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O MUNICÍPIO E O

DESENVOLVIMENTO RURAL:
SUbSÍDIOS PARA AÇÕES LOCAIS

Partido dos Trabalhadores


EXPEDIENTE

Edinho Silva
Presidente do PT-SP

Wellington Diniz Monteiro


Secretário Agrário do PT-SP

Antonio Donato
Secretário de Comunicação

Fotografias
Douglas Mansur

Revisão
Carlinhos Arruda
Renata Bessi

Projeto Gráfico e Diagramação


Carlos Fernandes

Elaboração e Redação Final


Antonio Oswaldo Storel Jr.
Carlos Medeiros
Doraci Cabanilha
Eliana Gonçalves
Helton Lucinda Ribeiro
Maria Luiza da Costa
Maria Norma de Oliveira braz Peixoto da Silva
Sônia H. Novaes G. Moraes

Diretório Estadual do PT-SP / 2008


Índice
APRESENTAÇÃO ............................................................................ 10

1. AS COMPETÊNCIAS DO MUNICÍPIO ........................................... 12

2.OS INSTRUMENTOS INSTITUCIONAIS


PARA INTEGRAR O RURAL NO
DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO ............................................... 16

3. AS POSSIBILIDADES DE PARCERIAS
DO MUNICÍPIO COM O GOVERNO FEDERAL .................................... 28

4. OS DESAFIOS PARA AS PARCERIAS


DO MUNICÍPIO COM O GOVERNO ESTADUAL .................................. 38

5. OS DESAFIOS ATUAIS DA REALIDADE


RURAL PARA O MUNICÍPIO ............................................................ 41

6. INICIATIVAS E POSSIBILIDADES
DE AÇÃO DO MUNICÍPIO NO
DESENVOLVIMENTO RURAL ........................................................... 45
Apresentação
A proposta desta cartilha é fornecer subsídios para que os prefeitos(as),
vice-prefeitos(as), vereadores(as) petistas, Diretórios Municipais e Ma-
crorregiões, assumam em seus espaços de atuação política uma das
bandeiras mais importantes do Partido dos Trabalhadores, a defesa da
Reforma Agrária e do Desenvolvimento Rural ambientalmente susten-
tável e socialmente inclusivo.

Muitos dos problemas mais importantes das cidades, tais como a fome, a
miséria, o desemprego, a violência, a precariedade dos serviços públicos
de educação e saúde e a falta de dinamismo da economia do Município,
têm sua origem no modelo de desenvolvimento rural do Brasil, herança
da época da colônia e da escravatura: uma agricultura baseada no lati-
fúndio, na monocultura de exportação e na exploração predatória dos
recursos naturais e do trabalhador rural.

Frente a esta realidade, o município não pode ficar inerte e colocar-se na


posição fatalista de que no Desenvolvimento Rural não há o que fazer, já
que os principais instrumentos de política estão nas mãos dos governos
Estadual e Federal. O município, por estar próximo das populações de tra-
balhadores rurais, pode realmente FAZER A DIFERENÇA para mudar o tipo
de Desenvolvimento Rural dominante no país.

O município pode e deve atuar como fornecedor de serviços públicos essen-


ciais, tais como a conservação das estradas rurais e o transporte escolar,
abrir suas compras de alimentos para a participação dos pequenos agri-
cultores, além de ser o estimulador de parcerias com os Governos Federal e
Estadual para que tragam melhorias à população rural.

O Governo Lula criou novos programas e abriu grandes possibilidades de


parcerias entre o Município e o Governo Federal para o Desenvolvimento
Rural. De um lado, as ações reforçam a necessidade de produzir mais ali-
mentos e, por outro, a oportunidade de inclusão econômica e
social de pequenos produtores rurais, os principais responsáveis pela
geração de emprego no campo e pela produção de alimentos para o
consumo da população no país.

O PT precisa dialogar com a realidade do interior do estado. O mundo


rural é a porta de entrada para que o partido se fortaleça e se torne
alternativa de poder transformador.

O PT no governo do município pode mostrar que uma política de apoio


ao Desenvolvimento Rural ambientalmente sustentável e socialmente
inclusivo pode, além de resolver muitos problemas urbanos, contribuir
para o avanço da Reforma Agrária, para o fortalecimento da Agricultura
Familiar e para a construção de um novo modelo de Desenvolvimento
Rural para o país.

Os vereadores podem ter um papel importante na formulação de le-


gislação como, por exemplo, a imposição de limites do avanço das
monoculturas da cana e do eucalipto. Podem abrir espaço para os
movimentos sociais e os sindicatos que lutam pela reforma agrária
e a agricultura familiar, no sentido de envolver a sociedade local na
busca de um modelo de desenvolvimento rural em que as questões
ambientais, sociais e de soberania alimentar sejam elementos fun-
damentais no desenvolvimento do município.

Essa cartilha pretende ser um instrumento, ou um manual, para a atu-


ação dos nossos governos, vereadores e a militância petistas, para que
possam colocar a temática rural na pauta do dia. Para pensarmos um
modelo de desenvolvimento para o Estado, o partido deve dar conta do
debate das políticas agrárias e agrícolas. Hoje o estado de São Paulo
não tem políticas voltadas para a reforma agrária e para a gricultura
familiar. O governo paulista, orientado pela política neoliberal, coman-
dada há anos pelo PSDB, trilha o caminho unilateral do grande agro-
negócio, deixando o pequeno produtor sem alternativa.

Edinho Silva - Presidente


Wellington Diniz Monteiro - Secretário Agrário PT/SP

1 AS COMPETÊNCIAS
DO MUNICÍPIO

1.1. O que a Constituição Federal trouxe de


novo aos Municípios?
A Constituição Federal de 1988 teve como uma de suas marcas princi-
pais a descentralização política e financeira em favor de Estados e Mu-
nicípios. Foi concedida ampla liberdade aos governos municipais que
careciam de uma estrutura legislativa mais autônoma, mais capacidade
tributária e autonomia de ação no que diz respeito ao interesse local.

Com a descentralização, o município assumiu uma posição de mais


relevância no cenário político nacional, deixando de ser uma entidade
meramente administrativa para assumir características de autogover-
no, como uma entidade político-administrativa de terceiro grau, ao lado
da União e do Estado.

Os municípios foram os grandes beneficiários em termos de descentrali-


zação de recursos: a participação dos Municípios na receita disponível
total passou de 11% para 15% entre 1988 e 1994. Isto foi conseguido
devido a dois fatores:

• O número de impostos sob sua responsabilidade passou de dois para


quatro: IPTU (Imposto sobre a propriedade Predial e Territorial Urbana),
ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), ITBI (Imposto so-
bre a Transmissão de Bens Imóveis), e IVVC (Imposto sobre Venda a Va-
rejo de Combustíveis), aumentando a capacidade de geração de recursos
próprios. No entanto cabe ressaltar que o IVVC, criado pela Constituição
Federal de 1988, foi extinto pela Emenda Constitucional nº. 3 de 1993.

