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Marivane da Silva
TEORIA
DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Catalogação na Publicação:
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Sumário
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Conhecendo a Professora
MARIVANE DA SILVA
Administração de Empresas.
ao mundo empresarial.
Administração.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Unidade 1
Concepções e Teorias
Para iniciarmos o estudo da administração pública é necessário ter claro que adminis-
tração pública é uma espécie daquele gênero. Neste sentido, além de estudarmos algumas
Seção 1 – Administração
Pública
sentido mais amplo, compreendendo-a como uma “ciência relativamente nova” (Chiavenato,
2006, p. 2), que permitiu que todas as demais ciências pudessem transformar suas descober-
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção 1
Administração
O que se administra?
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Fatores de produção entendidos pela abordagem clássica – capital, trabalho, tecnologia e recursos materiais (terra e insumos).
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Eficiência significa fazer bem-feito, no sentido mais amplo, aquilo que está sendo feito, isto é, fazer aquilo que está sendo feito de
maneira correta. Significa desempenhar tarefas de maneira racional, otimizando a relação dos recursos despendidos com os resultados
alcançados e obedecendo às normas e aos regulamentos aplicáveis. Eficácia é fazer aquilo que efetivamente precisa ser feito para atingir
resultados que sejam válidos, isto é, fazer a coisa certa ou correta. Está relacionada com o alcance de objetivos adotados pela
organização. Já efetividade refere-se a contribuição proporcionada à sociedade, ou seja, além de manter sistemas produtivos eficientes
e eficazes, as organizações precisam revelar-se socialmente responsáveis para alcançar sustentabilidade a médio e longo prazos
(Lacombe, F.; Heilborn, G. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 21).
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administração pública.
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Cabe destacar que o gestor assume vários e diferentes papéis3 em suas atividades.
Henry Mintzberg (apud Chiavenato, 2008, p. 22) identificou três categorias de papéis, a
saber:
1) papéis interpessoais (relações com outras pessoas e relacionadas com suas habilidades
humanas);
informações) e
3) papéis decisórios (quando deve fazer uma escolha ou opção e requerem tanto habilidades
humanas como conceituais, indicando como utiliza a informação em suas decisões). Esses
papéis formam um conjunto organizado de comportamentos, conforme ilustra figura 1.
Negociador
Observe que as três categorias de papéis podem ser desdobradas em dez papéis especí-
ficos (Chiavenato, 2008, p. 23): representação, liderança, ligação, monitoramento, dissemi-
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Papéis significam um conjunto de expectativas da organização a respeito do comportamento de uma pessoa. Cada papel representa
atividades que esta pessoa conduz para cumprir as funções administrativas – planejar, organizar, dirigir e controlar (Chiavenato, I.
Administração para administradores e não-administradores: a gestão de negócios ao alcance de todos. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 23).
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Muñoz Amato (1971) corrrobora com o conceito de Santos (2006). O mesmo autor,
com base em Gulick (1937), citado na sua obra, faz a distinção entre a ciência da Adminis-
tração e Administração pública:
lhor sua concepção. Na próxima seção vamos discutir esse conceito com base nas contribui-
ções dos clássicos Pedro Amato Muñoz (1971) e Dwight Waldo (1971).
Seção 2
Administração Pública
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Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_p%C3%BAblica>. Acesso em: 25 mar. 2008
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Vamos conhecer o que Muñoz Amato explicava, já no ano de 1971, sobre administra-
so administrativo do governo, assim como percebia uma estreita ligação com a política, o
dDireito, a cultura, a economia e a administração privada, conforme ilustra o Quadro 1.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Administração Pública é todo o sistema de governo, todo o conjunto de idéias, atitudes, normas,
processos, instituições e outras formas de conduta humana, que determinam: a) como se distri-
bui e se exerce a autoridade política; b) como se atendem aos interesses públicos (Muñoz Amato,
1971, p. 13).
Na concepção expressa pelo autor fica claro que cada função do Executivo, cada
dade no Executivo;
do governo e devem ser analisados do ponto de vista dos processos políticos, com os
quais estão intimamente ligados, ou seja, o estudo é apenas uma parte da Ciência
Política.
zação e métodos, relações do poder Executivo com o público e com os poderes Legislativo e
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PLANEJAMENTO
Formulação de
programas
Elaboração de
orçamentos e funções da
administração financeira.
ORGANIZAÇÃO E
MÉTODOS
ADMINISTRAÇÃO Organização das
DE PESSOAL estruturas
ADMINISTRAÇÃO institucionais –
Seleção, preparo e PÚBLICA divisão do trabalho,
direção das pessoas
hierarquia e
que trabalham no
relações de
governo.
autoridade e
RELAÇÕES DO PODER coordenação de
EXECUTIVO COM O processos.
PÚBLICO E OS
PODERES LEGISLATIVO
E JUDICIÁRIO
Considerações específicas
sobre as relações de
partes e a
responsabilidade com o
público.
Como você pode visualizar e analisar na Figura 2, as relações desses processos com a
realidade social permitem entender o ciclo de desenvolvimento da administração pública; com-
preendido como a fase do governo que conta com a cooperação ordenada de pessoas, median-
te o planejamento, a organização e a direção de comportamentos, bem como das relações
estabelecidas com seu público e com os poderes – Legislativo e Judiciário – para desenvolver o
processo de forma eficiente e eficaz e chegar a atingir os objetivos do sistema político.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Chamamos a atenção para o elemento discrição pessoal, que deveria ser ponto-chave da
parte executiva ou administrativa em todos os níveis do governo, mas não é o que normal-
sensibilidades políticas de cada funcionário, no que concerne aos modos de tratar os cida-
dãos, respeitar ou violar seus direitos; exercer a autoridade de forma adequada ou abusar
próprio ou para servir à coletividade; conceber o papel do governo na sociedade, entre ou-
tras possibilidades.
não pode ser concebida, mesmo nos setores mais especializados do ramo executivo, como
governo, desde ações dos partidos políticos até os planos inferiores do ramo executivo, com
escala nas Câmaras Legislativas. Não pode haver demarcação – onde termina a legislação e
cultural e política, das quais as leis são aplicações ou execuções mais específicas, ou seja,
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
mecânica dos preceitos legais, não se cultiva nem a teoria nem a arte da Administração;
não há escolas para educar administradores públicos e sim espaços sociais para capacitar
todos, pessoal, relações de trabalho, direção – que são executadas em íntima relação com as
plano são elaboradas pelas pessoas com autoridade para dirigir o governo e seu conteúdo
venção na vida dos cidadãos são regulados de acordo com as premissas da política, no que
mente.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
As leis são quase sempre normas gerais e flexíveis, que permitem certa margem para
interpretação e aplicação aos casos individuais. Por exemplo: sabemos que as decisões e as
opiniões dos juristas e dos tribunais não são determinadas exclusivamente pelos preceitos
jurídicos, mas formulados “com base nas técnicas e ideais prevalecentes na ordem jurídica”,
bem como na personalidade daquele que julga o mérito da questão.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
dos programas públicos, no sistema político, como instrumento de ação política, também há
a influência do livre arbítrio para enriquecer e distribuir o patrimônio coletivo, tanto espiri-
(...) na administração pública, quase todo o interesse se concentrava em criar instituições, reor-
ganizar, implantar novos sistemas de trabalho, ao passo que, hoje, se dá maior importância ao
fator humano e se dedica mais atenção aos aspectos de educação e de liderança (Muñoz Amato,
1971, p. 33).
O conceito mecanicista cede lugar a uma concepção mais humana e neste objetivo
põe-se em prática o sistema do mérito na administração de pessoal para acabar com os
Na fase de formação do serviço público, valoriza-se cada dia mais a educação geral
lização deveria ser acompanhada de uma compreensão mais profunda e não tão superficial,
tendo a abrangência da cultura e de seus elementos diversos. Da mesma forma que neste
dicos – da superestrutura social são determinados pelas formas básicas da atividade econô-
mica. A luta de classes é a chave de todo sistema social baseado na economia capitalista.
forças vanguardeiras...”.
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Arbítrio conceituado como sendo resolução dependente de sua vontade (Ferreira, 2000, p. 57). Em outras palavras, podemos dizer que
é o poder do homem de escolher suas ações.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
nistração judiciária não são suscetíveis de formulação em termos absolutos, uma vez que
todas essas fases do governo se entrelaçam em processos de interação, conforme ilustrado
na Figura 2. Cabe destacar que existem diferenças entre administração pública e adminis-
tração privada, sendo identificadas características fundamentais, como mostra o Quadro 3.
eficiência interna das instâncias públicas com o da utilidade social, no intuito de melhorar
mos agora conhecer o que Dwight Waldo (1971) afirmava sobre a administração pública em
nossa sociedade: “...é uma das tecnologias dentro da tecnologia e possui seu próprio siste-
Waldo (1971, p. 6) também salientava que não existe nenhuma boa ou exata definição
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O autor chama a atenção em sua obra para o fato de existir um duplo uso da expressão
administração pública: a) enquanto processo ou atividade, e b) enquanto estudo sistemático.
Sintetizando: o interesse principal do estudo da administração pública é o próprio homem, em
certos aspectos e conjuntos de relações; e de outra forma, grande parte do estudo sobre a maté-
ria é realizado por homens empenhados nas atividades e no processo de administração pública.
É ação calculada para maximizar a realização de objetivos que são públicos por definição. Na
administração pública enquanto atividade há um conjunto contínuo dos meios para maximizar
os objetivos públicos, embora haja uma grande variação na compreensão de objetivo, no conhe-
cimento e no nível de abstração daqueles empenhados na atividade (Waldo, 1971, p. 9).
A racionalidade pode ser estabelecida numa operação mecânica ou mesmo numa pro-
fissão. O papel do administrador é relacionar essa racionalidade estabelecida com os objeti-
vos que busca de forma a maximizá-los.
Administração Pública é uma espécie pertencente ao gênero Administração, gênero esse que, por
sua vez, pertence a uma família que podemos chamar de ação humana cooperativa. A palavra
cooperativa é definida em termos de resultados: a ação humana é cooperativa se produzir efeitos
que estariam ausentes caso a cooperação não se efetuasse (p. 11).
