O povo na ingénua crendice atribuía à ponte sobre o Cávado virtudes obstétricas ou, mais claro, concessão de facilidade e segurança nos partos.
“...Era em seu entender, castigo, praga ou má olhadura, de pessoas malfazejas, o caso de
certas mulheres não vingarem capazmente os frutos do seu ventre. Estes desde que as mães fossem vítimas de tais malefícios, durariam pouco, após o nascimento. Era certo que logo nos primeiros dias de lactação, iriam para os anjinhos. Verificado o caso de uma vez para outra, resolvia-se proceder a um batismo especial. Em vésperas de novo parto, o homem e a mulher dirigiam-se à ponte, esperando aí até ao bater da meia-noite. Nessa hora azada, convidado o padrinho, o primeiro transeunte, procediam, servindo-se de um ramo de oliveira e de água comum, à aspersão do ventre materno.
Posteriormente acreditava-se que a criança viria a nascer robusta e saudável, atingindo
infalivelmente a idade proveta se passasse os 80 anos, o que aliás acontecia sempre que fizesse boas digestões durante 30 mil dias. É só fazer os cálculos...”