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É dança? É jogo? É luta? É tudo isso ao mesmo tempo? Parece que sim, e é
isso que a torna tão complexa, tão rica, tão surpreendente. É luta, "das mais
violentas e traiçoeiras", dissimulada, disfarçada em "brinquedo", jogo de habilidade
física, astúcia, beleza... e muita malícia!
A Capoeira é uma
manifestação da cultura popular
brasileira que reúne características
muito peculiares:
1. É um misto de luta–jogo–dança;
2. O ritmo e as características do
jogo são regidos pelo toque do
berimbau, instrumento
preponderante na orquestra de
capoeira (que inclui também o
pandeiro, o atabaque, além do
agogô, o reco-reco, o adufe etc.)
Sentados ou de pé
em roda, os tocadores de
berimbau, pandeiro,
atabaque e agogô.
O coro e os
capoeiristas postam-se em
volta da roda; dois
capoeiristas agacham-se à
frente dos tocadores, ao
pé do berimbau, e
escutam com atenção e
acompanham a cantiga da
roda de capoeira. Os
cânticos geralmente
contêm lições de vida e
transmitem a filosofia da
capoeira, servindo de
inspiração para o jogo.
Antes de iniciar o jogo os praticantes apertam as mãos, demonstrando
amizade e respeito, reafirmando que o que ali ocorrerá será apenas um jogo e não
uma luta real.
Em geral, entram na roda com um "AÚ" (movimento semelhante à "estrela" da
ginástica olímpica) e começam o jogo.
O jogo de capoeira desenvolve-se a partir da ginga (ou gingado), que consiste
em movimentação contínua do corpo de um lado para o outro, visando a confundir o
adversário e evitar que este possa aplicar um golpe com eficiência. Ao mesmo
tempo, gingando, procura- se um melhor posicionamento para a aplicação dos
próprios golpes. Através destes movimentos, sempre ritmados pelo som do
berimbau, o capoeirista envolve seu parceiro, procurando nunca confrontar
diretamente seus ataques, mas esquivar-se deles e aplicar seus contra-ataques, se
possível em movimentos sincronizados com os movimentos do companheiro.
OS GOLPES
Os golpes são executados sem desviar-se de seu objetivo, ou seja, com a intenção
de atingir o adversário, mas sempre controlando o tempo dos movimentos,
possibilitando tempo para uma resposta adequada, o que garante a continuidade do
jogo.
GOLPES BÁSICOS
rolê TRAUMATIZANTES:
São aqueles que atingem o adversário em forma de
pancada. São eles:
armada
joelhada
asfixiante
leque baú
martelo
bochecho meia lua de
compasso cabeçadas mortal
chibata meia lua de
frente chapéu de couro
ponteira calcanheira
palma cotovelada
queixada chave
godeme
escorão queda de
rins esporão
suicídio forquilha
telefone
galopante vôo do
morcêgo sapinho
DESEQUILIBRANTES:
São aqueles que têm como
objetivo derrubar o adversário.
São eles:
apanhado
arqueado
arrastão baiana
balão de lado balão
cinturado banda de costa
banda trançada benção
cruz
crucifixo cruzilha
dentinho gravata
alta gravata baixa
rasteira tesoura
vingativa
OBSERVAÇÃO:
O movimento básico NEGATIVA
também é um golpe
desequilibrante. Existem variações e
combinações desses golpes,
Desequilibrantes e Traumatizantes, o
que torna a lista bem maior e o
capoerista que as conhece bem é mais
rico e perigoso.
A GINGA
O
acompanhamento musical
da capoeira, desde os
primórdios até nossos
dias, já foi feito pelo
berimbau, pandeiro, adufe,
atabaque, ganzá ou reco-
reco, caxixi e agogô. No
presente, é comum vê-la
acompanhada por
berimbau, pandeiro,
atabaque (nem sempre),
caxixi e agogô (nem
sempre).
BERIMBAU
Capoeira Regional
Afluente da Capoeira
Angola, a Capoeira
Regional é
caracterizada pela
agilidade de seus
movimentos, bem como
a variedade bem maior
do que os da Capoeira
Angola.
O estilo regional
de jogar capoeira é
marcado pela rapidez
de seus golpes e
contra-golpes e pelo
ritmo acelerado dos
toques do berimbau
acompanhado do
atabaque e do
pandeiro, é importante
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lembrar que numa roda
de capoeira regional
somente um berimbau toca, acompanhado do atabaque, de
apenas um pandeiro e as palmas do povo da roda são batidas
em três compassos.
Somente na regional existe o toque de Iúna, que foi
criado criado por Mestre Bimba para o jogo dos discípulos
graduados e do mestre. Para ser um capoeira regional, Mestre
Bimba exibia que a pessoa fosse bem na escola e que
apresentasse o boletim escolar ou então que fosse um
trabalhador com carteira assinada e que apresentasse a
carteira. Esta era a forma de provar que a capoeira regional não
era coisa de vagabundagem, lá haviam pessoas direitas,
trabalhadores e estudantes e desta forma a regional de Bimba
passou a ser ensinada em quartéis, universidades, clubes
sociais e outras instituições públicas sem interferência dos
"moralistas" da época.
Os movimentos da Regional são diferenciados e mais
variados dos da Angola e alguns dos mais rápidos e perigosos
são: armada, queixada, meia lua de compasso, meia lua solta,
bênção, martelo, arrastão, meia lua de frente, aú, balão rodado,
joelhada, giro d e costas, arpão de cabeça, etc. A Regional de
Bimba é um espetáculo, uma verdadeira beleza brasileira.
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