12 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


• Aumento da repartição das receitas tributárias, com o Fundo de Par-
ticipação dos Municípios, passando de 17% para 22,5%. Além disso, a
partilha do ICMS para os Municípios aumentou de 20% para 25%.
No entanto, as diversas atribuições entre as três esferas de poder são pouco
delimitadas. Existem atribuições comuns entre União, Estados e Municípios,
sendo bastante imprecisas aquelas específicas dos municípios.

Atribuições comuns entre União, Estados


e Municípios (art. 25)

- Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;


- Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
- Preservar as florestas, a fauna e a flora;
- Fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento ali-
mentar;
- Promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
- Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, pro-
movendo a integração social dos setores desfavorecidos.

Atribuições específicas dos Municípios (art. 30)

- Legislar sobre assunto de interesse local;


- Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
- Instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem como aplicar
suas rendas;
- Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
missão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o transporte
coletivo;
- Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programa de educação pré-escolar e de ensino fundamental;
- Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população;
O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 13
- Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, planejamen-
to e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
Assim, a Constituição Federal garante a autonomia política do Município
(composição de seu governo e legislação local), a administração própria
no que diz respeito ao interesse local, mais a organização e execução
dos serviços públicos de sua competência e a ordenação urbanística
de seu território. Interesse local deve ser interpretado como tudo aquilo
que diz respeito às condições específicas do município, necessárias ao
seu desenvolvimento e ao bem-estar de sua população.

Qualquer tentativa de delimitar um elenco de assuntos de interesse lo-


cal seria inútil e incompleta, pois cada localidade apresenta realidades
e necessidades bastante variáveis.

Os assuntos referentes ao desenvolvimento rural são muito pouco abor-


dados na legislação, mas devem ser considerados como de predomi-
nante interesse local.

1.2. O que prevê a Constituição Estadual?


A Constituição do Estado de São Paulo não clareia as atribuições dos
Municípios além do que consta na Constituição Federal. Estão mais es-
pecificadas quando se trata de desenvolvimento urbano. Pela Consti-
tuição Estadual, cabe ao Estado e aos Municípios o estabelecimento de
diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano, inclusive por
meio da criação de Planos Diretores (cap. II).

Com relação à Política Agrícola, Agrária e Fundiária (cap. III), as atribuições


são do Estado, com a contribuição dos Municípios. Embora a legislação dê
ampla capacidade de ação municipal no ordenamento urbano, as ações
de parcelamento, zoneamento, ocupação e desapropriação da área rural
são prerrogativas da União, por meio do INCRA, e do Estado. No entanto,
fica a prerrogativa de atuação em assuntos de interesse local.

14 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


Atribuições dos Municípios relacionadas à
Política Agrícola, Agrária e Fundiária

- Orientar o desenvolvimento rural, mediante zoneamento agrícola in-


clusive;
- Propiciar o aumento da produção e da produtividade, bem como a
ocupação estável no campo;
- Manter estrutura de assistência técnica e extensão rural;
- Orientar a utilização racional dos recursos naturais;
- Manter sistemas de defesa sanitária animal e vegetal;
- Atribuições em inspeção e fiscalização, pesquisa agropecuária, for-
necimento de energia, programas de crédito.

A despeito do aumento de aporte de recursos pós-Constituição de


1998, houve um progressivo aumento de responsabilidade municipal
nas áreas sociais, especialmente na saúde, educação e saneamento,
além do aumento dos gastos em cultura e abastecimento alimentar.

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 15


2
OS INSTRUMENTOS INSTITUCIONAIS PARA
INTEGRAR O RURAL NO DESENVOLVIMENTO
DO MUNICÍPIO

2.1. Quais são os Instrumentos Institucionais


do Poder Municipal para incluir o Rural na
vida da cidade?
A partir da Constituição de 1988, (arts. 182 e 183) e com a promul-
gação do Estatuto da Cidade (Lei Federal nº. 10.257/01), os Municí-
pios brasileiros passaram a ter mais autonomia e a obrigatoriedade de
planejar a administração da cidade por meio de um Plano Diretor apro-
vado com a participação da população local. A Constituição do Estado
de São Paulo tornou obrigatória a elaboração do Plano Diretor para
todos os seus Municípios e não apenas para aqueles com mais de 20
mil habitantes, conforme prevê a Constituição Federal. Assim, por meio
da implantação de órgãos colegiados, conselhos paritários, consulti-
vos ou deliberativos; audiências e consultas públicas, conferências,
planos e projetos de lei de iniciativa popular, referendos e plebiscitos,
poderemos garantir a participação da sociedade e construir propostas
que sejam pactuadas pelos diversos setores da sociedade e que devem
também acompanhar sua implementação. Dessa forma, teremos uma
democracia verdadeiramente participativa.

Esses instrumentos institucionais referem-se ao Planejamento do Mu-


nicípio como um todo, o que significa a gestão das áreas urbanas e ru-
rais, conforme especifica o artigo 2º do Estatuto da Cidade.

2.2. O que é o Plano Diretor do Município?


É o instrumento básico e fundamental da Política de Desenvolvimento Lo-

16 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


cal que compreende o perímetro urbano e suas áreas rurais, construído
com a participação popular e aprovado por Lei Municipal. O Plano Diretor
deve conter todas as diretrizes para um modelo de desenvolvimento
sustentável a ser adotado com base na universalização das políticas so-
ciais, na democratização dos espaços territoriais e políticos da cidade
e, principalmente, na integração do rural na vida da cidade.

O Plano Diretor do Município deve ser revisado a cada quatro anos, sem-
pre abrangendo seu perímetro urbano e suas áreas rurais. As eleições
municipais propiciam a oportunidade de se retomar o debate e redefinir
as prioridades visando a um desenvolvimento urbano e rural socialmente
equilibrado, ambientalmente sustentável e politicamente participativo.

2.3. Por que integrar o Rural no Plano Diretor


do Município?
Primeiramente, vale ressaltar que a Zona Rural, com suas atividades
de produção agrícola ou pecuária, sempre fez parte do Município.
Há um enorme engano quando uma administração municipal exclui
de sua dinâmica de desenvolvimento e de suas políticas públicas as
áreas rurais, principalmente aquelas voltadas para a agricultura fa-
miliar e para os assentamentos de Reforma Agrária, pescadores arte-
sanais, comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas.

Na verdade, a Zona Rural é um espaço territorial que pode e deve favore-


cer: atividades produtivas com inclusão social, com geração de trabalho
e renda e fixação do homem no campo; a produção diversificada de ali-
mentos para a garantia do abastecimento urbano de qualidade, a preser-
vação dos recursos naturais visando a qualidade de vida no campo e na
cidade, o cumprimento da função social da terra; as tradições culturais
da população.

