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O REI ABIAS DE JUDÁ

A história dos reis de Israel e Judá é verdadeiramente fascinante, nem tanto por seus atos de governo e
gestão, mas pela presença, ou ausência do Deus de Israel em suas conquistas e derrotas. Por esta razão,
eles se dividem em dois grupos distintos: os que fizeram o que é reto aos olhos do Senhor e os que se
desviaram e não viveram de forma reta diante de Deus.

Depois que Israel e Judá se separaram em dois reinos distintos, o que se observa são histórias bem
parecidas e a mão do Senhor ora ajudando, ora castigando os filhos de Israel dos dois reinos. Eles eram
um só povo, com um só Deus e mesmo depois de divididos, ainda eram povos originários da mesma
família (de Jacó) e, portanto, eram irmãos de sangue e mantinham a crença no mesmo Deus, porém, de
tempos em tempos, seus reis se desviavam do Senhor e com eles todo o povo.

Enquanto reinava Jeroboão em Israel, Abias, filho de Roboão, começou a reinar em Judá, morando na
cidade de Davi: Jerusalém. Abias teve um reinado bem curto, somente três anos, mas ele deixou suas
digitais numa batalha memorável contra Israel.

O rei Abias ordenou a peleja contra Israel e levantou um exército de quatrocentos mil homens
escolhidos, mas o rei Jeroboão dispôs contra Judá um exército poderoso de oitocentos mil homens,
todos escolhidos dentre os mais corajosos. Era uma guerra fratricida, uma guerra entre compatriotas,
mas nem por isso menos violenta.

Abias sentiu o peso da responsabilidade por confrontar irmãos e se colocou de pé numa montanha da
tribo de Efraim e fez um longo discurso aos irmãos judeus do reino de Israel e ao seu rei Jeroboão e
começou dizendo: “Ouvi-me, Jeroboão e todo o Israel: Porventura não vos convém saber que o SENHOR
Deus de Israel deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos, por uma aliança de
sal? Contudo levantou-se Jeroboão, filho de Nebate, servo de Salomão, filho de Davi, e se rebelou contra
seu senhor.” (2 Crônicas 13:4-6)

O rei de Judá começou lembrando os israelitas de que forma Jeroboão se tornou rei de Israel, se
rebelando contra a descendência de Davi com quem o Senhor fez uma aliança de sal. Uma aliança de sal
representava a permanência, a continuidade, a preservação do acordo.

Em dois textos do Antigo Testamento a aliança de sal é referida. A primeira vez foi a respeito da
destinação de que todas as ofertas levadas ao Tabernáculo pertenciam aos levitas, está em Números
18:19 e quando o rei Abias estava discursando diante de Jeroboão e seu exército. Em ambos os casos
aliança de sal equivale a estatuto perpétuo, aliança perpétua diante de Deus e que deveria ser
respeitada de geração a geração.

Abias disse verdades profundas e de forma corajosa, afinal, diante dele estava um exército que contava
com o dobro do número de seus soldados. O que Abias reivindicava era sua legitimidade no trono de
Judá, porque de acordo com a aliança de sal firmada entre Deus e Davi, à sua descendência pertencia o
reino de Israel e ele inteirinho, não dividido e Abias era descendente do rei Davi e Jeroboão um
aventureiro e usurpador.

Teoricamente o rei Abias estava em franca desvantagem naquela guerra, porém, não era assim que ele
se sentia e não em razão de seu poderio bélico, que era metade do poder de Jeroboão, mas porque o
Senhor estava com ele e seu povo, então ele desafiou os israelitas do reino do Norte e disse: “E agora
julgais que podeis resistir ao reino do SENHOR, que está na mão dos filhos de Davi, visto que sois uma
grande multidão, e tendes convosco os bezerros de ouro que Jeroboão vos fez para deuses.” (2 Crônicas
13:8).

A segurança do rei Abias não vinha de autoconfiança, vinha do Senhor e ele disse claramente: “Porém,
quanto a nós, o SENHOR é nosso Deus, e nunca o deixamos; e os sacerdotes que ministram ao SENHOR
são filhos de Arão, e os levitas se ocupam na sua obra.” (2 Crônicas 13:10). O Senhor é nosso Deus e
nunca o deixamos. Esta era a confiança de Abias, e ele concluiu dizendo: “E eis que Deus está conosco, à
nossa frente, como também os seus sacerdotes, tocando com as trombetas, para dar alarme contra vós.
O filhos de Israel, não pelejeis contra o SENHOR Deus de vossos pais; porque não prosperareis.” (2
Crônicas 13:12). Foi batata!

Bom, Jeroboão não se comoveu com o apelo de Abias e armou contra ele uma emboscada e dividiu seu
exército em duas companhias e atacou Judá pela frente e pela retaguarda. De repente Judá estava
encurralado, tendo de pelejar pela frente e por trás, mas eles tinham uma arma poderosa, então
clamaram ao Senhor e os sacerdotes tocaram as trombetas e os homens de Judá gritaram e Deus feriu a
Jeroboão e a todo o Israel diante de Abias e de Judá.

O que aconteceu em seguida foi uma tremenda humilhação para Israel, porque seus corajosos soldados
fugiram diante dos soldados de Judá, porque Deus os entregou nas mãos de Abias e seu exército. Os
homens de Judá mataram quinhentos mil soldados de Israel e olha que eles eram os melhores,
escolhidos entre os mais valentes.

Não tem jeito, pessoal, quando Deus age, nenhum poder humano pode lhe resistir. Jeroboão confiou em
seu “poderoso” exército, enquanto Abias confiou no Senhor e o texto bíblico diz exatamente isso, veja:
“E foram humilhados os filhos de Israel naquele tempo; e os filhos de Judá prevaleceram, porque
confiaram no SENHOR Deus de seus pais.” (2 Crônicas 13:18). Quem confia no Senhor não perde viagem.

O rei Abias perseguiu Jeroboão e tomou dele Betel e Jesana e Efrom com todos os seus lugares da sua
jurisdição. Foi um desastre completo para Jeroboão, que nunca mais recobrou o seu poder e o Senhor o
feriu e ele morreu, porém Abias se fortificou e ainda tomou para si quatorze mulheres e gerou com elas
vinte e dois filhos e dezessete filhas.

Confiar no Senhor é um ato de fé, não vem de circunstâncias, não depende do que veem nossos olhos, é
uma entrega ao Deus que pode todas as coisas. Abias confiou e venceu uma batalha que, aos olhos
humanos, estava irremediavelmente perdida. Jeroboão confiou em seus recursos humanos e perdeu
vergonhosamente uma batalha que parecia vencida antes de começar.

Esta vida é uma luta diária, difícil e desigual, mas quem anda com Jesus já venceu antes mesmo de
começarem as batalhas e enquanto não vencer, não termina a guerra. O apelo que fazemos é o mesmo
de sempre: use sua inteligência e entregue a Jesus seu coração, com Ele é vencer, ou vencer.

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