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Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MP

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Carta Consulta

1. MARCO DE REFERÊNCIA

1.1. DIAGNÓSTICO

O Município de Fortaleza – localizado na porção Norte do Estado do Ceará – é o principal centro urbano
cearense, concentrando o maior contingente populacional do Estado e ocupando o status de quinta
maior cidade do Brasil, com população superior a 2,5 milhões de habitantes (IBGE Cidades, 2014) (VER
ANEXO I – MAPA FORTALEZA CONTEXTO ESTADUAL).

Apesar de sua reduzida dimensão territorial (área de aproximadamente 314 Km²), Fortaleza encerra um
complexo mosaico de sistemas ambientais, que lhe conferem diferentes paisagens, fortemente sujeitas
às alterações desencadeadas pelas atividades socioeconômicas e pela expansão urbana desordenada.

Percebe-se que as questões ambientais e sociais não se desenvolveram no mesmo ritmo que o de
crescimento econômico vivenciado ao longo das últimas décadas e, em especial, a partir da década de
1990. Desde então, têm se aprofundado na cidade os problemas ambientais e a desigualdade social,
esta última com vinculação direta com o aumento nos índices de violência.

Em Fortaleza, mais de 5% da população vive em condição de extrema pobreza (com renda familiar per
capita mensal igual ou inferior a R$70,00, dados do IBGE, Censo, 2010); mais de 43% vive em condição
de pobreza (IBGE, 2003. Mapa de Pobreza e Desigualdade - Incidência da Pobreza); e cerca de 16%
habita em assentamentos subnormais (IBGE, Censo, 2010). Somem-se a este quadro de pobreza os altos
índices de desigualdade, exclusão social e degradação ambiental observados na cidade, que tornam
urgente a necessidade de investimentos em melhorias de infraestrutura urbana e ambiental (Fortaleza
figura como a segunda cidade mais desigual da América Latina, neste caso conforme informe da
Organização das Nações Unidas – ONU) (VER ANEXO II - IMAGENS FORTALEZA).

O perfil "não sustentável" de desenvolvimento da cidade atrelado à concentração demográfica e à


rápida expansão urbana trouxeram consigo uma série de problemas urbano-ambientais, tais como
deficiências nos sistemas de saneamento (água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos), poluição dos
recursos hídricos, degradação e diminuição de áreas verdes, bem como ocupação de áreas
inadequadas/irregulares, entre outros.

Com o intuito de minimizar e/ou sanar as deficiências apresentadas acima, o Projeto FORTALEZA
CIDADE SUSTENTÁVEL se propõe a melhorar o ambiente natural e construído de Fortaleza, através da
execução de uma série de ações nas áreas da Bacia da Vertente Marítima e do Parque Rachel de
Queiroz. Tal escolha justifica-se não somente por possuírem grandes adensamentos com baixos índices
de IDH e elevados níveis de degradação ambiental, mas por serem capazes de dar retorno mais rápido
aos investimentos, visto que o Projeto proposto irá complementar outras propostas já planejadas e em
execução pelo poder público municipal e estadual.

Ocupando a zona norte de Fortaleza e composta por 18 (dezoito) bairros, onde vivem mais de 415.000
pessoas, a Bacia Vertente Marítima é caracterizada por disparidades socioeconômicas e por assimetrias
diversas na provisão de serviços básicos. Na área, a renda média da população é de R$ 1.232,63;
contudo, inscrevem-se bairros densamente ocupados e carentes nos extremos oeste e leste – como
Pirambu, Cristo Redentor, Barra do Ceará, Carlito Pamplona e Vicente Pinzon, entre outros –, onde estes

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números caem dramaticamente. Nos primeiros três bairros, por exemplo, a renda per capita média não
chega a R$ 400,00 (IBGE, 2010).

Atualmente, a bacia em questão tem praticamente 100% de cobertura de rede esgoto; contudo, o
número de imóveis não interligados à rede – na maioria localizados nos já citados bairros – tem
provocado um aumento constante nos índices de poluição dos recursos hídricos. Os lançamentos
inadequados das ligações clandestinas de esgotos são feitos diretamente na rede de drenagem e/ou no
corpo hídrico. Este fato tem como umas das principais consequências – além da degradação ambiental e
da proliferação de doenças localizadas nestas áreas – a contaminação das praias de Fortaleza que, ao
receberem tais contribuições, tornam-se frequentemente impróprias para banho (Dados da Secretaria
de Meio Ambiente do Estado do Ceará – SEMACE, que realiza coletas semanais de amostras em 31
pontos da costa de Fortaleza).

Além da problemática relacionada à poluição e à subutilização do sistema de esgotamento atual, os


corpos hídricos têm sofrido com a disposição inadequada de resíduos sólidos em suas margens. Em
Fortaleza, a gestão de resíduos sólidos é pauta constante de preocupação por parte dos gestores.
Embora a situação da coleta de resíduos domiciliares em Fortaleza aponte que 98,75% dos domicílios da
cidade são atendidos (IBGE, 2010), isso não tem garantido a destinação final adequada do lixo por parte
da população. É bastante comum, em diversas áreas da cidade – em especial as mais carentes, que se
encontrem diversos pontos irregulares de disposição e acúmulo de lixo, inclusive em áreas de
preservação (margens de rios, riachos e lagoas). Dados fornecidos pela ECOFOR (concessionária
contratada para coleta sistemática no Município) mostram que Fortaleza possui em média 1.800 pontos
clandestinos de lixo. Apesar de existir um plano de gerenciamento de resíduos sólidos desde 2012, a
cidade atua de forma descentralizada e com pouca integração, o que compromete à eficácia na gestão
dos resíduos.

Quando se pensa a cidade dos pontos de vista social, urbanístico e ambiental com mesmo peso e
mesma medida, entende-se que as infraestruturas e os serviços básicos de qualidade deverão ser
priorizados. Sobre isso, é emblemático, por exemplo, pensar as questões de saneamento básico como
fundamentais para a cidade de Fortaleza, uma vez que não é possível se pensar em sustentabilidade
ambiental sem garantir à população o acesso e a qualidade dos serviços essenciais, tais como o
abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a drenagem e a gestão adequada dos resíduos sólidos.
Uma vez que estes fatores sejam priorizados, a cidade dá um passo importante em busca da equidade
social e, ao mesmo tempo, caminha para a recuperação de sua qualidade ambiental, além de contribuir
para a redução dos gastos públicos com saúde, por exemplo.

Do ponto de vista econômico, é também imprescindível que se invista no saneamento e na recuperação


de corpos hídricos para que se possa ter uma orla em condições de balneabilidade, bem como ampliar
ainda mais o potencial turístico de Fortaleza, promovendo ganhos econômicos e sociais. Destaque-se
que a economia de Fortaleza é bastante dependente do setor de Turismo. Assim, investimentos na
otimização da infraestrutura e nos serviços existentes, bem como no resgate da qualidade das praias,
não podem fugir às prioridades da gestão.

Historicamente, a gestão ambiental da cidade de Fortaleza tem sido realizada sem planejamento, com
ações executadas de maneira inadequada, a exemplo da arborização incipiente e da ausência de planos
de manejo das áreas verdes.

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Segundo dados levantados pela SEUMA, Fortaleza possui 15,6% do seu território, ou seja 48,98 Km,
destinado a zonas de preservação ambiental. Destes, apenas 6,3%, ou 3,08 Km², encontram-se
totalmente protegidos, estando os 45,89 Km² restantes em processo de degradação ambiental. Outro
dado preocupante é o índice de área verde por habitante, de apenas 8 m²/habitante, quando o
recomendado pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) é de 15m²/habitante.

O Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL pretende concentrar intervenções físicas não apenas na
Bacia da Vertente Marítima, onde são patentes os problemas vinculados ao saneamento. Um segundo
ponto focal das intervenções é o Parque Rachel de Queiroz, que se estende ao longo de 10Km e 134,7
hectares na porção oeste da cidade.

A área destinada à implantação do Parque Rachel de Queiroz cruza 14 dos 119 bairros de Fortaleza, 7
dos quais apresentando as piores faixas de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Além de sofrer
com os já mencionados problemas de poluição motivados pela ausência de interligação dos imóveis à
rede de esgoto existente, exibe de maneira muito clara o resultado de um processo rápido e não
planejado de urbanização. De um lado, imenso potencial de transformação urbana, ambiental e social;
de outro, degradação ambiental, carência de espaços verdes públicos e de equipamentos de lazer
adequados para a população, avanço de ocupações irregulares e subnormais sobre os recursos hídricos
sem qualquer infraestrutura, etc.

Nas últimas décadas, metrópoles do mundo inteiro têm despertado para o novo paradigma do
desenvolvimento sustentável, que prevê a reutilização do patrimônio instalado, a requalificação de
espaços degradados, o desenvolvimento econômico que concretamente objetiva melhorar a qualidade
de vida das comunidades locais e a melhoria das infraestruturas sociais.

Nessa ótica, o processo de renovação urbana possui estreita relação com o meio ambiente, que atua
como um dos principais dinamizadores das dimensões econômica e social nos casos bem sucedidos de
revitalização de zonas degradadas, subutilizadas, mal utilizadas ou abandonadas. O desenvolvimento
urbano sustentável deve ser feito por meio da melhoria das condições físicas, socioeconômicas e
ambientais da cidade, a partir da disponibilidade de seu capital natural, do aumento da oferta e do
acesso a serviços e equipamento públicos de qualidade.

Diante desse contexto, e com base na visão ampliada que se tem da realidade acima descrita, os
problemas

detectados – subutilização da rede existente de esgotamento sanitário; ineficácia no enfrentamento da


questão dos resíduos sólidos; poluição dos recursos hídricos e praias; insuficiência de áreas verdes e
espaços de lazer qualificados; ocupação de áreas inadequadas; expansão urbana desordenada; etc. –
deverão ser estabelecidos como desafios de gestão e, principalmente, metas de planejamento de curto,
médio e longo prazos.

A cidade precisa ofertar à população residente e turística praias balneáveis e áreas de lazer qualificadas
(praças e parques preservados, estruturados e melhor arborizados); precisa também propiciar uma
significativa melhora de suas condições sanitárias e ambientais gerais, com ganhos à saúde da
população e ao meio ambiente; precisa, finalmente, melhor se instrumentalizar para responder de
modo mais eficiente e eficaz aos desafios do planejamento e da gestão urbana e ambiental. Enfrentar

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de modo integrado estes desafios significa combater os problemas mais estruturantes de pobreza,
desigualdade e exclusão social.

1.2. SOLUÇÃO PROPOSTA

O Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL constitui uma proposta de financiamento pioneira da


SEUMA para o planejamento e a gestão urbana e ambiental do município de Fortaleza.

Destaca-se que o pioneirismo da proposta diz respeito aos seguintes fatos: (i) pela primeira vez, a
SEUMA – historicamente voltada à prestação de serviços, porém recentemente imbuída da atribuição
de planejamento – lidera a preparação de uma proposta de investimento; e (ii) não se está a agregar
projetos e ações atomizados; diferentemente, definiram-se resultados globais e estruturantes, alinhados
com as prioridades da gestão municipal e do Governo Federal, e vinculados a um conjunto de
componentes, tipologias de ações e/ou ações a serem executadas. Trata-se, portanto, de uma
construção integrada e fundamentada na sustentabilidade do ambiente natural e do ambiente
construído, em prol da promoção de equidade social.

É importante ressaltar que foram empreendidos durante o período de preparação desta Carta Consulta
esforços técnicos e de coordenação envolvendo distintos órgãos no âmbito do Município de Fortaleza e
do Estado do Ceará, com o apoio sistemático de representantes do Banco Internacional para a
Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD). Ainda que questões essenciais de sustentação da proposta,
como os objetivos, os resultados gerais esperados, os componentes, subcomponentes e projetos (ou
tipologias de ações), estejam definidas, ressaltamos que há elementos, como o detalhamento dos
custos, dos indicadores e metas quantitativos e dos arranjos de execução, dentre outros, os quais serão
aprofundados durante a preparação do Projeto, à medida em que os estudos técnicos e projetos
executivos sejam concluídos, e já com o suporte técnico mais direto do órgão financiador.

A seguir, descreve-se a forma de enfrentamento proposta para cada um dos principais problemas
relatados no diagnóstico.

Condições Sanitárias Inadequadas e Falta de Balneabilidade da Orla, Rios e Lagoas

Para enfrentar o problema de “Condições Sanitárias Inadequadas e Falta de Balneabilidade da Orla, Rios
e Lagoas”, o Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL pretende não apenas proporcionar
infraestrutura adicional, mas, e fundamentalmente, ampliar a eficiência e a utilização dos sistemas
existentes de esgotamento sanitário e drenagem.

Segundo dados da CAGECE, cerca de 54% das moradias residenciais de Fortaleza possuem cobertura de
esgoto. A Bacia da Vertente Marítima, por exemplo, possui quase 100% de cobertura. Porém, faz-se
necessária a ampliação dos índices de utilização da rede de esgoto, o que o Projeto FORTALEZA CIDADE
SUSTENTÁVEL pretende fazer através dos investimentos na execução das interligações das residências à
rede de saneamento instalada, bem como em atividades correlatas de sensibilização, educação
ambiental e gerenciamento desta ação. De acordo com o último levantamento realizado, existem
aproximadamente 16 mil imóveis não interligados na Bacia Vertente Marítima e 14.000 imóveis na área
de entorno do Parque Rachel de Queiroz.

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O Relatório da Qualidade das Águas Costeiras de Fortaleza destaca que os riachos e galerias pluviais que
recebem esgotos clandestinos são as principais fontes de poluição existentes das águas costeiras
(PEREIRA, Silvano P. CAGECE, 2012). A cidade possui 25 Km de praias urbanas nas quais desaguam
inúmeros riachos e galerias pluviais que transportam esgotos não tratados.

Assim, e de forma complementar e integrada às ações de interligação, outras ações também são
necessárias no âmbito do Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL para contribuir para uma melhora
significativa das condições sanitárias da população e garantir a recuperação da balneabilidade dos
recursos hídricos da Bacia da Vertente Marítima. São elas (para informações complementares, ver item
2.7 – Projeto / Componentes, Subcomponente Águas da Cidade):

- Identificação, interceptação e tratamento de esgotos clandestinos que chegam aos recursos hídricos e
à praia;

- Recuperação ambiental de rios e riachos com elevados níveis de poluição através de limpeza (estações
de tratamento) e recuperação da mata ciliar; e,

- Aperfeiçoamento dos instrumentos de planejamento da drenagem do município.

Insuficiência de Áreas Verdes e Espaços de Lazer Qualificados / Ocupação de Áreas Inadequadas

Destacou-se anteriormente no diagnóstico que um dos problemas enfrentados pela cidade de Fortaleza
é a “Insuficiência de Áreas Verdes e Espaços de Lazer Qualificados”, motivada pelo histórico de
planejamento e gestão urbana e ambiental deficitários e pela ocupação crescente de áreas inadequadas
ao longo do tempo.

A Política Ambiental de Fortaleza (PMF, 2013) deu um passo importante na solução desta questão,
tendo regulamentado os diversos tipos de áreas verdes existentes no município, que compõem a rede
de sistemas naturais, e cujo objetivo é ampliar a oferta de áreas verdes urbanas e melhorar a relação
"área verde de domínio público por habitante" no Município.

A proposta do FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL é consolidar essa rede, através da execução de


investimentos e obras de requalificação ambiental e urbanização do Parque Rachel de Queiroz, de
arborização recuperação e implantação de outros espaços públicos que venham a ser identificados ao
longo da preparação do Projeto como prioritários no contexto da Rede de Sistemas Naturais (praças,
lagoas, jardins).