A Zona Rural abriga importante concentração da população que con-

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 17


some bens de uso e serviços, que desenvolve e movimenta o comércio
da cidade, trazendo dinamismo à economia local, gerando impostos
e fomentando a melhor distribuição de renda e riqueza no município
e região. Uma Zona Rural valorizada é, enfim, solução para muitos
problemas nos municípios, cujas áreas urbanas crescem e incham
caoticamente, sem qualquer planejamento integral.

Perceber o potencial existente nas atividades praticadas na Zona Rural


por uma população que muitas vezes ainda está esquecida, segregada
e excluída do desenvolvimento geral do município é ocupar um vazio
político que pode mudar a perspectiva para emancipação e crescimen-
to local sustentável.

Não há motivos para separar direitos de moradores do campo e da ci-


dade. Todos os cidadãos e cidadãs, apesar de estarem em situações
diferenciadas, devem ser atendidos pelas políticas básicas que propi-
ciam dignidade e qualidade de vida ao ser humano, como educação,
saúde, transporte, moradia, água potável, saneamento, energia elé-
trica, lazer e esporte.

2.4. Como integrar o Rural no Plano Diretor do


Município?
A integração do rural na dinâmica local pode ser planejada a partir de um
conjunto de ações inseridas no Plano Diretor Urbano Rural, com vistas a:

• Identificar os principais problemas da área rural e de suas populações


para a formulação de políticas agrárias, agrícolas e de inclusão social;

• Gerar trabalho e renda na zona rural, vinculados à garantia da Se-


gurança Alimentar e Nutricional, principalmente para a população de
baixa renda;

18 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


• Estabelecer “Zonas de Proteção” à atividade agrícola, à agricultura
familiar, à agricultura com produção diversificada e de alimentos, para
garantir oferta de empregos, o abastecimento alimentar local e regio-
nal, bem como para frear a especulação imobiliária desordenada nas
zonas rurais;

• Estabelecer limites à implantação de monoculturas para proteger as


áreas destinadas à produção diversificada de alimentos e evitar danos
ao meio ambiente, desemprego e êxodo rural;

• Apoiar o desenvolvimento da agricultura familiar e dos projetos da


Reforma Agrária, dos pescadores artesanais, das comunidades tradi-
cionais, dos quilombolas e indígenas;

• Reservar áreas urbanas e peri-urbanas ociosas para a prática da Agri-


cultura Urbana, com a produção de alimentos, mudas de espécies flo-
restais e medicinais, garantindo renda para população em risco social;

• Capacitar e preparar o município para a realização de parcerias e


convênios com demais órgãos das administrações públicas federal e
estadual para receber os benefícios dos programas voltados ao fomen-
to da produção agropecuária, ao desenvolvimento da agricultura famil-
iar, do abastecimento alimentar e nutricional; para os programas de
Reforma Agrária de apoio à preservação dos recursos naturais e meio
ambiente, e outros afins;

• Criar mecanismos na administração local para apoiar a fiscalização


do cumprimento da função social da propriedade rural;

• Fortalecer as articulações para a comercialização da produção rural do


município, tendo em vista o abastecimento alimentar da população, as
aquisições institucionais para a alimentação e para ampliação dos pon-
tos de vendas de produtos com qualidade em mercados municipais e em
bairros da periferia, por meio de sacolões, varejões, feiras e outros;
O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 19
•Promover capacitação de novas tecnologias para a produção agrícola,
dando-se ênfase aos cultivos alimentares diversificados e com baixo impacto
ambiental. Garantir que os programas de qualificação profissional não repro-
duzam o confinamento das mulheres às profissões ditas femininas, estimu-
lando, especialmente das jovens, à capacitação em novas tecnologias, consi-
derando que as mulheres trabalham em todas as atividades do terreno;

•Contribuir para a sustentabilidade administrativa e produtiva nos


empreendimentos das mulheres, enfatizando-se, nesse processo, sua
capacitação para gerenciá-los, além do apoio público para a comer-
cialização.

2.5. Qual é o órgão responsável para pensar,


planejar, desenvolver e executar os Programas
para a área rural do Município?

20 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


Deve haver uma instância competente específica na administração Mu-
nicipal, responsável pela gestão da Política de Desenvolvimento Rural.
Esta instância deve estar de acordo com as possibilidades do Municí-
pio, podendo ser desde uma Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Rural, Abastecimento e Segurança Alimentar, uma Coordenadoria ou
apenas um Grupo de Trabalho.

O mais importante é garantir que todos os setores da administração


passem a ter uma visão integrada do desenvolvimento do município,
com todas as secretarias preocupando-se em levar suas ações para a
cidade e para o campo.

Além disso, o município deve favorecer o controle social e a participa-


ção popular na elaboração e execução de suas políticas. Para tanto, um
dos principais instrumentos é a criação dos Conselhos Municipais. Os
conselhos são espaços públicos de composição plural e paritária entre
Estado e sociedade civil, de natureza deliberativa e consultiva, cuja fun-
ção é formular e controlar a execução das políticas públicas setoriais.

2.6. Como fortalecer os Conselhos Municipais


e integrá-los às Políticas de Desenvolvimento
Rural?
São inúmeras as possibilidades de fortalecer o papel dos Conselhos
Municipais e integrá-los às políticas específicas para o desenvolvimento
rural. Além do mais, esta prática vai ao encontro ao que prevê a Constitui-
ção Federal de 1988, que enfatiza a exigência de gestão democrática e
participação popular nas decisões de interesse público do município.

Os cidadãos e cidadãs, os movimentos populares, Vereadores e o próprio


Prefeito podem e devem ter a iniciativa de criar o número necessário
de Conselhos Municipais para a efetiva participação democrática da
população.
O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 21
Também é importante a criação de Conselhos Gestores, em função da
necessidade de gestão e controle social de diferentes fundos (esta-
duais e federais) conveniados com a esfera de poder local.

Mas não basta apenas a criação dos Conselhos. O poder público deverá
garantir as condições políticas e administrativas para que os conselhei-
ros indicados (representantes do governo e da sociedade civil) tenham a
capacitação necessária, além de contarem com infra-estrutura e espaço
de funcionamento para que tal exercício tenha eficiência e qualidade.

Além disso, deverá haver um incentivo para a criação de um Fórum


Interconselhos como instância de articulação e de compatibilização
das Políticas Públicas Municipais.