Com esta concepção, é possível conceituar Administração como: “um tipo de esforço
humano cooperativo que possui alto grau de racionalidade” (p. 11), voltado para os objeti-
vos ou finalidades.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
sistema administrativo” (p. 13). Em qualquer sistema administrativo, algumas pessoas dão
ordens às outras, objetivando a realização de determinadas atividades, quando não de to-
das, e essas ordens ou instruções são habitualmente seguidas por essas outras pessoas.
Nas Ciências Sociais todo o complexo de crenças e maneiras de fazer coisas de uma
sociedade é expresso pela cultura. Crença é entendida como os sistemas de idéias encarados
com respeito às questões como religião, governo, Economia, Filosofia, arte e inter-relações
pessoais que formam um sistema, no sentido de que são dependentes umas das outras, de
tal modo que a mudança de uma promove uma cadeia de resultados em outras.
Administração é uma parte do complexo cultural; e não só se age sobre ela, ela tam-
bém age por si. “Uma organização administrativa tem um meio ambiente interno e outro
externo, que são, em grande parte, não-racionais, pelo menos no que concerne aos objeti-
vos formais da organização administrativa” (p. 24).
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção 3
dela e compreender a passagem para a gestão pública. Os estudos das Ciências Sociais
enfrentam o problema da vida humana em sociedade, que exige não apenas fórmulas descri-
governantes e governados em direção aos valores éticos. Segundo Muñoz (1971), os princí-
pios de administração pública de que se dispunha em meados dos anos 60 (1962) nada mais
eram do que hipóteses, guias, que foram sendo adaptadas cuidadosamente às condições
nas Ciências Sociais pela diversidade de experiências que a vida humana põe em prática; e
novas formas de conduta, variações e relações diversas. O que realmente faltava nesta área
serve para designar sistemas de pensamento e prática que incluem não somente proposições
descritivas, mas também normativas” (Haig James, 1962, p. 59), como é o caso das Ciências
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O problema das Ciências Sociais não se compara à exatidão das respostas das Ciências
Naturais, que se preocupa em entender a natureza, ao passo que aqui requer análise,
não somente de como é a conduta humana, mas como deveria ser. Então, a prática da
guns casos, por simples inconsciência ou omissão. O que conduz à compreensão de que
p. 61).
no para, assim, melhor servir aos interesses públicos, aos ideais e às necessidades do povo”
(p. 61). Toda tomada de decisão administrativa tem de levar em conta e harmonizar elemen-
Os práticos sem teoria não conseguem interpretar suas próprias experiências, nem, tampouco
explicá-las àqueles que cultivam a sistemática teórica. Inversamente, há estudiosos que não conhe-
cem as experiências práticas e, por esta razão, suas teorias carecem de base empírica (p. 61).
Reafirma-se, então, que a Administração não é ciência aplicada e sim ciência social e,
também arte, que exige grande habilidade, discernimento e força moral. “O trabalho admi-
É uma arte o trabalho com tintas ou argila, a combinação de sons na música, a combinação de
palavras e idéias na literatura, temos certamente o direito de incluir entre as belas-artes o traba-
lho que congrega em volta de um objetivo indivíduos e grupos em relações organizadas. É real-
mente uma das artes mais significativas a capacidade de obter a mais fértil colaboração num
mundo onde o esforço conjugado é a expressão típica de indivíduos que procuram viver produti-
vamente. E essa arte torna-se, no melhor sentido da palavra, uma empresa social de fundamental
importância pública (Haig James, 1962, p. 68).
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O estudo da administração deve ser feito mediante investigação dos fatores culturais, sociológi-
cos e psicológicos que determinam o comportamento dos indivíduos e grupos nas situações
administrativas, em contraste com orientação tradicional de caráter nitidamente prático e
normativista (p. 76).
do Direito Administrativo, o que acarreta uma distorção à área, que acaba adotando uma
exagerada orientação à burocracia e ao domínio do processo administrativo pela técnica e
pela lei.
Gestão está associada a uma determinada fase do mandato, portanto teria as mesmas
Pública porque trata de interesses coletivos. Assim sendo, a gestão pública é “a mesma
Ferreira (2000, p. 567) conceitua público como sendo “ relativo ou destinado ao povo,
(...)”.
Os fins da gestão pública têm um único objetivo: o bem comum da coletividade admi-
nistrada. Com base em Santos (2006, p. 13) foi possível conhecer os fundamentos nos quais
Legislativo e Judiciário;
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
c) habilidade por parte dos encarregados das operações para dirigir e coordenar estas opera-
ções a fim de que sejam cumpridos os planos.
INDISPONIBILIDADE
CONTINUIDADE
IGUALDADE
PRINCÍPIOS
LEGALIDADE GESTÃO FINALIDADE
PÚBLICA
IMPESSOALIDADE PUBLICIDADE
MORALIDADE
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
utilizados o Diário Oficial e jornais públicos ou privados. Jamais esquecendo que a finalida-
aos consumidores o direito de serem ressarcidos pelas empresas prestadoras de serviços pú-
blicos na falta ou inadequação dos serviços. O detentor da disponibilidade de bens e direitos
públicos é o Estado.
Nesse sentido, as delimitações de atuação dos gestores públicos podem ser classifica-
das em:
te, fazenda, justiça, meio ambiente, minas e energia, previdência social, relações exterio-
res, saúde, trabalho e emprego, transportes e turismo.
a relação existente entre eles, vistos por Santos (2006) como sendo:
c) a opinião pública: faz a ligação entre a sociedade civil e política, modificando ou estabi-
lizando as relações entre tais partes.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
E a relação entre governo e gestão pública? Você sabe como funciona e o que significa
para os objetivos governamentais, mecanismos de financiamento e alternativas de intervenção?
Para qualquer objetivo o governo pode intervir direta e/ou indiretamente, e com isso
altera os seus mecanismos de financiamento, com uma divisão de responsabilidades dos
tributos entre federal, estadual e municipal. Indiretamente, as intervenções implicam corte
ou ampliação de investimentos em empresas de petróleo, comunicação e energia; aumento
ou redução de gastos operacionais; privatização e/ou estatização, alterando custos e preços
no mercado de bens e serviços – estabelecendo novas regras de impostos, política fiscal,
índices de reajustes de tarifas e juros, políticas monetárias, política cambial. Diretamente, o
governo pode estabelecer preços mínimos e máximos, cotas ou tabelamento de preços.
Com base na explanação realizada percebemos que as funções básicas dos gestores
públicos e privados são praticamente idênticas. Talvez se possa afirmar que a gestão pública
tem limitações que não são usuais nas privadas, tais como a falta de recursos financeiros,
dependência excessiva de regras, regulamentos e normas que acabam engessando o sistema
e não permitindo a agilidade, a flexibilidade e a personalização do cliente.
Santos (2006) elaborou um quadro comparativo com as diferenças básicas entre admi-
nistração pública e privada, permitindo fazer uma reflexão das implicações práticas de
gerenciamento.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Organizacional Grandemente afetada e/ou dirigida por Tem controle mais amplo sobre ela
forças externas. mesma.
Objetivos econômicos e sociais. Objetivos predominantemente
Alto grau de interdependência entre as econômicos.
organizações. Maior autonomia em relação a outras
Órgãos com funções múltiplas e organizações.
concomitantes. Órgãos com funcionalidade específica e
Carência de bancos de dados. bem discriminada.
Gerência com grande rotatividade. Existência freqüente de bancos de
dados.
Gerentes não assumem riscos próprios.
Gerências mais estáveis.
Há riscos de perda de capital se houver
insucesso.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção 4
É sempre bom lembrar que a evolução temática da área de administração pública vem
da explosão dos referenciais disciplinares de outras áreas do conhecimento, que no início
estiveram associados à Administração de Empresas e às Ciências Jurídicas, mas posterior-
mente incorporaram conceitos e referenciais da Ciência Política, Sociologia, Antropologia,
Economia, dentre outras, como já referido nas seções anteriores.
Nesse sentido é necessário que se tenha presente: “Todo e qualquer tipo de organiza-
ção precisa de Administração” (Chiavenato, 2006, p. 2). Vivemos num mundo constituído
de organizações, que por sua vez são sistemas de recursos estruturados com a finalidade de
alcançar determinados objetivos. Lembre-se de que a administração pública é um importan-
te segmento da Administração. Sendo assim, vamos a partir de agora conhecer as diferentes
abordagens, conceitos e teorias que fundamentaram o gerenciamento das necessidades co-
letivas de uma época.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Teoria das Organizações elucida como o aparato administrativo das empresas priva-
mento da própria nação. Cabe destacar, entretanto, que a administração pública – cujos
princípios e características não devem ser confundidos com administração das empresas
serem aplicados na administração pública para verificar processos. O controle era a ga-
rantia do poder do Estado. Fase em que o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a
6
O termo patrimonialista significa a incapacidade ou a relutância do príncipe em distinguir entre o patrimônio público e seus bens
privados (são interdependentes). O aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares,
servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas ou sinecuras (empregos rendosos que exigem pouco
ou nenhum trabalho de quem o exerce, e são distribuídos da forma mais adequada ao soberano). A res publica (“a coisa pública – os bens
públicos) não é diferenciada da res principis (patrimônio do príncipe ou do soberano). Fonte: <http://www.bresserpereira.org.br>.
Acesso em: 20 mar. 2008.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A administração pública tem como objetivo reduzir custos e aumentar a qualidade dos
tante da Sociologia Política de Max Weber, que resgata as contribuições do período da APB
– que originou os principais norteadores que emergiram a partir dos anos 30. Período em
burocrática sofreu sucessivas tentativas de reformas. Com a expansão das funções econômi-
cas e sociais do Estado constituiu-se um avanço e, até certo ponto, um rompimento com a
administração pública burocrática, que deixa de se concentrar nos processos para se con-
centrar nos resultados, e não avançando tanto como poderia em termos de profissionalização
da administração pública.
deve “ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da
sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins)”.
Neste sentido, é fundamental acompanhar a evolução das teorias administrativas para per-
ceber que estas foram e são analisadas constantemente por pesquisadores, e interessados
na ciência, arte e profissão de Administração para resgatar suas contribuições e propor re-
organizacional.
da sua fase histórica, registrada por Chiavenato (2006, p. 322) como um marco de três perío-
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O período cartesiano e newtoniano da Administração. Foi a criação das bases teóricas da Admi-
nistração, iniciada por Tayol e Fayol, envolvendo principalmente a Administração Científica, a
Teoria Clássica e a Neoclássica. A influência predominante foi a física tradicional de Isaac
Newton e a metodologia científica de René Descartes. Foi um período que se iniciou no começo
do século XX até a década de 1960, aproximadamente, e no qual o pensamento linear e lógico
predominou na teoria administrativa. Foi um período de calmaria e de relativa permanência no
mundo das organizações.
