o comportamento conjunto entre a capa estrutural e a seção de projeto
formada por meio do preenchimento de alvéolos de lajes alveolares, desde que sejam garantidas a
aderência entre a capa estrutural e a superfície da laje alveolar (conforme 7.1.5) e a aderência entre o
concreto lançado no alvéolo e a superfície do alvéolo da laje alveolar. Neste caso, deve-se garantir o
completo preenchimento dos alvéolos, havendo controle da retração, para que não ocorram efeitos
desfavoráveis para a aderência entre a laje e o concreto lançado nos alvéolos. Também devem ser
atendidos os procedimentos recomendados para execução da capa estrutural de acordo com a Seção
9.

7.4.2.5 Para a verificação da resistência da interface entre as lajes alveolares e a capa estrutural, bem
como da contribuição ao cisalhamento dos alvéolos preenchidos, podem ser adotadas verificações
experimentais, desde que atendam aos requisitos da ABNT NBR 9062:2017 (item 5.5).

7.4.2.6 A critério do projeto, o preenchimento dos alvéolos pode ocorrer tanto anteriormente à liberação
da protensão (logo após a extrusão ou moldagem da laje na pista de protensão) quanto posteriormente
à liberação da protensão (na fábrica ou no campo). Entretanto, o momento em que o preenchimento for
executado influencia nas considerações de cálculo de acordo com as expressões de 7.4.2.8.2 e
7.4.2.8.3.

7.4.2.7 A consideração em projeto de mais do que dois alvéolos preenchidos pode ser feita, desde que
comprovada experimentalmente, para a qual se recomenda a utilização dos arranjos de ensaio
apresentados na referida norma.

7.4.2.8 A verificação da resistência à força cortante, considerando ou não a capa estrutural e o


preenchimento de alvéolos deve ser feita pelas equações dadas em 7.4.2.8.1 a 7.4.2.8.3, que
consideram o preenchimento de até dois alvéolos (com contribuição de 50 % da largura do alvéolo), em
condições de simetria na seção transversal (conforme Figuras 11 e 12).

Figura 11 – Exemplo de seção transversal de laje alveolar com capa estrutural e alvéolos
preenchidos

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Figura 12 – Posicionamento recomendado para preenchimento de concreto em dois alvéolos


para acréscimo na resistência à força cortante

7.4.2.8.1 A força cortante resistente de cálculo, VRd,fl, das lajes alveolares com ou sem capa estrutural
(Seção 9) deve ser calculada segundo a expressão:

VRd,fl = Vc,1 + Vp,1

sendo:

Vc,1  0,25 fctd k (1,2  40 1)bw ,1 d

Vp,1  0,15  cp,1 bw ,1 d

bw,1  bw,ext  bw,int

As
1 
bw,1 d

Np
 cp,1  
Ac

k  1,6  d  1 , com d em metros (m)

onde

VRd,fl é a força cortante resistente à flexo-cortante de cálculo na seção;

fctd é a resistência de cálculo à tração do concreto pré-moldado;

bw,1 é o somatório das larguras das nervuras (internas e externas) da laje alveolar;

As é a área da seção transversal da armadura longitudinal inferior tracionada, podendo também ser
considerada a armadura passiva no alvéolo e na chave de cisalhamento;

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1 corresponde à taxa de armadura As em relação a seção da laje alveolar pré-moldada com ou


sem capa;

d é a altura útil total da seção transversal, considerando a altura da laje alveolar (d) ou da laje
alveolar mais a altura da capa na seção composta (d = dtot) (Figura 11);

cp,1 é a tensão de compressão do concreto devido à força de protensão de projeto para o caso da
laje sem alvéolo preenchido (ou com alvéolo preenchido após a liberação da protensão em
7.4.2.8.3);

Np é a força de protensão final, depois de todas as perdas;

Ac é a área da seção transversal de concreto da laje alveolar pré-moldada sem a contribuição da


capa;

7.4.2.8.2 Para a situação da laje alveolar com alvéolos preenchidos antes da liberação da protensão
na pista, a resistência à força cortante deve ser calculada por:

VRd,fl(a1) = Vc,2 + Vp,2

onde

Vc,2  0,25 f ctd k (1,2  40  2 )bw ,2 d

Vp,2  0,15  cp,2 bw ,2 d

Ec
bw,2  bw,ext  bw,int  0,5  n  balv
Ep

As
2 
bw,2 d

Np
 cp,2  
Ac,2

sendo:

Ac,2 = Ac + n.Aalv

onde

VRd,fl(a1) é a força cortante resistente à flexo-cortante de cálculo na seção, com ou sem capa
estrutural, com alvéolos preenchidos antes da liberação da protensão;

bw,2 é o somatório das larguras das nervuras (internas e externas) da laje alveolar e da parcela da
seção com alvéolos preenchidos;

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 corresponde às taxa de armadura específica para a seção da laje alveolar pré-moldada com
alvéolo preenchido;

cp,2 é a tensão de compressão do concreto devido à força de protensão de projeto para o caso da
laje com alvéolos preenchidos antes da liberação da protensão;

n é a quantidade de alvéolos preenchidos (segundo 7.4.2.7 e 7.4.2.8);

Aalv é a área da seção transversal do alvéolo, conforme sua geometria. Para alvéolo com seção
circular, a área da seção deve ser calculada pela equação:

 balv 2
Aalv 
4
balv é a largura horizontal do alvéolo a ser preenchido (ver Figura 11);

Ec
é a relação entre o módulo de elasticidade do concreto moldado no local (Ec) e do concreto pré-
Ep
moldado (Ep).

7.4.2.8.3 Para a situação da laje alveolar com alvéolos preenchidos após a liberação da protensão na
pista, a resistência à força cortante deve ser calculada por:

VRd,fl(a2) = Vc,2 + Vp,1

onde

VRd,fl(a2) é a força cortante resistente de cálculo na seção, com ou sem capa estrutural, com alvéolos
preenchidos após a liberação da protensão.

Nota: Para alvéolos preenchidos em campo deve-se executar a concretagem do alveolo antes da
capeamento

7.4.3 Verificação de cálculo da resistência à força cortante por tração diagonal em região não
fissurada por flexão

7.4.3.1. A verificação à força cortante da seção transversal na região do comprimento de transferência


deve ser feita para a seção crítica definida pelo comprimento lx, a partir da extremidade da laje sobre
seu apoio, sendo lx = la + xpc (onde xpc posição do ponto crítico numa linha de ruptura com 35 graus).

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 29


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Figura 13 –Seção crítica ao longo da linha de ruptura de lajes com alvéolos circulares

Figura 14 – Seção crítica ao longo da linha de ruptura de lajes com alvéolos não circulares

7.4.3.2. A resistência à força cortante por tração diagonal da laje sem a capa estrutural VRd,c pode ser
determinada pelas seguintes expressões:

a) Para lajes com alvéolo circulares, com altura nominal 250 ≤ h ≤ 320:

b) Para lajes com alvéolos não circulares, com altura nominal 250 ≤ h ≤ 400:

Sendo:
I momento de inércia da seção bruta de concreto
bw somatório das nervuras (internas e externas) da laje alveolar

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S primeiro momento de área com base no centróide

Figura 15 – Figura para obtenção do primeiro momento de área para as seção da laje alveolar e
de qualquer geometria isolada e da seção composta com a capa estrutural com seção
homogeneizada do concreto.

fctd é o valor de projeto da resistência à tração do concreto


σcp é a tensão de compressão do concreto devido à força de protensão de projeto para o
caso da laje sem alvéolo preenchido (ou com alvéolo preenchido após a liberação da protensão
em 7.4.2.8.3)
αpc fator de redução da tensão de protensão na posição longitudinal do ponto crítico
βpc coeficiente de ajuste que considera os efeitos da geometria dos alvéolos e da posição da
altura do ponto crítico na nervura da laje para a resistência à força cortante por tração diagonal
Onde:
ℎ𝑝𝑐
𝛽𝑝𝑐 = 0,5 + ≤ 1,0

𝐿𝑥
𝛼𝑝𝑐 =
𝐿𝑝𝑡 2
ℎ𝑝𝑐
𝐿𝑥 = 𝐿𝑎 +
0,7
𝐿𝑝𝑡 2 = 1,2𝐿𝑏𝑝𝑡

Nota: Para alvéolos circulares onde hpc  0,5h, tem-se a aproximação de xpc  0,7h.

7.4.3.3. Assumindo uma ruptura no ELU simultânea tanto na laje alveolar quando no concreto do
preenchimento de “n” alvéolos, a resistência total à força cortante em região não fissurada à flexão
VRd,ca pode ser determinado pela expressão:

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 31


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2
𝑉𝑅𝑑 ,𝑐𝑎 = 𝑉𝑅𝑑 ,𝑐 + 𝑛𝑏𝑎𝑙𝑣 ℎ𝑎𝑙𝑣 𝑓𝑐𝑡𝑑
3
Recomenda-se o preenchimento de pelo menos 2 ou 3 alvélos, para lajes com número par ou impar de
alvéolos, respectivamente, com o comprimento de preenchimento correspondente ao comprimento de
transição superior Lpt2 = 1,2Lbpt.

