Efeito de Borda em uma área de conservação no município de

Santa Teresa – ES

Renan Luxinger Betzel1,3

Francieli Loss Pugnal1,4

Sílvia Ramira Lopes Caldara1,5

Vilacio Caldara Junior2

1 – Escola Superior São Francisco de Assis (ESFA), Rua Bernardino Monteiro, 700 - Dois Pinheiros -
Santa Teresa/ES CEP: 29650-000.
2 – Instituto Federal de Espírito santo (IFES), Campus Santa Teresa. Rodovia ES-080, Km 93, s/n - São
João de Petrópolis, Santa Teresa - ES, CEP 29660-000. E-mail:
3 – E-mail: renanbetzel@gmail.com
4 – E-mail: franpugnal@hotmail.com
5 – E-mail: silviaramira@gmail.com
6- E-mail:

RESUMO

Um dos maiores problemas enfrentados por espécies de fauna e flora é a fragmentação

de seu habitat, este processo gera um fenômeno denominado efeito de borda, que

consiste na formação de uma borda em uma área florestal que está em contato com

áreas ocupadas pela agricultura ou urbanizadas. Estes locais possuem características

distintas do restante do interior do fragmento florestal que influenciam na a diversidade

da fauna e flora. O presente estudo teve por objetivo verificar a riqueza e abundancia de

espécies de Passeriformes e o efeito de borda para esse grupo na Mata do Parque

Natural Municipal de São Lourenço. Foram realizadas observações em áreas de borda e

de núcleo do Parque no período de Setembro de 2015 a janeiro de 2016, onde foram

registradas um total de 69 espécies distintas, sendo que 33 foram restritas a borda, 21

foram encontradas apenas no núcleo e 15 tiveram ocorrência nos dois ambientes,

verificando assim, que houve segregação entre as espécies do núcleo e da borda da área

estudada, evidenciando que o efeito de borda está ocorrendo de forma expressiva no

Parque de São Lourenço.

Palavras chave: Passeriformes, Efeito de Borda, Diversidade, Núcleo, Borda.

ABSTRACT

One of the biggest problems faced by species of fauna and flora is the fragmentation of

their habitat, this process generates a phenomenon called edge effect, which is the

formation of an edge in a forest area that is in contact with areas occupied by agriculture

or urban . These sites have different characteristics from the rest of the interior of the

forest fragment that influence the diversity of fauna and flora. This study aimed to

verify the richness and abundance of species of passerine and the edge effect for this

group in the Forest Municipal Natural Park of São Lourenço. Observations were carried

out in areas of edge and core park in the period September 2015 to January 2016, where

they could be registered a total of 69 different species, of which 33 were restricted to

edge, 21 were found only in the nucleus and 15 had occurred in both environments,

checking so that there was a great separation between the species of the core and the

edge of the area studied, which shows that the edge effect is occurring expressively in

São Lorenço Park.

Keywords: Passeriformes, Edge Effect, diversity, Core, Edge.

INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é um dos biomas do Brasil e recobria toda a região litorânea do país

com aproximadamente 1.315.460 Km² que equivale a cerca de 20% do território

nacional, mas sua cobertura vegetal foi devastada para a ocupação humana e abertura de

áreas agrícolas, restando atualmente cerca de 7% a 8% de toda a sua área original

(LAGOS; MULLER, 2007). Um dos maiores problemas enfrentados por espécies de

fauna e flora é a fragmentação de seu habitat, como afirmam Laurance e Vasconcelos

(2009), “a fragmentação florestal causa uma diversidade de efeitos, alterando o tamanho

e a dinâmica das populações, a composição e a dinâmica das comunidades, as interações

tróficas e os processos ecossistêmicos”.

Esta fragmentação florestal gera um fenômeno denominado efeito de borda, que

segundo Rodrigues (2009) consiste quando ocorre a formação de uma borda em uma

área florestal que está em contato com áreas ocupadas pela agricultura ou urbanizadas.