2.7. Quais são os Conselhos que devem ser


considerados para pensar o Rural?
Alguns Conselhos são considerados essenciais para melhor articular o
desenvolvimento rural:

• Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável


Sua finalidade é analisar e aprovar o Plano Municipal de Desenvolvimen-
to Rural Sustentável, sugerir mudanças nas políticas municipais, esta-
duais e federais, encaminhar projetos, e auxiliar no acompanhamento e
fiscalização da boa aplicação dos recursos públicos. Esse Conselho é um
fórum permanente de debate dos interesses dos produtores rurais e deve
proporcionar o fortalecimento das organizações dos agricultores famil-
iares e dos assentados da Reforma Agrária, dos pescadores artesanais e
das comunidades tradicionais, dos quilombolas e indígenas.

É necessário valorizar junto à população da cidade a importância das


atividades agrícolas integradas à preservação dos recursos naturais,
ressaltando a produção de alimentos saudáveis, isentos de agroquími-
cos e a necessidade de impor limites à expansão das monoculturas,
22 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL
predatórias ao meio ambiente urbano e rural.

• Conselho Municipal de Alimentação Escolar - CAE


Criado para assessorar e fiscalizar o Programa Nacional de Alimenta-
ção Escolar, deve zelar pela melhor aplicação das verbas repassadas
aos municípios. O Conselho deve preocupar-se com melhoria do cardá-
pio, de forma a respeitar os hábitos alimentares e as vocações agrícolas
regionais e, preferencialmente, conter alimentos In natura produzidos
pelos agricultores familiares do município e região.

O CAE foi regulamentado pela Medida Provisória nº 1979-19, de 2 de


junho de 2000 e deve ser constituído por sete membros: um represen-
tante do Poder Executivo, um do Legislativo, dois representantes dos
professores, dois de pais de alunos e um representante de outro seg-
mento da sociedade.

• Conselho Municipal de Abastecimento e Segurança


Alimentar e Nutricional.
Tem por finalidade cooperar na formulação do plano municipal de segu-
rança alimentar e nutricional, propor, acompanhar e fiscalizar as ações
do governo municipal, especialmente aquelas voltadas ao combate das
causas da miséria e da fome, no âmbito do município.

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 23


O Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional deve definir
políticas para alimentação escolar, a criação de banco de Alimentos,
de restaurantes populares, de varejões na periferia das cidades, de ge-
ração de trabalho e renda por meio de incentivo à Agricultura Urbana e
hortas escolares, que são iniciativas que podem ser realizadas em par-
ceria com os agricultores familiares;
Outros conselhos importantes para o município (alguns já existentes e
que são obrigatórios):

• Conselho Municipal de Saúde;


• Conselho Municipal de Assistência Social;
• Conselho Municipal de Educação e Cultura;
• Conselho Municipal do Meio Ambiente
• Conselho Municipal de Transportes;
• Conselho Municipal de Segurança Pública;
• Conselho Municipal dos Direitos da Mulher
• Conselho Municipal do Idoso;
• Conselho Municipal da Juventude;
• Conselho Municipal da Criança e do Adolescente;
• Conselho Municipal dos Portadores de Necessidades Especiais;
• Conselho Municipal do Orçamento Participativo;
• Conselho Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Básico.

O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher é um importante espaço


de participação para as agricultoras familiares e mulheres assenta-
das poderem exigir igualdade de tratamento e políticas especiais,
buscando interagir com os demais Conselhos Municipais na solução
das questões agrárias locais e na busca de um desenvolvimento rural
integrado com a cidade.

Um governo verdadeiramente democrático e popular tem o papel de


aprimorar os instrumentos de participação da sociedade na definição
das ações de governo, deve fazer a diferença na busca da qualidade de
vida, do planejamento e do desenvolvimento sustentável do Município.
24 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL
2.8. Como eleger as prioridades da área rural
no Plano Diretor de cada Município?
As seguintes providências devem preceder a elaboração do planeja-
mento e da integração das áreas rurais no Plano Diretor do Município1:

1. Criação de órgão competente (Grupo de Trabalho ou Secretaria) res-


ponsável pelas ações de planejamento e desenvolvimento dos progra-
mas a serem implementados;

2. Organização de legítimos canais de comunicação com os movimen-


tos sociais do campo e com os setores envolvidos com as atividades
rurais, para garantia de efetiva participação democrática e popular na
eleição das prioridades específicas da área rural;

3. Envolvimento intersetorial no planejamento e na atuação do órgão


responsável pela condução das políticas agrícolas e agrárias, com de-
mais Secretarias e órgãos da Administração Pública Municipal, prin-
cipalmente para a elaboração de um completo diagnóstico sobre o
território do município, ou seja, para identificação e planejamento do
zoneamento municipal, do perímetro urbano e das áreas rurais2;
4. A elaboração de um diagnóstico participativo sobre a área rural do mu-

1. Esta sugestão é uma metodologia construída durante a implantação de um exitoso Programa de Desen-
volvimento Rural Sustentável e de Segurança Alimentar e Nutricional na administração petista da Prefeitura
Municipal de Campinas, no período de 2001 a 2004.

2. A Intersetorialidade do órgão responsável pelas políticas rurais deve se dar, em primeiro plano, com
a Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, pois, geralmente é esta que tem a incumbência
de elaborar o Plano Diretor das Cidade. O reconhecimento, a valorização das áreas rurais de um município, a
criação de “distritos ou zonas de proteção da atividade agrícola”, ou de identidades econômicas e vocações
produtivas terão, necessariamente, que ser compatibilizados com os planos de expansão da malha urbana,
se houver. As zonas lindeiras, de transição ou limítrofes entre as funções urbanas e rurais, devem ser res-
peitadas de acordo com as atividades respectivas. O uso e a ocupação do solo, seja ele urbano ou rural,
deverá ter regulamentação específica, principalmente quando se tratar de usos urbanos nas áreas rurais.
Frear a especulação imobiliária sobre as áreas de produção de alimentos é tarefa que implica em firme
vontade política e condução de um verdadeiro pacto social em benefício da qualidade de vida da cidade.

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 25


nicípio também é requisito essencial para que se possa elaborar o Plano
de Ação Integrado Urbano-rural, sendo necessário que a Administração
Municipal organize e mantenha atualizada a informação sobre a reali-
dade rural do Município.