7.4.3.4. A resistência à força cortante por tração diagonal da seção composta da laje com a capa
estrutural VRd,cc pode ser determinada pela seguinte expressão:

Onde:

VRd,c: Resistência a força cortante a partir do modelo de tração diagonal para laje sem capa;

S: Momento estático da laje alveolar sem capa

I: Momento de Inércia da laje alveolar sem capa

S’: Momento estático da laje alveolar com capa estrutural (seção composta)

I´: Momento de inércia da laje alveolar com capa (seção composta)

Vsd(g1+g2): Ações permanentes antes do ganho de resistência da capa estrutural (considerando o peso da
capa)

Para que a seção composta seja considerada para o cálculo da resistência à força cortante por tração
diagonal, deve-se verificar a tensão máxima de cisalhamento entre a capa e a laje alveolar atenda aos
requisitos apresentados no item 7.4.1.4. Ainda, a tensão de cisalhamento considerando a seção
composta deve atender à seguinte verificação:

Para alvéolos com seções circulares:

Para alvéolos com seções não circulares:

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 32


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O cálculo da resistência à força cortante por tração para a seção composta da laje com capa estrutural
e com preenchimento de alvéolos é dada pela expressão:

7.4.3.5. No projeto de lajes com altura nominal h > 400 mm(sem capa), o valor do coeficiente de
correção pc deverá ser multiplicado por um fator de redução adicional igual a 0,9. em elementos de laje
produzidas com procedimento padronizado. Havendo verificação experimental, com validação das
expressões dos itens 7.4.3.2 e 7.4.3.3, empregando procedimento para ensaio padronizado conforme
apresentado no item 7.4.4, permite-se adotar um coeficiente de ajuste corrigido pc,corr = 0.95.exp. pc,
sendo exp obtido conforme item 7.4.4.5.4.

7.4.3.6 Para adequada consideração no projeto das hipóteses adotadas nos itens 7.4.3.1, 7.4.3.2 e
7.4.3.3 é necessário verificar a não ocorrência de fissuração por flexão na região do comprimento de
regularização (lp) e verificação de momento de descompressão na região do comprimento de
transferência, próximo aos apoios da laje. Adicionalmente, para a seção de força cortante máxima a
tensão normal de tração não deve exceder a 70% da resistência de tração fctm.

7.4.4 Verificação Experimental da Resistência à Força Cortante (no Apoio)

7.4.4.1 A verificação experimental da resistência à força cortante poderá ser demandada para fins de
comprovação de desempenho estrutural nos seguintes casos:

a) Para fins de validação de produto no início da produção de uma unidade de fabricação de lajes
alveolares, podendo haver uma nova avaliação de desempenho quando houver modificações
significativas nas condições de produção.

b) Para fins de verificação complementar de desempenho no controle de qualidade da produção:


quando houver falta de conformidade dos materiais, com base em resultados de ensaios de corpos
de prova; na ocorrência de escorregamentos excessivos em cordoalhas, acima dos limites
estabelecidos no item 7.10 desta norma; quando for constatado por inspeção visual variações
significativas na geometria da seção transversal, falhas na produção ou desvios não aceitáveis no
posicionamento das cordoalhas.

7.4.4.2 A verificação experimental da resistência à força cortante será obrigatória para validação de
critérios de cálculo no projeto estrutural nos seguintes casos:

a) Para fins de consideração no projeto do mecanismo de resistência à força cortante em lajes com
h > 400 mm por tração diagonal do concreto com uso das expressões dos itens 7.4.3.2 e 7.4.3.3, as
mesmas poderão ser validadas experimentalmente no início da produção, sendo necessária a
revalidação no caso de haver alteração futura na geometria dos alvéolos.

b) Em casos de situações especiais de projeto onde haja necessidade de verificação experimental,


como no caso da contribuição de alvéolos preenchidos acima dos limites especificados nos itens
7.4.2.8 e 7.4.3.3.

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7.4.4.3 Padronização do Procedimento Experimental

7.4.4.3.1 O elemento a ser ensaiado deve apresentar a largura igual à da sua produção efetiva, com
comprimento de 6 m. O ensaio deve ser realizado em temperatura entre 0°C e 40°C. Para obter valores
de referência da resistência do concreto, dois testemunhos devem ser extraídos do elemento. Ao invés
desses testemunhos, cubos ou cilindros também podem ser usados como referência para o valor da
resistência, mas apenas sob a condição de que seja provado que a compactação deles esteja de
acordo com a compactação da laje, pela comparação de densidade. As amostras a serem ensaiadas
devem ser produzidas na mesma pista de concretagem e com o mesmo concreto empregado na
produção efetiva das lajes. Devem ser ensaiadas pelo menos três amostras.

7.4.4.3.2 A fim de obter um efeito desfavorável da flexão sobre o mecanismo de resistência ao


cisalhamento, o carregamento deve ser aplicado a uma distância de 2,5 h do apoio, sendo essa
distância sempre maior que 50 cm (h é a altura da laje). A transferência de força para a laje deverá ser
realizada por uma viga rígida, de preferência metálica (Figura 16), com altura mínima de 250 mm no
caso de ser utilizado um macaco hidráulico. Ao longo de toda a largura deverá haver uma distribuição
uniforme de forças. Abaixo da viga de transferência de força pode-se utilizar areia para compensar as
possíveis irregularidades presentes na superfície da laje que impedem seu nivelamento adequado.

2,5 h
> 50 cm F

L = comprimento do vão

Figura 16 – Esquema de Ensaio Padronizado para Resistência à Força Cortante

7.4.4.3.3 Os apoios podem ser compostos por vigotas de madeira resistentes sobre vigas de apoio de
concreto, conforme Figura 17. Para garantir uma boa distribuição da força cortante ao longo do apoio do
elemento de laje, recomenda-se o uso de madeira compensada com espessura de 10 mm ou uma fita
de aparelho de apoio elastomérico com 10 mm e dureza Shore 60 A ou superior. O apoio mais próximo
do ponto de aplicação da carga deve ser móvel, garantindo que não ocorra o aparecimento de força
horizontal no apoio. O apoio móvel pode ser obtido com a utilização de graxa entre chapas metálicas
finas posicionadas entre a vigota de madeira e a viga de concreto que compõem o apoio, conforme
Figura 17.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 34


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compensado ou fita de neoprene a

Vigota de madeira aef


Chapas metálicas com graxa

Apoio Apoio
Móvel Viga de Viga de Fixo
concreto concreto

Figura 17 – Detalhe do apoio para ensaio padronizado

7.4.4.3.4 O carregamento deve ser monotônico incremental com uma taxa em torno de 50 kN/min, por
meio de um atuador hidráulico. Além disso, é recomendado que a força seja aplicada sobre uma rótula
posicionada no centro da viga de transferência. Devem ser empregados sensores para a medição do
deslocamento vertical próximo ao ponto de aplicação da força e uma célula de carga para registro e
controle da força aplicada.

7.4.4.4 Apoio mínimo de ensaio

A distância mínima entre a extremidade da laje e o eixo do apoio (a) deve ser 50 mm. No caso de
ensaio para validação de projeto, é recomendado que a distância entre a extremidade da laje e a borda
externa do apoio (aef) seja a mesma que aquela considerada no projeto ou h/2 (sendo h a altura da laje).

7.4.4.5 Critérios de Aceitação

7.4.4.5.1 Como critério para a interpretação dos resultados de ensaios em lajes alveolares, é
recomendado que o modelo de projeto seja considerado confiável se forem cumpridos os seguintes
requisitos:

VRU,min / VRk ≥ 0,95 para o valor mínimo obtido nos ensaios;

VRU,med / VRk ≥ 1,00 para o valor médio obtido nos três ensaios.

Onde:

VRK: resistência à força cortante para valores característicos dos materiais, considerando γc=1 para o
cálculo de fctk (sendo fctk= 0,7 fctm) e considerando a força de protensão na data do ensaio.

VRU: resistência última à força cortante obtida em cada ensaio.

VRU,mín : valor mínimo obtido para a resistência à força cortante nos ensaios de cada elemento.

VRU,med : valor médio obtido para a resistência à força cortante nos ensaios de cada elemento.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 35


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7.4.4.5.2 Caso os valores experimentais VRU apresentem grande dispersão, é recomendada a


realização de um novo lote com três ensaios.

7.4.4.5.3 Caso os critérios de aceitação não sejam satisfeitos, deve-se multiplicar o valor da resistência
à cortante de projeto VRd,c ou VRd,fl pelo coeficiente de redução V,red, dado por:

𝑉𝑅𝑈,𝑚𝑒𝑑
𝑉,𝑟𝑒𝑑 =
𝑉𝑅𝑘

7.4.4.5.4 Caso de ensaio para validação da resistência à força cortante por tração diagonal VRd,c para
lajes com altura nominal h > 400 mm, permite-se adotar no projeto um coeficiente de ajuste corrigido
dado por pc,corr = 0.95.exp. pc, considerando-se o coeficiente de ajuste médio V,med, dado por:

𝑉𝑅𝑈,𝑚𝑒𝑑
𝑉,𝑚𝑒𝑑 =
𝑉𝑅𝑘

7.5 Resistência ao fendilhamento longitudinal

7.5.1 Durante o processo produtivo, na liberação das cordoalhas de protensão, nenhum tipo de
fissuração longitudinal nas nervuras é permitido. Dessa forma, deve ser garantido que a tensão na
nervura mais solicitada (sp) seja inferior à tensão de tração do concreto (fctkj,inf), ou seja:

sp ≤ fctkj,inf

sendo:

P 15  α 2,3  0,07
 sp  0 . e
b e  
1,5
 
w p
 pt1 
1    1,3  α  0,1
 ep  e
 

(ep  k )
e 
h

onde

fctkj,inf é o valor da resistência à tração característica inferior do concreto, na data em que é


realizada a liberação da protensão com base no controle tecnológico do concreto;

P0 é a força de protensão inicial logo após a liberação dos cabos, na nervura considerada;

bw é a largura de uma nervura individual (nervura interna ou externa);

ep é a excentricidade da força de protensão;

lpt1 é o valor inferior de projeto para o comprimento de transferência (ver Figura 18a);

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 36


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k é a meia altura do núcleo de rigidez na nervura, calculada pela razão entre o módulo resistente
da seção na (em relação) fibra superior e a área da seção transversal de concreto (ver Figura 18c);

h é a altura da nervura da seção transversal.