Estas áreas de contato, denominadas bordas, são locais que possuem características

distintas do interior do fragmento florestal, como por exemplo, a luminosidade,

umidade, ventos e demais peculiaridades que podem influenciar na a diversidade da

fauna e flora do local. As aves também podem ser influenciadas por este fenômeno, pois

algumas espécies adaptadas a áreas humanizadas e impactadas se beneficiam com o

efeito de borda. No entanto, a maioria das espécies de aves nativas destas áreas são

afetadas negativamente, pois não se adaptarão às novas condições do meio, além de

ficarem mais propícias à predação incluindo predação se seus de ninhos e a competição

(FRANÇA; MARINI, 2009).

Em relação à diversidade de espécies encontradas na Mata Atlântica, pode-se evidenciar

a variedade de aves que são encontradas neste bioma, onde são registradas 654 espécies

para o Estado do Espírito Santo que representa 35,8% das aves de todo o país (SIMON,

2014). Dentre as aves, a ordem dos Passeriformes merece destaque por ser a que contém
o maior número de espécies encontradas no Estado, contendo um número aproximado

de 308 espécies, que são distribuídas em 30 famílias (SIMON, 2014).

O município de Santa Teresa merece destaque por apresentar uma grande diversidade de

aves em seu território, sendo que inúmeros trabalhos já foram desenvolvidos no

município com o objetivo de se estabelecer as espécies da avifauna local. Segundo

Willis e Oniki (2002) a cidade possui aproximadamente 407 espécies de aves, sendo que

destas 93 possuem registro na área urbana do município (SILVA; MARTINELLI,

2011). A grande variedade de aves encontradas em Santa Teresa se da principalmente

pelo fato de que o município possui grande parte de seu território com áreas

preservadas, onde cerca de 22% desta vegetação está protegida em forma de três

unidades de conservação, Estação Biológica de Santa Lúcia, Reserva Biológica Augusto

Ruschi e Parque Natural Municipal de São Lourenço, sendo que este último foi a área

de estudo do presente trabalho.

O Parque Natural Municipal de São Lourenço está localizado próximo ao centro da

cidade e possui aproximadamente 265 hectares de mata de encosta bem preservada, que

abriga inclusive espécies ameaçadas de extinção (PREFEITURA MUNICIPAL DE

SANTA TERESA), sendo utilizado principalmente para a prática de ecoturismo, mas

não possui estudos voltados à conhecer sua biodiversidade, resslatando ainda mais a

importância do presente trabalho.

Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo verificar a riqueza e abundancia de

espécies de Passeriformes e o efeito de borda para esse grupo na Mata do Parque

Natural Municipal de São Lourenço, comparando os dados obtidos na área de interseção

da mata do Parque com a área urbana e os dados do interior do Parque.

METODOLOGIA
Na localidade onde foi realizada a pesquisa, houve a amostragem em áreas no interior e

na borda da Mata Atlântica do Parque Municipal São Lourenço, assim ocorreram

observações em todos os locais que possuem características ideais para a habitação de

aves, principalmente Passeriformes. A amostragem ocorreu durante 40 minutos em cada

ponto e as espécies encontradas foram registradas em planilhas de campo.

Todos os pontos de observação no núcleo e um ponto de borda foram marcados em uma

trilha já existente dentro do Parque, sendo que no começo da trilha foi demarcado o

primeiro ponto de borda (BP1) e no restante da trilha foram marcados os pontos de

núcleo (NP1, NP2, NP3 e NP4), cada ponto estava distante aproximadamente 200

metros um do outro. Os outros dois pontos de borda (BP2 e BP3) foram demarcados

respectivamente próximos a uma plantação de café e o outro em contato com a área

urbana do município (Figura 1).