2.9. Quais as informações importantes para


a constituição de um Banco de Dados Rurais
em um município?
O conhecimento das formas de uso do solo rural, da produção agropecuária
e da estrutura fundiária do município deve ser o mais abrangente e atual-
izado. O objetivo é aparelhar a estrutura administrativa local para promover
a valorização e dar visibilidade à zona rural e aos recursos naturais a serem
preservados, principalmente, junto à comunidade urbana. Para tanto, de-
vem-se apurar informações e dados sobre:

• A importância das atividades rurais na origem e na história;

• Comparação da Situação Territorial Urbana e Rural (perímetro urbano


e zona rural);

• Distribuição Populacional;

• Estrutura Fundiária e Concentração da Propriedade da Terra: número


de propriedades por classe de área;

• Produção Agropecuária e distribuição por regiões produtivas;

• Principais produtos agropecuários: área, produção e valor da produção;

• Análise comparativa de área e valor da produção;

• Condição do produtor, pessoal ocupado e empregos gerados pelo setor;


• Distribuição da mão-de-obra direta: número de familiares do proprie-
26 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL
tário, de trabalhadores permanentes, de arrendatários e de trabalha-
dores temporários;

• Padrão tecnológico e tendências de evolução;

• Comercialização, armazenamento e transporte;

• Uso de Crédito Rural;

• Exploração mineral;

• Agroindústrias;

• Fontes de poluição: esgoto, resíduos industriais, agrotóxicos;

• Classes de uso dos solos;

• Estado de preservação dos recursos naturais: conservação dos solos


e da água, matas ciliares, maciços florestais;

• Passivos ambientais a serem recuperados;

• Áreas de interesse turístico, histórico e cultural;

• Identificação das áreas de exclusão social, urbanas e rurais;

• Mapeamento geográfico dos dados apurados.

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 27


3
AS POSSIBILIDADES DE PARCERIAS
DO MUNICÍPIO COM O GOVERNO
FEDERAL

Nos últimos anos, o Governo Lula ampliou significativamente os pro-


gramas voltados para o desenvolvimento rural, multiplicando as pos-
sibilidades de parceria com os governos municipais e, principalmente,
os recursos disponibilizados.

3.1. Reforma Agrária


O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) vem avan-
çando a Reforma Agrária no estado de São Paulo, com a implantação de
novos assentamentos e intensificação do apoio às famílias assentadas,
por meio de programas de habitação, infra-estrutura de estradas, energia
elétrica, abastecimento de água, saneamento, associativismo, diversifi-
cação da produção, agroindustrialização, comercialização, programas de
educação e capacitação e assistência técnica, entre outros.

O avanço da Reforma Agrária no Estado tem propiciado novas perspectivas


de desenvolvimento em vários municípios que antes estavam estagnados.
Isso ocorre porque quando o município é beneficiado pela implantação de
um Projeto de Assentamento, o Governo Federal aporta grande quantidade
de recursos para transformar o antigo latifúndio, que não cumpria a fun-
ção social da propriedade, numa nova comunidade de famílias inseridas no
processo produtivo, econômico, social e político.

As famílias beneficiadas pela Reforma Agrária movimentam seus re-


cursos nas cidades onde residem, ampliando a demanda por bens e
serviços, estimulando o comércio local e criando oportunidades de
emprego. A política de reforma agrária nessas localidades, está ge-
rando impactos positivos, contribuindo assim para o desenvolvimento
local e regional.
28 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL
Como o município pode colaborar com a política de
Reforma Agrária?

O município pode colaborar com a Reforma Agrária identificando terras que


não cumprem sua função social, para que sejam vistoriadas e desapropria-
das pelo INCRA. Além disso, o município também pode destinar uma área
municipal para o assentamento de trabalhadores sem terra, onde o INCRA
assume todos os custos de implantação do assentamento, no convênio
chamado “Projeto Casulo”.

O município pode, ainda, aproveitar áreas urbanas ociosas para gerar


trabalho e renda para a população, capacitando-a para as atividades de
produção de alimentos e outros. O convênio com o INCRA, pelo “Projeto
AGRIURBE”, fornece os recursos diretamente para famílias selecionadas,
em gestão compartilhada com o INCRA, para que possam praticar a Agri-
cultura Urbana e no futuro tornarem-se assentados da Reforma Agrária.

O município pode, também, solicitar assessoria para implementação de


políticas públicas para as trabalhadoras rurais por meio da Equipe de Valo-
rização da Cidadania da Mulher na Reforma Agrária, criada pela Superin-
tendência Regional do INCRA-SP em agosto de 2007.

3.2. Crédito Rural


O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF) vem sendo ampliado ano a ano, chegando ao valor recorde
de R$ 13 bilhões em créditos para a safra 2008/2009. Trata-se de um
programa de grande alcance, com abrangência em todo o território na-
cional e cerca de 2 milhões de famílias inseridas.

Além das várias modalidades de crédito para financiamento de projetos in-


dividuais e coletivos, o Plano Safra 2008/2009 apresentou uma nova linha,
o Pronaf Mais Alimentos, que contempla projetos associados aos principais
produtos alimentares: olerícolas, frutas, arroz, feijão, milho, mandioca, trigo
O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 29
e leite. O limite de crédito é de R$ 100 mil, que podem ser pagos em até dez
anos, com até três anos de carência e juro de 2% ao ano.

O Pronaf Mais Alimentos é uma ação estruturante de longo prazo, que per-
mite ao agricultor familiar investir em modernização e aquisição de máqui-
nas e de novos equipamentos, correção e recuperação de solos, resfriadores
de leite, melhoria genética, irrigação e implantação de pomares, estufas e
armazenagem.

Qual a importância da agricultura familiar?

A agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos que


vão à mesa do brasileiro no dia-a-dia. São cerca de 4,1 milhões
de estabelecimentos rurais que respondem hoje por 56% do leite,
67% do feijão, 89% da mandioca e 70% dos frangos, dentre muitos
outros produtos agropecuários. Com apenas 30% das terras, é res-
ponsável por 38% de toda a produção agropecuária brasileira.
Gera mais renda por hectare em todas as regiões do país e em
quase a totalidade das culturas. Também gera 1 posto de tra-
balho para cada 8 hectares, enquanto a agricultura patronal
necessita de 67 hectares para gerar um emprego.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário (www.mda.gov.br)

3.3. Programa de Aquisição de Alimentos


O Programa de Aquisição de Alimentos é uma das ações do Fome Zero,
coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, cujo objetivo é
garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regulari-
dade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar
e nutricional, além de promover a inclusão social no campo, por meio
do fortalecimento da agricultura familiar.

30 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


O Programa adquire alimentos, da CONAB (Companhia Nacional de
Abastecimento), sem necessidade de licitação, por preços de referên-
cia que não podem ser superiores nem inferiores aos praticados nos
mercados regionais, até o limite de R$ 3.500,00 ao ano por agricultor
familiar que se enquadre no PRONAF, exceto na modalidade Incentivo à
Produção e Consumo do Leite, cujo limite é semestral.

Os projetos do PAA têm a participação dos agricultores e suas organiza-


ções (associações, cooperativas, sindicatos) e contam com a interme-
diação das prefeituras. Os Conselhos Municipais de Segurança Alimen-
tar aprovam os projetos e assim conferem confiabilidade à sua
fiscalização e execução. As compras feitas nos municípios dinamizam a
economia local e possibilitam menores custos pois se evitam os “pas-
seios” desnecessários das mercadorias.

