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ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL E
POLÍTICA URBANA
AULA 1
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CONVERSA INICIAL
Esta abordagem tem como foco central a organização dos municípios no Brasil. Aqui,
país. A primeira temática contempla o surgimento dos municípios no Brasil, apresentando sua
evolução histórica, desde sua origem colonial até os dias atuais, destacando as mudanças ocorridas
Brasil.
principais marcos legais relacionados à criação de novos municípios e as diretrizes legais para sua
condição prevista na Constituição Federal de 1988 (CF), suas principais características e limitações.
Prosseguindo com a análise da temática, são caracterizados os bens municipais, destacando sua
municípios no Brasil é de grande relevância, pois permite que se tenha uma perspectiva adequada do
funcionamento do sistema federativo e da gestão pública municipal brasileira, fatores fundamentais
para aqueles que atuam ou pretendem atuar na administração pública ou mesmo para os cidadãos
interessados em compreender o papel dos municípios na estruturação do país.
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desenvolvimento político e territorial do país. Segundo Bernardi (2012), o surgimento dos municípios
no Brasil pode ser rastreado desde a época do descobrimento, passando pelo período de colonização
portuguesa até o início do século XIX. No período de colonização portuguesa, a fundação de vilas e
colonização mais importantes. As primeiras vilas fundadas pelos portugueses foram Salvador, Olinda,
São Vicente e Rio de Janeiro. A partir daí, outras vilas e cidades foram surgindo com o objetivo de
consolidar o domínio português sobre o território brasileiro.
A dispersão dos municípios no Brasil era muito restrita e a maioria deles encontrava-se em
expansão do território brasileiro para o interior. O processo de formação dos municípios no Brasil
também esteve ligado à expansão da fronteira agrícola e pecuária. A ocupação do território brasileiro
pelo povoamento rural e a exploração de recursos naturais, como madeira e minério, foram alguns
sistema de governo absolutista, que concentrava o poder nas mãos do governador geral. A partir do
século XVIII, com a criação do Conselho Ultramarino por Portugal, foi possível descentralizar o poder
político e administrativo no Brasil Colônia, o que contribuiu para o desenvolvimento dos municípios.
Mas é somente no século XIX que se observa uma intensa transformação política, social e econômica
no Brasil, reflexo da vinda da corte portuguesa em 1808 e da Independência em 1822. Nesse período
governo imperial, com a organização dos municípios e províncias. Nesse contexto, as câmaras
municipais foram responsáveis pela administração dos municípios, atuando como representantes dos
país. Os novos municípios criados nesse período contribuíram para o incremento da infraestrutura
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nacional, uma vez que a instalação de serviços públicos, como transporte e saneamento, tornou-se
necessidade de atender a demandas locais e pela busca de maior autonomia política. A partir das
décadas de 1930 e 1940, a industrialização dos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de
empregos nas cidades atraíram uma grande quantidade de pessoas do campo para as áreas urbanas,
acarretando um intenso êxodo rural. Esse processo contribuiu para o crescimento acelerado e
desorganizado de grandes centros e para o surgimento de novas demandas por infraestrutura
urbana.
urbana do país: a metropolização. Esse fenômeno foi marcado pelo surgimento de grandes
aglomerações urbanas, as regiões metropolitanas, que reuniam vários municípios em torno de uma
cidade central. Com a metropolização, houve um crescente desafio na gestão das cidades e na
integração de políticas públicas em um nível mais amplo. Já no início do século XXI, os municípios
brasileiros começaram a se inserir no contexto internacional e global, buscando parcerias com outras
localidades do exterior e participando de redes internacionais de cidades. Essa inserção no contexto
global se dá em diferentes áreas, desde a cultura até a economia, e tem implicações importantes na
O município é um ente federativo, assim como a União, os Estados e o Distrito Federal, conforme
o art. 18 da CF. Dessa forma, tem autonomia política, administrativa e financeira dentro dos limites
constitucionais, sendo responsável pela gestão de assuntos de interesse local. A relação entre os
entes federados é mediada principalmente por meio dos diferentes graus da federação. Eles
caracterizam-se pela divisão do poder político em diferentes níveis de governo; a União; os Estados e
o Distrito; Federal; os municípios. Cada um desses níveis de governo tem as próprias atribuições e
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No caso dos municípios, a CF estabelece que cabe a eles a gestão dos serviços públicos de
interesse local, como zoneamento urbano, transporte e limpeza urbana, entre outros. Além disso, os
municípios também têm competência para legislar sobre assuntos locais, desde que não contrariem
as normas federais e estaduais. Portanto, a autonomia dos municípios é relativa; eles devem respeitar
as leis federais e estaduais, assim como a CF. Além disso, a União e os Estados têm competências que
pode ocorrer por meio de três modalidades: desmembramento, incorporação e fusão (parágrafo 4º