Na coleta dos dados foi feita a observação de quais espécies habitam os locais

demarcados. Para isso, foram realizadas visitas aos pontos de coletas uma vez ao dia,

sendo sempre na parte da manhã, durante as 06:00 horas e 12:00 horas, pois este é o

horário que as aves possuem sua maior atividade durante o dia, procurando alimento e

vocalizando para a demarcação de seu território, facilitando assim que sejam avistadas e

registradas (WEIMER, et al. 2014). As coletas de dados ocorreram quinzenalmente

durante 5 meses.

Durante o caminhamento nas trilhas, as identificações ocorreram por meio de contato

visual utilizando-se binóculos. Para espécies que não foram prontamente identificadas

foi realizado um registro fotográfico para posterior análise. Em casos que não foi

possível o contato visual com a ave, foi feito o registro sonoro da espécie, para que

assim a espécie fosse identificada. Também se utilizou um Guia de Campo para

identificações de aves. Todas as espécies encontradas foram registradas em planilhas de

campo que continha o horário, a localidade e o ponto que foram encontradas. As

espécies registradas durante o caminho feito no deslocamento de um ponto a outro

também foram registradas, pois habitam aquela determinada localidade atendendo assim

ao objetivo principal do trabalho.

RESULTADOS

Foi observada uma grande diversidade de Aves no Parque Natural Municipal São

Lourenço, sendo registradas um total de 69 espécies, pertencentes a 19 famílias

diferentes (Tabela 1). Em relação aos dois ambientes estudados, pode-se verificar 33

espécies restritas à borda do Parque, evidenciando assim uma maior riqueza desta

localidade se comparado às áreas de núcleo, onde foram registradas 21 espécies. Ainda

é importante salientar que 15 espécies possuem hábitos mais generalistas, ou seja,

ocorreram nos dois ambientes.

As famílias Thraupidae e Tyrannidae foram as mais abundantes em todo o

levantamento, fato interessante destas famílias é que em sua grande maioria estão

presentes na borda do Parque, sendo que 87,5% das espécies de Thraupidae e 90% das

espécies de Tyrannidae possuem ocorrência neste ambiente. Também foram observadas

famílias que possuem uma maior representatividade no núcleo da área estudada, como

por exemplo, Cardinalidae, Cotingidae, Pipridae, Platyrinchidae e Scleruridae, que

foram praticamente restritas a este ambiente.

Alguns registros merecem destaque por serem espécies que necessitam de hábitats bem

preservados, como Sclerurus scansor, Carpornis cucullata, Procnias nudicollis,

Pyriglena leucoptera, e todos estes foram encontrados no núcleo do Parque. Espécies

com hábitos não florestais foram encontrados quase que exclusivamente na borda, sendo

observadas apenas 2 espécies (Zonotrichia capensis e Turdus amaurochalinus) com

estas características no núcleo. Das espécies encontradas 28 espécies que são

consideradas florestais por Simon (2014) tiveram a ocorrência confirmada na borda do

Parque, observando assim, uma diferença significativa entre os dois ambientes.

Não foi observada uma grande diferença na composição da avifauna entre os pontos de

núcleo do Parque, sendo que estes compartilharam diversas espécies como por exemplo,

Drymophila ferruginea, Myrmoderus loricatus, Chiroxiphia caudata, dentre outras. Em

relação aos pontos de borda, não foi verificada uma uniformidade entre as espécies

encontradas, sendo que cada ponto apresentou algumas espécies que foram restritas a

aquele local, este fato pode ser explicado, pois os pontos que foram demarcados na

borda possuíam características ligeiramente diferentes entre si, como proximidade de

áreas urbanas ou de agriculturas e influência de ruídos de carros, diferentemente dos

pontos de núcleo que apresentavam certas características bem parecidas.