O Parque Rachel Queiroz situa-se na porção noroeste da cidade, em uma área desprovida de
infraestrutura adequada. Por sua amplitude, linearidade e escala, esta intervenção guarda relação,
ainda, com a solução de questões importantes, tais como: (i) a ampliação da eficiência do sistema de
drenagem e de controle de cheias na sua área de influência; e (ii) a melhoria da conectividade inter e
intra bairros, já que o parque cruza 14 bairros e toca, em trechos estratégicos, importantes eixos e nós
de mobilidade.

O FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL prevê, ainda, outras ações em apoio à rede de sistemas naturais,
como a elaboração de projetos executivos de parques e infraestrutura urbana (sistema viário,
drenagem, etc. Para informações complementares, ver item 2.7 – Projeto / Componentes,
Subcomponente Rede de Sistemas Naturais)

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Gestão Inadequada dos Resíduos Sólidos

O problema de gestão de resíduos sólidos na cidade de Fortaleza não se encerra no enfrentamento da


questão da coleta, do transporte e da disposição final, atribuições institucionais da Secretaria Municipal
de Conservação e Serviços Públicos (SCSP). A obtenção de resultados efetivos está vinculada a um
complexo arranjo, que envolve a coordenação e a cooperação institucional.

Ao desenhar as soluções propostas para o tema no âmbito do Projeto FORTALEZA CIDADE


SUSTENTÁVEL, a SEUMA teve em conta a sua relação direta com: (i)a sustentabilidade das demais ações
propostas pelo Projeto nas áreas de saneamento, urbanização e requalificação de áreas verdes; e (ii) a
necessidade de fortalecimento geral de suas próprias capacidades institucionais, já que a SEUMA detém,
entre outras, a responsabilidade específica pelas agendas de licenciamento, educação socioambiental
(aqui incluídas atividades de sensibilização, formação e fiscalização da população) e reciclagem
(instalação de equipamentos necessários para a melhoria do gerenciamento e resultados).

A proposta de melhoria e fortalecimento da gestão dos resíduos sólidos abrange, portanto, todo o
município de Fortaleza. Contudo, haverá uma focalização das ações nas áreas de intervenção física
prioritárias do Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL, a saber: Bacia da Vertente Marítima e Parque
Rachel de Queiroz. Estão previstas ações de educação socioambiental – sensibilização, formação e
fiscalização da população – e instalação de infraestruturas e equipamentos necessários para a melhoria
do gerenciamento de resíduos (Para informações complementares, ver item 2.7 – Projeto /
Componentes, Subcomponente Reciclando Atitudes).

Pobreza, Desigualdade e Exclusão Social

Enfatizamos que todos os desafios e soluções acima apresentados relacionam-se de modo bastante
direto com o enfrentamento dos problemas de “Pobreza, Desigualdade e Exclusão Social”. Melhorar o
acesso e a qualidade dos serviços de saneamento e dotar a população de espaços qualificados para o
lazer e a convivência são, portanto, formas muito objetivas de se buscar inclusão.

De modo específico, podemos mencionar; (i) a criação de áreas potenciais para o turismo em áreas hoje
degradadas, criando oportunidades emprego e renda para a população de baixa renda; (ii) valorização
dos imóveis contemplados com melhorias no saneamento; (iii) eliminação de fatores historicamente
apontados como causadores de doenças (esgotos e lixo); (iv) a oferta de mais áreas de lazer, de esporte
e de entretenimento para a população, especialmente aos adolescentes (público susceptível ao uso de
drogas e envolvimento com crimes).

Expansão Urbana Desordenada e Desafios do Planejamento e da Gestão Urbana e Ambiental

Entre 1950 e 2010 a população de Fortaleza se multiplicou por nove. Sucessivos planos foram
elaborados, porém não necessariamente implementados. Como resultado, a cidade exibe atualmente:
(i) um padrão de ocupação de baixa densidade, mesmo em áreas com maior potencial de utilização,
dada a infraestrutura instalada; (ii) uma realidade marcada por contrastes socioeconômicos e espaciais
claros, onde coexistem “ilhas de prosperidade” e bolsões de ocupação informal e/ou subnormal em
áreas institucionais e/ou de preservação (frequentemente sujeitas a alagamentos); e (iii) resultado dos
demais, crescente dificuldade, seja técnica, seja financeira, por parte do poder público municipal, em
responder a estes desafios de forma eficiente e sustentável.

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Para enfrentar estas questões, e no que tange aos aspectos de governança, planejamento e gestão
urbana e ambiental, o FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL prevê investimentos e ações, entre outros,
para:

- Capacitar e instrumentalizar (com ferramentas e equipamentos diversos para a mensuração e controle


da poluição e das emissões) a atuação da Células de Controle da Poluição da SEUMA (Sonora, Visual,
Atmosférica, Resíduos, Efluentes e Posturas e Edificações), que têm como principal atribuição planejar e
coordenar as atividades de fiscalização especializada, vistoria e monitoramento, de forma garantir a
obediência à legislação urbana e ambiental do município;

- Desenvolver e regulamentar os instrumentos da política urbana previstos no Estatuto da Cidade, de


modo que a administração pública possa extrair deles os benefícios sociais, econômicos, urbanísticos e
ambientais a que se propõem;

- Integrar os temas de gestão de riscos de desastres e resiliência à agenda de planejamento e execução


da política urbana do Município, através de ações, entre as quais o desenvolvimento de estudos e
mapeamentos para identificação de riscos e/ou monitoramento do crescimento urbano; promoção da
cooperação institucional para uma maior eficiência da operação dos sistemas de drenagem existentes;
integração entre as atividades propostas pelo Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL e outras em
execução pela PMF, de modo a criar sinergias que resultem na melhoria da resiliência etc. Destaca-se
que estas são ações de caráter “soft”; do ponto de vista da infraestrutura, por exemplo, o Projeto está
incorporando este viés no desenho e concepção das demais intervenções (o projeto do Parque Rachel
de Queiroz, por exemplo, tem como uma de suas premissas auxiliar na drenagem e no controle de
cheias de sua área de entorno, o que fará, entre outros, pela recuperação de cerca de 9 Km de recursos
hídricos e de 120 ha de áreas degradadas) - Informatizar os serviços de licenciamento prestados pela
PMF para a melhoria na prestação de serviços ao cidadão (Fortaleza Online);

- Atualizar e modernizar o cadastro territorial de Fortaleza: A proposta do Projeto é complementar os


esforços já executados e em execução, seja pela Secretaria Municipal de Finanças (SEFIN), seja pela
SEUMA, de modo que o cadastro atual possa evoluir, no médio prazo, de um cadastro cujo fim é
fundamentalmente fiscal para um cadastro de fato multifinalitário. Um cadastro multifinalitário cumpre
plenamente (e de modo sustentável) as funções fiscal, de planejamento / ordenamento territorial e de
segurança na propriedade / posse de imóveis. A ideia é, mais que isso, direcionar os investimentos do
Projeto para tornar este cadastro uma plataforma integrada e, na medida do possível, acessível ao
público externo. Isto certamente aumentará a transparência da gestão, a qualidade dos serviços
prestados, a eficiência e a capacidade de tomada de decisão com base em dados confiáveis

- Garantir alternativas para a renovação e o financiamento da infraestrutura urbana: A renovação de


zonas degradadas, subutilizadas, mal utilizadas ou abandonadas pode, nos casos bem sucedidos,
funcionar como ferramenta essencial de transformação urbanística, ambiental e socioeconômica,
atuando como dinamizador econômico e social, e criando novas condições de trabalho, moradia,
transporte, cultura, lazer e cidadania para a população que ali vive. Pretende-se que o Projeto
FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL inclua ações nas áreas de: (i) Assistência técnica para a identificação
de Operações Urbanas Consorciadas (OUCs) e/ou demais formas de Parcerias Público-Privada (PPPs)
que promovam a valorização do território/sociedade; e (ii) Apoio ao desenvolvimento, estruturação
e/ou implementação de ações-chave no contexto de OUCs previamente identificadas (como opção
prioritária a considerar tem-se uma OUC na área do Parque Rachel de Queiroz, de modo a potencializar
a intervenção física a ser feita ali pelo Projeto e, ao mesmo tempo, ser favorecida e viabilizada por ela)
(Para informações complementares, ver item 2.7 – Projeto / Componentes, Subcomponentes de
Instrumentos de Planejamento e Negócios Urbanos).

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Outras Propostas e/ou Ações Complementares para Enfrentar os Problemas Citados

Na sequência das informações prestadas no item anterior – acerca das soluções previstas, no âmbito do
Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL, para os problemas identificados no diagnóstico –,
descrevemos, nesta seção, outras iniciativas, seja da parte do Município de Fortaleza, seja da parte do
Governo do Estado do Ceará, que complementam e/ou fortalecem a proposta apresentada. Incluem
importantes contribuições para a ordenação da ocupação urbana nos locais selecionados; para a
redução da degradação ambiental e valorização do ambiente natural e construído; para a melhoria das
condições de habitabilidade, mobilidade e segurança; e para a criação de oportunidades de emprego e
renda; entre outros. São elas:

No âmbito do Governo Estadual, podem ser citados investimentos importantes de requalificação de


áreas ambiental, urbana e socialmente degradadas, como:

(i) O de “Requalificação do Rio Maranguapinho”, implementados pela Secretaria das Cidades com
recursos do PAC. Destaca-se por situar-se na porção oeste da cidade, em área contígua à área prevista
de implantação do Parque Rachel de Queiroz. Esta conjunção amplia as sinergias e os resultados de
ambas as intervenções- No âmbito da PMF;

(ii) Projeto Sanear II – Financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e executado
pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará –Cagece, o Sanear consiste em ampliar a cobertura do
sistema de esgotamento sanitário na capital cearense para 80%, hoje entorno de 55%. O Projeto Sanear
teve início em 2006 e previu obras em vários bairros da cidade, onde muitos deles estão inseridos na
Vertente marítima e outros no parque Rachel de Queiroz. Hoje, quase 100% destes bairros já possuem a
sistema de esgotamento, porém este se encontra subutilizado por falta de interligação dos imóveis.
Desta forma, o projeto proposto vem complementar esta ação do governo do Estado trazendo inúmeros
benefícios para população e meio ambiente.

No âmbito do Governo Municipal, podemos mencionar:

(i) o “PRODETUR Fortaleza” e o Programa “Fortaleza Cidade com Futuro”, ambos financiados pela CAF e
que já se encontram em andamento, têm como objetivos o desenvolvimento do turismo sustentável e a
integração do litoral de Fortaleza, do leste ao oeste, com a cidade, melhorando a acessibilidade,
promovendo o desenvolvimento integrado e a melhoria das condições socioeconômicas da população
residente nas áreas de intervenção. O PRODETUR Fortaleza prevê ações que incluem a elaboração de
estudos de engenharia, a elaboração e execução de estudos e planos estratégicos de apoio à atividade
turística e à execução de obras de infraestrutura localizadas nas zonas norte e oeste da cidade de
Fortaleza (incluindo a orla da Praia Beira Mar, situada na Bacia da Vertente Marítima, área de atuação
do FORTALEZA SUSTENTÁVEL). O Programa “Fortaleza Cidade com Futuro” tem como finalidade integrar
o litoral de Fortaleza, do leste ao oeste, com a cidade. Prevê obras de infraestrutura para a urbanização
do Titanzinho e Serviluz, cabeamento subterrâneo na Av. Beira Mar e transversais, via paisagística da
Sabiaguaba, corredores turísticos (Bairro Praia de Iracema), corredores gastronômicos (Bairro Varjota),
reestruturação da Praça Portugal, Museu do Mar e despoluição da Orla de Fortaleza.

(ii) o “Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (TRANSFOR)”, financiado pelo Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), e em fase final de implantação. O “TRANSFOR” está fundamentado nos
conceitos de coletividade e mobilidade urbana sustentável, além da acessibilidade universal. Prioriza a

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implantação de corredores exclusivos para o transporte público e, nas vias em que atua, calçadas são
padronizadas, oferecendo maior conforto, segurança e acessibilidade para os pedestres. Com a
concretização do Programa, a PMF diminuirá o tempo das viagens, os custos do transporte e o tempo de
embarque e desembarque dos passageiros, com o objetivo de aumentar a segurança no trânsito.

(iii) o “Projeto Vila do Mar” teve início em 2007 e contou com recursos do Governo Federal através do
programa de aceleração do crescimento (PAC). Este projeto possui a finalidade social e ambiental, pois
vai recuperar uma área com graves problemas de violência, exploração sexual, ocupação irregular, falta
de saneamento básico, pobreza e acúmulo de lixo. O projeto ainda em andamento (fase II) tem como
área de atuação a orla oeste de Fortaleza e seus moradores, e tem previsão de término junho de 2016.
Um lugar abandonado à própria sorte e estigmatizado. Trata-se do ordenamento de um espaço da
cidade com sério déficit habitacional que vai beneficiar 15 mil pessoas diretamente e 150 mil,
indiretamente. O “Vila do Mar” é uma intervenção urbana voltada para o reassentamento de moradores
sem precisar deslocá-los do bairro de origem com a regularização fundiária. Com o reordamento da orla
e dos imóveis alí instalados irregularmente, muitas fontes de poluição estão sendo eliminadas,
colaborando com a melhora da qualidade de vida e balneabilidade das praias.

(iv) Requalificação da Beira Mar de Fortaleza – que será executada em duas etapas, consiste na
requalificação da orla central da cidade para revitalizar esta área tão nobre e atrativa ao turismo. O
projeto prevê a ampliação e pavimentação das vias de tráfego de veículos, estacionamentos, passeios,
ciclovias, construção de um aterro hidráulico e um espigão, tratamento paisagístico, além das
requalificações da feira de artesanatos, do Mercado dos Peixes, dos embarcadouros, da área de
manutenção de jangadas, dos quiosques e a instalação de um bonde elétrico. A primeira etapa será
financiada com recursos do Ministério do Turismo e segunda com recursos da CAF. Assim como o Vila
do Mar, a beira mar está inserida na vertente marítima, objeto do projeto águas da cidade, o qual prevê
a interligação de imóveis não interligados à rede de esgoto. Desta forma ambas as ações se
complementam para alcançar melhores índices sanitários e ambientais naquela área.

(v) Programa “Drenurb” - O Programa de Drenagem Urbana de Fortaleza executa ações para ampliação
e recuperação de sistemas de drenagem, limpeza e urbanização de lagoas, desapropriação e
reassentamento de famílias residentes em áreas de risco. O Drenurb tem também a finalidade de
contribuir para melhorar a qualidade de vida e as condições sanitárias e ambientais da população,
mediante o desenvolvimento de ações para o controle de enchentes, para a recuperação e a
preservação do meio ambiente natural e para o saneamento de bacias hidrográficas. Atuando em toda a
cidade, o Drenurb vem realizando ações de recuperação do sistema de drenagem do riacho Alagadiço e
de urbanização da lagoa do Alagadiço, ambas totalmente inseridas no parque Rachel de Queiroz, objeto
de intervenção do Fortaleza Cidade Sustentável. A proposta do Parque vem complementar as ações do
Drenurb com a urbanização de áreas antes não utilizadas, contribuindo para a sua preservação e
manutenção. Este programa, com atuação nas áreas do parque do Rachel de Queiroz, está sendo
financiado com recursos do BNDES, e se encontra em fase de finalização.