A Figura 18b ilustra a representação dos esforços a serem considerados para a verificação do
fendilhamento.

a) Fissuração longitudinal devido ao fendilhamento do concreto nas nervuras

Obs: Trocar sigmasd por sigmasp na parte superior


b) Tensão de fendilhamento na nervura

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c) Núcleo de rigidez
Sendo: k = Wnerv/Ac,nerv, onde k é o raio do núcleo central da nervura (fibra superior)
Figura 18 - Representação de esforços para a verificação ao fendilhamento

7.6 Resistência ao esforço cortante nas chavetas ou chaves de cisalhamento

7.6.1 As ações distribuídas de um elemento de laje para outro adjacente podem provocar esforços
cortantes na direção vertical na chaveta, conforme mostrado na Figura 19.

7.6.2 A resistência ao esforço cortante depende, neste caso, das propriedades do concreto da
chaveta.

7.6.3 A resistência ao esforço cortante na chaveta, VRd1,ch, é expressa como uma resistência linear
sendo o menor valor encontrado a partir das expressões abaixo:

onde

fctd é o valor de cálculo da resistência à tração do concreto da laje alveolar;

fctd,ch é o valor de cálculo da resistência à tração do concreto da chaveta;

fctd,t é o valor de cálculo da resistência à tração do concreto da capa estrutural;

hf é a soma das menores espessuras da mesas inferior e superior da laje com a espessura da
capa estrutural (na Figura 19, hf = hf1 + hf2 + ht);

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 38


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hch e ht são as alturas da chaveta e da capa, respectivamente, conforme representado na Figura


19.

7.6.4 Com relação às cargas concentradas, a resistência ao esforço cortante, VRd1,conc, pode ser
calculada conforme a expressão:

onde

VRd1,ch é o menor valor entre os calculados pelas expressões do item 7.6.3;

a é o comprimento da ação paralela à junta longitudinal;

as é a distância entre o centro de aplicação da carga concentrada e o centro da junta longitudinal;

hch e ht são as alturas da chaveta e da capa, respectivamente, conforme representado na Figura


19.

Figura 19 - Força cortante nas chavetas ou chaves de cisalhamento


7.6.5 A força cortante solicitante nas chavetas pode ser determinada por meio de literatura técnica
recomendada ou normas internacionais. Na ausência de critérios mais rigorosos pode ser calculada de
acordo com o item 8.5.

7.7 Resistência à punção

7.7.1 Na ausência de justificativa para a desconsideração do cálculo da resistência à punção da


nervura, deve ser utilizada a seguinte expressão:

  cp 
VRd  bef  h  f ctd  1  0,3    

 f ctd 

sendo:

lx
 1
l pt2

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 39


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onde

VRd é a resistência à punção da nervura da laje alveolar, expressa em newtons (N);

 é a relação entre a distância da extremidade da laje ao ponto de aplicação da ação (lx) e o valor
superior do comprimento de ancoragem (lpt2);

cp é a tensão de compressão do concreto no centro de gravidade da peça devido à força de


protensão;

bef é a espessura efetiva das nervuras, calculada para as situações e variáveis mostradas na
Figura 20.

fctd é a resistência de cálculo à tração do concreto da nervura da laje alveolar, a ser usada no
projeto;

h é a altura total da laje sem capa ou equivalente a htot conforme Figura 11 da seção composta
formada pela laje e capa estrutural (7.7.5).

bef  bw1  bw 2  bw 3 bef  bw1  bw 2 bef  bw1  bw 2  bw 3 bef  bw1  bw 2

(a) Situação geral (b) Situação com (c) Situação geral (d) Situação com
bordo livre com capa estrutural bordo livre e capa
estrutural

Figura 20 – Espessura efetiva das nervuras para a verificação à punção

Figura 21 – Verificação à punção em casos com forças concentradas (próximo ao apoio)

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 40


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7.7.2 Para cargas concentradas, onde mais de 50 % atua na nervura mais externa (bw2 nas Figuras
20b e 20d) do bordo livre de uma laje alveolar, a resistência resultante a partir da equação de 7.7.1
somente é aplicada se pelo menos uma cordoalha ou fio e uma armadura transversal estiverem
presentes. Se alguma destas condições não for obedecida, a resistência VRd deve ser dividida por dois.

7.7.3 A armadura transversal segundo 7.7.2 deve ser composta por barras, posicionadas no topo do
elemento ou na capa estrutural. Deve ser dimensionada para uma força de tração igual ao valor da
carga concentrada, ter comprimento de pelo menos 120 cm e ser totalmente ancorada.

7.7.4 Se a carga acima do alvéolo tiver uma largura menor do que a metade da largura do alvéolo,
um novo valor da resistência deve ser calculado pela mesma equação, onde h deve ser substituído pela
menor espessura efetiva da mesa superior da laje alveolar e a espessura efetiva da laje (bef ) deve ser
substituída pela largura de distribuição da carga. O menor valor de resistência calculada deve ser
utilizado para verificação da resistência da laje alveolar à punção.

7.7.5 Se for utilizado capa estrutural, a espessura desta pode ser levada em consideração para o
cálculo da resistência da laje alveolar à punção.

7.8 Ações especiais

7.8.1 Ações concentradas

Ações concentradas podem causar momentos fletores transversais. Uma vez que a laje alveolar não
possui armadura transversal, as tensões de cisalhamento devido aos momentos fletores devem ser
limitadas. A limitação da capacidade da laje alveolar depende, basicamente, das hipóteses de projeto
adotadas para ações distribuídas na laje.

Para verificar as tensões provenientes destes esforços podem ser consultadas normas técnicas
específicas e/ou literatura técnica consagrada. Recomenda-se que não sejam aplicadas cargas
concentradas ou lineares em bordas longitudinais, sob a nervura de extremidade de lajes alveolares.

7.8.2 Resistência à torção

Ações distribuídas em uma laje de um pavimento com um bordo livre podem causar momento torsor na
laje. Recomenda-se que não sejam aplicadas ações que possam causar momentos torsores. Se uma
seção é submetida simultaneamente a tensões de cisalhamento e torção, a capacidade ao
cisalhamento VRdn, salvo situações justificadas, deve ser calculada a partir da equação.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 41


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Figura 22: Ação distribuída em bordo livre de laje gerando torção

No qual VEtd é:

Sendo:

VRdn é a resistência à força cortante, em N

VRd,c o valor de cálculo da resistência à cortante de acordo com o item 7.4.3.

VEtd é o valor de cálculo da força cortante atuante, considerando o momento torsor, em N

TEd é o valor de cálculo do momento torsor na seção considerada, em N.mm

bw é a largura da nervura mais externa no nível do centroide, em mm

∑bw é a soma das espessuras das nervuras no nível do centroide do elemento, em mm

b é a largura total da laje, em mm

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7.9 Apoios de lajes alveolares

7.9.1 Tipos de apoios

O apoio de uma laje alveolar deve ser plano e coplanar com a superfície da laje, atendendo às
tolerâncias especificadas em 6.1, para que haja a correta transmissão de esforços. A Figura 23
exemplifica dois tipos de apoios. Para a ligação entre a laje alveolar e o seu apoio (comprimento a1),
devem ser atendidos os requisitos de 8.4.2.

a) Apoio sobre aparelho de apoio elastomérico

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 43


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b) Apoio direto

Figura 23- Exemplos de apoios


7.9.2 Apoio mínimo

O comprimento mínimo do apoio (a) da extremidade de lajes alveolares deve ser calculado segundo a
equação a seguir:

1
a  a1  (a22  a32  t22  t32 ) 2

sendo:

onde

VSd é o valor solicitante de cálculo da reação de apoio;

bn é a largura do apoio da laje;

σRd é o valor de cálculo da resistência à compressão do concreto, sendo:

σRd ≤ 0,6.fcd, para o caso de apoio direto (concreto em concreto);

σRd ≤ 0,7.fcd, para o caso de apoio em aparelho de apoio elastomérico;

σRd ≤ 0,8.fcd, para o caso de apoio sobre argamassa ou sobre aço;

fcd é a resistência de cálculo à compressão do concreto;

a2 é o comprimento da possível ruptura do canto do apoio, com σSd > 0,4.fcd, sendo:

a2 = 0 mm, no caso de estruturas metálicas;

a2 = 25 mm, no caso de alvenaria ou concreto não armado;

a2 = cobrimento nominal de concreto, se a barra de armadura tiver diâmetro menor ou igual a


12,5 mm;

a2 = cobrimento nominal da barra, mais o diâmetro da barra, mais o raio interno de curvatura da
barra, caso a barra de armadura tenha diâmetro > 12,5 mm;

a3 é o comprimento da possível ruptura da extremidade da laje alveolar, com σSd > 0,4.fcd, sendo:

a3 = 0 mm, no caso de fios, cordoalhas ou barras expostos na extremidade da laje;

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 44


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a3 = maior valor entre o cobrimento nominal de concreto na extremidade ou 10 mm (se a barra


de armadura tiver diâmetro ≤ 12,5 mm);

a3 = 15 mm (caso a barra de armadura tenha diâmetro > 12,5 mm);

t2 = 15 mm, para o caso de apoio em estrutura metálica ou em concreto pré-moldado;

t2 = 20 mm, para o caso de apoio em alvenaria ou em concreto moldado no local;

t3 = ln/2 500, sendo ln o vão livre da laje alveolar entre os apoios, medido em metros;

t1 é a máxima tolerância dimensional de fabricação do comprimento da laje (6.1) mais a máxima


tolerância dimensional de construção.