DISCUSSÃO

A borda do Parque apresentou uma maior riqueza de espécies quando comparadas ao

núcleo, sendo que poucas espécies foram observadas nestes dois ambientes, o que

evidencia a presença do efeito de borda. O efeito de borda afeta diretamente as espécies

que habitam essa localidade de duas formas: de forma negativa as que necessitam de

habitats bem preservados para exercerem suas atividades vitais, e de forma positiva

aquelas que preferem ambientes mais antropizados e degradados, fazendo com que estas

espécies se sobressaem sobre as demais, como é observado no trabalho de Gimenes e

Anjos (2003) que afirmam que “comumente verifica-se a extinção de espécies nos
fragmentos, existindo grupos que são mais susceptíveis ou mais resistentes ao processo,

enquanto outros são até beneficiados”.

As características abióticas que possui a borda de um fragmento florestal, como por

exemplo, luminosidade, umidade, ventos, dentre outras peculiaridades, são fatores

negativos para as espécies insetívoras terrestres, como Sclerurus scansor que são

associados aos ambientes mais escuros da mata, alimentando-se de pequenos

invertebrados (SICK, 1997). Por outro lado, algumas espécies como Colonia colonus

pode-se beneficiar dessas características, por ser adaptada a sítios mais ensolarados

(FERREIRA, 2009), sendo desta forma mais encontrada na borda de florestas.

A família Dendrocolaptidae é normalmente considerada muito sensível a alterações no

meio, mas algumas espécies pertencentes a esta família são mais resistentes a estas

modificações, como e o caso de Sittasomus griseicapillus e Xiphorhynchus fuscus

(POLETTO et. al, 2004) que foram registrados apenas na borda do Parque de São

Lourenço.

A espécie Myiodynastes maculatus que foi registrada na borda da área estudada é típica

deste ambiente, como sugere Ferreira (2009) que afirma que esta espécie tem

preferência por ambientes luminosos e florestas secundárias, fato que evidencia ainda

mais que o Parque Natural Municipal de São Lourenço sofre com o efeito de borda, pois

em todos os pontos que margeavam o Parque foram encontradas espécies que são

típicas de ambientes alterados, mas em contra partida suas áreas de núcleo não sofrem

tanto com este problema, já que são habitats de espécies muito sensíveis à

fragmentação, como por exemplo, Sclerurus scansor e Carpornis cucullata, e que

necessitam da manutenção deste ambiente para sua sobrevivência.

O Parque Municipal de São Lourenço é uma importante área de conservação para

avifauna sendo de suma importância a sua manutenção e preservação, uma das

estratégias que poderia amenizar o efeito de borda que ocorre no parque seria a

ampliação de seus limites, para assim proporcionar um aumento da área de preservação

e diminuir os danos às espécies que ocorrem neste local.

REFERÊNCIAS
FERREIRA, J. D. 2009. Aves e Efeitos da Fragmentação em um Remanescente de Mata
Atlântica do Quadrilátero Ferrífero, MG. Dissertação de Mestrado. Universidade
Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte.
FRANÇA, L. C. & MARINI, M. A. 2009. Teste no efeito de borda na predação de ninhos
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<http://www.scielo.br/pdf/zool/v26n2/a06v26n2.pdf>. Acesso em: 03/10/2015.
GIMENES, M. R. & ANJOS, L. 2003. Efeitos da Fragmentação Florestal sobre as
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LAGOS, A. R. & MULLER, B. L. A. 2007. Hotspot Brasileiro a Mata Atlântica. Disponível
em: <http://publicacoes.unigranrio.br/index.php/sare/article/viewFile/244/233>. Acesso
em: 30/09/2015.
LAURANCE, W. F. & VASCONCELOS, H. L. 2009. Consequências Ecológicas da
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PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA TERESA. Atrativos Culturais da Cidade. Site oficial:
<http://santateresa.es.gov.br/pagina/2/Turismo.html>. Acesso em: 27/11/2015.
POLETTO, F.; ANJOS, L.; LOPES, E. V.; VOLPATO, G. H.; SERAFINI, P. P. & FAVARO,
F. L. 2004. Caracterização do Microhabitat e Vulnerabilidade de cinco Espécies de
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RODRIGUES, E. 2009. Efeito de Bordas em Fragmentos de Floresta. Disponível em:
<http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Publicacoes/Cadernos%20da
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Acesso em: 03/10/2015.
SICK, H. 1997. Ornitologia Brasileira. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro.
SILVA, J. N. & MARTINELLI, M. M. 2011. Avifauna Urbana do Município de Santa Teresa,
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<http://www.ao.com.br/download/AO163_62.pdf>. Acesso em: 15/03/2016.
SIMON, J. E. 2014. A Lista das Aves do Estado do Espírito Santo. Vitória. ES. XVII Congresso
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do Município de Xanxerê, SC. Disponível em:
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WILLIS, E. O. & ONIKI, Y. 2002. Birds of Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil: do Humans
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script=sci_arttext&pid=S0031-10492002000900001>. Acesso em: 17/03/2016.