Programa de Aquisição de Alimentos

Modalidade:
Compra Direta da Agricultura Familiar
Características:
Possibilita a aquisição de alimentos pelo Governo Federal, a preços
de referência, de produtores organizados em grupos formais (co-
operativas e associações), inserindo os agricultores familiares no
mercado de forma justa, via compra direta de sua produção, a
fim de constituir reserva estratégica de alimentos. É operada pela
CONAB.

Modalidade:
Compra para Doação Simultânea
Características:
Destina-se a promover a articulação entre a produção de agricul-
tores familiares e as demandas locais de suplementação alimen-
tar e nutricional de escolas, creches, abrigos, albergues, asilos,

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 31


hospitais públicos e outros; e dos programas sociais da locali-
dade, tais como: bancos de alimentos, restaurantes populares e
cozinhas comunitárias, resultando no desenvolvimento da eco-
nomia local, no fortalecimento da agricultura familiar e na ge-
ração de trabalho e renda no campo. É operada pelos governos
estaduais, municipais e pela CONAB.

Modalidade:
Formação de Estoques pela Agricultura Familiar
Características:
Adquire alimentos da safra vigente, próprios para consumo huma-
no, oriundos de agricultores familiares organizados em grupos for-
mais para formação de estoques em suas próprias organizações.
É operada pela CONAB.

Modalidade:
Compra Direta da Agricultura Familiar
Características:
Possibilita a aquisição de alimentos pelo Governo Federal, a
preços de referência, de produtores organizados em grupos for-
mais (cooperativas e associações), inserindo os agricultores
familiares no mercado de forma justa, via compra direta de sua
produção, a fim de constituir reserva estratégica de alimentos. É
operada pela CONAB.

Modalidade:
Compra para Doação Simultânea
Características:
Destina-se a promover a articulação entre a produção de agri-
cultores familiares e as demandas locais de suplementação
alimentar e nutricional de escolas, creches, abrigos, albergues,
asilos, hospitais públicos e outros, e dos programas sociais da

32 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


localidade, tais como bancos de alimentos, restaurantes popu-
lares e cozinhas comunitárias, resultando no desenvolvimento
da economia local, no fortalecimento da agricultura familiar e na
geração de trabalho e renda no campo. É operada pelos governos
estaduais, municipais e pela CONAB.

Modalidade:
Formação de Estoques pela Agricultura Familiar
Características:
Adquire alimentos da safra vigente, próprios para consumo huma-
no, oriundos de agricultores familiares organizados em grupos for-
mais para formação de estoques em suas próprias organizações. É
operada pela CONAB.

Modalidade:
Incentivo à Produção e Consumo do Leite
Características:
Destina-se a incentivar o consumo e a produção familiar de leite,
visando a diminuir a vulnerabilidade social, combatendo a fome e
a desnutrição, e contribuindo para o fortalecimento do setor pro-
dutivo familiar, mediante a aquisição e distribuição de leite com
garantia de preço.

Modalidade:
Aquisição de Alimentos para Atendimento da Alimentação Escolar
Características:
Possibilita a compra de alimentos produzidos pela agricultura fami-
liar, a preços de referência, sem necessidade de licitação, oferecen-
do um grande incentivo à economia local e promovendo o enriqueci-
mento do cardápio escolar com alimentos In natura e frescos.

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 33


Alimentação Escolar

Recentemente, pela da Resolução nº. 30, de 07 de agosto de 2008, do


Grupo Gestor do PAA, foi instituída a modalidade Aquisição de Alimentos
para a Alimentação Escolar, que possibilita a compra direta de agricul-
tores familiares, sem licitação, a preços de referência.

Esta nova modalidade significa uma verdadeira revolução na Merenda Es-


colar, diminuindo a dependência dos grandes fornecedores de produtos
industrializados e melhorando a qualidade dos alimentos, utilizando de
produtos In natura, frescos, provenientes da agricultura familiar local. As
compras efetuadas nos municípios certamente terão um grande impacto
no desenvolvimento local e no estímulo à produção de alimentos.

3.4. Programa Nacional de Apoio aos


Territórios Rurais
O Programa de Desenvolvimento Territorial, coordenado pela Secre-
taria do Desenvolvimento territorial do Ministério do Desenvolvimento
Agrário tem como objetivo promover o planejamento, implementação e
autogestão do processo de desenvolvimento sustentável dos territórios
rurais e o fortalecimento e dinamização da sua economia.

Territórios Rurais do Estado de São Paulo

• Vale do Ribeira (25 municípios)


• Pontal do Paranapanema (32 municípios)
• Sudoeste Paulista (15 municípios)
• Andradina (11 municípios)
• Noroeste Paulista (36 municípios)

Os territórios rurais de São Paulo foram priorizados em função dos cri-


térios de identidade, menores índices de desenvolvimento humano e

34 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


maior concentração de agricultores familiares.

Em cada território é criado um Colegiado Territorial, com representa-


ção paritária da sociedade civil e de governo, e são implementadas as
seguintes ações:

• Elaboração de Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentá-


vel (PTDRS), procurando articular as políticas públicas de todos os
níveis com as demandas sociais;

• Capacitação de atores, gestores e agentes para o desenvolvimento


territorial;

• Assistência financeira a projetos de infra-estrutura e serviços.

As prefeituras participam do Programa tendo representação no cole-


giado territorial e/ou enquanto parceiras nos projetos da modalidade
Infra-estrutura e Serviços (PROINF). Os projetos financiados a fundo
perdido são pactuados na instância territorial, de acordo com os eixos
estratégicos identificados no Plano Territorial de Desenvolvimento Ru-
ral Sustentável e devem:

• Ter caráter de integração territorial ou intermunicipal;

• Atender ao público beneficiário das ações do MDA (agricultores fami-


liares, assentados da Reforma Agrária, quilombolas, indígenas, pesca-
dores artesanais e extrativistas);

• Provocar impacto na agregação de valor à produção e na geração de


trabalho e renda;

•Aproveitar potencialidades(econômicas,sociais,ambientais,culturais,
históricas, de localização, entre outras) dos territórios.

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 35


Dentre os projetos já implantados nos territórios paulistas pelo Pro-
grama de Infra-Estrutura (PROINF), destaca-se a implantação de in-
fra-estrutura e equipamentos para apoiar a cadeia do leite, a comer-
cialização de produtos da agricultura familiar, a economia solidária,
a apicultura, a piscicultura, contemplando também a assistência téc-
nica e a extensão rural.

3.5. Programa Territórios da Cidadania


É uma estratégia do Governo Federal fundamentada na articulação de
políticas públicas em regiões rurais carentes, priorizadas pelos terri-
tórios de identidade, que já são objeto de trabalho do Ministério do
Desenvolvimento Agrário. Seu objetivo é o desenvolvimento susten-
tável e a garantia de direitos sociais para regiões do país que mais
precisam, de forma a estimular o desenvolvimento econômico e uni-
versalizar os programas básicos de cidadania.