(vi) Aldeia da Praia – O projeto da prefeitura de Fortaleza, que será financiado pela CAF, tem como área
de atuação a comunidade do Titanzinho no bairro Serviluz. Este bairro se localiza entre o litoral leste e
central, estando totalmente inserida na vertente Marítima. O projeto prevê uma avenida litorânea com
drenagem e pavimentação nova, passeios padronizados e uma praça de 27 mil m². Prevê também a
reforma de mil casas e a regularização fundiária de famílias que ainda não têm a posse de suas casas e

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remoções de imóveis construídos em áreas irregulares e até em faixa de praia. Este bairro é banhado
por uma das praias mais poluídas do litoral. E é clara a relação entre poluição, ocupações irregulares,
baixo índice de interligação e renda baixa. Ambas as ações, aldeia da praia e Fortaleza Cidade
Sustentável, colaboram para a inclusão social da comunidade e para uma melhora dos índices
urbanísticos e ambientais, trazendo qualidade de vida a esta população tão excluída.

As intervenções priorizadas pelos Programas acima são principalmente voltadas às infraestruturas


físicas, que têm sido, até o momento, um importante fator de restrição para o desenvolvimento da
cidade.

1.3. MARCO DE REFERÊNCIA/ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS

O FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL prevê ações integradas nas áreas de Governança, Planejamento e
Gestão Urbana e Ambiental, bem como Recuperação do Ambiente Social, Urbano e Ambiental.

As intervenções propostas de fortalecimento da capacidade de gestão urbana e ambiental do Município


vêm ao encontro das prioridades do Governo Federal no sentido de dar apoio aos entes federados com
vistas a: (i) torná-los mais capazes de implementar as políticas setoriais formuladas pelo Governo
Federal (ex: a regulamentação dos instrumentos do Estatuto das Cidades); (ii) diminuir a sua
dependência de recursos internos, notadamente no cenário que se anuncia (ex: modernização do
cadastro, com desdobramentos sobre o aumento da arrecadação municipal); e (iii) ampliar a sua
competitividade, através da melhoria do ambiente de negócios urbanos, com claros ganhos sociais e
econômicos à população (ex: a busca de parcerias e alternativas para a renovação e para o
financiamento da infraestrutura urbana através de PPPs e/ou Operações Urbanas).

As intervenções propostas na área de saneamento buscam dar o salto necessário entre o tema do
acesso aos serviços (que tem sido objeto de massivos investimentos com recursos federais nos últimos
anos, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC) e os temas da qualidade e eficiência
na sua prestação. Às ações de redução da poluição da orla marítima de Fortaleza, com consequente
aumento de sua balneabilidade, pode-se vincular impactos positivos em áreas de prioridade do
Governo, quais sejam, a saúde pública e as oportunidades de desenvolvimento econômico local (no
caso, vinculadas ao turismo).

Destaca-se que as ações da carteira do Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL constituem parte
integrante das prioridades da PMF para o território e que, deste modo, já vinham / vêm sendo objeto de
planejamento, preparação e/ou implementação pelo Município, seja com financiamento do tesouro
municipal, seja com financiamento de outras fontes. Todas as medidas legais cabíveis foram adotadas
previamente à submissão deste pleito, entre as quais a inclusão do Projeto no Plano Plurianual do
Município (PPA 2014-2017) e na Lei Orçamentária Anual (LOA 2015).

Atualmente, o portfólio de investimentos relevantes de Fortaleza está organizado do seguinte modo:

- Com o Governo Federal (Ministério do Turismo - Mtur): Investimentos na Orla Marítima, através do
PRODETUR Nacional Fortaleza;

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- Com a Corporação Andina de Fomento (CAF): O Programa Fortaleza - Cidade com Futuro, também
focalizado na orla;

- Com o Banco Interamericano de Investimento (BID): Investimentos em Mobilidade e Sistema Viário,


através do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (TRANSFOR).

Com relação à escolha pelo financiamento externo para o Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL,
objeto desta Carta Consulta, entendemos que o cenário e o prognóstico macroeconômico e fiscal
brasileiro atuais não permitem, neste momento, a consideração de fontes internas de investimento.
Coube à PMF, diante deste contexto, aproveitar as linhas e produtos disponíveis, bem como as
vantagens comparativas das fontes financiadoras externas.

Há claro alinhamento conceitual entre o Projeto ora proposto e os objetivos estratégicos e áreas de
resultado do Banco Mundial em relação ao Brasil, conforme estratégia pactuada com o Governo
Brasileiro (CPS 2012-2015). A PMF entende, portanto, que o BIRD está em posição privilegiada para
fornecer, além do apoio financeiro, a ampla gama de serviços de assessoria técnica necessários à
preparação e implementação da operação em questão. Cabe ressaltar que a variedade e o escopo das
ações propostas nas áreas de governança, planejamento e gestão urbana e ambiental do município, por
exemplo, exigem a mobilização de técnicos e consultores com expertise em projetos e melhores práticas
em âmbito global. Para o propósito de fortalecimento da capacidade institucional da PMF e da SEUMA,
é de nosso particular interesse, ainda, que a instituição financiadora tenha condição de fazer um
acompanhamento técnico robusto, característico dos procedimentos do BIRD.

Destacamos que há uma trajetória de engajamento de longo prazo e inegável sucesso na parceria do
BIRD com o Governo do Estado do Ceará especificamente no tema de gestão de recursos hídricos e
saneamento, parte integrante do Projeto ora pleiteado. Finalmente, a instituição em questão,
diferentemente das demais, dispõe de opção para a customização dos termos do empréstimo, de modo
a melhor acomodar o perfil do Município.

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2. Projeto

2.1. Título

Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL

2.2. Título Abreviado

FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL

2.3. Mutuário

Prefeitura Municipal de Fortaleza

2.4. Tipo Operação

Operação de crédito externo

2.5. Projeto/Objetivo

Objetivo Geral

Promover a integração do ambiente natural e do ambiente construído na cidade de Fortaleza,


impactando de forma positiva na saúde ambiental e na segurança urbana da população, por meio de
investimentos estruturantes integrados em infraestrutura urbana e ambiental, e fortalecimento da
capacidade de gestão municipal.

Objetivos Específicos

- Ampliar a eficiência da rede de esgotamento sanitário instalada na Bacia da Vertente Marítima do


município, visando a melhoria da balneabilidade da orla de Fortaleza;

- Identificar e implementar soluções complementares e integradas de saneamento e recuperação


ambiental em áreas estratégicas da Bacia da Vertente Marítima e do Parque Rachel de Queiroz, que
possam, a um só tempo, ter efeito experimental e/ou demonstrativo, bem como contribuir com a
melhoria da qualidade da água (da praia, dos rios, riachos e lagoas);

- Requalificar e urbanizar áreas degradadas através da implantação de parques urbanos e praças,


conectados entre si;

- Ampliar o acesso a serviços, espaços públicos e/ou equipamentos públicos de qualidade por parte da
população diretamente afetada pelas intervenções do Projeto;

- Aumentar de forma significativa o percentual de arborização da cidade através de ações de plantio;

- Implementar ações na área de educação ambiental e gestão de resíduos sólidos, de forma a dar maior
sustentabilidade às demais ações do Projeto e a fortalecer a capacidade de atuação da SEUMA no
gerenciamento e destinação final inadequada do lixo;

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- Estruturar Células de Controle da Poluição Ambiental, de forma a promover melhoria no sistemas de


monitoramento urbano e ambiental da cidade;

- Ampliar a capacidade do município em operacionalizar suas políticas urbanas e ambientais, através da


revisão de seus instrumentos de planejamento (notadamente o Plano Diretor Participativo e as demais
legislações correlatas) e da regulamentação dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade;

- Disponibilizar à população um sistema WEB para licenciamento “online” automatizado e/ou semi-
automatizado;

- Promover a atualização e modernização do Cadastro de Fortaleza, ampliando o banco de dados


existente, possibilitando a sua integração entre as setoriais da PMF tornando-o de fato uma ferramenta
multifinalitária (para o cumprimento de objetivos fiscais, de planejamento, de administração de terras,
de transparência entre outros);

- Prospectar de quanto a receita municipal pode acrescer se os instrumentos do Estatuto da Cidade


forem bem utilizados;

- Identificar, delimitar e definir áreas prioritárias que sejam passíveis da aplicação do instrumento de
Operação Urbana Consorciada (OUC);

- Desenvolver, estruturar e/ou implementar possíveis OUCs em áreas estratégicas do município,


possibilitando, a partir de uma maior participação do setor privado no financiamento da infraestrutura
urbana e social, a requalificação, transformação e/ou dinamização de áreas degradadas, não-utilizadas
e/ou subutilizadas.

2.6. Projeto/Indicadores Preliminares

A definição de indicadores (VER ANEXO III - INDICADORES) para o Projeto constitui parte fundamental
de sua fase de preparação. A SEUMA vem trabalhando no sentido de identificar os indicadores
apropriados, de acordo com o objetivo do Projeto e com os seus diferentes componentes e
subcomponentes. A seleção dos indicadores adequados também leva em conta: (i) a disponibilidade de
informações confiáveis para definir uma linha de base robusta; (ii) a definição de uma metodologia
viável para o monitoramento; e (iii) o alinhamento com os procedimentos e sistemas de monitoramento
existentes na PMF.

A tabela de indicadores apresenta uma lista preliminar de indicadores, linhas de base e metas, que
serão revistos e ajustados durante a preparação do Projeto, à medida que os estudos e projetos
setoriais específicos avancem. Também durante a preparação se desenvolverá a matriz específica de
monitoramento e resultados, que deverá complementar e fortalecer o sistema de monitoramento já
existente dentro da PMF. É importante ressaltar que a SEUMA é o órgão responsável pelo planejamento
e controle do ambiente natural e do ambiente construído da cidade. Portanto, tem sólida experiência no
monitoramento dos indicadores propostos ou similares.

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2.7. Projeto/Componentes /Subcomponentes

A operação pretendida organiza-se em torno de três componentes: Componente I – Recuperação do


Ambiente Social, Urbano e Ambiental; Componente II – Governança, Planejamento e Gestão Urbana e
Ambiental; e Componente III – Gestão do Programa. O Componente I é constituído pelos
Subcomponentes 1.1 Águas da Cidade, 1.2 Rede de Sistemas Naturais e 1.3 Reciclando Atitudes, com 12
produtos distribuídos entre eles. O Componente II – Governança, Planejamento e Gestão Urbana e
Ambiental contempla os Subcomponentes 2.1 Instrumentos de Planejamento e Controle Urbano e
Ambiental, com 02 produtos, e 2.2. Oportunidades de Negócios Urbanos, com 03 produtos. Por fim, o
Componente III trata do Apoio à Gestão do Programa (supervisão de obras, auditoria externa e apoio à
UGP). VER ANEXO IV – COMPONENTES E CRONOGRAMA DE FINANCIAMENTO.

C - RECUPERAÇÃO DO AMBIENTE SOCIAL, URBANO E AMBIENTAL

Com custos estimados de US$ 106.200.000,00, cerca de 72% do valor do Projeto, este Componente tem
como objetivo a implantação dos Subcomponentes Águas da Cidade, Rede de Sistemas Naturais e
Reciclando Atitudes, por meio de ligações e tratamento na rede de esgoto, recuperação de corpos
hídricos, gestão integrada de resíduos sólidos, requalificação de sistema de parques e áreas verdes
públicas, melhorias no sistema de drenagem urbana, dentre outros.

S - Águas da Cidade

O Subcomponente Águas da Cidade tem por objetivo principal a recuperação e despoluição dos recursos
hídricos de Fortaleza, visando a melhoria da balneabilidade de suas praias ao longo dos 25 Km de Orla.
Deverá tratar especificamente dos corpos hídricos que compõem a Bacia da Vertente Marítima e os que
se encontram nos bairros de influência da área do Parque Rachel de Queiroz.

Destaque-se que os Produtos deste Subcomponente não possuem um fim em sim mesmos; são
conectados e interdependentes para o alcance do resultado esperado – melhoria da balneabilidade da
orla de Fortaleza. Com ações focadas em áreas estratégicas e mais carentes de Fortaleza, o Águas da
Cidade devolverá à cidade praias mais limpas e promoverá a revitalização dos corpos hídricos
juntamente com a melhoria das condições sanitárias nos bairros contemplados. São 5(cinco) os
Produtos deste Subcomponente:

• Sistema de esgotamento sanitário (cobertura e conexões à rede) - "Ligado na Rede";


• Captação de drenagem a tempo seco;
• Recuperação dos recursos hídricos;
• Plano Diretor de Drenagem; e
• Vídeoinspeção robotizada das galeria de drenagem.
• Melhoramento de assentamentos subnormais, incluindo investimento em infraestrutura básica.

Nesse Subcomponente, os Produtos de captação de drenagem a tempo seco, recuperação dos recursos
hídricos, Plano Diretor de Drenagem e vídeoinspeção robotizada das galeria de drenagem são em partes
contrapartidas da Prefeitura Municipal de Fortaleza - PMF.

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P - Sistema de Esgotamento Sanitário (cobertura e conexões à rede) - "Ligado na Rede"


Ao longo das últimas décadas muito foi realizado em Fortaleza no que refere a cobertura de rede de
esgoto. Porém, embora haja áreas na cidade que dispõem de praticamente 100% de cobertura com
sistema de esgoto (redes coletoras, coletores troncos, interceptores, estações elevatórias, uma estação
de pré-condicionamento, emissário terrestre e emissário submarino) - como é o caso da Bacia da
Vertente Marítima -, ainda há um número significativo de conexões intradomiciliares não interligadas a
esse sistema. Nesses casos, os domicílios não interligados estão na maioria dos casos ligados de forma
clandestina às galerias de águas pluviais ou são atendidos por fossas, causando prejuízos ao meio
ambiente (poluindo os corpos hídricos) e ao sistema de coleta de esgoto.

No âmbito do Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL está prevista a execução de interligações à


rede nas áreas da Bacia da Vertente Marítima e do Parque Rachel de Queiroz. A primeira por ser uma
área que possui influência direta das praias as quais possuem os piores índices de balneabilidade (litoral
oeste). E, a segunda por representar complementariedade ao projeto de intervenção previsto para a
área do Parque, urbanística e de revitalização. Estas ações estão inseridas em algumas das zonas de
ocupação mais antiga da cidade de Fortaleza, de grande densidade populacional e com população de
renda mais baixa, localizada no extremo oeste e leste e noroeste (VER ANEXO V – MAPA ÁREAS DE
INTERVENÇÃO).

No último estudo realizado pela SEUMA foram levantados 30 mil imóveis não interligados à rede de
esgoto (16 mil na Vertente Marítima e 14 mil nos bairros do Parque Rachel de Queiroz), embora já
esteja disponível e em operação. Logo, estes efluentes estão sendo lançados clandestinamente nas
galerias pluviais, nos logradouros públicos ou no solo através de fossas causando prejuízos, em especial
às praias.

As interligações serão totalmente subsidiadas pela Prefeitura Municipal de Fortaleza. Porém, apenas
serão beneficiados os imóveis classificados como renda baixa, o que segundo levantamento
corresponde à 83% da totalidade (25 mil imóveis) e os demais serão visitados pelas equipes da Seuma e
da Cagece para um trabalho de educação ambiental e coercitivo. Esta atuação da fiscalização da PMF,
através da SEUMA, também representará uma importante ferramenta no incentivo às interligações.
Atualmente, a PMF possui um convênio específico com a CAGECE que viabiliza fiscalizações diárias nos
imóveis não interligados. Constatado a não interligação dos imóveis é lavrado auto de constatação com
valor de notificação e comparecimento. O não comparecimento ou a não interligação enseja a lavrado
do auto de infração.

Para essa ação é esperada uma taxa de adesão mínima de 70% do total dos imóveis (30 mil) ao Projeto,
ou seja, 21 mil imóveis em um prazo mínimo de 4 anos e no máximo 6 anos. A efetivação das
interligações à rede de esgoto destinará corretamente mais de 10,5 milhões de litros de esgoto por dia,
os quais são lançados no meio ambiente. A eliminação desta fonte de poluição trará inúmeros
benefícios à cidade e a saúde da população com bairros mais salubres, parques, lagoas, rios e praias
mais balneáveis.