outro município existente. No caso de fusão, dois ou mais municípios são extintos e um novo
município é criado pela união de seus territórios. Em todos os casos de criação de municípios, é
necessária a aprovação por lei estadual e pela população dos municípios envolvidos. É importante
destacar que, em todos os casos, é preciso atender a critérios estabelecidos em lei, como a viabilidade
população afetada, por meio de consulta popular, para que a criação de novos municípios seja feita
viabilidade municipal, que consiste em uma análise minuciosa das condições econômicas, sociais,
culturais e políticas da região em questão. Esse estudo deve ser realizado por um órgão técnico
população, ela deve ser feita por meio de um plebiscito, que é um mecanismo de consulta direta à
população previsto na CF e regulamentado por lei específica (Lei n. 9.709, de 18 de novembro de
1998). O processo de realização do plebiscito é regulamentado pela legislação eleitoral e deve seguir
uma série de etapas específicas, incluindo a publicação do edital de convocação, a definição da data e
do local de votação, a elaboração de urnas e cédulas específicas e a apuração dos votos. É importante
ressaltar que o resultado do plebiscito é vinculativo e deve ser respeitado pelas autoridades
envolvidas no processo de criação do novo município.
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No Brasil a autonomia dos municípios é relativa, uma vez que eles têm competências específicas
comuns são mais amplas, de interesse geral e de responsabilidade compartilhada com o Estado e a
União. As competências específicas dos municípios versam sobre a gestão do território municipal, a
União estão previstas na CF (art. 23) e incluem, por exemplo, a proteção dos bens públicos, a proteção
Portanto, é importante destacar que a autonomia dos municípios no Brasil não é absoluta, pois
está condicionada a uma série de limitações e competências compartilhadas com os demais entes da
federação. No entanto, essa autonomia é fundamental para garantir a gestão eficiente dos interesses
Existem três tipos de autonomia municipal fundamentais para o exercício pleno da gestão local: a
gerir seus próprios interesses políticos, com a emancipação dos poderes legislativo e executivo. Isso
significa que o município tem liberdade para elaborar e aprovar leis municipais e exercer a própria
governança. Essa autonomia é fundamental para que o município possa gerir suas questões de forma
significa que o município pode definir quais serviços públicos serão prestados, como eles serão
organizados e qual será o regime jurídico do quadro de servidores municipais. Quanto à autonomia
financeira, ela consiste na competência municipal de arrecadar recursos, receber receitas e aplicar os
recursos nas destinações previstas em orçamento. Isso significa que o município tem liberdade para
gerir seus próprios recursos financeiros, sem interferência indevida dos governos estadual e federal.
Para garantir a autonomia municipal e sua eficácia, é necessária a elaboração da lei orgânica
municipal. Esse é o documento que estabelece as bases da organização política e administrativa local.
Ele precisa contemplar as temáticas de atribuição do Poder Executivo e do Poder Legislativo,
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especificando as diretrizes legais de âmbito municipal de forma a garantir que o município possa gerir
seus próprios interesses, sem interferência indevida das demais esferas de poder estadual e federal.
Além disso, é fundamental que a lei orgânica municipal esteja em consonância com as expectativas
dos munícipes, de forma a garantir que a população possa participar ativamente da gestão de seus
interesses. A elaboração da lei orgânica municipal precisa ser realizada segundo as diretrizes da Lei
Complementar n. 95/1998, que estabelece as normas gerais para a elaboração de leis no país. Essa
legislação garante que a lei orgânica municipal seja clara, objetiva e de fácil compreensão, facilitando
Os bens municipais são aqueles que pertencem ao município e são destinados ao atendimento
das necessidades da comunidade. A caracterização e o uso desses bens são regidos por conceitos
originados no direito romano clássico, tais como o Res nullius, o Res Communes, o Res Publicae e o
Res Private. O primeiro refere-se a algo sem um dono conhecido, determinado. Essa categoria de bem
é importante para a definição do que pode ser considerado patrimônio público, pois a falta de um
O conceito de Res Communes indica a condição coletiva dos bens municipais, o fato de
pertencerem a todos, como as águas, o ar, as estradas e as praças. Esses bens são considerados
imprescindíveis para o exercício da vida em sociedade, sendo, portanto, de uso comum a todos. Res
Publicae contempla o conjunto de bens que pertencem ao Estado e são de uso público, incluindo
aqueles destinados ao uso da administração pública, como os prédios de órgãos governamentais e as
escolas públicas. Esses bens são considerados de interesse público e devem ser utilizados em prol da
coletividade. Já o conceito de Res Private diz respeito aos bens que pertencem a particulares, como as
casas e os terrenos particulares. Apesar de não fazerem parte do patrimônio público, esses bens
podem ser objeto de regulamentação por parte do poder municipal, de forma a garantir o interesse e
o bem-estar da comunidade.