Figura 1 - Mapa do Parque Natural Municipal de São Lourenço com pontos de

amostragem demarcados.
TABELA 1 - Relação das espécies de Passeriformes e ambientes onde foram

encontrados no Parque Natural Municipal de São Lourenço.

Família Cardinalidae Ambiente

Caryothraustes canadenses N

Habia rubica B/N

Família Cotingidae

Carpornis cucullata N

Procnias nudicollis N

Família Dendrocolaptidae

Campylorhamphus falcularius B
Dendrocincla turdina B/N

Dendrocolaptes platyrostris N

Sittasomus griseicapillus B

Xiphorhynchus fuscus B

Família Fringillidae

Euphonia pectoralis B

Euphonia violacea B/N

Família Furnariidae

Anabacerthia lichtensteini N

Automolus leucophthalmus N

Furnarius figulus B

Philydor atricapillus N

Synallaxis ruficapilla B

Synallaxis spixi B

Família Hirundinidae

Pygochelidon cyanoleuca B

Família Parulidae

Basileuterus culicivorus B/N

Família Passerellidae

Zonotrichia capensis B/N

Família Pipridae

Chiroxiphia caudata N

Ilicura militaris N

Manacus manacus B/N

Família Platyrinchidae

Platyrinchus mystaceus N

Família Rhynchociyclidae

Hemitriccus diops N

Leptopogon amaurocephalus N

Poecilotriccus plumbeiceps B

Tolmomyias sulphurescens B

Família Scleruridae

Sclerurus scansor N

Família Thamnophilidae

Drymophila ferruginea N

Dysithamnus mentalis B

Dysithamnus stictothorax B/N

Hypoedaleus guttatus N

Myrmoderus loricatus B/N

Pyriglena leucoptera B/N

Thamnophilus caerulescens B

Thamnophilus palliatus B

Família Thraupidae

Coereba flaveola B

Dacnis cayana B

Hemithraupis ruficapilla N

Lanio melanops B/N

Saltator foliginosus N

Saltator maximus B
Saltator similis B/N

Sicalis flaveola B

Sporophila caerulescens B

Tachyphonus coronatus B/N

Tangara cayana B

Tangara cyanoventris B/N

Tangara ornata B

Tangara palmarum B

Tangara sayaca B

Volatinia jacarina B

Família Tityridae

Pachyramphus castaneus N

Família Troglodytidae

Troglodytes musculus B

Família Turdidae

Turdus albicollis N

Turdus amaurochalinus N

Turdus rufiventris B

Família Tyrannidae

Colonia colonus B

Contopus cinereus B

Lathrotriccus euleri N

Megarynchus pitangua B

Myiarchus sp. B
Myiodynastes maculatus B

Myiozetetes similis B

Siryster sibilator B/N

Tyrannus melancholicus B

Pitangus sulphuratus B

Família Vireonidae

Cyclarhis gujanensis B/N

Legenda: B - espécies restritas à borda; N - espécies restritas ao núcleo; B/N - espécies com ocorrência na
borda e no núcleo.