Além das obras de ligação intradomiciliares dos imóveis previamente identificados como não
interligados à rede pública de esgoto disponível e em operação, este Produto contempla um trabalho
robusto de sensibilização da comunidade a ser beneficiada, educação ambiental e acompanhamento
social da execução, trabalho este voltado para ampliar o impacto e a sustentabilidade da ação. Trata-se,

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portanto, de parceria inovadora entre a PMF e a CAGECE, que reúnem, desde já, esforços técnicos e de
coordenação institucional para a preparação e o futuro sucesso desta operação.

P - Captação de Drenagem a Tempo Seco


Diversas pesquisas no litoral brasileiro têm demonstrado que as galerias pluviais das áreas urbanas são
uma das principais fontes de contaminação microbiana das águas de superfície, responsáveis, portanto,
por uma parcela significativa da poluição das águas costeiras. A principal origem da contaminação
destas galerias são as ligações clandestinas de esgoto sanitário. Partindo da premissa de que no período
seco a água que drena pelas galerias pluviais é constituída predominantemente de esgoto de origem
clandestina, o sistema de Captação de Drenagem a Tempo Seco é uma alternativa que busca reduzir o
lançamento dessas águas contaminadas em lagoas, rios, baías e orlas das praias em períodos secos.

A Captação consiste em interceptação dos efluentes das galerias pluviais por meio da instalação de uma
caixa (módulo), a qual realiza o seu tratamento in loco, deixando o efluente final com qualidade de
recreação de contato primário (Classe 2, art. 4º, inc. III da Resolução Nº 357 do CONAMA). Este efluente
pode ser lançado no meio ambiente ou ser armazenado para o seu reuso, evitando assim que estas
águas contaminadas alcancem a orla marítima.

Com base em levantamentos em campo e análises de boletins de balneabilidade das praias realizados
nos últimos 5 anos pela Superintendência do Meio Ambiente do Estado do Ceará -(SEMACE), foram
identificadas e selecionadas 6 (seis) galerias ao longo da Bacia da Vertente Marítima para receber o
equipamento. São elas: Galeria do Farol, Galeria do Mercado do Peixe da Beira Mar, Galeria da Feira da
Beira Mar, Galeria da Rua João Cordeiro, Galeria do Kartódromo e Galeria Álvaro de Alencar. Desde já a
SEUMA e a CAGECE empreendem esforços técnicos de validação destas informações e de concepção e
detalhamento deste Produto através de uma modelagem de poluição, em fase de elaboração.

Importante ressaltar que a Captação de Drenagem a Tempo Seco é uma ação temporária, que
complementa o Produto anterior ("Ligado na Rede"), pois intercepta os efluentes de fontes difusas de
poluição não combatidas pela ação anterior. Quando da total efetivação das ligações intradomiciliares
não haverá mais esgotos nas galerias. Desta forma, espera-se a eliminação por completo das fontes de
poluição pelas galerias que chegam às praias, permitindo a recuperação natural da orla e a melhoria
seus índices de balneabilidade.

Para concretização dessa ação estão previstos os serviços de instalação destes equipamentos e a sua
completa operação.

P - Recuperação de Recursos Hídricos

Em Fortaleza, há aproximadamente 6 (seis) rios e riachos (Rio Cocó, Riacho Maceió, Riacho Pajeú, Riacho
Jacarecanga, Riacho Seis Companheiros e Riacho Floresta) que afluem para a orla trazendo consigo todo
o material orgânico, resíduos e esgotos clandestinamente lançados em seus cursos, e contribuindo,
assim, de forma significativa para a diminuição da balneabilidade das praias. Estudos de modelagens
realizados nos últimos anos por instituições de ensino superior apontam os rios e riachos como uma
grande fonte de poluição das praias.

Ao longo destes corpos hídricos há, ainda, áreas de preservação ocupadas irregularmente, onde a rede
de esgoto não está instalada; ou seja, os imóveis lançam seus efluentes diretamente no solo e/ou no

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próprio recurso hídrico. Este Produto engloba um conjunto de ações e intervenções que visam a
recuperação da área de preservação através do replantio da mata ciliar e da instalação de sistemas de
tratamento de água ao longo dos recursos hídricos, de forma a devolver-lhes a qualidade Classe 2 e os
parâmetros físico-químicos adequados à manutenção da biota aquática. Os serviços incluem a
instalação de equipamentos e a sua completa operação.

Com base nos critérios de potencial poluidor e proximidade com as praias mais impróprias para banho,
foram selecionados quatro riachos, que serão alvo das intervenções. São eles: Riacho Maceió, Riacho
Jacarecanga, Riacho Seis Companheiros e Riacho Floresta.

Entende-se que estas intervenções constituem solução subsidiária e complementar às demais que estão
sendo propostas na área de saneamento. Restando, ao meio ambiente, a degradação do passivo
ambiental, e em curto prazo reestabelecer a balneabilidade da orla.

P – Plano Diretor de Drenagem Urbana de Fortaleza

O Plano Diretor de Drenagem de Fortaleza é um instrumento que permitirá: (i) que se realize um
diagnóstico dos problemas de macrodrenagem nas bacias hidrográficas que fazem parte do município e
das múltiplas consequências para o meio ambiente e para a dinâmica dos recursos hídricos causadas,
principalmente, pelo acelerado aumento dos índices de impermeabilização do solo; (ii) a construção de
cenários prognósticos; e (iii) com base nos referidos cenários, a definição de investimentos, projetos e
ações necessários para o enfrentamento desta questão, no curto, médio e longo prazos.

O Plano Diretor de Drenagem Urbana de Fortaleza, a ser desenvolvido por uma empresa de consultoria
especializada a ser contratada, constituirá contrapartida do Município ao Projeto FORTALEZA CIDADE
SUSTENTÁVEL. O status atual da ação, a ser realizada num período de 18 meses, é a revisão do termo de
referência.

P – Vídeo inspeção das Galerias de Águas Pluviais

As ligações clandestinas de esgotos nas galerias de águas pluviais são de fato um dos grandes poluidores
dos recursos hídricos da cidade de Fortaleza. Por se tratarem de ambientes muitas vezes confinados e
insalubres e por demandarem inspeção minuciosa, as galerias devem ser inspecionadas por robôs e não
por seres humanos.

Com aproximadamente 125 Km de galerias, a Bacia da Vertente Marítima será o foco desta ação.
Visando resultados mais rápidos, serão priorizadas as galerias que constituem as chamadas “línguas
negras” (grandes vazões de esgotos na praia); na sequência serão inspecionadas as demais, até que toda
a rede existente seja coberta.

Destaca-se que a Vídeo inspeção das galerias de águas pluviais atuará a jusante dos quatro riachos que
serão alvo das intervenções do Produto de Recuperação dos Recursos Hídricos, escolha feita para
garantir que se eliminem as causas da poluição. Todos os imóveis poluidores serão identificados,
promovendo assim a eliminação de aproximadamente 4 mil ligações clandestinas na Vertente Marítima
e, consequentemente, a melhora na balneabilidade da Orla.

Este Produto envolve a execução de serviços de vídeo inspeção robotizada das galerias pluviais, com o
objetivo de identificar anomalias no sistema, tais como obstruções na rede, estruturas danificadas e,

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principalmente, ligações clandestinas de esgotos. Após a identificação, serão gerados relatórios com
vídeos, fotos e georeferenciamento de cada anomalia e/ou ligação clandestina encontrada. Desta
forma, o trabalho de fiscalização e autuação realizado pela SEUMA, bem como o tamponamento da
ligação clandestina, será mais preciso e extremamente otimizado.

P – Melhoramento de Assentamentos Subnormais

Consiste em intervenções de melhorias nos imóveis que não serão removidos no projeto vila do mar,
dando prioridade ao esgotamento sanitário e banheiro. É uma ação em parceria com Cagece, e é
disponibilizado 4.000 reais para cada imóvel. A fonte é a 181 CAIXA ECONOMICA FEDERAL e se encontra
em andamento.

Além de contemplar investimentos em infraestrutura (saneamento e habitação) o projeto prevê


também o desenvolvimento de trabalho social com comunidades de baixa renda (especialmente com a
promoção de ações de apoio aos jovens).

As ações de Melhoramento de Assentamentos Subnormais têm por objetivo melhorar as condições


ambientais da população, especificamente na região noroeste de Fortaleza, na Bacia da Vertente
Marítima.

Este produto será complementar à outras ações previstas no Águas da Cidade no âmbito do FORTALEZA
CIDADE SUSTENTÁVEL (recuperação de corpos hídricos, intervenções associadas a saneamento e
trabalho social associados).

Destaca-se que a população residente nas áreas afetadas pelo Projeto será beneficiada com ações de
inclusão social, promoção da melhoria da qualidade de vida e aproximação com o meio ambiente
natural (ex: educação ambiental, capacitações e treinamentos relacionados à manutenção do meio
ambiente e áreas verdes). Trata-se, portanto, de projeto complexo, que deverá requerer um intenso
trabalho de gestão social com a comunidade afetada. Ele servirá como referência para outras áreas da
cidade.

S – Rede de Sistemas Naturais

O Subcomponente Rede de Sistemas Naturais tem como principal objetivo permitir a integração entre o
meio ambiente construído e o natural, visando a melhoria da qualidade de vida dos habitantes de
Fortaleza através da revitalização e ampliação de áreas verdes no município.

Com metas integrantes da Política Ambiental de Fortaleza e previstas no Plano Plurianual Participativo –
PPP (2014-2017) do Município, esse Subcomponente é composto pelos seguintes Produtos:

• Projeto e Execução do Parque Linear Rachel de Queiroz;


• Projeto de Requalificação dos Parques Urbanos Adahil Barreto e Parreão;
• Projetos de Infraestrutura Urbana para os Parques;
• Projetos e Execução de Espaços Públicos; e
• Execução do Plano de Arborização.

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Os Produtos deste Subcomponente incluem a elaboração de projetos executivos de urbanização,


paisagismo, arquitetura e complementares de vários parques de Fortaleza, bem como a execução da
obra específica do Parque Rachel de Queiroz, inscrita na área geográfica de atuação do Projeto.
Também estão contemplados os projetos de infraestrutura urbana e de espaços públicos que visam
contribuir para a efetivação de uma rede de sistemas naturais e a execução do Plano de Arborização,
instrumento de planejamento das ações de arborização na cidade de Fortaleza.

Nesse Subcomponente os Produtos Elaboração de Projeto dos Parques Urbanos Adahil Barreto e
Parreão, Elaboração de Projetos de Infraestrutura Urbana para os Parques, Elaboração de Projetos e
Execução de Espaços Públicos e Execução do Plano de Arborização são contrapartidas da PMF ao Projeto
FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL.

P - Projeto e Execução Parque Linear Rachel de Queiroz

O Parque Rachel de Queiroz, criado e regulamentado em janeiro de 2014, tem área aproximada de
134,7 ha, e se estende por 14 bairros - Monte Castelo, Alagadiço/ São Gerardo, Parquelândia, Amadeu
Furtado, Villa Ellery, Presidente Kennedy, Pici, Bela Vista, Padre Andrade, Antônio Bezerra, Dom Lustosa,
Henrique Jorge, Autran Nunes e Genibaú. Além destes, também influencia outros 8 bairros da região -
Álvaro Weyne, Carlito Pamplona, Couto Fernandes, Jóquei Clube, Panamericano, Parque Araxá, Rodolfo
Teófilo e Quintino Cunha.

Com extensão linear aproximada de 10 Km, caracteriza-se como parque linear, englobando recursos
hídricos, como os Açudes João Lopes e Santo Anastácio e os Riachos Cachoeirinha e Alagadiço. Essa
região caracteriza-se por ser uma área densamente urbanizada, com pouquíssimas alternativas públicas
de lazer urbano e ocupações inadequadas em áreas ambientalmente protegidas (VER ANEXO VI – MAPA
PARQUE RACHEL DE QUEIROZ).

O Projeto do Parque Rachel de Queiroz tem como proposta (i) Beneficiar um contingente populacional
de aproximadamente 420 mil habitantes, contribuindo para a criação de novas opções de lazer, em
especial aquelas ligadas ao usufruto do meio natural; (ii) Contribuir com o aumento do percentual de
áreas verdes e espaços públicos de Fortaleza, notadamente da zona oeste da cidade; (iii) Ampliar a
eficiência do sistema de drenagem e possibilitar a recuperação ambiental dos recursos hídricos inseridos
nesta porção da cidade; e (iv) Promover o resgate de glebas não utilizadas, devolutas, desconexas ou
"escondidas" no tecido urbano, cumprindo assim a sua função social e ambiental.

Atualmente, o projeto executivo - que contempla intervenções urbanísticas e ambientais diversas, como
passeios, pista de corrida, parquinho, trilhas, paisagismo, iluminação pública, sinalização, mobiliário
urbano e recuperação de recursos hídricos e áreas verdes - encontra-se em processo de elaboração pela
PMF (recursos de contrapartida). O prazo previsto para finalização é final de setembro de 2015. Após a
sua conclusão, será executada, também, e no âmbito do Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL, a
obra de implantação do Parque Rachel de Queiroz, ainda.

A PMF e a SEUMA estão tomando todos os cuidados para garantir a viabilidade técnica e financeira, a
sustentabilidade e o impacto social desta intervenção. Sobre isso, destaca-se, por exemplo, que toda a
extensão do Parque está sendo projetada e será executada por trechos, complementares, mas
autônomos entre si, definidos a partir de critérios diversos, entre os quais tipologia e complexidade da
intervenção, necessidade de expropriação e/ou reassentamento involuntário e impacto social esperado.

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A ideia é que a execução possa se dar em fases, não ficando comprometida, seja por eventuais
intercorrências relativas a disponibilidade de recursos, seja pelo horizonte de implementação do Projeto
FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL propriamente dito.

Também é premissa da PMF que o projeto reflita de modo muito claro as demandas e necessidades
históricas da população daquela área, para que esta possa se sentir não apenas beneficiada, mas
também co-responsabilizada pela manutenção futura deste ativo. Para tanto, até o momento já foram
realizadas 04 consultas públicas do projeto do Parque Rachel de Queiroz, oportunidades em que a
comunidade se posicionou sobre temas como: (i)delimitação oficial do parque; (ii) fiscalização nas áreas
de preservação ambiental; (iii) uso de espécies nativas para arborização; (iv) os tipos de equipamentos
esportivos; (v) iluminação pública e segurança; (vi) gestão dos resíduos e limpeza dos pontos
clandestinos de lixo no parque e; (vii) remediação dos impactos ambientais causados por projetos
anteriores de drenagem (canalização de riachos).

A execução do Parque também envolverá um robusto trabalho social com as comunidades localizadas
no seu entorno, em coordenação com os objetivos complementares já descritos no âmbito dos
Subcomponentes Águas da Cidades e Reciclando Atitudes.

Para a implantação do parque linear será necessário indenizações e o reassentamentos de famílias que
se encontram em zonas de proteção ambiental (ZPA) ou Áreas de proteção ambiental (ZPA). Foi
identificado o mínimo necessário de indenização e reassentamento, com o objetivo de minimizar os
impactos na população residente e para se alcançar a linearidade do parque. Porém, a poligonal do
parque Rachel de Queiroz ainda não foi definida, o que dificulta a identificação do número exato de
afetados. Serão ofertadas várias alternativas como forma de indenização. Em especial podemos citar a
modalidade direito de construir e outorga onerosa, que é uma das alternativas de indenização proposta
aos grandes proprietários de áreas localizadas em zonas de proteção ambiental, onde não se permite
edificação. As outras modalidades adequadas à situação socioeconômicas das famílias afetadas serão
ofertadas / negociadas de acordo com as política de reassentamento involuntário do banco mundial. Foi
realizado um levantamento preliminar da necessidade de reassentamento por trecho do parque (VER
ANEXO VII – DESAPROPRIAÇÃO E ANEXO V – RACHEL DE QUEIROZ).