patrimônio próprio. Essas propriedades são denominadas bens municipais. A natureza desses bens é
dividida em duas principais categorias: os bens corpóreos ou materiais e os bens incorpóreos ou
imateriais. Os bens corpóreos ou materiais são aqueles que possuem existência física, sendo tangíveis
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e perceptíveis pelos sentidos humanos. Incluem, por exemplo, prédios públicos, vias urbanas, praças,
parques, equipamentos e mobiliários urbanos, veículos e maquinários, entre outros. São bens que, em
Os bens incorpóreos ou imateriais, por sua vez, são aqueles que não possuem existência física,
sendo intangíveis e não perceptíveis pelos sentidos humanos. Incluem, por exemplo, direitos autorais,
marcas e patentes, domínio público, concessões de uso, entre outros. São bens que, em sua grande
maioria, possuem finalidade econômica e atendem às necessidades do próprio município. A distinção
entre as duas categorias é importante para a administração dos bens municipais, pois os bens
corpóreos exigem uma gestão mais complexa, com manutenção e conservação, enquanto os bens
incorpóreos exigem proteção e exploração econômica de seu valor. Além disso, a gestão dos bens
municipais deve considerar sempre sua finalidade pública e o interesse da população, garantindo o
propriedade e do uso do bem municipal. De acordo com o art. 98 da Lei n. 10.406 (Código Civil), de
10 de janeiro de 2002, os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, como é o
caso dos municípios, são de domínio público. Ou seja, os bens de domínio público municipal
pertencem ao município, sendo destinados ao uso comum do povo, como praças, parques, ruas e
avenidas. Os bens particulares do município são aqueles destinados a atender suas necessidades
específicas, como imóveis utilizados para a prestação de serviços públicos, escolas, postos de saúde,
De acordo com o art. 99 do Código Civil, os bens públicos municipais podem ser classificados em
três categorias. Na primeira categoria encontram-se os bens de uso comum do povo; são aqueles que
podem ser utilizados livremente pela população, sem qualquer tipo de restrição ou impedimento. São
exemplos desses bens praças, ruas, calçadas, parques e jardins públicos. Nesse caso, a utilização dos
bens deve ocorrer de forma compatível com sua destinação, sem prejudicar o direito de outras
Na segunda categoria de bens municipais temos os de uso especial; são aqueles que têm uma
destinação específica e são utilizados para o desempenho das atividades administrativas municipais.
São exemplos desses bens prédios públicos, escolas, hospitais, delegacias e postos de saúde. Nesse
caso, a destinação dos bens é restrita aos órgãos e entidades públicas municipais responsáveis por
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sua administração e manutenção. O terceiro tipo de bens municipais são os da categoria dominical,
aqueles que não têm uma destinação específica e podem ser utilizados para qualquer finalidade,
inclusive para a venda. São exemplos desses bens os insumos pertencentes ao poder público, os
terrenos baldios, imóveis desocupados ou em estado de abandono, entre outros. Nesse caso, o
município tem o direito de alienar esses bens mediante autorização legislativa, observadas as
desenvolvimento urbano. Nesse processo, sua autonomia para dispor desse patrimônio é limitada,
pois elas precisam atentar para as restrições referentes aos bens municipais. Por exemplo, a
inalienabilidade é uma restrição que impede a venda ou a transferência de propriedade dos bens
municipais para terceiros. De acordo com o art. 100 do Código Civil, os bens públicos são inalienáveis,
ou seja, não podem ser objeto de transação comercial ou transferência de propriedade. Essa restrição
é aplicável a todos os bens municipais, sejam eles de uso comum, como praças e parques, sejam de
Outra restrição importante é a imprescritibilidade, que se refere ao fato de que os bens públicos
não podem ser adquiridos por usucapião. O art. 183, parágrafo 3º, e o art. 191, parágrafo único da CF
estabelecem que os bens públicos não podem ser adquiridos por prescrição aquisitiva, ou seja, não
podem ser obtidos por meio da posse prolongada e ininterrupta. É necessário considerar ainda a
impenhorabilidade, que impede que os bens municipais sejam penhorados em ações judiciais. Isso
significa que os bens públicos não podem ser dados em garantia em processos de execução, sendo
Os bens de domínio público são inalienáveis, isto é, não podem ser vendidos ou transferidos para
terceiros. Por outro lado, os bens particulares do município podem ser alienados, podendo ser
vendidos ou transferidos, desde que seja comprovada sua falta de necessidade para o município. A
administração dos bens municipais é de responsabilidade da prefeitura, que deve zelar por sua
preservação e garantir seu uso adequado em benefício da comunidade. A utilização indevida dos
bens municipais pode acarretar sanções administrativas e até mesmo penais.