A abordagem territorial na implementação e formulação de políticas


públicas, prioriza a integração das ações do Governo Federal e dos
governos estaduais e municipais em um plano desenvolvido em cada
território, com a participação da sociedade. Um Colegiado Territorial
composto pelas três esferas governamentais e pela sociedade analisa a
oferta de ações e políticas dos ministérios, indica prioridades e propõe
um plano de desenvolvimento e uma agenda pactuada de ações.

Por sua concepção e gerenciamento, o Territórios da Cidadania não se


limita a atacar problemas específicos com ações dirigidas. Ele combina
diferentes ações de ministérios e governos estaduais e municipais, con-
solidando as relações federativas, tornando mais eficiente a ação do
poder público nas localidades.

Por exemplo, serão desenvolvidas ações combinando os financia-


mentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf) com a ampliação da assistência técnica; a cons-
36 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL
trução de estradas com a ampliação do Programa Luz para Todos;
a recuperação da infra-estrutura dos assentamentos com a ampli-
ação do Bolsa Família; a implantação de Centros de Referência de
Assistência Social (CRAS) com a ampliação dos programas Saúde
da Família, Farmácia Popular e Brasil Sorridente; e a construção
de escolas com obras de saneamento básico e a construção de
cisternas.

A integração do conjunto de políticas públicas e dos investimentos pre-


vistos contribuirá para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Hu-
mano), evitar o êxodo rural e superar as desigualdades regionais.

Em São Paulo o Territórios da Cidadania já está em plena execução no


Vale do Ribeira e no Pontal do Paranapanema.

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 37


4
OS DESAFIOS PARA AS PARCERIAS
DO MUNICÍPIO COM O GOVERNO
ESTADUAL

A seqüência de governos tucanos em São Paulo provocou um verdadeiro


desastre nas políticas públicas voltadas para a área rural. O Estado se
omite nas questões de Assistência Técnica e Extensão Rural, Defesa
Agropecuária e Pesquisa. A regularização fundiária foi priorizada para
titular propriedades nas áreas urbanas. A arrecadação das terras devo-
lutas, griladas pelos latifundiários, foi aos poucos sendo abandonada,
a ponto de o Governo propor um Projeto de Lei, que tramita na Assem-
bléia Legislativa, que visa regularizar a propriedade para os atuais gril-
eiros do Pontal do Paranapanema.

A Secretaria da Agricultura e Abastecimento vem perdendo importân-


cia ao longo dos anos, como demonstra sua participação declinante no
orçamento geral do Estado, passando de 0,92% em 2002 para 0,73%
em 2009. Programas importantes para a Agricultura Familiar, como o
Microbacias Hidrográficas e o Melhor Caminho, têm sido tratados de
forma displicente, inclusive com devolução de recursos orçamentários
não utilizados durante o ano fiscal.

O município deve exercer seu poder político para cobrar mais empenho e
investimentos do Governo do Estado no apoio à Agricultura Familiar, pois é
o estado que possui os melhores recursos institucionais como, as Universi-
dades, Institutos de Pesquisa Científica, Programas de Crédito e Seguro, As-
sistência Técnica e Extensão Rural.

A Municipalização das Casas de Agricultura é um programa que esta-


belece convênios com os municípios transferindo responsabilidades do
órgão estadual de Assistência Técnica, a CATI, sem garantir os recursos
necessários para a sua execução. Isso tem levado a uma degradação
dos serviços prestados aos agricultores.
38 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL
O Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas seleciona áreas
com maior incidência de agricultura familiar para desenvolver, no âmbi-
to da microbacia, ações voltadas às práticas de agricultura sustentável
como: recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente,
recuperação e uso racional do solo e da água, apoio ao associativismo
e capacitação dos produtores em sistemas de produção agropecuária
que garantam a sustentabilidade. Com verbas provenientes de em-
préstimo do Banco Mundial e do orçamento da Secretaria, o programa
oferece recursos a fundo perdido para os pequenos e médios proprie-
tários rurais implantarem projetos de conservação dos solos, aplicação
de calcário, plantio direto, proteção e recuperação florestal em áreas
preservação permanente (APP) e outros.

O programa Melhor Caminho, operacionalizado pela CODASP (Compa-


nhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo), deveria se constituir
num importante apoio do Estado às administrações municipais, que têm
a responsabilidade da manutenção de estradas rurais. Chuvas intensas
causam, todos os anos, grandes estragos e erosões em leitos carroçáveis
e áreas vizinhas, provocando perda de solo, assoreamento dos rios, além
de muitas vezes tornar estradas intransitáveis, criando transtornos para a
locomoção, para o transporte de carga e o transporte escolar. O progra-
ma recupera trechos críticos de estradas rurais e capacita os operadores
das prefeituras para continuarem os serviços.

Regularização Fundiária

A indefinição dominial ainda é motivo de conflitos e atraso em grandes


áreas rurais e até mesmo em áreas urbanas. Em regiões de áreas devo-
lutas, a responsabilidade pela arrecadação das terras públicas é do
Governo do Estado, pelo ITESP (Fundação Instituto de Terras do Estado de
São Paulo “José Gomes da Silva”) Porém, no perímetro municipal, a re-
sponsabilidade é da prefeitura que, por não ter estrutura, acaba trans-
ferindo a arrecadação por convênio para o Estado.

O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 39


Os pequenos posseiros, como os do Vale do Ribeira e de várias outras
regiões do Estado, precisam ter suas terras regularizadas para permitir a
dinamização de atividade produtiva e o desenvolvimento local. Por outro
lado, os grandes grileiros de áreas devolutas devem ter suas áreas arrec-
adadas pelo Estado para implementação de novos assentamentos de tra-
balhadores rurais sem terra. O Governo Lula, pelo convênio do INCRA com o
ITESP, garante recursos para que o Estado arrecade essas áreas e também,
por convênio do MDA com o ITESP, regularize os pequenos posseiros. No
entanto, a política do governo tucano é de privatização das terras públicas,
pretendendo solucionar os conflitos agrários pela transferência irregular da
terra pública para as mãos dos grileiros.

40 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


5 OS DESAFIOS ATUAIS DA REALIDADE
RURAL PARA O MUNICÍPIO

A monocultura da cana-de-açúcar é motivo de euforia e preocupação


nas regiões por onde avança. Desperta euforia pela grande rentabilidade
que proporciona aos agricultores e pelo aumento da arrecadação nos
municípios que sediam as usinas. Mas também gera preocupações pela
substituição de culturas diversificadas e pelo aumento da concentração
de terras e riquezas e pela expulsão do homem do campo.

