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NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA, PORTO VELHO NÃO TEM O QUE COMEMORAR

Nossa querida cidade de Porto Velho é, mais uma vez, destaque em mídia nacional
como uma das “piores cidades do Ranking Nacional do saneamento básico.

Há exatamente duas décadas, nossa amada capital do Estado de Rondônia e sua


ilustre população que paga seus impostos, taxas e contribuições de melhoria e mais
uma vez “não tem motivos para comemorar”.

Essa semana, em que se comemora a Semana da água, em alusão ao Dia Mundial da


Água (22 de Março), calendário sugerido pela Confederação das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, cujo tema este ano será “Acelerando
Mudanças – Seja a mudança que você deseja ver no Mundo”, foi publicado pelo
Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, a 15ª edição do Ranking do
Saneamento com foco nos 100 maiores municípios do Brasil. Esse relatório
apresenta análises dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre
saneamento (SNIS), ano de 2021, que é divulgado anualmente pelo Ministério das
Cidades e compila em seus arquivos, dados desde o ano de 2003 até os dias atuais.

Esse acompanhamento, realizado por essa organização da Sociedade Civil de


Interesse Público – OSCIP e composta por diversas empresas interessadas nos
avanços do saneamento básico e proteção dos recursos hídricos do país, busca
conscientizar toda a sociedade, em busca de um maior acesso a todos por água
tratada, coleta e tratamento de esgotos, de forma igualitária, sobretudo, nas regiões
mais pobres deste país.

A CIDADE DE PORTO VELHO É UMA DAS PIORES 05 (CINCO) ÚLTIMAS


COLOCADAS, HÁ PELO MENOS DUAS DÉCADAS.

“Seria cômico se não fosse trágico” imaginar que uma cidade como Porto
Velho, que já vivenciou em toda sua história, diversos ciclos econômicos como o ciclo
da borracha (1914), abertura da Br-364 (1960), ciclo da Cassiterita (1970),
chamamento do Governo Federal para o desenvolvimento de atividades voltadas a
agricultura familiar e a pecuária com oferecimento de terras e incentivos para quem
tivesse o interesse em produzir na região, construção das duas usinas hidrelétricas de
Santo Antônio e Jirau, desenvolvimento de um polo industrial pujante, crescimento na
agricultura, extrativismo vegetal, pecuária, piscicultura, enfim, inúmeras fases
econômicas que movimentaram e movimentam até hoje, uma fortuna de reais, os
quais a sociedade portovelhense, que deveria ser a principal beneficiária em
investimentos públicos desse montante, não se vê atendida

Essa contradição acima exposta se agrava cada vez mais e coloca em


descrédito toda classe política da Capital, em todos os seus níveis (Federal, Estadual
e Municipal), haja vista essa responsabilidade, que deve atribuída e compartilhada a
todos políticos que exerceram seus mandatos, em seus respectivos cargos e períodos
passados, tiveram a oportunidade de mudar esse caótico cenário e nada fizeram – se
algo fizeram, acabaram seus mandatos e suas boas intenções foram engavetadas em
algum arquivo-morto ou suas obras iniciadas, tornaram-se inutilizáveis pelo abandono,
descaso ou ação do tempo (é tradicional, um político que assume um novo cargo não
terminar uma obra iniciada por uma gestão anterior na cidade).

De certo, mesmo sabendo que a concessionária de serviço de saneamento


público tem seu modelo de gestão Estadual, CAERD (Companhia de Águas e Esgotos
de Rondônia), não podemos isentar a responsabilidade das outras esferas de Poder
Político (Federal e Municipal), pois basta uma breve pesquisa na página do site
https://tratabrasil.org.br/ranking-do-saneamento/, para comprovar os números que
demonstram que exatamente há 20 anos, nossa capital sempre se manteve entre as
05 (cinco) últimas colocadas na pesquisa – até 2011, foi considerado municípios com
mais de 300 mil habitantes, após, os 100 maiores municípios, tendo em vista a
estimativa populacional do IBGE; Isso demonstra o total descaso e falta de interesse
público para um resolução definitiva desse problema de saneamento básico, pesquisa
não extensiva a todo Estado, em que apresentaria um cenário ainda mais caótico.

Colocação de Porto Velho no Ranking Nacional

2003/ 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015


2007
Muni 79 81 81 81 100 100 100 100 100
cípio
s
pesq
uisad
os
Porto 76 81 81 81 99 95 100 95 100
Velho

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023


Municípios 100 100 100 100 100 100 100 100
pesquisados
Porto Velho 99 97 100 100 98 99 19 97

O QUE FAZER, ENTÃO?

A tomar como base o interesse político ao longo dos anos, em consonância


com os dados apresentados ao longo de duas décadas, bem como, o que se tem (e se
existem) projetos que sejam executados e conclusos antes das próximas eleições, o
único motivo a se comemorar na semana da água, no seu dia mundial, é o povo
escolher umas músicas com temas relacionados e cantar aos quatro ventos, com a
esperança das autoridades políticas escutarem e se sensibilizarem, a fim de tratar
desse problema nevrálgico grave de forma séria e eficaz, a exemplo do refrão de uma
música do grupo de Xote Falamansa - Ôh Chuva!

“ÔH... CHUVA
EU PEÇO QUE CAIA DEVAGAR
SÓ MOLHE ESSE POVO DE ALEGRIA
PARA NUNCA MAIS CHORAR”

JON ADSON FERREIRA DA SILVA


BOCA DE BURRO – DRT 00000
linha do tempo percorrida até o presente momento e que de certa forma,
tiveram oportunidades de melhorar, senão sanar as condições precárias do
saneamento básico público (Só as pesquisas e estudos realizados pelo instituto Trata
Brasil já perduram 20 anos).

e a posição da capital de Estado de Rondônia como impactam cerca de 35


milhões de pessoas que não tem acesso a água potável e quase 100 milhões de
brasileiros que não usufruem de coleta de esgoto,

na data de hoje de ser apontada em Ranking Nacional, como uma das piores
cidades do Brasil com o pior serviço de saneamento básico de água e esgoto dentre
os 100 maiores municípios.

Na manhã dessa

Seria cômico se não fosse trágico,

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