O período atual da Administração. Está acontecendo graças à profunda influência das teorias do
caos 7 e da complexidade 8 na teoria administrativa. A mudança chegou para valer no mundo
organizacional.
Corroborando com a idéia de um resgate dos principais fatos, teorias, teóricos e carac-
7
Teoria do Caos trata dos processos, das relações e das lógicas dos sistemas – todo e conexões – sem o reducionismo clássico do estudo
de partes isoladas. Emerge também do conceito de complexidade a idéia de incerteza e indeterminismo. Rocha Neto, I. Gestão de
organizações: pensamento científico, inovação, ciência e tecnologia, auto-organização, complexidade e caos, ética e dimensão
humana. São Paulo: Atlas, 2003.
Os cálculos envolvendo a Teoria do Caos são utilizados para descrever e entender fenômenos meteorológicos, crescimento de
populações, variações no mercado financeiro e movimentos de placas tectônicas, entre outros. Uma das mais conhecidas bases da
teoria é o chamado “efeito borboleta”, teorizado pelo matemático Edward Lorenz, em 1963. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/
wiki/Teoria_do_caos>. Acesso em: 20 mar. 2008.
8
Rupturas produzidas pelos avanços que introduziram mais “complexidade” ao saber científico, tanto no que se refere a seus objetos
quanto em relação a seus métodos. Está vinculado à idéia de conectividade e finalidade – maior diversidade de elementos e conexões.
Surge a Teoria da Complexidade, como uma necessidade de integração e consolidação dos avanços obtidos pela forma sistêmica de
pensar. Em resumo, a idéia de complexidade envolve incerteza, indeterminação e subjetividade como critérios (Rocha Neto, 2003).
A obra do filósofo francês Edgar Morin traduz a idéia do que é a teoria da complexidade através de suas obras: A cabeça bem-feita:
repensar a reforma, reformar o pensamento (2003) e Introdução ao Pensamento Complexo (2005). Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Morin#Outra_obra_de_destaque>. Acesso em: 20 mar. 2008.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Burocrática
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
volução Industrial e podem ser considerados dois elementos de análise que o consolidaram:
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Tempos e movimentos porque Taylor cronometrava o tempo de realização das atividades e todos os movimentos dos operários na
fábrica, com o objetivo de desenvolver um estudo das técnicas de racionalização do trabalho.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Cabe destacar que outros autores e pesquisadores contribuíram com as idéias de Taylor
– contribuiu para a especialização e a atenção aos direitos dos trabalhadores, tais como:
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Toyotismo é um sistema japonês de gerenciamento do modelo da indústria automobilística do engenheiro japonês Eiji Toyoda e de seu
especialista em produção, Taichi Ohno, que devido aos nomes teve esta denominação. Neste sistema de produção, as mercadorias
deveriam ter um giro rápido, eliminando estoques e adotando o conceito de produção flexível. Desta forma foi que nasceu a mais
eficiente empresa automobilística – Toyota.
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Volvismo: também se trata de um modelo de produção, que se assemelha a um cérebro e cria ao mesmo tempo: a) conectividade e
redundância; b) especialização e generalização. A organização é vista como um sistema de processamento de informações; um sistema
holográfico (consiste na reconstrução de ondas, o que possibilita uma espécie de fotografia inteira e tridimensional – Crema, 1989) e
com capacidade de auto-regulação. O objetivo do modelo é dotar a organização do máximo de flexibilidade e capacidade de inovação.
Deste modelo surgiu a empresa automobilística Volvo.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
sões humanas.
resse.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
científica, como a divisão do trabalho; seu objetivo era descobrir a melhor forma de traba-
equipamento.
Lilian, após casar-se com Frank, em 1904, mudou seus interesses acadêmicos para a
trabalho do marido. Sua preocupação era com o ambiente e as oportunidades oferecidas aos
tante desenvolvido em suas pesquisas foi o estudo da fadiga humana, que visou a descobrir
Taylor (que na época era engenheiro-chefe de produção) na Midvale Steel Company, como
acompanhar os fluxos de produção, que ficou conhecido no mundo todo como Gráfico de
sistema de tarefa/bonificação.
trabalho eficiente.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
TEMPO
REALIZAÇÃO DO GRÁFICO DE
TRABALHO CUSTO GANTT
PLANEJAMENTO
um sistema em relação ao planejado, assim como o tempo e o custo. Esse sistema tem com-
provado a sua validade enquanto controle das atividades e projetos, de forma gráfica, atual-
Ao mesmo tempo na Europa, por volta de 1916, surgiu a Teoria Clássica da Adminis-
tração ou Gestão Administrativa, movimento liderado por Henri Fayol (Istambul, 29 de ju-
lho de 1841 – Paris, 19 de novembro de 1925). Ele foi um engenheiro de minas francês e um
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Ferreira, Reis e Pereira (2002, p. 22-23) apresentam esses princípios sob a sua ótica
empresarial:
4. unidade de direção: execução de plano para grupos de atividades com os mesmos objetivos;
14. espírito de equipe: deve ser um trabalho conjunto, com interação da comunicação.
12
PODC – quando o comando e coordenação foram fundidos na direção.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
NÍVEIS
Funções administrativas Áreas funções MAIS
ALTOS
ADMINISTRATIVO
ORGANIZAR Se COMERCIAIS
equivalem
COMANDAR FINANCEIRAS
COORDENAR CONTÁBEIS
MAIS
BAIXO
CONTROLAR DE SEGURANÇA
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
f) função administrativa: caberia a esta função a integração das outras cinco áreas/funções
organizacionais. A esta área destina-se a incumbência de formular um programa de ação
geral para a organização, de constituir o corpo social e coordenar os esforços das diversas
áreas e setores – tarefa da função administrativa.
Agora que já conhecemos a Abordagem Clássica da Administração, vou lhe fazer uma
pergunta:
É bem verdade que existe, sim, uma distinção no campo da gestão entre esses termos.
Pelo fato de vários autores empregarem essas expressões, vamos fornecer o conceito de fun-
ção administrativa x função organizacional.
Embora tenhamos muitas críticas às teorias de abordagem clássica, suas conclusões con-
tinuam sendo válidas e aplicáveis em muitas organizações. A intensidade da crítica, porém, está
vinculada à forma como os diferentes autores perceberam o trabalhador nesse período.
Nas palavras de Ferreira et al (2005, p. 62), “os trabalhadores eram vistos como um dos
diversos insumos produtivos, ao lado dos equipamentos, energia e matérias-primas”. Neste
sentido, Taylor o apelidou de “homem boi”, o trabalhador de grande força física e disposi-
ção, totalmente submisso ao controle de seu supervisor e às normas e regras impostas.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
pouca ênfase aos aspectos sociais, políticos e ambientais envolvidos na gestão organizacional.
Com base nesta perspectiva, foi possível a proposição da metáfora “das organizações às
ilhas”, separadas da sociedade como um todo, caracterizadas como organizações que pos-
suem uma sistemática rígida, inflexível e conservadora.
(orçamentação). Gulick tinha uma visão da administração universal, a qual inicialmente foi
aplicada na administração governamental.
Nasceu em Malvern, Inglaterra, serviu no exército (era coronel), na indústria, foi dire-
tor do Instituto Internacional de Administração de Genebra, e, em 1951, assumiu a presi-
dência da Urwick Orr Partners Ltda, uma empresa de consultores de Administração. Foi um
compilador e desenvolveu as idéias de Fayol, de Taylor e de Mary Follett.
Urwick deu ênfase a alguns princípios de organização da escola clássica, tais como o
princípio da especialização (um funcionário deve preencher uma só função, o que implica a
divisão especializada do trabalho); o princípio da autoridade (deve haver linha de autorida-
de clara, definida e reconhecida por todos os membros da organização), e o princípio da
amplitude administrativa (cada gerente ou chefe não deve ter mais do que cinco ou seis
subordinados) (p. 151).
45
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Mooney foi presidente da General Motors Export Corporation, na qual iniciou suas
atividades em 1920; Reiley era um historiador que se transformou em executivo.
Para sintetizar e retomar os pontos principais das teorias que compõem a abordagem
clássica observe o Quadro 5.
Levando em conta que vários autores citam a teoria transitiva, vamos, com base em
Andrade e Amboni (2007, p. 87), explicar o seu significado. A expressão teorias transitivas
designa um conjunto de autores (cujos nomes mais expressivos são Mary Parker Follett e
Chester Barnard) que fizeram a transição entre a Administração Científica, a Teoria Clássica
e a Escola de Relações Humanas, ou abordagem humanística. Esta teoria foi um marco de
transição ocorrido entre as teorias citadas, para, então, construir a base da abordagem
humanística; por isso também se justifica não constar na Figura 4, entre 1900 e 1930.
46
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
zação formal e a as relações humanas poderiam ser integradas, introduzindo novos elementos
cesso.
comunidade em que está inserida a organização, o que significa dizer que foi a primeira
estudiosa a analisar a motivação humana, partindo dos valores individuais e sociais). Ela
Defendia que a ênfase maior deve ser dada aos fatos e não às pessoas. “Incentivou os
princípio de coordenação” (Andrade; Amboni, 2007, p. 88), afirmando que esta poderia ser
obtida por meio de inter-relacionamento vertical e horizontal das pessoas que compõem a
estrutura organizacional.
Mary Follett tinha preocupação com o modo como as organizações resolviam os con-
flitos. Ela entendia que o “conflito é um fato da vida, e, em vez de ser escondido ou ignora-
do, deve ser reconhecido e usado a nosso favor; deve ser visto como a legítima expressão das
que o conflito não é visto por Follett como algo sempre negativo. Existe a possibilidade de
noções de equipe como esforços sinérgicos e as soluções adaptativas às situações” (p. 89).