Finalmente, e ainda no que diz respeito à sustentabilidade das intervenções a serem executadas,
notadamente os aspectos de operação e manutenção futura dos espaços do Parque (jardins, praças
etc.), a SEUMA já se adiantou e (i) incluiu trechos específicos de sua extensão no Programa Municipal de
Adoção de Áreas Públicas1; e (ii) iniciou tratativas com a Universidade Federal do Ceará (na qual se
insere um dos trechos do Parque) e com a Coordenadoria da Juventude, neste caso para viabilizar
parcerias a serem formalizadas mais adiante, durante a preparação do Projeto. Estas parcerias
envolverão não apenas aspectos de financiamento, mas também aspectos de coordenação de
atividades para ganhos de escala e sinergias (ex: quanto aos tema do combate à violência).

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Desde sua implementação, em tal data, este programa vem demonstrando resultados expressivos. O trecho já
adotado no Parque Rachel de Queiroz é o trecho tal...

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P - Projeto de Requalificação dos Parques Urbanos Adahil Barreto e Parreão

O Parque Adahil Barreto tem área aproximada de 37 ha e vive atualmente um momento de extrema
vulnerabilidade. Apesar de sua riqueza ambiental e de seu paisagismo natural exuberante
permanecerem preservados, todos os equipamentos e infraestruturas existentes se encontram em
processo de deterioração.

Sendo assim, o Projeto de Requalificação deste Parque se justifica pelas condições de precariedade
observadas em seu território, que desestimulam a sua utilização para fins de lazer urbano, promovendo
o seu esvaziamento e insegurança. Destaca-se que este Parque se insere numa região administrativa
(regional II) com cerca de 21 bairros, onde moram aproximadamente 325 mil habitantes, tanto em
zonas de grande adensamento comercial e de serviços, como em áreas de risco. O Adahil Barreto é um
pequeno trecho do ecossistema relacionado ao rio Cocó onde se encontra o Parque Estadual do Cocó,
formando um complexo maior de áreas verdes.

Este Projeto busca consolidar o Parque como opção de lazer urbano de qualidade, tanto para os
moradores do entorno, quanto para Fortaleza como um todo, bem como torná-lo um atrativo turístico
da cidade. Para tanto, estão previstos a elaboração de projetos de urbanização (passeios, pista de
corrida, parquinho, trilhas, iluminação pública, sinalização, mobiliário urbano, entre outros), arquitetura
(Centro de Referência em Educação Ambiental de Fortaleza), paisagismo e estudos ambientais.
Atualmente, o projeto executivo encontra-se em processo final de licitação, com prazo para contratação
ainda em 2015. O prazo para a elaboração do Projeto Executivo são de 6 (seis) meses.

O Parque Parreão está inserido numa região administrativa (regional IV) com cerca de 19 bairros, onde
moram aproximadamente 305 mil habitantes. Assim como o Parque Adahil Barreto, encontra-se em
condições precárias, limitando o lazer urbano de toda a população da região e conduzindo-o a um
esvaziamento estimulado pela crescente sensação de insegurança por quem o frequenta. O parque
Parreão, diferentemento do Adahil Barreto, é de menor porte tendo como área de influência direta
apenas o bairro Parreão.

Localizado em uma zona de grande adensamento comercial e de serviços, como também residencial, o
Projeto de Requalificação do Parque Parreão permitirá não só a revitalização de uma área verde de
Fortaleza, como também novas possibilidade de lazer urbano com qualidade, melhorando tanto os
aspectos urbanísticos, quanto os ambientais. Estão previstos projetos executivos de urbanização,
paisagismo e estudos ambientais. O projeto executivo de Revitalização do Parque Parreão encontra-se
em processo final de licitação, com prazo para contratação ainda em 2015. O prazo para a elaboração
do Projeto é de 6 (seis) meses.

Ambos os projetos acima constituirão contrapartida da PMF ao Projeto FORTALEZA CIDADE


SUSTENTÁVEL.

P - Projetos de Infraestrutura Urbana para os Parques

Para uma adequada implantação dos Parques (Rachel de Queiroz, Adahil Barreto e Parreão) na estrutura
urbana existente do município, torna-se necessário prever recursos financeiros no âmbito do
“FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL” para a criação de um banco de projetos complementares de
infraestrutura, nas áreas de sistema viário, saneamento (incluindo drenagem), iluminação pública,

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sinalização, entre outras. A identificação desses projetos se dará no decorrer da elaboração dos projetos
executivos dos citados Parques.

P - Projetos e Execução de Espaços Públicos

Para que a rede de sistema natural seja efetivada em Fortaleza, faz necessário, além da criação e
revitalização de Parque Urbanos, a ampliação das áreas verdes do município como um todo. Nesse
sentido, este produto prevê a elaboração e execução de projetos para ampliação de diversas áreas
verdes públicas do município, como praças, entorno de lagoas, vias e canteiros, jardins urbanos, dentre
outros.

A SEUMA dispõe de levantamentos e diagnósticos dessas áreas, o que gerou um banco de dados com
espaços públicos prioritários para a execução de projetos e intervenções de melhorias ambientais e
urbanísticas. O Produto Projetos e Execução de Espaços Públicos tem por objetivo garantir recursos
financeiros necessários para o incremento das áreas verdes públicas da cidade com base nesse banco de
dados.

P - Plano de Arborização

O Plano de Arborização é um instrumento de planejamento elaborado pela SEUMA para a execução das
ações de arborização pela PMF. Possui caráter participativo e sua execução deverá ser realizada de
maneira integrada entre os órgãos da Prefeitura.

Nele estão estabelecidas metas de curto, médio e longo prazos. No âmbito do Projeto “FORTALEZA
CIDADE SUSTENTÁVEL”, serão executadas ações de curto e médio prazo, a saber: o plantio de 35 mil e
de 100 mil árvores, respectivamente. O principal objetivo a ser atingido é chegar a uma cobertura
vegetal superior a 15m²/habitante, a longo prazo.

Além das ações de plantio, está contemplada também a elaboração do Inventário Arbóreo de Fortaleza,
a ser desenvolvido através de uma consultoria especializada no âmbito do “FORTALEZA CIDADE
SUSTENTÁVEL”.

O projetos acima constituirá contrapartida da PMF ao Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL.

S - Reciclando Atitudes

A proposta do Subcomponente “Reciclando Atitudes” tem como objetivo principal, no âmbito das
atribuições concernentes à SEUMA, a melhoria da condição ambiental da população de Fortaleza, em
especial a da mais carente, com foco prioritário sobre as áreas geográficas de atuação do FORTALEZA
CIDADE SUSTENTÁVEL - a Bacia da Vertente Marítima e o Parque Rachel de Queiroz. Para tanto, trata a
questão da gestão adequada dos resíduos sólidos através de ações de educação socioambiental –
sensibilização, formação e fiscalização da população – e também da instalação de equipamentos
necessários para a melhoria do gerenciamento.

P – Ações Integradas em Resíduos Sólidos

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As Ações Integradas em Resíduos Sólidos visam minimizar as problemáticas resultantes do mau


gerenciamento e destinação final inadequada do lixo, através do estímulo e promoção de ações na área
de educação ambiental e gestão de resíduos.

Para tanto, estão previstos no âmbito do FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL a aquisição e instalação dos
seguintes equipamentos públicos de apoio ao gerenciamento de resíduos:

• Construção de 2 (dois) Centros de Triagem de Resíduos Sólidos (CTRS) de grande porte: os


centros de triagem de recicláveis, com área aproximada de 500m², serão locais de captação e
pontos de entrega de materiais recicláveis disponibilizados pela PMF para a população, em
parceria com catadores organizados em cooperativas ou associações;
• Construção de 10 (dez) Ecopontos (pontos para recebimento gratuito de resíduos de pequenos
geradores em localizações estratégicas): estruturas públicas de aproximadamente 200m² de
área construída preparadas para receber resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis e serem
pontos de transbordo para centros de triagem e também ambientes para práticas de educação
ambiental. Os ecopontos funcionarão também como gerências das Zonas Geradoras de Lixo
(ZGL) do Município, facilitando assim o controle do quantitativo de entrada e saída de
recicláveis;
• Instalação de Pontos de Entrega Voluntária (PEV’s - unidades móveis para o recebimento de
recicláveis): estruturas em fibra de vidro com aproximadamente 6m³ para o recebimento
somente de recicláveis. Serão distribuídas em supermercados, igrejas, escolas, terminais de
ônibus, entre outros equipamentos públicos ou particulares com grande fluxo de pessoas.
Semanalmente, o material coletado será retirado pela concessionária de limpeza ou de acordo
com a demanda e enviado às cooperativas e associações de catadores;
• Aquisição de ecobikes para otimizar a coleta de recicláveis pelos catadores associados e
regularizados pela Prefeitura: 20 bicicletas do tipo triciclo adaptadas para coleta de resíduos
recicláveis com carroceria aberta com capacidade para 150 kg. O catador poderá chegar a
dobrar a quantidade de materiais recicláveis recolhidos em apenas um dia de trabalho. Estas
bicicletas percorrerão o entorno dos centros de triagem, em um raio de abrangência de
aproximadamente 4 Km. Para o monitoramento e controle periódico do quantitativo dos
veículos, os mesmos serão cadastrados na SEUMA; serão, ainda, vinculados financeiramente aos
CTRs;
• Instalação de 10 câmeras de vídeo monitoramento em locais estratégicos da cidade para
flagrante de disposição irregular de resíduos (áreas verdes, corpos hídricos, áreas institucionais).

Além da instalação dos equipamentos descriminados acima, estão previstas neste Produto a elaboração
de um Plano de Comunicação para sensibilização da população, Ações de Educação Ambiental e a
elaboração da Política de Resíduos do Município de Fortaleza.

Para o Plano de Comunicação, serão utilizados meios de comunicação, como relógios digitais da
Prefeitura de Fortaleza, cartazes e busdoor em ônibus da rede municipal, spots de rádio e televisão,
além de elemídias nos terminais de ônibus e outros espaços.

Atualmente, a SEUMA já tem um trabalho contínuo de educação ambiental com a população e


capacitação e treinamento profissionalizante para agentes multiplicadores. No âmbito do FORTALEZA
CIDADE SUSTENTÁVEL essa ação será intensificada através de cursos de formação em educação

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ambiental, que terão como foco o incentivo à segregação do lixo e ações de limpeza (a exemplo dos
mutirões) nas ruas do bairro e nos riachos situados na Bacia da Vertente Marítima e parque Rachel de
Queiroz. Além disso, haverá a elaboração de uma cartilha educativa específica contextualizando a
realidade local das áreas beneficiadas pelo projeto.

O público-alvo dos cursos de formação serão os moradores residentes da área, catadores de materiais
recicláveis, líderes comunitários e agentes comunitários de saúde lotados nas áreas abrangidas pelo
Projeto.

C - GOVERNANÇA, PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANA E AMBIENTAL

No Componente de Governança, Planejamento e Gestão Urbana e Ambiental, que tem custos estimados
de US$34.200.000,00, aproximadamente 23% do total do Projeto, destacam-se a Assistência Técnica e
Fortalecimento Institucional da Gestão Pública, que incluem ações, entre outras, nas áreas de
planejamento, gestão e monitoramento urbano e ambiental; melhoria dos negócios urbanos; e
alternativas para o financiamento da infraestrutura urbana.

S – INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE URBANO E AMBIENTAL

Neste Subcomponente, todos os Produtos integram contrapartidas (já em fase adiantada de preparação
e/ou execução) da PMF ao Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL.

P - Estruturação das Células de Controle da Poluição Ambiental

Tendo em vista a ausência de instrumentos adequados para a fiscalização, o monitoramento e o


controle dos diversos tipos de poluição ambiental, surgiu a necessidade de Estruturação das Células de
Controle da Poluição Ambiental. Esta ação prevê capacitação de servidores, aquisição de veículos,
ferramentas específicas (desde instrumentos de aferição da poluição a equipamentos de informática) e
prestação de assessoria ambiental (incluindo, por exemplo, medições e exames laboratoriais para a
aferição da emissão de poluentes diversos – atmosféricos, poluição sonora, visual e resíduos) para
possibilitar o exercício adequado e uma maior eficiência, por parte da SEUMA, na condução das
atividades de fiscalização e controle ambiental.

Também será feita a divulgação dos resultados para subsidiar campanhas de conscientização sobre as
ações de combate à poluição ambiental que venham a contribuir para a construção de novas políticas de
combate a este tipo de poluição.

Um dos instrumentos a serem adquiridos é destinado ao controle da poluição atmosférica. Trata-se da


implantação de uma Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar (formada por 04
estações), equipamento que será capaz de gerar informações hoje não disponíveis no município. Além
da aquisição, serão contratados os serviços de instalação e manutenção dos equipamentos, bem como
de monitoramento diário, que inclui a validação e envio dos dados para uma central única a ser
instalada na SEUMA, tendo transmissão em tempo real de como está a qualidade do ar nos locais das
estações através do site da SEUMA.

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Em média, a SEUMA recebe cerca de 60 denúncias por mês referentes a poluição atmosférica emitida
por fontes fixas (estabelecimentos comerciais, fábricas e indústrias). Adicionalmente, Fortaleza, por ser
um grande centro urbano, é um potencial poluidor por fontes móveis (veículos do Ciclo Diesel e do Ciclo
Otto – gasolina e álcool).

Serão instaladas em pontos estratégicos da cidade (pré-determinados por estudos específicos realizados
em Fortaleza em 2014) 03 (três) estações fixas de monitoramento da qualidade do ar; a quarta estação
será móvel. O foco desse monitoramento será em grandes avenidas com trânsito intenso de veículos,
tendo em vista que cerca de 70% da poluição atmosférica produzida em Fortaleza provém de fontes
móveis.

O resultado esperado é um Diagnóstico da Qualidade do Ar no Município de Fortaleza, que subsidiará a


tomada de decisões políticas e ambientais acerca de medidas preventivas e/ou mitigadoras da poluição,
melhorando assim, no médio e longo prazo, a qualidade do ar que respiramos.

Outra aquisição - neste caso para controle da poluição sonora - é a Carta Acústica de Fortaleza, uma
representação espacial dos indicadores do ambiente sonoro, que se revela ferramenta essencial de
diagnóstico e de definição de estratégias para o controle deste tipo de poluição. A Carta Acústica
pretende ser um instrumento para a redução da poluição sonora, para a melhoria da qualidade do
ambiente sonoro do Município e, portanto, para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Este
projeto tem como objetivos: identificar as principais fontes de ruído responsáveis pela perturbação do
ambiente sonoro no espaço municipal; analisar em pormenor as áreas urbanas, identificando
contribuições de fontes sonoras individualizadas; e integrar as informações constantes nas Cartas de
Ruído ao Plano Diretor Municipal de Fortaleza, servindo de base para nortear decisões sobre as
estratégias de intervenção ou, mesmo, sobre políticas legislativas para redução da poluição sonora.

A ação de apoio ao monitoramento e controle da poluição sonora abrange a aquisição dos


equipamentos e software necessários para a implantação da Carta Acústica, além dos treinamentos e
operacionalização dos sistemas, realizados por contratação de uma consultoria especializada que
trabalhará em parceria com a equipe da PMF, de modo que esta fique habilitada a gerar os relatórios e
mapas de ruído de forma autônoma.