NOTA Recomenda-se que o comprimento mínimo de apoio (a) seja maior ou igual a h/2 (sendo h conforme a
Figura 11).

7.10 Escorregamento das cordoalhas nas extremidades da laje alveolar

O escorregamento médio das cordoalhas nas extremidades das lajes alveolares, a ser considerado no
cálculo das perdas de protensão, pode ser calculado pela equação:
𝜎𝑐𝑝 0
∆𝑙0 = 0,5𝑙𝑏𝑝𝑡
𝐸𝑝

O escorregamento limite das cordoalhas em cada extremidade das lajes alveolares é dado por:

llim = 1,3 . lo

Onde:

lo é o escorregamento da cordoalha;

cpo é a tensão de protensão no instante da liberação da protensão (segundo 3.6);

lbpt é o valor superior de projeto para o comprimento de transferência

Ep é o módulo de elasticidade da armadura ativa.

7.10.1 Caso o escorregamento da cordoalha na extremidade da laje alveolar for maior do que o valor
limite definido em projeto (7.10) e permitido na documentação técnica enviada à produção (12.1), é
recomendável que esta cordoalha seja desprezada e somente a quantidade restante de aço de
protensão seja considerada efetiva, devendo passar pela reavaliação do projetista de estruturas. A
cordoalha que apresentar um escorregamento superior ao definido em 7.10 pode ser aproveitada
desprezando sua contribuição a cortante.

Nota: a verificação do escorregamento da cordoalha na produção deve ser feita conforme instruído no
ítem 11.8.

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7.11 Fissuração longitudinal causada pelo escorregamento da cordoalha

7.11.1 A fissuração longitudinal pode ocorrer no ato da liberação da protensão, pois no instante do
corte da armadura ativa pode haver o seu escorregamento, resultando em uma fissura longitudinal que
acompanha as armaduras, ocasionando um aumento no comprimento de transferência/ancoragem.

7.11.2 Geralmente essa fissuração ocorre em situações onde há um mau posicionamento das
armaduras ativas, situando-se muito próximas à extremidade da laje. Essa fissuração pode ser
solucionada com o cobrimento igual a 2., ou seja, duas vezes o diâmetro da armadura ativa utilizada
na laje alveolar.

8 Projeto de sistemas estruturais compostos por lajes alveolares


8.1 Generalidades

De acordo com a ABNT NBR 9062, os sistemas estruturais usados nas estruturas pré-moldadas para
garantir sua estabilidade global podem atuar de forma isolada ou com combinações entre si. Esta Seção
estabelece requisitos de projeto para os principais sistemas estruturais compostos por lajes alveolares,
de forma a possibilitar sua correta utilização.

8.2 Efeito diafragma

8.2.1 Estruturas de pisos ou de coberturas de lajes alveolares podem ser utilizadas considerando-se
o seu efeito diafragma, ou seja, a sua rigidez no plano e comportamento como chapa, transferindo as
forças horizontais atuantes para os demais sistemas estruturais estabilizantes da edificação. Essa
transferência de forças no plano do pavimento também é importante para garantir a integridade
estrutural contra o colapso progressivo. Para isto as lajes alveolares devem estar rigidamente ligadas
entre si através da concretagem das chavetas ao longo de suas juntas longitudinais, conforme a Seção
9, e também através da solidarização com as vigas de apoio intermediárias e de extremidades, de
forma que não ocorram deslocamentos relativos entre as lajes alveolares e seus apoios. Também
podem funcionar como elementos de contraventamento, sujeitos ao efeito diafragma, em conjunto com
os demais sistemas estabilizantes (subestruturas de contraventamento, conforme ABNT NBR 6118).

8.2.2 Considera-se que os esforços atuantes nos planos formados pelas lajes alveolares são
provenientes de:

 forças devidas ao vento;

 forças devidas ao desaprumo da estrutura;

 efeitos de temperatura e de retração do concreto;

 forças horizontais provenientes de empuxos de solo, empuxos hidrostáticos, empuxos devido a


materiais de armazenamento e eventuais sobrecargas sobre o terreno adjacente;

 outras forças provenientes de ações excepcionais.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 46


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8.2.3 A determinação destas ações e suas combinações com os respectivos coeficientes de


ponderação, são prescritas nas ABNT NBR 6118, ABNT NBR 6120, ABNT NBR 6122, ABNT NBR
6123, ABNT NBR 8681, ABNT NBR 15200 e ABNT NBR 15421.

8.2.4 O efeito diafragma pode ser obtido em sistemas estruturais formados de pisos ou de coberturas
de lajes alveolares, quando os seguintes requisitos forem satisfeitos:

a) as estruturas de piso e de coberturas de lajes alveolares devem ser projetadas e detalhadas de


acordo com o comportamento estrutural adotado. Tratando-se de estruturas de pisos ou de
coberturas com efeito diafragma, deve haver continuidade por meio de armadura adequada entre os
sistemas de lajes alveolares e ou com concreto da capa estrutural com seus apoios, de forma a
garantir a transmissão de esforços horizontais;

b) recomenda-se que as lajes alveolares que forem consideradas com funcionamento de efeito
diafragma sejam executadas com capa estrutural de concreto. Na ausência de Norma Brasileira
específica, outras soluções de detalhamento de projeto podem ser adotadas para garantir o
comportamento de efeito diafragma, desde que devidamente fundamentadas em evidência
científica, com base na literatura técnica ou em normalização internacional, ou com base em
comprovação experimental;

c) o comportamento do diafragma depende da sua geometria no plano, sendo que seu processo de
cálculo pode se basear nos modelos de treliça, de viga Vierendeel, modelos em estado plano ou,
mais usualmente, em analogia ao modelo de viga parede (modelo biela e tirante);

d) as forças cortantes devem ser resistidas tanto pelas juntas paralelas como pelas perpendiculares
aos esforços horizontais;

e) no dimensionamento das estruturas de contraventamento (sistemas reticulados, paredes de


cisalhamento e/ou núcleos de rigidez), devem ser levados em consideração os esforços horizontais
provenientes do diafragma. As reações das estruturas de contraventamento devem ser
determinadas pelos métodos de análise estrutural;

f) a resistência das chavetas ou chaves de cisalhamento (3.2) em relação às forças cisalhantes no


plano deve ser verificada conforme 7.6.

g) quando for garantido que o encaminhamento dos esforços será conduzido até as estruturas de
contraventamento, na presença de aberturas, isto deverá ser comprovado por modelo de
dimensionamento.

8.3 Comportamento de lajes contínuas

8.3.1 A continuidade de lajes alveolares sobre apoios pode ser obtida pela colocação de armadura
na capa estrutural (ver Figura 24a). Armaduras complementares podem ser consideradas através da
concretagem e armação dos alvéolos e chavetas (ver Figura 24b).

8.3.2 A quantidade de armadura tanto na capa estrutural como nos alvéolos é determinada pelos
momentos elásticos com abatimento para redistribuição dos momentos negativos, garantindo a posição
da linha neutra, conforme estabelecido na ABNT NBR 6118.

8.3.3 Para situações específicas de projeto em que o esgotamento da capacidade da laje é


governado pelo mecanismo de resistência à força cortante, considerando a seção composta, a redução

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 47


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da armadura negativa de continuidade determinada pelos momentos elásticos será limitada de 15%, em
conformidade com as condições expostas no item 7.4.1.5.

8.3.4 Quando forem utilizadas armaduras nos alvéolos e chavetas para resistir a momentos
negativos, elas devem ser posicionadas adequadamente, evitando seu deslocamento para o fundo.

8.3.5 A armadura de continuidade deve ser utilizada em conjunto com as demais armaduras
(retração e variação de temperatura ou capeamento estrutural, arranques das vigas, fissuração,
protensão da laje, distribuição).

(a) Armaduras de continuidade (sobre apoios intermediários e de extremidades) posicionadas na


capa estrutural

(b) Armaduras de continuidade (sobre apoios intermediários e de extremidades) posicionadas


nos alvéolos de lajes alveolares
Figura 24 - Continuidades das lajes alveolares e posicionamento de armaduras

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8.4 Ligações

8.4.1 Ligações podem ser requeridas em sistemas estruturais compostos por lajes alveolares para
diversas finalidades, atendendo aos requisitos de 8.4.2 a 8.4.4.