47
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Apesar das contribuições positivas que Follett apresentou, suas idéias foram tão origi-
nais que levaram tempo para se popularizarem entre os estudiosos de Administração e se-
rem reconhecidas como mereciam. Da mesma forma, foi uma das três mulheres (juntamente
com Lilian Gilbreth e Joan Woodward) que abraçaram a causa da Administração no final
dos anos 60.
ou seja, estudo das organizações como sistema social cooperativo, que exigem objetivos
construídos no coletivo.
Outra questão levantada pelos estudos de Barnard e que antecipa a Escola de Rela-
ções Humanas é a “concepção de que não são apenas os incentivos monetários que movem
o homem no trabalho” (p. 90).
Cabe destacar que quando Barnard menciona cooperação, está supondo não unica-
mente a ocorrência da cooperação entre as pessoas, mas a interação com outras variáveis
Ademais, postulou três funções que o executivo deveria realizar, em sua obra “As fun-
ções do executivo” (Silva, 2002, p. 194):
48
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
trativa passa por uma revolução conceitual – a transferência da ênfase na tarefa e na estru-
tura para a ênfase nas pessoas que trabalham ou participam das organizações (Chiavenato,
2006). A preocupação com os aspectos técnicos e formais cede lugar para os aspectos psico-
lógicos e sociológicos.
político e tecnológico. Após a crise de 29, que acirrou as preocupações com a eficiência
nas organizações e enfraqueceu o sindicalismo, surgiu, por volta da década de 30, a abor-
dagem humanística da Administração, amplamente aceita pelo fato de os EUA serem con-
siderados um país com características democráticas. Isso explica porque as idéias de Elton
forma positiva.
tração), nos Estados Unidos, a partir da década de 30, devido à onda de desemprego resul-
tante da crise de 29. Ela foi impulsionada pelos resultados da pesquisa desenvolvida na
tração.
Foi decisiva a experiência realizada por George Elton Mayo (1880 – 1949) e seus cola-
boradores, entre 1927 e 1932, em uma fábrica de Chicago, com o objetivo inicial de conduzir
Andrade e Amboni (2007, p. 95), que recuperam os fatos ocorridos nesse período, afir-
mam que “a partir dos primeiros resultados, a pesquisa se estendeu ao estudo da fadiga, dos
49
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a) os estudos da iluminação;
c) o programa de entrevistas;
Maiores detalhes da pesquisa você pode buscar nas referências bibliográficas fornecidas
no final desta unidade. Da mesma forma, o filme “A classe operária vai ao paraíso” permite
a) o nível de produção não é determinado pela capacidade física do trabalhador, mas pela
integração social, ou seja, “o homem é um ser social que necessita de outros para dialo-
gar, trocar amor e carinho” (Andrade; Amboni, 2007, p. 97);
d) a interação social é importante, porque trabalhadores são seres humanos com sentimentos;
13
Grupos informais são aqueles que surgem naturalmente nas organizações por questões de amizade, identificação e objetivos comuns.
50
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
e) conteúdo e natureza do trabalho devem estar de acordo com as aptidões dos trabalhado-
Como você avalia estes pontos apresentados a partir de uma observação empírica?
Percebeu que estamos falando de uma prática que se transformou em teoria a partir da
observação para explicar ou compreender a realidade da organização, objeto de estudo? Na
verdade, foi esse conhecimento construído a partir da investigação da prática que funda-
mentou a teoria da Escola de Relações Humanas!
a) homem social: é um ser complexo, cujo comportamento precisa ir além do esquema sim-
ples e mecanicista, considerando o sistema social em que o trabalho deve ser visto como
processo coletivo e como uma atividade cooperativa; motivado a agir por necessidades
biológicas e psicossociais;
c) participação nas decisões: a teoria RH estava preocupada com a relação entre a moral e
a produtividade, colocou na motivação a grande possibilidade de levar o indivíduo a
trabalhar para atingir os objetivos da organização formal, ou seja, poderia opinar sobre o
próprio trabalho, contribuindo para o seu aperfeiçoamento, bem como estaria sujeito a
um controle por resultados e não por supervisão cerrada.
Agora, vamos descobrir quem são os outros colaboradores de Elton Mayo no desen-
51
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
chamada de “profeta do gerenciamento” pelo fato de ter sustentado idéias muito à frente
equipe. Seus escritos são anteriores aos estudos de Hawthorne. Sua preocupação acadê-
mica também tinha por objetivo os conflitos industriais e mostrou que a unidade da soci-
edade não se encontrava nos indivíduos, mas nos grupos sociais. Follett acreditava que
e) Roethlisberger e Dickson: pelo imenso legado descritivo das primeiras experiências dessa
para os grupos informais. Da mesma forma enfatizou em sua obra as tensões entre o
indivíduo e a organização.
zação, mas a ciência de RH tem sido encarada como responsável pela justificativa ideo-
estrutura individual;
52
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Escola Clássica.
f) cria uma dualidade em sua análise: a organização formal e lógica x a organização infor-
organização;
g) a experiência de Hawthorne é limitada, pois não permite que seus resultados sejam gene-
ralizados para outras empresas do setor por possuírem culturas e histórias diferentes;
i) a participação dos funcionários nas decisões foi burlada pela empresa, no intuito de espio-
nar idéias e insatisfações do grupo funcional. Alguns autores estudados afirmam que
serviu como um lubrificante para reduzir a resistência à autoridade formal para atingir as
metas da organização;
j) não apresenta uma visão socioeconômica realista das relações empresa-funcionário e não
l) a teoria falhou em reconhecer o conflito como uma força criativa da sociedade; os estudio-
sos acreditavam que o conflito era ruim e devia ser minimizado. A ênfase era no alcance
53
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Desta forma, mesmo com erros e distorções, e ainda que formando uma corrente de oposi-
ção à abordagem clássica, a teoria das Relações Humanas nos apresenta uma série de enfoques
novos, igualmente importantes, tanto quanto as contribuições de Taylor, Fayol e Weber.
Max Weber (1864 – 1920) foi um dos fundadores da Sociologia moderna e estudou a
organização como um contexto social, influenciado pelas mudanças sociais, econômicas e
religiosas da época. O modelo burocrático surgiu como uma proposta de estrutura adminis-
trativa para organizações complexas, dotada de características próprias, eficiente na socie-
dade industrial emergente do século 19. Embora popularmente conhecida como sinônimo
de lentidão, irracionalidade e emperramento administrativo, como mostra o poema, sua ori-
gem e propósitos são bem distintos.
BUROCRATIZAÇÃO
De repente, ficou tudo inviável.
Papéis em abundância,
Muita gente esperando, filas, filas...
Carimbos, fichas, formulários, mais carimbos,
Parecer, instância superior, despachos.
Reuniões, reuniões e mais reuniões
Ruídos, murmúrios, boatos.
54
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O que você deve estar se perguntando agora, contudo, é: O que é a teoria da burocracia?
esfera que primeiro necessitou e adotou o modelo foi a governamental, ou seja, teve influên-
profissionalizados e designados para cargos nos quais o escopo de autoridade era bem defi-
dos processos decisórios” (Ferreira et al, 2005, p. 65) e o poder está concentrado no cargo
objetivos.
interna deve ser estabelecida de acordo com critérios técnicos, privilegiando a eficiência e a
55
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A partir do conceito de Muniz e Faria (2007, p. 56) é possível entender burocracia como
“um sistema social organizado mediante normas escritas, visando a racionalidade e à igual-
dade no tratamento do seu público”. Cabe destacar que a instabilidade das emoções e os
comportamentos aleatórios eram vistos como perniciosos ao bom desempenho organizacional.
Aos poucos as práticas informais foram aparecendo no cenário das organizações que
adotavam um modelo burocrático e nitidamente revelam uma distância enorme entre o mundo
da organização formal (da racionalidade e do cálculo) e da organização informal (relacio-
nado aos sentimentos e afetividade) que estavam constantemente produzindo disfunções,
por não seguir a lógica da eficiência prescrita pela “melhor maneira”.
56
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
“firmou-se como o modelo de gestão básico da maioria das organizações do século 20, pelo
fato de atender às diversas necessidades das empresas” (Ferreira et al, 2005, p. 68) da era
industrial.
Como todas as escolas, o modelo weberiano é alvo de críticas, identificadas pelos au-
tores estudados:
b) visão fragmentada: não permite a compreensão da organização como um todo, pela divi-
são de tarefas;
mentos;
protecionismo dos colegas faz com os erros e atitudes desonestas não sejam descobertos.
57
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tas variáveis.
dependente.
mos afirmar que o estudo não se esgotou por aqui. Temos vários
de burocratização).
58
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a burocracia.
origem num desdobramento da teoria das relações humanas como uma tentativa de conso-
lidar o enfoque das relações humanas nas teorias das organizações, na década de 50.
nas suas suposições citadas nas críticas, os defensores da escola comportamentalista adota-
ram uma orientação mais psicológica, com foco no ajustamento pessoal do trabalhador nas
alemão Kurt Lewin (1890 – 1947), e se constituiu na passagem das relações humanas para
Em 1935 ele lançou seu primeiro livro, “Teoria dinâmica da personalidade”, no qual desen-
volveu vários pontos da dinâmica de grupo. Lewin realizou estudos e conduziu experimen-
tos de grupo para medir a atmosfera da liderança (nos três estilos – autocrática, liberal e
democrática). Foi pioneiro nos estudos sobre a eficácia dos estilos gerenciais e defendeu o
Silva (2002) re ve la que os e studi osos re laci onaram duas linhas dentro do
Além destes, outros nomes importantes desenvolveram estudos que serão menciona-
59
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
o comportamentalismo pode ser definido como uma doutrina psico-sócio-filosófica, que visa
explicar os fenômenos sociais por meio do comportamento dos indivíduos e o estudo das causas
que influenciam tal comportamento (Silva, 2002, p. 220).
ção, em 1947, do seu livro O comportamento administrativo foi importante para impulsionar
a abordagem comportamental.
liderança.
Assi sta o fi lme “Laranja me câni ca” para apre nde r os conce i tos da te ori a
comportamental.
neira satisfatória e não a ótima ou a melhor maneira para fazer algo. Este se comporta
apenas com relação a um conjunto de dados característicos de determinada situação, po-
rém procura enfatizar os aspectos teóricos e os práticos; o ambiente interno e externo para a
análise das pesquisas; os aspectos da organização formal e informal; os aspectos cognitivos
e afetivos.