Quanto ao combate e controle da poluição visual, tem-se um conjunto de ações (com foco em todo o
território do município) que deverão ser viabilizadas para que a cidade apresente uma melhor feição no
aspecto visual. Uma delas é denominada de “Cidade + Limpa” e tem como objetivos melhorar o
ordenamento da paisagem urbana, desobstruir áreas de uso comum do povo, desobstruir a visão em
perspectiva das vias públicas, reduzir os estímulos visuais desnecessários nos logradouros públicos e
preservar o patrimônio construído. Inclui serviços de remoção de engenhos de publicidade (placas,
balões, letreiros, outdoor, etc.), que serão realizados utilizando-se um caminhão munck para
recolhimento e transporte do material removido para o destino final, que será uma entidade sem fins
lucrativos conveniada com a SEUMA.

P – Fator Verde

Este produto tem como objeto a contratação de uma consultoria especializada para o estabelecimento
de critérios de sustentabilidade para a construção civil, visando a Certificação Ambiental da Prefeitura
Municipal de Fortaleza, através da SEUMA, a ser tornada, ela mesma, um órgão certificador.

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Essa certificação será um estimulo às práticas sustentáveis na construção civil, buscando o melhor
aproveitamento dos recursos naturais.

S – OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS URBANOS

Neste Subcomponente, contemplamos produtos que visam a atualização de legislações municipais e


cadastro multifinalitário e desburocratização nos serviços ofertados aos cidadãos.

P – Revisão e/ou Regulamentação do Plano Diretor (PDP)

O Produto Revisão e/ou Regulamentação do Plano Diretor (PDP) visa a consolidação do PLANO DIRETOR
PARTICIPATIVO DE FORTALEZA – PDP, de acordo com a Lei Orgânica do Município de Fortaleza e a Lei
Complementar Nº 062, de 02 de fevereiro de 2009, bem como com as recomendações oriundas do
Estatuto da Cidade (Lei nº10257, de 10/07/2001). Para tanto, serão desenvolvidos, através da SEUMA, e
no âmbito do FORTALEZA CIDADE SUTENTÁVEL, os seguintes instrumentos:

- Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município (LUOS);

- Lei do Parcelamento do Solo;

- Código das Cidades, que englobará o Código de Obras e Posturas do Município e o Código Ambiental; e

- Lei de Sistema Viário.

As ações de atualização do Sistema de Informações Municipais (SIM), de atualização do procedimento


para Relatório de Impacto no Sistema de Trânsito - RIST e de elaboração de procedimento para o Estudo
de Impacto de Vizinhança (EIV) também deverão compor este Produto. A SEUMA já vem trabalhando
fortemente na revisão e regulamentação destas legislações. Cabe ressaltar que foi realizado
recentemente uma seleção Pública para contratar profissionais para se dedicar exclusivamente nestas
revisões e regulamentações. Para mais informações do status deste produto ver ítem 2.8 – projetos e
etapas realizadas.

P – Melhoria na Prestação de Serviços ao Cidadão – “Fortaleza Online”

O Produto de Melhoria na Prestação de Serviços ao Cidadão (“Fortaleza Online”) tem por objetivo
tornar disponível para o cidadão um sistema WEB para os mais de 80 serviços de licenciamento de
empreendimentos /atividades no município de Fortaleza prestados pela SEUMA (como a emissão de
alvarás de construção, licenças ambientais, alvarás de funcionamento, autorizações sonoras, licenças de
propaganda e publicidade e Habite-se)., A ideia é que seja proporcionada agilidade na análise, por parte
da Secretaria, além de comodidade ao cidadão. Isso aumentará de forma significativa o desempenho da
SEUMA, tanto do ponto de vista operacional e funcional, como do ponto de vista de comunicação com o
público usuário destes serviços.

Este produto prevê a contratação de uma empresa para o desenvolvimento da arquitetura dos
processos, sistematização e desenvolvimento de um software específico para consulta e emissão de
licenças e/ou documentações referentes aos serviços; levantamento e implantação da infraestrutura e
equipamentos necessários; implantação do piloto e testes; transição para o novo sistema; e interligação

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com os outros sistemas, quando necessário. Deverá, ainda, ser composto por um banco de dados
georeferenciados, dados estatísticos, relatórios técnicos específicos, fornecimento de documentos
eletrônicos do processo e disponibilização de serviços via WEB.

P - Elaboração/Modernização de Cadastros – “Cadastro Multifinalitário”

O Cadastro Multifinalitário é uma ferramenta eficaz para o ordenamento territorial. Com o passar dos
tempos, sua aplicação deixa de ser apenas fiscal e passa a ser mais direcionada à gestão territorial, à
proteção ambiental e ao desenvolvimento sustentável. Num contexto mais amplo, a implantação do
Cadastro Multifinalitário traz benefícios gerenciais e de planejamento para as organizações
governamentais, além de proporcionar benefícios diretos aos cidadãos, melhoria no acesso às
informações territoriais, mais precisão na avaliação da propriedade em casos de compra ou venda,
identificação da localização de serviços básicos, entre outros.

Neste sentido, o Projeto de Elaboração/Modernização de Cadastros tem por objetivo a realização de um


Cadastro Multifinalitário para o Município de Fortaleza, englobando cadastro de logradouros e
loteamentos e demais que se fizerem necessários.

Para possibilitar a execução do projeto foi realizado um diagnóstico pelo especialista do BIRD da
situação do Sistema de Cadastro do Município de Fortaleza e com base no resultado do diagnóstico, irá
implementar a revisão da norma do Plano Diretor de Geoprocessamento definindo melhor o papel de
cada órgão ou entidade no cadastro. Cujo produto já analisado, complementado e aprovado pelos
técnicos da SEUMA e da SEFIN que estão participando do programa.

A normatização e a aplicação do Plano Diretor de Geoprocessamento deverá conceber a integração de


informações por meio de um modelo de Gestão Cooperativa. Através de um órgão gestor independente
que atuaria através das seguintes ações:

 Integração de todas as informações geradas nos diversos setores da SEUMA;

 Reforço institucional através de concurso público com especialidades para formação de um


corpo técnico; e Infraestrutura;

 Criação de um sistema que integre todas as plataformas de dados Georreferenciados.

Para a implantação completa do projeto será necessário o prazo máximo de 5 anos. Entretanto, o
cadastro possui caráter contínuo devendo ter manutenção constante por todas as secretarias
municipais envolvidas para a sua total eficiência.

S – INSTRUMENTOS DE FINANCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA URBANA

Neste Subcomponente, os Produtos de Ampliação da Receita Municipal Utilizando os Instrumentos de


Política Urbana do Estatuto das Cidades e de Identificação das OUCs e PPPs são contrapartidas
exclusivas da PMF ao Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL, enquanto que o Produto
Desenvolvimento, Estruturação e Implantação de Operação Urbana Consorciada envolve, além de
contrapartida da PMF, uma participação significativa com recursos da fonte externa.

P - Ampliação da Receita Municipal Utilizando os Instrumentos de Política Urbana do Estatuto das


Cidades

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A Lei N°10.257 (Estatuto da Cidade) foi aprovada em 10 de julho de 2001. Vigora desde o dia 10 de
outubro do mesmo ano, e traz um conjunto de instrumentos de política urbana que definem quais são
as ferramentas que o Poder Público, especialmente municipal, deve utilizar para enfrentar os problemas
de desigualdade social e territorial nas cidades. São instrumentos tributários, financeiros, jurídicos e
políticos para que os municípios brasileiros possam, através de seu Plano Diretor, implementá-los em
função de suas realidades.

Pode-se conceituar os instrumentos de política urbana como sendo todos os meios, gerais ou
específicos, de que se serve o poder público e as comunidades interessadas para dar concretização às
diretrizes gerais de política urbana, visando propiciar um processo de urbanização mais eficiente e uma
melhor qualidade de vida aos integrantes da coletividade.

São considerados como Instrumentos de Política Urbana:

• Instrumentos do parágrafo 4º do art. 182 da Constituição Brasileira: Parcelamento e Edificação


Compulsória de Áreas e Imóveis Urbanos; Imposto Territorial sobre a Propriedade Urbana –
IPTU; Desapropriação para Fins de Reforma Urbana;
• Instrumentos de regularização fundiária: Usucapião Especial de Imóvel Urbano; Concessão de
Uso Especial para Fins de Moradia; Concessão do Direito Real de Uso; e
• Instrumentos urbanísticos: Direito de Superfície; Direito de Preempção; Outorga Onerosa do
Direito de Construir; Transferência do Direito de Construir; Operações Urbanas Consorciadas; e
Estudo de Impacto de Vizinhança.
O próprio Estatuto da Cidade, em seu art. 2º, inciso X, regulamenta a “adequação dos instrumentos de
política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento
urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos
diferentes segmentos sociais”.

Por trazer dezenas de instrumentos tributários, financeiros, jurídicos e políticos para apoiar o Município
no planejamento e controle do seu território, o Estatuto de Cidade pode e deve ser considerado uma
“caixa de ferramentas” que cada município pode usar em função da sua realidade. Alguns são
obrigatórios e indispensáveis para todos, como o planejamento, a definição do perímetro urbano, o
cadastro e a cobrança do IPTU. Além destes, o Estatuto da Cidade traz também alguns instrumentos
novos, que fortalecem a arrecadação tributária e, principalmente, o desenvolvimento urbano municipal.

Neste sentido, este produto tem como escopo a contratação de consultoria especializada que
identificará como os instrumentos de política urbana podem contribuir para a ampliação da receita
municipal, otimizando a aplicação de instrumentos, como: Outorga Onerosa do Direito de Construir,
IPTU Progressivo, Contribuição de Melhoria, Operações Urbanas Consorciadas, Transferência do Direito
de Construir, dentre outros. Contempla, entre outros, a identificação dos instrumentos urbanísticos
aplicados no município; a quantificação dos valores arrecadados por estes instrumentos; e propostas de
ampliação da receita a partir da modificação da legislação urbana, de forma a permitir maior
arrecadação.

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P – Identificação das Operações Urbanos Consorciadas - OUCs

As OUCs no Município de Fortaleza foram regulamentadas, pela primeira vez, no Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano do Município de Fortaleza – PDDU-FOR (1992), Lei N 7.061, de 16 de janeiro
de 1992. Entretanto, o texto da Lei – alínea f, inciso III, Art. 5, CAPÍTULO IV – DA OPERACIONALIZAÇÃO
DA POLÍTICA URBANA – que trata desse instrumento somente especificava que a cidade poderia dispor
das OUCs como instrumento de política urbana, porém sem definir áreas.

O Plano Diretor de Fortaleza, instituído através da Lei Complementar Nº 062, de 02 de fevereiro de


2009, atualiza a legislação sobre OUCs no Município de Fortaleza através do artigo 242 - Seção,
tornando-a compatível com o Estatuto das Cidades. O Plano Diretor Participativo estabelece, também, e
ainda na Seção VIII, os princípios gerais que devem nortear a estruturação das OUCs e as áreas
consideradas prioritárias para a ocorrência destas operações. No entanto, estas não têm, no âmbito do
referido instrumento, o seu perímetro definido ou a sua execução garantida. Do mesmo modo, entende-
se que outras operações poderiam ser propostas além daquelas ali previstas.

Por conseguinte, surge a necessidade de o Município de Fortaleza elaborar estratégias e programar


ações visando ampliar a capacidade econômica de uma determinada área e melhorar o seu futuro e a
qualidade de vida de seus habitantes. As OUCs são instrumentos através dos quais parceiros dos setores
público, privado e não governamental trabalham coletivamente para gerar as condições necessárias
para a ocorrência de um processo de crescimento econômico sustentável e para a melhoria do bem-
estar de seus habitantes. Além disso, geram possibilidades de alavancar recursos financeiros por sua
capacidade de abranger extensas áreas e, em consequência, apresentar potencial de causar intensas
transformações econômicas, sociais, ambientais, culturais, urbanísticas, institucionais e políticas.

O Produto de Identificação de OUCs tem por objetivo identificar, delimitar e definir áreas prioritárias,
com critérios pré-definidos, que sejam passíveis da aplicação deste instrumento de desenvolvimento
urbano na Cidade de Fortaleza.

Para possibilitar a execução do projeto será necessária a contratação de empresa especializada. A


consultoria, já em fase de licitação, terá tempo hábil de 6 meses para realizar o serviço.

P – Desenvolvimento, estruturação e implantação de Operação Urbana Consorciada - OUCs

O Estatuto da Cidade define OUCs com sendo “...o conjunto de intervenções e medidas coordenadas
pelo Poder Público Municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e
investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais,
melhorias sociais e a valorização ambiental”.

Da análise desta definição destacam-se quatro aspectos:

• Cabe ao poder público municipal a coordenação das OUCs;


• Este instrumento compõe-se de intervenções e medidas;
• Participam de sua implementação, além do poder público, proprietários, moradores, usuários
permanentes e investidores privados;

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• Seu objetivo está claramente definido: alcançar em uma área transformações urbanísticas
estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.

Considera-se a OUC o instrumento de Indução do Desenvolvimento Urbano mais importante para o


desenvolvimento dos municípios, pela possibilidade de abranger os demais instrumentos do Estatuto da
Cidade, como Outorga Onerosa e Transferência do Direito de Construir, além de abranger outros
instrumentos tributários já cobrados pelo Município como, por exemplo, o Imposto Predial Territorial e
Urbano – IPTU, o Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis – ITBI, o Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISS, a Contribuição de Melhoria, e demais tributos (impostos, taxas e
contribuições).

O processo de implementação deste instrumento inicia-se com a elaboração, pela Prefeitura Municipal,
de um Plano de Operação Urbana Consorciada, com base no Plano Diretor Municipal vigente, a ser
objeto de consulta aos moradores, usuários e proprietários da respectiva área. Se aceito, deverá ser
submetido à aprovação da câmara municipal para converter-se em lei específica.

Por exigência do Estatuto da Cidade, de acordo com o Art. 33, incisos de I a VII, o Plano das Operações
Urbanas Consorciadas deve conter no mínimo:

I. Definição da área a ser atingida;


II. Programa básico de ocupação da área;
III. Programa de atendimento econômico e social para a população diretamente afetada pela
operação;
IV. Finalidades da operação;
V. Estudo prévio de impacto de vizinhança;
VI. Contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e investidores privados em
função da modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e
subsolo, bem como alterações das normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas
decorrente; bem como em função da regularização de construções, reformas ou ampliações
executadas em desacordo com a legislação vigente; e
VII. Forma de controle da operação, obrigatoriamente compartilhado com representação da
sociedade civil.

O Estatuto da Cidade também regulamenta, em seu Art. 33 § 1°, que “Os recursos obtidos pelo Poder
Público municipal na forma do inciso VI deste artigo serão aplicados exclusivamente na Operação
Urbana Consorciada.”

Além da implantação de obras de infraestrutura de equipamentos urbanos e comunitários, compõe uma


OUC um conjunto de medidas, previstas no § 2° do Art. 32 do Estatuto da Cidade:

“§ 2° Poderão ser previstas nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas: I – a modificação
de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das
normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente; e II – a regularização de
construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente.”

Parte dos recursos financeiros necessários para implementação da OUC resultarão, de acordo com o
inciso VII do Art. 33, de “contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e

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investidores privados em função da utilização dos benefícios previstos” no conjunto de medidas acima
citadas. Outra parcela poderá provir “da emissão pelo Município de quantidade determinada de
certificados de potencial adicional de construção, que serão alienados em leilão ou utilizados
diretamente no pagamento das obras necessárias à própria operação”, de acordo com o caput do Art.
34.