As áreas de reserva legal e matas ciliares não são respeitadas. Pequenos


capões de mata são eliminados e a biodiversidade dá lugar à monocul-
tura, com graves prejuízos para o meio ambiente. O uso das queimadas
como prática de pré-colheita, apesar de ter seu término anunciado para o
ano de 2014, tem provocado enorme impacto ambiental e danos à saúde
da população, especialmente dos cortadores de cana.

Outra monocultura que tem causado as mesmas preocupações é a do


eucalipto, que avança nas regiões menos propícias para a cana, como o
Vale do Paraíba e região sudoeste do Estado, desde Sorocaba até Itararé,
expandindo-se ainda pelo Alto Vale do Ribeira e áreas próximas à Capital.
É o chamado “deserto verde” tomando conta de São Paulo e chegando
em alguns casos a comprometer até 80% da área total dos municípios.

A Secretaria Agrária Estadual do PT, em seu encontro realizado em


2007, tirou as seguintes proposições em relação ao avanço da cana em
São Paulo:

1. É preciso recuperar a capacidade de planejamento do Estado, pro-


pondo e exigindo medidas para a regulação do processo de expansão
do setor sucroalcooleiro:
O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 41
•Implantar um zoneamento para a cultura da cana-de-açúcar que con-
temple os aspectos econômicos, sociais e ecológicos;

• Preservar as áreas com concentração de pequenas e médias proprie-


dades, com agricultura familiar e áreas de interesse da Reforma Agrária,
não autorizando a construção de novas usinas. Aproveitar os estudos já
realizados para a definição dos territórios priorizados pelas políticas de
desenvolvimento territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário e
Ministério do Desenvolvimento Social;

• Instituir taxas na comercialização do álcool, revertendo os recursos


arre-cadados para um fundo que estimule a agricultura familiar. Abolir
os incentivos fiscais, como a redução do ICMS do álcool, que passou de
25% para 12 %;

• Exigir o cumprimento das normas ambientais, denunciando os abu-


sos e exigindo mais fiscalização;

• Exigir compromissos e metas de recuperação florestal em Áreas de


Preservação Permanente e de Reserva Legal;

• Fiscalizar os licenciamentos ambientais, mobilizando a população


para participar das audiências públicas nos Municípios;

• Propor a eliminação imediata das queimadas no âmbito dos municí-


pios e alterar a lei estadual;

• Denunciar e reverter a utilização, pelas usinas, das terras públicas


estaduais destinadas aos assentamentos, que estão sendo objeto de
arrendamento disfarçado para o plantio de cana-de-açúcar.

2. Exigir políticas mais efetivas de apoio à agricultura familiar e aos


pequenos e médios produtores rurais, com enfoque para a garantia da
comercialização dos produtos alimentícios, assistência técnica e exten-
42 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL
são rural especializada desenvolvimento da pesquisa e parcerias com
as universidades.

3. Denunciar o endividamento dos usineiros, em especial o rombo provocado


na previdência social. Exigir a lista dos devedores e o valor das dívidas. Propor
a arrecadação das terras dos devedores para fins de Reforma Agrária.

4. Denunciar a exploração do trabalho, exigindo medidas para a sua


humanização: respeito à jornada de oito horas, elevação do piso sa-
larial, transporte digno e alimentação “quente” fornecida pela usina,
melhores condições de alojamento e adicional de periculosidade para
o cortador de cana.

5. Propor uma mudança no modelo de desenvolvimento, com enfoque


para uma agricultura baseada em práticas agroecológicas, que possibi-
lite uma melhor distribuição das terras e da renda. Privilegiar sistemas
de produção de agroenergia que viabilizem a participação efetiva da
agricultura familiar.

6. Pensar padrões de consumo de energia com base no interesse cole-


tivo. Priorizar políticas para o transporte coletivo (trens, metrô, ônibus,
vans) em detrimento do transporte individual (carros).

7. Estimular o consórcio de municípios e o planejamento regional.

8. Estimular e organizar debates, discussões e audiências públicas no


Estado a fim de orientar a sociedade para os impactos da expansão da
monocultura da cana.

9. Apoiar e ser solidário aos movimentos sociais e sindicatos na luta


pela Reforma Agrária e desenvolvimento no campo.

10. Resgatar e atualizar material elaborado pelo PT sobre o setor


sucroalcooleiro.
O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 43
11. Repudiar as ações de usineiros que, ao invés de proporcionarem de-
senvolvimento econômico e social para o país, geram danos ambientais
e sociais ao povo brasileiro.

Desafios para a produção de energia limpa


A produção atual de etanol a partir da cana-de-açúcar não tem
nada de “limpa”. O cultivo da cana requer o uso intensivo de produ-
tos químicos, poluindo o solo e as fontes de água potável. As quei-
madas, praticadas para facilitar o corte, destroem microorganis-
mos do solo, poluem o ar e provocam doenças respiratórias.
No processo de destilação do etanol são gerados de 10 a 13
litros de vinhoto para cada litro do combustível. Se a produção
anual de etanol no Brasil é de 17 bilhões de litros, isso significa
que pelo menos 170 bilhões de litros de vinhoto são deposita-
dos nas regiões de canaviais.
Fonte: Agroenergia: mitos e impactos na América Latina, Comissão Pastoral da
Terra, 2007.

44 O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL


6
INICIATIVAS E POSSIBILIDADES
DE AÇÃO DO MUNICÍPIO NO
DESENVOLVIMENTO RURAL
1. Criar órgão municipal para agricultura, meio ambiente e abasteci-
mento alimentar.

2. Elaborar amplo diagnóstico para proposição do Zoneamento Rural e


Plano Diretor. Em todos os diagnósticos e levantamentos considerar os
quesitos sexo e raça/etnia.

3. Fortalecer o papel dos Conselhos Municipais.

4. Estimular e apoiar o associativismo e o cooperativismo.

5. Apoiar a implantação e o desenvolvimento dos assentamentos rurais.

6. Criar programas de conservação de estradas e pontes rurais.

7. Adequar a gestão de mercados, varejões e feiras.

8. Investir na construção ou melhorias dos equipamentos públicos.

9. Instituir feiras de produtos orgânicos e artesanais.

10. Redefinir o cardápio e as normas para os editais de compra de


alimentos de modo a favorecer a participação de produtores e fornece-
dores locais.

11. Aproveitar os mecanismos existentes para aquisição de alimentos


da agricultura familiar.

12. Apoiar o acesso ao crédito e as negociações de dívidas dos peque-


nos produtores rurais.

13. Apoiar a instalação de agroindústrias artesanais.

14. Aprimorar os serviços de inspeção e vigilância sanitária.

15. Estabelecer convênios com órgãos federais e estaduais.


O MUNICÍPIO E O DESENVOLVIMENTO RURAL 45

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