8.4.2 A ligação de lajes alveolares com seus apoios deve ser feita garantindo a regularização ao longo
de toda a superfície de apoio, podendo ser feitas com juntas a seco, com juntas de argamassa de
assentamento, com dispositivos metálicos e aparelhos de apoios elastoméricos, atendendo aos
requisitos da ABNT NBR 9062.

8.4.3 A ligação entre lajes alveolares adjacentes (chavetas) deve ser feita atendendo aos requisitos de
9.1.5 a 9.1.7.

8.4.4 Para argamassas de assentamento e grautes utilizados em ligações de lajes alveolares, valem
os requisitos de 5.4 e 5.5.

8.5 Distribuição transversal de cargas

8.5.1 A distribuição transversal de cargas pode ser calculada assumindo a condição de compatibilidade
dos deslocamentos longitudinais e transversais das unidades de lajes alveolares em suas juntas e
desde que não haja movimentação lateral entre as lajes adjacentes. A partir dessa compatibilização,
gráficos são apresentados mostrando qual é a porcentagem de carga que cada uma das lajes
pertencentes ao sistema de pavimento irá receber.

8.5.2 Os gráficos de distribuição são independentes da espessura e do formato da seção transversal


das lajes alveolares, pois a distribuição de cargas é governada principalmente pela relação entre a
rigidez à torção e à flexão de cada unidade de laje. Os gráficos podem ser utilizados para distribuição
de cargas concentradas não maiores que 100 kN e cargas lineares, desde que as seguintes diretrizes
sejam seguidas:

a) São dados nas Figuras 25, 26 e 27, os fatores de distribuição de carregamento para
carregamentos na central e lateral do pavimento. A carga pode ser considerada centrada se a
distância dela até a face lateral do pavimento for no mínimo de 3 metros. Para cargas entre o
centro e a lateral do pavimento, a porcentagem de distribuição de carregamento pode ser
encontrada a partir de interpolação linear.
b) São dados nas Figuras 26 e 27, os fatores de distribuição para cargas concentradas no meio do
vão (l/x=2) da laje. Para cargas perto dos apoios, l/x≥20, a porcentagem da carga na unidade de
laje deve ser considerada 100%, e das lajes não carregadas de 0%. Para l/x entre 2 e 20, a
porcentagem da ação pode ser encontrada a partir de interpolação linear.
c) Na determinação da porcentagem de carga em cada unidade de laje, cargas lineares com
comprimento maior do que metade do vão efetivo das lajes devem ser consideradas como
lineares se o seu centro estiver no meio do vão e como carga pontual se o centro dela estiver
fora do centro da laje.
d) Em pavimentos sem capa, a porcentagem de carga em cada uma das lajes, determinada pelos
gráficos, deve ser modificada seguindo as diretrizes:

- A porcentagem de carga na laje diretamente carregada deve ser multiplicada por 1,25

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 49


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- A porcentagem total de carga nas lajes não diretamente carregadas pode ser diminuída
na mesma proporção das lajes diretamente carregadas, de acordo com a porcentagem
de cada elemento

e) A força cortante nas chavetas pode ser calculada a partir das porcentagens de carga e deve ser
considerada como linear se:

- Para cargas pontuais fora do meio do vão da laje e cargas lineares que, de acordo
com c), devem ser consideradas como cargas pontuais, o comprimento efetivo das
juntas que transmitem a força cortante deve ser igual a duas vezes a distância entre o
centro da carga e o apoio mais próximo (Figura 27).

f) A força cortante longitudinal em cada junta e os momentos torsores em cada elemento podem
ser encontrados a partir das porcentagens de cargas vindas dos gráficos.

Legenda: 1 - percentual de distribuição de carregamento; 2 – vão; 3 – carregamento distribuido


linearmente; 4 - Na lateral do pavimento; 5 - No centro do pavimento

Figura 25 – Fatores de distribuição de carga para cargas lineares no centro do vão da laje, no
centro e lateral do pavimento

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 50


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Legenda: 1 - percentual de distribuição de carregamento; 2 – vão; 3 – carregamento pontual no centro

Figura 26 – Fatores de distribuição de carga para carga pontual no centro do vão da laje

Legenda: 1 - percentual de distribuição de carregamento; 2 – vão; 3 – carregamento pontual na lateral


do pavimento

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Figura 27 - Fatores de distribuição de carga para carga pontual na lateral de pavimentos de lajes
alveolares

Figura 28 – Distribuição de força cortante nas juntas longitudinais

8.5.3 Cargas concentradas ou lineares em lajes alveolares causam momentos fletores na direção
transversal, sendo então necessário verificar se as tensões causadas por essas cargas não
ultrapassaram a resistência à tração do concreto (fctd).

8.5.4 Para a distribuição entre lajes alveolares adjacentes, de esforços maiores que 100 kN, na
ausência de Norma Brasileira específica, podem ser adotados os procedimentos de cálculo apropriados,
considerando-se a literatura técnica consagrada na área e normalização internacional ou estrangeira de
referência.

8.6 Lajes alveolares submetidas a carregamento dinâmico

8.6.1 Para garantir o desempenho e conforto dos usuários, a frequência natural do pavimento em lajes
alveolares pode ser determinada a partir da razão de sua massa pela sua rigidez, podendo ser
encontrada a partir da equação:

onde

g é o valor da aceleração da gravidade, em m/s²;

Δj é o maior deslocamento ocorrido na laje alveolar, considerando o vão efetivo entre os centros
dos apoios da laje e condição de restrição efetiva aos giros nestes apoios, no caso de continuidade;

Δg é o maior deslocamento ocorrido no elemento de apoio das lajes alveolares. Para lajes
alveolares apoiadas sobre paredes, pode-se considerar igual a zero esse deslocamento:

Nota: a verificação dos deslocamentos pode ser feita em regime linear elástico, multiplicando o módulo
de elasticidade secante por 1,2 (devido a efeitos dinâmicos)
NÃO TEM VALOR NORMATIVO 52
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8.6.2 A frequência fn deve ser maior que 1,2 vezes a frequência crítica de utilização do ambiente,
seguindo o preconizado no item 23.3 da ABNT NBR 6118:2014.

8.6.3 No caso de necessidade de verificações mais detalhadas das lajes alveolares submetidas a
solicitações dinâmicas, na ausência de Norma Brasileira específica, podem ser adotados procedimentos
de cálculo apropriados considerando-se a literatura técnica consagrada na área e normalização
internacional de referência.

8.7 Lajes alveolares submetidas a ações sísmicas

Para o caso de ações sísmicas devem-se adotar procedimentos de cálculo apropriados, considerando-
se o que estabelece a ABNT NBR 15421.

8.8 Lajes alveolares em situação de incêndio

Para o dimensionamento das lajes alveolares em situação de incêndio,podem ser adotados os métodos
de verificação prescritos na ABNT NBR 9062, com relação as lajes bi-apoiadas, contínuas e confinadas
incluindo as indicações para a redução da resistência à força cortante.

A análise do dimensionamento de sistemas estruturais de pisos formados por lajes alveolares deve ser
feita com base nas recomendações presentes nessa norma, e, quando aplicáveis, nas seguintes
normas: ABNT NBR 6118, ABNT NBR 6120, ABNT NBR 8681, ABNT NBR 9062, ABNT NBR 14432.
Além disso, é permitida a utilização de referência técnica internacional.

8.8.1 Verificação da capacidade de suporte

A capacidade de suporte de um elemento estrutural submetido ao incêndio é verificada a partir da seguinte


inequação:

Onde:

são as cargas solicitantes de projeto em situação de incêndio

é a resistência do elemento estrutural em situação de incêndio

Para a avaliação do critério de desempenho de sistemas estruturais de pisos formados por lajes alveolares, é
necessário o atendimento dos seguintes requisitos:

 Resistência estrutural ao fogo (critério R)


Requisito referente à estabilidade estrutural frente ao incêndio, levando em conta as alterações nas
propriedades mecânicas dos materiais sob altas temperaturas.

 Estanqueidade (critério E)
Requisito responsável pela verificação da compartimentação do ambiente de forma que não ocorra o
alastramento tanto dos gases tóxicos quanto das chamas para outras regiões da edificação

 Isolamento (critério I)
Requisito responsável pela verificação do confinamento das altas temperaturas no ambiente do sinistro

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8.8.2 Determinação da temperatura no perfil da laje alveolar

Para essa análise, é permitido o uso de metodologias ou softwares que utilizam métodos de análise por elementos
finitos.

Na falta de ferramentas que auxiliam na determinação da temperatura, pode-se adotar a metodologia gráfica, de
acordo com a Figura 29 e Figura 30.

Abaixo segue a metodologia gráfica:

 Quando a cordoalha se encontra em uma camada com espessura , na qual a somatória da alma seja
igual à somatória dos alvéolos, ver equação a seguir, pode-se adotar a metodologia gráfica para a
determinação da temperatura na cordoalha.

Figura 29 – Área onde as temperaturas da laje maciça podem ser assumidas na laje alveolar

Onde:

é a quantidade total de almas na seção

é a quantidade total de alvéolos na seção

é a largura da alma da seção

é a largura dos alvéolos

 Na Figura 29 é apresentado o gráfico para a determinação das temperaturas na camada do perfil da


laje alveolar.

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Figura 30 – Perfil de temperatura ao longo da profundidade "C1"

8.8.3 Verificação dos elementos de apoio da laje alveolar em situação de incêndio

Os princípios e soluções aplicados aos componentes estruturais em situação de incêndio devem ser empregados
para verificação e validação dos elementos de apoio de sistemas estruturais de pisos formados por lajes
alveolares.