14
Teoria X e Y – procurou comparar dois estilos opostos e antagônicos de administrar, ou seja, de um lado, a concepção da teoria
tradicional (Teoria X) e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (Teoria Y). A
teoria X valoriza a abordagem clássica de administração e a teoria Y defende que administrar representa um processo de criar e
revitalizar oportunidades internas e externas para facilitar o alcance de objetivos (Andrade; Amboni, 2007, p. 126).
15
Teoria Z – é um modelo de administração participativa que proporcionou a base para todo o programa de administração orientado para
os recursos humanos das organizações.
60
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(...) uma resposta da organização às mudanças, que implica em mudanças de atitudes, compor-
tamentos e estrutura da organização, de tal maneira que esta possa se adaptar melhor às novas
conjunturas, mercados, tecnologias, problemas e desafios que estão surgindo na economia
globalizada.
ambiente direto ou indireto. Ele não surgiu, como a maioria das outras escolas, do trabalho
de um único autor, mas de um conjunto de idéias e estudos que envolveram modelos de
Neste sentido, toda organização pode ser entendida e analisada sob três aspectos que
configuram a sua atividade empresarial (Ferreira; Reis; Pereira, 2002, p. 69):
61
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Tendo como base as informações apresentadas por Silva (2002), a realização do diag-
nóstico do Desenvolvimento Organizacional é uma tarefa difícil, porque deve ser realizada
tanto com as informações visíveis quanto com as “escondidas”. O autor faz uma analogia
da organização com um iceberg (Figura 9).
62
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Aspectos visíveis:
• objetivos
• políticas
• tecnologia
• estrutura e autoridade
• canais de comunicação
• procedimentos e regras
• desempenho
Aspectos escondidos
• atitudes e opiniões
• valores
• sentimentos
• política e poder
• conflitos pessoais
• conflitos intergrupais
• problemas técnicos e de comportamento
O objetivo de apresentar esta figura é exibir os elementos visíveis e invisíveis que são
2006, p. 61).
É importante salientar que neste processo se faz uma análise da cultura e do clima
e hábitos compartilhados, que rege a interação dos elementos de uma organização (Silva,
2002), e clima organizacional como sendo uma atmosfera psicológica, resultante dos com-
portamentos, dos modelos de gestão e das políticas empresariais, refletida nos relaciona-
mentos interpessoais para conectar ao seu objetivo principal – a mudança planejada, pen-
sada e articulada.
63
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
do movimento das relações humanas, no final da década de 50. Surge então, a escola estrutu-
ralista, pelas seguintes razões, explicitadas por Andrade e Amboni (2007, p. 139):
Abordagem
Estruturalista
Teoria Estruturalista Ênfase na estrutura, nas
pessoas e no ambiente.
64
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Tanto que Etzioni (1967) criou um esquema de classificação para organizações com
COERCITIVA:
Campos de Coerção, força
Negativa,
concentração; prisões, Coercitivo imposição, Alienado
punições
hospitais de doentes ameaça, medo
mentais, etc
UTILITÁRIA: Incentivos
Organizações industriais, econômicos,
Benefícios e
laboratórios de pesquisa, Remunerado interesse, Calculado
vantagens
atividades vantagem
comissionadas, etc. percebida
NORMATIVA:
Entidades religiosas, Moral, ética, fé,
Auto-
organizações de justiça, Normativo ideologia, Moral
expressão
advogados, associações crença
médicas, etc.
Etzioni (apud Ribeiro, 2003, p. 97) relaciona “as mudanças do ambiente organizacional
às mudanças havidas na sociedade”. Sendo assim, podemos resgatar o que Ferreira, Reis e
faz com que o indivíduo aceite desempenhar vários papéis sociais em seu trabalho;
d) visto de uma forma global, os incentivos materiais e sociais são importantes para os tra-
balhadores.
65
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a) Blau & Scott (1970), com o estudo das organizações formais focadas no grupo (o clima
estabelecido no grupo pode mudar as atitudes de seus membros, assim como a atitude
como um todo.
outras instituições e pela sociedade em que se insere, por isso considerava importante a
mas ainda buscava encontrar o equilíbrio entre elas e sua interação com o ambiente? Nesse
sentido, cabe destacar que o estruturalismo preocupou-se com o todo e com o relaciona-
Etzioni entendia que existiam apenas dois modos de conceber uma organização: racio-
utilizar a abordagem do sistema aberto, tendo como base o modelo natural da organização.
Da mesma forma, acreditam que os conflitos são os elementos gerados por mudanças e pelo
desenvolvimento organizacional.
Concluindo, podemos salientar que a escola estruturalista trata das teorias de transi-
66
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Assista ao filme Terra em transe (1967, Glauber Rocha) e conheça as disputas internas
pelo poder, que ocorrem no fictício país Eldorado, possibilitando reflexões sobre como a
A cibernética é uma ciência criada por Norbert Wiener entre os anos de 1943 e 1947,
justamente na época em que surgiu o primeiro computador de que se tem notícia, bem como
a teoria de sistemas. Esta abordagem tem por objetivo compreender os fenômenos naturais
e artificiais da vida, por meio dos processos de comunicação e controle, explicados a partir
da noção de informação.
e enfatiza o processo decisório, procurando tratá-lo de modo lógico e racional por meio da
mensuração.
de soluções de problemas. Também conhecida como Pesquisa Operacional (PO), que enfatiza
o processo decisório e o trata de modo logístico e racional por meio de uma abordagem
públicas e privadas.
neste documento, pois temos como objetivo apresentar maiores informações sobre a teoria
de sistemas, que molda o mundo das organizações de uma forma mais intensa. Caso tenha
interesse em aprofundar seus estudos você pode obter mais informações nas referências bi-
bliográficas.
A teoria de sistemas ou teoria geral de sistemas (TGS) foi elaborada pelo biólogo
alemão Ludwi g Von Bertalannffy, por volta da década de 50, com caracterí sti ca
67
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
“A teoria geral de sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções práti-
cas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de apli-
cação na realidade empírica” (Andrade; Amboni, 2007, p. 172).
Afinal o que é sistema? Antes de explicar a fundo a teoria, é necessário ter a compreen-
são de que sistema é um todo organizado ou complexo; uma combinação de coisas ou par-
tes, formando um todo complexo, global e totalizante.
Como curiosidade, o termo sistema é parte das diversas ciências, em especial da Admi-
nistração. Vamos recuperar nas escolas já estudadas a forma como se apresentava:
b) natureza: aberto (relações com o ambiente) e fechado (sem considerar o ambiente), con-
forme Figura 11.
16
Hardware indica os componentes físicos do sistema em sua totalidade; sinônimo de “equipamento”.
17
Software indica o conjunto de programas e instruções, sinônimo de “manejo”.
68
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Ambiente
Feedback
Feedback
Ambiente
69
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2 – O foco no “como” administrar passou para o “por quê” ou “para quê” administrar. O
trabalho passou de um fim em si mesmo para constituir um meio de obter resultados.
(...) uma tentativa de alinhar metas pessoais com estratégia do negócio, por meio do aumento da
comunicação e percepções compartilhadas entre a gerência e os subordinados, seja como indiví-
duos ou como um grupo, pela conciliação do conflito quando este existir (Silva, 2002, p. 432).
70
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Peter Drucker, em 1954, quando lançou um livro sobre Administração Por Objetivos, sendo
considerado o pai da APO.
Silva (2002, p. 433) define Administração Por Objetivos como um “estilo ou sistema de
administração que relaciona as metas organizacionais com o desempenho e desenvolvimen-
panhamento;
APO;
c) revisão periódica do desempenho, por meio de reuniões entre o gerente e seu pessoal, em
intervalos para confimação ou reavaliação e mesmo alteração dos objetivos;
Outra conclusão a que podemos chegar sobre este modelo é que ele se apóia nos prin-
cípios da teoria de sistemas e na teoria contingencial, que trabalharemos na seqüência.
marca um passo além da administração sistêmica. Suas origens remontam a uma série de
pesquisas que estudaram a relação da organização com e dentro do seu ambiente. Seu
objetivo básico era aplicar os conceitos das principais teorias administrativas em situações
gerenciais concretas.
71
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Esta abordagem enfatiza que nada é definitivo nas organizações, “tudo é relativo,
tudo depende”, ou seja, procura explicar que nada é absoluto nos princípios da organiza-
ções, uma vez que estas precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais.
a) Alfred Chandler (1918), fez um estudo comparativo entre quatro grandes empresas ame-
ricanas – Du Pont, General Motors, Standard Oil Co. e Sears Roebuck & Co. –, no qual
a sua estratégia. Para Chandler, a estrutura organizacional pode ser definida como o
design da organização.
b) Tom Burns e Stalker pesquisaram 20 indústrias inglesas para verificar a relação existen-
orgânico.
c) Joan Woodward (1916), socióloga industrial, organizou uma pesquisa para saber se os
d) Paul Lawrence e Jay Lorsch preocuparam-se com as características que as empresas deve-
riam ter para enfrentar com eficiência as diferentes condições externas, tecnológicas e de
mento dessas partes separadas tem de ser integrado para que o sistema inteiro funcione
adequadamente.
externa, indicando suas oportunidades ou restrições à gestão. Esta teoria explica que existe
72
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
sando um sistema aberto, que possui uma relação funcional entre as condições do ambiente
rizada muito mais pela sua incorporação como ferramenta de gestão importante na estrutu-
ra administrativa flexível.
Segundo Ferreira, Reis e Pereira (2002), a teoria contingencial é entendida mais como
uma visão de mundo do que como um modelo em si, pelo fato de ter sempre um continuum
Com a Teoria Contingencial, novos desenhos organizacionais estão sendo implementados pelas
organizações, justamente para poderem tirar proveito das tendências relevantes apontadas para
o século XXI, bem como para acompanharem as transformações paradigmáticas, as metáforas
e os ciclos de vida.
conceito de incerteza.
Se tiver oportunidade, assista ao filme Rashomon (1950, Akira Kurosawa), que lhe
são do contexto é importante para se ter uma percepção de mundo e da realidade vivida.