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manutenção, o uso e a cessão dos bens públicos que estão sob sua responsabilidade. A gestão
adequada desses bens é fundamental para garantir sua conservação, utilização e valorização em favor
da população. Para isso, é importante que a administração do município tenha uma política de
manutenção desses bens, de forma a garantir sua durabilidade e funcionalidade. Nesse sentido, a
administração pública municipal possui uma variada gama de dispositivos que são comumente
utilizados para o gerenciamento de terrenos e prédios públicos.
As prefeituras podem ceder o uso de seus bens, por meio de ato administrativo próprio e de
finalidade exclusiva. Existem diferentes tipos de cessão de bens municipais, cada um com suas
características e finalidades. A autorização de uso, por exemplo, é o ato administrativo pelo qual o
poder público permite o uso de bem público por prazo determinado, sem a cobrança de qualquer
contraprestação pecuniária.
A permissão de uso, por sua vez, é a forma de cessão de uso em que o poder público autoriza a
utilização de bem público, podendo ser de forma gratuita ou mediante o pagamento de uma
contraprestação pecuniária. Nesse caso, a permissão é concedida por prazo determinado e pode ser
renovada.
Já a concessão de uso é o ato pelo qual o poder público transfere o uso de bem público a
particular, mediante licitação, com exclusividade e finalidade específica, por prazo determinado e
mediante pagamento de contraprestação pecuniária. Nesse caso, é estabelecido um contrato de
concessão, que define as obrigações e direitos do concedente e do concessionário.
Outro dispositivo utilizado pela administração para ceder a utilização de seus bens é a cessão de
uso. Nesse caso o poder público transfere o uso do bem público a outro órgão público ou entidade,
sem ônus para o cessionário. Essa cessão é realizada por prazo determinado e pode ser renovada.
E há ainda a concessão de direito real de uso, que pode ser considerada a forma mais completa
de cessão de bens públicos, na qual o poder público transfere a posse do bem público a particular,
mediante a realização de uma atividade específica, com o objetivo de trazer algum benefício social ou
econômico para o município. Nesse caso, o concessionário tem algumas obrigações, como a
realização de benfeitorias. No entanto, caso fique caracterizado que os investimentos não foram
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realizados ou que os objetivos esperados não se efetivaram, o poder municipal pode requerer
Além dos dispositivos de cessão, os municípios dispõem de mecanismos para a alienação de seus
bens. Eles precisam estar de acordo com a Lei n. 8.666/1993, conhecida como Lei de Licitações,
particularmente com seu art. 17, que estabelece as diretrizes para a alienação onerosa ou não dos
bens públicos. Dentre os dispositivos administrativos de alienação existentes, a venda é a forma mais
comum. Ela consiste na transferência da propriedade do bem para outra pessoa ou entidade,
mediante pagamento. A venda deve ser realizada por meio de licitação, observando-se os requisitos
Outro ato bastante comum é a doação. Nesse tipo de ação o poder público transfere a
propriedade do bem a outra pessoa ou entidade sem a exigência de pagamento. A doação deve ser
administração pública.
Por sua vez, a dação em pagamento é a forma de alienação de bens públicos em que o poder
público utiliza o bem como forma de pagamento de uma dívida, sendo necessário que o bem tenha
valor compatível com o valor da dívida, e a alienação deve ser realizada por meio de processo
administrativo. Já na permuta, o poder público troca um bem por outro de valor equivalente. Nesse
caso, a alienação deve ser realizada por meio de licitação, observando-se os requisitos legais e os
Utilizadas com menos frequência que as anteriores, para a alienação de seus bens o município
pode fazer uso ainda da investidura e da legitimação de posse. A primeira é a forma de alienação na
qual o poder público transfere a propriedade do bem a particular para fins específicos, como a
Para tanto, a alienação deve ser realizada por meio de processo administrativo e observar as normas
legais aplicáveis.