Insertos ou elementos metálicos devem possuir resistência ao incêndio compatível com o exigido para a laje na
qual servem de apoio.

8.8.4 Juntas entre elementos estruturais

Juntas entre as placas alveolares, ou entre outros elementos estruturais, devem prover resistência ao incêndio
compatível com o exigido para a laje, de forma que os critérios apresentados no item 8.8.1 sejam atendidos.

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8.9 Aberturas e recortes em lajes alveolares

8.9.1 As aberturas e recortes em lajes alveolares devem ser definidas na fase de projeto e constar nos
documentos de projeto e de especificações técnicas do fabricante, conforme definido na Seção 12. É
necessária a definição em projeto da posição e dimensões das aberturas e recortes, com o intuito de se
garantir o desempenho tanto das unidades de laje alveolar, quanto do pavimento como um todo. No
caso de necessidade de modificações do projeto das aberturas e recortes, em fase posterior ao projeto,
durante ou após a obra, as modificações devem ser encaminhadas para avaliação do projetista.

8.9.2 Os furos e aberturas devem ser posicionados na laje alveolar de forma a evitar o corte das
cordoalhas. A maior dimensão da abertura, preferencialmente, deve ser paralela ao vão da laje. Para
menor dimensão da abertura, pode-se adotar o limite máximo da largura horizontal do alveolo, desde
que mantenha o cobrimento da cordoalha. Caso se tenham varias aberturas em uma laje, estas devem
ser alinhadas de forma a cortar o menor número de cordoalhas

8.9.3 Onde as aberturas forem muito grandes para serem incorporadas à laje alveolar, devem ser
utilizados, no pavimento, dispositivos de apoio indireto como cantoneiras metálicas ou vigas moldadas
no local para apoiarem as lajes em lajes adjacentes (conforme figura 31). As lajes que recebem as
ações devido o apoio desses dispositivos devem ser verificadas de acordo com os novos esforços
existentes.

Figura 31 Detalhe da cantoneira metálica para grandes aberturas em lajes alveolares

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 56


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8.9.4 Para produção de lajes alveolares com aberturas e recortes, devem ser atendidos os requisitos
de 11.4.3, 11.4.4 e 6.1.

8.9.5 Em situações em que existe a diminuição do número de cordoalhas devido ao corte das lajes, a
redução de resistência ao momento fletor e a força cortante pode ser feita a partir das equações:

Sendo:

M0 Momento resistente da laje alveolar com a abertura

MRd Momento resistente da laje alveolar sem a abertura

Ncord. Número de cordoalhas não cortadas

Ncord.orig. Número de cordoalhas da laje alveolar sem recorte

V0 Cortante resistente da laje alveolar com abertura

VRd Cortante resistente da laje alveolar sem abertura

bw largura da laje alveolar

bab largura do recorte da laje alveolar

8.10 Drenagem

8.10.1 Devem ser previstos sistemas de drenagem confiáveis, ou tamponamentos dos alvéolos, de
forma a impedir a retenção de água, como a proveniente de chuva (durante o armazenamento ou
montagem) e de lavagem para preparo da superfície antes da concretagem.

8.10.2. As superfícies expostas horizontais, como coberturas, pátios, garagens, estacionamentos e


outras, devem ser convenientemente drenadas, com a disposição de ralos e condutores.

8.10.3. Todas as juntas de movimento ou de dilatação, em superfícies sujeitas à ação de água, devem
ser convenientemente seladas, de forma a se tornarem estanques à passagem (percolação) de água.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 57


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9 Capa estrutural
9.1 Projeto estrutural e procedimentos executivos da capa estrutural e da chaveta

9.1.1 Deve sempre existir um projeto estrutural da capa de concreto, quando esta tiver função
estrutural, colaborando na seção resistente com a laje alveolar e demais elementos estruturais,
conforme definido em 3.4. Para a elaboração e detalhamento do projeto estrutural, devem ser seguidas
as especificações apresentadas nas Seções 7 e 8. No projeto devem ser previstos, além do
detalhamento da armadura propriamente dito, o detalhe das juntas, quando for o caso, a especificação
do concreto, bem como as interferências com outros projetos complementares (passagem de dutos
embutidos, aberturas, recortes, por exemplo), conforme as especificações desta Seção.

9.1.2 O projeto estrutural da capa de concreto deve ser encaminhado ao responsável pela execução
da capa estrutural, o qual pode ser um construtor contratado para o serviço ou o próprio fabricante e
fornecedor da laje alveolar, conforme o caso.

9.1.3 As especificações de projeto da capa de concreto constantes nesta norma se limitam à função
estrutural, estando fora do seu escopo o atendimento dos requisitos para a capa com função de piso
com superfície acabada. Portanto, quando for demandado o desempenho da capa como piso acabado,
será necessário um projeto especializado que contemple especificações da tecnologia do concreto,
posicionamento ou ausência de juntas, bem como condições especiais para controle da fissuração.

9.1.4 A capa de concreto estrutural deve ser executada na sequência determinada pelo seu projeto de
acordo com a sequência construtiva e de montagem da estrutura e em condições necessárias de modo
a não introduzir esforços de vibrações até a sua cura completa (ver 9.1.7 h).

9.1.5 As juntas longitudinais entre as lajes alveolares devem ser preenchidas com concreto, graute ou
argamassa, independentemente da existência ou não do capeamento, para efetivar a solidarização e
transmissão dos esforços cortantes entre as lajes. O material de preenchimento, que forma a chave de
cisalhamento (ou chaveta, conforme definido em 3.2), deve atender às especificações de projeto.

9.1.6 O preenchimento das juntas longitudinais entre lajes alveolares, denominado de chaveteamento
(ver 3.3) deve ser executado antes do capeamento conforme 9.3.

9.1.7 Para a execução do preenchimento das juntas longitudinais entre lajes alveolares
(chaveteamento), adotam-se os procedimentos a seguir:

a) limpar todas as juntas longitudinais entre lajes alveolares com jato de ar ou de água sob pressão,
de modo a eliminar partículas soltas, restos de materiais, entre outros. Estas juntas também devem
ficar livres de óleo e graxa;

b) para evitar concentração de tensões, as lajes devem ter regularidade no nivelamento, atendendo à
tolerância de diferença de nível entre as lajes adjacentes de mesmo comprimento ±10 mm;

c) quando a tolerância de diferença de nível entre as lajes adjacentes estabelecida em 9.1.7 b, não for
atendida, as lajes devem ser equalizadas através de método adequado. É vedado o nivelamento
com preenchimento do desnível por meio de argamassas, nata de cimento ou similares;

d) se for especificado o uso de pendurais pelos projetos de instalações elétricas, hidráulicas e de ar


condicionado, estes devem ser montados nas juntas longitudinais entre lajes alveolares nesta fase;

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e) caso especificado, as armaduras posicionadas nas chavetas devem ser executadas conforme
projeto;

f) as superfícies nas quais é lançado o material de chaveteamento (concreto, graute ou argamassa)


devem ser molhadas com água limpa e estarem saturadas;

g) o material das chavetas e a respectiva cura devem seguir as especificações do responsável pela
tecnologia do concreto, atendendo às características definidas no projeto estrutural;

h) durante o período de cura, a laje não pode ser carregada e não podem ocorrer trepidações
transmitidas à estrutura, de naturezas quaisquer, oriundas, por exemplo, de equipamentos
vibratórios na obra.

9.1.8 A instalação de dutos embutidos previamente na capa estrutural pode ser feita somente
mediante estudo detalhado de posicionamento no projeto estrutural da capa (ver 9.1). É vedada a
instalação de dutos embutidos posteriormente à execução do capeamento estrutural.

9.2 Armaduras e concreto da capa estrutural

9.2.1 As armaduras instaladas em furos passantes nos pilares (armaduras de lajes contínuas), após
sua colocação nos furos, devem ter o vazio entre a armadura e a face interna do furo totalmente
preenchido com graute ou adesivo estrutural, conforme especificações de projeto, antes da execução
de capeamento. O material de preenchimento não pode conter cloretos em sua composição.

9.2.2 Podem ser utilizadas emendas das barras por transpasse; por luvas metálicas com
preenchimento, rosqueadas ou prensadas; por solda ou por outros dispositivos devidamente
especificados em projeto.

9.2.3 As armaduras devem ser executadas conforme as especificações de projeto (espaçamento,


cobrimento, comprimento de emendas por traspasse, entre outras). Devido a presença de contraflecha
das lajes alveolares, recomenda-se adotar espaçadores das armaduras com alturas variáveis, sendo
que os de maior altura serão utilizados próximos as extremidades das lajes.

9.2.4 A especificação do concreto da capa estrutural deve atender aos requisitos do projeto.

9.3 Concretagem da capa estrutural

9.3.1 O capeamento estrutural pode ser executado somente após o término do período de cura do
concreto da chaveta, conforme 9.5. O lançamento do concreto da capa deve ser feito de forma a evitar
o desnivelamento das lajes alveolares com o peso do concreto fresco (9.3.4).

9.3.2 Os alvéolos devem ser tamponados de modo a não haver perdas, nem estrangulamento da
seção a ser preenchida, conforme especificações de projeto. Além disso, todas as superfícies das lajes
alveolares que receberem o capeamento de concreto (horizontais, verticais e inclinadas) devem atender
ao estabelecido em 9.3.2.1 a 9.3.2.3.