Como observa Neto (2001, p. 118), “cada uma das teorias administrativas até agora
reflete os fenômenos históricos, sociais, culturais e econômicos de sua época”. Sendo assim,
nas últimas décadas novos modelos de gestão apresentam-se como alternativas à Adminis-
73
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
18
Indicação de leitura: Motta, Paulo R. Participação na gerência: uma perspectiva comparada. Revista de Administração Pública, 15
(4): 4-33, out./dez.1981.
74
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
75
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Isso resulta que a Administração, entendida atualmente como a área dos estudos
organizacionais, tem contatado progressivamente com a administração pública no sentido
de ampliar sua “compreensão de fenômenos em face da diversidade de práticas administra-
tivas que permeia o tecido social na atualidade e tem na sua base teórica, uma reflexão
comum: a burocracia” (Carvalho; Andrade, 2006, p. 1).
REFERÊNCIAS
76
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CREMA, R. Introdução à visão holística: breve relato de viagem do velho ao novo paradigma.
São Paulo: Summus, 1989.
FARIA, J. C. Administração: teoria & aplicações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
FREITAS, A. G. de. Introdução às teorias administrativas. Campinas, SP: Editora Alínea, 1999.
HAIG JAMES, S. Que é administração pública? 2. ed. São Paulo: Editora Fundação Getúlio
Vargas, 1962.
77
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MOTTA, F. C. P. Teoria das organizações: evolução e crítica. 2. ed. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2001.
MOTTA, F. C. P. Teoria geral da administração: uma introdução. São Paulo: Pioneira, 1998.
MOTTA, Paulo Roberto. A Ciência e a arte de ser dirigente. 12. ed. Rio de Janeiro: Record,
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MUNIZ, A. J. de O.; FARIA, H. A. Teoria geral da Administração: noções básicas. 5. ed. Rev.
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MUÑOZ AMATO, P. Introdução à teoria geral de Administração Pública. 2. ed. Rio de Janei-
ro: Fundação Getúlio Vargas, 1971.
PEREIRA, M. I.; SANTOS, S. A. dos. Modelo de gestão: uma análise conceitual. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2001.
SILVA, R. O. da. Teoria da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
78
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Unidade 2
Nesta unidade você vai ter a visão do que são as três esferas de poder da União, que
são independentes e harmônicos entre si. A República Federativa do Brasil é formada pela
79
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Vamos lá!!
Seção 1
Poder Executivo
Segundo Muniz e Faria (2007), na esfera federal há três poderes, conforme expresso
no Quadro 8. Vamos tratar nesta seção do poder Executivo, o qual se define como sendo o
dente, ambos auxiliados por uma equipe de governo formada pelos ministros de Estado e
secretários de Estado.
1
Curiosidade: Palácio do Planalto é o nome não-oficial do Palácio dos Despachos. É o local onde está localizado o gabinete do
presidente do Brasil. O prédio também abriga a Casa Civil, a Secretaria-Geral e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República. É a sede do Poder Executivo do Governo Federal brasileiro. O edifício está localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília,
tendo sido projetado por Oscar Niemeyer. O Palácio do Planalto faz parte do projeto do Plano Piloto da cidade e foi um dos primeiros
edifícios construídos na capital. A construção do Palácio do Planalto começou em 10 de julho de 1958 e obedeceu a projeto
arquitetônico elaborado por Oscar Niemeyer em 1956. A obra foi concluída a tempo de tornar o Palácio o centro das festividades da
inauguração da nova Capital, em 21 de abril de 1960. Até então a Presidência da República funcionava em uma construção provisória
de madeira conhecida popularmente como Palácio do Catetinho, inaugurada em 31 de outubro de 1956, nos arredores de Brasília.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>. Acesso em: 24 mar. 2008.
80
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Deve, também, auxiliar o presidente sempre que por ele convocado para missões espe-
ciais. Para ser vice-presidente é necessário ser brasileiro nato e ter idade mínima de 35 anos.
Sua eleição se realiza simultaneamente com a do presidente, e ambos tomam posse em
2007, p. 331).
O poder Executivo é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 76 (O poder
81
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e
a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; IV – estudar, propor e acompanhar o
direitos políticos.
2. Cidades
3. Ciência e Tecnologia
4. Comunicações
5. Cultura
6. Defesa
7. Desenvolvimento Agrário
10. Educação
11. Esportes
2
O número de ministros e secretários é estabelecido a critério do presidente da República.
3
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/governo_federal/estrutura/ministerios/>. Acesso em: 24 mar. 2008.
82
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
12. Fazenda
14. Justiça
20. Saúde
22. Transportes
23. Turismo
Segundo Muniz e Faria (2007, p. 331-332), a estrutura dos órgãos federais é constituída
da seguinte forma:
- Presidência da República
- Vice-Presidência da República
- Casa Civil
- Secretaria-Geral
- Advocacia-Geral da União
- Controladoria-Geral da União
83
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
federal e são responsáveis pela prestação de serviços essenciais à população. Foram criadas
com o intuito de fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa priva-
tidores.
bro de 2001, mas nem todas realizam atividades de fiscalização. Com atuação efetiva tem-
se: a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Agência Nacional do Petróleo (ANP),
84
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
todos eles, estabelecida pela Constituição Federal de 1988, e as leis estaduais distintas dos
27 Estados brasileiros.
85
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
brasileiros está sob a chefia do governador, auxiliado pelo vice-governador e pelos secretários
de Estado.
O mandato de cada governador é de quatro anos, podendo ser reeleito por mais um
mandato. A estrutura dos governos das Unidades Federativas se assemelha à federal, respei-
- Governador e vice-governador
4. Secretarias de Estado das Unidades Federativas são compostas por: empresas estatais,
fundações e autarquias.
dos secretários municipais, que têm mandatos de quatro anos. Aos prefeitos cabe adminis-
trar os serviços públicos de âmbito municipal nas áreas de saúde, educação, transporte e
cultura.
4
Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/default.shtm>. Censo do IBGE de 1º de abril de 2007.
86
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Região Habitantes
Norte 14.623.316
Nordeste 51 534 406
Sudeste 77 873 120
Sul 26 733 595
Centro-Oeste 13 222 854
Segundo dados do IBGE 2007, o Estado mais populoso do Brasil é São Paulo com
39.827.570 habitantes; em segundo lugar, o Estado de Minas Gerais, com 19.273.506 habi-
1. Prefeituras
- Prefeito e vice-prefeito
2. Administração regional
3. Secretarias Municipais
Cabe lembrar que o poder Executivo do Distrito Federal é exercido pelo governador do
Estado, auxiliado pelos secretários de Governo. O Distrito Federal é uma unidade atípica da
Federação, que, por limitação constitucional, não pode ser dividida em municípios, mas
organiza-se em regiões administrativas, com vistas à descentralização administrativa, à uti-
87
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Distrito Federal rege-se por Lei Orgânica, peculiar aos municípios, e não por uma
Nos municípios, o poder Legislativo é exercido pela Câmara de Vereadores e, nos Esta-
dos, pela Assembléia Legislativa. As Polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros Militar e
o poder Judiciário do Distrito Federal são mantidos pela União.
- Governador e vice-governador
Que abrigam:
- empresas estatais
- fundações
- autarquias
Seção 2
Poder Legislativo
88
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O poder Legislativo federal é exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câma-
ra dos Deputados e pelo Senado Federal, e por isso, chamado de bicameral. Diferente do
poder Legislativo estadual, distrital e municipal, em que é organizado em uma única esfera
e por isso chamado unicameral.
Sua missão é elaborar, revogar, alterar e emendar as leis e também, por expressa auto-
representantes eleitos têm mandatos de quatro anos e são chamados congressistas ou parla-
mentares (senadores e deputados).
do, somando 81, com mandato de oito anos. A representação de cada Estado e do Distrito
Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um ou dois terços do
Senado Federal. Atualmente a eleição para senador ocorre junto com as eleições para a
Presidência da República, governador de Estados, deputados federais e estaduais, dois anos
5
Fonte: <http://www2.camara.gov.br/deputados/arquivo>. Acesso em: 24 mar. 2008.
89
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
com base em Muniz e Faria (2007) vamos informar a você quais são elas. As prerrogativas
que visam a garantir a independência do poder Legislativo e permitem aos parlamentares
a) inviolabilidade: não podem ser responsabilizados penalmente por suas opiniões, palavras
c) imunidade processual: não pode ser processado criminalmente sem prévia licença da res-
pectiva Casa (artigo 53, § 3º, in fine – Os deputados e senadores são invioláveis, civil e
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. § 3º Recebida a denúncia
contra o senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribu-
nal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar
o andamento da ação);
90
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tenha inerentes ao exercício da função, bem como de não revelar sua fonte (artigo 53, §
6º – [...] § 6º. Os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar sobre infor-
Caso o parlamentar se licencie para o exercício de cargo executivo, perderá suas prer-
rogativas constitucionais.
deputados estaduais, que são os representantes eleitos pelo povo em eleição direta, por voto
secreto, para um mandato de quatro anos. O número de deputados eleitos é proporcional à
realizadas a cada quatro anos, concomitantemente às eleições para prefeito, também por
eleição direta e voto secreto.
Seção 3
Poder Judiciário
91
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
– aos tribunais: [...] f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;), promovendo concessão de
férias aos seus membros e serventuários e provendo cargos de juízes de carreira nas respec-
tivas jurisdições; além disso, outra função atípica é a adição de normas regimentais (Artigo
96. Compete privativamente: I – aos tribunais: a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus
regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais
das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos;), elaborando regimentos internos, dispondo sobre compe-
tências e funcionamento de órgãos jurisdicionais e administrativos.
92
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Um Tribunal Regional Federal é órgão colegiado, enquanto que um juiz federal é con-
Militar formam a Justiça Especializada, e julgam matéria de sua área de competência: tra-
balhista, eleitoral ou militar.
93
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
refas, julgar as causas em que esteja em jogo uma alegada violação da Constituição Fede-
ral, o que ele faz ao apreciar uma ação direta de inconstitucionalidade ou um recurso con-
presidente da República, dentre cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos e menos de
sempenha esta tarefa ao julgar as causas, decididas pelos Tribunais Regionais Federais
(TRFs) ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, que contrariem
lei federal ou dêem à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
Tribunal.
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal) dentre juízes, desembargadores,
Federal.
6
Guardião é aquele que guarda, preserva (Ferreira, 2000, p. 357).