dispositivos, que se diferenciam de acordo com a origem do bem incorporado ou com o processo de
aquisição utilizado. O dispositivo mais comum é a compra, seja por meio de licitação, seja por
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dispensa, desde que observados os procedimentos legais. Já a desapropriação, por sua vez, é a
aquisição forçada de propriedade particular pelo poder público, com base em interesse público ou
aquisição gratuita, mas deve ser precedida de autorização legislativa e de ato administrativo que
justifique sua conveniência e oportunidade. A dação em pagamento, por sua vez, consiste na entrega
de um bem para pagamento de dívida. O poder público pode receber um bem também por meio de
herança, quando alguém destina parte de seu patrimônio ao município após sua morte ou, ainda, por
meio de resgate, quando o município recupera um bem que havia sido cedido a terceiros, mas que
originária de propriedade pela posse prolongada (15 anos para bens imóveis), pacífica e ininterrupta
do bem, com intenção de tê-lo como seu. Já a investidura é a forma pela qual o município passa a ter
a posse do bem por força de lei, sem que haja necessidade de aquisição formal. Quanto ao
área maior e a divide em lotes para venda ou utilização de interesse público. Já a reversão é a
aquisição do bem pelo município em razão do descumprimento de encargos ou condições
medidas que visem à preservação do patrimônio público, bem como sua utilização de forma
estratégica, de modo a atender às demandas da população. Nesse sentido, é necessário que haja uma
atenção especial à cessão de bens imóveis, que deve ser conduzida de forma criteriosa, respeitando a
legislação pertinente e garantindo sua regularidade.
Pode-se destacar a Lei n. 9.636, de 15 de maio de 1998, que dispõe sobre a regularização,
administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União, estabelecendo os
procedimentos a serem adotados em relação aos bens públicos; a Lei n. 10.257, de 2001, conhecida
como Estatuto da Cidade, que estabelece as diretrizes da política urbana e orienta a gestão dos bens
imóveis municipais; a Lei n. 11.952, de 2009, que trata da regularização fundiária das ocupações em
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terras da União, estabelecendo as normas para a titulação de imóveis rurais e urbanos em áreas
federais; e a Lei n. 13.465, de 11 de julho de 2017, que instituiu o regime de afetação de patrimônio
de afetação, que permite a utilização de bens imóveis como garantia em operações financeiras.
É fundamental, que a administração dos bens municipais, além de atentar para o que consta na
Lei Orgânica do Município, seja conduzida com base nessas leis federais, de modo a garantir sua
regularização e a preservação do patrimônio público. É necessário que haja uma gestão transparente,
com o cumprimento de todas as exigências legais, para que a cessão e a incorporação de bens
NA PRÁTICA
A CF estabelece, em seu art. 35, as condições em que a União pode intervir em um município.
São elas:
o não pagamento da dívida fundada por dois anos consecutivos sem motivo de força maior;
Caso uma dessas condições seja atendida, a União pode intervir no município, o que significa que
o poder executivo municipal será destituído e será nomeado um interventor federal para assumir o
controle da administração municipal. A autonomia do município é, portanto, suspensa, e a gestão de
FINALIZANDO
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A caracterização dos municípios na legislação brasileira é essencial para que sejam definidos os
limites de sua autonomia, garantindo que a gestão dos seus assuntos esteja de acordo com as leis
vigentes. A autonomia dos municípios é um tema relevante, pois assegura a participação dos
cidadãos na gestão de seus interesses e na definição das políticas públicas locais. É por meio da
autonomia que os municípios podem tomar decisões que atendam às necessidades específicas de sua
população, bem como fomentar o desenvolvimento local. A administração dos bens municipais
também é de grande importância, uma vez que esses recursos são patrimônio da população e devem
ser utilizados em benefício de todos. É fundamental que haja uma gestão transparente e responsável
desses bens, garantindo que sejam preservados e utilizados de forma eficiente. O estudo desses
temas contribui para o exercício da cidadania, pois possibilita que os cidadãos conheçam seus direitos
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em:
_______. Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
_______. Lei n. 9.636, de 15 de maio de 1998. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
_______. Lei n. 9.709, de 18 de novembro de 1998. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 19 nov. 1998. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9709.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%209.709%2C%20DE
%2018,Art.>. Acesso em: 13 jun. 2023.
_______. Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
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_______. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
_______. Lei n.13.465, de 11 de julho de 2017. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 12 jul. 2017. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
[1] Este conteúdo tem como referência a obra A organização municipal e a política urbana, do
professor Jorge Bernardi, especificamente o capítulo 1, que trata da organização política dos
municípios.
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