9.3.2.1 As superfícies das lajes alveolares devem estar saturadas, sem a presença de lâmina d’água.
Para isto, as lajes devem ser abundantemente molhadas e encharcadas por um período de 6 h,
cessando a saturação 2 h antes do início do lançamento do concreto.

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9.3.2.2 As superfícies das lajes alveolares devem ser rugosas ou ter ranhuras (ver 11.4.5), conforme
processo produtivo, de modo a garantir a aderência entre o concreto da laje e o concreto da capa
estrutural.

9.3.2.3 As superfícies das lajes alveolares devem ser previamente limpas através de jato de ar ou de
água sob pressão, de modo a eliminar partículas soltas, restos de materiais, entre outros. Estas
superfícies também devem ficar livres de óleo e graxa.

9.3.3 O início dos serviços de concretagem da capa estrutural deve ser feito somente após a
verificação da armadura conforme o projeto, bem como o detalhamento das demais instalações
embutidas de projetos complementares.

9.3.4 Para minimizar o desnivelamento das lajes devido ao lançamento do concreto da capa, deve-se
evitar o acúmulo de concreto na região central do vão das lajes alveolares.

9.3.5 Se for utilizado concreto do tipo bombeável, deve-se descartar a primeira porção do lançamento.

9.3.6 Devem ser respeitadas as juntas de concretagem, conforme as prescrições de 9.4.

9.3.7 O adensamento do concreto deve ser feito com vibradores de imersão e/ou réguas vibratórias
apoiadas sobre guias no alinhamento dos pilares. Devem ser utilizados equipamentos adequados, de
forma a possibilitar o adensamento necessário, evitando vibrações nocivas ao processo.

9.3.8 Para a finalização da superfície da capa, devem ser utilizados equipamentos compatíveis com o
tipo de acabamento requerido, conforme definido no projeto (ver 9.1).

9.3.9 Deve ser respeitado o período de cura da capa estrutural para as etapas construtivas posteriores
e para o trânsito de pessoas e de equipamentos.

9.4 Juntas de concretagem, retração e variação de temperatura da capa estrutural

9.4.1 As juntas de concretagem devem ser inclinadas em aproximadamente 45º.

9.4.2 É recomendável que as juntas de concretagem sejam posicionadas em regiões de menores


solicitações. As juntas de concretagem na direção transversal da laje podem estar situadas no terço
central do vão.

9.4.3 Devem ser previstas juntas de retração e dilatação (variação de temperatura) ou estes esforços
devem ser considerados no projeto do capeamento estrutural.

9.5 Cura do concreto da capa estrutural

9.5.1 Pode ser utilizada cura química ou cura úmida por pelo menos sete dias consecutivos, ou
conforme as especificações de controle tecnológico do concreto.

9.5.2 Devem ser atendidas as especificações de 9.1.7 g e h.

9.6 Recomendações complementares

Todos os demais materiais empregados no capeamento estrutural devem atender ao projeto, bem como
às especificações de controle tecnológico de concreto, e estes, por sua vez, às Normas Brasileiras
vigentes.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 60


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9.7 Responsabilidades

9.7.1 A execução deve seguir o projeto da capa de concreto estrutural, conforme definido em 9.1.

9.7.2 Qualquer modificação de projeto durante a execução da capa (como inserção de furos ou
aberturas para tubulações ou dutos de quaisquer funções ou natureza) deve ser submetida à análise e
aprovação prévia do responsável pelo projeto estrutural da capa de concreto, por meio de consulta para
modificação de projeto com desenho esquemático devidamente detalhado (com locação e dimensões).

9.7.3 Caso a responsabilidade pela elaboração do projeto estrutural da capa de concreto seja
transmitida ao fornecedor de lajes alveolares, este deve receber do projetista estrutural da obra, as
informações relacionadas a localização e a magnitude das forças horizontais aplicadas ao diafragma
rígido.

9.7.4 Na situação em que a laje alveolar e capa não são dimensionadas pelo mesmo projetista, o
responsável pelo projeto da laje alveolar deve fornecer ao responsável do projeto da capa estrutural
todas as especificações da capa estrutural que foram consideradas no projeto da laje alveolar (para
todas as situações transitórias, condições de contorno de continuidade, considerando a seção simples e
composta conforme 9.1.1), de forma a compatibilizar outras funções que a capa estrutural venha a
apresentar conforme exposto no item 9.1.3.

10 Verificação experimental
?

11 Métodos de produção das lajes alveolares


11.1 Generalidades
As lajes alveolares podem ser moldadas por formas fixas ou produzidas por equipamentos, como,
máquinas extrusoras ou moldadoras. As etapas de produção a serem atendidas são as identificadas em
11.2 a 11.10, sendo que as peculiaridades de cada método, quando necessário, encontram-se descritas
nas próprias etapas.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 61


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11.2 Planejamento da produção

11.2.1 Consiste em organizar a produção, considerando a interface entre as áreas: comercial, de


projeto, de produção e de montagem. O planejamento da produção deve elaborar o programa diário da
produção com locais para a estocagem e plano para as pilhas de estocagem.

11.2.2 O processo produtivo das lajes deve ser contemplado nas verificações de projeto estrutural dos
elementos. É recomendável a correta identificação das lajes durante sua fabricação, para garantia da
rastreabilidade do produto, conforme ABNT NBR 9062.

11.3 Preparação e protensão das cordoalhas

11.3.1 Seguindo a remoção das lajes da pista, a preparação para a próxima pista a ser concretada
inclui a limpeza e aplicação do desmoldante.

11.3.2 Devem ser tomados cuidados para evitar excesso de desmoldante que possa prejudicar a
aderência entre as cordoalhas e a concretagem na sequência, causando escorregamento da cordoalha.
A limpeza da superfície de produção das lajes deve ser feita de forma a garantir o acabamento
adequado às especificações de projeto arquitetônico e estrutural do piso onde esta será montada.

11.3.3 Uma superfície lisa para produção das lajes é importante, pois estas são usualmente deixadas
aparentes na sua face inferior, sem tratamento, ou são simplesmente pintadas. A qualidade da
superfície da laje está condicionada aos cuidados de preparação da pista, à uniformidade da limpeza e
à aplicação do desmoldante.

11.3.4 Devem ser observados os seguintes cuidados no ato da protensão, para que a capacidade
resistente da laje alveolar não seja afetada:
 posicionamento correto e número de cordoalhas, controlado por medição;
 exatidão da protensão, controlada por instrumentos ou por comparação de forças e alongamentos;
 ancoragens provisórias das cordoalhas, controladas por inspeção visual.
11.3.5 As cordoalhas devem estar suficientemente limpas para garantir aderência adequada. As
cordoalhas são protendidas até os níveis de tensão correspondentes aos valores de projeto. Quando é
usado processo de protensão multifio, um pré-esticamento é recomendado. A protensão é levada até a
pressão ou força requerida e o alongamento correspondente é checado e anotado, ou vice-versa
(segundo 11.8). A força de protensão das cordoalhas individuais deve ser checada em intervalos
regulares. A máxima variação entre a força de protensão e as obtidas através dos relatórios de
protensão é de  5% da força total, devendo ser conferida e registrada pelo respectivo alongamento.

11.4 Concretagem
11.4.1 A concretagem dos elementos de lajes alveolares deve ser executada considerando as variáveis
que influenciam este estágio da produção. Estas variáveis são inerentes ao processo e podem
combinar-se entre si, conforme citadas abaixo:
 equipamentos de produção e corte das lajes;

 propriedades do concreto, como tipo do cimento, dos agregados e do fator água/cimento;


 condições da pista de concretagem;
 processo de cura.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 62


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11.4.2 Os itens de processo indicados a seguir devem ser permanentemente supervisionados e


inspecionados, por terem interface direta com as características e com o atendimento aos requisitos do
produto final:
 o concreto deve ser uniforme (homogêneo e bem misturado, especialmente no caso dos concretos
secos destinados à extrusão) e bem compactado em toda a seção transversal e ao longo da peça.
Com sistema de moldadora, atenção especial deve ser dada para se conseguir uniformidade e não
reconhecimento de juntas de concretagem entre os estágios;
 superfícies sem trincas (fissuras somente são admissíveis após a análise e avaliação do projetista);
 tolerâncias dimensionais (conforme 6.1);
 posição e cobrimento das cordoalhas (conforme 6.2 e 7.11 e ABNT NBR 9062).

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11.4.3 A medição dos comprimentos das lajes e recortes (8.9.1) é feita imediatamente após a
concretagem pelo operador da máquina ou por um medidor. Ao mesmo tempo, a identificação do
número do pedido ou serviço, identificação da peça, data e posição de estoques pode ser marcada no
topo, laterais da laje ou em etiquetas específicas. É importante que a identificação dos elementos
corresponda a um sistema de rastreabilidade do produto. Se parte ou a pista for rejeitada por algum
motivo, deve ser claramente identificado o produto e deve ser anotada a razão da rejeição.

11.4.4 Quando da ocasião de aberturas no concreto fresco, conforme estabelecido em projeto (8.9.1), é
essencial não danificar o concreto vizinho ao serviço, por exemplo, danificar as paredes dos alvéolos
junto aos recortes e também a ancoragem das cordoalhas que podem ser reduzidas dos dois lados da
abertura. Algumas vezes um pré-corte feito no concreto fresco das lajes espessas (com altura maior ou
igual a 30 cm) é preferível para evitar trincas transversais de retração.