94
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
d) Justiça Federal
São órgãos da Justiça Federal os Tribunais Regionais Federais (TRFs) e os juízes fede-
rais. A Justiça Federal julga, dentre outras, as causas em que forem parte a União, autarquia
ou empresa pública federal. Dentre outros assuntos de sua competência, os TRFs decidem
em grau de recurso as causas apreciadas em primeira instância pelos juízes federais.
e) Justiça do Trabalho
sões são apreciadas em grau de recurso pelos TRTs. O TST, dentre outras atribuições, zela
pela uniformidade das decisões da Justiça do Trabalho.
A Justiça do Trabalho conta com 24 TRTs, e segundo a nova redação do artigo 112 da
Constituição Federal, “A lei criará Varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas Comarcas
não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-las aos juízes de Direito, com recurso para o
julgar toda e qualquer causa decorrente das relações de trabalho, o que inclui os litígios
envolvendo os sindicatos de trabalhadores, sindicatos de empregadores, análise das penali-
7
Tribunal Superior do Trabalho <http://www.tst.gov.br/>.
95
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
f) Justiça Eleitoral
São órgãos da Justiça Eleitoral o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os Tribunais Regio-
ciadas em primeira instância pelos juízes Eleitorais. O TSE, dentre outras atribuições, zela
pela uniformidade das decisões da Justiça Eleitoral.
96
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
normatização das eleições no Brasil. A composição da Justiça Eleitoral é sui generis (única
em seu gênero), pois seus integrantes são escolhidos dentre juízes de outros órgãos judiciais
g) Justiça Militar
juízes militares, com competência para julgar os crimes militares definidos em lei.
No Brasil, a Constituição Federal organizou a Justiça Militar tanto nos Estados quanto
Distrito Federal, sendo constituída em primeira instância pelo juiz de Direito e pelos Conse-
lhos de Justiça, Especial e Permanente, presididos pelo juiz de Direito. Em segunda instân-
cia, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, pelos Tribunais de Justiça
h) Justiça Estadual
observando os princípios constitucionais federais. Como regra geral, a Justiça Estadual com-
Federal, bem como na Lei de Organização Judiciária dos Estados. Basicamente, o Tribunal
da Justiça (TJ) tem a competência de, em segundo grau, revisar as decisões dos juízes e, em
ção Estadual (artigo 125, §2º), geralmente apreciada pelo Tribunal de Justiça. É facultado
aos Estados criar a Justiça Militar Estadual, com competência sobre a Polícia Militar
Estadual.
97
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Para poder desempenhar as suas funções com isenção, o poder Judiciário dispõe de
princípios e garantias previstos na Constituição Federal, tais como ingresso na carreira de
juiz por meio de concurso público, publicidade dos atos judiciais, vitaliciedade,
Após conhecermos como se dá a gestão pública em nosso país, nas três esferas de
poder – Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e dos municípios propõe-
se que cada estudante busque pesquisar na sua região ou cidade quem são as figuras que
têm assumido esses papéis e como estes estão desempenhando sua missão de guardião da
situar você na história da administração pública brasileira, de forma sucinta, em forma cro-
nológica dos fatos.
REFERÊNCIAS
MUNIZ, A. J. de O.; FARIA, H. A. Teoria geral da Administração: noções básicas. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
http://www.brasil.gov.br
http://www.google.com.br
http://www.wikipedia.org
http://www.ibge.gov.br
http://www.tst.gov.br
98
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Unidade 3
ção, desde a Administração Científica até os novos paradigmas de gestão, que por sua vez
exigem um repensar constante dessas teorias em razão da necessidade de as instituições bus-
Tendo por base o discurso de Muniz e Faria (2007, p. 338) de que a “Administração
como ciência é capaz de ajudar os novos administradores públicos e aqueles que trabalham
direta ou indiretamente no governo federal nos seus vários campos de o poder e nos gover-
nos estaduais, locais ou municipais” para que o país possa alcançar o desenvolvimento
necessário e promover o bem-estar da população, vamos a partir da linha da História
99
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
100
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1792 Somente o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi condena-
do à forca, sendo executado no Rio de Janeiro em 1792.Tiradentes profeti-
zou que em dez, vinte ou cem anos não haveria como evitar o ideal de
liberdade. Ele estava certo: o Brasil se tornaria independente em 1822 e o
Estado de Minas Gerais foi importante para este acontecimento histórico.
Minas Gerais era considerado o Estado mais populoso do país, com forte
101
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
102
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
103
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
104
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Império tentou amenizar a pressão interna e externa, assinando a lei (as “leis
1871 para inglês ver”) do Ventre Livre (1871), que consistia em que os filhos de escra-
vos são considerados livres, devendo os proprietários criá-los até os 8 anos.
105
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
des e Miguel Lemos. O desenho foi feito por Décio Vilares e a inspiração
veio da bandeira do Império, desenhada pelo pintor francês Jean-Baptiste
Debret, com o círculo azul com a frase positivista “Ordem e Progresso” no
lugar da coroa imperial.
As quatro cores da Bandeira Nacional têm um significado: o verde simbo-
liza nossas matas, o amarelo é o ouro (representando as riquezas nacio-
nais) e o branco é a paz. O círculo azul representa o céu do Rio de Janeiro
com a constelação do Cruzeiro do Sul, às 8h30 de 15 de novembro de 1889,
data da Proclamação da República.
As Armas Nacionais (ou Brasão Nacional) representam a glória, a honra e a
nobreza do Brasil e foram criadas na mesma data. O uso das armas é obriga-
tório nos edifícios-sede dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário)
dos governos federal, estaduais e municipais, além dos quartéis militares e
policiais e em todos os papéis oficiais de âmbito federal (publicações, convi-
tes etc.). As armas são formadas por um escudo redondo sobre uma estrela
de cinco pontas e uma espada. Também há, no centro, o Cruzeiro do Sul. Há
um ramo de café à esquerda e um de fumo à direita. A data que aparece nas
armas, como você deve saber, é a da proclamação da República.
Instituído também o Selo Nacional, que é a autenticação dos documentos
oficiais. Seu uso é obrigatório em qualquer ato do governo e em diplomas e
certificados escolares.
Neste ano foi instituído o voto, que ainda tinha restrições, pois não era
direito de todos. Menores de 21 anos, mulheres, analfabetos, mendigos,
soldados rasos, indígenas e integrantes do clero estavam impedidos de vo-
tar. As fraudes eram comuns. As cédulas podiam ser manuscritas ou im-
pressas em jornais. O eleitor devia recortá-las, colocá-las em um envelope e
depositá-las na urna.
106
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A CF deste ano, em seu artigo 73, expõe sobre o acesso aos cargos públicos
civis e militares.
O Decreto do Poder Legislativo nº 23, de 30/10/1891, refere-se à distribuição
dos serviços da administração pública, relacionando os ministérios, as ações
e prerrogativas de cada uma, surgindo o FUNCIONALISMO PÚBLICO.
Criado o Território Federal do Acre, atual Estado do Acre, cuja área foi
1903
adquirida da Bolívia por 2 milhões de libras esterlinas.
107
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
No final deste ano, após o golpe militar, Getúlio Vargas instituiu o Estado
Novo, uma ditadura que se prolongou até 1945. Durante oito anos o brasi-
leiro não foi às urnas uma única vez. O Congresso foi fechado e o período,
marcado pelo centralismo político.
1937
A Constituição de 1937, outorgada pelo presidente Getúlio Vargas em 10/
11/1937, mesmo dia em que instaura a ditadura do Estado Novo, é a quar-
ta Consti tui ção do Brasil e a te rcei ra da Repúbli ca de conte údo
pretensamente democrático. Conhecida como Polaca, por ter sido baseada
na Constituição autoritária da Polônia. Foi redigida pelo jurista Francisco
108
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Companhia Vale o Rio Doce (CVRD), uma empresa estatal fundada du-
rante o governo de Getúlio Vargas, para o que obteve o beneplácito dos
1942 Estados Unidos e da Inglaterra num tratado chamado de Acordos de Wa-
shington. Durante 64 anos, a maior empresa de mineração diversificada
das Américas e a segunda maior do mundo.
109
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Getúlio Vargas é reeleito pelo voto popular. Baseou sua campanha na defe-
sa da industrialização e na necessidade de ampliar a legislação trabalhis-
1950
ta, porém não chegou a completar seu mandato. Neste período, inúmeras
transformações político-sociais ocorreram no Brasil.
110
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
111
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1961 Seu mandato foi marcado pelo confronto entre diferentes políticas econô-
micas para o Brasil, conflitos sociais e greves urbanas e rurais.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria e o Pacto de
Unidade e Ação, de caráter intersindical, convocaram uma greve reivindi-
cando melhoria das condições de trabalho e a formação de um ministério
nacionalista e democrático.
Foi esse movimento que conquistou o 13º salário para os trabalhadores
urbanos. Os trabalhadores rurais realizaram, no mesmo ano, o 1º Congres-
so Nacional de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, em Belo Horizonte,
Minas Gerais. O Congresso exigiu reforma agrária e CLT (Consolidação
das Leis Trabalhistas) para os trabalhadores rurais.
João Goulart, conhecido popularmente como Jango, foi presidente de 1961
a 1964. Assumiu a presidência em 7/9/1961.
112
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
113
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
114
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
115
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Neste mesmo ano assume a Presidência Emílio Garrastazu Médici, até 1974.
Segundo a história, teria apoiado perseguições e torturas a todos os que fos-
sem contrários aos ideais do regime militar. O ministro da Fazenda, Delfim
Neto, comandou um crescimento da economia brasileira, pautando no cres-
cimento da produção industrial e das exportações e acentuado uso de em-
préstimos externos; época conhecida como do Milagre Brasileiro. Tentou pôr
em prática o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), que apresentava
como diretriz o modelo brasileiro de organizar o Estado e moldar as institui-
ções, visando à transformação do Brasil em uma sociedade capitalista.
Assume o governo o general Ernesto Geisel até 1979, que decretou a subs-
tituição das importações, a elevação das exportações e o aumento do con-
sumo interno, com eixos condutores no Plano Nacional de Desenvolvi-
1974 mento II (PND II), com o objetivo de inserir o Brasil no rol de países desen-
volvidos.
Neste ano foi criado o Ministério da Previdência Social.
Crescimento do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) nas urnas.