O Art. 34 também disciplina o uso dos citados certificados nos seus § 1° e § 2°:

“§ 1° Os certificados de potencial adicional de construção serão livremente negociados, mas conversíveis


em direito de construir unicamente na área objeto da operação; § 2° Apresentado pedido de licença para
construir, o certificado de potencial adicional será utilizado no pagamento da área de construção que
supere os padrões estabelecidos pela legislação de uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei
específica que aprovar a operação urbana consorciada.”

Ressalte-se que, para aplicação, gerenciamento e controle dos recursos financeiros das OUCs, pelo
menos duas atitudes são recomendadas, sendo a primeira a criação de um fundo específico e a segunda
a criação de um organismo gestor.

A principal função deste instrumento é que as OUCs permitam um conjunto de intervenções e medidas,
consorciadas entre poder público e iniciativa privada, com vistas a alcançar transformações urbanísticas
de maior monta.

Dois fatores principais justificam a utilização deste instrumento pelo poder público municipal: as
possibilidades de participação financeira de proprietários, usuários, empresas de construção civil e
investidores, e a recuperação de recursos investidos pela administração municipal.

As OUCs também possibilitam a superação de um grande problema urbano, que é a falta de recursos
para a requalificação de áreas urbanas que, muitas vezes, possuem boa infraestrutura, mas necessitam
de investimentos adicionais para voltarem a ter importância nos ambientes urbanos.

Em vista disso, acredita-se que as OUCs são o caminho para o desenvolvimento de uma política urbana
que articule as ações institucionais no âmbito municipal e integre as políticas de planejamento,
investimento e gestão de recursos, dentro de uma perspectiva democrática e participativa.

Espera-se que com o Produto Identificação de OUCs (conforme detalhado na seção anterior) Fortaleza
possa, de forma hierarquizada, vislumbrar um conjunto de intervenções urbanas integradas e
complementares. As intervenções deverão ser priorizadas e estruturadas, de maneira que a PMF tenha
um guia de oportunidades para disponibilizar a possíveis investidores. Neste sentido, este Produto tem
como objetivo a Elaboração dos Estudos e Projetos Executivos Necessários e a Implantação e Execução
propriamente Dita de Ações-Chave no Contexto de OUCs Prioritárias.

A estruturação destas OUCs deve conter um plano específico, com: (i) definição das modificações no
sistema viário; (ii) localização e definição da infraestrutura urbana e dos equipamentos comunitários;
(iii) localização e definição dos espaços públicos de uso comum e especial; (iv) definição dos parâmetros
e diretrizes urbanísticos, ambientais e sociais; (v) programa de atendimento econômico e social para a
população diretamente afetada pela intervenção urbana; e (vi) indicadores de desempenho da OUC ao
longo de sua implementação. Devem também estar previstos estudos de viabilidade econômica,

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mercadológicos e da situação fundiária da área; estudos de impacto ambiental ou de vizinhança;


relatório circunstanciado dos principais conteúdos dos estudos efetuados e das providências a serem
executadas com demonstrativo quantitativo e qualitativo dos custos e benefícios sociais, urbanísticos e
ambientais da intervenção urbana a ser realizada. Também constitui exigência legal a apresentação das
OUCs em audiência pública, na área em que será realizada a intervenção urbana, possibilitando a
interação com proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados eventualmente
interessados.

Finalmente, é válido ressaltar que, em Fortaleza, a estrutura organizacional da SEUMA conta com um
setor específico para estas atividades, a Célula de Negócios Urbanos, cuja competência é gerenciar
ações visando o cumprimento da legislação relativa aos projetos especiais, elaborar, acompanhar e
avaliar os planos urbanísticos propostos por órgãos da administração federal, estadual e municipal com
repercussão na estrutura urbana e no sistema viário estrutural do Município, através das seguintes
competências específicas:

• Elaborar, acompanhar e avaliar os planos urbanísticos empreendidos pelo Poder Executivo


Municipal, em ações de parceria com órgãos de outras esferas de governo, ou com o setor
privado, voltados para a estruturação urbana;
• Proceder à análise dos processos incidentes nas áreas em processo de urbanização e
reurbanização;
• Proceder à análise de projetos especiais e aglomerados populares, bem como análise de
solicitações de implantação de atividades de que trata a legislação de uso e ocupação do solo
em vigor;
• Promover estudos de urbanização de áreas especiais, de acordo com o previsto no Plano Diretor
Municipal;
• Gerenciar e acompanhar a elaboração de projetos de urbanização;
• Apreciar, mediante parecer técnico, os projetos de urbanização e de equipamentos urbanos que
causem impacto no ambiente e infraestrutura urbana, de responsabilidade da Prefeitura, dos
governos Federal e Estadual e do setor privado;
• Propor estudos, planos e projetos nos quais seja possível a aplicação de instrumentos de política
urbana, conforme definido no Estatuto das Cidades; e
• Acompanhar e avaliar a aplicação dos instrumentos de política urbana instituídos em legislação
específica.

Este setor – Célula de Negócios Urbanos – foi criado há pouco mais de 12 (doze) meses, necessitando de
estruturação. Parte do valor destinado a este projeto servirá para esta estruturação, que inicialmente
deverá formar corpo técnico capacitado, além de equipamentos essenciais ao pleno desenvolvimento
do setor.

No projeto de Desenvolvimento e Estruturação das OUC’s será necessária a contratação de empresa


especializada com o prazo de 2 anos para a entrega do produto contratado.

No projeto de implantação da OUC será imprescindível o reforço institucional das Secretarias Municipais
envolvidas através da contratação de mão de obra especializada e melhoria das suas infraestruturas. Na
implantação da OUC também será preciso a execução de obras de infraestrutura no perímetro da
intervenção da operação, licenciamento e aplicação dos instrumentos legais que possibilitem a

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concretização das contrapartidas estabelecidas pela Lei da OUC e Termo de Convênio firmado entre a
empresa consorciada e o Município de Fortaleza.

C - GESTÃO DO PROGRAMA

Este Componente tem custos estimados de US$ 6.200.000,00, correspondentes a aproximadamente 4%


dos custos totais do Projeto. A gestão deverá ser feita através de uma Unidade de Gerenciamento do
Projeto – UGP, que contará com o suporte técnico necessário. Destaca-se que os custos operacionais do
Projeto, assim como os serviços, tais como a fiscalização de obras e a auditoria externa, estarão
incluídos neste Componente. Neste Componente não há contrapartida prevista da PMF.

S - SUPERVISÃO DAS OBRAS

A supervisão das obras compreende a Fiscalização e o Controle da Qualidade dos serviços executados,
incluindo a análise preliminar dos projetos, o acompanhamento técnico da execução, suporte técnico e
de qualidade do material utilizado, além das indicações de mudanças que as situações locais, melhor
identificadas durante a construção, exigirem, conforme a conveniência técnica e conceitual da
intervenção.

S - AUDITORIA EXTERNA

A Auditoria Externa fará um exame cuidadoso, sistemático e independente, que terá por finalidade
realizar o acompanhamento físico-financeiro, averiguando se as atividades desenvolvidas pelas
Contratadas e pelo Município estão de acordo com as disposições estabelecidas pelo BIRD, se foram
implementadas com eficácia e se estão em conformidade com os objetivos do Projeto.

S – APOIO A UGP - GERENCIADORA

Compreende Assessoria Técnico-Operacional e Gerencial à UGP na SEUMA, para o desenvolvimento das


atividades relacionadas à implementação, gerenciamento (licitações, gestão financeira, entre outras),
comunicação e divulgação, monitoramento e avaliação da execução do Projeto, bem como
administração geral do contrato de empréstimo.

Destaca-se a importância das atividades de comunicação e divulgação com a comunidade, neste caso
para garantir a transparência e ampliar a conscientização pública e o apoio às ações do Projeto.
Realizações e resultados do Projeto deverão ser devidamente publicados e divulgados.

2.8. Projeto/Etapas Realizadas

O ANEXO VIII – STATUS DOS PRODUTOS resume o estágio de desenvolvimento de cada uma das
intervenções do Projeto e a situação em que se encontram as ações já iniciadas.

Durante a missão de identificação, a equipe do projeto recebeu orientações do Banco Mundial


relacionadas ao documento de salvaguardas sociais e ambientais, e está preparando a avaliação
socioambiental, o plano de gestão ambiental e o marco de reassentamento involuntário para o projeto.
Nenhuma ação de desapropriação ocorreu até o momento, e todo este processo será norteado pelo
marco de reassentamento involuntário e a legislação brasileira pertinente. Nenhum processo de
licenciamento ocorreu até o momento, mas estas atividades serão norteadas pela legislação brasileira.

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2.9. Projeto/Abrangência Geográfica

Abrangência Geográfica: Municipal

Estado do Ceará (MUNICÍPIO DE FORTALEZA).

As principais ações de caráter físico previstas no Projeto localizam-se: (i) no litoral norte e noroeste de
Fortaleza (mais especificamente na Bacia Hidrográfica da Vertente Marítima); e (ii) ao longo do Parque
Rachel de Queiroz (VER ANEXO V – MAPA DE ÁREAS DE INTERVENÇÕES).

Outras ações têm abrangência em todo o território do município, porém em alinhamento com os
objetivos gerais e específicos do Projeto.

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará, situa-se na região Nordeste do Brasil. Foi criada em
1725, proveniente da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Está delimitada pelas coordenadas
geográficas 3°43’02” de latitude sul e 38º32’35” de longitude a oeste de Greenwich, ocupando
territorialmente uma área de 313,14 Km².

O Município limita-se ao sul com os municípios de Maracanaú, Pacatuba, Itaitinga e Eusébio; ao norte
com o Oceano Atlântico e o município de Caucaia; ao leste com os municípios de Eusébio, Aquiraz e
Oceano Atlântico; e, finalmente, a oeste com os municípios de Caucaia e Maracanaú, conforme
mostrado na Figura a seguir.

PRINCIPAIS ACESSOS (RODOVIÁRIOS, AÉREOS, MARÍTIMOS E FERROVIÁRIOS)

O principal acesso no setor rodoviário se dá através de cinco eixos considerados elos de ligação
intermunicipal e interestadual. No setor ferroviário existem apenas duas linhas ferroviárias em atuação,
que atendem aos sentidos sul e oeste do município. O acesso marítimo para a entrada e saída no
Município é o Porto do Mucuripe, enquanto que o trânsito aeroviário se faz exclusivamente pelo
Aeroporto Internacional Pinto Martins, situado na região Centro-Oeste do município (VER ANEXO VII –
MAPA ACESSOS RODOVIÁRIOS DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA, CE).

2.10. Público-alvo e Beneficiários

O público-alvo do Projeto é a população da cidade de Fortaleza, o que se explica pela natureza e


abrangência de suas ações (físicas ou não) e objetivos, que envolvem: (i) a melhoria do ambiente social,
urbano e ambiental da cidade; e (ii) a melhoria (nos aspectos de eficácia, eficiência e sustentabilidade)
da capacidade de gestão urbana e ambiental da cidade (com desdobramentos esperados sobre o
financiamento da expansão urbana; a requalificação de áreas não-utilizadas, degradadas e/ou
subutilizadas; e a atração de investimento privado para a geração de oportunidades e crescimento social
e econômico).

O ANEXO IX – PÚBLICO ALVO E BENEFICIADO detalha mais especificamente o público alvo e público
beneficiado para cada subcomponente.

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3. Financiamento

3.1. Financiamento/Fonte

A definição pela parceria com o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento – Banco


Mundial - se justifica por tratar-se de organismo financeiro internacional com expressiva experiência na
realização de projetos similares ao proposto pelo Fortaleza Cidade Sustentável, especialmente em
saneamento, o que contribuirá tecnicamente para o sucesso do Projeto proposto. Podemos citar
também o amplo conhecimento da equipe técnica do Banco Mundial na realidade social, econômica e
gerencial do Brasil.

Ressalta-se, ainda, a parceria do Banco Mundial com o Governo do Estado do Ceará no financiamento
do Projeto Cidades do Ceará em andamento na região do Cariri, com resultados positivos no
desenvolvimento sustentável e no turismo regional do Estado.

Além disso, o financiamento junto ao Banco Mundial tem vantagens comparativas em relação às demais
opções disponíveis no Sistema Financeiro Nacional, no que se refere a itens como carência, taxa de
juros, prazos de pagamento, entre outros.

Por fim, os recursos disponíveis no município de Fortaleza não são suficientes para atender às demandas
de todos os segmentos e setores da sociedade, urgindo a necessidade de buscar recursos externos, a
custos reduzidos em comparação aos financiamentos internos, para complementar as políticas públicas
em implementação pelo município. Porém, parte das contrapartidas deverão ser assegurados através
de fontes próprias do município.

Moeda de Referência: Dólar Americano

A moeda do contrato deverá ser o “Dólar Americano”, incluindo opção de conversão para reais. A
paridade adotada nesta proposta é de US$ 1.00 = R$ 3,082.

3.2. Financeiro/Mutuário

Nome: Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF).

Esfera: Municipal

Tipo: Administração Direta

Representante Oficial: Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra

Endereço da Sede: Rua São José, 01 – Centro – Fortaleza –CE

Telefone: (85)3105-1464

3.3. Financiamento/Indicação de contragarantias

2
Cotação em 10 de abril de 2015.

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O Poder Executivo fica autorizado a vincular, como contragarantias à garantia da União, as cotas de
repartição constitucional previstas nos artigos 157 e 159, complementadas pelas receitas tributárias
estabelecidas no art. 155 da Constituição Federal, nos termos do § 4º, do artigo167, bem como outras
garantias em direito admitidas.

4. Execução

4.1. Execução/Arranjo Institucional

O Mutuário desta operação será a Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF), cabendo à Secretaria
Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA) a execução e coordenação do Projeto.

O arranjo de execução proposto para o Projeto FORTALEZA CIDADE SUSTENTÁVEL inclui a SEUMA como
agência de implementação do Projeto, onde será instalada a Unidade de Gestão do projeto (UGP). A
UGP contará com pessoal gerencial e técnico específico, composto, fundamentalmente, por servidores
públicos, que desempenharão as funções-chave da implementação do Projeto, incluindo: (i)
coordenação geral; (ii) gerências de á

reas técnicas (ou de subcomponentes); (iii) gerência de licitação; (iv) gerência de gestão financeira; e (v)
assessoria legal.

Para dar apoio técnico à UGP, será contratada, com recursos do empréstimo, uma firma de apoio à
gestão geral do Projeto, que mobilizará consultores técnicos e/ou serviços especializados, conforme
demanda, e que fará um programa de transferência de conhecimento para os servidores da SEUMA. Do
mesmo modo, serão contratadas consultorias para supervisão / fiscalização de obras e para a realização
das auditorias necessárias.

Especificamente no que tange a licitações, será replicado na SEUMA o arranjo já utilizado com sucesso
em demais UGPs da PMF (especificamente na SEINF), qual seja, o de mobilização e/ou dedicação
exclusiva de um membro da Comissão Central de Licitações do Município para apoio ao Projeto,
fisicamente instalado na UGP.

Arranjos e/ou acordos de cooperação específicos com demais entes e/ou setoriais da PMF já foram
discutidos e serão formalizados e/ou celebrados. Informações das competências dos demais entes e
órgãos que fazem parte do arranjo institucional VER ANEXO XI – TABELA ARRANJOS INSTITUCIONAIS.

Embora todos os acordos acima ainda não se encontrem formalizados, já estão ocorrendo no âmbito
das atividades de identificação e preparação.

A SEUMA se responsabilizará pelo licenciamento de todas as obras decorrentes do programa Fortaleza


Cidade Sustentável, uma vez que esta é parte de suas atribuições.

Arranjo Institucional Para Execução do Projeto (VER ANEXO XII). Para maiores informações sobre a
organização da Prefeitura de Fortaleza e os órgão e instituições que fazem parte deste arranjo
institucional VER ANEXO XIII – ORGANIZAÇÃO DA PREFEITURA.