11.4.5 O acabamento sobre a superfície superior da laje deve ser rugoso ou com ranhuras conforme
processo produtivo executado na fábrica e conforme considerado no projeto estrutural das lajes e do
capeamento estrutural (ver 9.1 e 9.3.2.2), a fim de que haja aderência entre a laje e o concreto do
capeamento. Devem ser tomados cuidados na produção da laje alveolar de forma que a superfície final
do produto em contato com a capa estrutural esteja limpa e livre de impurezas para garantir a
rugosidade considerada em projeto.

11.5 Cura
11.5.1 Imediatamente após a concretagem das lajes, estas devem ser protegidas contra evaporação da
água do concreto com lonas ou através de outros sistemas, como a cura química. Nos sistemas com
lonas, estas devem ser retiradas somente na hora do corte, para evitar fissuras de retração.

11.5.2 Um processo de aquecimento pode ser usado depois de estudo do gradiente de temperatura,
atendendo às especificações de cura acelerada da ABNT NBR 9062.

11.6 Corte
11.6.1 É recomendável que o corte das lajes seja iniciado pela extremidade por onde foi feita a
liberação da protensão. O corte deve ser feito usando uma serra diamantada, que pode cortar a laje
transversalmente, longitudinalmente ou diagonalmente, conforme estabelecido em projeto. Recomenda-
se que o corte das lajes seja feito após sua cura, de forma a garantir a aderência das cordoalhas ao
longo de todo o comprimento da laje, inclusive nas extremidades, e a evitar o escorregamento das
cordoalhas. É necessário assegurar que a máquina corte as cordoalhas completamente.

11.6.2 Para liberação da protensão e cuidados para evitar escorregamento das cordoalhas, ver 11.7 e
11.8, respectivamente.

11.7 Liberação da protensão


11.7.1 Para a liberação da protensão e içamento, a resistência mínima de projeto deve ser atendida
conforme 5.2.2.2.

11.7.2 Uma inspeção é necessária antes da liberação da protensão, visando identificar fissuras
transversais causadas por retração durante ou após a cura, que podem se fechar durante o processo de
liberação de protensão.

11.7.3 A liberação da protensão deve ser feita simultaneamente em todas as cordoalhas, usando
macaco hidráulico.

11.8 Verificação do escorregamento de cordoalhas


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11.8.1 A adequada resistência do concreto é indicativa de boa aderência das cordoalhas. Todavia, isso
não é garantia de que o escorregamento não aconteça. Se houver escorregamento, as lajes devem ser
criteriosamente avaliadas. Os critérios de inspeção, avaliação e aceitação são estabelecidos em11.8.2
a 11.8.7.

11.8.2 Após o corte do concreto e das cordoalhas, a força de protensão é transferida ao concreto ao
longo do comprimento (lbpt), que depende da aderência entre a cordoalha e o concreto.

11.8.3 O escorregamento inicial de cada cordoalha deve ser inspecionado em relação à própria laje e
não em relação à ancoragem, isso porque um movimento geral das lajes como um todo e o
encurtamento delas na liberação não pode distorcer a avaliação.

11.8.4 A inspeção visual do escorregamento deve ser feita em todas as lajes nas duas extremidades.
Quando houver escorregamento, devem ser inspecionadas duas a três lajes de cada pista, anotando-se
os valores medidos com o paquímetro. Além disso, todas as cordoalhas que apresentarem suspeita de
escorregamento devem ser medidas após a inspeção visual. O valor representativo de escorregamento
pode ser medido com a média dos valores em lados opostos da laje, dos dois fios mais externos.

11.8.5 Caso o escorregamento da cordoalha na extremidade da laje alveolar seja superior ao valor
limite conforme item 7.10, o qual deverá estar especificado na documentação técnica enviada à
produção (12.1), deve-se documentar e comunicar ao responsável pelo projeto.

11.8.6 O escorregamento inicial das cordoalhas pode ser considerado apenas um aspecto do controle
da qualidade, que deve incluir um apurado controle de compactação, retração, fissuras, etc. Se um
grande escorregamento for observado em qualquer posição da pista, então outras partes devem ser
observadas com mais cuidado. A laje pode ainda ser usada se o escorregamento ocorrer no máximo
em duas cordoalhas além do prescrito em 7.10 (1,3 ∆l0), mas a resistência de projeto da laje deve ser
reduzida conforme critérios adotados pelo projetista após análise considerando o escorregamento
ocorrido. Isso, todavia, só pode ser permitido se:
 as cordoalhas que deslizarem foram marcadas em cada extremidade da laje;
 o número original de cordoalhas e o número das que foram aceitas forem marcados na laje;
 a designação original da laje for cancelada e substituída por outra nova.

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11.8.7 Se a laje for finalmente rejeitada, todas as outras marcações devem ser eliminadas e a laje deve
ser marcada com um aviso claro e permanente de rejeição. Elementos rejeitados devem ser retirados
do pátio de estocagem imediatamente.

11.9 Superfície e fissuras


11.9.1 Algumas fissuras pequenas e abatimentos (deformação) do concreto podem ser aceitos,
dependendo da direção da fissura. Fissuras pequenas têm uma abertura de 0,2 mm, altura h/3 e
comprimento h, sendo h a altura da laje. Defeitos maiores devem ser sempre inspecionados e suas
implicações avaliadas pelo responsável pelo projeto estrutural. Na região de apoio (definida como a
distância de 4h da extremidade) das lajes alveolares não deverá haver fissuração visível.

11.9.2 As fissuras durante o processo de fabricação devem ser avaliadas conforme o controle de
qualidade estabelecido pelo fabricante. Podem ser consultados manuais de referência, como indicado
na Bibliografia.

11.10 Lançamento, transporte e armazenamento

11.10.1 Durante as etapas transitórias, deve-se tomar cuidado para não introduzir na laje alveolar
esforços não previstos no projeto estrutural. A movimentação deve ser lenta, a fim de que não ocorram
impactos, fissuras e quebras de canto nas peças. Os dispositivos de içamento devem ser adequados e
posicionados, de acordo com as distâncias especificadas em projeto. Para o transporte das lajes,
armazenamento na fábrica ou no local da obra, calços de madeira ou de sacos de areia devem ser
posicionados de acordo com o especificado em projeto e na ABNT NBR 9062, 10.2.

11.10.2 Para o empilhamento devem ser observados a capacidade de suporte do solo e o perfeito
alinhamento da pilha, dos calços entre as peças e do terreno, de forma a não permitir a inclinação da
pilha.

11.10.3 O empilhamento máximo é função do comprimento e altura das peças, devendo o fabricante e
o consumidor, em função das espessuras e comprimentos usuais, manter um procedimento interno
validado pelo projetista de estruturas.

11.10.4 Caso os alvéolos não tenham sido tamponados ou tenha ocorrido danificação dos tampões,
deve ser assegurado que a água de chuva, ou ainda decorrente do processo de cura, não fique
armazenada no interior dos alvéolos, conforme 8.10.

12 Documentação técnica

A documentação técnica de produção, projeto estrutural, movimentação, montagem, uso e operação,


são dadas em 12.1 a 12.4.

12.1 Documentação técnica de produção

O projeto de formas e a armadura do produto laje alveolar, com a paginação, a planilha de limites de
escorregamentos máximos e dados da protensão dos elementos (para produção e aceite), devem fazer
parte da documentação técnica de fabricação.

12.2 Documentação técnica do projeto estrutural

Deve fazer parte da documentação técnica do projeto estrutural o seguinte:

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 o projeto de formas e armadura do sistema de pisos formados por lajes alveolares e do capeamento
estrutural (conforme Seção 9);

 os documentos previstos nas ABNT NBR 6118 e ABNT NBR 9062;

 o projeto de montagem das lajes alveolares.

12.3 Documentação técnica para movimentação e montagem

Devem constar na documentação técnica de movimentação e montagem:

o projeto de montagem das lajes alveolares, com a sequência de montagem e paginação dos elementos
na estrutura;

as condições de apoio, içamento e transporte dos elementos durante as fases transitórias de produção
e montagem.

12.4 Documentação técnica de uso e operação

Devem fazer parte da documentação técnica de uso e operação o manual do proprietário, conforme
definido na ABNT NBR 6118, contendo as especificações técnicas da estrutura, como materiais
empregados, carregamentos admissíveis; os prazos para a manutenção da estrutura e de seus
elementos (como no caso das juntas), bem como orientações para a inspeção da estrutura, de forma
que esta atenda aos requisitos de qualidade estabelecidos.

Referências Bibliográficas (Consultar Inês):

Na falta de prescrições nesta norma para assuntos específicos de projeto ou de produção, deve-se
adotar as prescrições aplicáveis para lajes protendidas por meio da pré-tração constantes nas demais
normas afins da ABNT (NBR6118, NBR9062 e NBR16475). Permanecendo omissão sobre o tema,
permite-se adotar recomendações existentes em referências técnicas nacionais, assim como as
recomendações existentes nas referências técnicas internacionais, em especial às constantes na
EN1168 (norma europeia para lajes alveolares protendidas) e nos manuais técnicos produzidos pela
FIB (Federação Internacional do Concreto Estrutural) ou pelo PCI (Precast Concrete Institute).

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