116
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
117
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
As oposições lançam a campanha Diretas Já! por eleições diretas para pre-
1983 sidente da República, no entanto a emenda parlamentar não foi aprovada
pelo Congresso Nacional.
O povo foi às ruas exigir a volta das eleições diretas para presidente.
Ulysses Guimarães foi uma das principais lideranças da campanha e tor-
nou-se um dos maiores opositores ao regime militar, passando a ser chama-
do de Senhor Diretas.
1984 Apesar da pressão popular, a proposta de emenda à Constituição que resti-
tuía o voto direto, de autoria do deputado Dante de Oliveira, foi rejeitada.
A emenda das Diretas não foi aprovada naquele período porque não era
conveniente para importantes lideranças, não apenas militares. As lide-
ranças civis temiam a ascensão do populismo.
118
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
120
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Foram utilizadas urnas eletrônicas pela primeira vez nas eleições munici-
pais.
Marca o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso que instituiu o
1996 Plano Diretor da Reforma do Estado (PDRE). Pela Lei nº 9.276, de 9/5/
1996, é instituído o Plano Plurianual (PPA), abrangendo o período de 1996
a 1999 e prevendo a construção de um Estado moderno e eficiente, redu-
ção dos desequilíbrios espaciais e sociais e inserção competitiva e moderni-
zação produtiva.
1997 sendo melhorada no sentido de conter abuso por parte do dirigente que
esteja à frente de uma administração.
O fim de seu primeiro mandato é marcado por uma crise no setor energético,
que ficou conhecida como “apagão”. A crise ocorreu por falta de planeja-
mento e ausência de investimentos em geração e distribuição de energia e
foi agravada pela escassez de chuvas. Com isso o nível de água dos reserva-
121
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Foram utilizadas urnas eletrônicas pela primeira vez nas eleições nacio-
nais em todo o país, propiciando mais confiabilidade ao processo eleitoral,
2000 agilidade na apuração, reduzindo significativamente ou praticamente eli-
minando as fraudes. O sistema brasileiro é considerado um dos mais avan-
çados do mundo.
122
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
No início deste ano iniciou-se uma nova crise: a crise do uso de cartões
corpora tiv os 1 . Denúncias de irregularidades sobre o uso de cartões
corporativos começaram a aparecer. As denúncias levaram à demissão da
ministra da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que foi a re-
cordista de gastos com o cartão em 2007. O ministro dos Esportes, Orlando
Silva, devolveu aos cofres públicos mais de R$ 30 mil, evitando uma demis-
2008 são.
Pelo Decreto de 10/3/2008 o governo Lula convoca a I Conferência Nacio-
nal de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que será realiza-
da no período de 6 a 8 de junho, presidida pelo secretário de Direitos Hu-
manos Paulo Vannuchi. O objetivo da conferência é discutir os “Direitos
Humanos e Políticas Públicas: o caminho para garantir a cidadania de
gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”.
Após este resgate histórico que teve como objetivo situá-lo na própria história do que
c) administração pública como administração pública (a partir 1990), que vem evoluindo e
1
Tal problemática torna-se tão polêmica que inclusive acaba sendo transposta para a opinião pública brasileira por meio da inserção no
enredo da novela global “Duas Caras”.
127
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Tendo por base as pesquisas científicas apresentadas nos encontros anuais da Anpad,
pode-se acrescentar que a partir de 2001 a área de administração pública se subdividiu em
“Gestão Pública e Governança” e “Políticas Públicas”.
Nessa perspectiva, ao analisar a década de 90, Bresser Pereira (1998, apud Muniz;
Faria, 2007, p. 353) afirma:
Na década de 80, logo após a crise de endividamento internacional, o tema que prendeu mais
atenção dos formuladores de políticas públicas em todo o mundo foi o ajuste estrutural, ou seja,
o ajuste fiscal e as reformas orientadas para o mercado. Nos anos 90 a ênfase, além do ajuste
estrutural, deslocou-se para a reforma do Estado, mais particularmente para a reforma da admi-
nistração pública. Quando nos anos 90 é verificada a inviabilidade da proposta de um Estado
mínimo, estas reformas revelaram a necessidade de reconstrução do Estado para que este pudes-
se realizar suas tarefas clássicas de garantia de propriedade e contratos, mas também o papel de
garantidor dos direitos sociais e de promotor da competitividade do restante do país.
REFERÊNCIAS
MUNIZ, A. J. de O.; FARIA, H. A. Teoria geral da Administração: noções básicas. 5. ed. Rev
ampl. São Paulo: Atlas, 2007.
128
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Unidade 4
Esta Unidade tem como meta estabelecer um paralelo com a Unidade 2 – Organização
do Estado Brasileiro – para entender a dinâmica da Teoria da Administração no Brasil, as
referências importantes na História do nosso país sobre a gestão em termos de evolução,
heranças, rupturas e exemplos concretos.
Inicialmente nos perguntamos: O que é paradigma? Com base na Wikipédia afirma-se que:
Assim, podemos afirmar que paradigma é uma forma de ver o mundo; um padrão. Ele
informa às pessoas como analisar e interpretar fatos, eventos ou determinadas situações
(Araújo, 2001, p. 45). Agora que já sabemos o que significa paradigma, vamos avançar na
discussão dos novos paradigmas da Administração.
Como o próprio autor afirma a década de 80, apesar de ter sido considerada a “década
perdida”, também foi um período em que tivemos um aprendizado no campo da gestão e do
conflito. Nesse período tivemos mudanças na realidade das relações de trabalho, com a
129
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O grande desafio era não perder de vista as preocupações com as questões humanas.
Garcia (1980), nesse sentido, definia a “teoria das organizações como sendo a internalização
ingênua ou inconsciente do paradigma funcional, o que explica, sem dúvida, aqueles pa-
drões distorcidos de linguagem e de conceituação” (p. 8) que refletiam um mundo de explo-
ração, desespero e sofrimento nas organizações, que precisavam ser revistos de forma a se
adotar um paradigma mais humano.
Para que isto acontecesse efetivamente foi necessário ver os participantes de uma
organização como seres humanos autodeterminados, capazes, portanto conscientes e de-
terminados à participarem da transformação do mundo em que vivem. O segundo passo
130
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
emancipadora.
deira conscientização não pode existir sem uma operação criadora sobre a realidade, ou
nificaria fazer o que as pessoas são capazes de fazer porque sua consciência lhes permite
fazer. Tudo isso seria a superação de um diagnóstico de organizações apoiado num modelo
Para aqueles que não conhecem os conceitos elaborados por Paulo Freire, que também
conscientização que deve ser, ao mesmo tempo, um ato de criação, capaz de gerar outros
atos de criação, e um veículo educacional no qual as pessoas não são tratadas como seres
131
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FREIRE, P. Pedagogia do
oprimido. Rio de Janeiro: a) questionamento constante de seu próprio modo de existência,
Editora Paz e Terra, 1970.
presença e tipos de intervenção;
FREIRE, P. Pedagogia da
autonomia. São Paulo: Editora
Paz e Terra, 1997.
b) consideração das formas de vida humana associada ao con-
FREIRE, P. Educação e
atualidade brasileira. São teúdo político-social;
Paulo: Cortez Editora, 2001.
cos ou pessoais;
132
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CARAVANTES, G. R; PANNO, C.
C.; KLOECKNER, M. C. Gestão
i) rejeitar a prática do radicalismo verbal, em que se tem a pretensão estratégica de resultados.
de mudar o status quo de uma organização ou criar novas formas Porto Alegre: Editora Age,
2004.
de vida humana associadas ao emprego de slogans ou chavões;
Artigo sobre Gestão por
resultados no site:
<http://www.fesp.rj.gov.br/
j) valorizar a autodiagnose, a auto-avaliação e a autogestão, ob- fesp_2007/viafesp/
jetivamente situadas na esfera da liberdade que nos permite re- pagina01numero01.pdf>.
Ensaio Investigação
jeitar condições mutiladoras e, por meio do papel crítico da cons-
Emancipadora Crítica: poder e
ciência do homem, agir como seres humanos autodeterminados; participação, a resistência
crítica em Teoria Organizacional
no Brasil. Disponível em:
k) definir claramente de quem é o cliente? O refúgio da vida aca- <http://www.fgvsp.br/
iberoamerican/Papers/
dêmica pode auxiliar na compreensão do apoio aos processos 0098_Investigacao%20
Emancipadora.pdf>.
e atividades administrativas essenciais.
Artigo Um estudo comparado
sobre gestão emancipadora
Sendo assim, tendo como fundamento os princípios éticos, em organizações comunitárias:
a comparação Bahia (Brasil) e
o diagnóstico emancipador é uma abordagem multidisciplinar que Québec (Canadá).
Disponível em:
se apóia na ciência política e em todas as demais áreas que pro-
<http://www.mestradoadm.
piciem o aperfeiçoamento dos princípios e a compreensão das unifacs.br/revista/PDFs/
Revista%20GP%206.pdf>.
estruturas globais, dos sistemas de valores e crenças, dos concei-
Artigo Terceiro Setor à Luz da
tos integradores, do processo cognitivo de comunicação chama- Teoria Crítica: Racionalidades
da Gestão de ONGs, de
do dialógico de reconhecimento e transformação criadora da rea- Francisco Antonio Barbosa
Vidal, Maria Vilma C. Moreira
lidade, que requer um pensamento crítico.
Faria e Denise Pires Bastos
Costa. Disponível em:
<http://www.rits.org.br/rets/
Em síntese, os membros de uma organização consciente-
download/centro_estudos_
mente apreenderiam as estruturas fundamentais de uma socie- 300307.pdf>.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Esta Unidade apenas uma pequena inserção da discussão dos novos paradigmas da
racionalidade na administração pública, mas que precisam, sem dúvida, ser aprofundados
com base em outros referenciais e concepções do que seja a racionalidade para os cidadãos
que compõem a base de preocupação da administração pública. Para tanto, recomenda-se a
leitura das obras indicadas nas referências.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Luis Cesar G. de. Tecnologias de gestão organizacional. São Paulo: Atlas, 2001.
CARAVANTES, G. R. O ser total: talentos humanos para o novo milênio. Porto Alegre: AGE,
2000.
NOGUEIRA, A. M. Teoria geral da Administração para o século XXI. São Paulo: Ática, 2007.
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