A organização institucional para a execução do Projeto terá o órgão executor apoiado tecnicamente
pelos diferentes órgãos que compõem a administração da Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF),
envolvidos com as distintas ações a serem financiadas. Dentre eles:

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(i) Procuradoria Geral do Município - PGM;

(ii) Secretaria de Finanças - SEFIN;

(iii) SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA – SEINF;

(iv) SECRETARIA DE TURISMO DE FORTALEZA – SETFOR;

(v) SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE – SEMACE;

(vi) COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTO DO CEARÁ – CAGECE

4.2. Execução/Executores

Executor: Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA)

Representante Oficial: Maria Águeda Pontes Caminha Muniz

Endereço da Sede: Av. Dep. Paulino Rocha, 1343 – Cajazeiras, Fortaleza - CE

Telefone: (85) 3452-6903

UF: CE

Representante: Jorge André Nunes Verçosa

Endereço da Sede: Av. Dep. Paulino Rocha, 1343 – Cajazeiras, Fortaleza - CE

Telefone: (85) 3295-3598

UF: CE

Representante: Rojestiane Ferreira Nobre

Endereço da Sede: Av. Dep. Paulino Rocha, 1343 – Cajazeiras, Fortaleza - CE

Telefone: (85) 3295-3598

UF: CE

Representante: Prisco Bezerra Júnior

Endereço da Sede: Av. Dep. Paulino Rocha, 1343 – Cajazeiras, Fortaleza - CE

Telefone: (85) 3105-1117

UF: CE

Representante: Maria Edilene de Oliveira

Endereço da Sede: Av. Dep. Paulino Rocha, 1343 – Cajazeiras, Fortaleza - CE

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Telefone: (85) 3452-6910

UF: CE

4.3. Execução/Título

6 anos

4.4. Execução/Cronograma

Custo Total e Fontes de Recursos

O custo total estimado para a operação proposta é de US$ 146.600.000,00 (Cento e quarenta e seis
milhões e seiscentos mil dólares), 50% financiado pelo Banco Mundial – BIRD e 50% contrapartida da
Prefeitura de Fortaleza, distribuídos do modo apresentado no ANEXO IX – COMPONENTES E
CRONOGRAMA DO FINANCIAMENTO.

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5. RISCOS

As ações decorrentes da implantação do Projeto visam a ocorrência de impactos ambientais e sociais


positivos para o município de Fortaleza, não acarretando em ônus para a população.

5.1. RISCOS/ATOS LEGAIS

Os possíveis riscos ligados a Atos Legais se referem à formalização de parcerias e apoio técnicos para
desenvolvimento de algumas ações do Projeto, especificamente as ligadas à Captação de Drenagem a
Tempo Seco, no âmbito do Subcomponente S – “Águas da Cidade”. A incidência deste risco é baixa;
mesmo assim as ações mitigadoras estão sendo adotadas. A CAGECE, por exemplo, já está
absolutamente coordenada com a equipe da PMF durante a elaboração desta proposta. Ressalta-se
ainda que a Prefeitura Municipal de Fortaleza é acionista da Companhia de Água e Esgoto – CAGECE
detendo 22% das ações atuais. A Prefeitura de Fortaleza e Cagece há tempos já possuem afinidades em
suas ações. Podemos citar o convênio que existe desde 2003, renovado a cada dois anos, com o objetivo
de fiscalizar os imóveis não interligados à rede pública de esgoto. Por fim, podemos citar o total
interesse que a Cagece possui na concretização destas ações, pois ela terá um aumento em sua receita.
Mas, para reduzir ao mínimo possível os riscos, será firmado um convênio de cooperação técnica
específica para o projeto Fortaleza Cidade sustentável entre as duas entidades.

Quanto ao risco de pagamento por parte do Município, cabe informar que os resultados fiscais de 2012,
2013 e 2014 refletem o baixo nível de endividamento do município e oferece os elementos para avaliar
a capacidade de pagamento da Prefeitura Municipal de Fortaleza. As avaliações realizadas por meio da
Secretaria Municipal das Finanças, tomando por base a orientação da Portaria da Secretaria do Tesouro
Nacional/Ministério da Fazenda, indica que Prefeitura Municipal de Fortaleza possui uma classificação
de risco de crédito B+, o que indica situação fiscal forte e baixo risco de crédito (ANEXOS XIV, XV, XVI –
RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL 2012, 2013 e 2014, , XVII, XVIII, XIX – RELATÓRIO RESUMIDO DA
EXECUÇÃO FISCAL 2012,2013 e 2014 e XX – AVALIAÇÃO FISCAL E RISCO DE FORTALEZA 2015).

5.2. RISCOS/CONTRATAÇÕES

Risco de seleção de empresa incapaz técnica e/ou financeiramente, acarretando entre outros
inconvenientes: má qualidade de execução, incapacidade de investimento no cronograma esperado,
interrupções, acidentes e retrabalho. Como forma de mitigação, deve-se ter rigor nos critérios de
seleção técnica no edital de licitação, valorizando tanto robusta experiência pretérita, quanto
capacidade financeira, no limite superior ao das exigências permitidas pela legislação. Destaca-se que as
licitações e contratações do Projeto são feitas de acordo com as diretrizes do Banco Mundial, e sob a
supervisão e apoio técnico desta instituição. Além da experiência que a SEUMA já detém no trato com
esta instituição e suas regras, serão ofertados treinamentos durante a preparação e implementação do
Projeto.

Com a finalidade de estruturar o trabalho de preparação e execução das licitações para contratação de
consultorias, serviços e aquisição de bens, necessárias à implementação do Projeto Fortaleza Cidade
Sustentável, seguindo as normas e procedimentos estabelecidos pelo BIRD, conforme permissivo legal
expresso no § 5º do art. 42 da Lei 8.666/93, será criada Comissão Especial de Licitação no âmbito da

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Central de Licitações da Prefeitura de Fortaleza – CLFOR, mediante Decreto Municipal, composta de 09


(nove) membros, sendo 07 (sete) servidores da CLFOR e 02 (dois) da SEUMA, todos especializados e com
experiência em licitações, inclusive naquelas que envolvem financiamentos por bancos internacionais
(BID, CAF e BIRD), e que receberão treinamento pelo próprio BIRD.

No âmbito da SEUMA será constituída uma Equipe Técnica Específica, mediante Portaria, com pelo
menos 03 (três) membros, que terá a atribuição de preparar e revisar Termos de Referência e Editais de
Licitação para contratação de consultorias, de serviços e de aquisição de bens, de acordo com as normas
estabelecidas pelo BIRD, auxiliar a Comissão Especial de Licitação – CLFOR nas pesquisas e formações de
preços que servirão de parâmetro para as licitações, elaboração de Pareceres, Listas, dentre outras
atribuições. Será replicado na SEUMA o arranjo já utilizado com sucesso em demais UGPs da PMF
(especificamente na SEINF), qual seja, o de mobilização e/ou dedicação exclusiva de um membro da
Comissão Central de Licitações do Município para apoio ao Projeto, fisicamente instalado na UGP.

A CEL/CLFOR e a Equipe Técnica Específica/SEUMA reunir-se-ão mensalmente pelo período de 01(um)


ano, contado da assinatura do contrato com o BIRD. A partir do segundo ano, a periodicidade das
reuniões será bimestral ou trimestral, conforme a necessidade, para alinhamento e aperfeiçoamento de
procedimentos.

A CLFOR e a SEUMA promoverão, em conjunto, treinamento específico em licitações sob as regras do


BIRD, para os membros da CEL e da Equipe Técnica Específica.

Quanto aos riscos referentes às contratações, em especial sobre possível necessidade de contratação de
pessoal e consultoria, sobressaem-se elementos de descontinuidade das ações da Administração
Pública, que são decorrentes da influência política e da natural alternância de poder, pressuposta pelo
Estado Democrático de Direito.

No próximo ano (2016) serão realizadas eleições municipais, havendo a possibilidade de mudança de
gestão e a consequente substituição de pessoal e a descontinuidade de políticas e ações que se vinham
desenvolvendo.

Não foi identificado a contratação de consultoria ou de pessoal para quaisquer dos momentos do
projeto Fortaleza Cidade Sustentável que dependa de aprovação do poder Legislativo Municipal.

5.3. RISCOS/DESAPROPRIAÇÕES

Este Projeto tem um componente onde serão trabalhadas as desapropriações que se fazem necessárias
para que as intervenções possam atingir seus objetivos. Destaca-se que as diretrizes e salvaguardas
sociais do Banco Mundial serão aplicadas ao Projeto. Neste sentido, todo o trabalho de desapropriação
e/ou reassentamento involuntário eventualmente cabível será feito sob a supervisão e com o apoio
técnico desta instituição.

Quanto à regularização fundiária, não há riscos. Pois, não está previsto aquisição e afetação de terrenos
nos componentes, com exceção do Subcomponente Rede de Sistema Naturais. Considerando que não

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existem ainda projetos executivos, podemos informar os princípios a serem seguidos para efetuar as
desapropriações (VER ANEXO XXI – MACRO ATIVIDADES DESAPROPRIAÇÕES). Como prevista nas
políticas de reassentamento do banco mundial, nenhuma obra poderá ser iniciada sem que todas as
famílias tenham sido retiradas de frente de obras e nenhuma remoção poderá ocorrer sem que tenham
sido saldadas as compensações negociadas.

5.4. RISCOS/IMPACTOS AMBIENTAIS

A Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente tem como finalidade definir as políticas públicas,
o planejamento, o ordenamento e o controle dos ambientes natural e construído no Município de
Fortaleza, competindo-lhe entre outras competências:

(i) elaborar, coordenar, executar e monitorar as políticas diretrizes relativas ao urbanismo e ao


meio ambiente, bem como a sua implementação em articulação com as demais Secretarias
Municipais avaliando, periodicamente, os resultados obtidos

(ii) elaborar, regulamentar e implementar os instrumentos da política municipal de meio ambiente,


enquanto órgão local integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA;

(iii) propor, em articulação com o órgão ou entidade municipal responsável, a formação de


consorcio intermunicipal, objetivando melhorias nos ambientes natural e construído que
ultrapassem os limites do Município de Fortaleza;

(iv) proceder ao licenciamento de atividades ou empreendimentos, em conformidade com o que


estabelece a Lei Orgânica do Município, a legislação urbanística e a legislação ambiental
municipal, estadual e federal em vigência;

(v) exercer o controle, o monitoramento e a avaliação dos ambientes natural e construído do


Município de Fortaleza;

(vi) apoiar e orientar tecnicamente as Secretarias Regionais na aplicação das políticas e da legislação
urbanística e ambiental municipal;

O programa Fortaleza Cidade Sustentável prevê ações e intervenções de recuperação, manutenção e


fiscalização do meio ambiente e construído, objetivando justamente impedir impactos adversos ao meio
ambiente e a redução dos riscos de desastres. O Programa ocorrerá em áreas de responsabilidade da
prefeitura, excluindo a necessidade de licenças ambientais por quaisquer outros entes da federação. Na
Prefeitura de Fortaleza, o órgão licenciador é Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente – SEUMA,
agente executora do projeto. Desta forma não haverá riscos relacionados às obtenções de licencias
ambientais.

As ações decorrentes da implantação do Projeto visam a ocorrência de impactos ambientais e sociais


positivos para o município de Fortaleza, havendo apenas ônus durante o período de execução da
implantação e reforma de projetos urbanísticos e ambientais em áreas especiais. E como ação
mitigadora, devem-se utilizar formas de construção sustentável que visem a restauração e manutenção
da harmonia entre os ambientes natural e construído. Para isso, durante a execução das obras deve ser
implantado um sistema de redução e otimização do consumo de materiais e energia, além de uma
gestão ecológica da água, redução do uso de materiais de alto impacto ambiental e dos resíduos de

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construção. Destaca-se que as diretrizes e salvaguardas ambientais do Banco Mundial serão aplicadas ao
Projeto. Já está sendo elaborada a Avaliação Sócio Ambiental na qual são levantados os potenciais
impactos negativos e as ações mitigadoras. E todo o trabalho de avaliação ambiental e eventualmente
necessidade de mitigação de impactos está sendo feito sob a supervisão, e com o apoio técnico desta
instituição do BIRD.

5.5. RISCOS/POPULAÇÕES INDÍGENAS

Não existem populações indígenas na área de abrangência do Projeto.

5.6. RISCOS/REASSENTAMENTOS

Destaca-se que as diretrizes e salvaguardas sociais do Banco Mundial serão aplicadas ao Projeto. Desta
forma, já se iniciou o marco de reassentamento o qual contém os princípios e diretrizes de um eventual
reassentamento. E que se necessário serão elaborados planos de reassentamento no qual constará todo
o procedimento e atividades necessárias para o reassentamento das famílias afetadas. Neste sentido,
todo o trabalho de desapropriação e/ou reassentamento involuntário eventualmente cabível será feito
sob a supervisão e com o apoio técnico desta instituição (VER ANEXO XXII– DESAPROPRIAÇÕES PARQUE
RACHEL DE QUEIROZ). O reassentamento, quando inevitável, se dará através de áreas de fundo de terra;
o que não demandará qualquer desembolso de recurso para aquisição de terras.

5.7. RISCOS/OUTROS

A Prefeitura de Fortaleza possui uma carteira de crédito externo com às Instituições financeiras e
multilaterais no valor em moeda local de R$ 218 milhões em contratos firmados em moeda estrangeira,
especificamente dólar americano. Vale registrar, a posição de financiamento por fonte externa
representa um percentual relativamente pequeno em relação a receita corrente líquida.

Aspecto relevante na tomada de recursos externos está relacionada a oferta de financiamento em


condições financeiras, taxa de juros, e prazos bastante atrativas, pois no Brasil, operações mais longas,
adequadas ao financiamento da infraestrutura, somente fontes BNDES e Caixa Econômica, cujo volume
de oferta não atende às necessidades demandadas pelo mercado.

Obvio que o risco cambial se aplica à Prefeitura de Fortaleza, como em qualquer Ente Público, em razão
da carteira de crédito em moeda estrangeira, porém, considerando o volume da carteira mencionada
acima, e a julgar o risco de uma forte desvalorização cambial, entendemos que os impactos reais
negativos à Prefeitura não serão nocivos ao ponto de desequilibrar e comprometer a capacidade de
pagamento. De outro lado, do ponto de vista do Programa, a considerar o fluxo de recursos contratados,
e se em fase de desembolsos, isso poderá até satisfazer positivamente o Programa, na medida que
estaria recompondo possíveis perdas inflacionárias no ambiente local. Então, podemos, num certo
sentido, ter a certeza que o risco estará mitigado.

E outras variáveis são determinantes ao desempenho desse Programa, tais como: i) nível de atividade
econômica; ii) inflação; iii) taxa de juros. Além desses aspectos macroeconômicos, que tratam de riscos
não diversificáveis, devemos estar sempre atentos às repercussões da economia local e ao desempenho

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Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MP
Secretaria de Assuntos Internacionais - SEAIN
Carta Consulta

fiscal, controle dos gastos correntes, política tributária, e as boas práticas de governança, como pano de
fundo para assegurar o crescimento econômico e o desenvolvimento social com sustentabilidade.

E finalmente sobre o fator câmbio, apresentamos documento (VER ANEXO XXIII – PROJEÇÃO CAMBIAL
FORTALEZA) que aponta as projeções para o câmbio, base relatório focus e series temporais do BACEN,
complementado por projeções de responsabilidade da assessoria especial da Secretaria Municipal das
Finanças de Fortaleza, sobretudo a projeção da Receita Corrente Líquida a partir de 2015 até 2035.

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